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Jennifer Rosa Brasil Cultura e Gastronomia Jennifer Rosa Jennifer Rosa Jennifer Rosa Indice 1 – Introdução 2 - Descobrimento do Brasil 3 - Significado de cada Cor e Forma da Bandeira 4 - Hino Nascional Brasileiro 5 - Gastronomia 6 - Matérias-primas e elaboração da Gastronomia 7 - Regiões e seus pratos mais conhecidos 9 - Gastronomia brasileira (A História) 11 - Doces do Brasil 12 – Queijos do Brasil 15 - Gastronomia dos 27 estados Brasileiros 15 - Acre 17 - Alagoas 19 - Amapá 21 - Amazonas 23 - Bahia 25 - Ceará 27 - Espirito Santo 29 - Goias 31 - Maranhão 33 - Mato Grosso e Mato Grosso do Sul 35 - Minas Gerais 37 - Pará 39 - Paraíba 41 - Paraná 43 – Pernambuco 45 – Piauí 47 – Rio de Janeiro 49 – Rio Grande do Norte 51 – Rio Grande do Sul 53 – Rondonia e Roraima 55 – Santa Catarina 57 – São Paulo 61 – Sergipe 63 – Tocantins 64 - Dicionário Jennifer Rosa 1 Introdução Cultura e gastronomia A cultura brasileira formou-se durante os séculos de colonização, quando ocorre a fusão primordial entre as culturas dos indígenas, dos europeus, especialmente portugueses, e dos escravos trazidos da África. A partir do século XIX, a imigração de europeus não-portugueses e povos de outras culturas, como árabes e asiáticos, adicionou novos traços ao panorama cultural brasileiro. Também foi grande a influência dos grandes centros culturais do planeta, como a França, a Inglaterra e, mais recentemente, dos Estados Unidos. A culinária do Brasil é fruto de uma mistura de ingredientes europeus, indígenas e africanos. Muitas das técnicas de preparo e ingredientes são de origem indígena, tendo sofrido adaptações por parte dos escravos e dos portugueses. Esses faziam adaptações dos seus pratos típicos substituindo os ingredientes que faltassem por correspondentes locais. A feijoada, prato típico do país, é um exemplo disso. Os escravos trazidos ao Brasil desde fins do século XVI, somaram à culinária nacional elementos como o azeite-de-dendê e o cuscuz. As levas de imigrantes recebidas pelo país entre os séculos XIX e XX, vindos em grande número da Europa, trouxeram algumas novidades ao cardápio nacional e concomitantemente fortaleceu o consumo de diversos ingredientes. As bebidas destiladas foram trazidas pelos portugueses ou, como a cachaça, fabricadas na terra. O vinho é também muito consumido, por vezes somado à água e açúcar, na conhecida sangria. A cerveja por sua vez começou a ser consumida em fins do século XVIII e é hoje uma das bebidas alcoólicas mais consumida. Jennifer Rosa 2 DESCOBRIMENTO DO BRASIL Primeiros contatos entre portugueses e índios Em 22 de abril de 1500 chegava ao Brasil 13 caravelas portuguesas lideradas por Pedro Álvares Cabral. A primeira vista, eles acreditavam tratar-se de um grande monte, e chamaram-no de Monte Pascoal. Após deixarem o local em direção à Índia, Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava- se de um continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para Ilha de Vera Cruz. Após exploração realizada por outras expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se realmente de um continente, e novamente o nome foi alterado. A nova terra passou a ser chamada de Terra de Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-brasil, ocorrida no ano de 1511, nosso país passou a ser chamado pelo nome que conhecemos hoje: Brasil. A descoberta do Brasil ocorreu no período das grandes navegações, quando Portugal e Espanha exploravam o oceano em busca de novas terras. Diante do fato de ambos terem as mesmas ambições e com objetivo de evitar guerras pela posse das terras, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, em 1494. De acordo com este acordo, Portugal ficou com as terras recém descobertas que estavam a leste da linha imaginária ( 200 milhas a oeste das ilhas de Cabo Verde), enquanto a Espanha ficou com as terras a oeste desta linha. Mesmo com a descoberta das terras brasileiras, Portugal continuava empenhado no comércio com as Índias, pois as especiarias que os portugueses encontravam lá eram de grande valia para sua comercialização na Europa. As especiarias comercializadas eram: cravo, pimenta, canela, noz moscada, gengibre, porcelanas orientais, seda, etc. Enquanto realizava este lucrativo comércio, Portugal realizava no Brasil o extrativismo do pau-brasil, explorando da Mata Atlântica toneladas da valiosa madeira, cuja tinta vermelha era comercializada na Europa. Neste caso foi utilizado o escambo, ou seja, os indígenas recebiam dos portugueses algumas bugigangas (apitos, espelhos e chocalhos) e davam em troca o trabalho no corte e carregamento das toras de madeira até as caravelas. Foi somente a partir de 1530, com a expedição organizada por Martin Afonso de Souza, que a coroa portuguesa começou a interessar-se pela colonização da nova terra. Isso ocorreu, pois havia um grande receio dos portugueses em perderem as novas terras para invasores que haviam ficado de fora do tratado de Tordesilhas, como, por exemplo, franceses, holandeses e ingleses. Navegadores e piratas destes povos, estavam praticando a retirada ilegal de madeira de nossas matas. A colonização seria uma das formas de ocupar e proteger o território. Para tanto, os portugueses começaram a fazer experiências com o plantio da cana-de-açúcar, visando um promissor comércio desta mercadoria na Europa. Jennifer Rosa 3 Significado de cada Cor e Forma da Bandeira A bandeira do Basil tem 3 cores o verde, o amarelo e o azul. O verde representa as florestas, o amarelo,os minérios, e o azul, o céu. As estrelas, que representam os Estados que formam a União, e a faixa branca estão de acordo, respectivamente, com os astros e o azimute no céu carioca na manhã de 15 de novembro de 1889, às 8h30, e devem ser consideradas como vistas por um observador situado fora da esfera celeste. A inscrição "Ordem e Progresso", sempre em verde, é o lema político do Positivismo, forma abreviada do lema de autoria do positivista francês Auguste Comte: O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim. Seu sentido é a realização dos ideais republicanos: a busca de condições sociais básicas (respeito aos seres humanos, salários dignos etc.) e o melhoramento do país (em termos materiais, intelectuais e, principalmente, morais). Sobre as estrelas A estrela Espiga, situada acima da faixa branca, representa o estado do Pará, que, à época da proclamação da República, era o Estado cuja capital, Belém, era a mais setentrional do país. As estrelas do Cruzeiro do Sul representam os cinco principais Estados de então: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo. O Distrito Federal, inicialmente na cidade do Rio de Janeiro, e em 1960 transferido para Brasília, foi representado pela estrela sigma da constelação do Oitante, também chamada de Polaris Australis ou Estrela Polar do Sul, por situar-se no Pólo Sul celestial (em contrapartida a Polaris, situada no Pólo Norte celestial). Apesar de ser pouco brilhante e estar próxima ao limite de visualização a olho nu, essa estrela tem uma posição única no céu do hemisfério sul, pois é em torno dela que todas as estrelas visíveis giram. Além disso, Polaris Australissempre está acima da linha do horizonte e pode ser vista a qualquer dia e hora de quase todos os lugares ao sul da linha do Equador Jennifer Rosa 4 Hino Nacional Brasileiro Letra de: Joaquim Osório Duque Estrada Música de: Francisco Manuel da Silva I Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com o braço forte, Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza! Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria Amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil! Pátria amada, Brasil! II Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos tem mais flores; “Nossos bosques tem mais vida”. Nossa vida no teu seio “mais amores”. Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro desta flâmula _ Paz no futuro e glória no passado. Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Jennifer Rosa 5 Gastronomia A descoberta do fogo num passado remoto permitiu, entre outras coisas, que o ser humano realizasse pela primeira vez uma transformação dos alimentos, que antes ingeria crus. O fogo possibilitou que se diversificasse do preparo dos alimentos. A criatividade humana fez surgir progressivamente uma infinidade de comidas diferentes, tanto que cada povo, nação, cultura e até religião tem seus pratos próprios. A gastronomia ou arte culinária compreende todos os métodos, técnicas e processos utilizados para preparar, transformar e temperar os alimentos que a natureza oferece, e para apresentá-los de maneira que constituam um prazer para o paladar, além de agradar aos olhos e ter aroma apetecível. Jennifer Rosa 6 Matérias-primas e elaboração da Gastronomia As matérias-primas ou alimentos, que constituem o ponto de partida da arte culinária, provêm dos reinos mineral, vegetal e animal. Ao primeiro pertencem a água e o sal. Do reino vegetal incluem-se principalmente as hortaliças, legumes, cereais, diversos tipos de semente, frutos secos, frutas, especiarias, vinagres, óleos, açúcar, chocolate, baunilha etc. Os vegetais servem de base também para bebidas alcoólicas, sucos, refrescos, café, chá e outras infusões. Os produtos animais compreendem carnes, peixes, mariscos (crustáceos e moluscos), leite e derivados (manteiga e queijo), ovos, mel, miúdos (rins, moela, fígado etc.). A cocção dos alimentos promove uma transformação nas proteínas, gorduras e açúcares, que em estado cru são, em geral, difíceis de digerir, em substâncias mais facilmente assimiláveis pelo organismo e mais saborosas. Os alimentos podem ser cozidos em água, imersos no líquido, ou de forma indirecta, segundo o processo conhecido como banho-maria; em óleo ou outras gorduras, cuja quantidade faz com que assuma a forma de fritura (cocção intensa a alta temperatura), refogado (fritura suave) ou grelhado (com pouca gordura); em calor seco, em grelhas ou fornos (assados); ou ao vapor. Dos cereais moídos obtêm-se as farinhas, ingrediente básico, entre outros, de pães, massas e bolos. Os preparados líquidos ou pastosos dão lugar a caldos, sopas, consomês, purês, cremes e molhos. Estes últimos são utilizados para temperar sobretudo carnes, peixes e massas. Entre os molhos mais conhecidos estão a maionese (elaborada com gemas de ovo, azeite e limão) e suas variações (molho tártaro, molho rosê); o bechamel, ou molho branco, preparado com farinha tostada dissolvida em leite; o molho de tomate, próprio para acompanhar massas; o molho à campanha, etc. Os legumes e verduras se consomem tanto crus como cozidos. Quando frios, constituem saladas, temperadas com azeite, sal e vinagre, geralmente servidas como primeiro prato ou entrada. Refogadas, servem como acompanhamento quente a carnes e peixes. No Ocidente, carnes, aves, peixes e frutos do mar são servidos assados, grelhados, cozidos, fritos ou empanados. Também importantes na gastronomia são as bebidas, servidas como aperitivos, como acompanhamento de pratos ou digestivos; os condimentos ou temperos, que realçam o sabor dos pratos; e as sobremesas, que podem constituir-se de frutas in natura ou preparadas, doces, bolos e gelados. Jennifer Rosa 7 Regiões e seus pratos mais conhecidos Os pratos de cada país tem a ver com as matérias-primas disponíveis em cada lugar, dos gostos e preferências de seus habitantes e mesmo do clima, da temperatura e de muitos outros factores, existe uma imensa variedade de pratos e preparados culinários originais e típicos de um país ou região Entre os países europeus, a França se destaca pela variedade e qualidade de sua cozinha. Além de pratos de carne e aves, apresenta uma enorme diversidade de queijos e vinhos, molhos, cremes e doces requintados (como o célebre marrom- glacê, de castanhas contentadas). A Itália é notável por suas massas (esparguete, lasanha, pizza), vinhos e gelados, entre outros produtos. O Reino Unido destaca-se pelos assados e doces, como o plumcake (bolo com passas) e os pudins. A Espanha possui uma rica e variada cozinha regional, que abarca a paella valenciana, a escudella i carn d‟olla catalã, o cozido castelhano, o bacalhau ao pil pil biscainho e o gaspacho andaluz. Outros pratos típicos de diversos países europeus são o Labskaus (guisado de carne bovina) e Sauerkraut (chucrute) na Alemanha; a fondue suíça, que consiste em queijo gruyère derretido com temperos; o Rijsttafel (guisado de carne e peixe com legumes e arroz) holandês; a Gansesuppe (sopa de ganso) austríaca; os kalvekyllinger (rolinhos de vitela ao forno) na Suécia e o roket fisk (peixe defumado com creme ou nata) da Noruega. Destacam-se também o barszcz (caldo de carne e legumes com creme ou nata) da Polônia; o caviar (ovas de esturjão), a koulebiaka (pastel de peixe) e os pirojki (pasteizinhos de carne e peixe) russos. Do norte do continente africano são apreciados internacionalmente o cuscuz de carneiro (Tunísia), de carne de vaca (Argélia) e de frango (Marrocos). Na África central consome-se galinha, carneiro, animais selvagens e mesmo formigas, no Congo. Na África do Sul a cozinha adoptou hábitos do colonizador holandês e britânico, com tempero de influência indiana. Jennifer Rosa 8 A Ásia apresenta três cozinhas importantes. A do Japão possui variadíssimos pratos, como o sashimi (peixe cru marinado em limão) e o sushi (arroz cozido envolvido em alga); temperos como o molho de soja e a raiz-forte; e bebidas comoo „vinho de arroz‟, ou saqué. Na cozinha indiana predominam os vegetais e nela as especiarias desempenham papel importantíssimo: o curry (caril) é internacionalmente conhecido, assim como o chutney, conserva de frutas ao vinagre. A cozinha chinesa está entre as mais variadas do mundo, com dezenas de receitas para preparar pato, peixe, porco e frango. Entre os vegetais, emprega com abundância o arroz, brotos de bambu e de feijão, cogumelos, gengibre, castanhas, amêndoas, alho etc. Não existe uma cozinha nacional nos Estados Unidos. Pratos de preparo rápido, como o frango frito e o hambúrguer, são consumidos em todo o país e se popularizaram no exterior. Cada região americana, porém, possui pratos característicos, como a espessa sopa de amêijoa da Nova Inglaterra ou o gumbo (sopa de quiabo) da Louisiana. A variada cozinha mexicana inclui, entre muitos outros, pratos como o mole (um molho com chocolate que se serve sobre frango e outras carnes brancas), o peixe à veracruzana (com molho de tomate, cebola e pimenta) e os tradicionais tacos, sopés, gorditas e chalupas, que utilizam a tortilha de milho em várias formas. No Chile é tradicional o charquicán (guisado com carne-seca e verduras) e apreciadíssimos os frutos do mar. Na Argentina, o churrasco de carne bovina é o prato mais apreciado. Jennifer Rosa 9 Gastronomia brasileira. A História A gastronomia brasileira é variada, devido à extensão territorial e à formação étnica, basicamente indígena, africana e portuguesa, com influências das correntes migratórias, na região litorânea, e hispano-americanas, nas fronteiras. Toda culinária é formada por cozinhas regionais. No Brasil as influências foram muitas e a partir delas apareceram adaptações e variações, como a cozinha sertaneja, nordestina, caipira, tropeara, mineira, gaúcha, da fazenda e outras. Estar a escrever sobre a gastronomia de um país grande como o Brasil é difícil. Antes da chegada dos europeus, já existiam moradores nessas terras e então as carnes consumidas eram as carnes do mato, ou seja, as caças (aves, macacos, antas, capivaras...) e os peixes. Não consumiam as aves aquáticas, por acreditarem que seu consumo os levaria a perder o vigor no nado. O paladar dos índios estava bastante acostumado aos assados, estes de elaboração simples e às farinhas, saborosas e de produção minuciosa. Com elas, preparavam paçocas, que consistiam em carnes ou peixes moqueados , pilados com farinha de mandioca ou mesmo com farinha de milho; pirões (que corresponde a uma papa grossa), feitos com os caldos quentes de carnes ou peixes aos quais se adiciona farinha de mandioca; mingaus (para Plínio Airosa, mingaú é alimento moído, picado, desfeito, etc), é alimento em forma de papa ou sopa, ligeiramente cremoso. Desde o descobrimento do Brasil em 1500 até os dias de hoje, teve muitos povos que vindos para o Brasil trouxeram muito de suas crenças, culturas e hábitos, que de certa forma misturaram com a cultura indígena Já no primeiro contacto, os portugueses se encantaram com a natureza, sua diversidade e um mundo novo que começava a se descortinar. Teve assim início ali mesmo, um intenso processo de interacção sociocultural. De Portugal trouxeram das regiões do Oriente, Índia, os condimentos (tempero) que começou a ser usado pelos índios, localizado na cidade de Porto Seguro na Bahia. Trouxeram também presunto, vinho, pão, açúcar e etc. Trouxeram então seus hábitos alimentares já com suas influências com os orientais e a cultura negra. A introdução de novos temperos - os toucinhos, os condimentos (alhos, cebolas, cominho, cravo, erva-doce, noz moscada, gengibre, gergelim (gergelim), salsa, canela, açafrão), o azeite doce e o vinagre - promoveu outras