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COLETANEA DISCURSIVAS OAB 2 FASE CIVIL

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QUESTÃO 01 - XXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Poucos anos antes de morrer, Silas vendeu, no ano de 2012, por dois milhões de reais, a 
cobertura luxuosa onde residia. Com o dinheiro da venda, comprou, no mesmo ano, dois 
apartamentos em um mesmo prédio, cada um avaliado em trezentos mil reais, e mudou-se 
para um deles. Doou o outro imóvel para sua filha Laura e seu genro Hélio, local onde o casal 
passou a morar. Mesmo sem o consentimento dos demais herdeiros, Silas fez questão de 
registrar, na escritura de doação, que a liberalidade era feita em favor do casal, não 
mencionando, todavia, se seria ou não adiantamento de legítima. 
Silas morreu no dia 20 de março de 2016 e deixou, além de Laura, dois outros herdeiros: 
Mauro e Noel, netos oriundos do casamento de um filho pré-morto, Wagner. O processo de 
inventário foi iniciado poucos dias depois de sua morte. Laura foi nomeada inventariante e 
apresentou as primeiras declarações em setembro de 2016, sem mencionar o imóvel em que 
residia. 
Diante desses fatos, responda aos itens a seguir. 
A) A doação realizada é válida? (Valor: 0,65) 
A doação é válida. Em relação ao genro Hélio, porque o valor do imóvel não ultrapassa a 
metade do patrimônio de Silas (Art 549 do CC 2002). E em relação a filha Laura, porque traduz 
adiantamento de legítima e neste caso não necessita de anuência dos demais herdeiros (Art. 
544 do CC 2002) 
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no 
momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. 
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa 
adiantamento do que lhes cabe por herança. 
B) Há fundamento no direito processual que obrigue Laura a declarar o imóvel? (Valor: 0,60) 
Sim. Laura por ser herdeira e inventariante deverá declarar o imóvel que recebeu por 
liberalidade no inventário. Por ser inventariante nos termos do artigo 620, inciso IV e por ser 
herdeira nos termos do artigo 639 do CPC. 
Art. 639. No prazo estabelecido no art. 627, o herdeiro obrigado à colação conferirá por termo 
nos autos ou por petição à qual o termo se reportará os bens que recebeu ou, se já não os 
possuir, trar-lhes-á o valor. 
Art. 620. Dentro de 20 (vinte) dias contados da data em que prestou o compromisso, o 
inventariante fará as primeiras declarações, das quais se lavrará termo circunstanciado, 
assinado pelo juiz, pelo escrivão e pelo inventariante, no qual serão exarados:...IV - a relação 
completa e individualizada de todos os bens do espólio, inclusive aqueles que devem ser 
conferidos à colação, e dos bens alheios que nele forem encontrados, descrevendo-se: a) os 
imóveis, com as suas especificações, nomeadamente local em que se encontram, extensão da 
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área, limites, confrontações, benfeitorias, origem dos títulos, números das matrículas e ônus 
que os gravam; 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não 
confere pontuação 
QUESTÃO 02 - XXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Em 10 de maio de 2016, Pedro, comprador, celebrou contrato de compra e venda com Bruno, 
vendedor, cujo objeto era uma motocicleta seminova (ano 2013), modelo X, pelo preço de R$ 
10.000,00, pagos à vista. 
Em setembro de 2016, Pedro foi citado para responder a ação na qual Anderson alegava ser 
proprietário da referida moto. Sem entender a situação e com receio de perder o bem, Pedro 
ligou imediatamente para Bruno, que lhe respondeu não conhecer Anderson e não ter 
nenhuma relação com o problema, pois se trata de fato posterior à venda da moto, ainda 
afirmando que “Pedro resolva diretamente com Anderson e procure seus direitos na justiça”. 
Com base nos fatos narrados, responda aos itens a seguir. 
A) Qual a responsabilidade de Bruno caso Pedro venha a perder o bem por sentença judicial? 
Fundamente com o instituto de Direito Civil adequado, indicando as verbas do ressarcimento 
devido. (Valor: 0,80) 
Bruno que é o alienante responderá pela Evicção nos termos do artigo 447 do CC 2002. Caso 
Pedro, o Evicto, perca a moto por sentença judicial em favor de Anderson, que é o Evictor, 
Bruno deverá indenizar Pedro das despesas do contrato e de outros prejuízos oriundos da 
evicção além das custas judiciais e dos honorários advocatícios, nos termos do artigo 450 do 
CC 2002 
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia 
ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do 
preço ou das quantias que pagou: 
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; 
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem 
da evicção; 
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. 
