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Estudando para AV2 - Desenvolvimento da Infância e Adolescência Capítulo 1 – A psicologia do desenvolvimento O que é o desenvolvimento, crescimento, maturidade, hereditariedade, Abordagem ecológica, Teoria de Bronfenbrener; quais são as etapas do desenvolvimento, A diferença entre hereditariedade e meio, Ciclo vital (etapas que vão da infância, adolescência, vida adulta e por aí vai...). Capítulo 2 não cai! Capítulo 3 - O desenvolvimento infantil a partir da psicanálise Só sobre a psicanálise do Freud. Capítulo 4 - Desenvolvimento cognitivo Piaget – Entender os estágios de Piaget Vigotski – Entender a teoria quando ele fala das zonas , linguagem e pensamento, processos de aprendizagem Bandura – Não cai Capítulo 5 - Da infância à adolescência: aspectos emocionais – físicos – cognitivos Entender o que é puberdade e Adolescência Capítulo 6 - A psicologia da adolescência As síndromes da Adolescência. Prova AV2 período passado Resposta A Resiliência Não encontrei referência no material didático. Apenas análise e interpretação do texto. A resiliência é a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse etc. - sem entrar em surto psicológico, emocional ou físico, por encontrar soluções estratégicas para enfrentar e superar as adversidades. https://pt.wikipedia.org/wiki/Resili%C3%AAncia_(psicologia) Resposta A I e III estão corretas (a explicação dada para o item II tem pegadinha!). Paul B. Baltes, líder no estudo da psicologia desse desenvolvimento, identifica os princípios fundamentais de uma abordagem do desenvolvimento no ciclo vital, os quais servem de estrutura para o seu estudo. São eles: O desenvolvimento é vitalício. O desenvolvimento depende de história e contexto. O desenvolvimento é multidimensional e multidirecional. O desenvolvimento é flexível ou plástico. • O desenvolvimento é vitalício. Cada período de vida é influenciado pelo que aconteceu antes e irá afetar o que está por vir. Cada período tem suas próprias características e um valor sem igual; nenhum é mais ou menos importante do que qualquer outro. • O desenvolvimento depende de história e contexto. Cada pessoa desenvolve-se dentro de um conjunto específico de circunstâncias ou condições definidas por tempo e lugar. Os seres humanos influenciam seu contexto histórico e social e são influenciados por eles. Eles não apenas respondem a seus ambientes físicos e sociais, mas também interagem com eles e os mudam. • O desenvolvimento é multidimensional e multidirecional. O desenvolvimento durante toda a vida envolve um equilíbrio entre crescimento e declínio. Quando as pessoas ganham em um aspecto, podem perder em outro, e em taxas variáveis. As crianças crescem sobretudo em uma direção – para cima –, tanto em tamanho como em habilidades. Na idade adulta, o equilíbrio muda gradualmente. Algumas capacidades, como vocabulário, continuam aumentando; outras, como a capacidade de resolver problemas desconhecidos, podem diminuir; alguns novos atributos, como perícia, podem aparecer. As pessoas procuram maximizar ganhos e minimizar perdas aprendendo a administrá-las ou compensá-las. • O desenvolvimento é flexível ou plástico. Plasticidade significa capacidade de modificação do desempenho. Muitas capacidades, como memória, força e persistência, podem ser significativamente aperfeiçoadas com treinamento e prática, mesmo em idade avançada. Entretanto, como aprendeu Itard, nem mesmo as crianças são infinitamente flexíveis; o potencial para mudança tem limites. Capítulo 4 • 69 Resposta E Pré-Natal, Adolescência e Terceira idade. Não encontrei referência no material didático! 