possibilidades de processamento dos alimentos. Foram introduzidos os guisados, alimentos cozidos nos molhos com refogados - frituras de alhos, cebolas e outros condimentos no azeite ou na gordura, dando origem aos nossos refogados (cozidos com carnes, batatas, legumes). Jennifer Rosa 10 Aos guisados, acresceu-se a forma de temperar negro-africana com o baptismo do óleo de palma (azeite de dendê) e do leite de coco. Assim, chegamos às opções de cozidos de carnes, peixes e outros frutos do mar, que vão de simples caldeiradas às incrementadas moqueca baianas. A doceria portuguesa, bastante desenvolvida e considerada na Europa, não tardou a aportar no Brasil e se adaptar. A introdução da cana-de-açúcar, e a produção do açúcar e derivados, possibilitou a adaptação dessa doceira ainda bem cedo. As técnicas portuguesas de produção de doces (secos, cristalizados, em calda/compotas, em barra, pastosos) e quitandas, aplicadas a uma tão grande diversidade de frutas e produtos, deram no correr dos séculos, uma doceira singular. Aqui encontraram com abundância, uma fruta cheirosa e saborosa - a goiaba. A partir do processo de feitura das marmeladas, dos doces para corte, não tardou a surgir nossa inconfundível goiabada cascão, que se transformou em recheio apreciado para bolos e tortas, e imbatível quando associada ao queijo fresco. Para alternar com o uso frequente da farinha de mandioca, foi introduzido o arroz, de origem asiática, denominado arruz pelos árabes, que, segundo Cascudo, o plantaram na Península Ibérica, de lá sendo trazido para o Brasil. Passou a integrar a dieta do brasileiro, preparado com grande variação - arroz de cuchá, arroz com frango, com molhos, taipado, arroz carreteiro, baião de dois (arroz cozido no caldo de feijão), bolinho de arroz, cuscuz de arroz, arroz doce, com coco ou com melado. Ao gosto especial dos índios pelas bebidas fermentadas, os portugueses juntaram os vinhos, as bebidas destiladas (as bagaceiras de uva ou de cana), e maceradas (licores). A participação espanhola e portuguesa se confunde na sua semelhança, pois os dois países tiveram influência dos árabes. Mas foram os alemães os primeiros a vir fundar colónias no sul do país, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, e também no Espírito Santo. O alemão não trouxe só a influência, mas um reforço de certas espécies que foram utilizados pelos portugueses, como a cerveja e as carnes salgadas e defumadas. Entre 1860 e 1890 desembarcaram 974 mil italianos no Brasil e também trouxeram um gosto especial pelas massas com farinha de trigo, com os molhos densos e condimentos. Ninguém conseguiu mudar a alimentação italiana que acabou participando e muito na gastronomia brasileira. Foi desde 1955 que iniciou o conceito de comer rápido e com as mãos. A comida japonesa é admirada no mundo devido ela a priorizar a apresentação dos pratos, e na simplicidade de preparo dos alimentos, ela consegui combinar sabores e textura. Usa pouco tempero, e tudo deve ser feito na hora, e se usa só alimento resfriados e não congelados. A refeição japonesa é feita com tempo para se liberar emoção. Jennifer Rosa 11 Doces do Brasil Os doces brasileiros surgiram quase que conjuntamente a colonização brasileira, uma vez que o cultivo da cana pelos portugueses deu-se no início do povoamento e, junto dele, vieram os doces. Os primeiros doces brasileiros eram cópias dos doces d'além mar, destacando-se os famosos doces de ovos como por exemplo: quindim, papo-de-anjo, bom-bocado, manjar, pudim, entre outros. Os primeiros doces brasileiros foram as frutas tropicais - tais como manga, carambolas etc - regadas com mel. Banana com laranja foi a principal sobremesa durante o Brasil Colónia; aindapode-se destacar neste período a goiabada, a cajuada, a cocada, a tapioca e o merengue, sendo populares também a banana assada ou frita com canela. Entre outros doces pode-se destacar o pé-de-moleque, o beiju, a baba-de-moça, a rapadura e a pamonha. Nordeste Polo da industria canavieira durante o período colonial, a região nordeste nos brinda com doces que variam entre feições africanas e portuguesas: Doce de Caju: caju, açúcar e cravo-da-índia; Baba de Moça: sobremesa favorita do Presidente Juscelino Kubitschek, leva gema de ovos, leite de coco, açúcar e água de flor de laranjeita; Canjica: Feita com milho verde ou milho branco, leite e açúcar. Ingredientes opcionais são o amendoim e o leite-de-coco. Tapioca : Também pode vir a ser salgada, dependendo do recheio, sendo típica do Maranhão. Leva fécula extraída da mandioca e coco ralado entre outros ingredientes; Rapadura: Provavelmente o doce nordestino mais famoso, é feita a partir do caldo da cana após moagem, fervura, moldagem e secagem. Centro-Oeste Os doces sofrem varias influencias, especialmente indigenas: Doce de pequi: Leva pequi, açúcar e leite; Melado de Tacho: Mói-se cana, faz-se melado grosso e come-se com queijo polvilhado com farinha de mandioca; Balas de Café : Popular em Góias, é feita com açúcar,café,leite,trigo e mel Jennifer Rosa 12 Norte Embora rica gastronicamente, não é famosa pelos seus doces, a maioria oriundos da cultinaria portuguesa. Podemos destacar, entretanto, os seguintes doces: Bala de Maná Cubiu com Mangarataia: Feita com uma fruta exótica da região, o maná cubiu, leva também gengibre (conhecido lá como Mangarataia) e açucar. Doce de Buriti: Feito de buriti, açúcar e cravinho Sudeste Abrigando a mais famosa culinário do país, a mineira, a região sudeste é berço de inúmeros doces, como por exemplo Paçoca de Amendoim: Muito popular em São Paulo, especialmente na Região do Vale do Paraíba, é típica das festas da Semana Santa e Junina. é feito à base de amendoim, farinha de mandioca e açúcar. Pé-de-moleque: Na forma mineira é feito com açúcar ou rapadura e fragmentos de amendoim torrada, a origem do nome é curiosa - segundo as doceiras de Minas ele tem este nome porque antigamente elas colocavam o doce na sacada das janelas para esfriar e os "moleques" viam e comiam o doce escondidos. Ao se darem conta, elas gritavam: Pede moleque! Cural: Leva milho verde, manteiga, açúcar e canela em pó; sendo típica das Festas Juninas. Açai: Doce muito recente na culinária regional, sendo muito popular entre os jovens paulistas, diverge dos pratos do Norte pois nesta versão é doce e servido como gelados. Doce de Abóbora com Coco: Muito popular no Rio de Janeiro.Leva abóbora, açúcar, cravo-da-india, canela e coco . Sul Fortemente influenciado pelos imigrantes europeus, em especial os alemães e italianos. Pão de Cuca: Típica dos Gaúchos. Leva Trigo, açúcar, leite em pó, raspas de limão entre outros; Doce de Pinhão: Doce do Paraná, feito com pinhão, bolacha maisena, manteiga e açúcar; Torta de Maça Alemã: Trazida pelos alemas e também chama de apfelstrudel; leva maçã, canela, passas, nozes entre outros. Jennifer Rosa 13 Queijos do Brasil Queijo coalho: O Queijo coalho é um tipo de queijo pasteurizado, produzido por fermentação, tradicionalmente fabricado na região Nordeste do Brasil. Queijo da Canastra: O queijo Canastra é um tipo de queijo brasileiro, originário de Minas Gerais. De fabricação artesanal que, na região Centro-Oeste tem o nome de Canastra. É produzido com o leite de vaca, tendo sabor diferenciado, obtido a partir dos pingos de água (soro) que escorrem do queijo ressecado com sal grosso, que são misturados ao leite da produção seguinte. Essa combinação dá sabor, textura e aroma ao queijo canastra. Queijo de Colônia: Queijo de Colônia, Queijo Colônia, ou Queijo Colonial, é um tipo de queijo fabricado na área serrana do estado brasileiro do Rio Grande do Sul. É um dos ícones da gastronomia gaúcha. Esse queijo é feito mediante produção artesanal. Possui baixo custo de produção, em função de seu processo simples de manufatura, sendo composto basicamente de leite, sal e fermentos lacteos. Normalmente passa por um processo de cura, que leva alguns meses. O envelhecimento dá a esse queijo sua característica mais marcante: um interior macio de sabor complexo e levemente picante, envolvido por uma sólida casca amarelada. Quanto mais envelhecido, maior e mais dura fica a sua crosta, e o sabor do produto fica mais picante Queijo Minas: Queijo minas frescal ou simplesmente queijo minas é um queijo brasileiro. Segundo o Regulamento Técnico MERCOSUL de Identidade, "entende-se por Queijo Minas Frescal o queijo fresco obtido por coagulação enzimática do leite com coalho e/ou outras enzimas coagulantes apropriadas, complementada ou não com ação de bactérias lácticas específica”. Queijo prato: Queijo prato é um tipo de