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DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS Circulação sangüínea Sangue arterial Sangue venoso Hiperemia Aumento de sangue no interior dos vasos Ativa (Arterial) *Dilatação arteriolar com aumento do fluxo sangüíneo local Etiologia: • estimulação simpática (estímulo neurogênico) • liberação de substâncias vasoativas a) fisiológica b) patológica Passiva (congestão venosa) *Redução da drenagem venosa Etiologia: • trombose • invasão venosa por neoplasia • compressão vascular • aumento da pressão venosa Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) *Redução do retorno venoso • ICE: congestão pulmonar • ICD: congestão sistêmica (hepática, esplênica) Veia cava superior Veia cava inferior PCV Hiperemia passiva sistêmica Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) Veias pulmonares Drenagem venosa Hiperemia passiva pulmonar arteríola fluxo capilar sanguíneo vênula Conseqüências Hemorragia Edema Conseqüências Hemorragia Edema Degeneração Hipotrofia Necrose Fibrose Trombose Edema *Acúmulo de líquido no interstício e/ou cavidades corpóreas 1. Classificação 1.1 Quanto à localização • localizados (hidroperitôneo ou ascite, hidrotórax, hidropericárdio) • generalizados (anasarca) Exsudato • alta [proteína] • muitos leucócitos • turvo • contém fibrinogênio • coagulam em tubo de ensaio Transudato • baixa [proteína] • poucos ou inexistentes • límpidos • não contém fibrinogênio • não coagulam em tubo de ensaio 1.2 Quanto à constituição 2. Patogênese 2.1 Aumento da pressão hidrostática capilar 2.2 Redução da pressão oncótica plasmática • Perdas protéicas (queimaduras, glomerulopatias, gastroenteropatias, hepatopatias, desnutrição) 2.3 Aumento da permeabilidade vascular Mediadores químicos da inflamação: • contração do citoesqueleto endotelial • aumento dos espaços inter- endoteliais • extravasamento de líquido rico em proteínas 2.4 Alteração da drenagem linfática Fibrose, remoção de linfonodos, invasão neoplásica, elefantíase Obstáculo local à drenagem linfática Acúmulo de líquido rico em proteínas (linfedema) Aumento da permeabilidade vascular extravasamento de proteínas pressão oncótica intersticial acúmulo de líquido remoção de tecidos, hipotrofia 2.5 Alterações do interstício Proteoglicanos e glicosaminoglicanos (transformação mucóide) hidrofilia acúmulo de líquido débito cardíaco ativação de baroreceptores adrenalina vasoconstrição arteriolar renal 2.6 Retenção renal de sódio e água retorno venoso volemia Reabsorção de Na+ e H2O PV edema volemia Renina Angiotensina Aldosterona DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS HEMOSTASIA - sangue em estado fluido e livre de coágulos - tampão hemostático rápido e localizado Hemorragias Saída de sangue dos vasos ou do coração para o interstício, cavidades corpóreas ou para fora do organismo • Ruptura vascular (rexe): traumatismos, aumento da pressão arterial • Erosão: necrose caseosa, HCl, neoplasias • Diapedese: hiperemias 1. Classificação 1.1 Externas • hematúria • melena • otorragia • gastrorragia • epistaxe • enterorragia • hemoptise • hematêmese 1.2 Internas 1.2.1 Intersticiais • petéquia • púrpura • equimose • sufusão • hematoma • apoplexia 1.2.2 Em cavidades pré-formadas • hemoperitôneo • hemopericárdio • hemotórax • hemossalpinge • hemartrose 3. Coagulopatias a) Deficiência de fatores de coagulação • Deficiência de vitamina K - alteração da microbiota intestinal (tratamento com antibióticos) - redução da absorção intestinal de gorduras (insuficiência biliar) • Hepatopatias • Hemofilia - plaquetas normais - redução do fator