1) Período Pré-Natal É comum pensar que a vida começa com o nascimento. Porém, os nove meses (em média) que o antecedem são responsáveis por um complexo desenvolvimento intrauterino. As características genéticas já começam a interagir com o meio no qual o bebê se encontra. A alimentação da mãe afeta diretamente no crescimento e o bebê passa a responder à voz da mãe, a distingui-la das demais, e ter preferência por ela. 2) Período da Primeira Infância A primeira infância começa com o nascimento e vai até os 3 anos de idade. Nos primeiros meses, os cinco sentidos começam a se desenvolver. Na parte cognitiva, “as capacidades de aprender e lembrar estão presentes mesmo nas primeiras semanas. O uso de símbolos e a capacidade de resolver problemas se desenvolvem por volta do final do segundo ano de vida”. (Papalia, p. 40). Neste período, a criança começa a formar vínculos fortes com os pais ou cuidadores. Há o início da percepção de si mesmo (autoconsciência) e o interesse por outras crianças. 3) Período da Segunda Infância Segundo os desenvolvimentistas, a segunda infância vai dos 3 aos 6 anos de idade. O corpo tende a se tornar mais esguio e as partes do corpo começam a se assemelhar, em termos de proporções, com as de um adulto. O apetite tende a diminuir e podem aparecer distúrbios do sono, como insônia. “O pensamento é um tanto egocêntrico, mas aumenta a compreensão do ponto de vista dos outros. A imaturidade cognitiva resulta em algumas ideias ilógicas sobre o mundo. Desenvolve-se a identidade de gênero” (Papalia, p. 40). É curioso que normalmente pensamos que o cérebro está em crescimento, que o córtex, a massa cinzenta, está em expansão, razão pela qual uma criança teria pensamentos menos lógicos ou abstratos que um adulto. Porém, como sabemos através das neurociências, “a substância cinzenta diminui em uma onda inversa à medida que o cérebro amadurece e conexões neurais são desativadas”, ou seja, com o tempo há uma perda na densidade da massa cinzenta, o que gera, paradoxalmente, um maior amadurecimento, um funcionamento mais eficiente. 4) Período da Terceira Infância Nesta fase, há uma diminuição do crescimento físico. Existe a tendência de aparecem problemas respiratórios, entretanto, é uma das fases que, em média, nota-se a presença de maior saúde. Entre os 6 e 11 anos, há uma diminuição do egocentrismo, ou seja, a criança não é mais tão centrada em si mesma. A escolarização ajuda neste processo e igualmente na estimulação da memória e da linguagem (que melhoram independentemente da escola). Certas crianças podem apresentar necessidades especiais de educação ou, no extremo oposto, talentos que exigem cuidado também. O conceito de si (autoconceito) fica mais complexo, o que pode igualmente gerar modificações na autoestima. A convivência com colegas com idade próxima é um fator a ser levado em conta neste período. 5) Período da Adolescência Como vimos, a divisão da vida em etapas é arbitrária. O conceito de adolescência é recente. Segundo o dicionário etimológico: “A palavra “adolescente” vem do particípio presente do verbo em latim adolescere, crescer. Já o particípio passado, adultus deu origem à palavra “adulto”. Em português, as palavras seriam equivalentes a “crescente”e “crescido”, respectivamente”. Muitas culturas não possuem esta ideia que temos da adolescência, como um período entre a infância e a idade adulta. Como sabemos, nesta fase ocorre a maturidade reprodutiva, quando se torna possível para os indivíduos serem pais ou mães. A saúde é afetada, geralmente, pelo comportamento, como transtornos alimentares ou uso de drogas. Na cognição, “desenvolvem-se a capacidade de pensar em termos abstratos e de usar o raciocínio científico. O pensamento imaturo persiste em algumas atitudes e comportamentos.A busca pela identidade, incluindo a identidade sexual, torna-se central” (Papalia, p. 41). 6) Período Início da Vida Adulta Os cientistas do desenvolvimento demarcam o início da vida adulta a partir dos 20 anos e indo até os 40. “A condição física atinge o auge, depois declina ligeiramente. O pensamento e os julgamentos morais tornam-se mais complexos. São feitas escolhas educacionais e vocacionais, após um período exploratório. Traços e estilos de personalidade tornam-se relativamente estáveis, mas as mudanças na personalidade podem ser influenciadas pelas fases e acontecimentos da vida. São tomadas decisões sobre relacionamentos íntimos e estilos de vida pessoais, mas podem não ser duradouros. A maioria das pessoas casa-se e tem filhos” (Papalia, p. 41). Aqui vemos que a fase anterior, a adolescência pode se prolongar, ainda e haver uma certa intersecção de fases. Afinal, não é possível demarcar com precisão quando começa a idade adulta. Alguns argumentam que esta se inicia com o primeiro trabalho e o auto sustento, outros com o início da faculdade ou com a constituição de uma nova família. 