queijo macio de massa prensada e textura semelhante a do queijo Dinamarquês Danbo, tem com coloração amarela e sabor suave. O queijo Prato surgiu da tentativa de colonos dinamarqueses, estabelecidos na região de Coqueiral, no Sul de Minas em produzir o queijo Danbo, mas por causa das diferenças químicas do leite produzido pelas vacas brasileiras surgiu um queijo diferente do original, mas muito semelhante. De sabor suave e pouco complexo. Queijo tipo parmesão: O parmesão é um tipo de queijo italiano, com denominação de origem controlada conhecida como Parmigiano-Reggiano. Devido a sua popularidade como complemento de molhos típicos, este tipo de queijo foi copiado e é produzido em regiões com presença de colônias italianas como o Brasil e os Estados Unidos. Jennifer Rosa 14 Queijo tipo ricota: A ricota (português brasileiro) ou requeijão (português europeu) é um derivado de queijo de origem italiana de massa mole, fresco e baixo teor de gordura. Não é um queijo propriamente dito, uma vez que é preparado com o soro, e não o coalho.Sua produção, ao contrário da maioria dos queijos, é feita não a partir de leite, mas a partir do soro de queijo. Queijo-do-reino: O queijo-do-reino é uma variedade de queijo gorduroso e condimentado, que tem a forma arrendondada e a casca avermelhada. Requeijão: O requeijão (português brasileiro) ou queijo creme (português europeu) é uma variedade de queijo, de consistência pastosa, cuja massa é formada pela nata do leite coalhada sob a ação do calor. Jennifer Rosa 15 Gastronomia dos 27 estados Brasileiros Acre Bandeira do Acre Brasão do Acre Esse estado é o extremo oeste da Região Norte do Brasil. Com uma hora a menos em relação ao fuso horário de Brasília (DF), nela se localiza o último povoamento do Brasil a ver o sol nascer, na serra da Moa, na fronteira com o Peru. A cultura do Acre é muito parecida com a dos outros Estados da região Norte. A comida típica utiliza o pato e o pirarucu, que herdou dos índios, e o bobó de camarão, vatapá e carne de sol com macaxeira, trazido do Nordeste brasileiro logo quando iniciou a extração do latex, já que muitos nordestinos migraram para o Acre tentando uma melhor qualidade de vida.Os pratos mais conhecidos são: Abacaxi de Noiva Beijú de Folha Bobó de frango Carne de Sol com Puré de Macaxeira Galinha picante Frango na Garagem Licor de Jenipapo Pato no Tucupi Rabada no Tucupi Suco Dinamite Salame de Cupuaçu Costelas de Tambaqui grelhado Jennifer Rosa 16 Carne de Sol Com Purê de Macaxeira Ingredientes: cebolas cortadas em rodelas 1/3 de xícara de óleo 1 kg de carne-de-sol (filé), deixada de molho na água por 6 horas 2 kg de macaxeira (mandioca ou aipim), descascado, cozido e espremido 1/2 xícara de manteiga Sal a gosto Modo dePreparo: Fritar a cebola até ficar dourada e reservar. Na mesma panela, fritar a carne, cortada em pedaços, até ficar dourada e macia e reservar. Se necessário, pingar um pouco de água, para formar um caldo. Em outra panela, colocar a manteiga para derreter e acrescentar o aipim. Temperar e misturar bem para formar um purê liso e macio. Colocar numa travessa e acrescentar a carne-de- sol em volta. Servir quente. Bóbó de Frango Ingredientes: 1 cebola pequena, ralada 02 colheres (sopa) de azeite de oliva espanhol 01 xícara (chá) de peito de frango em cubos 01 tomate picado 01 mandioca cozida 01 xícara (chá) de leite 01 colher (chá) de sal 02 colheres (sopa) de salsinha picada 01 colher (sopa) de aveia Modo de Preparo: Doure a cebola no azeite de oliva espanhol e acrescente o frango e o tomate. Cozinhe em fogo baixo com uma xícara (chá) de água por 20 minutos. Reserve. No liquidificado, bata a mandioca com o leite e despeje sobre o frango. Junte o sal, a salsinha e a aveia. Deixe no fogo, mexendo sempre, até ferver. Retire e sirva em seguida. Jennifer Rosa 17 Alagoas Bandeira de Alagoas Brasão de Alagoas A culinária alagoana não difere da culinária do Nordeste em geral. Torna-se, porém, muito mais variada em função da riqueza de suas lagoas costeiras, que deram o nome ao Estado das Alagoas. É um verdadeiro festival de comidas do mar, dos rios e das lagoas. Há peixes nobres das águas mornas, como a cavala "perna de moça", sirigado, arabaiana e cioba. Os pitus e camarões de água doce. As carapebas, camurins (robalo) e curimãs da lagoa Mundaú são de um sabor inigualável, o camarão barba roxa e até o camarão de cueca e o cabeça de coco. Também das lagoas e manguezais, os guaiamuns com Pirão mexido, caranguejo uçá e suas deliciosas patinhas como aperitivo. Agulha frita, Siri do Pilar, Casquinha de siri de coral, Siri capado (serrado ao meio e ensopado com leite de coco); polvo, lagosta e ostra. Taioba e maçunim (vôngole), moluscos deliciosos, são apanhados com facilidade na coroa de areias. Variedades de quitutes especiais são os doces e bolos de tabuleiros. São produzidos no forno à lenha e alguns embalados com folhas de bananeira, como pé-de- moleque, brasileiras, bolos de milho verde, macaxeira e massa puba. Os pratos mais conhecidos são: Culinária do Alagoas Baião-de-dois Bolo de Milho Verde Camarão Refogado Pudim de Tapioca Jennifer Rosa 18 Bolo de Milho Verde Ingredientes: 2 xícaras de grãos de milho verde (cerca de 2 espigas) 3 colheres (sopa) de manteiga 3 ovos 1 1/2 xícara de açúcar 1/2 xícara de leite de coco 1 xícara de farinha de trigo 2 colheres (chá) de fermento em pó 1/2 xícara de coco fresco ralado grosso 3 colheres (sopa) de açúcar de confeiteiro misturado com 1/2 colher (chá) de canela em pó. Modo de preparo: Bata os grãos de milho no processador de alimentos até ficarem bem picados, junte manteiga, ovos, açúcar, leite de coco, bata mais um pouco somente até a mistura ficar homogênea, acrescente farinha de trigo, fermento e bata rapidamente, só para misturar. Pré-aqueça o forno em temperatura média (180º C). Unte uma forma de anel de 24 cm de diâmetro com manteiga e polvilhe coco ralado. Despeje a massa na forma preparada, leve ao forno e asse por cerca de 30 minutos ou até o bolo ficar dourado. Tire do forno, deixe amornar, desenforme em um prato de servir, polvilhe a mistura de açúcar e canela, deixe esfriar e leve à mesa. Sururu de capote Ingredientes: 3 kg de sururus com os capotes (pequenos mariscos do mangue com as conchas) 2 cebolas grandes raladas 4 tomates grandes, maduros e firmes, picados 3 colheres (sopa ) de vinagre 1 litro de leite de coco 1 xícara de azeite farinha de mandioca branca e crua sal Modo de Preparo: Lave os sururus com uma escovinha. Abra-os no vapor, em fogo forte, com a panela tampada. Reserve, com a água que soltarem. Em outra panela, esquente o azeite e refogue a cebola até alourar. Misture com os tomates, o leite de coco, 1 colher (sopa) rasa de sal, o vinagre, os sururus com capote e a água que soltaram. Ferva em fogo forte por 5 minutos e retire do fogo. Despeje 2/3 do caldo em outra panela. Complete com água até obter 1 ½ litro de caldo. Acerte o sal. Leve ao fogo brando e vá juntando farinha de mandioca, mexendo sem parar com a colher de pau, até obter um pirão cozido e meio mole. Sirva os sururus com o molho em uma terrina grande Jennifer Rosa 19 AmapÁ Bandeira do Amapá Brasão de Amapá Estado do Amapá possui uma culinária singular, preparada com o que há de mais saboroso e natural da fauna e da flora amazônicas, com 200 espécies de peixes de águas doce e salgada, a carne de búfalo, suas nove variedades de camarão de água doce, além de frutas exóticas - como o açaí e o tucumã. O uso de produtos da floresta é uma herança dos primeiros habitantes da região: os índios. Foi com eles que os amapaenses aprenderam a preparar pratos deliciosos, como a Pescada da na Brasa Gurijuba, peixe típico da região, o Tucunaré e o Camarão ao Bafo e também o sumo de Açaí. Os pratos mais conhecidos são: Camarão ao Bafo Creme de Camarão Castanha-do-Pará Filhote com Tucupi e Tapioca Suco de Açaí Tucunaré na Brasa Jennifer Rosa 20 Tucunaré na Brasa Ingredientes: 1tucunaré com peso maior que 2,0 kg Sal grosso Sal fino Pimenta do reino Suco de limão Modo de preparar: Limpe a barrigada e guelras. Lave bem. Deixe a cabeça e as escamas. Faça talhos em ambos os flancos com uma faca afiada. Tempere a carne do peixe do lado de dentro com o sal fino, a pimenta e o suco de limão. Os talhos devem receber na ordem, o suco de limão, a pimenta e o sal grosso. Deixe o peixe absorver o tempero por pelo menos 30 a 45 minutos. Leve então a churrasqueira numa grelha que permita você facilmente virar o peixe. Em fogo brando ele deverá estar pronto, dependendo do tamanho do peixe, em aproximadamente 45 minutos. Vire o peixe