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DOENÇAS CARDIOVASCULARES Patrícia Teixeira Costa Ricardo Farinasso USF - 2015 - Doença cerebrovascular - Doença coronariana - Miocardiopatias São, no Brasil, a maior causa de mortalidade Problema de saúde pública Síndromes Isquêmicas Coronárias Agudas - Angina instável - Infarto agudo do Miocárdio (IAM) ANGINA PECTORIS • Síndrome clínica devido à isquemia miocárdica • Caracterizada por desconforto ou pressão precordiais • Precipitada por esforço e aliviada por repouso ou nitroglicerina Etiologia: Obstrução arterial coronariana Aterosclerose - Placa Vulnerável: excêntrica; conteúdo lipídico mole; cápsula fibrosa fina • maior agregação plaquetária - Placa Estável: conteúdo lipídico; cápsula espessa Fisiopatologia: Alteração da relação oferta/consumo de O2 para o miocárdio: - Condições que oferta O2 - Condições que consumo O2 - Ambas Agressão vascular •Tipo I: alterações funcionais das células endoteliais sem alteração morfológica •Tipo II: lesão do endotélio (camada íntima) Infiltração de monócitos Adesão de plaquetas Liberação de citocinas 3- Tipo III: danos da camada íntima e média da artéria, rotura da placa aterosclerótica com formação de trombos Condições extra-cardíacas de oferta O2 - Hemorragias - Anemias Condições extra-cardíacas que inibem a liberação O2 - Hemoglobinas anormais - Monóxido de carbono Sinais Clínicos Pode não ser percebida como dor ou manifestar-se tipicamente como dor retroesternal de forte intensidade, irradiada para: - região cervical - MSE - maxilares e dentes - dor de estômago • Sudorese fria • Palpitação • Mal estar Tipos de Angina 1. Angina Estável: Geralmente desencadeada por esforço, emoção, febre, dor, hipertensão arterial Evolução favorável após repouso ou medicação Tratamento: 1- Medicamentoso 2- Nitratos 3- Beta-bloqueadores 4- Antagonistas do cálcio 2. Angina Instável: Dor com diminuição da intensidade do esforço ou ao repouso Dor prolongada Tratamento: 1- Hospitalização em UCO 2- ECG 12/12 horas 3- Enzimas sangüíneas 3. Angina Variante Secundária a espasmo de grande vaso, desconforto em repouso e elevação do segmento ST durante o ataque. Melhora com nitroglicerina sublingual e bloqueador de canais de Ca++ EXAMES DIAGNÓSTICOS 1- Eletrocardiograma (ECG) 2- Ecocardiograma (ECO) 3- Ergometria (avaliação da capaci// máxima de esforço) 4- Coronariografia/Ventriculografia - Obstrução coronária - Função ventricular 5- Holter (identifica/quantifica arritmias cardíacas; identifica episódios de isquemia miocárdica que ocorrem durante sono, repouso e esforço) INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Causado por uma limitação importante do fluxo sanguíneo coronário de grande duração, resultando em necrose do músculo cardíaco. Maior problema de saúde pública no mundo industrializado. 1,5 milhões de pacientes sofrem anualmente de IAM nos EUA ( 1 paciente a cada 20 segundos). Fisiopatologia 90% dos casos, a causa da oclusão aguda da coronária é secundária a um trombo sobre a placa aterosclerótica Formação do Trombo Fissura da placa aterosclerótica exposição de colágeno e células endoteliais agregação plaquetária ativação da cascata de coagulação TROMBO Isquemia redução imediata e progressiva da contratilidade abolindo sua contração em poucos minutos Oclusão maior que 20 minutos = necrose irreversível Ausência de circulação colateral = pior prognóstico Quanto antes a reperfusão, a extensão da necrose Sinais Clínicos Dor retroesternal, intensa, sensação de aperto e duração acima de 30 minutos Pode irradiar-se para: - pescoço; - mandíbula - MMSS - Dorso Sudorese Dispnéia Náusea Vômito # Nos