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Petição ação de indenização

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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE MANAUS/AM;
ERCÍLIA MARTINS DE SOUZA, brasileira, solteira, empresária, portadora da Cédula de Identidade n° 345645-SSP/RR, inscrita no CPF sob n° 536.777.889-90, com endereço eletrônico..., residente e domiciliado à Av. Mario Homem de Melo, n° 1333, Centro, nesta cidade de Boa Vista/RR. Representada por sua advogada ao final subscrita, com endereço profissional à..., CEP ...., nesta Cidade, com fulcro no artigo 319 do Código de Processo Civil, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, propor
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAS E MORAIS C/C LUCROS CESSANTES
com fundamento nos artigos 186 e 927, do Código Civil Brasileiro – CCB, em face de: Réu 1: OTÁVIO BERNARDES WILTER, brasileiro, incapaz, inscrito no CPF nº ...., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado à Av. Presidente Vargas, n° 1700, Condomínio Morada dos Pássaros, Parque 10, Cidade de Manaus/AM; sua genitora, Ré 2: BERNADETE BERNARDES, brasileira, médica, portadora da Cédula de Identidade nº 323387-6-SSP/AM, inscrita no CPF nº 906.721.111-67, com endereço eletrônico..., Av. Presidente Vargas, n° 1700, Condomínio Morada dos Pássaros, Parque 10, Cidade de Manaus/AM; e, solidariamente, seu curador, Réu 3: VICTOR PADILHA, brasileiro, advogado, portador da Cédula de Profissional n° 3.556-OAB/AM, inscrito no CPF nº ...., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado a Rua Central, n° 12, Apto 02, Cidade de Presidente Fiqueiredo/AM, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos. 
I - GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Previamente, com base no artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal, combinado com o artigo 98 do Código de Processo Civil, requer a Autores que seja apreciado e acolhido o presente pedido do direito constitucional à Justiça Gratuita, isentando a ela o pagamento e/ou adiantamento de custas processuais e dos honorários advocatícios e/ou periciais caso existam, impossibilitada de arcar com as despesas processuais sem prejuízo própria sustento e de sua família.
II - DA LEGITIMIDADE PASSIVA
Na presente demanda, não se faz cabível a alegação de ilegitimidade passiva da Sr.ª Bernadete Bernades e o Sr. Victor Padilha, visto que este, além de curador constituído em juízo do incapaz Otávio Bernades Wiltor, também é proprietário do veículo envolvido no acidente a seguir descrito, sendo assim, responsável solidariamente junto com os demais, conforme julgados procedentes: 
TJ-MA - Apelação APL 0330112014 MA 0010625-37.2011.8.10.0040 (TJ-MA)
Data de publicação: 26/05/2015
Ementa:  CIVIL E PROCESSUAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÃNSITO. DANOS MATERIAS E MORAIS. RESPONSABILIDADE SOLIDARIA DO CONDUTOR DO VEICULO CAUSADOR DO SINISTRO E DO PROPRIETÁRIO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. SENTENÇA REFORMADA PARA DECLARAR A LEGITIMIDADE PASSIVA E RESPOSANBILIDADE SOLIDARIA DO PROPRIETÁRIO.   I  CIVIL E PROCESSUAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÃNSITO. DANOS MATERIAS E MORAIS. RESPONSABILIDADESOLIDARIA DO CONDUTOR DO VEICULO CAUSADOR DO SINISTRO E DO PROPRIETÁRIO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. SENTENÇA REFORMADA PARA DECLARAR A LEGITIMIDADE PASSIVA E RESPOSANBILIDADE SOLIDARIADO PROPRIETÁRIO.   I  CIVIL E PROCESSUAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÃNSITO. DANOS MATERIAS E MORAIS. RESPONSABILIDADESOLIDARIA DO CONDUTOR DO VEICULO CAUSADOR DO SINISTRO E DO PROPRIETÁRIO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. SENTENÇA REFORMADA PARA DECLARAR A LEGITIMIDADE PASSIVA E RESPOSANBILIDADE SOLIDARIADO PROPRIETÁRIO.   