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em 
que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. 
 
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B) Como Pedro deverá proceder caso queira discutir a responsabilidade de Bruno na própria 
ação reivindicatória ajuizada por Anderson? Fundamente com o instituto de direito processual 
adequado. (Valor: 0,45) 
Pedro deverá denunciar Bruno à lide, promovendo a Denunciação à Lide nos termos do artigo 
125, inciso I do CPC 2015 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I - ao 
alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a 
fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; 
QUESTÃO 03 - XXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Jorge, menor com doze anos de idade, está sem receber a pensão alimentícia de seu pai, 
Carlos, há cinco anos, apesar de decisão judicial transitada em julgado. Jorge, representado 
por sua mãe, Fátima, promove ação de execução de alimentos, no valor de R$ 200.000,00 
(duzentos mil reais), pelos alimentos pretéritos, devidamente corrigidos. Para pagamento da 
dívida, fora determinada penhora do imóvel em que Carlos e Carmem, sua atual companheira, 
residem. O imóvel, avaliado em R$300.000,00 (trezentos mil reais), é o único do casal e foi 
adquirido onerosamente por ambos após a constituição de união estável. 
Considerando que a penhora recaiu apenas sobre a parte que cabe a Carlos, responda aos 
itens a seguir. 
A) Há fundamento para penhora do bem descrito? (Valor: 0,70) 
Sim, porque embora seja bem de família, a execução de alimentos é exceção à regra geral da 
impenhorabilidade de imóvel destinado à residência, bem de família, consoante dispõe o 
artigo 3º, inciso III da lei 8009/90. 
B) Como fica a situação de Carmem na hipótese de alienação judicial do bem descrito? (Valor: 
0,55) 
Diante da indivisibilidade do bem, a cota parte que cabe à Carmem ficará reservada no 
produto da alienação, conforme dispõe o artigo 843 caput do CPC 2015 
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QUESTÃO 04 - XXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Danilo ajuizou ação cominatória com pedido de reparação por danos morais contra a 
financeira Boa Vida S/A, alegando ter sofrido dano extrapatrimonial em virtude da negativação 
equivocada de seu nome nos bancos de dados de proteção ao crédito. Danilo sustenta e 
comprova que nunca atrasou uma parcela sequer do financiamento do seu veículo, motivo 
pelo qual a negativação de seu nome causou-lhe dano moral indenizável, requerendo, 
liminarmente, a retirada de seu nome dos bancos de dados e a condenação da ré à 
indenização por danos morais no valor de R$5.000,00. 
O juiz concedeu tutela provisória com relação à obrigação de fazer, apesar de reconhecerque 
não foi vislumbrado perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo; contudo, verificou 
que a petição inicial foi instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do 
direito do autor, não havendo oposição do réu capaz de gerar dúvida razoável. Em sentença, o 
juiz julgou parcialmente procedentes os pedidos, condenando a ré à obrigação de retirar o 
nome do autor dos bancos de dados de proteção ao crédito, confirmando a tutela provisória, 
mas julgando improcedente o pedido de indenização, pois se constatou que o autor já estava 
com o nome negativado em virtude de anotações legítimas de dívidas preexistentes com 
instituições diversas, sendo um devedor contumaz. 
Em face do exposto, responda aos itens a seguir. 
A) À luz da jurisprudência dos tribunais superiores, é correta a decisão do juiz que julgou 
improcedente o pedido de indenização por danos morais? (Valor: 0,65) 
Sim. Pois há entendimento jurisprudencial consolidado no qual não cabe dano moral 
indenizável quando preexistente anotações legítimas de dívidas com instituições diversas de 
um devedor contumaz. Segundo dispõe a súmula 385 do STJ 
B) Poderia o advogado requerer a tutela provisória mesmo constatando-se a inexistência de 
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo? (Valor: 0,60) 
Sim, pois se trata de tutela de evidência a qual é deferida quando a petição inicial está 
instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor a que o 
réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 
QUESTÃO 01 – XXIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Após sofrer acidente automobilístico, Vinícius, adolescente de 15 anos, necessita realizar 
cirurgia no joelho direito para reconstruir os ligamentos rompidos, conforme apontam os 
exames de imagem. Contudo, ao realizar a intervenção cirúrgica no Hospital Boa Saúde S/A, o 
paciente percebe que o médico realizou o procedimento no seu joelho esquerdo, que estava 
intacto. Ressalta-se que o profissional não mantém relação de trabalho com o hospital, 
utilizando sua estrutura mediante vínculo de comodato, sem relação de subordinação. 