VIII - artropatia hemofílica: hemorragias múltiplas na cavidade articular • Doença de Von Willebrand - alteração qualitativa das plaquetas - adesão e agregação plaquetária b) Exacerbação de fatores anticoagulantes • excesso de heparina • liberação de ativador tecidual do plasminogênio (t- PA): traumatismos, cirurgias, hipertemia, descargas elétricas, neoplasias 4. Diáteses hemorrágicas - tendência para sangramento sem causa aparente (espontâneas) ou hemorragia mais intensa ou prolongada Causas: a) Alterações vasculares: deficiência de vitamina C, doenças genéticas de síntese do colágeno, deposição de imunocomplexos b) Plaquetopenias ou trombocitopenias • Redução da produção: infecções da medula óssea, cloranfenicol (anemia aplástica), infiltração neoplásica • Aumento da destruição: púrpura trombocitopênica idiopática (auto-anticorpos), hiperesplenismo • Defeito da função plaquetária: aspirina (reduz produção de agregantes plaquetários tromboxana A2 e ADP) • Aumento do consumo: coagulação intravascular disseminada (CID) • Coagulopatia de consumo • Formação de microtrombos em capilares, arteríolas e vênulas • Liberação de grande quantidade de tromboplastina (fator tecidual) ou lesão endotelial extensa • Trombos: rins, pulmões, coração, encéfalo, intestinos, glândulas endócrinas, pâncreas e pele Coagulação intravascular disseminada Coagulação intravascular disseminada Septicemia Traumatismos Queimaduras Neoplasias Venenos ofídicos consumo de plaquetas consumo dos fatores da coagulação plaquetas FC trombose fibrinólise produtos anticoagulantes coagulação reperfusão radicais livres hemorragia anóxia necrose Hemorragia e/ou necrose isquêmica das supra-renais • Necrose focal • Infarto hemorrágico - traumatismo durante o parto, asfixia, infecções sistêmicas, doenças hemorrágicas, endotoxinas de bactérias Gram- negativas Evolução Macro: 1º dia = hematomas vermelhos (extravasamento de hemáceas) Dias seguintes = azul violáceo (redução do teor de oxigênio) 1 semana = esverdeado (acúmulo de bilirrubina e biliverdina) 10º dia = amarelo (acúmulo de hemossiderina) Micro: Hemorragia recente Hemorragia antiga Choque: • falência circulatória associada a grave distúrbio da microcirculação e hipoperfusão generalizada de tecidos e órgãos • pele pálida e úmida, extremidades frias, hipotensão arterial, distúrbios do estado de consciência e insuficiências respiratória e renal Cardiogênico Infarto do miocárdio Tamponamento cardíaco Arritmias cardíacas Hipovolêmico Hemorragia Vômitos Diarréia Queimaduras Séptico Infecções por bactérias Gram negativas + LPS Septicemia Neurogênico Traumatismos do SNC ou SNP Intoxicação por barbitúricos, narcóticos, tranquilizantes Falência cardíaca Perda de líquidos Liberação de mediadores Desequilíbrio do controle vasomotor Choque Volemia edema LPS ativação do complemento PV/vasodilatação abertura dos esfíncteres sequestro, estase hipoperfusão hipóxia, anóxia Lesão endotelial ativação plaquetária CID volemia hipoperfusãoquimiotaxia/ativação polimorfonucleares e mononucleares enzimas degeneração/necrose falência de múltiplos órgãos Volemia Catabólitos: ADP, adenosina, lactato, H+, K+, CO2 vasodilatação abertura de esfíncteres pré- capilares sequestro de sangue na microcirculação estase hipóxia Hipoperfusão tecidual generalizada hipóxia, anóxia degeneração, necrose geração de mediadores Adrenalina, vasopressina, SRAA falência de múltiplos órgãos CID trombose lesão endotelial edema a) Fase compensada: perfusão mantida por mecanismos compensatórios • pele pálida e úmida, extremidades frias, sensação de frio (vasoconstrição periférica) • choque séptico: pele rosada e quente, bem vascularizada • hipotensão discreta, taquicardia b) Fase descompensada: • hipóxia disseminada crescente, acidose e sequestro na microcirculação, provável início da CID • aumento da hipotensão e da taquicardia, insuficiência respiratória e renal Irreversível: necrose em vários órgãos Perda da consciência e óbito HEMOSTASIA - sangue em estado fluido e livre de coágulos - tampão hemostático rápido e localizado Trombose Thrombós = massa coagulada • Solidificação do sangue dentro do coração ou dos vasos, no indivíduo vivo Trombo • massa sólida estruturada • interno ao coração ou vasos • aderido • granuloso, seco, opaco, quebradiço Coágulo • massa sólida não estruturada • externo ao coração ou vasos • não aderido • Superfície brilhante e úmida, homogêneo, elástico Trombose 2. Classificação quanto à composição 2.1 Trombos brancos Macro: brancacentos Sedes: artérias Composição: fibrina e plaquetas Trombos hialinos: composição semelhante (microcirculação) 2.2 Trombos vermelhos Macro: vermelhos Sedes: veias Composição: hemácias, fibrina, leucócitos e, ao contrário dos coágulos, possuem lamelas plaquetárias 2.3 Trombos mistos Macro: regiões brancas alternadas com vermelhas Sedes: veias periféricas Composição: todos os elementos do sangue Alternância das camadas vermelhas (hemácias) com camadas brancas (fibrina e plaquetas): estrias de Zahn 3. Classificação quanto ao grau de oclusão 3.1 Trombos parietais: oclusão parcial (cardíacos, arteriais) 3.2 Trombos ocludentes ou oclusivos: oclusão total da luz vascular (venosos) 4. Classificação quanto à idade 4.1 Trombo recente: componentes característicos 4.2 Trombo antigo: organização do trombo Proliferação fibroblástica e endotelial, deposição de colágeno, neoformação vascular, deposição de hemossiderina, presença de macrófagos e linfócitos, recanalização. Fatores predisponentes *Lesão endotelial *Alteração do fluxo sangüíneo normal - redução da velocidade do sangue - fluxo sangüíneo turbulento - aumento da viscosidade do sangue 5.Patogenia 5.1 Alterações da parede vascular ou cardíaca lesão endotelial exposição do colágeno subendotelial ativação plaquetária turbulência do fluxo sanguíneo Deslocamento de plaquetas da corrente axial para a marginal Trombose da síntese de anticoagulantes: anti- trombina III, proteína C, NO Causas de lesão endotelial: produtos tóxicos de microorganismos e leucócitos, traumatismos, invasão por células neoplásicas, aterosclerose, tabagismo, hipertensão, diabetes 5.2 Alteração do fluxo sangüíneo normal 5.2.1 Redução da velocidade da corrente sanguínea Corrente axial corrente marginal ativação plaquetária Hipóxia lesão endotelial estase Permanência de fatores de coagulação ativados Causas de estase: ICC, hiperemias, redução da contração muscular em pacientes acamados. 5.2.2 Turbulência lançamento do sangue em direção ao endotélio ou ao endocárdio contato com o endotélio plaquetas na corrente marginal Causas de turbulência: bifurcações arteriais, lesões endoteliais, aneurismas lesão endotelial ativação plaquetária trombose Corrente axial Corrente marginal 5.3 Alterações da composição do sangue 5.3.1 Trombocitose: • Trombocitemia idiopática crônica, neoplasias malignas • Policitemia vera, leucemia mielóide 5.3.2 Aumento da viscosidade do sangue • Queimaduras, desidratação, anemia falciforme 5.3.3 Hipercoagulabilidade • Deficiências de anticoagulação ou da fibrinólise • Liberação de excesso de tromboplastina (politraumatismos, queimaduras, neoplasias, cirurgias extensas) • Anticoncepcionais orais (estrógeno: aumento de protrombina e fibrinogênio) 6. Evolução 6.1 