I  CIVIL E PROCESSUAL. RESPONSABILIDADE CIVIL.. ACIDENTE DE TRÃNSITO. DANOS MATERIAS E MORAIS. RESPONSABILIDADESOLIDARIA DO CONDUTOR DO VEICULO CAUSADOR DO SINISTRO E DO PROPRIETÁRIO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. SENTENÇA REFORMADA PARA DECLARAR A LEGITIMIDADE PASSIVA E RESPOSANBILIDADE SOLIDARIADO PROPRIETÁRIO.   I -  O ponto controvertido no presente recurso, é tão somente analisar se o proprietário do veículo que figurava no polo passivo da demanda e foi excluindo na sentença pelo magistrado de base, também dever ser responsabilizado solidariamente pelo evento danoso, causado pela motorista do automóvel,  e se o valor da indenização arbitrado em R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a título de danos morais atende aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, ou merecem majoração   II - Nos termos do que dispõe o Código Civil,  e a jurisprudência ,  tanto o proprietário do veículo como seu condutor, respondem de forma solidaria pelo evento danoso.   III - Portanto, a sentença atacada merece reparo neste particular, uma vez que excluiu equivocadamente do polo passivo da demanda o proprietário do veículo que é parte legitima em razão da sua responsabilidade objetiva e solidaria. IV - No tocante ao dano moral, este deve ser arbitrado levando em consideração os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, devendo também ponderar a condição econômica das partes, não devendo a indenizar ser irrisória e nem exorbitante, pois não tem o condão de modificar a situação patrimonial dos litigantes, mas sim de reparar os danos sofridos em virtude de uma conduta delituosa. V - Assim sendo, ponderando tais critérios, entendo que o valor do quantum indenizatório fixado pelo magistrado de origem, no importe de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), é um valor satisfatório para atenuar as consequências dos danos sofridos e forma alguma configurara enriquecimento sem causa, além de exercer o caráter pedagógico sobre os responsáveis pelo dano. VI - Apelo conhecido e parcialmente provido.
Sobre a temática, leciona o ARNALDO MARMITT, em sua obra denominada de Da Responsabilidade Civil, vejamos:
"É iniludível a responsabilidade do dono do veículo que, por seu descuido, permitiu que o carro fosse usado por terceiro. Ainda, porém, que o uso se faça à sua revelia, desde que se trata de pessoa a quem ele permitia o acesso ao carro ou local em que o guarda, deve o proprietário responder pelos danos resultantes". 
Obra citada. Páginas 465/466. Editora Forense. 4ª edição.
Outrossim, dispões JOSÉ DE AGUIAR DIAS, em sua obra nomeada de Da Responsabilidade Civil: 
"É iniludível a responsabilidade do dono do veículo que, por seu descuido, permitiu que o carro fosse usado por terceiro. Ainda, porém, que o uso se faça à sua revelia, desde que se trata de pessoa a quem ele permitia o acesso ao carro ou local em que o guarda, deve o proprietário responder pelos danos resultantes".
Obra citada. Páginas 465/466. Editora Forense. 4ª edição.
Nota-se de pronto, que cabe responsabilidade tanto quando a genitora, que deixou as chaves do veículo em local de fácil acesso, como também para o curador, proprietário do veículo, cujo permitiu seu uso a Sr.ª Bernadete Bernades.
III - DO FATO GERADOR: A COLISÃO
A Autora, ao parar diante da faixa de pedestre, na Cidade de Rorainópolis/RR, fora vítima de acidente de trânsito, por veículo que vinha em alta velocidade conduzido pelo Réu 1, com 46 anos de idade e que sofre de esquizofrenia. 
O Réu 1, no dia do ocorrido, pegou a chave do carro que estava com sua mãe, Ré 2, quando se encontravam na cidade de Rorainópolis para visitar familiares, aproveitando-se do momento em que esta se encontrava no banheiro e o carro regularmente estacionado na frente da residência, para furtar as chaves do veículo que estavam em cima da mesa, local de fácil acesso, ligou o carro e saiu em alta velocidade sem o conhecimento de sua mãe. 
