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BIOSSEGURANÇA EM ODONTOLOGIA Profª MSc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi BIOSSEGURANÇA Profª MSc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi • Déc 70 – termo usado para designar procedimentos de segurança para pesquisadores. A atenção voltava-se para os riscos biológicos no ambiente ocupacional. • Déc 80 – passou-se a considerar os riscos químicos, físicos, radioativos e ergonômicos. • Déc 90 – conjunto de medidas técnicas, administrativas, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos. BIOSSEGURANÇA Profª MSc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi “Conjunto de ações voltadas para prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de prestação de serviços, pesquisa, produção, ensino e desenvolvimento tecnológico, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos serviços desenvolvidos” Comissão de Biossegurança Fundação Oswaldo Cruz, 2002 Biossegurança em Odontologia Profª MSc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi Conjunto de medidas empregadas com a finalidade de proteger a equipe odontológica, os pacientes e o acompanhante em ambiente clínico, através de práticas ergonômicas e controle dos riscos físicos, químicos e biológicos. Anvisa, 2006 Profª MSc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi Biossegurança é atualmente preocupação mundial em todos os serviços de saúde de qualidade Biossegurança em Odontologia 1. Riscos de contaminação no ambiente odontológico 2. Imunizações 3. Equipamentos de proteção individual 4. Processamento dos artigos e ambiente 5. Paramentação e preparo do paciente 6. Lavagem das mãos 7. Riscos e acidentes ocupacionais 8. Gerenciamento dos resíduos Biossegurança em Odontologia Profª Msc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi 1.Riscos de Contaminação nos Ambientes Odontológicos Profª MSc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi “As infecções que podem ocorrer em uma clínica odontológico são em tudo semelhantes às infecções hospitalares, representando sérios riscos, portanto necessitam ser controladas com rigor para que mais tarde o profissional não seja considerado negligente, colocando em risco a saúde dos pacientes, a sua e de sua equipe” Ministério da Saúde, 2003 1.Riscos de Contaminação nos Ambientes Odontológicos Profª MSc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi Para compreensão dos riscos biológicos devemos conhecer alguns conceitos: 1. Fontes de infecção: • Humana: • Fase de incubação • Fase prodrômica • Fase aguda • Convalescença • Portadores assintomáticos • É recomendado que todos os pacientes, indiscriminadamente, sejam considerados potencialmente contaminados e que, conseqüentemente, precauções padronizadas sejam utilizadas em todos os procedimentos, com todos os pacientes. 1.Riscos de Contaminação • Ambiental: • Instrumentais não esterilizados • equipamentos não desinfetados • gotículas respiratórias e aerossóis • secreções orgânicas • 1.Riscos de Contaminação nos Ambientes Odontológicos • 2. Vias de transmissão • Secreções orais e orofaríngeas • Sangue • Água • Ar Prevenção de acidentes perfurocortantes • •Não reencapar as agulhas com as mãos. • Usar caixas rígidas e com tampa para acondicionar perfurocortantes. • Os recipientes para descarte de perfurocortantes não devem ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total. 1.Riscos de Contaminação nos Ambientes Odontológicos • 3. Infecções Cruzadas: Para um efetivo controle da infecção cruzada é necessária a adoção das normas de precauções universais (ADA, 1996; Ministério da Saúde, 2000). Contato direto: Paciente Profissional Paciente Familiares Contato indireto: Paciente Paciente Profissional • FREITAS e RIZZATTO, 2009 relatam diversas pesquisas que tem mostrado que em TODOS os instrumentos odontológicos, dos mais simples aos mais sofisticados, esconde-se um universo de microorganismos patogênicos. Profª Msc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi • De acordo com o MINISTÉRIO DA SAÚDE (2004) dentre as doenças de reconhecida transmissão ocupacional na prática odontológica destacam-se: • Hepatite B, como a de maior risco de contaminação; • Herpes, como a de maior freqüência; • AIDS que, apesar do pequeno risco ocupacional, é a que mais amedronta e mobiliza os profissionais para a adoção das medidas universais de biossegurança. Entre as doenças infecto contagiosas, a hepatite B é a que causa o maior número de mortes e interrupções da prática clínica pelos dentistas, sendo fundamental se recorrer às vacinas antes do início da vida profissional. Herpes Simples • Doença viral • Infecto contagiosa, recorrente • Benigna na maioria das vezes • Virose extremamente comum • Distribuição cosmopolita. Transmissão: – Contato íntimo e pessoal, menos frequente objetos contaminados (saliva). – Invasão de mucosas ou pele não íntegra. Herpes Simples Tipo 1 Após infecção primária orofaríngea, causada pelo HSV-1, o gânglio trigêmio fica colonizado e abriga os vírus em latência. Herpes Simples Tipo 1 Herpes Simples Tipo 1 Manifestação secundária ou recorrente: • Compromete pele e mucosas • Sintomas: sensação de prurido ou queimação, formando vesículas que se coalescem, e crosta serosa. • Fatores predisponentes: • Trauma • Febre • Exposição solar • Stress • Imunodepressão (doenças ou medicamentos) Hepatites Hepatites são inflamações nas células hepáticas que podem ter como etiologia (causa) agentes virais, drogas, distúrbios metabólicos, sendo as mais frequentes e as mais importantes na odontologia as hepatites virais. Hepatites virais Hepatite A - vírus HAV Hepatite B – vírus HBV Hepatite C – vírus HCV Hepatite D – vírus HDV (co-infectante HBV) Hepatite E – vírus HEV Hepatites virais Hepatite A / E – transmissão fecal oral Hepatite B / C – transmissão através de perfuro cortantes contaminados, transfusões sanguíneas e relações sexuais Hepatites virais Sintomas: • Assintomáticas • Mal estar, náuseas, vômitos, perda de apetite, febre. • Icterícia • Hepatomegalia • O risco de se contrair hepatite B com sangue contaminado é bastante alto, devido apresentar 106 até 109 partículas virais por ml de sangue, e mais de 105 virions infectantes de hepatite B por mililitro de saliva de um paciente infectado cronicamente (Buischi, 2000). O vírus da hepatite B permanece infeccioso após a secagem (sobre alguma superfície) por até 6 meses (Nesi, 2000). Hepatites Hepatites mais graves podem cursar com insuficiência hepática e culminar com óbito. Hepatites crônicas (com duração superior a 6 meses), geralmente são assintomáticas e podem progredir para cirrose ou câncer hepático. TUBERCULOSE? Doença bacteriana que se instala preferencialmente nos pulmões podendo disseminar para cavidade oral.Ranking de incidência Tb no Brasil: • Rio de Janeiro: 68,64 casos/ 100 mil hab • Amazonas: 67,88 casos/ 100 mil hab • Pernambuco: 47,60 casos/ 100 mil hab • Pará: 43,72 casos/ 100 mil hab • Ceará: 42,12 casos/ 100 mil hab • Mato Grosso: 39,9 casos/ 100 mil hab Ministério da Saúde, 2009 TUBERCULOSE ORAL • Para a implantação de Protocolos de Biossegurança visando prevenção destas e outras doenças infecto contagiosas como a AIDS há a necessidade de conscientização dos profissionais envolvidos sobre os riscos, gerando mudança de atitude. 2.Imunizações Calendário de vacinação: adultos (inclui idosos) A imunização tem como objetivo a prevenção de doenças. Profª Msc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi Calendário de vacinação: adultos (inclui idosos) Calendário de Vacinação Ocupacional As recomendações deste calendário levam em consideração os riscos ocupacionais específicos de cada atividade e as vacinas, por este motivo, são especialmente indicadas. 3.Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Profª MSc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi EPI é todo dispositivo de uso individual destinado a previnir riscos que podem ameaçar sua segurança e saúde. O uso dos EPIs está regulamentado pela Secretaria de Saúde através da resolução SS- 15, de 18/1/99 e pela NR da Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho. 3.Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Profª Msc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi 1. Avental 2. Gorro 3. Máscara 4. Óculos de proteção 5. Luvas: - cirúrgica estéril - atendimento clínico não estéril - sobre luvas de PVC - luvas de borracha p/ limpeza 3.Regras de uso de EPIs Profª Msc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi 3.1. Avental (jaleco) “VAMOS FAZER UMA CAMPANHA PRA ESSE PESSOAL QUE ACHA QUE JALECO É ACESSÓRIO DE MODA, QUE BANALIZA O USO DE EPI E SAI ANDANDO POR AÍ ACHANDO QUE ESTÁ ABAFANDO...” 3.Regras de uso de EPIs 3.2. Gorro • Indicados para proteger o profissional e o paciente. •Deve recobrir todo o cabelo, inclusive as orelhas. • Para remoção deve ser puxado pela parte superior central e descartado no resíduo infectante. • Devem ser descartados ao final do período, quando houver sujidade visível ou antes de procedimentos críticos. 3.Regras de uso de EPIs 3.3. Máscara e respirador • Atualmente modelos variam de 2 a 4 camadas. • Confeccionadas em diversos materiais: • Tecido, espuma e papel – baixa capacidade de filtração • Fibra de vidro e fibra sintética – até 99% de filtração. 