Fibrinólise (sistema fibrinolítico e macrófagos) 6.2 Organização Macrófagos e plaquetas fatores de crescimento fibroblastos, cólágeno, vasos neoformados e células mononucleares (tecido de granulação) 6.3 Recanalização 6.4 Embolização 6.5 Calcificação 6.6 Colonização e amolecimento 7. Conseqüências 7.1 Hiperemia passiva 7.2 Edema 7.3 Embolia 7.4 Isquemia 7.5 Infarto Embolia *Presença de corpo sólido, líquido ou gasoso na circulação sanguínea ou linfática 1. Classificação quanto ao sentido do deslocamento 1.1 Direta Artéria capilares Veia átrio direito (AD) pulmões AD, VD pulmões AE, VE aorta árvore arterial sistêmica 1.2 Cruzada Comunicações interatriais ou interventriculares 1.3 Retrógada • Migração do S. mansoni da veia porta até as veias mesentéricas 2. Classificação quanto à composição 2.1 Sólida • fragmentos de trombos • ninho de células neoplásicas • fragmentos de ateroma • ovos de parasitos • fragmentos teciduais (traumatismos) 2.2 Líquida Obstrução, lesão endotelial direta/CID • Gordura/adipócitos • Traumatismos de tecido adiposo • Fraturas de ossos longos • Pancreatite • Líquido amniótico Descompressão súbita: Pressão nitrogênio tecido adiposo descompressão liberação de bolhas de nitrogênio rompimento dos adipócitos gotas de gordura circulação 2.3 Gasosa • Ativação da coagulação • Doença descompressiva • Veias abertas em cirurgias • Transfusões de sangue e injeções endovenosas • Ruptura alveolar • Cateterismo Evolução: Desintegração (turbulência e fibrinólise) Fixação na parede vascular Hidrólise, fagocitose Dissolução e eliminação pela respiração Isquemia Redução ou parada do suprimento sanguíneo em determinado órgão ou estrutura 1. Etiologia • Obstrução da luz vascular: embolia, trombose, aterosclerose • Compressão por tumores, hematomas, edema • Aumento da viscosidade do sangue: anemia falciforme, queimaduras, desidratação • Disfunção endotelial crônica: redução da capacidade de produção de NO e PGI2 vasoespasmos (tabagismo, diabete melito, hipertensão, hipercolesterolemia, LPS) • Choque cardiogênico (redução do débito cardíaco) • Choque (seqüestro na microcirculação) 2. Tipos de isquemia a) Isquemia relativa temporária • obstrução vascular parcial + aumento da demanda Isquemia miocárdica (angina): aterosclerose coronariana + atividade física ou taquicardia emocional) a) Isquemia relativa temporária Hipoperfusão intestinal: maratona redistribuição do sangue das artérias mesentéricas para as artérias dos membros inferiores • necrose pouco freqüente • Estimula desenvolvimento de vasos colaterais(angiogênese) b) Isquemia subtotal temporária • obstrução vascular incompleta, sem aumento da demanda • insuficiência funcional sem dano morfológico • penumbra isquêmica (cérebro): neurônios perdem sua atividade funcional, mas continuam vivos por várias horas c) Isquemia absoluta temporária • isquemia total e breve • obstrução vascular total passageira • alterações funcionais e danos reativos d) Isquemia persistente • obstrução vascular parcial ou total prolongada • aterosclerose, trombose, embolia • alterações funcionais • hipotrofia, degeneração, necrose 3. Conseqüências • velocidade de instalação • grau de redução e a duração • vulnerabilidade tecidual (neurônios: 4-6 min.; cardiomiócitos: 20-40 min.; células renais: 60-180 min.) • momento funcional • presença de circulação dupla/colaterais Isquemia parcial hipóxia degeneração hipotrofia fibrose necrose Isquemia total anóxia necrose Radicais livres: *Moléculas com elétron não pareado *Instáveis e altamente reativos *Formam reações em cadeia Lesões celulares mediadas por radicais livres: *Energia solar *Lesões químicas *Envelhecimento celular *Morte microbicida: óxido nítrico *Injúria da isquemia e reperfusão Isquemia Antioxidantes: - vitaminas E, beta-caroteno (precursor da vitamina A), ácido ascórbico e glutationa Injúria da isquemia/reperfusão Infarto *Área circunscrita de necrose tecidual causada por isquemia prolongada 1. Classificação 1.1 Branco • Obstrução arterial em órgãos sólidos com circulação terminal • Sedes: rim, baço, coração, cérebro • Morfologia: necrose de coagulação. Na periferia: congestão e hemorragia • Patogênese: obstrução arterial em órgão de circulação única 1.2 Vermelho • Intensa hemorragia na área de necrose • Sedes: órgãos frouxos (pulmão), irrigação dupla (fígado), circulação colateral intensa (intestino) • Morfologia: área vermelho-escura/mal delimitada, necrose de coagulação, hemorragia extensa, hemossiderose • Patogenia: Obstrução arterial a) obstrução arterial em órgão de circulação dupla ou com anastomoses b) desobstrução arterial em órgão de circulação única Obstrução venosa a) Trombose (veias mesentéricas) b) compressão do pedículo vascular (hérnias encarceradas, torção do testículo) Venosa: c) Torção/compressão de pedículo vascular d) Trombose venosa Interrupção do fluxo venoso Estase microcirculatória isquemia Manunteção do fluxo arterial Aporte sanguíneo microcirculatório Extravasamento de sangue Necrose 1.3 Infartos crescentes • Cérebro e coração - penumbra isquêmica: reperfusão flogose Inflamação Agressão fenômenos bioquímicos, morfológicos e fisiológicos tecido conjuntivo vascularizado objetivos benéfica versus maléfica - controle de infecções, cicatrização de feridas - destruição tecidual, doenças auto-imunes Inflamação 1. Causas: • endógenas • exógenas - agentes físicos (calor, frio, radiações) - agentes químicos (ácidos, exotoxinas e endotoxinas bacterianas, micotoxinas) - agentes biológicos 2. Sinais cardinais * calor * rubor * tumor * dor * perda da função 3. Fenômenos: 3.1) Fase irritativa: modificações morfológicas e funcionais mediadores químicos 3.2) Fase vascular: alterações hemodinâmicas e da permeabilidade vascular 3.3) Fase exsudativa: exsudato celular e plasmático 3.4) Fase degenerativa-necrótica 3.5) Fase produtiva/reparativa 3.1 Fenômenos irritativos - liberação de mediadores químicos Mediadores químicos da inflamação Vasodilatação Prostaglandinas Óxido Nítrico Aumento da permeabilidade vascular Aminas vasoativas C3a e C5a Bradicinina Leucotrienos PAF Substância P Quimiotaxia, ativação de leucócitos C5a Leucotrienos Quimiocinas Produtos bacterianos Mediadores químicos da inflamação Dor Prostaglandinas Bradicinina Lesão tecidual Conteúdos lisossomais de neutrófilos e macrófagos Metabólitos de O2 Óxido nítrico http://tost.sites.uol.com.br Citocinas • Interleucinas • Linfocinas • Interferons • Fatores estimuladores de colônia • Quimiocinas Regulam a resposta inflamatória e imunológica 3.2 Fenômenos vasculares 1) Fluxo e calibre - vasoconstrição transitória - vasodilatação 2) Aumento da permeabilidade vascular 3.2 Fenômenos exsudativos * Extravasamento de leucócitos Exsudação celular Fases: Marginação leucocitária Rolamento Adesão Diapedese Migração Quimiotaxia: migração celular direcionada por gradiente químico de concentração Células inflamatórias Neutrófilos • inflamação aguda • remoção de restos celulares • fagocitose de bactérias e corpos estranhos • piócitos • mecanismo de destruição: radicais livres e enzimas lisosômicas Produção aumentada Tumores Medicamentos (lítio e ranitidina) Neutrofilia crônica idiopática Reações leucemóides Mobilização do pool medular Infecções agudas Estresse