IV - DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Quanto a configuração do ato ilícito, dispõe o art. 186 do Código Civil:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Nota-se, claramente, que a conduta realizada se ajusta nas disposições acima, a partir do momento em o Réu 1 assume a condução do veículo e o dirige em alta velocidade, quando então não deveria ter esse acesso, por motivos de doença, a esse objeto, gerando riscos a sociedade.
Porquanto, é inegávela existência do ato ilícito.
Da culpa “in vigilando”: Cumpre analisar o art. 932, inciso I, do Código Civil, acerca da responsabilização dos Réus 2 e 3, pelos atos incapaz:
“Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia 
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;”
Não restam dúvidas de que os Réus deve ser responsabilizados pelo ato ilícito cometido pelo Sr. Otávio Bernades Wilterm, eis que se trata de incapaz, estando clara e indubitável a culpa in vigilando, culpa no que pertine ao exercício da vigilância sobre a pessoa dos filhos incapazes e curatelados.
Trata-se pois, de uma responsabilização civil, independendo de que se lhes comprove a existência de culpa, conforme se pode verificar:
”Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.”
Visto a necessidade de reparação civil, quando configurado o ato ilícito, consequentemente surge a necessidade da obrigação de indenizar, faz-se importante observar as seguintes disposições: 
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
Ainda, quando os responsáveis pelo incapaz não obtiverem de meios para adimplir a obrigação desse, no que tange a indenização, poderá o próprio responder pelos prejuízos que causar, consoante artigo 928, CCB: 
“Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.”
Desta feita, o patrimônio do incapaz poderá responder pelo ressarcimento, e outrossim, pela compensação dos danos materiais e morais sofridos pela Autora.
IV - DO DANO MATERIAL 
Em razão do acidente, a Autora sofreu graves danos físicos e matérias, como a amputação de sua perna direita, tendo que fazer uso de prótese, cujo a de valor mais baixo é de R$ 22.000,00, além de custear, particularmente, com as despesas hospitalares e gastos com remédios que totalizam aproximadamente o valor de R$ 18.400,00.
V – DO LUCRO CESSANTE
Com o advento do acidente que vitimou a autora, encontrava-se ela em pleno gozo de sanidade física e mental. Entretanto, após, restou à margem da sociedade, sofrendo as mais diversas discriminações e a indiscutível falta de recursos para restabelecer, ao mesmo em parte, o mesmo ritmo de vida que tinha anteriormente.
A Autora ficou pelo período superior a 30 dias interna, quando deixou de exercer sua atividade comercial de venda de lanches e bebidas em seu estabelecimento comercial, donde faturava aproximadamente R$ 300,00 ao dia bruto, correspondendo à R$ 9.000,00.
Assim dispõe o artigo 402, CCB: 
“Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.”
Diante disso, também dispõe o artigo 949 do Código Civil:
“No caso de lesão ou ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Neste ínterim, há de se anotar ainda as disposições concernentes à mensuração da indenização:
“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.”
“Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.”
“Art 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.”
Posto isso, no que tange ao dano patrimonial podemos destacar efetivo prejuízo experimentado pela vítima, quanto ao exercício de sua atividade profissional, por impossibilidade de exercer qualquer tarefa, no qual perdeu, e os Lucros cessantes, aquilo que a vítima deixou de lucrar por força do dano, ou seja, o que ela não ganhou, visto que após o acidente perdeu um membro de seu corpo, não lhe sendo mais habitual as tarefas costumeiras, não tendo condição de trabalhar. Decorre que o acidente lhe deixou sequelas insanáveis e alterou por completo sua condição de vida. 
Oportunamente, cumpre frizar que a Autora deve ser indenizada nos termos dos artigos supracitados, uma vez que as condições se adequam, cabendo a todos os réus incumbência da responsabilização cível pelo ocorrido. 
