Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Definição O termo infarto do miocárdio significa basicamente a morte de cardiomiócitos causada por isquemia prolongada. Em geral, essa isquemia é causada por trombose e/ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica. O processo migra do subendocárdio para o subepicárdio. A maior parte dos eventos é causada por rotura súbita e formação de trombo sobre placas vulneráveis, inflamadas, ricas em lipídios e com capa fibrosa delgada. Uma porção menor está associada à erosão da placa aterosclerótica. Epidemiologia As doenças que acometem o coração, bem como o sistema circulatório, recebem o nome de doenças cardiovasculares (DCVs). Dados epidemiológicos demonstram que cerca de 47% dos óbitos, aproximadamente 15 milhões por ano no mundo, são causadas por DCVs. Dentre as DCVs encontramos as síndromes coronarianas agudas (SCA), em geral causadas por obstrução coronariana decorrente de trombos e vasoespasmo sobre lesões ateroscleróticas nas coronárias. As SCA apresentam diversas formas de manifestação como angina instável, infarto agudo do miocárdio e morte súbita. A maioria das mortes por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) ocorre nas primeiras horas de manifestação da doença, sendo 40 a 65% na primeira hora e, aproximadamente, 80% nas primeiras 24 horas. As doenças cardiovasculares continuam sendo a primeira causa de morte no Brasil, responsáveis por quase 32% de todos os óbitos. Além disso, são a terceira maior causa de internações no país. Doença da artéria coronária (dac) aterosclerose: 1. Aterosclerose coronariana 2. Acúmulo anormal de lipídios e tecido fibroso no revestimento das paredes das artérias. 3. Bloqueiam e estreitam os vasos coronarianos. 4. Reduzem o fluxo sanguíneo para o miocárdio. A doença da artéria coronária (DAC) é o tipo mais prevalente de doença cardiovascular em adultos. 1. Ateroma 2. Dependendo do grau de inflamação e da espessura do revestimento fibroso. 3. Estável 4. Instável placa vulnerável: Infarto Agudo do Miocárdio. Fatores de risco para as dacs: Modificáveis: 1. Dislipidemias 2. Sedentarismo 3. Hipertensão 4. Obesidade 5. Diabetes 6. Estresse Infarto agudo do miocárdio 7. Tabagismo 8. Consumo de álcool. Não modificáveis: 1. História familiar 2. Sexo 3. Idade 4. Raça Prevenção: Controle das anormalidades no colesterol Atividades físicas Promoção do abandono do tabagismo Medidas alimentares Controle do diabetes melito Medicamentos Manejo da hipertensão artéria Manifestações clínicas: 1. Aporte sanguíneo inadequado, privando as células musculares cardíacas do oxigênio necessário para a sua sobrevivência. 2. Isquemia. 3. A angina de peito refere-se à dor torácica ocasionada pela isquemia do miocárdio. 4. Pode resultar em lesão irreversível e morte das células miocárdicas. 5. Morte súbita cardíaca. Tipos de angina: Angina estável: dor previsível e consistente que ocorre aos esforços e é aliviada com repouso e/ou nitroglicerina. Angina instável (também denominada angina pré-infarto ou angina crescente): os sintomas aumentam em frequência e intensidade; pode não ser aliviada com repouso ou nitroglicerina. Angina intratável ou refratária: dor torácica incapacitante grave. Angina variante (também denominada angina de Prinzmetal): dor em repouso com elevação reversível do segmento ST; acredita-se que seja causada por espasmo de artéria coronária. Isquemia silenciosa: existem evidências objetivas de isquemia (tais como alterações eletrocardiográficas em uma prova de esforço), mas o cliente não relata dor. Síndrome coronariana aguda e infarto agudo do miocárdio: Na angina instável, ocorre redução do fluxo sanguíneo em uma artéria coronária, geralmente em virtude de placa aterosclerótica. Um coágulo começa a se formar sobre a lesão coronariana, mas a artéria não