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LINFOMA

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LINFOMA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA ÁREA DE PATOLOGIA CLÍNICA
Residente: Kamila Teixeira Pandolfi
ALEGRE,2017
INTRODUÇÃO
Neoplasia maligna originadas:
Linfócitos 
Órgãos linfoides
Também... de sítios extranodais.
Pele, SNC, ossos, coração, cavidade nasal e globo ocular.
Sinônimo: Leucose linfoide, linfossarcoma, linfoma maligno.
Multicêntrico – acometimento de vários linfonodos e/ou de vários 
 órgãos de diferentes sistemas concomitantemente.
Alimentar – acometimento exclusivo de órgãos do trato alimentar 
 e/ou de linfonodos relacionados ao trato alimentar.
Mediastínico – acometimento exclusivo dos linfonodos mediastínicos 
 e/ou do timo.
Extra-nodal – acometimento isolado de um único órgão, não 
 pertencente ao sistema hematopoiético, nem 
 ao trato alimentar.
Leucêmico – uma variação dos linfomas previamente descritos e que 
 culmina no envolvimento da medula óssea, com ou sem 
 manifestações sanguíneas. 
Linfoma em cães
(classificação anatômica)
Linfoma em cães (classificação anatômica)
Linfoma multicêntrico: 80%
Linfoma alimentar: 5%-7%
Linfoma mediastínico: 5%
Linfoma extra-nodal: <10%
Linfoma leucêmico: 11% (28%*, 34%** e 55%***)
*Diagnosticado através da presença de linfócitos neoplásicos no sangue* ou 
na medula óssea, por citologia** ou histologia***, respectivamente.
Linfoma em cães (estadiamento clínico)
Estádio 1 – envolvimento limitado a um único linfonodo ou
 acometimento de um único órgão.
Estádio 2 – envolvimento de vários linfonodos, mas limitado 
 a um único linfocentro.
Estádio 3 – envolvimento generalizado dos linfonodos. 
Estádio 4 – envolvimento de fígado e/ou baço, independentemente 
 de haver ou não linfonodos afetados.
Estádio 5 – envolvimento da medula óssea, com ou sem manifestações 
 sanguíneas, ou de vários sistemas orgânicos 
 concomitantemente. 
*Cerca de 80% dos cães com linfoma encontram-se nos estádios III, IV ou V.
Linfoma multicêntrico em cães 
(sinais clínicos)
Linfadenomegalia
	 Linfadenomegalia superficial (82%)
		Linfadenomegalia superficial generalizada (80%)
		Linfadenomegalia superficial localizada (2%)
Perda de peso (30%) → caquexia 
Esplenomegalia (50%) e hepatomegalia (20%)
Tonsilomegalia (15%) e nefromegalia (15%)
Inapetência ou anorexia (20%), apatia e febre
Palidez de mucosa (30%)
Edema subcutâneo localizado (12%)
	Edema subcutâneo dos membros posteriores (uni ou bilateral)
Ascite (5%)
Icterícia (5%)
Protrusão do globo ocular (2%)
Linfoma alimentar em cães 
(sinais clínicos)
Perda de peso → caquexia 
Inapetência ou anorexia
Apatia
Febre
Diarreia crônica
	Esteatorreia 
	Melena ou hematoquezia 
Vômito crônico
Massa abdominal palpável	
Linfoma mediastínico em cães 
(sinais clínicos)
Perda de peso → caquexia 
Inapetência ou anorexia
Apatia
Febre
Taquipneia ou dispneia	
Tosse 
Regurgitação
Derrame pleural
	Hidrotórax
	Quilotórax
Edema da cabeça
Poliúria e polidipsia 
	