VI - DANO MORAL
A Autora fazia de suas atividades comercial sua principal fonte de sustento, o resultado horrendo do acidente de trânsito que sofrerá, após ficar 30 dias internada, tendo sua perna direita amputada, alterando-se permanentemente seu modo de vida, não retornando a trabalhar com a mesma produtividade, 
Além da questão estética, sem um dos seus membros físicos, se vê na condição de ter que fazer uso de prótese, cujo valor mínimo é de R$ 22.000,00, fora o custeio com remédios, que ficam por volta do valor de R$ 18.400,00. ´
Além de procurar os envolvidos na tentativa de uma acordo, e este apenas alegam caso fortuito, não prosseguindo com nenhuma medida de auxílio, visto a sua situação. Sobre a temátiva, dispõe os doutrinadores:
ORLANDO GOMES (Obrigações - 8ª Ed.):
"... dano moral é portanto, o constrangimento que alguém experimenta em conseqüência de lesão em direito personalíssimo, ilicitamente produzido por outrem.”
MARIA HELENA (Direito Civil Brasileiro - 7º vol.):
"O dano moral direto consiste na lesão a um interesse que visa a satisfação ou gozo de um bem jurídico extra-patrimonial contido nos direitos da personalidade (como a vida, a integridade corporal, etc.)."
E ainda, observa-se também: 
RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CULPA DO RÉU DEMONSTRADA. RESPONSABILIDADE CIVIL SOLIDÁRIA DO PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO. DANO MORAL. DANO ESTÉTICO.LUCRO CESSANTE. PENSÃO MENSAL VITALÍCIA. RECURSOS PARCIALMENTE PROVIDOS. 01. Comprovado que o réu deu causa ao acidente de trânsito, cumpre-lhe reparar o dano moral e os danos materiais dele decorrentes (CC, arts. 186 e 927). 02. Caracteriza dano estético "qualquer modificação duradoura ou permanente na aparência externa de uma pessoa, modificação esta que lhe acarreta um enfeiamento e lhe causa humilhações e desgostos, dando origem, portanto, a uma dor moral. Assim, toda essa situação terá de causar na vítima humilhações, tristezas, desgostos, constrangimentos, isto é, a pessoa deverá se sentir diferente do que era - menos feliz. Há, então, um sofrimento moral tendo como causa uma ofensa à integridade física e este é o ponto principal do conceito de dano estético" (Teresa Ancona Lopes). Para o reconhecimento do dano estético, devem ser sopesados a extensão e a localização (visibilidade) da deformidade, bem como o sexo, a idade, a atividade profissional, o ambiente social da pessoa lesionada, e, se for possível concretamente aferi-la, também a intensidade do abalo psicológico. Todavia, seo autor sofreu outras lesões físicas que geraram incapacidade laborativa, ainda que temporária, há dano moral que deve ser pecuniariamente compensado. (TJSC, Apelação n. 0501938-11.2012.8.24.0033, de Itajaí, rel. Des. Newton Trisotto, j. 14-04-2016). (grifou-se)
Ressalta-se ainda que é plenamente lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral, consoante dispões a Súmula 387 do Superior Tribunal de Justiça.
Levando em conta, portanto, a extensão das conseqüências do dano sofrido, a vítima ficará com direito de ser indenizada, além dos gastos com tratamento e dos lucros cessantes, também com uma pensão correspondente à importância do trabalho, para que ficou inabilitada ou da depreciação sofrida para seu trabalho."
VII - DO DANO ESTÉTICO / DEFORMIDADE PERMANENTE / REDUÇÃO DE MOVIMENTO ARTICULAR
Conforme demonstra a prova fotográfica em anexo, das lesões sofridas pela autora, resultaram em deformidade no membro inferior esquerdo e redução em sua mobilidade.
Dita deformidade, assumiu caráter permanente em razão da necessidade de serem realizadas cirurgias, objetivando a correção da fratura exposta do osso, que por sua vez atingiu a musculatura e as camadas da pele.