constantemente. Sirva com uma salada de maionese.Sumo de Açaí Ingredientes: 1 polpa (100 g ) de açaí 1 copo de água 50 ml de xarope de guaraná Modo de Preparo: Bata todos os ingredientes no liquidificador. Sirva em seguida Jennifer Rosa 21 Amazonas Bandeira do Amazonas Brasão do Amazonas O nome Amazonas é de origem indígena, da palavra amassunu, que quer dizer "ruído de águas, água que retumba". A base culinária e a mandioca, influência indígena que trouxe as técnicas de plantio e cultivo. A mandioca acaba transformando-se em farinha-d'água, beijus, pirões e mingaus. Outros pratos típicos amazonenses são: pato no tucupi, tacacá, peixe moqueado, pirarucu de sol, açaí, pequiá, pupunha, Calderada de Tambaqui, Matrinxã na Brasa. A caça é consumida bem no interior da Amazónia na forma de assados e cozidos : tartaruga, jacaré, pato e marreco. Os pratos são bem temperados com pimenta, herança dos índios que não conheciam o sal. Nas matas impera o guaraná mas existem dezenas de frutas nativas e a mais popular é a gigantesca banana pacova, oAçaí, Cupuaçu, Araçá-boi, Graviola, Macaxeira, Pupunha, Taperebá, Piquiá, Tucumã, Bacaba, etc. Os pratos mais conhecidos são: Bombons de Cupuaçu Caldeirada de Tucunaré Medalhões de Pirarucu Moqueca de Peixe com Pirão Pirarucu de Casaca Pudim de Cará Pudim de Tambaqui Jennifer Rosa 22 Tartaruga à Moda Karajá Ingredientes: 1cunhã (tartaruga nova) Modo de Preparo: Pegue uma cunhã (tartaruga nova) e mate a preceito. Faça um jirau de varas verdes. Fogo lento, de preferência brasas. Coloque a cunhã de cabeça para baixo. Depois de uma hora, pouco mais, verifique se o casco de cima está quente. É hora de virar. Espere outro tanto (num total de três horas, no máximo) e retire o fato inteiro. Molho: Retire a urina da tartaruga (que estoura ao ser assada no casco) e ponha num recipiente com limão, pimenta, tomatinho e sal. Misture bem e deixe descansar enquanto prepara a tartaruga. (Os Karajá tinham especial adoração por essa iguaria e esse molho. De toda a tartaruga apenas tiravam as tripas e temperavam-nas, para comer cru). Tacaca 2 Litros de Tucupí 2 Maços de Jambú 1 Maço de chicória Folhas de Alfabaca 1/2 kg de camarão seco médio ou graúdo 2 Cebolas médias 8 Dentes de alho 6 Colheres rasas de goma de mandioca Sal Pimenta cumari Modo de Preparo: Antes de nada, se colocam os camarões durante horas, de molho para tirar o sal; Troque a água algumas vezes Depois põe se o tucupí numa panela grande a fogo médio. Corta se cortando as cebolas, o alho e a chicória, em pedaços médios a graúdos e é colocado numa outra panela. Quando ferver se acrescentam as folhas de alfabaca e uns pedacinhos de pimenta esmagada, sal a gosto. Deixar ferver bastante até a cebola ficar transparente. Enquanto isso, limpar o Jambú, colocar água para ferver em outra panela e quando levantar fervor jogar as folhas para escaldar, deixar até mudar de cor e ficar com uma consistência mastigáveis. Pegar com uma pinça e colocar no Tucupi antes de servir ou, directamente na cuia, quando se fizer a montagem. Numa outra panela dissolver a farinha de tapioca com água fria e, quando os restos das coisas estiverem mais o menos prontas, coloca no fogo e mexer até que magicamente vai ficando uma goma transparente. Servido numa Cuia Jennifer Rosa 23 Bahia Bandeira da Bahia Brasão da Bahia A culinária da Bahia mais conhecida é aquela produzida no Recôncavo e em todo o litoral da Bahia, praticamente composta de pratos de origem africana, diferenciados pelo tempero mais forte à base de azeite de dendê, leite de coco, gengibre, pimenta de várias qualidades e muitos outros que não são utilizados nos demais estados do Brasil. Essa culinária, porém, não chega a representar 30% do que seus habitantes consomem diariamente. As iguarias dessa vertente africana da culinária estão reservadas, pela tradição e hábitos locais, às sextas-feiras e às comemorações de datas institucionais, religiosas ou familiares. No dia a dia, o baiano alimenta-se dos pratos herdados da vertente portuguesa, englobados no que se costuma chamar de "culinária sertaneja". São receitas que não levam o dendê e demais típicos de origem africana, como ensopados, guisados e várias iguarias encontradas também nos outros estados, embora com toques evidentemente regionais. Os pratos mais conhecidos são: Abará Acaçá Acarajé Bobó de Camarão Casquinha de Siri Cocada Preta Cuscuz de Tapioca Feijão de Leite Frigideira de Bacalhau Molho de Pimenta Moqueca de Camarão Queijadas Jennifer Rosa 24 Acarajé Ingredientes: 5 xícaras de feijão fradinho 2 colheres (sopa) de sal Azeite-de-dendê para fritar 1 cebola inteira 2 cebolas médias raladas. Modo de preparo: De véspera, coloque o feijão no copo do liquidificador e bata em velocidade alta somente para triturá-lo grosseiramente. Passe para uma tigela, lave sob água corrente para eliminar parte da casca, cubra com água e deixe de molho durante a noite. No dia seguinte, elimine o restante da casca, escorra a água, coloque no liquidificador, junte sal, bata até obter uma massa homogénea, coloque em uma tigela e espere. Coloque azeite-de-dendê em uma frigideira até atingir cerca de 3 cm de altura, junte a cebola inteira, leve ao fogo alto e deixe aquecer bem. Enquanto isto, acrescente a cebola ralada à massa de feijão e bata fortemente com uma colher de pau até obter uma mistura bem fofa. Quando a cebola que está no óleo começar a soltar fumaça, prepare os acarajés: usando uma colher de sopa, coloque porções da massa de feijão no óleo quente e frite até ficarem douradas por igual, retire com uma escumadeira e deixe escorrer sobre toalha de papel absorvente. QUEIJADAS Ingredientes: 3 xícaras de açúcar 1 xícara de água 4 1/2 xícaras de coco fresco ralado grosso 1 colher (sopa) de suco de limão Modo de preparo: Coloque açúcar e água em uma panela, leve ao fogo alto, deixe ferver, mexendo sempre com uma colher de pau; pare de mexer e deixe a calda caramelizada, ficando com uma cor bem dourada. Junte coco ralado, suco de limão, cozinhe mexendo sempre, até o doce adquirir uma cor morena e se soltar dos lados e do fundo da panela. Tire do fogo e, com uma colher, distribua montinhos sobre uma superfície de trabalho humedecida com água fria. Deixe esfriar, coloque em uma prato de servir e leve à mesa. Jennifer Rosa 25 Ceará Bandeira do Ceará Brasão do Ceará A cozinha cearense tem sabores tropicais e exóticos, com temperos peculiares, agradam aos mais exigentes paladares. Em geral,seus pratos reflectem traços marcantes da cultura popular e da influência deixada pelos colonizadores. Os frutos do mar são umas das iguarias dos da culinária cearense, sendo encontrados com variedade em toda a extensão do litora:. Caranguejos, siris, camarões, e ostras, que os servem de formas diferentes e apetitosas. A culinária cearense tem influência directa dos costumes alimentares dos primitivos índios que habitavam o Estado, enquanto outros pratos são originários dos colonizadores europeus. A influência negra, que foi muito forte na região Nordeste, principalmente no ciclo da cana-de- açúcar, também deixou marcas na cozinha cearense. Toda essa mistura de raças é responsável por uma herança gastronómica que até hoje pode ser observada no hábito alimentar da população cearense. Um dos pratos mais tradicionais é a peixada ao molho com legumes, acompanhada de porção de farinha, enquanto a lagosta é o mais requintado e preferido pelos visitantes. Nem só de mar vive a culinária cearense. Do sertão, vem a carne de sol com paçoca e macaxeira, o popular baião-de- dois, o feijão verde, além de comidas com forte tempero como sarrabulho, a carneirada e a panelada. Da cana-de-açúcar se faz a famosa cachaça, bebida que ganhou fronteiras. Não se pode esquecer dos deliciosos doces e bolos das festas juninas, nem deixar de provar os saborosos sucos e sorvetes feitos com frutas tropicais. Jennifer Rosa 26 Paçoca de Carne de Sol Ingredientes: 1 kg de carne bem seca ao sol 2 Cebolas fatiadas 3 Dentes de alho picados 1 kg de farinha de mandioca bem fina Banha para refogar Modo de Preparo: Dessalgue, de véspera, a carne seca, em diversas trocas de água Aqueça a banha e refogue a cebola e o alho, até murcharem acrescente a carne seca, até amaciar Em um pilão, coloque a carne seca refogada e a farinha de mandioca e soque, até que fique tudo bem socado e misturado Sirva com feijão e arroz Peixada Ingredientes: 11/4 Xícara de creme de leite 11/4 xícara de leite de coco 2 colheres (sopa) de suco de limão 1 colher (sopa) de azeite 1 colher (sopa) de manteiga 1 colher (sopa) de vinagre 1 colher (chá) de sal 3 dentes de