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CADERNO PENAL IV TAB.docx.docx para mesclagem

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Penal IV
Obs: ler as leis 12.850/13 e 9.613/98 (não estão no programa, mas são importantes).
Crimes de funcionário público, contra a administração pública:
Nesse capítulo, temos crimes próprios uma vez que para configurar tais delitos o sujeito ativo precisa ter uma qualidade especial ser funcionário público.
O que é um funcionário público para os efeitos penais? Aquele que exerce funções públicas, até mesmo estagiários.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
 § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. 
É possível alguém que não é funcionário público responda pelos crimes desse capítulo quando praticá-los em concursos de pessoas com um funcionário público em razão do art. 30 do Código Penal.
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime
PECULATO:
Peculato, desvio ou apropriação indébita (art.312, caput) - Nesse crime o agente dolosamente se apropria de bens ou valores públicos ou privados que estão em sua posse em razão da função pública que exerce.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Peculato furto (312, §1°) - O funcionário público se aproveita das facilidades geradas pela sua função e subtrai bens ou valores públicos que não estão em sua posse. Também pode ser bens particulares que estejam na posse da administração pública. 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato de Uso - De acordo com a nossa jurisprudência a hipótese denominado peculato de uso, em que um funcionário público utiliza momentaneamente um bem público para fins particulares não constituí crime, mas mera infração administrativa.
Peculato Culposo (art. 312, §2°) - O peculato também admite a forma culposa de acordo com o §2° que se configura quando o funcionário público por negligência ou imprudência contribuí para que um terceiro se aproprie indevidamente de bens ou valores do patrimônio público. No entanto, pelo 3° nessa hipótese se o funcionário ressarcir o prejuízo antes do trânsito em julgado da sentença extingue a punibilidade do crime.
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano. 
 
 § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Peculato por erro de terceiro (Art.313): Neste artigo temos o crime de peculato por erro de terceiro que se configura quando alguém por equivoco entrega bens ou valores a funcionário público em razão de sua função, aproveitando-se o funcionário público para deles se apropriar indevidamente. 
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
Se o peculato é praticado pelo prefeito a tipificação será art. 1°, I, DL 201/67, os demais recaem sobre o CP.
É Crime de ação penal pública incondicionada.
Crime material
Crime doloso
20/02/17
INSERIR DADOS FALSOS (Art.313-A): Trata-se de crime doloso e material no qual o funcionário publico autorizado insere dados falsos ou exclui dados verdadeiros no sistema da administração pública com a finalidade de obter a vantagem indevida ou a finalidade de causar dano ao sistema. 
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações: Qualquer funcionário Público que modificar dados do sistema da administração sem autorização do funcionário competente está sujeito as penas previstas no tipo. Este crime se consuma com a efetiva alteração dos dados e não exige para a sua configuração a finalidade de obter vantagens ou causar danos. Neste caso se a invasão no sistema e a alteração dos dados causarem danos a administração aplica-se o aumento de pana previsto no paragrafo único.
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: Pena – detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.
APLICAÇÃO IRREGULAR DE VERBAS PÚBLICAS (Art. 315): Neste crime o funcionário público dolosamente dá uma destinação a determinada verba pública em desacordo com sua finalidade prevista em lei. Neste crime o agente não se apropria desta verba, e sim efetua o gasto com uma finalidade pública que não estava autorizado por lei. 
Se é o prefeito que comete o crime a tipificação é a do Art. 1º, da Lei 201/67
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
CONCUSSÃO (Art.316): Neste crime o funcionário público exige para si ou para outrem uma vantagem indevida valendo-se da função pública que está exercendo ou irá exercer. 
Crime Doloso
Crime Formal: Porque mesmo não sendo pago o valor exigido, o crime está consumado 
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, e multa.
OBS: Se quem exige a vantagem indevida é funcionário público da área tributária, então o crime será do artigo 3º, Inciso II, da Lei 8.137/90, pelo princípio da especialidade.
EXCESSO DE EXAÇÃO (Art. 316, § 1º): No excesso de exação o crime se caracteriza quando um funcionário público dolosamente cobra tributo ou contribuição social indevidos ou então usa na cobrança meios vexatórios não autorizados pela lei. 
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
CORRUPÇÃO PASSIVA (Art.317): O funcionário público solicita ou recebe vantagem indevida em razão de sua função pública ou aceita promessa de tal vantagem. 
Crime Formal: Pois não é necessário o pagamento da vantagem para que o crime esteja consumado.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Na corrupção passiva não se exige que o funcionário receba a vantagem indevida para praticar irregularidades, pois mesmo que ele a receba para cumprir corretamente sua função o crime está caracterizado. De acordo com o parágrafo 1º, a prática de irregularidades funcionais em razão da vantagem recebida aumenta a pena do crime. 
 § 1º - A pena é aumentada de 1/3, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 
§ 2º - Se o funcionáriopratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. 
OBS: Se quem exige a vantagem indevida é funcionário público da área tributária, então o crime será do artigo 3º, Inciso II, da Lei 8.137/90, pelo princípio da especialidade.
21/02/17
CORRUPÇÃO PASSIVA E CORRUPÇÃO ATIVA (ART 333):
- Na Corrupção Ativa o agente dolosamente oferece a funcionário publico vantagem indevida em razão de sua função pública para que pratique ou deixe de praticar um ato de sua função. 
Crime Formal: Pois a simples oferta já consuma o delito, mesmo que o pagamento não seja efetuado e mesmo que o funcionário público não aceite a oferta
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Em muitas situações de corrupção passiva temos também a corrupção ativa. No entanto existe entendimento no sentido de que a corrupção passiva não necessariamente produzirá a corrupção ativa, porque se o funcionário público solicita a vantagem, quem a paga não comete corrupção ativa pois pagar não é verbo tipificado pelo referido artigo 
FACILITAÇÃO DE DESCAMINHO E CONTRABANDO (Art. 318) (Art.334) (Art.334-A): 
Neste crime o funcionário público que atua em setor responsável por fiscalização de importação e exportação dolosamente facilita com infração do seu dever funcional contrabando ou descaminho, crimes previstos nos arts. 334 e 334-A.