No aspecto físico, referida deformidade se sobrepõe ao ritmo normal de vida da autora, a qual sofre atualmente relevante constrangimento, em especial quando há exigência de ser o referido membro visível a todos. O exemplo mais contundente é o simples fato de ter a autora abdicado de todo e qualquer lazer que necessite utilizar um vestuário apropriado, como p.ex., uma temporada de férias na praia, um fim de semana no campo com amigos, uma tarde em uma piscina, etc. Pode-se, ainda, afirma com certeza absoluta, que o ato de receber visitas em sua residência para uma reunião descontraída, resta prejudicado, pois, não pode apresentar-se vestida com uma bermuda ou uma saia com cumprimento acima dos joelhos.
A autora não possue mais o estado natural de liberdade nato às pessoas, enclausurando-se em si mesma, a deformidade que resultou o ato ilícito praticado pela ré, modificando sensivelmente sua maneira de convivência social, passando a usufruí-la de forma restrita. Somente para seus familiares é que consegue manter a naturalidade.
A doutrina que melhor analisa o fato, está implícita na obra, já citada, de Irineu A. Pedrotti:
Deformidade (também do latim "deformistas") é a irregularidade desagradável da forma do corpo humano, a malformação ou desfiguração.
O texto usa a conjuntiva "ou" (do latim "aut"), unindo as palavras e exprimindo idéias alternadas, quer dizer: em um caso (aleijão) ou em outro (deformidade). E, acrescenta: "mutilação, defeito físico". Os sinônimos correspondem: mutilação é estrago, o dano. 
Defeito físico: (do latim "defectus") é a imperfeição, ou falha que prejudica a qualidade ou o caráter. Físico refere-se ao corpo da pessoa. Então, defeito físico é o mesmo que mutilação em qualquer parte do corpo de determinada pessoa natural, o que em sentido igual diz-se deformidade.
... 
Com efeito, o valor da reparação e/ou indenização, nesses casos, deve ser aumentado, considerando-se a pessoa, o grau de cultura, a atividade, etc. e, também levando-se em conta o dano moral conjugado ao dano material que, sempre, estará implícito.
... 
Serão considerados de forma notória a aparência, a possibilidade de reparo e a irreversibilidade. Logo, toda lesão deformante precisa ser aparente e facilmente notada, exceção dos casos morais. Determinados traumatismos podem ensejar cicatrizes horríveis no rosto da pessoa e, ao mesmo tempo, não impor uma fealdade deforme. Tudo dependerá da pessoa e da atividade por ela exercida."
Demais autores, também tratam do estudo em referência, por igual, traduzindo os mesmos entendimentos.
SILVIO RODRIGUES, em sua obra "Direito Civil", vol. 4º assim trata:
"...
VI. DOS PEDIDOS
seja a ré citada para comparecer à audiência de instrução e julgamento a ser designada, para oferecer defesa e provas que tiver;
b) seja julgada procedente a presente ação, condenando-se a ré no pagamento das seguintes verbas indenizatórias, devidamente corrigidas:
1 - no valor de R$ 18.400,00 referente ao custeio de despesas hospitalares e gastos com remédios
2 - no valor de R$ 22.000,00 referente à prótese de perna amputada da Autora, 
3 - indenização pelos danos morais;
4 - no valor de R$ .... referente à indenização pelo dano estético e deformidade, bem como, pela redução do movimento articular;
5 - no valor de R$ 9.000,00 referente à indenização pelos lucros cessantes e danos emergentes (ganhos que a autora deixou de auferir durante o período de 30 dias.
d) a oitiva das testemunhas, cujo rol em anexo se encontra, bem como, protesta por outros meios de provas em direito admitidas e em momento oportuno;
e) a designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015;
o deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 98 e seguintes do CPC/2015;
Dá-se à causa, o valor de R$ .... (....).
(....).Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência:
b) a designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015;
o deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 98 e seguintes do CPC/2015;
e) ao final, seja dado provimento a presente ação, no intuito de condenar o réu a (...);
f) seja o réu condenado ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios;
Pretende-se provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, em especial, pelos documentos acostados à inicial, por testemunhas a serem arroladas em momento oportuno. 
Dá-se a causa o valor de R$ XX. XXX, 00 (deve corresponder ao valor pretendido no pedido de indenização).
Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília, 07 de março de 2016.
Advogado
OAB/DF nº

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