é completamente ocluída. Esta é uma situação aguda, que pode resultar em dor torácica e outros sintomas que podem ser denominados como angina pré-infarto, tendo em vista que o cliente provavelmente sofrerá um IAM se não houver intervenções imediatas. Patogênese do IAM: A maior parte dos eventos é causada por rotura súbita e formação de trombo sobre placas vulneráveis, inflamadas, ricas em lipídios e com capa fibrosa delgada. Uma porção menor está associada à erosão da placa aterosclerótica. Existe um padrão dinâmico de trombose e trombólise simultaneamente, associadas a vasoespasmo, o que pode causar obstrução do fluxo intermitente e embolização distal. Fisiopatologia iam: Ruptura da placa e a subsequente formação de trombos resulta na oclusão completa da artéria, que leva à isquemia e à necrose do miocárdio suprido por aquela artéria. O espasmo de uma artéria coronária, a diminuição do aporte de oxigênio (p. ex., em virtude de perda sanguínea aguda, anemia ou hipotensão) e o aumento da demanda de oxigênio (p. ex., em virtude da frequência cardíaca rápida, tireotoxicose ou ingestão de cocaína). A área de infarto desenvolve-se ao longo de minutos a horas. À medida que as células são privadas de oxigênio, a isquemia desenvolve-se, ocorre a lesão celular, e a ausência de oxigênio resulta em infarto, ou morte das células. Classificação do IAM – KILLIP KIMBALL: (Prognóstico da disfunção ventricular E e presença e severidade de ruídos adventícios) Killip 1- Sem evidência de congestão pulmonar; Killip 2- Estertores pulmonares, distensão venosa jugular ou terceira bulha; Killip 3- Edema pulmonar (EAP); Killip 4- Choque Cardiogênico. Quadro clínico IAM: A apresentação típica é caracterizada por dor precordial em aperto à esquerda, irradiada para o membro superior esquerdo, de grande intensidade e prolongada (maior do que 20 minutos), que não melhora ou apenas tem alívio parcial com repouso ou nitratos sublinguais. A irradiação para mandíbula, membro superior direito, dorso, ombros e epigástrio também é possível. Os clientes podem apresentar uma combinação de sintomas, incluindo dor torácica, dispneia, indigestão, náuseas e ansiedade. Podem apresentar pele fria, pálida e úmida. As frequências cardíaca e respiratória podem estar mais rápidas do que o normal. Esses sinais e sintomas, que são causados pela estimulação do sistema nervoso simpático, podem ocorrer por apenas um breve período ou podem persistir. Diagnósticos de enfermagem dacs: Ansiedade Débito cardíaco diminuído Troca de gases prejudicada Dor Intolerância à atividade Perfusão tissular prejudicada Prescrição e implementação cuidados de enfermagem: Monitorizar o ECG, sinais vitais, enzimas cardíacas; Administrar nitratos para reduzir a demanda de oxigênio e aumentar o suprimento; Administrar analgésicos; Preparar o paciente para possível tratamento; Estabelecer uma linha EV permeável para promover a administração de líquidos e medicação; Manter o cliente em repouso; Administrar oxigeno terapia; Registrar débito urinário; Instituir uma dieta líquida, hipossódica, sólida, conforme tolerado; Administrar emoliente de fezes; Prática de educação em saúde. As complicações do infarto agudo do miocárdio: Arritmias Insuficiência ventricular esquerda Choque cardiogênico Tromboembolismo Ruptura de ventrículo esquerdo Avaliação e achados diagnósticos: Histórico do cliente Eletrocardiograma Ecocardiograma Exames laboratoriais Exames laboratoriais Marcadores de necrose: A CK-MB é a isoenzima específica cardíaca. A troponina é uma proteína encontrada nas células miocárdicas, regula o processo contrátil miocárdico. A mioglobina é uma proteína heme que auxilia no transporte do oxigênio. Marcadores séricos: 1. (Ck-mb) creatinoquinase + isoenzima mb : Sobem cerca de 4 à 6 h após o início dos sintomas, pico máximo em 24 