Crime formal: Pois por apenas facilitar, o funcionário público consuma o delito, mesmo que por outro motivo o contrabando e descaminho sejam evitados., não sendo este resultado necessário para a consumação do crime 
Crime de ação penal pública
Art. 318 – (Facilitação de contrabando ou descaminho). Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa
Art. 334. (descaminho) Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 334-A. (contrabando) Importar ou exportar mercadoria proibida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.
PREVARICAÇÃO (Art.319): No crime de prevaricação o funcionário público dolosamente deixa de praticar um ato de sua função indevidamente, retarda este ato ou pratica de forma irregular para satisfazer o interesse ou sentimento pessoal.
Crime de mera conduta
Crime omissivo: Pois o simples fato de não praticar o ato de sua função já é suficiente para consumar o delito, mesmo que seu interesse não seja satisfeito.
Crime doloso
Crime de mão própria: Pois somente o funcionário público responsável pelo ato que não é praticado pode consumar com as próprias mãos este delito. 
Crime próprio: Pois é praticado somente por funcionário público (qualidade especial)
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.
Prevaricação Especifica de Diretor de Penitenciária e/ou agente público:
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
CONDESCENDENCIA CRIMINOSA (Art.320): Neste crime o funcionário público dolosamente deixa de punir um subordinado que cometeu uma infração no exercício da função ou deixa de comunicar este infração ao órgão punitivo se não possui tal poder, e se omite por indulgência e não por uma vantagem indevida.
Se o funcionário que cometeu a infração na função é do mesmo nível hierárquico ou até mesmo superior, deixar de comunicar a infração não caracteriza crime. 
Crime doloso
Crime de mera conduta: A simples omissão já consuma o delito.
Crime omissivo
Crime de mão própria: Pois só o funcionário público hierarquicamente superior pode praticar esse crime, ele não pode mandar alguém deixar de responsabilizar o subordinado por ele. 
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa.
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA (Art.321): O crime se caracteriza quando o funcionário público patrocina interesse pessoal, próprio ou de terceiro perante a administração pública valendo-se da função.
Crime de mera conduta: Pois mesmo que o objetivo não seja atingido o crime se caracteriza. 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de 1 a 3 meses, ou multa. 
 
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, além da multa.
06/03/17
ABANDONO DE FUNÇÃO (Art.323): Nesse crime o agente de forma consciente e voluntária e sem justificativas plausíveis abandona a função pública sem realizar o necessário pedido de dispensa, e sem estar amparado por uma das hipóteses de afastamento legal como férias ou licença. Crime de mera conduta.
Crime de mera conduta: presumindo-se o prejuízo à sociedade e não se caracteriza em hipótese de uma simples falta em um dia de trabalho.
Se o funcionário público é militar: o abandono caracterizara o crime de deserção previsto no Código Penal Militar.
Crimes Praticados por Particulares contra a administração Pública.
OBS: Crime para funcionário público Civil, se prestar serviço militar recai sobre o Código Penal Militar, respondendo por deserção, computa-se falta por 8 dias para a deserção, o processo passa por auditória militar.
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa. § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa.
RESISTENCIA (Art.329): No crime de resistência o agente de forma dolosa utiliza violência ou ameaça para se opor a execução de um ato legal pela autoridade competente.
 Se aquele que resiste não tem conhecimento pelas circunstâncias de que está sendo abordado por um funcionário publica então o crime não se caracteriza pela ausência de dolo.
Se a resistência é contra um ato ilegal ou contra um ato executado por funcionário incompetente o crime não se caracteriza, pois, reagir contra um abuso de autoridade sem excessos é legitima defesa. 
Crime doloso
Crime de mera conduta: A simples resistência caracteriza e consuma o delito independente da resistência ser bem-sucedida. 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Pena - reclusão, de um a três anos. 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
DESOBEDIÊNCIA (Art.330): No crime de desobediência o agente dolosamente de forma consciente e voluntária se opõe ao cumprimento de um ato legal executado por um funcionário público competente sem usar violência ou ameaça, pois do contrário será crime de resistência. 
De acordo com entendimento da jurisprudência se a desobediência possui algumaconsequência processual prevista em lei, o crime não se caracteriza, pois, o agente sofrerá a punição determinada na legislação pelo desrespeito cometido; como por exemplo em casos da Lei Maria da Penha.
OBS: Não há possibilidade de ser tipificado resistência e desobediência conjuntamente.
Art. 330 - Desobedecer à ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de 15 dias a 6 meses, e multa.
DESACATO A AUTORIDADE (Art.331): No desacato o agente através de palavras escritos ou gestos ofende ou desrespeita funcionário público no exercício da função ou em razão da função pública que exerce. Neste caso não há crime contra a honra do funcionário público e sim crime contra o Estado, pelo menosprezo a função Pública.
O desacato também pode ocorrer fora do período de trabalho do funcionário público quando este for desrespeitado em razão de sua função.
Crime de Mera Conduta: Feito o desacato o crime estará imediatamente consumado
Crime de Ação Penal Pública Incondicionada 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.
TRAFICO DE INFLUÊNCIA (Art.332): Neste crime o agente solicita ou cobra de alguém uma vantagem indevida a pretexto de influenciar um funcionário público no exercício de sua função. 
Crime Formal: Pois o crime se consuma no momento em que a vantagem é solicitada, mesmo que não ocorra o pagamento da vantagem, e mesmo que nenhuma influência seja exercida sobre o ato do funcionário público. 
Crime de Ação Penal pública Incondicionada
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. 
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. 
OBS: EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO (Art.357): Se o agente cobra a vantagem a pretexto de influir em ato de um membro do poder judiciário ou do ministério público ou até mesmo de uma testemunha, o crime é de exploração de prestígio.