7) Período da Vida Adulta Intermediária Esta fase vai dos 40 aos 65 anos de idade. Há mudanças significativas nas condições físicas (saúde, vigor), porém, com grandes diferenças de uma pessoa para outra. “As mulheres entram na menopausa. As capacidades mentais atingem o auge, a especialização e as habilidades relativas à solução de problemas práticos são acentuadas. A produção criativa pode declinar, mas melhora em qualidade. Para alguns, o sucesso na carreira e o sucesso financeiro atingem seu máximo, para outros, poderá ocorrer esgotamento ou mudança de carreira. A dupla responsabilidade pelo cuidado dos filhos e dos pais idosos pode causar estresse. A saída dos filhos deixa o ninho vazio” (Papalia, p. 41). 8) Período da Vida Adulta Tardia Este período começa a partir dos 65 anos. “A maioria das pessoas são saudáveis e ativas, embora geralmente haja um declínio da saúde e das capacidades físicas. O tempo de reação mais lento afeta alguns aspectos funcionais. A maioria das pessoas está mentalmente alerta. Embora inteligência e memória possam se deteriorar em algumas áreas, a maioria das pessoas encontram meios de compensação. A aposentadoria pode oferecer novas opções para aproveitar o tempo. As pessoas desenvolvem estratégias mais flexíveis para enfrentar perdas pessoais e a morte eminente. O relacionamento com a família e com amigos íntimos pode proporcionar um importante apoio. A busca de significado para a vida assume uma importância fundamental” (Papalia, p. 41). https://www.psicologiamsn.com/2015/10/8-periodos-do-desenvolvimento-humano- psicologia.html Resposta A Rito de passagem. Segundo Stone e Church (1972), a adolescência é uma invenção cultural. Em algumas sociedades, como nos grupos tribais, por exemplo, não ocorre um período que separe a integração da criança à vida adulta, considerada pelas características de ser produtivo e reprodutor. Geralmente, neste tipo de organização social (como as tribos, por exemplo), o que se observa são rituais de passagem, às vezes precedidos por um período de recolhimento, que indicarão a entrada na vida adulta a partir das manifestações da maturação biológica iniciada na puberdade. (Capítulo 5 – pág 104) Resposta D I e II estão corretas. I) A compreensão das influências da hereditariedade nos aspectos psicológicos do indivíduo, assim como dos efeitos deste estado psicológico nas atitudes e relações interpessoais no ambiente social. II) Os resultados das pesquisas podem interferir na elaboração das políticas públicas, e estas, por sua vez, no desenvolvimento dos seres humanos. III) As questões metodológicas apontam para o fato de que as pesquisas quantitativas são suficientes para descrever os processos sistêmicos próprios do desenvolvimento humano. O desenvolvimento também pode ser explicado sob um ponto de vista ecológico, o qual envolve uma escala de inter-relações entre sistemas sociais que possibilitam otimizar a importância da experiência e do significado conseguidas pela interpretação feita pela criança dessas experiências com o exame de todo sistema ecológico no qual ocorre o desenvolvimento. (Capítulo 1 •Pág 27) O Desenvolvimento Humano recebe, além da influência dos fatores incluídos e determinantes nesse desenvolvimento - maturação neurofisiológica, o crescimento orgânico, a hereditariedade e o meio social, também do o conceito formulado por Urie Bronfenbrener: Uma abordagem ecológica do desenvolvimento. Sua tese principal é de que nós nos desenvolvemos contextualmente, apoiados em quatro pilares dinâmicos e inter-relacionados, a saber: 1. A pessoa 2. O processo 3. O contexto 4. O tempo Os processos psicológicos são valorizados através das relações que eles estabelecem na pessoa, em função das determinações ambientais, sem negligenciar, contudo, a importância dos fatores biológicos no decorrer