Mandamentos do diagnóstico 
do linfoma em cães
1. O diagnóstico definitivo do linfoma em cães é realizado através da avaliação morfológica (citológica ou histológica) dos linfonodos ou qualquer outro órgão afetado.
2. Cerca de 90% dos cães com linfoma podem ser diagnosticados através da citologia.
3. O hemograma não é necessário para o diagnóstico do linfoma, mas útil para avaliar clinicamente o estado geral do paciente e imprescindível para estabelecer a ocorrência de síndromes paraneoplásicas ou suspeitar de leucemização.
Mandamentos do diagnóstico 
do linfoma em cães
4. A bioquímica clínica não é necessária para o diagnóstico do linfoma, mas útil para avaliar clinicamente o estado geral do paciente e fundamental para suspeitar de comprometimento de diversos órgãos e de lesões causadas por síndromes paraneoplásicas .
5. Exames de imagem são muito úteis para se estabelecer a suspeita clínica de linfoma alimentar e mediastínico, e necessários para estadiamento clínico do linfoma multicêntrico.
Achados hematológicos
Anemia normocítica normocrômica
Anemia paraneoplásica
Anemia das doenças crônicas
Anemia secundária à IRC
Anemia normocítica hipocrômica 
ou microcítica hipocrômica
Anemia hemorrágica crônica  anemia ferropriva
Anemia macrocítica hipocrômica
Anemia hemorrágica aguda
Anemia hemolítica
	Anemia hemolítica autoimune
Achados hematológicos
Anemia
Trombocitopenia
Neutrofilia
Linfopenia
Linfocitose*
Monocitose
*Baixa magnitude (10.000 a 12.000 linfócitos/mm3 de sangue).
Achados de bioquímica clínica
ALT: ↑ ou ↑↑ (46%-70%)
Fosfatase alcalina: ↑ (incomum)
Lactato desidrogenase: ↑ (comum)
Bilirrubinas: ↑ (30%-46%)
PPT e albumina*: ↓ (incomum)
Creatinina: ↑ (incomum)
Ureia: ↑ (comum)
*53% dos casos em POA.
Linfoma em cães
(síndromes paraneoplásicas)
Caquexia
Anemia: comum
Hipercalcemia*:
	Ocorrência de fraturas patológicas: rara
Hipergamaglobulinemia:
	Síndrome da hiperviscosidade: rara
Leucocitose neutrofílica
*Mais prevalente na forma mediastínica, nos linfomas T e no São Bernardo. 
Linfoma em cães
(sinais clínicos de hipercalcemia paraneoplásica)
Anorexia
Poliúria
Polidipsia
Constipação
Fraqueza muscular
Convulsão
Alteração de nível de consciência*
	Sonolência, estupor ou coma
Morte súbita
	Arritmia cardíaca
*Ocorre principalmente quando além da hipercalcemia ser muito elevada, 
ocorre hipoalbuminemia e acidose metabólica.
Linfoma em cães
(síndromes paraneoplásicas)
Exames a serem realizados para detectar SP
Hemograma
Determinação do nível de cálcio sérico* 
Pesquisa da presença de PTHrP sérica
Determinação do paratormônio**
Proteinograma
Testes de agregabilidade plaquetária
Tempos de coagulação
*Preferencialmente o cálcio ionizável.
**Resultados contraditórios.
Expectativa de vida
Média (geral): 1-2 meses
Média (forma multicêntrica): 2-3 meses
Média (forma alimentar): 2 meses
Sobrevida máxima (geral): 12 meses
Sobrevida máxima (forma multicêntrica): 6-12 meses
Sobrevida máxima (forma alimentar): 6 meses
Linfoma em cães 
(lesões comuns à necropsia)
Linfadenomegalia
	Linfadenomegalia superficial
		Linfadenomegalia superficial generalizada
		Linfadenomegalia superficial localizada
	Linfadenomegalia profunda
Esplenomegalia
	Esplenomegalia difusa
	Esplenomegalia difusa com áreas nodulares
Hepatomegalia
	 Hepatomegalia difusa
	 Hepatomegalia difusa com áreas nodulares 
		
