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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” EDUCAÇÃO EMOCIONAL E APRENDIZAGEM Por: Solange Hyath Pereira RIO DE JANEIRO 2002 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” EDUCAÇÃO EMOCIONAL E APRENDIZAGEM Trabalho monográfico apresentado à Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para a obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia - Curso de Pós – Graduação “Lato Sensu” Por: Solange Hyath Pereira Orientadora: Prof ª. Ms. Yasmin Maria R. Rodrigues Madeira da Costa RIO DE JANEIRO 2002 Para Georgia, fonte de saber emocional. A Deus, que me deu condições de concluir este curso; e também a muitas pessoas interessantes, que além de oferecerem ajuda, tive o prazer de compartilhar seus saberes e também, em alguns casos, da amizade. A essas pessoas ofereço a minha gratidão. “É com o coração que se vê corretamente; o essencial é invisível aos olhos.” ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY, O Pequeno Príncipe. RESUMO A inteligência emocional está relacionada ao desenvolvimento das habilidades de motivar-se, controlar impulsos, administrar as emoções, ser empático, motivar as pessoas, ajudando-as a liberar talentos e conseguir seu engajamento para objetivos de interesse comum. Pessoas inteligentes emocionalmente são dotadas de capacidade prática e de equilíbrio emocional, sendo capazes de desenvolver sua autoconsciência, ter controle emocional, automotivação, empatia e relacionar-se bem com outros. A arte de relacionar-se é a aptidão de lidar com as emoções dos outros. A educação da emoção deve ser incluída entre os propósitos da ação pedagógica. A pouca atenção dada às aptidões emocionais vem sendo apontada como uma das principais causas das relações frustradas e do descontentamento pessoal que atormenta o ser humano. As emoções são importantes para a racionalidade e em certo sentido, temos duas inteligências: a emocional e a racional. Segundo Goleman, a alfabetização emocional deve começar o mais cedo possível, embora essas aptidões emocionais continuem a formar-se durante todo o período escolar. Crianças hábeis em lidar com as emoções ganham em relação à sociabilidade e no rendimento escolar. Para o programa de alfabetização emocional a escola deve capacitar os professores e contar com o apoio da família e da comunidade. Na sala de aula, o professor deve criar um ambiente agradável que facilite a aprendizagem e não deixe que as emoções prejudiquem o processo pedagógico, cabendo à escola assumir seu papel na sociedade e se empenhar para que as crianças recebam os ensinamentos essenciais para a vida. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I 10 A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ̇ O que há de novo em Inteligência Emocional? 10 ̇ Pesquisas contemporâneas 11 ̇ A Inteligência Emocional segundo Daniel Goleman 12 ̇ Inteligência intra e interpessoal 15 ̇ Evolução, estrutura e funcionamento cerebral 16 ̇ Harmonizando o Racional e o Emocional 18 CAPÍTULO II 20 EMOÇÃO E APRENDIZAGEM ̇ O que é Emoção? 20 ̇ Os níveis de Desenvolvimento Emocional 23 ̇ Educação Emocional no contexto pedagógico 26 CAPÍTULO III 29 ALFABETIZAÇÃO EMOCIONAL ̇ O Be – a – Bá da Inteligência Emocional 29 ̇ Uma proposta de programação curricular 32 ̇ Estratégias para as aulas de alfabetização emocional 34 CAPÍTULO IV 37 ENSINANDO AS EMOÇÕES ̇ A emoção em sala de aula 37 ̇ Uma missão maior para as escolas 38 CONCLUSÃO 40 BIBLIOGRAFIA 42 ANEXOS 43 ̇ Sugestões de atividades para as aulas de alfabetização emocional 44 INTRODUÇÃO Por Inteligência Emocional entende-se o conjunto de habilidades necessárias ao ser humano para compreender, gerenciar e expressar os valores e aspectos sociais e emocionais da vida e que permitem o manejo bem sucedido de tarefas da vida, tais como: formação de relacionamentos, solução de problemas do dia-a-dia e adaptação às complexas demandas e exigências do crescimento e desenvolvimento. A Inteligência Emocional inclui a auto-consciência, o controle da impulsividade, o trabalho cooperativo e o interesse e a compreensão de si mesmo e dos outros. O trabalho sobre educação emocional no âmbito de sala de aula abordará, em especial, o primeiro ciclo do ensino fundamental (1ª e 2ª séries), quando a inteligência da criança se acha aberta a aprendizagens psico-emocionais novas. Tendo como objetivo o favorecimento do desenvolvimento da inteligência emocional de crianças na situação de sala de aula. Durante algumas observações feitas em sala de aula, constatamos que não é possível imaginar, ainda nos dias de hoje, que não há relação entre a aprendizagem e o emocional dos alunos. Na sala de aula, as crianças, com freqüência, entram em conflito por uma série de sentimentos que vivenciam em casa, na rua ou na escola e que se refletem na aprendizagem. Os alunos precisam conviver com suas emoções e aprender a lidar com seus sentimentos no cotidiano, por isso devem ter na escola um ambiente que acolha e estimule o desenvolvimento emocional, através de dinâmicas, na qual possam compartilhar sinceramente suas emoções , e também tomar consciência delas em relação a si mesmo e às outras pessoas são os primeiros para trabalhar a Educação Emocional na escola. Este trabalho visa buscar melhoria para o processo de ensino e de aprendizagem, utilizando a Educação Emocional para tentar superar problemas que se deparam, diariamente, os professores, em sala de aula, sabendo-se que a maioria desses problemas é de origem emocional. Para desenvolver sua afetividade, aumentar sua auto-estima e, conseqüentemente, melhorar o relacionamento com os colegas e professores, o trabalho está centrado no auto-conhecimento do aluno. Sabendo entender suas emoções é mais fácil administra-las e isto terá reflexos positivos na aprendizagem. O trabalho está baseado, teoricamente, nas pesquisas desenvolvidas pelo psicólogo americano Daniel Goleman, e os trabalhos desenvolvidos pelos brasileiros Celso Antunes e pela pedagoga Ana Rita Silva Almeida. Para a realização do trabalho monográfico a metodologia utilizada será a de vivências profissionais e pesquisa bibliográfica. O Capítulo I analisa o que é Inteligência Emocional. O Capítulo II apresenta os níveis de desenvolvimento emocional e a relação entre emoção e aprendizagem. O Capítulo III examina a importância da alfabetização emocional para nos tornar mais aptos nos fundamentos da Inteligência Emocional. O Capítulo IV relata como em sala de aula as aptidões emocionais podem ser trabalhadas melhorando a relação professor-aluno e também como a escola deve proceder para o ensinamento das emoções. Aprendendo a identificar e controlar a emoção, o aluno será capaz de participar da vida em grupo, mantendo o equilíbrio e a harmonia. CAPÍTULO I A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL Inteligência Emocional é o conjunto de aptidões básicas necessárias para lidar adequadamente com as diferentes situações da existência e com relacionamentos interpessoais e grupais familiares, sociais e no trabalho através de uma regulação das emoções. 1.1 - O que há de novo em Inteligência Emocional? O livro de Daniel Goleman (1995) cita largamente experiências anteriores. Por exemplo: ”a do Centro Nueva de Aprendizado da Ciência do Eu e do projeto da W. T. Grant Foundation.” Relata, também, os trabalhos do grupo de Harvard, ao qual pertence H. Gardner (Projeto Zero e Projeto Espectro), deixando claro que essas iniciativas pedagógicas se inspiraram no conceito de inteligências múltiplas – contexto maior da discussão sobre inteligência emocional