do desenvolvimento. Dividido em quatro partes, Bronfenbrener apresenta: 1. Uma Orientação Ecológica pontuando os seus conceitos básicos; 2. Os Elementos do Ambiente pelos quais discute a importância das relações interpessoais, a vivência em diferentes sistemas e o desempenho de papéis; 3. A Análise dos Ambientes na qual trata os temas da inserção de ambientes naturais, como ambientes de pesquisa, e a visão ecológica de desenvolvimento possível dentro de instituições (creches, escolas etc.); e 4. O conceito de Além do Microssistema no qual traz discussões aprofundadas sobre três sistemas ecológicos, mesossistema, exossistema e macrossistema, sempre apontando para a dinâmica de interação entre esses contextos. Tornando nossa discussão mais clara, a sua teoria afirma – como conceitos básicos – que não é o ambiente que prediz o comportamento, mas, sim, a interpretação que este indivíduo fará do ambiente. Assim, ele dará uma importante ênfase às percepções das atividades (ações realizadas), aos papéis (funções sociais esperadas) e às inter-relações pessoais de um indivíduo (como as pessoas tratam umas às outras) e que são demonstráveis em um ambiente comportamental. O desenvolvimento para este autor resulta dos seguintes esquemas interacionais: Microssistema (família, amigos e a estrutura religiosa), Exossistema (sistema escolar, sistema de saúde, a comunidade e a comunicação social), Macrossistema (os contextos culturais, sociais, econômicos e históricos). Os três sistemas interacionais formam o cronossistema. Este último corresponde ao sentido de continuidade e de mudanças nas características biopsicológicas do ser humano e que se estendem ao longo do curso da vida em sucessivas gerações e através do tempo histórico presente e passado. Ecologia humana é definida como o conjunto de processos através dos quais as particularidades da pessoa e do ambiente interagem para produzir constância e mudança nas características da pessoa no curso de sua vida" (Bronfenbrenner, 1989,p.19). Resposta E Operatório Concreto Piaget chegou a uma teoria que revolucionou nossa compreensão do desenvolvimento intelectual. Essa teoria explica o desenvolvimento mental do ser humano no campo do pensamento, da linguagem e da afetividade (Barros, 2008). (capítulo 4 pág 72). Piaget propôs, antes de qualquer coisa, que o desenvolvimento cognitivo se realiza em estágios. Isso significa que a natureza e a caracterização da inteligência mudam significativamente com o passar do tempo. Em linhas gerais, Piaget esquematiza o desenvolvimentointelectual nos seguintes estágios: Sensório-motor (0 a 2 anos); Pré-operacional (2 a 6 anos); Operações concretas (7 a 11); Operações formais (12 anos em diante). Cabe ressaltar que essas idades atribuídas às fases não são rígidas, servindo apenas como parâmetro geral de comparação. Sensório-motor (0 a 2 anos) Durante esse estágio (do nascimento até aproximadamente os 2 anos), dizia Piaget, os bebês aprendem sobre si mesmos e sobre seu ambiente através do desenvolvimento de sua atividade sensorial e motora. De seres que reagem basicamente por reflexos e comportamento randômico, os bebês transformam-se em crianças orientadas a metas (Papalia, Olds e Feldman, 2006). Piaget enfatiza a importância do ambiente como essencial ao desenvolvimento. As primeiras estruturas surgem com o nascimento, no nível sensório-motor, em que há predominância do biológico. Pré-operacional (2 a 6 anos) As crianças gradualmente se tornam mais sofisticadas em seu uso de pensamento simbólico. O principal progresso desse período (que vai dos 2 aos 6 anos), em relação ao sensório-motor, é o desenvolvimento da capacidade simbólica. A criança começa a usar símbolos mentais – imagens ou palavras – que representam objetos que não estão presentes. Além desses dados, segundo Barros (2008), Piaget notou várias características do pensamento infantil nesta fase: • Egocentrismo – É definido como a incapacidade de se colocar no ponto de vista de outrem. Na teoria de Piaget, egocentrismo não é um termo pejorativo, é um modo característico de pensamento. De modo geral, as crianças (4 ou 