h, voltam aos níveis basais em 3 – 4 dias. 2.Troponina T (tctn) e I (tcni) : São cárdio- específicas, não existem nos tecidos extra- cardíacos, é específico de necrose miocárdica. Compõem o aparato estrutural dos miócitos, liberadas continuamente por até 10 a 14 dias (diagnóstico tardio). a liberação pela reperfusão do infarto, provocando um valor máximo mais precoce e mais alto no soro. 3. Mioglobina: Sensível a necrose muscular, porém inespecífica, por se tratar de um componente da musculatura esquelética, pode ser liberada na ocorrência de lesões discretas. Conhecendo o ecg no iam: ECG Normal: ECG IAM: As alterações no ECG que ocorrem no IAM: 1. As alterações no ECG esperadas são inversão da onda T, elevação do segmento ST e desenvolvimento de onda Q anormal. 2. À medida que a área de lesão se torna isquêmica, a repolarização miocárdica é alterada e adiada causando inversão da onda T. 3. As células miocárdicas lesionadas despolarizam normalmente, mas repolarizam mais rapidamente do que as células normais, causando a elevação do segmento ST. O aspecto das ondas Q anormais é outro sinal de IAM. As ondas Q desenvolvem-se em 1 a 3 dias, tendo em vista que não há corrente de despolarização conduzida a partir do tecido necrótico Manejo inicial: O cliente com suspeita de IAM deve receber imediatamente suplementação de oxigênio, ácido acetilsalicílico, nitroglicerina e morfina. A morfina é o fármaco de escolha para a redução da dor e da ansiedade. Ela também reduz a pré�carga e a pós- carga, diminuindo o esforço do coração. Trombolíticos (fibrinolíticos): A finalidade dos trombolíticos é dissolver (lisar) o trombo em uma artéria coronária (trombólise), possibilitando que o sangue flua novamente pela artéria coronária (reperfusão), minimizando o tamanho do infarto e preservando a função ventricular. Atualmente, existem no mundo seis agentes fibrinolíticos disponíveis para uso clínico: a estreptoquinase (SK), o ativador do complexo plasminogênio-estreptoquinase sem acilação (APSAC ou anistreplase), o ativador do plasminogênio do tipouroquinase de dupla cadeia (tcu- PA), o ativador do plasminogênio do tipo uroquinase de cadeia única(scu-PA), o ativador tecidual do plasminogênio (t-PA) na sua forma recombinante (rt- PA) e a recentemente incorporada reteplase (r-PA). Na verdade, o nome “trombolítico” é um engano para estes agentes, pois o que fazem, na verdade, é ativar o plasminogênio em sua transformação para plasmina, esta sim com capacidade para degradar a fibrina, o maior componente do trombo. Aplicações clínicas dos trombolíticos: 1. Iam 2. Embolia pulmonar com instabilidade hemodinâmica 3. Acidente vascular cerebral isquêmico 4. Trombose de veia central da retina 5. Trombose de prótese valvar Intervenção coronariana percutânea de emergência (ICP): Cateterismo cardíaco: O procedimento é utilizado para abrir a artéria coronária ocluída e promover a reperfusão para a área que foi privada de oxigênio. Foram relatados resultados superiores com a utilização da ICP, em comparação aos agentes trombolíticos. Procedimentos coronarianos invasivos: Angioplastia coronariana transluminal percutânea: Na angioplastia coronariana transluminal percutânea (ACTP), um cateter com ponta com balão é utilizado para desobstruir artérias coronárias ocluídas e resolver a isquemia; Stent na artéria coronária: Após a ACTP, a área que foi tratada pode fechar parcial ou completamente – um processo denominado reestenose. Um stent pode ser inserido para superar estes riscos. Procedimentos cirúrgicos Revascularização do miocárdio: A revascularização do miocárdio (colocação de enxertos nas artérias coronárias) é um procedimento cirúrgico no qual uma veia ou uma artéria é enxertada em uma artéria coronária ocluída, de modo que o fluxo sanguíneo possa fluir para além da oclusão.
Compartilhar