alho amassados 5 postas de pargo (1 kg) 2 tomates cortados em quatro pedaços 1 cebola grande em pedaços grandes 1 pimenta-de-cheiro picada 1 pimentão vermelho cortado em pedaços grandes 2 ovos cozidos firmes Modo de Preparo: Tempere as postas de peixe com o sal, o vinagre e o suco de limão. No liquidificador, bata metade do leite de coco com metade do creme de leite. Junte metade da cebola, um tomate e o pimentão e bata por três minutos. Numa panela com capacidade para 5 litros, ponha o azeite e a manteiga. Junte o alho, a pimenta-de- cheiro, o tomate e a cebola restantes e refogue-os até ficarem macios. Acrescente o leite de coco e o creme de leite restantes e misture. Junte as postas de peixe e, em seguida, a mistura do liquidificador. Tampe a panela e cozinhe por 20 minutos ou até que, ao espetar o peixe com um garfo, a carne se separe em lascas. Jennifer Rosa 27 Espírito Santo Bandeira do Espírito Santo Brasão do Espírito Santo A tradição pesqueira e a herança da cultura indígena e negra influenciaram profundamente a culinária capixaba, tornando-a eclética, produto de muitas influências dos habitantes locais como portugueses, africanos e povos do norte da Europa. Com a vinda de imigrantes europeus novos pratos foram acrescentados à cozinha capixaba. Dos italianos, os que exerceram maior influência, temos o anholini, o tortei, a sopa pavese, o risoto e a polenta. Mineiros e baianos também trouxeram de suas terras pratos típicos, como o péla-égua (cangiquinha com costeleta de porco) e o vatapá. Entre os pratos típicos mais famosos citam-se a torta capixaba e a moqueca, a muma de siri e a caranguejada. Famosa internacionalmente, a moqueca capixaba é o prato mais conhecido da culinária do Espírito Santo. O nome "moqueca" designa um estilo de preparar o alimento que consiste no cozimento sem água, apenas com os vegetais e frutos do mar e, ao contrário da moqueca baiana, a capixaba não recebe azeite de dendê e nem leite de coco. Logo em seguida, vem a torta capixaba, preparada com vários frutos do mar, como siri desfiado, camarão, ostra e sururu, além de bacalhau e palmito. Prato tradicional durante a Semana Santa em todas as casas capixabas. A técnica de catar o crustáceo é a mesma que já utilizavam os indígenas, fartos comedores de caranguejo - vai-se com lama até os joelhos e recolhe-se os caranguejos no tato e no jeito, para que os dedos não sejam aferroados pelas puãs. O siri, crustáceo primo do caranguejo, é pescado com jereré ou puçá, ambos se parecem com rede de caçar borboletas, sendo o jereré ou puçá que leva a isca; a pesca sem isca é geralmente feita à noite, à luz de lampiões. As Desfiadeiras de Siri da Ilha das Caieiras, assim como as Paneleiras de Goiabeiras, ocupam atividade artesanal de destaque na composição da cultura popular de Vitória. Mas o maior tempero da culinária capixaba é a Panela de Barro. A panela de barro é, sem dúvida, uma das maiores expressões da cultura popular do Espírito Santo. Desde a sua origem - nas tribos indígenas que habitaram o litoral do Estado - até os dias de hoje, a técnica de sua confecção e a estrutura social das artesãs pouco mudou. O trabalho artesanal das paneleiras sempre garantiu a sobrevivência económica de seus familiares, como também de suas tradições. A região de Goiabeiras, ao norte da Ilha de Vitória, sempre foi o local tradicional da produção de panelas de barro. No início, o trabalho era de cunho familiar e as panelas eram feitas nos quintais das casas das paneleiras. Jennifer Rosa 28 MOQUECA CAPIXABA Ingredientes para a Tintura de Urucum: 5 colheres (sopa) de sementes de urucum 2 xícaras de óleo. Ingredientes para a Moqueca: 2 dentes de alho amassados Sal a gosto 3 colhere (sopa) de suco de limão 1 kg de postas de peixe (robalo ou badejo) 1 cebola grande picada 4 tomates grandes sem pele e sementes, picados 2 colheres (sopa) de cebolinha verde picada 2 colheres (sopa) de coentro picado 4 tomates grandes sem pele e sementes, picados 2 colheres (sopa) de azeite de oliva. Modo de preparo da Tintura de Urucum: Coloque as sementes de urucum e o óleo em uma panela, leve ao fogo alto e deixe aquecer até o óleo ficar bem vermelho, tire do fogo, deixe esfriar e coe. Modo de preparo da Moqueca: Misture alho amassado, sal, suco de limão e tempere as postas de peixe. Unte uma panela de barro com 1 colher (sopa) de azeite, coloque as postas de peixe na panela, uma ao lado da outra, sem sobrepor, cubra com cebola, tomate, cebolinha, coentro, regue com 2 colheres (sopa) de azeite e 3 colheres (sopa) da tintura de urucum preparada (reserve o restante para utilizar em outras preparações). Leve a panela ao fogo alto, deixe começar a ferver, verifique o tempero, abaixe o fogo, tampe a panela e cozinhe, sem virar as postas, sacudindo a panela de vez em quando para o peixe não grudar no fundo, por cerca de 20 minutos ou até as postas ficarem macias. MOLHO DE PIMENTA Ingredientes: 2 pimentas malaguetas pequenas sem sementes 4 colheres (sopa) de suco de limão3 colheres (sopa) de vinagre 1 dente de alho 1 cebola grande cortada em fatias bem finas ou picadas 1 colher (sopa) de coentro picado 1 colher (sopa) de cebolinha verde picada 7 colheres (sopa) de azeite de oliva Modo de preparo: Amasse bem as pimentas com suco de limão, vinagre, alho, junte cebola, coentro, cebolinha verde e misture. Acrescente o azeite, mexendo sempre, até obter um molho homogêneo (se ficar muito picante, junte um pouco de água. Coloque em uma molheira e sirva, acompanhando a Moqueca Capixaba. Jennifer Rosa 29 Goiás Bandeira de Goiás Brasão de Goiás A variedade gastronómica em Goiás é grande. As opções vão do arroz com feijão feito no fogão à lenha aos pratos que levam os frutos típicos e exóticos da região. Um deles é o empadão goiano, tipo de torta feita com carne de porco, linguiça, frango, queijo e guariroba (que parece um palmito amargo), assada em uma cumbuca e servida individualmente. Outros pratos que podem ser saboreados na cidade são o feijão-tropeiro, o arroz Maria Isabel (arroz-de-carreteiro), o peixe na telha e a moqueca de peixe. Aromático e amarelo, o pequi é um controverso ingrediente da culinária goiana. Não há meio-termo. Ama-se ou odeia-se. O pequi tem gosto forte e exótico e está em receitas doces e salgadas, do licor ao arroz e à galinhada. Mas atenção: nunca morda um pequi, pois o seu interior é repleto de minúsculos espinhos. Ao prová- lo, com os dentes, raspe delicadamente a sua superfície. Os pratos mais conhecidos são: Arroz de Pequi Doce de Cidra Dourado com Molho de Coco Empadão Pamonha Jennifer Rosa 30 Pamonha Ingredientes: 30 espigas de milho verde 4 colheres (sopa) de banha de porco ou manteiga bem quente Sal a gosto 1 kg de linguiça calabresa cortada em rodelas. Modo de preparo: Com uma faca afiada, corte a base das espigas de milho, tire as palhas, reserve-as para embrulhar as pamonhas, elimine os cabelos, rale as espigas e com a faca, raspe o sabugo para extrair o milho restante. Junte a banha de porco ou manteiga, tempere com sal, acrescente as rodelas de lingüiça e misture bem. Faça pacotinhos com a palha de milho, encha com a mistura preparada e amarre a extremidade com uma tira de palha molhada. Encha uma panela grande com bastante água, leve ao fogo alto, deixe ferver, coloque as pamonhas e cozinhe até a palha ficar amarelada. Tire a pamonha do fogo e sirva quente, acompanhada de café e manteiga. GALINHADA Ingredientes: - 1/2 Xícara (chá) de óleo - 1 Galinha cortada em pedaços - 5 Dentes de alho amassados - 1 Cebola picada - 1 Pimenta dedo de moça - Pimenta do reino a gosto - 1 Tomate picado - 2 Cubos de caldo de galinha - 1 Xícara (chá) de salsicha picada - 2 Xícaras (chá) de arroz - 1 1/2 Litro de água quente (mais ou menos) - Suco de 1/2 limão - 1 Cenoura ralada - 1 Xícara (chá) de cebolinha picada (para finalizar o Prato) Modo de Preparo Numa panela grande coloque o óleo, deixe esquentar e doure bem os pedaços de frango até ficar na cor caramelo. Faça um refogado com alho, cebola, as pimentas, o tomate picado, o caldo de galinha e a salsinha. Incorpore o arroz ao molho, coloque a água quente e o suco de limão e deixe cozinhar. Quando a água estiver secando e o arroz, junte a cenoura ralada, a cebolinha e mexa devagar. Tampe a panela e desligue o fogo. Jennifer Rosa 31 Maranhão Bandeira de Maranhão Brasão de Maranhão A cultura maranhense é expressa de várias formas: na música, no artesanato, nas festas, em manifestações como o Bumba-Meu-Boi e também na culinária. Muitos pratos foram criados há muito tempo pelos africanos, portugueses, índios, árabes e outros povos. A