Buscar

Resumo

Prévia do material em texto

O que é modalização? 
Modalização é o fenômeno pelo qual o sujeito expressa sua adesão ao texto. Através da modalização é possivel perceber qual a atitude do locutor na defesa do que pretende. Assim, é possível perceber se ele crê no que diz, se atenua ou impõe algo que diz. Na verdade, é a expressão de um ponto de vista. Portanto, como pode haver um texto sem modalização?
A resposta é muito simples. Simplesmente não há texto sem modalização. Essa pode sim ser mais explícita ou mais discreta.
No texto, percebemos a presença dos modalizadores pelos elementos lingüísticos que os expressam. Esses funcionam como indicadores de intenções, sentimentos e atitudes do locutor com relação a seu discurso. Eles revelam o grau de engajamento do falante em relação ao conteúdo proposicional veiculado.
O chamado ethos é a imagem que a gente cria de si mesmo. É essa, na verdade, a marca dos modalizadores no discurso, que são marcas deixadas por quem escreve.
Há dois tipos básicos de modalizadores:
a) Modalidades Epistêmicas: referem-se ao eixo do saber (certeza/ probabilidade);
· Crer – eu acho, é possível
Provavelmente virei.
· Saber – eu sei, é certo
Viajarei com certeza.
a) Modalidades Deônticas: referem-se ao eixo da conduta (obrigatoriedade/ permissibilidade).
· Proibido: Não se deve estacionar na faixa amarela.
· Obrigatório: Você precisa se alimentar melhor.
Recursos Lingüísticos para a expressão da modalização:
· modos e tempos verbais;
· advérbios: talvez, felizmente, infelizmente, lamentavelmente, certamente...;
· predicados cristalizados: é certo, é preciso, é necessário;
· performativos explícitos: eu ordeno, eu proíbo, eu permito...;
· verbos auxiliares: poder, dever, ter que/ de, haver de, precisar de...;
· verbos de atitude proposicional: eu creio, eu sei, eu duvido, eu acho...
De acordo com os modalizadores que um autor utiliza, ele pode tornar seu discurso mais polêmico ou autoritário.Quando se constrói um discurso mais polêmico fazemos mais uso dos modalizadores inseridos no eixo do crer. Quando o autor faz esta escolha, ele proporciona ao leitor a chance de tirar suas próprias conclusões.
Já o discurso inserido no eixo do saber e do dever estará mais voltado para um discurso autoritário, restringindo as chances de o leitor discordar dos fatos apresentados pelo autor.

Continue navegando