idosos e diabéticos, a dor pode ser incaracterística ou ausente Pressão Arterial: normal na maioria dos casos Ausculta Cardíaca: ruídos abafados Tratamento preconizado para IAM 1. Diagnóstico e estabilização do paciente 2. Medidas de reperfusão aguda: trombolíticos 3. Antiplaquetários e antitrombóticos 4. Outros agentes farmacológicos 5. Cirurgia Contra indicações para trombólise: - Sangramento ativo - Coagulopatias - Má formação do SNC - AVC isquêmico recente - etc Relação entre área infartada e artéria correspondente ocluída: Art. Coronária Direita Parede posterior inferior do VE Art. Circunflexa Parede posterior e inferior ou parede lateral VE Art. Descendente Anterior Regiões anteriores e apical VE Depende: - Extensão do miocárdio coberta por determinada artéria - Circulação colateral FUNÇÃO CARDÍACA NO IAM 1- Área necrosada inferior a 10% do VE: - trabalho cardíaco normal - pressão arterial normal - fração ejeção normal 2. Área necrosada superior à 40% do VE: - quadro grave choque cardiogênico (quase sempre irreversível) ÁREA DE MÚSCULO NECROSADA Hipocinesia Acinesia Discinesia/expansão paradoxal ECG (de grande valor para diagnóstico do IAM) Informa: 1- localização 2- extensão 3- complicações associadas (bloqueios e arritmias) Obs.: Às vezes o ECG é normal nas primeiras 12 hs Alterações Miocárdicas Causadas por Hipóxia: Isquemia Lesão Necrose CLASSIFICAÇÃO DE KILLIP, 1969. Classe I Aparentemente normais Classe II Com estertores de bases pulmonares (Congestão Pulmonar) Classe III Com Edema Agudo de Pulmão Classe IV Com Choque Cardiogênico SEQUÊNCIA DE MODIFICAÇÕES NO MIOCÁRDIO APÓS IAM 1a semana: fenômenos necrose e início remoção fibras musculares necrosadas 2a semana: mecanismos de remoção chegam ao máximo adelgaçamento parede miocárdio formação colágeno 3a semana: período final remoção material necrótico formação abundante colágeno 4a a 6a semana: cicatrização progressiva área infartada ACHADOS LABORATORIAIS (importância diagnóstica) Troponina (mais sensível e específica para IAM) CK- MB TGO (inespecífica) DHL (inespecífica) CK (inespecífica) EVOLUÇÃO PÓS - IAM 1. Boa evolução 2. Complicações de maior ou menor importância 3. Roturas 4. Insuficiência Mitral 5. Novas áreas de necrose / extensão do infarto 6-Expansão do infarto (adelgaçamento da parede infartada) 6. ICC: Choque Cardiogênico Aneurismas AVCs (devido a trombos intracavitários) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 1. Angina de peito 2. Arritmias cardíacas paroxísticas 3. Pericardites 4. Aneurisma dissecante de Aorta 5. Embolia Pulmonar 6. Pneumotórax e enfisema intersticial 7. Afecções aparelho digestivo TRATAMENTO DO IAM Internação em UCO: 1. Monitorização eletrocardiográfica (72hs) 2. Exames laboratoriais (alteração enzimas plasmáticas) 3. Alívio da dor 4. O2 ( máscaras/catéteres 2-4 l/m) 5. Nitratos (empregado de horário, mesmo na ausência de dor) 6. Hialuronidase (1a 72hs, efeito proteção miocárdio) 7. Beta-bloqueador* FC HAS Alívio da dor Prevenir taquiarritmias * Obs.: Por todas essas ações, o beta - bloqueador é a melhor droga para MVO2 e para proteger áreas de isquemia e evitar a extensão da área de necrose. 8. Trombólise das obstruções coronárias agudas (Estreptoquinase / uroquinase) Diretamente no local obstrução (Coronariografia) ou via venosa Até 6 hs após o início do quadro agudo de isquemia Restauração do fluxo coronariano obstruído TRATAMENTO CIRÚRGICO Revascularização do Miocárdio Pontes Safena Pontes artéria mamária Angioplastia coronária Catéter via femural até ponto obstrução Desfaz obstrução e refaz circulaçãop/ miocárdio
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