mistura de elementos afro-indígenas e portugueses tornaram a culinária maranhense eclética, saborosa e colorida. Dos portugueses foram herdados os ensopados, guisados e os cozidos, aos quais foram acrescidos quiabo, jerimum, batata-doce, cará , inhame, mandioca e outros componentes conhecidos por negros e índios, que dão sabor e cor especiais à comida. Ao longo do tempo, o povo maranhense foi adaptando esses pratos aos seus ingredientes e ao seu paladar. Peixes, camarões, moluscos e mariscos são o forte da culinária e podem ser servidos de diversas formas. Como acompanhamento é servido o famoso arroz de cuxá preparado com camarão seco, gergelim torrado e vinagreira Os pratos mais conhecidos são: Arroz de Carangueijo Arroz-de-Cuxá Caruru Compota de Bacuri Cuxá-da -Roça Derresol Doces de Espécie Monteiro Lopes Pé-de-Moleque Peixe Maqueado Sopa de Camarão Jennifer Rosa 32 ARROZ-DE-CUXÁ Ingredientes: 500 gr de camarões secos sem casca 1/2 xícara de farinha de mandioca 1 1/2 xícara de gergelim torrado 1 maço pequeno de vinagreira (azedinha) ou espinafre limpo, lavado e escorrido 2 colheres (sopa) de óleo 2 dentes de alho amassados 1 cebola média picada 2 tomates grandes sem pele e sementes, picados 500 gr de camarões frescos pequenos, limpos, lavados e escorridos 6 colheres (sopa) de cheiro verde (salsa, cebolinha e coentro) picados 3 xícaras de arroz limpo, lavado, escorrido e cozido. Modo de preparo: No liquidificador, coloque os camarões secos, farinha de mandioca, gergelim, bata até obter uma mistura homogênea. Em uma panela, coloque a vinagreira, regue com um pouco de água, tempere com sal a gosto, cozinhe até ficar macia (se estiver usando espinafre, não precisa acrescentar água), tire a verdura do fogo, escorra, esprema e pique bem. Coloque óleo em uma panela, leve ao fogo alto, deixe aquecer, junte alho, cebola, doure levemente, acrescente tomates, refogue até ficarem macios, junte camarões frescos e cozinhe por alguns minutos, somente até ficarem rosados. Adicione a mistura de camarão seco, a verdura picada, cubra com água e cozinhe, mexendo de vez em quando, até obter um molho com consistência de mingau ralo. Tire do fogo, junte cheiro verde e misture. Coloque o arroz cozido bem quente em um prato de servir, cubra com o molho de camarão e leve imediatamente à mesa. PÉ-DE-MOLEQUE Ingredientes: 1 1/2 xícara de farinha-d´água (farinha de mandioca granulada) 2 1/2 xícaras de coco ralado fresco 2 colheres (sopa) de manteiga 1 xícara de açúcar 1/2 xícara de leite de coco Uma pitada de sal 3 xícaras de óleo para fritar Açúcar misturado com canela em pó para polvilhar. Modo de preparo: Retire os caroços da farinha-d´água, coloque a farinha em uma tigela, cubra com água, remova a "palha" que sobe à superfície, escorra, repita a operação e escorra novamente. Coloque a farinha na tigela e deixe hidratar até ficar "seca", isto é, até absorver toda a água. Junte coco ralado e misture bem, acrescente manteiga, açúcar, amasse bem, juntando leite de coco aos poucos e uma pitada de sal (se for necessário, não utilize todo o leite de coco, somente o suficiente para unir os ingredientes). Coloque óleo em uma panela, leve ao fogo alto, deixe ficar bem quente; tire pequenas porções da massa, modele, dando formato de croquetes, mergulhe aos poucos no óleoquente e frite até ficarem dourados. Tire com uma escumadeira e deixe escorrer em papel absorvente. Jennifer Rosa 33 Mato Grosso e mato grosso do sul Bandeira de Mato Grosso Brasão de Mato Grosso Bandeira de Mato Grosso do Sul Brasão de Mato Grosso do Sul A culinária mato-grossense é a mais rica em peixes na Região Centro-Oeste do Brasil. Usa o pacu, a piraputanga, pacupeba, piabucu, curimbatá e o jaú, entre outros, os mato-grossenses preparam diversos pratos, abusando da pimenta malagueta. Entre os doces, o furrundum e a banana não pode faltar em seus pratos e sofreu forte influência da culinária indígena, africana, espanhola e portuguesa. Os pratos mais conhecidos são: Caldo de Piranha Caribéu Carne Ensopada com Banana Verde Furrundum Mojica de Pintado Pacú Assado Glossário Jennifer Rosa 34 CARNE ENSOPADA COM BANANA VERDE Ingredientes: 1 kg de carne-seca 3 colheres (sopa) de banha 3 dentes de alho amassados 1 cebola grande picada 10 tomates médios sem sementes, picados Sal e pimenta a gosto 3 bananas-nanicas verdes, cortadas em rodelas grossas Cebolinha verde picada a gosto. Modo de preparo: De véspera, lave a carne-seca, escorra, corte em pedaços pequeno, coloque em uma tigela, cubra com água e deixe de molho até o dia seguinte, trocando a água três ou quatro vezes para eliminar o excesso de sal. Coloque em uma panela, cubra com água, leve ao fogo alto, deixe ferver, tire do fogo e escorra bem. Coloque banha em uma panela, aqueça em fogo alto, junte alho, cebola, deixe dourar levemente, acrescente tomates, refogue até ficarem macios, junte a carne ao refogado, misture, tampe a panela e cozinhe, acrescentando água quente aos poucos, até a carne ficar macia e com molho suficiente para cobri-la. Tempere com sal e pimenta a gosto, junte as rodelas de banana e cozinhe até ficarem macias, mas sem se desfazer, acrescentando mais água quente se for necessário. FURRUNDUM Ingredientes: 2 Cidras média (cerca de 1 kg) 1 rapadura com cerca de 400 gr raspada ou 3 xícaras de açúcar mascavo 1 colher (sopa) de gengibre fresco ralado 1 coco grande ralado fino. Modo de preparo: Lave bem as cidras, rale a casca no ralador grosso sem atingir a polpa, deixe a casca ralada de molho em uma tigela com água fria, trocando a água várias vezes, por algumas horas ou até eliminar o sabor amargo. Escorra e esprema bem. Coloque a casca ralada em uma panela, junte a rapadura ou açúcar mascavo, misture bem, acrescente gengibre, leve ao fogo brando e cozinhe, mexendo de vez em quando, até o fundo da panela começar a aparecer. Acrescente o coco ralado, cozinhe mexendo sempre, por mais alguns minutos. Tire do fogo, deixe esfriar, retire pequenas porções da massa e modele dando forma. Jennifer Rosa 35 Minas Gerais Bandeira de Minas Gerais Brasão de Minas Gerais A culinária mineira é realmente uma das mais ricas e completas do País. A história vem desde o século XVIII. Enquanto alguns estados, como Paraná e São Paulo, já se preocupavam com grandes plantações para garantir o abastecimento da população, em Minas Gerais fervia a busca ao ouro e as pedras preciosas. Por causa dessa busca desenfreada pela riqueza rápida, e também pelo rígido controle na entrada e saída de mercadoria imposto pelos Portugueses, o povo mineiro descobria um jeito mais fácil de comer. Repare, os pratos mineiros mais tradicionais são basicamente aqueles provenientes do fundo do quintal de casa (frango, porco, feijão, milho, mandioca e verduras). A própria carne de vaca, presente nessa culinária, não é tão intensa. Isso torna a história da comida mineira muito interessante. Outra característica que se arrasta pelo tempo é a fartura. Come-se muito bem nas casas mineiras. Uma visita é obrigatoriamente seguida de broas de milho, café fresquinho, pão de queijo e doces em compotas com queijo branco. Essa tradição é ainda mais forte no interior. Outro detalhe peculiar são as receitas passadas de geração em geração. Mas não pensem que todas essas maravilhas foram criadas aqui. Algumas também são importadas, é claro. Prova disso é o Frango ao Molho Pardo. Veio de Portugal e se adaptou perfeitamente ao nosso paladar. A região do Rio São Francisco nos brinda com maravilhosas receitas de peixes. A Zona da Mata contribui com os derivados do leite. Mas uma receita agrada a todos os mineiros e fica difícil até identificar de que região vem. É o pão de queijo, que deixou de ser uma receita mineira para ser uma divindade universal. Jennifer Rosa 36 FRANGO COM QUIABO Ingredientes para o Frango: 1 Frango grande com cerca de 2,3 kg, limpo 3 dentes de alho amassado 1/2 colher (chá) de cominho em pó 1 folha de louro picada Sal e pimenta malagueta a gosto 2 xícaras de água quente 300 gr de quiabo (cerca de 20 quiabos) lavados, enxutos, sem as pontas e cortados em rodelinhas de 1 cm 1 cebola grande picada 2 pimentões verdes médios sem sementes, picados 1 colher (sopa) de suco de limão ou vinagre. Ingredientes para o Angu: 3 1/2 Xícaras de fubá 8 xícaras de água quente. Modo de preparo do Frango: Corte o frango pelas juntas, coloque os pedaços em uma tigela, tempero com alho, cominho, louro, sal, pimenta e deixe descansar por cerca de 2 horas. Coloque óleo em uma panela, aqueça em fogo alto, junte o frango, frite, mexendo sempre, até dourar por igual; acrescente água