5 anos) são incapazes de aceitar o ponto de vista de outra pessoa, quando diferente do delas; • Centralização – Geralmente, a criança consegue perceber apenas um dos aspectos de um objeto ou acontecimento. Ela não relaciona entre si os diferentes aspectos ou dimensões de uma situação. Isto é, Piaget diz que a criança, antes dos 7 anos, focaliza apenas uma dimensão do estímulo, centralizando-se nela e sendo incapaz de levar em conta mais de uma dimensão ao mesmo tempo. • Animismo – A criança atribui vida aos objetos. Nesta fase, as crianças supõem que os objetos são vivos e capazes de sentir, que as pedras (e mesmo as montanhas) crescem, que os animais entendem nossa fala e também podem falar, e assim por diante. • Realismo nominal – É outro modo característico de a criança pequena pensar. Ela pensa que o nome faz parte do objeto, que é uma propriedade do objeto que ele representa. Acredita que o nome da lua está na lua, que sempre chamou lua e que é impossível chamá-la de qualquer outro nome. Alguns estudiosos notaram que a criança bilíngue parece adquirir bem antes que as outras a distinção entre o objeto e a palavra que o designa, por ter desde cedo a experiência de que um objeto chama-se de determinada forma em uma língua, mas de outra forma em outra. • Classificação: Colocando diante de crianças pequenas, entre dois e quatro anos, um grupo de formas geométricas de plástico, de várias cores, e pedindo-lhes que “coloquem juntas as coisas que se parecem”, elas não usam um critério definido para fazer a tarefa. Parece que agrupam as coisas ao acaso, pois não têm concepção real de princípios abstratos que orientam a classificação. Após os 5 anos de idade, porém, elas conseguem agrupar os objetos com base no tamanho, na forma ou na cor. Operações concretas (7 a 11) Nesse período, que se estende dos 7 aos 11 anos, as operações mentais da criança ocorrem em resposta a objetos e situações reais. A criança usa lógica e raciocínio de modo elementar, mas somente os aplica na manipulação de objetos concretos. No entanto, a criança ainda não pensa em termos abstratos nem raciocina a respeito de proposições verbais ou hipotéticas. Assim, experimenta dificuldades com os problemas verbais (Bamos, 2008). Operações formais (12 anos em diante) Segundo Piaget, os adolescentes entram no nível mais elevado de desenvolvimento cognitivo – as operações formais – quando desenvolvem a capacidade para o pensamento abstrato. Esse desenvolvimento, geralmente em torno dos 11 anos, proporciona-lhes um modo novo e mais flexível de manipular as informações. Não mais limitados ao aqui e agora, são capazes de compreender o tempo histórico e o espaço extraterrestre. Podem utilizar símbolos para representar outros símbolos (por exemplo, utilizar a letra X para representar um número, como 15), e, assim, podem aprender álgebra e cálculo. Podem apreciar melhor a metáfora e a alegoria e, assim, descobrir significados mais ricos na literatura. São capazes de pensar em termos do que poderia ser, e não apenas do que é. São capazes de imaginar possibilidades e de gerar e de testar hipóteses (Papalia, Olds e Feldman, 2006). O pensamento formal é, portanto, hipotético-dedutivo, isto é, capaz de deduzir as conclusões de puras hipóteses, e não somente através de observação real. O adolescente pode considerar hipóteses que talvez sejam ou não verdadeiras e examinar o que resultará se essas hipóteses forem verdadeiras. Ele pode acompanhar a forma de um argumento, embora ignore seus conteúdos concretos. É desta última característica que as operações formais recebem o nome (Barros, 2008). Além das fases citadas acima, a teoria de Piaget também considera o fato de como a aprendizagem acontece, já que interfere diretamente no desenvolvimento do ser humano. Segundo Cória-Sabini (2010), para Piaget, a inteligência é uma estrutura biológica e, como as demais, tem a função de adaptar o organismo às exigências do meio. Essa adaptação se faz por meio de dois processos complementares: • Assimilação: processo de incorporação dos desafios e informações do meio aos esquemas mentais existentes. • Acomodação: processo de criação ou mudança de esquemas mentais em consequência da necessidade de assimilar os desafios ou informações do meio. Esses processos acontecem porque a criança se encontra em constante desequilíbrio em relação a ela mesma e o objeto observado. Quando a assimilação acontece, é porque a criança busca adequar o alvo visto a algum conceito que já tenha em sua mente. Ao perceber que este novo estímulo não se adapta exatamente aos conceitos já existentes, a acomodação atua no sentido de adaptar os conceitos às informações analisadas. Ao efetuar esse fluxo, a criança alcança o equilíbrio. Por meio desses processos, a adaptação e o desenvolvimento da criança acontecem. Resposta B Na crise identidade versus confusão de identidade, o adolescente deve determinar seu sentido pessoal de identidade, que envolve os aspectos profissional, moral e afetivo. A princípio – na formação da identidade –, a busca por si mesmo, também chamada por alguns autores como o desenvolvimento do self, passa por essa estruturação através da apresentação de vários personagens, também denominadas identidades transitórias, as quais aparecem, por exemplo, como adesão passageira a determinados estilos (gótico, por exemplo) e gostos musicais (funk, axé, rock, eletrônico, samba, pagode). Essa difusão de papéis é considerada por Erick Erikson, de acordo com o desenvolvimento psicossocial, como correspondente à etapa denominada de Identidade X Confusão de papéis, vista no capítulo 3. As diferentes “versões” de si mesmo trazem confusões acerca, inclusive, de sua maturidade, posto que seus comportamentos podem aparecer de modos muito contraditórios. A condução para seu autoconhecimento, a estruturação de seu self (si mesmo) ou de sua identidade, passará, sem a menor dúvida, por esta experiência múltipla em diferentes experiências de papéis sociais, e seus consequentesafetos e valores deles decorrentes. É claro que o desenvolvimento cognitivo, segundo Piaget, conforme vimos no capítulo 4, ajudará o jovem a pensar acerca de si por meio de abstrações e idealizações, pertinentes a um pensamento lógico formal, o qual auxiliará o jovem na organização do sentido de continuidade e semelhança sobre si mesmo, dando-se a aquisição da identidade. Conforme vimos, Piaget observou que a inteligência humana é construída na relação entre o sujeito e o ambiente que o cerca. Suas pesquisas o levaram a dividir o desenvolvimento humano em estágios, nos quais a inteligência assume determinadas características. No caso em que nos encontramos, a adolescência, a inteligência está situada no período das operações formais: a cognição se torna capaz do pensamento hipotético-dedutivo, e a inteligência pode pensar abstratamente. Trata-se de uma aquisição importantíssima para a adaptação do ser humano ao mundo. Logo, temos o surgir do tempo de comparações entre o self ideal (aquele que devo ser) e o self real (aquele que sou mesmo). Através desses procedimentos de diferenciação, o jovem vai integrando, aos poucos, os afetos vivenciados em cada papel social e se descobrindo como pessoa, através das avaliações e deduções lógicas feitas, por ele mesmo, dos distintos quadros situacionais experimentados. Conforme estudamos com Vygotsky, sua objetivação se encaminha para o papel fundamental da linguagem no desenvolvimento cognitivo, posto que o autor considera o ser humano como aquele que se utiliza de sistemas de representação para agir sobre a realidade. Deste modo, podemos entender que a chegada à estrutura de um self possível surgirá das distintas ponderações, ou discussões, entre self real (o estado em que me encontro), com o self ideal (o que devo ser de acordo com os valores culturais), e a experiência vivida pelo self “flutuante” (os distintos modos como me comporto segundo solicitações das situações do momento). Porque, como contempla Vygotsky, a linguagem – como representação/ simbolização do mundo – é o sistema principal transmitido socialmente, pela qual aprendemos a falar nos relacionando com outros seres falantes e a nos construir como pessoas. Em certo sentido, portanto, a adolescência é uma