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Caso Concreto Aula 3

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA/ES.
				ANTÔNIO e MARIA ambos brasileiro residente em Vila velha, vem por seu procurador CAROLINA MAIA DE CARVALHO, com endereço profissional na Rua Dr Costa Lobo, 116 – Montese - Resende/RJ, CEP: 27541-020, Tel: (24) 98106-4931, e-mail: carolina.cmc@hotmail.com, a presença de Vossa excelência propor 
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
				Em face de JAIR, FLAVIA e JOAQUIM, ambos brasileiros e residentes em Vitória/ES, pelos fatos e fundamentos expostos.
DOS FATOS
Os Autores ajuízam a ação em face dos Réus, tendo em vista que Jair e Flávia, seus genitores, em 20 de dezembro de 2013 celebraram com Joaquim, irmão caçula dos Autores, contrato de compra e venda do único imóvel da família, pela metade do valor de mercado do imóvel.
Em verdade, é que Jair e Flávia, teriam vendido o imóvel a Joaquim pelo valor de R$ 200.000,00 uma vez que o imóvel fora avaliado em R$ 450.000,00, pelo fato do filho caçula não possuir bem imóvel e seus outros irmãos já terem adquirido suas próprias casas.
Além da venda do imóvel, os Autores ainda discordam do valor acordado entre as partes no contrato de compra e venda.
DOS FUNDAMENTOS
O negócio jurídico que encontra-se em litígio, baseando-se nos artigos 496, 172 e 179 do Código Civil, “in verbis”:
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
A doutrina do Professor Carlos Gonçalves nos ensina que:
“Em muitos casos, a lei impõe restrição específica à liberdade de comprar e vender, atuando a limitação como hipótese de falta de legitimação. Assim, por exemplo, é anulável a venda de ascendente a descentes, sem que os demais descendentes e o cônjuge expressamente o consintam(CC, Art 496)” Contratos e Atos Unilaterais, Gonçalves, Carlos Roberto.
A respeito da matéria em questão, nossos Tribunais, assim tem se pronunciado:
TJ-SC - Apelação Cível AC 20130270786 SC 2013.027078-6 (Acórdão) (TJ-SC)
Data de publicação: 13/11/2013
Ementa: COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO. VENDA DE ASCENDENTE PARA DESCENDENTE. SIMULAÇÃO COMPROVADA. PRETENSÃO DE TRANSMISSÃO DO BEM A HERDEIRO. FALTA DE ANUÊNCIA DOS DEMAIS. MERA APARÊNCIA DE LEGALIDADE DO ATO. ANULAÇÃO DE RIGOR. EXEGESE DO ART. 496 /CC . RETORNO AO STATUS QUO ANTE. Em negócios fraudulentos, tais como aqueles praticados com simulação, os atos que aparentam legalidade são praticados justo para dar foros de correção a tais contratações. Daí porque o magistrado, para chegar à conclusão da existência da simulação, obriga-se a investigar nas franjas da negociação para extrair o vício que a contamina. Comprovada a simulação, com a escrituração de bem imóvel em nome de descendente, quando o terreno havia sido comprado pelos ascendentes, é de rigor a anulação da compra e venda, a teor do que estabelece o art. 496 do CC . RECONVENÇÃO. PEDIDO DE DESPEJO DA AUTORA QUE RESIDE NO IMÓVEL. ALEGAÇÃO DE PROPRIEDADE SOBRE O IMÓVEL AMPARADA POR CONTRATO DE CESSÃO DE DIREITOS, INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPRA E VENDA E ESCRITURA PÚBLICA. COMPRA E VENDA SIMULADA. PROPRIEDADE NÃO COMPROVADA. IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. No Brasil, o registro do imóvel em nome de quem se diz proprietário estabelece uma presunção apenas juris tantum da aquisição afirmada. Diferente é no sistema alemão, em que esta presunção é jure et jure, ou seja, não comporta prova contrária. Isto porque a propriedade, no sistema alemão, é completa e perfeitamente compartimentada. Daí que, no Brasil, mesmo que um determinado imóvel esteja registrado em nome de um determinado proprietário, a presunção de propriedade em nome dele é meramente relativa, capaz de ser derruída por prova em contrário, desde que se comprove que o título de aquisição não seja coincidente com o registro. Transpondo a lição para o caso concreto, é de se chegar à conclusão inefável de que o simples fato de constar determinado nome no registro do imóvel, como seu proprietário, não demonstra de maneira suficiente...
DOS PEDIDOS
Diante do expostos, requer:
a citação do Réu;
2. que seja designada ação de conciliação, visando a solução dos conflitos.
3. que seja julgado procedente a presente ação de anulação de negócio jurídico.
4. que seja julgado procedente o pedido para condenar o réu nas custas processuais e nos honorários advocatícios.
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude do art 369 e seguintes do NCPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a prova testemunhas e o depoimento pessoal do Réu.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais)
Pede deferimento.
Resende, 17 de setembro de 2016.

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