No tráfico de influência e na exploração de prestígio se o agente afirma que parte da vantagem cobrada será destinada ao funcionário público de pretende influir, então a pena é aumentada da metade conforme o paragrafo único do art. 332 e 357 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa. 
Parágrafo único - As penas aumentam-se de 1/3, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA (Art.339): O agente dolosamente imputa falsamente a alguém um crime de que o sabe inocente, fazendo com que o acusado responda ao inquérito, a um procedimento administrativo ou um processo judicial.
A denunciação caluniosa é crime doloso e portanto só se caracteriza se aquele que acusa tem consciência de que está imputando um falso crime a alguém, porque se a acusação é feita com convicção, mesmo que o acusado seja absolvido ao final não há denunciação caluniosa. 
Crime de Ação Penal Pública incondicionada
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, e multa. 
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. 
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME (Art.340): Também constitui crime contra a administração da justiça comunicar as autoridades a ocorrência de um falso crime ou contravenção que sabe não ter ocorrido.
Crime de Mera Conduta: A simples comunicação de uma infração que o individuo sabe não ter ocorrido já consuma o delito, mesmo que as autoridades não pratiquem qualquer ato investigatório.
Crime doloso 
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado: Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
AUTOACUSAÇÃO FALSA (Art.341): Neste crime o agente dolosamente, sabendo ser inocente confessa um crime inexistente ou que foi praticado por terceiro. 
Crime de Mera Conduta: Pois a simples autoacusação já consuma o crime 
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos, ou multa.
FALSO TESTEMUNHO (Art.342): A testemunha, perito, contador tradutor ou intérprete em depoimento perante a autoridade seja em inquérito, em processo administrativo ou em processo judicial, falta com a verdade ou cala a verdade se recusando a responder as perguntas.
Causa da extinção da punibilidade do crime: O crime de falso testemunho admite a retratação pela testemunha mentirosa, conforme paragrafo 2º do art. 342. 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
§ 1o As penas aumentam-se de 1/6 a 1/3, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
CORROMPER TESTEMUNHA (Art.343): 
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: Pena - reclusão, de 3 a 4 anos, e multa.
 
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
13/03/17
CORROMPER TESTEMUNHA (Art.343): Este crime se configura quando alguém efetua o pagamento ou oferece o pagamento de vantagem indevida a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete para prestar falso testemunho, ou calar a verdade no momento do depoimento.
crime formal: que não depende do resultado para se consumar, pois basta oferecer a vantagem e o crime está consumado mesmo que não seja prestado um falso testemunho.    
É crime comum: Pois qualquer pessoa pode praticá-lo
Não é crime de mão própria: pois é possível mandar alguém praticar o delito em seu lugar.
O bem jurídico tutelado por este tipo penal é a  administração Pública 
Crime de acão Penal Pública 
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: Pena - reclusão, de 3 a 4 anos, e multa.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de 1/6 a 1/3, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO (344): Neste crime o agente usa de violência ou ameaça contra autoridade, parte ou qualquer outra pessoa que seja chamada a intervir em inquérito, processo administrativo ou processo judicial, com o fim de favorecer interesse próprio ou de terceiro.
É crime formal: Poismesmo que o interesse visado não seja atingido o crime se consuma.
Crime de ação penal pública incondicionada: Pois é crime contra a administração da justiça.  
A pena prevista para este delito é de 1 a 4 anos de reclusão além das penas previstas pelo uso da violência. No entanto quando a violência empregada causa uma lesão leve já está punida pelo tipo, por ser a violência elemento do crime, mas na hipótese da violência causar lesões graves, gravíssimas ou crimes maiores  serão também aplicadas além do art. 344 as normas incriminadoras de tais delitos   
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES (Art. 345): Neste crime o agente dolosamente faz justiça pelas próprias mãos, querendo satisfazer uma pretensão legítima através de meios ilegais. Se para tanto empregar a violência responderá também pelas penas do crime que a violência empregada configurar.
Crime de Ação Penal Privada em regra, que se procede mediante queixa, passando a ser crime de ação penal Pública quando há emprego violência. 
Porém se o agente usa de violência ou grave ameaça para constranger alguém com fim de obter uma vantagem indevida, como fazem os agiotas o crime será de extorsão art.158 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:  Pena - detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.         
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.
FRAUDE PROCESSUAL (Art.347): Nesta hipótese o agente dolosamente altera a cena dos fatos com o fim de ludibriar o perito ou o juízo em inquérito, processo administrativo ou processo judicial, sendo certo que se a finalidade for prejudicar processo criminal então se aplicam as penas em dobro.
Crime formal:    
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa.         
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
FAVORECIMENTO PESSOAL E REAL (Art.348 e 349):
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de 1 a 6 meses, e multa.         
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de 15 dias a 3 meses, e multa.        
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: Pena - detenção, de 1 a 6 meses, e multa.         
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
14/03/17
FAVORECIMENTO PESSOAL (Art.348): Nesta hipótese o agente dolosamente presta auxílio a autor de crime para escapar da ação da autoridade. 
O favorecimento não se confunde com a co autoria e participação, sendo certo que haverá concurso de pessoas quando o agente ajustar com o autor do crime a fuga como meio de garantir a execução do delito combinado   
O art. 348 menciona como favorecimento prestar auxílio a autor de crime, então com base no princípio da legalidade quem auxilia autor de contravenção penal a escapar das autoridades não comete este delito.
Crime Formal: Pois mesmo que a fuga não for bem sucedida ainda sim quem auxílio comete o crime. 
Escusa absolutória: Se quem auxilia a fuga é ascendente descendente, irmão ou cônjuge, de acordo com o paragrafo 2o do art. 348 está isento de pena. Sendo essa regra uma causa de escusa absolutória.
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de 1 a 6 meses, e multa.        
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de 15 dias a 3 meses, e multa.         