construção histórico-social. (114 • capítulo 6) Segundo Erik Erikson, o nosso caminho pela vida é composto por oito idades ou ciclos, e cada um deles é marcado por um conflito específico. Estes ciclos indicam que os seres humanos estão constantemente adquirindo novos conhecimentos e evoluindo por toda a sua existência. Se não for assim, ocorrerão bloqueios em alguma fase do seu desenvolvimento. Algumas pessoas se negam a crescer, enquanto outras amadurecem mais cedo. Tudo isso vai depender, em grande parte, do contexto e do ambiente em que cada um vive 1- Confiança básica x Desconfiança básica – de 0 a 1 ano O recém-nascido estabelece uma relação de dependência, especialmente com a sua mãe. Seus cuidados satisfazem plenamente as suas necessidades, garantem a aprendizagem e o desenvolvimento da sua confiança, se as suas necessidades básicas forem prontamente atendidas. Conforme seus sentidos evoluem, o bebê reconhece o seu ambiente como familiar e sua primeira grande conquista será não sofrer de ansiedade na ausência da mãe e superar o medo de ser abandonado por ela. Caso contrário, crescerá cético e desconfiado. 2 - Autonomia x vergonha e dúvida – de 01 a 03 anos Durante esta fase, a criança adquire autonomia para se deslocar de um lugar para o outro. Gritar ou chorar é a linguagem que utiliza para obter o que deseja. Se o seu ambiente não corresponde às necessidades que experimenta, aparecem a dúvida sobre si mesmo e o medo de tomar iniciativa. A vergonha na criança é manifestada como uma necessidade de não ser vista: esconde o rosto, o que resulta em ataques de raiva e choro, ou outras manifestações de excesso emocional. O controle dos pais deve ser firme e tranquilizador para desenvolver a sua autonomia. 3- Iniciativa x Culpa – de 03 a 06 anos Se há alguma coisa que distingue a criança nessa fase é a iniciativa. Especialmente durante as brincadeiras, ela descobre o papel mais significativo para si e o representa. A criança precisa identificar e projetar o seu papel no mundo . A rivalidade e os ciúmes também aparecem nessa fase. A criança quer ser tratada como alguém especial e rejeita qualquer deferência da mãe pelos irmãos ou outras pessoas. Se não receber um tratamento relativamente privilegiado, desenvolve a culpa e a ansiedade. 4- Habilidade x Inferioridade – dos 06 anos até a adolescência Nessa fase a criança tem uma vida escolar. Independentemente de se sentir feliz ou insatisfeito, a criança começa a ganhar reconhecimento pelo que faz neste novo ambiente. É capaz de adquirir novos conhecimentos e habilidades para se tornar produtivo. Nossa cultura já adquiriu altos níveis de especialização que tornam complexa e limitada a iniciativa individual. Nesta fase, se não houver reconhecimento suficiente, pode surgir uma sensação de inadequação que pode levar a um sentimento de inferioridade. 5- Identidade X Confusão de papéis – adolescência Este período é caracterizado por duvidar de tudo o que se acreditava anteriormente. Duvidam dos conhecimentos, das habilidades e até das experiências. Tudo isso se deve às mudanças sofridas pelo corpo e as crises de personalidade que isso gera. Os adolescentes se preocupam com a imagem que passam para os outros, estão em constante conflito entre o que foram até agora e o que serão no futuro. Estão confusos quanto a sua identidade, são idealistas e muito influenciáveis. Se atravessarem essa fase com tranquilidade, conseguirão construir uma sólida identidade. Do contrário, estarão sempre fingindo ser o que não são. 6- Intimidade x Isolamento Este é o momento em que o jovem adulto é capaz de assumir compromissos sentimentais, profissionais, políticos, sacrificando algo em troca. Sem por medo, esse jovem adulto não conseguir estabelecer essas ligações com o mundo, o perigo é o isolamento. É uma fase de decisões e desafios para ganhar estabilidade, onde as concepções de trabalho, amizade e família são fortalecidas. Basicamente, é nesta fase que damos um passo definitivo para a vida adulta. É o início da maturidade, aproximadamente o período de namoro e começo da vida familiar. 