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Universidade Estácio de Sá
Departamento de Pedagogia
História da Educação
Disciplina: História da Educação
Professor: Marcos Antônio 
Alunas: Poliana Nascimento da Silva e Stephanie Gomes Teixeira.
SÃO GONÇALO
06 de outubro de 2017
Conceito da História
História termo de origem grega, cujo significado é buscar, investigar. Para o importante historiador francês Jacques Le Goff, não existe um entendimento único quanto ao termo história.
Desde que os homens iniciaram a transformação da natureza e criaram símbolos para representa lá passaram a produzir a historia. Nesse sentido as criações culturais foram decisivas para a distinção entre os homens e os animais. A necessidade de reconstruir o passado, compreender a ação dos indivíduos ao longo do tempo, fez com que a historia surgisse a se desenvolvesse de maneira diversa.
Para os primeiros homens o passado era algo sagrado, o tempo em que os deuses realizaram as ações que possibilitaram a preservação das comunidades seus feitos maravilhosos. A história dentre esses povos deve ser compreendida com o processo de transmissão dos mitos fundadores. A partir do momento em que as sociedades tornaram se mais complexas, o relato histórico continuou sendo oral, mas agora registrando as realizações dos antepassados humanos, responsáveis pela estruturação daquela nova sociedade, mais protegida e próspera. O domínio da escrita representou muito para a sistematização da memoria, facilitando a preservação das realizações do passado e, consequentemente, contribuindo para a difusão dos significados dos feitos humanos, como ocorreu na Grécia.
Durante o período Medieval, em decorrência do fortalecimento do cristianismo, a narrativa histórica foi também dominada pela igreja, incorporando uma forte participação divina nos eventos, conduzindo a historia a adotar um caráter teológico, ou seja, era guiada pela vontade de Deus e não mais dos homens. Foi comum na Idade Media a elaboração de genealogias com a presença de figuras poderosas, heróis e santos. Essa concepção teológica da historia foi modificada de maneira significativa pelos humanistas no século XV, todavia, somente a partir do século XVII, o estudo da historia ganhou nova configuração, consolidada no século XVIII com o iluminismo. A partir de então, os humanistas buscaram contribuições de outras áreas do saber para atingir a veracidade de suas analises. Os historiadores não mais se orientavam pelo passado como um modelo a ser seguido, mas desenvolveram a ideia de processo, de progresso investigando o que chamavam de aperfeiçoamento de humanidade.
Apropriando-se da dialética hegeliana, Karl Marx contrapôs ao idealismo uma concepção materialista de historia, rompendo com as concepções que prevaleciam ate então. A história na concepção marxiana deveria ser analisada a partir da infraestrutura, ou seja, fatores matérias, econômicos e sociais deveriam ser abordados com mais ênfase pelos historiadores. 
Marx ressaltava que as condições matérias, que ele denominou de forças produtivas, dos homens são elementos condicionantes das formas de governo, e como das manifestações culturais, das ideologias, das religiões, etc. Recusa, assim, a interpretação de que a historia humana se transforma pela ação das próprias ideias para justificar que o verdadeiro motor da historia é a luta de classes. 
A crença no progresso e na razão apresentada pelas concepções historiográficas vigentes perdeu a sua vigor e a atmosfera de incertezas então gerada incentivou os pensadores franceses Lucien Febwre e March Bloch a conduzirem a maior renovação da historiografia do século XX com a criação da chamada de escola dos Annales.
Na segunda fase, aproximadamente entre 1945 e 1968, cuja presença do francês Fernand Braudel foi de extrema relevância, os Annales apresentaram outra noção de tempo histórico, que ficou conhecida como três tempos históricos. Desenvolvidos por Braude o tempo histórico poderia ser divido em: pequena duração (os eventos), media duração (as conjunturas) e longa duração (as estruturas), coexistindo, esses tempos historias, segundo o historiador Frances, espelhavam diferentes características da vida dos homens em sociedade. Neste momento o movimento aproxima-se mais de uma verdadeira “escola”, com conceitos (estrutura e conjuntura) e novos métodos ( historia serial de mudanças na longa duração). 
Além da mudança no conceito de tempo histórico, foi na segunda fase do Analles que a noção de fonte histórica foi alterada. Ate aquele momento apenas os documentos oficiais eram considerados como fontes para a escrita da História, todavia, os Analles reconstruíram essa noção ao afirmarem que todo vestígio deixado pelo homem pode ser considerado como documento histórico, estabelecendo o fim do documento escrito como única fonte confiável e permitindo que o historiador usasse fontes diversificadas para a edificação do conhecimento histórico. A partir de então filmes, desenhos, pinturas, roupas, hábitos, costumes, crenças, praticas, tradições, dentre outros, passaram a compor os testemunhos do historiador. 
Atualmente podemos observar que o objetivo da História é estudar o passado da humanidade e responder a perguntas, como: o que aconteceu no passado? Por que aconteceu de uma maneira e não de outra? Que fatores contribuíram para essas ou aquelas transformações? 
Na realidade, os historiadores buscam descobrir o que aconteceu no passado para explicar os motivos que levaram a vida de homens e mulheres a mudar tantas vezes ao longo dos tempos. Todavia, não devemos conceber a História como uma ciência do passado, mas sim como uma ciência do presente. 
O que a história estuda?
A história examina justamente o processo de mudanças ocorridas nas sociedades permitindo os fatos e acontecimentos que aconteceram no passado proporciona entender o porquê do desenvolvimento e as características de determinado local para assim compreender o porquê e como chegamos até aqui. A função da história é dotar de identidade a diversidade de seres humanos que formavam a tribo, o povo, a pátria ou nação”. Sendo assim, a história apresenta como era formada e a diversidade de cultura e cotidiano de diversas localidades, não se importando com os fatos que alteram a vida de apenas algumas pessoas, mas com acontecimentos que afetam toda sociedade.