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
FAVORECIMENTO REAL (Art.349): O agente dolosamente presta auxílio a criminoso para tornar seguro o proveito de seu crime, agindo de forma consciente e voluntária.   
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: Pena - detenção, de 1 a 6 meses, e multa.         
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
FUGA DE PESSOA PRESA (Art.351): A fuga pura e simplesmente não é considerada crime pelo direito penal, apenas consideramos crime aquele que promove ou facilita a fuga do preso da cadeia e também o próprio preso quando na fuga usa de violência contra pessoa.   
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva: Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos.        
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de 2 a 6 anos.         
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente à violência.        
§ 3º - A pena é de reclusão, de 1 a 4 anos, se o crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado.        
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa.
EVASÃO  MEDIANTE VIOLÊNCIA (Art.352):
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:         Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.
ARREBATAMENTO DE PRESO (Art.353): O arrebatamento de preso se configura quando o agente retira o preso do poder da autoridade com o fim de maltratá-lo. Neste caso o agente responde pelo arrebatamento sem prejuízo do crime relativo a violência empregada.   
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda: Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, além da pena correspondente à violência
MOTIM (Art.354): Significa simplesmente rebelar se contra as regras de disciplinas da prisão. É necessário mais de 1 preso se rebelando contra a ordem, a disciplina da prisão. 
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão: Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, além da pena correspondente à violência.
PATROCÍNIO INFIEL E TERGIVERSAÇÃO (Art.355): No patrocínio infiel o advogado trai o seu cliente prejudicando os seus interesses em juízo e na tergiversação o advogado advoga para os litigantes simultaneamente ou então sucessivamente (ao mesmo tempo) na mesma demanda judicial. 
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado: Pena - detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa.
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
DESOBEDIÊNCIA DE ORDEM JUDICIAL (Art.359):   
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridadeou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos, ou multa.
20/03/17
LEI DE CRIMES HEDIONDOS (Lei 8.072/90):
Quais são: São aqueles que se encontram no rol taxativo do art. 1o .
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII);
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;  
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);
     
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);
      
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada; 
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);  
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). 
 
VII-A – (VETADO)
      
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998).
      
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).    
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado.    
Na lei de crimes hediondos o legislador no art. 1 optou por relacionar em um rol taxativo quais são só crimes do nosso Direito Penal considerados hediondos, sendo certo que o réu que responde a um processo criminal por um desses crimes sofre automaticamente a incidência desta lei e suas regras mais rigorosas em sua sentença    
Anistia, Graça e indulto (Art.2, I): De acordo com o art. 2, inciso I, os condenados por crime hediondo, tráfico de drogas, tortura e terrorismo não possuem direito a anistia graça e indulto, que são formas de clemência que extingue as penas, sendo a anistia concedida por lei federal e a graça e indulto por decreto presidencial.   
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 
Anistia apaga os efeitos do crime, como se nunca tivesse ocorrido, ela é concedida através de lei federal.
Graça: Não apaga os crimes, é uma clemência específica em favor de alguém, é concedido através de decreto presidencial.  
Indulto: Não apaga os crimes, é genérico, ou seja, não é concedido para alguém específico, é concedido através de decreto presidencial. 
FIANÇA E LIBERDADE PROVISÓRIA (Art. 2o, II): No art. 2, inciso II a lei veda aos que são presos em flagrante por crime hediondo, tráfico, tortura e terrorismo, o direito de liberdade provisória mediante fiança, mas não proíbe ao juiz que durante o processo conceda ao réu a liberdade provisória sem fiança.  
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
 
II - fiança.
REGIME INICIALMENTE FECHADO (Art. 2o, parágrafo 1) lei 11.464/07: O art. 2, parágrafo I estabelece que independente da quantidade de pena aplicada e dos antecedentes, o réu que é condenado por crime hediondo, tráfico, tortura e terrorismo deve ter a sua pena fixada em regime inicialmente fechado.
De acordo com corrente jurisprudencial o art. 2o parágrafo 1, é inconstitucional por violação do princípio da individualização da pena, devendo o juiz fixar o regime de cumprimento de pena de acordo com as regras do art. 33 paragrafo 2 do CP e levando em conta as circunstâncias pessoais do condenado. 
Antigamente o paragrafo 1 previa o regime integralmente fechado que vedava a progressão de regime para esses crimes, mas no entanto o STF julgando o HC impetrado por um presidiário declarou inconstitucional esta regra, razão pela qual foi aprovada alei 11.464/07 que seu ao paragrafo 1 o atual texto legal. 
 
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado.
Relembrando (Art 33, paragrafo 2): 
Regime aberto: Pena até 4 anos
Regime semiaberto: Pena superior a 4 até 8 anos
Regime fechado: Pena superior a 8 anos
PROGRESSÃO DE REGIME (Art. 2, paragrafo 2o): De acordo com o artigo 2º par. 2º, o condenado por crime hediondo, tráfico, tortura e terrorismo tem direito a requerer a progressão de regime, após cumprir 2/5 de sua pena ou 3/5 se for reincidente, o que é bem mais severo do que o prazo de 1/6 previsto no artigo 112 da LEP para os demais delitos, mesmo quando o réu é reincidente.
Ao declarar o regime integralmente fechado inconstitucional, o STF automaticamente permitiu a todos os condenados por crime hediondo, tráfico de drogas, tortura e terrorismo o direito a progressão de regime após o cumprimento de 1/6 da pena com base no artigo 112 da LEP. Portanto, ao entrar em vigor a lei 11464/07 em 29/03/2007, estipulando para a progressão o prazo de 2/5 ou 3/5 tornou-se uma lei mais gravosa, mais severa do que aquela que anteriormente vigorava, não podendo retroagir. Então, atualmente, entende a jurisprudência que quem cometeu esses crimes até 28/03/2007 continua tendo direito a progressão com 1/6 d pena e quem os cometeu a partir de 29/03/2007 passou a ter a progressão regulada pelos novos prazos de 2/5 ou 3/5.