Corticoesteróides Hipóxia Endotoxinas Diminuição da saída da circulação para os tecidos Corticoesteróides Esplenectomia Deficiência de adesão leucocitária Principais causas de neutrofilia www.paulomargotto.com.br Reação leucemóide Número total de leucócitos > 50.000cel/µL Causas: • Infecções piogênicas (S. aureus, Streptococcus pneumoniae) • Tuberculose, brucelose, toxoplasmose • Doenças inflamatórias agudas: glomerulonefrite aguda, insuficiência hepática, artrite reumatóide Basófilos • numerosos grânulos (ricos em histamina) • degranulação mediada por IgE • função desconhecida Eosinófilos • inflamações agudas e crônicas • fagócitos: ingerem imunocomplexos, bactérias, fungos, micoplasmas e partículas inertes • defesa contra helmintos: efeito helmintocida (proteínas básica principal, proteínas catiônicas, neurotoxina) • reações alérgicas • mecanismo de destruição: radicais livres e enzimas lisosômicas Doenças alérgicas Asma, rinite, urticária, reação medicamentosa, alergia ao leite de vaca Dermatites Pênfigo, penfigóide, dermatite atópica Parasitas e outros agentes infecciosos Protozoários, helmintos Principais causas de eosinofilia Monócitos/Macrófagos • fagocitose • remoção de restos celulares • defesa contra parasitos intracelulares • reparo da inflamação aguda e crônica • mecanismos de destruição: radicais livres e enzimas lisosômicas • produção de citocinas • sistema mononuclear fagocitário • célula apresentadora de antígenos (APCs) Linfócitos LB: • resposta imune adquirida humoral • APCs LT: • resposta imune adquirida celular • LT helper • LT citotóxico 3.3 Fenômenos alterativos * Degenerações e necrose • ação direta do agente agressivo Ex: efeito citopático de vírus, ação de toxinas bacterianas • ação indireta reação inflamatória ação de enzimas líticas • alterações circulatórias secundárias à inflamação(edema, trombose) Tempo Superaguda: de horas a dias; Aguda: de dias a semanas; Subaguda: de semanas a meses; Crônica: de meses a anos; Caráter Inflamação Exsudativa • Serosa: aquoso, límpido e pobre em células - vesícula: Inflamação circunscrita de epitélio de revestimento, com elevação na superfície, e diâmetro igual ou inferior à 5 mm, com exsudato seroso - bolha: inflamação exsudativa circunscrita de epitélio de revestimento, com elevação na superfície, e diâmetro superior à 5 mm, com exsudato seroso • Purulenta ou Supurada: cremoso, amarelo a esverdeado, rico em PMN vivos e mortos (piócitos) e em células necróticas • Pústula: Inflamação exsudativa circunscrita de pequena área da camada superficial da derme ou da espessura da epiderme, com diâmetro inferior ou igual à 5 mm • Furúnculo: inflamação exsudativa circunscrita na derme ou hipoderme, afetando folículo piloso, infecções com Staphylococcus aureus • Fleimão: infiltração purulenta difusa subcutânea ou do tecido conjuntivo de suporte de um órgão • Empiema: coleção de pús em uma cavidade • Abscesso: Inflamação circunscrita caracterizada por: - cavidade neoformada (às custas de necrose liquefativa devido à ação das lisozimas dos PMN) e pus (exsudato purulento); - membrana piogênica (parede interna da cápsula do abscesso, rica em PMN, fonte da exsudação); - membrana externa ou cápsula propriamente dita, constituída de tecido conjuntivo fibroso • Fibrinosa: exsudato filamentoso, rico em fibrina, com celularidade variável • Hemorrágica: exsudato avermelhado e rico em hemácias Inflamação Alterativa • erosiva: epitélios de revestimento (pele e mucosas), necrose restrita ao epitélio, não atinge submucosa • ulcerativa: epitélios de revestimento (pele e mucosas), necrose profunda, atinge submucosa hemorragias