Nefromegalia
	
Linfoma em cães 
(lesões associadas comuns)
Edema subcutâneo
	Edema subcutâneo dos membros pélvicos
Quilotórax
	Ruptura do ducto torácico
Mineralização 
	Mineralização da medular interna
Acentuação do padrão lobular hepático
	Hepatopatia hipóxica por anemia
Quadro: Protocolo quimioterápico combinado curto da Universidade de Wisconsin-Madison para cães com linfoma. Adaptado de Vail (2011).
CASO CLÍNICO
CASO CLÍNICO
Nenem
SRD
3 anos
Resgatado à 1,5 ano
09/05/2017
ANAMNESE
História médica recente:
Há 10 dias iniciou sialorréia, hiporexia e há 1 semana iniciou edema de barbela. O veterinário anterior puncionou e veio liquido transparente viscoso da região edemaciada. Encaminhou ao HOVET para atendimento.
Medicações:
Dexametasona 1,5 mL, dose pela manhã.
Enrofloxacina 150mg durante 10 dias.
Antitóxico e bromoprida até uma semana atrás.
Buscopan composto durante 3 dias (27 a 30/04).
09/05/2017
ANAMNESE
OSH há 1ano e meio
Pele e ouvidos: Presença de nódulos cutâneos
firmes, variados, de aparecimento súbito(relato do proprietário).
Convive com outros animais (2 cães).
Tem acesso à rua.
Alimenta-se de ração, quando foge pode ir comer lixo nas ruas.
09/05/2017
EXAME FÍSICO
 Linfadenomegalia generalizada.
Mucosas: Hipocoradas.
TPC: <2 segundos.
FR: 32 mpm.
FC: 120 bpm.
Temperatura: 38,2ºC
Leve desconforto a palpação abdominal.
Fígado e baço normais.
Auscultação cardiopulmonar: bulhas rítmicas normofonéticas, campos pulmonares limpos.
09/05/2017
Lista de problemas:
Linfoma;
Sialocele;
Anemia.
Diagnósticos diferenciais:
Infecção grave
Mastocitoma
Linfoma
Plasmocitoma
TVT cutâneo
09/05/2017
Exames complementares solicitados:
Hemograma
Albumina
Citologia (Citologia aspirativa por agulha fina – linfonodos e nódulos).
Exames complementares
Hemograma
3,63
6,6
20,1
55,5
32,8
7,6
6 - 8
13,2
13200
91
264
02
12012
03
03
01
396
132
396
Descrição da citoscopia: Anisocitose discreta. 1 metarrubrócito. Monócitos com bolhas citoplasmática. Neutrófilia, linfopenia.
Plaquetas (200.000 a 500.000): 320.000
Anemia microcítica normocrômica.
 
Exames complementares
Bioquímico
Albumina: 2,4g/dL. (2,6 a 3,3)
Exames complementares
Citologia:
Achados citológicos:
Nódulo cervical próximo a escápula e nódulo cervical esquerdo – o material exibe alta celularidade constituído por células redondas , anisocitose intensa, núcleos redondos, algumas vezes clivados, cromatina frouxa e nucléolos evidentes , anisocariose, 3 a 4 figuras d e mitose, alta relação núcleo citoplasma, células binucleadas. Observa-se ainda hemácias neutrófilo no fundo da lâmina.
Linfonodo supraescapular esquerdo e linfonodo axilar direito – igual os nódulos, porém com menor celularidade e com linfócitos normais também.
CONCLUSÃO: SUGESTIVO DE LINFOMA CENTROBLÁSTICO.
 Classificação citológica de linfoma
Linfoma de baixo grau
1.1 Linfocítico: células pequenas com núcleo redondo e pequeno(diâmetro semelhante ao de uma hemácia). Cromatina densa com agregados grosseiros, sem nucléolo evidente. 
1.2 Centrocítico: células pequenas com núcleo pequeno e clivado, de aspecto irregular. Cromatina densa.
2. Linfoma de grau intermediário:
2.1 Centrocítico-centroblástico: população celular bimórfica com células pequenas de núcleo pequeno e irregular ou clivado e células grandes com núcleo não clivado.
Classificação citológica de linfoma
3. Linfomas de alto grau:
3.1 Centroblástico: células grandes, com núcleos de diâmetros semelhantes a duas ou três hemácias. Cromatina vesicular e nucléolos múltiplos periféricos. Mitose frequente. Citoplasma escasso ou abundante.
3.2 Imunoblástico: células de tamanho médio ou grande, com núcleo equivalente a duas hemácias. Cromatina vesicular e nucléolo proeminente central. Mitose frequente. Citoplasma anfófilo ou basofílico.
3.3 Linfoblástico: células pequenas, com núcleo equivalente a uma hemácia e meia, redondo a oval. Cromatina uniforme sem núcleo evidente.Mitose frequente. Citoplasma escasso forma anel ao redor do núcleo.
3.4 Anaplásico: células grandes pleomórficas, com núcleo grande e irregular. Cromatina fina ou grossa. Citoplasma claro. Mitoses muito frequentes.
09/05/2017
TRATAMENTO:
ERITRÓS TAB 1 COMPRIMIDO/BID.
1 CÁPSULA DE OMEGA 3, 1000 mg.
11/05/2017
Inicio da quimioterapia (1ª semana):
Fluidoterapia : ringer simples (equipo macro)
Vincristina (0,7mg/m²) - 12:00
Predinisona (2mg/Kg) – 14:00 
OBRIGADA!!!!
kamilapandolfi@yahoo.com.br

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