Para a maioria dos historiadores da atualidade, não existem temas mais significativos do que os outros, pois tudo pode ser estudado pela história.
Todos nós fazemos parte de alguma história, interferindo diretamente no rumo da mesma, porém algumas pessoas se destacam devido à grandeza de suas ações, podendo elas ser de maneiras planejadas ou não. Outras influências que se destacam na formação e desenvolvimento da história são as influências positivas e negativas. A história muda de acordo com os avanços tecnológicos, alterações na cultura, economia e política, como consequência a história deve acompanhar as demandas e as necessidades e devem ser entendidas no quadro mais amplo das transformações econômicas, políticas, culturais e geográficas que caracterizam o mundo contemporâneo.
História da Educação
A História da Educação não deve ser considerada como uma especialização da história, tendo em vista que o historiador da educação deve seguir procedimentos válidos para qualquer historiador. A disciplina História da Educação esteve desde sempre ligada à formação de professores, pois através da história podemos voltar ao passado - por resquícios que permaneceram no tempo - ainda presente da educação para compreendermos a experiência educativa. A história da educação constituiu-se primeiramente, como disciplina escolar com a finalidade de elaborar um conjunto de saberes sobre as ideias pedagógicas para a formação de professores. História da Educação pode ser entendida como uma das fundadoras das ciências da Educação, visto que traz como origem a “[...] preocupação com a educação enquanto ação humana intencional baseada em princípios científicos”.
Todavia, por umperíodo significativo, a disciplina história da educação esteve ligada a filosofia da educação nos cursos de nível secundário e também superior, sem autonomia merecida e o estudo de ciências já atribuídos a disciplina como psicologia, biologia e sociologia, que então estavam presentes nos bancos escolares.
Assim, cabe ao futuro educador estudar a História da Educação para entender o passado, a partir das representações construídas, entendendo que são construções humanas e a partir desta experiência pensar o presente refinando assim o olhar sobre a experiência vivida contribuindo com o exercício de um olhar reflexivo. Manter-se em constante dúvida, desnaturalizando o acontecimento histórico; construir um patrimônio cultural a respeito de sua profissão e sua área de atuação, adquirindo assim, um conhecimento “bibliográfico” capaz de explicar, quando necessário, o papel do profissional da educação.
Com a criação das universidades, entre 1930 e 1940 foram implantadas faculdades de educação, oportunizando a pesquisa e a elaboração de pesquisa e teses, mas nem sempre a história da educação teve a merecida atenção.
Nos anos 50 começou a se esboçar na Universidade de São Paulo, a partir da faculdade de educação, algo próximo a um projeto de construção de uma educação brasileira, autônoma, alicerçada em levantamentos documentais, capaz de recobrir o processo de desenvolvimento do sistema público de ensino.
Nos anos de 1960, com a Ditadura militar, a educação foi duramente golpeada em virtude do fechamento de escolas experimentais e centros de pesquisa e a formação de grupos com forte orientação ideológica que preparam a legislação das reformas do ensino superior em 1968 e a do curso secundário em 1971. Com as Reformas Universitária, que buscava uma melhor qualificação, houve modificações nos textos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Em 1980 os pesquisadores foram estimulados a se aglutinarem em centros e associações de pesquisa, especialmente nas universidades, o que facilitou o movimento de aproximação dos educadores com a História, como campo teórico.
Temas como a prática docente, processos de escolarização, práticas educativas e ideias pedagógicas compõe alguns dos temas trabalhados pela historiografia da educação e Roger Chartier está cada vez mais presente nas pesquisas, como seus conceitos de apropriação e circulação, saberes e culturas escolares.
Para que a História da Educação?
A história da educação é um dos meios mais eficazes para cultivar um saudável ceticismo, que evita a “agitação e promove a “consciência crítica” Estou a falar de uma história que nasce nos problemas do presente e que sugere pontos de vista ancorados num estudo rigoroso do passado. Do passado.
Desnaturalizar, alargar horizontes dos possíveis, rememorar, memorizar, encontrar projetos silenciados, entender as razões pelas quais o futuro do passado seja esse nosso presente e não outro, viajar, ir ao encontro do outro, aprender, ensinar… As respostas foram muitas e certamente não esgotarem as possibilidades acumuladas pela reflexão historiográfica.
À história busca ajudar as pessoas e as comunidades a andarem um sentido ao seu trabalho educativo.” O presente não existe sem o passado, e estamos a fabricar o passado todos os dias. Ele é um elemento de nossa memória, é graças a ele que sabemos quem fomos e quem somos”. (Assim disse o cineasta Manuel de Oliveira)
Aqui ficam quatro apontamentos, entre tantos outros, que permitem esboçar uma resposta à pergunta” Para que a história da educação?” São muitos os exemplos suscetíveis de confirmar(...) a importância de desenvolvermos uma atitude crítica face às modas pedagógicas, de analisarmos o jogo de identidades no espaço educativo, de situarmos a nossa própria existência na narrativa histórica e de compreendermos que a mudança se faz sempre a partir de pessoas e de lugares concretos.
Bibliografia
História da educação/sia
Material didático (pdf)
Karen Fernanda Bortoloti
https://docslide.com.br › Documents
História da Educação no Brasil Karen Fernanda Bortoloti 
03/10/17 as 16:45
www.bv.fapesp.br/pt/pesquisador/45839/karen-fernanda-da-silva-bortolotti
04/10/17 ás 15:26

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