Inflamação Proliferativa ou "Produtiva" • Hipertrofiante ou hiperplasiante: inflamação crônica - espessamento e maior evidenciação de estruturas da mucosa podendo evoluir para crescimentos papilares e poliposos • Ex: Gastrite hipertrófica, pólipos intestinais • Esclerosante: inflamação crônica, produção excessiva de colágeno (fibroplasia) • Ex: Cirrose hepática, fibrose pulmonar Distribuição - focal - multifocal - localmente extensiva - difusa Lesão tissular: Trauma, isquemia, necrose, infecções, partículas estranhas Mediadores vasoativos Fatores quimiotáticos Ativação e recrutamento de células inflamatórias Inflamação aguda: polimorfonucleares Inflamação crônica: mononucleares Aumento da permeabilidade vascular produção de mediadores químicos edema Resolução: *Neutralização dos mediadores químicos *Drenagem do exsudato *Remoção dos debris celulares, agentes infecciosos Abscesso: *Microorganismos piogênicos Inflamação aguda 3.4 Fenômenos reparativos Cura (fibrose): *destruição tecidual intensa *tecidos que não se regeneram *exsudação abundante de fibrina Inflamação aguda Inflamação aguda Inflamação crônica *Infecções persistentes *Exposição prolongada a agentes tóxicos *Doenças auto-imunes Inflamação crônica Inflamação ativa Destruição tecidual Tentativas de reparação IFN- TNF- IL-1 LPS Fagocitose contato/matriz Macrófago ativado mediadores quimiotáticos ativação explosão respiratória (radicais livres) maior potencial destruidor receptores C3b, C4b, Fc fagocitose pseudópodes lisosimas fatores de crescimento fibrogênese angiogênese fibrose Inflamação crônica persistência do agente inflamatório ↓ liberação contínua de mediadores químicos ↓ recrutamento contínuo de células inflamatórias ↓ acúmulo de células mononucleares Acúmulo difuso de linfócitos e macrófagos Acúmulo organizado de macrófagos e células derivadas (inflamação crônica granulomatosa) Inflamação crônica granulomatosa Patologias: • tuberculose (Mycobacterium tuberculosis) • lepra (Mycobacterium leprae) • brucelose (Brucella abortus) • sífilis (Treponema palidum) • algumas infecções fúngicas (Paracoccidioides brasiliensis) • esquitossomose (S. mansoni) •doença de Crohn (colite granulomatosa) material de difícil digestão pelos polimorfonucleares ↓ fagocitose pelos macrófagos ↓ Perda da motilidade e fixação no local ↓ Transformação em células epitelióides e células gigantes ↓ liberação de mediadores ↓ migração leucocitária ↓ arranjo nodular (granuloma) morte produtos tóxicos fatores de crescimento Macrófagos fibrose transformação célula epitelióide/ célula gigante IFN, IL-1 IL-3 GMCSF produção/ monócitos/ medula quimiotaxia Macrófagos, linfócitos TNFα TNFβ ativação endotelial necrose LTh1 GMCSF, IL-6 Vasconcelos, A.C. (2002) Granuloma do tipo corpo estranho Corpos estranhos inertes • suturas retidas, fibras de plantas • sílica, amianto Granuloma imunogênico • infecções específicas REPARO TECIDUAL Regeneração substituição do tecido perdido pelas células da mesma origem Fibrose substituição por tecido conjuntivo: cicatriz Adultos: número de células - proliferação - diferenciação - apoptose Ciclo celular 1. Tipos 1.1 Regeneração 1.1.1 Capacidade de multiplicação a) Lábeis: • células-tronco hematopoiéticas • células basais de epitélios de revestimento • células epiteliais da mucosa intestinal • epitélios ductais b) Estáveis • células parenquimatosas (hepatócitos, células tubulares renais, pneumócitos, células endócrinas, células acinares pancreáticas) • células mesenquimatosas (adipócitos, endotélio, fibroblastos, osteoblastos, leimiócitos) c) Perenes ou permanentes • neurônios, fibras musculares