7- Generatividade x Absorção em si mesmo Erikson se refere a generatividade como o desejo na idade madura de ser produtivo, de orientar as novas gerações. Quando isso não ocorre, começa um processo de estagnação pessoal ligada ao sentimento de não transcender, não ter qualquer interferência sobre o futuro: um sentimento de impotência. Somente as pessoas que enfrentaram as vitórias e as derrotas, que criaram e colocaram em prática novas ideias, amadureceram gradualmente e alcançaram a plenitude. 8- Integridade x Desespero A última idade da vida pode ser uma etapa serena ou cheia de ansiedade. Tudo depende de como foram vividas as idades anteriores. Uma pessoa idosa deve ser capaz de fazer uma avaliação sensata da sua época e da sua vida, onde prevaleça o reconhecimento da realidade e compreensão do mundo em que vive. Haverá integridade nesta fase se conseguirmos combinar a reflexão com a experiência. Nos casos em que existem conflitos não resolvidos ou etapas que não foram superadas, normalmente aparece um profundo medo das doenças, do sofrimento e da morte. https://amenteemaravilhosa.com.br/oito-idades-homem-erik-erikson/ Resposta E O uso de estereótipos representa uma grande economia cognitiva para o sujeito. Não encontrei referência no materialdidático A puberdade um processo biológico caracterizado pela passagem à fase reprodutiva da vida, as mudanças corporais aparentes, como a altura, as características sexuais secundárias e a proporção dos tecidos corporais, como o adiposo e os musculares, causam impacto indiscutível nos aspectos psicossociais. Assim sendo, por exemplo, as meninas sofrem mais cedo essas transformações que os meninos e, portanto, sofrem efeitos diferentes do que os dos meninos. Nas garotas precoces, há o risco de terem problemas relativos ao plano psicológico, como, por exemplo, por não serem mais populares, podem ter tendências a alimentar imagens negativas de si mesmas; estar mais sujeitas à depressão; ansiedade, problemas de comportamento, atividade sexual precoce, dificuldades escolares e consumo de drogas, riscos acrescidos de começarem a frequentar grupos de adolescentes mais velhos. Na nossa sociedade, a chegada da puberdade e das modificações fisiológicas que ela acarreta trazem dificuldades para o jovem que vão desde se sentirem desengonçados, diferentes, com membros desproporcionais ao tamanho do tronco, enfim, muito estranhos para si mesmos. Do ponto de vista biológico, estar adolescente implica em modificações corporais pela entrada na puberdade, que se iniciam em torno de doze a catorze anos. Essas mudanças se caracterizam pelas mudanças na altura, peso e pela maturidade das funções reprodutoras. No plano psicológico, essas mudanças são acompanhadas de emoções intensas, misturadas a sensações de angústia, alegria, tristeza, desamparo e de impulsos desconhecidos e muito fortes. É um estranho estado como se alguém tivesse conseguido aprender a linguagem, os modos adaptados de comportamento, as formas e as regras sociais durante doze anos e, de repente, vê-se jogado em um corpo novo, tendo de elaborar uma nova maneira de ser, tendo um corpo de adulto e não sendo reconhecido como tal. O sujeito que aprende, que é denominado sujeito epistêmico, é ativo em todas as fases de seu desenvolvimento, buscando conhecer e compreender o universo circundante. Diante de um estímulo, de um desafio ou diante de uma lacuna no conhecimento, ocorre, no sujeito, um certo “desequilíbrio” intelectual, que o deixa curioso, instigado, ou motivado e, por meio de assimilações e acomodações sucessivas, o faz buscar o restabelecimento do equilíbrio. Tal ocorrência é denominada “processo de equilibração” e é por meio desse processo, que o pensamento vai se tornando cada vez mais abrangente e mais complexo, e, por esta razão, vai estabelecendo interações com objetos do conhecimento cada vez mais diferenciados e abstratos. Desta forma, o desenvolvimento mental, desde a sua gênese, podes ser definido como uma equilibração progressiva, dividida em quatro estágios, sendo cada qual responsável por determinadas construções.
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