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente.
21/03/2017
PRISÃO TEMPORÁRIA (Art. 2o, parágrafo 4º, Lei 7960/89): No artigo 2º par. 4º da lei de crime hediondo a lei aumentou o prazo da prisão temporária nos inquéritos por crimes hediondos, tráfico, tortura e terrorismo de 5 dias para 30 dias prorrogável por mais 30 dias.
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.  
LIVRAMENTO CONDICIONAL (83, V, CP): Em relação ao livramento condicional, a lei de crimes hediondos alterou o código penal criando o inciso V do artigo 83 CP, passando a exigir que para o livramento condicional, o condenado por crime hediondo, tráfico de drogas, tortura e terrorismo tenha que cumprir mais de 2/3, prevendo ainda que os reincidentes específicos em crimes dessa natureza não têm direito ao livramento condicional.
27/03/2017
REVOGACÃO do Art. 9o: A lei 12.015/09 que alterou o capítulo dos crimes sexuais no código penal, revogou sem qualquer ressalva o art. 224 do código e acabou revogando, tacitamente, o art. 9° da lei de crimes hediondos, que aumentava a pena em metade quando a vítima de um dos crimes dessa lei estivesse entre as circunstâncias do antigo art 224.
LEI DE DROGAS 13.343/2006: :
BEM JURÍDICO: O bem jurídico tutelado pela lei de drogas, de acordo com a doutrina e jurisprudência, é a saúde pública, por se entender que as drogas possuem um grande potencial destrutivo no meio social. 
DROGAS ILEGAIS/MINISTÉRIO DA SAÚDE: De acordo com a lei de drogas, consideramos substância entorpecente penalmente ilícita no Brasil, aquelas relacionadas pelas portarias do ministério da saúde. 
POSSE DE DROGA PARA USO PRÓPRIO (ART 28):
No art. 28 temos o crime de posse de droga para o uso próprio que se caracteriza quando o agente adquire, guarda, tem em depósito, traz consigo ou transporta drogas com a finalidade de consumo pessoal. 
28/03/17
DAS CIRCUNSTÂNCIASDO CRIME (Art.28, parágrafo 2): De acordo com o art. 28, parágrafo 2, para definir se o crime é de posse de droga para uso próprio ou tráfico, deve a autoridade levar em conta o local da prisão, a natureza da droga, a quantidade apreendida, as circunstâncias encontradas no momento da prisão e os antecedentes do acusado, uma vez que a lei não estabelece uma quantidade objetiva que define estes crimes, sendo a interpretação subjetiva      
Art. 28.  Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 2o  Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
PLANTIO PARA O USO PRÓPRIO (Art.28, parágrafo 1): Esta lei criminaliza também o plantio em pequena escala das plantas que servem a produção das drogas, com a finalidade de consumo pessoal, tipificando as condutas de semear, cultivar, e fazer a colheita.   
§ 1o  Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica
EXPERIMENTADOR E USO:  O experimentador que apenas tem a droga para um uso esporádico e aquele que está na sua posse mais nunca consumiu também configuram este delito, pois o crime não é usar e sim possuir a droga com esta finalidade. 
DAS PENAS:  As penas previstas para esse crime são advertência, prestação de serviço a comunidade e medidas educativas, sendo que na forma do parágrafo 6o também pode o juiz  aplicar pena de multa, mas em hipótese alguma, seja pelo delegado ou pelo juiz, o usuário pode ser preso.
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo
§ 3o  As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4o  Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5o  A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.
§ 6o  Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
PRESCRIÇÃO: 2 anos. Quando a pessoa tem menos de 21 anos a prescrição cai pela metade, ou seja, 1 ano (Art.115 CP). 
Art. 30.  Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
RECURSO NO STF: Atualmente existe no STF o julgamento de um recurso interposto pela defensoria de São Paulo que alega ser inconstitucional o crime de posse de maconha para uso próprio por constituir uma auto lesão, já que o usuário ao consumir a droga lesiona a própria saúde e não ofende com a sua conduta o bem jurídico saúde pública, sendo certo que já existem 3 votos a favor do recurso. 
TRAFICO (Art.33): No crime de tráfico de drogas o agente dolosamente pratica uma das condutas típicas previstas no art. 33 da lei de drogas, com a finalidade de entrega da droga a consumo de terceiro, sendo crime permanente e mesmo que o agente incida em mais de uma conduta constitui crime único. 
No paragrafo 1º a Lei equipara ao trafico de drogas a conduta de posse da própria matéria prima, o plantio em grande escala e ainda a conduta de ceder voluntariamente um imóvel para a exploração do tráfico.
No paragrafo 2º do art. 33 temos um crime de mera conduta por induzir alguém ao uso de drogas.
No paragrafo 3º o crime de uso compartilhado, quando alguém fornece droga sem finalidade de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos consumirem.
No paragrafo 4º temos a figura do trafico privilegiado que é causa de diminuição de pena de 1/6 a 2/3, quando comprovado que o réu apesar de ter praticado o tráfico, é primário e de bons antecedentes, não vive desta atividade criminosa e não possui vinculo com facções criminosas.
O paragrafo 4º proíbe expressamente no tráfico privilegiado a aplicação de pena alternativa, mas esta vedação do texto legal foi declarada inconstitucional pelo STF pela ofensa ao princípio individualização da pena. 
 
Art. 33.  Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2o  Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
§ 3o  Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
§ 4o  Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços,  desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.      
EQUIPAMENTOS DO TRÁFICO (Art.34): No art. 34 a lei criminaliza a posse a qualquer titulo de maquinários destinados a fabricação das drogas, sendo certo que havendo no mesmo contexto fático a apreensão de drogas para venda e de maquinários prevalece somente o crime do art. 33 sendo absorvido o crime do art. 34, com base no princípio da absorção. 