cardíacas 1.1.2 Condições básicas para a regeneração: • capacidade de multiplicação das células sobreviventes • número de células sobreviventes • situação do arcabouço tecidual • remoção de resíduos 1.1.3 Eventos moleculares envolvidos no crescimento celular: Fatores de crescimento • fator de crescimento da epiderme (EGF) • fator de crescimento de fibroblastos (FGF) • fator de crescimento derivados de plaquetas (PDGF) • fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF) 1.1.4 Matriz extracelular (MEC) • armazenamento dos fatores de crescimento • substrato para adesão, migração e proliferação celulares - proteínas estruturais fibrosas: colágeno e elastina - glicoproteínas adesivas: fibronectina e laminina - gel de proteoglicanos e ácido hialurônico Fibrose • angiogênese • migração e proliferação de fibroblastos • deposição de MEC • maturação e organização do tecido fibroso (remodelação) Angiogênese • neovascularização • vasculogênese versus angiogênese • fatores pró-angiogênicos e anti-angiogênicos Vasodilatação com aumento da permeabilidade dos vasos pré- existentes, degradação da MEC e migração das células endoteliais Fases da cicatrização http://www.laccaunipac.com.br/arquivos/material/cicatrizacao_do_sitio_cirurgico.pdf Cicatrização de feridas Tecido lesado: substituído por tecido conjuntivo vascularizado 1. Hemostasia • imediatamente após a injúria Trombo (coágulo) • casca após secagem (crosta) • barreira contra microrganismosinvasores e previne a perda de plasma e líquido tecidual • plaquetas: fonte inicial de fatores de crescimento • adesão das plaquetas ao colágeno exposto (endotélio danificado): substâncias vasoconstritoras e iniciam o processo de trombogênese e angiogênese 2. Inflamação aguda • 24 hrs • neutrófilos na margem da lesão movem em direção ao coágulo de fibrina - remoção de debris celulares • espessamento da epiderme: atividade mitótica das células basais 3. Proliferativa • 4 dias • macrófagos: liberação de fatores de crescimento e citocinas • angiogênese, reepitelização e fibroplasia Tecido de granulação • aspecto brilhoso e granular • células e capilares em proliferação • líquido: substâncias antimicrobianas e fatores de crescimento • matriz inicial temporária: proteoglicanos, glicoproteínas e colágeno do tipo III Fibroplasia e angiogênese 4. Remodelação • 3-4 semanas • tecido de granulação tecido conjuntivo imaturo tecido conjuntivo maduro (2 anos ou mais) Cicatrização por primeira intenção • feridas menores • margens estreitas ex: feridas cirúrgicas Cicatrização por segunda intenção • feridas extensas • margens afastadas • infecção Contração da ferida • ação dos miofibroblastos - fibroblastos com características de células musculares lisas - 0,75 mm/dia Contraturas • deformidades • Ex: complicação na cicatrização de queimaduras de segundo e terceiro graus Deficiências na cicatrização • infecção, corpos estranhos (talco, pedaços de gaze, fios de sutura pouco absorvíveis) • desnutrição - deficiência de proteínas, zinco, vitamina C: interferem na síntese de colágeno • baixa perfusão tecidual (aterosclerose, estase sanguínea) • glicocorticóides: efeito antiinflamatório e inibição da síntese de colágeno • diabete - lesões vasculares (hipóxia) e alterações nas célula fagocíticas • senilidade • anemia Cirrose hepática • alcoolismo, hepatites crônicas, doenças biliares • septos de tecido conjuntivo, nódulos regenerativos, subinvolução do órgão - células de Ito: excesso de colágeno - inflamação crônica: produção de citocinas pelas células de Kupffer, endoteliais, hepatócitos
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