3.Regras de uso de EPIs 3.3. Máscara e respirador Em 1995, o Center for Disease Control and Prevention (CDC) e o National Institute of Safety and Health (NIOSH) introduziram uma nova classificação de respiradores para partículas, sendo que a maioria dos trabalhadores da área de saúde deveria usar o tipo N95, um respirador que retém 95% das partículas que medem 0,3 μm, para prevenir a transmissão ocupacional da tuberculose. 3.Regras de uso de EPIs 3.3. Máscara e respirador Atualmente nos protegeria também do vírus da SARS e do vírus H1N1 3.Regras de uso de EPIs 3.4. Óculos de Proteção • Devem ser utilizados pelos integrantes da equipe odontológica e pelo paciente, com a finalidade de proteger os olhos de traumas físicos, substâncias químicas e contaminação microbiana. 3.Regras de uso de EPIs 3.5.1. Luvas de procedimento e cirúrgica • Não devem ser utilizadas fora da área de atendimento. • Devem ser o último ítem da paramentação. • A parte externa não deve ser tocada na sua remoção. • Na presença de rasgos ou furos antes ou durante o atendimento devem ser trocadas. • Não tocar em superfícies ou objetos fora do campo operatório. • Em procedimentos cirúrgicos demorados deve-se trocar as luvas • Não devem ser lavadas ou reutilizadas. • Não são barreiras perfeitas. • 2 a 30% das luvas disponíveis no mercado possuem perfurações microscópicas. • Lavagem das mãos após o seu uso deve ser sempre realizada. 3.Regras de uso de EPIs 3.5.2. Luvas de borracha • Devem ser de cano longo, forradas internamente e de tamanho adequado. • Devem ser usadas para a remoção de materiais e instrumentais contaminados do campo operatório, desinfecção do consultório e durante o procedimento de lavagem dos instrumentais. • Após o uso devem ser desinfetadas com hipoclorito a 1% por 30 minutos. 3.Regras de uso de EPIs 3.Regras de uso de EPIs 3.5.3. Sobreluvas de plástico ou vinil • Devem ser usadas sempre que se necessite tocar em algo fora do campo operatório. • Após o atendimento devem ser descartadas no lixo contaminado Profª MSc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi 4.Descontaminação do ambiente Profª MSc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi Calendário de vacinação: adultos (inclui idosos) 4.1. DESINFECÇÃO – É o processo de remoção ou redução de formas (micoorganismos) vegetativas, existentes em superfícies inanimadas, mediante a aplicação de agentes químicos. ATENÇÃO • Tudo que não pode ser esterilizado deve ser desinfetado. • Tudo o que pode ser esterilizado não deve ser apenas desinfetado. (Cottone,cols.,1996) 4.Descontaminação do ambiente Profª MSc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi Calendário de vacinação: adultos (inclui idosos) Devem ser desinfetadas todas as partes do equipamento que são tocadas com as mãos contaminadas da equipe ou que recebem aerossol contaminado: Alça do equipo, Mesa clínica Seringa tríplice e pontas, Interruptor e alça do refletor, Alavanca do mocho Cadeira: comandos, braços e encosto de cabeça Mangueiras do sugador, Cuspideira. Profª MSc. Cyra Maria P. Carvalho Bianchi Calendário de vacinação: adultos (inclui idosos) Álcool 70% Vantagens: • Bactericida de ação rápida • Virulicida • Econômico • Irritante leve Desvantagens: • Não mata esporos • Diminui atividade em fluidos orgânicos • Danifica borracha e plástico • Evaporação reduz atividade Desinfetantes clorados Vantagens: • Largo espectro • Ação 5 à 10 min. • Econômico • Efetivo diluído • Ação residual Desvantagens: • Não esterilizante • Instável –temp / luz • Altera cor • Corrosivo • Inativado pela água e álcool 4.2. ANTISSEPSIA: é a remoção de microrganismos em superfícies corporais (pele ou mucosas). 4.3. ASSEPSIA: ausência de microorganismos em uma área. Técnicas assépticas previnem a entrada de microorganismos. 4.4. ESTERILIZAÇÃO: é o processo de destruição por meio de agentes químicos ou físicos, de todas as formas de vida presentes num material, inclusive os esporos bacterianos. 5. Lavagem das Mãos Higienização simples das mãos ANTI-SEPSIA CIRÚRGICA OU PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO DAS MÃOS: ANTI-SEPSIA CIRÚRGICA OU PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO DAS MÃOS: • ESSE É NOSSO OBJETIVO COM ÉTICA E BIOSSEGURANÇA • “Antes de começar o trabalho de modificaro mundo, dê três voltas dentro de sua casa” Provérbio Chinês Referências 1. BRASIL – Portaria CVS 11 de 04/07/1995 2. FANTINATO, V. Manual de esterilização e desinfecção emOdontologia. 1ed. 1994. 34p. 3. www.anvisa.org.br 4. ANVISA – Serviços odontológicos – prevenção e controle de riscos., 2006 5. SILA, A. S. F., Risso, M.. Biossegurança em Odontologia e ambientes de saúde. 2. ed. – São Paulo: ìcone, 2009.
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