Art. 34.  Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
ASSOCIAÇÃO PARA O TRAFICO (Art.35): O crime de associação para o trafico se caracteriza quando dois ou mais agentes, de forma estável e permanentee com animus associativo estão associados com a finalidade de explorar o crime de tráfico. Trata-se de crime autônomo que inclusive pode ser aplicado em concurso material com o delito de tráfico (Art. 33 da Lei 11.343/06 c/c art. 69 CP).
 Por ser crime autônomo é possível o réu ser condenado por associação ao tráfico mesmo não sendo flagrado na posse do entorpecente 
Art. 35.  Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Parágrafo único.  Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
FINANCIAMENTO (Art.36): 
Art. 36.  Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
COLABORADOR (Art. 37): 
Art. 37.  Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
CAUSAS DE AUMENTO (Art.40):
Art. 40.  As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
04/04/2017
FINANCIAMENTO (art. 36): O crime de financiar o tráfico é delito autônomo, que se aplica ao investidor que não seja o próprio traficante e nem membro da quadrilha ou associação, e não sendo esse delito um crime habitual ou permanente. No entanto, se as provas demonstram que o financiador da associação criminosa é um dos próprios traficantes, ele não responde pelo art. 36 e sim, pelos arts 33 e 35. 
OBS: Se o agente financiador for o próprio traficante, ele responde pelo art. 33 com o aumento de pena do art. 40, VII.
Art. 36.  Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
COLABORADOR (art. 37): Neste crime, o agente dolosamente presta informações à grupo ou associação criminosa que exploram o tráfico de entorpecentes. No entanto, esta colaboração é eventual ou esporádica, porque se as provas demonstrarem que o informante é membro da quadrilha, configurado estará o crime do art 35. 
Art. 37.  Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
CAUSAS DE AUMENTO (art. 40): No art. 40 a lei relaciona circunstâncias que tornam o crime de tráfico mais reprovável, permitindo um aumento da pena de 1/6 a 2/3, quando for tráfico transnacional; praticado por funcionário público com função de combate ao tráfico; quando praticado em certos locais enumerados pela lei; com uso de arma para a intimidação coletiva; quando for tráfico Inter estadual; quando envolver menores de 18 anos; e quando comprovado que o próprio traficante financia seu grupo criminoso.
Art. 40.  As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO Art.44: O art. 44 da Lei de Drogas foi declarado parcialmente inconstitucional, uma vez que o STF vem entendendo que cabe em tese a concessão de SURSI e pena alternativa quando os réus preencherem respectivamente os requisitos dos arts. 77 e 44 do Código Penal e, também, que compete ao judiciário analisar em cada caso concreto quando o réu por tráfico merece liberdade provisória sem fiança.
LEI DE TORTURA Art.9.455/97: De acordo com o art. 1, inciso I da Lei 9.455/97 consideramos tortura constranger alguém com emprego de intenso sofrimento físico ou mental, através de intensa agressão física ou moral com a finalidade de obter informações ou confissões, forçar a pratica de um crime ou por discriminação racial ou religiosa. Espancamentos praticados com outras finalidades ou outros motivos não caracterizam tortura, mas sim outros delitos 
Intenso sofrimento Físico ou mental a fim de obter:
- Informação ou confissão
- Forçar a cometer um crime
- Discriminação racial ou religiosa
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
TORTURA DOS EXCESSOS DE CASTIGOS PESSOAL CONTRA PESSOAS SOB SUA CUSTÓDIA: De acordo com o Art. I inciso II e paragrafo 1º desta lei também consideramos tortura causar intenso sofrimento físico ou mental como forma de castigo pessoal a quem esta sob o poder, guarda, autoridade ou custódia do agressor. 
Este crime de tortura se diferencia do delito de maus tratos do art. 136 do CP pela intensidade da agressão, uma vez que tortura e maus tratos são crimes muito semelhantes, sendo o Art. 136 infração de menor potencial ofensivo. 
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como formade aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
TORTURA POR OMISSÃO: No paragrafo 2º temos o crime de tortura por omissão que é praticado quando uma autoridade que tem a função de coibir uma tortura que esta acontecendo ou de investigar uma tortura que ocorreu se omite desta função. Trata-se de crime doloso que obviamente não configura se o fato é desconhecido pela autoridade.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de 1 a 4 anos.
CRIME DE TORTURA QUALIFICADA POR LESÃO CORPORAL GRAVE OU GRAVISSIMA OU MORTE: Crime preter-doloso, dolo no consciente e culpa no consequente. O crime de tortura com resultado morte previsto no art. 1º paragrafo 3º parte final desta lei é crime preter-doloso em que o agente tortura a vitima dolosamente mas sem a intenção de mata-la e acaba produzindo o resultado morte culposamente, enquanto no homicídio qualificado mediante tortura previsto no art. 121, parágrafo 2º, inciso III o agente tem o dolo de matar e usa a tortura como meio de execução.
No art. 1º, paragrafo 3º parte inicial temos o crime de tortura qualificado por lesões graves com penas de 4 a 10 anos, sendo considerado lesões graves uma das hipóteses previstas no paragrafo 1º e 2º do art. 129 do CP. 
No entanto se a lesão grave decorre de uma tortura, pelo princípio da especialidade aplicamos apenas o art.1º paragrafo 3º e não o 129 do CP 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de 4 a 10 anos; se resulta morte, a reclusão é de 8 a 16 anos.
11/04/17
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA (paragrafo 4º): 
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I - se o crime é cometido por agente público;
No paragrafo 4º inciso 1 temos a causa de aumento de pena que determina o aumento de 1/6 a 1/3 se o sujeito ativo do crime é agente público. No entanto esta majorante de pena não se aplica ao crime do art. 1º, paragrafo 2º desta lei, tendo em vista que esta circunstância agente público já é elemento deste tipo penal e a aplicação desta causa de aumento nesta hipótese representaria bis in idem o que é vedado por nossa legislação.