quente, cozinhe mexendo de vez em quando, até o frango ficar macio, tire da panela e reserve. Escorra o excesso de óleo deixando somente 2 colheres (sopa) na panela, leve novamente ao fogo, junte os quiabos, cebola, pimentão, regue com suco de limão ou vinhagre e frite, mexendo delicadamente, por cerca de 10 minutos ou até os quiabos ficarem bem secos. Coloque o frango na panela, regue com um pouco de água quente, verifique o tempero, cozinha por mais alguns minutos, tire do fogo e reserve em lugar aquecido. Modo de preparo do Angu: Coloque o fubá em uma panela e dissolva com um pouco de água fria, leve ao fogo alto e, mexendo sem parar, junte a água quente. Quando o angu começar a grudar no fundo da panela, reduza o fogo ao mínimo, continue o cozimento mexendo sempre, até o angu se desprender, tire do fogo e coloque imediatamente em uma tigela de barro. Passe o frango para um prato de servir e leve à mesa acompanhado do angu. TORRESMOS Ingredientes: 1,5 kg de toucinho fresco magro 1/2 colher (sopa) de sal 2 dentes de alho. Modo de preparo: Usando uma faca afiada, tire o couro do toucinho, corte o toucinho em cubos, coloque em uma tigela, tempere com sal e dentes de alho amassados e deixe descansar por cerca de 1 hora. Coloque o toucinho em uma panela de ferro ou uma panela reforçada, leve ao fogo alto, deixe começar a fritar, abaixe o fogo e frite o toucinho, mexendo de vez em quanto, até ficar dourado. Tire os torresmos com uma escumadeira, deixe escorrer sobre papel absorvente, passe para um prato de servir e leve imediatamenteà mesa. Jennifer Rosa 37 Pará Bandeira do Pará Brasão do Pará A Culinária do Pará apresenta como sua maior influência a cultura indígena e, um pouco da portuguesa e africana. Os ingredientes básicos são oriundos da exuberante natureza da Amazónia, como camarão, caranguejo, marisco, peixe, aves, caça, pato, todos temperados com folhas (maniva, chicória, coentro), pimentas de cheiro e ervas. São cozidos em panelas de barro ou assados em moquéns e embebidos de tucupi. Comem-se até às larvas de insectos e ovos de diferentes aves. Servidos em cuias, em casulos de folhas de banana, em recipientes de barro e até em toscas urupemas dando um sabor agradabilíssimo aos pratos do Pará. Pratos típicos Pato no tucupi Constituído de pato, tucupi e jambu. O tucupi é um caldo amarelo extraído da mandioca e por isso precisa ser cozido durante uma semana. O pato, depois de assado, é cortado em pedaços e fervido no tucupi, onde fica de molho por algum tempo. O jambu é fervido em água com sal, escorrido e posto sobre o pato. É servido com arroz branco e farinha de mandioca. Maniçoba do tupi Maní, deusa da mandioca. Usa-se uma tipicamente uma panela de barro ou de porcelana. Prato de aspecto duvidoso, demora pelo menos uma semana para ser feito, pois a folha da maniva ( a planta da mandioca), depois de moída, deve ser cozida durante, pelo menos, quatro dias com a intenção de eliminar o ácido cianídrico que contém. Depois disso é acrescentado o charque, toucinho, bucho, mocotó, orelha, pé e costelas salgadas de porco, chouriço, lingüiça e paio, praticamente os mesmos ingredientes de uma feijoada completa. É servido com arroz branco, farinha d'água e pimenta de cheiro a gosto. Caruru feito com quiabo, camarões secos e inteiros, tempero verde (alfavaca e chicória), farinha seca bem fina e azeite de dendê. Após fervidos o quiabo, o tempero verde e os camarões na água, acrescenta-se a farinha e faz-se um pirão. Estando pronto o pirão, adicionam-se-lhe os quiabos bem escorridos, o camarão já refogado com todos os temperos e, por último, o azeite de dendê. Jennifer Rosa 38 Tacacá de origem indígena, é um mingau quase líquido, servida em cuias e vendida pelas "tacacazeiras", geralmente ao entardecer, na esquina das principais ruas das cidades paraenses, sobretudo Belém. É constituído de uma mistura que leva tucupi, goma de tapioca cozida, jambu e camarão seco. Vatapá O vatapá paraense não leva peixe, nem amendoim, nem castanha-de-caju. Ao caldo da cozedura das cabeças e das cascas de camarão salgado perfumado com alfavaca, chicória, alhos e cheiro verde, adiciona-se farinha de trigo e/ou de arroz, obtendo-se um mingau. Acrescenta-se o leite de coco puro, camarões já fervidos e azeite de dendê. Chibé vocábulario tupi, composto de Che - eu, meu - e Ibe ou Tibe- caldo. É considerada a mais paraense de todas as comidas. Uma bebida com um gosto levemente acidulado, leva farinha de mandioca e água. Muito nutritiva, pois após ser processada, a mandioca ultrapassa, em dobro, ou mais até, a quantidade da maioria de seus elementos nutritivos. Peixes e mariscos Pirarucu Tambaqui Tamuatá Acará Tucunaré Gurijuba Dourada Pescada Aracu Arroz de Jambu Ingredientes: 1 Colher (sopa) de manteiga 2 dentes de alho picados 1 cebola média picada 1 xícara de arroz 1 xícara de folhas de jambu sal a gosto. Modo de Preparo: Numa panela com a manteiga, refogue o alho e a cebola até começarem a dourar. Junte o arroz e refogue por mais alguns minutos. Adicione 2 xícaras de água fervente, tempere e cozinhe em fogo médio, até o arroz ficar macio e cozido. Enquanto isso, lave as folhas de jambu e coloque para ferver rapidamente numa panela com gua fervente. Escorra, corte as folhas e misture com o arroz. Jennifer Rosa 39 Paraíba Bandeira da Paraíba Brasão da Paraíba Assim como cada região tem sua gastronomia própria, a Paraíba também tem a sua especial, no Litoral, os frutos do mar são preparados logo após a pesca, frescos, com o uso moderado de leite de coco e temperos regionais, garantindo a qualidade e o sabor dos pratos. O caranguejo e a lagosta já são símbolos da culinária nordestina. O peixe tem suas várias formas de preparo, tanto cozido como frito ou assado, ele tem aqui seu tempero especial. No Sertão, a carne de sol e a paçoca são bem acompanhadas pelo nosso "baião-de-dois". Sendo um prato típico do Nordeste, o "baião-de-dois" é a mistura de arroz e feijão, cozidos juntos, com manteiga da terra e queijo de coalho. Das frutas regionais fazem se de sumos, doces, geleias, licores e gelados. O caju é a fruta mais famosa, sem contar também com outras frutas em destaque, como sirigüela, imbu, cajarana, sapoti, graviola e manga. Entre outros produtos típicos da gastronomia paraíba estão a castanha de caju, a rapadura, o caldo de cana e a nossa famosa cachaça. Os pratos mais conhecidos são: Buchada de Bode da Paraíba Carne de Sol com Puré de Macaxeira paraibana Carne-de-Sol ao Forno Chambaril Galinha de Cabidela paraibana Lagosta ao Alho e Óleo paraibana Moqueca de Camarão paraibana Moqueca de Peixe Paraibana Panelada Paraibana Peixada Paraibana com Legumes e Pirão Pernil de Cabrito Paraibano Assado Quibebe Paraibano Jennifer Rosa 40 Buchada de Bode da Paraíba Ingredientes: Vísceras de 1 cabrito (bucho, tripas, fígado e rins) 4 limões grandes Sal e pimenta-do-reino a gosto 3 dentes de alho esmagados 4 cebolas picadas 1 maço de cheiro verde picado 2 folhas de louro picadas 2 ramos de hortelã picados 1 xícara de vinagre 2 colheres de sopa de azeite 200 g de toucinho fresco picado Sangue coagulado do cabrito Modo de Preparo: Limpar as vísceras, retirando a cartilagem e o sebo. Limpar o bucho e esfregar o limão por dentro e por fora. Deixar de molho em água fria com o suco de 1 limão por 5 h. Picar em tirinhas as tripas e demais vísceras. Temperar com sal, pimenta-do-reino, alho, cebola, cheiro verde, louro e hortelã. Juntar o vinagre e deixar descansar. Aquecer o azeite e adicionar o toucinho, deixando em fogo baixo até derreter, formando torresmos. Retirar os torresmos e na gordura que se formou refogar todas as vísceras. Juntar o sangue coagulado já picado e retirar do fogo. Retirar o bucho do molho de limão, aferventar inteiro. Colocar o refogado de vísceras e os torresmos no interior do bucho e costurar com agulha e linha. Levar ao fogo uma panela com bastante água e sal e deixar ferver. Colocar o bucho e cozinhar em fogo brando durante 4 h. Servir com molho de pimenta forte e farinha de mandioca crua. Galinha de Cabidela paraibana Ingredientes: 1 galinha de capoeira gorda 1 cebola picada 1 colher de sopa de coentro e cebolinha bem picados 1 colher de banha 1 colher de manteiga 2 colheres de sopa de vinagre Sal a gosto Modo de Preparo: Sangrar a galinha e aparar o sangue num prato fundo com o vinagre, sempre batendo com um garfo. Cozinhar a galinha aos pedaços com todos os temperos e, quase na hora de servir, colocar o sangue e mexer bem para não talhar. Jennifer Rosa 41 Paraná Bandeira do Paraná
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