No exemplo em que uma mãe mesmo sabendo que seu companheiro tortura seu filho através de castigos pessoais excessivos e nada faz para evitar o crime não aplicamos o paragrafo 2º que somente é aplicável quando o sujeito ativo é agente público. Nesta hipótese esta mãe deve responder como participe do crime cometido por seu companheiro previsto no art. 1º inciso II da Lei 9.455/97. 
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos 
III - se o crime é cometido mediante seqüestro: No paragrafo 4º inciso III a Lei determina o aumento de pena quando o autor do crime de tortura sequestra a vítima para torturá-la. Nesta hipótese não podemos aplicar além da causa de aumento o tipo penal do art. 148 sob pena de bis in idem uma vez que o legislador escolheu na lei de tortura prever o sequestro como majorante de pena.
Perda do cargo público (paragrafo 5º): De acordo com o paragrafo 5º como consequência da condenação pode o juiz decretar na sentença condenatória a perda do cargo público se o réu for funcionário público e a interdição para que ocupe um cargo público pelo dobro do tempo da condenação.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Preso em flagrante por crime de tortura não tem fiança, anistia, graça e Indulto (paragrafo 6º): De acordo com o paragrafo 6º o crime de tortura é inafiançável, insuscetível de anistia, graça ou indulto.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
O regime será: De acordo com o paragrafo 7º o crime de tortura as penas devem ser fixadas em regime inicialmente fechado, salvo na tortura por omissão paragrafo 2º que por ter pena de detenção admite regime semi aberto e aberto. 
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
09/05/17 – AV 2
LEI 9.437/97 FOI REVOGADA PELA LEI 10.826/03 ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
BEM JURÍDICO: O bem jurídico tutelado pelo Estatuto do Desarmamento é a incolumidade pública, ou seja, a segurança da coletividade contra o potencial destrutivo das armas de fogo. DL 3688/41
SINARM (Art.1º)/REGISTRO (3º)/PORTE (6º): 
MERA CONDUTA E PERIGO: O crimes do estatuto são considerados de mera conduta e de perigo abstrato por que não possuem resultado e a simples irregularidade da conduta já constitui o crime porque representa por si só um risco a sociedade. 
ARMAS PERMITIDAS E PROIBIDAS: De acordo com essa lei compete ao Ministério da Defesa através de suas portarias regulamentar quais são as armas consideradas de uso permitido e quais são as armas consideradas de uso proibido, sendo certo que as armas permitidas são aquelas que um cidadão comum pode adquirir e armas proibidas aquelas que somente as forças públicas são autorizadas a utilizar. 
ARMA SEM FUNCIONAMENTO – LAUDO: De acordo com a jurisprudência majoritária se a arma de fogo não tem mais funcionamento ou seja não tem mais aptidão para disparo de acordo com laudo pericial o fato é atípico por ausência de lesividade sob o bem jurídico porque ela não representa risco a sociedade.
ARMA DESMUNCIADA – JURISPRUDÊNCIA: De acordo com a jurisprudência majoritária a arma de fogo desmuniciada mesmo quando não há munição próxima para pronto abastecimento configura o crime de posse ou porte ilegal prevista no estatuto do desarmamento. 
MULTIPLICIDADE DE ARMAS: De acordo com a jurisprudência majoritária a multiplicidade de armas configura um único crime desde que elas sejam apreendidas no mesmo contexto fático porque representam um mesmo perigo ao bem jurídico.
PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO COMPARTILHADA: A jurisprudência vem entendendo, apesar de não ser pacífico, a possibilidade do crime de porte ou posse ilegal de arma de fogo, quando esta em poder de uma pessoa, mais também disponível e na esfera de conhecimento de um coautor. 
CRIME SUBSIDIÁRIO: Esses crimes são subsidiários porque quando praticados como meio de execução de um crime fim aplicamos o princípio da absorção que determina que o crime fim absorve o crime meio como por exemplo no homicídio e no roubo. 
15/05/17
POSSE ILEGAL DE ARMA DE USO PERMITIDO (Art.12): Neste crime o agente dolosamente possui em sua residência ou em seu trabalho arma de fogo, acessório ou munição sem o devido registro junto ao SINARMI. Trata-se de crime permanente em que a ação criminosa se prolonga no tempo, e o agente esta em flagrante delito enquanto estiver na posse ilegal da arma, acessório ou munição. Trata-se de norma penal em branco uma vez que este tipo penal é complementado pelas portarias do Ministério da Defesa que classificam quais são as armas e munições de uso permitido e também é crime de mera conduta e não de resultado ou material porque basta ter a arma irregularmente e o crime já está configurado, sendo irrelevante a finalidade da arma 
PORTE ILEGAL DE ARMA DE USO PRMITIDO (Art.14): O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido se caracteriza quando alguém dolosamente e sem autorização legal está transitando em locais públicos ou fora de sua residência e local de trabalho com arma de fogo acessório ou munição de uso permitido. Também é crime permanente de mera conduta e norma penal em branco. Este crime é afiançável pois o STF declarou inconstitucional o parágrafo único do art.14 
POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO (ACESSÓRIO OU MUNIÇÃO) DE USO PROIBIDO (Art.16 e parágrafo único): Nós temos tipificadoo crime de posse ou porte ilegal de arma, acessório ou munição de uso proibido, sendo também crime permanente, de mera conduta e norma penal em branco. Este crime não é afiançado pelo delegado pois a pena máxima é superior a 4 anos, mas admite fiança ou liberdade provisória sem fiança concedida pelo juiz nos casos em que não estiverem presentes os requisitos da prisão preventiva sendo certo que o art. 21 que veda a liberdade provisória foi considerada inconstitucional pelo STF. Quando em um mesmo contexto fático alguém é preso na posse de arma de uso permitido e também de uso proibido temos um único crime predominando na tipificação o crime mais grave do artigo 16.
Se alguém possui ou porta ilegalmente um arma com a numeração raspada ou adulterada, não importa o calibre e será enquadrado no art. 16 parágrafo único inciso I ou IV.
Também são consideradas condutas equiparadas ao crime do art. 16 modificar característica de arma de fogo, posse ilegal de explosivos, entrega de arma a menor e fabricação clandestina ou reciclagem de munição. 
DISPARO DE ARMA DE FOGO (Art.15): No artigo 15 temos o delito de disparo de arma de fogo em local público ou área abitada, sendo este crime apenas doloso que não se caracteriza se o disparo for acidental. Caso o disparo seja efetuado com fim de praticar um delito maior como um homicídio por exemplo, então nesta hipótese o crime fim absorverá o crime meio e não será aplicável o artigo 15. 
O parágrafo único do art. 15 foi declarado inconstitucional pelo STf sendo este delito afiançável pelo próprio delegado 
COMERCIO NACIONAL CLANDESTINO DE ARMAS E TRÁFICO INTERNACIONAL CLANDESTINO DE ARMAS (Art.17 e 18): 
29/05/17
DOS CRIMES DA LEI DE TRANSITO (9.503/97)
Homicídio Culposo e Causas de aumento de Pena (Art.302): No código de trânsito no art. 302 temos o homicídio culposo na direção de veiculo automotor que se caracteriza quando alguém por negligência, imprudência ou imperícia na direção de um veiculo, seja no transito ou em uma via particular produz a morte de alguém. Se o motorista não foge e presta socorro, pelo artigo 301 não pode ser preso em flagrante e responde ao processo em liberdade provisória. 
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
        Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
 São causas que aumentam a pena do homicídio culposo a falta de habilitação, o acidente em calçada ou faixa de pedestre, omissão de socorro e a profissão de transporte de passageiros. 
§ 1o  No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:       
 I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;       
 II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;       
 III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;        
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.     
Por analogia ao código penal, pode-se aplicar o perdão judicial ao crime de homicídio culposo no transito. 
 
Lesões Culposas (Art.303): A lesão culposa no transito ocorre em acidentes com vitima sem morte, por imprudência, negligência ou imperícia do motorista independente da gravidade da lesão, sendo também aplicável a este crime as causas de aumento de pena do homicídio culposo. Sendo este delito de ação penal pública condicionada a representação. 
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:
  Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
        Parágrafo único.  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302.           
São causas que aumentam a pena do homicídio culposo a falta de habilitação, o acidente em calçada ou faixa de pedestre, omissão de socorro e a profissão de transporte de passageiros. 
Omissão de Socorro (Art.304): A omissão de socorro do Art.304 pratica o condutor do veículo que se envolve em um acidente com vítima sem ser o culpado mas deixa de prestar socorro quando possível fazê-lo, sendo certo que se outra pessoa omite socorro o crime será do art. 135 do código penal. 
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
 Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.
Fuga do local (Art.305): Esse crime só se caracteriza se o motorista não matar e nem causar lesão culposa a ninguém pois se isso ocorre a fuga será causa de aumento de pena dos crimes de lesão culposa ou Homicídio culposo. É Crime de mera conduta 
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Embriaguez no transito (Art.306): Neste crime o agente conduz veiculo na via pública com a quantidade de álcool no sangue acima do permitido conforme o paragrafo 1º, inciso I, sendo certo que para a prova deste crime o paragrafo 2º admite todos os meios de provas e não apenas a prova do bafômetro. Trata-se de crime de mera conduta. 
Art. 306.  Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:          (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
        Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1o  As condutas previstas no caput serão constatadas por:         
 I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou         
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora.      
§ 2o  A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova.  
§ 3o  O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.     
Disputa não autorizada (Art.308): Também é criminalizada qualquer forma de disputa não autorizada pelo perigo que gera a sociedade. 
Art. 308.  Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada:       
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.     
 § 1o  Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.        
§ 2o  Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.         
Direçãosem habilitação (Art.309): A direção sem habilitação quando o motorista não habilitado esta conduzindo o veiculo perigosamente. Sem estar habilitado perante o DETRAN. Se o sujeito esta dirigindo sem causar perigo de dano é mera infração administrativa, porém se estiver causando perigo ele responderá
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
        Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Emprestar o veiculo para alguém que não é habilitado (Art.310): Conduta de ceder o veiculo a pessoa não habilitada, embriagada ou deficiente mental Crime de mera conduta. 
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
        Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Data: 30/05
Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06).
Conceito (art. 5°): Para efeitos dessa lei, o art. 5° considera violência doméstica contra mulher aquela praticada, em regra, pelo homem no âmbito da unidade doméstica entre pessoa que convivem com ou sem vínculo familiar, no âmbito da família que é a comunidade formada por pessoas com laços de parentescos ou que se consideram aparentadas e nas relações íntimas de afeto independente de coabitação. P.s. ficante não entra na lei.
Art. 5o  Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único.  As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Art. 6o  A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.
Formas de Violência (Art. 7°). São consideradas formas de Violência Doméstica contra a mulher a violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
Art. 7o  São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
Processo Criminal e Audiência de Conciliação (art. 16): O rito do processo criminal por esses delitos no juizado conforme o art.13 é o adotado pelo CPP, mas antes da ação penal deve ser designada audiência especial de conciliação do art. 16, em que a mulher pode retirar a representação na presença do juiz se o crime for de ação penal privada ou pública condicionada. 
Art. 16.  Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
Medidas Protetivas (art. 18 ao 24): Com base no art. 18 ao 24, podem ser decretadas em caráter de urgência a requerimento do delegado da vítima ou MP às medidas protetivas do art. 22 ou 24 que se descumpridas pelo réu acarretam a decretação da prisão preventiva. Sendo certo que essa lei também proíbe que em sentença condenatória os juízes apliquem somente multa ou cesta básica.
Art. 17.  É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
Art. 18.  Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso;
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
Art. 19.  As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1o  As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado.
§ 2o  As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.
§ 3o  Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.
Art. 20.  Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.
Parágrafo único.  O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 21.  A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público.
Parágrafo único.  A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor.
Art. 22.  Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio

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