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Após realizar nova cirurgia no joelho correto, Vinícius, representado por sua mãe, decide 
ajuizar ação indenizatória em face do Hospital Boa Saúde S/A e do médico que realizou o 
primeiro procedimento. 
Em face do exposto, responda aos itens a seguir. 
A) Na apuração da responsabilidade do hospital, dispensa-se a prova da culpa médica? (Valor: 
0,75) 
Não. A inclusão do hospital, que responde objetivamente na forma do art. 14 caput não traz a 
prerrogativa de se excluir a culpabilidade médica. O hospital responde solidária e 
objetivamente, dispensada a prova de sua culpa na causação do dano, mas depende da culpa 
do médico na forma do art 14, §4º do CDC. 
B) O procedimento do juizado especial cível é cabível? (Valor: 0,50) 
Como o autor da ação é um adolescente (15 anos) então pelo artigo 3º caput do CC/2002 o 
autor é considerado incapaz. Segundo o artigo 8º caput da Lei 9099/95 o incapaz não poderá 
ser parte em processos instituídos pela lei dos Juizados Especiais. Logo, nesse caso o Juizado 
especial cível é incabível, devendo a ação ser ajuizada na Justiça Comum. 
QUESTÃO 02 – XXIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Dalva, viúva, capaz e sem filhos, decide vender para sua amiga Lorena um apartamento de 350 
m2 que tinha com o marido em área urbana, o qual não visitava havia cerca de sete anos. Após 
a celebração do negócio, Lorena, a nova proprietária, é surpreendida com a presença de 
Roberto, um estranho, morando no imóvel. Este, por sua vez, explica para Lorena que “já se 
considera proprietário da casa” pela usucapião, pois, “conforme estudou”, apesar de morar ali 
apenas há 6 meses, “seus falecidos pais já moravam no local há mais de 5 anos”, o que seria 
suficiente, desde que a an ga proprietária “havia abandonado o imóvel”. Lorena, por sua vez, 
foi aconselhada por um vizinho a ajuizar uma ação pleiteando a sua imissão na posse para 
retirar Roberto da sua casa. 
Diante do exposto, responda aos itens a seguir. 
A) Roberto tem razão ao alegar que já usucapiu o imóvel? (Valor: 0.50) 
Não. O artigo 1240 do CC 2002, estabelece que o prazo de cinco anos de posse ininterrupta e 
sem oposição, dá direito ao instituto do usucapião para o imóvel de até 250 m2, o que não foi 
o caso. O imóvel citado possui área superior, ou seja 350 m2 e também pelo fato de Roberto 
não ter possuído o imóvel durante todo período aquisitivo, conforme esculpido no artigo 1239 
do CC 2002. 
B) Está correta a sugestão feita pelo vizinho de Lorena? Por quê? Qual a ação judicial mais 
recomendável na hipótese? (Valor: 0.75) 
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Não. A imissão na posse é incabível, pois Roberto não tem e nunca teve qualquer vínculo 
jurídico com Dalva. Nesse caso a ação correta seria a Reivindicatória, conforme previsto no 
artigo 1228 do CC 2002, pelo procedimento comum conforme dispõe o artigo 318 do CPC 2015 
QUESTÃO 03 – XXIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Luiz, viúvo, residente e domiciliado em Maceió, tinha três filhos: Jorge, Clarissa e Joana, e 
nenhum neto.Jorge, enciumado com o tratamento preferencial que Luiz dispensava às suas 
irmãs, tenta matar seu pai desferindo-lhe dois tiros, dos quais, por sorte, Luiz consegue 
escapar ileso. Dois anos antes, este registrara testamento público, estipulando que seu 
patrimônio disponível deveria ser herdado por Jorge e Joana. Luiz vem a falecer durante 
viagem a Salvador, em 2017, deixando como herança líquida o montante de R$ 2.000.000,00 
(dois milhões de reais). 
Com base na hipótese apresentada, responda aos itens a seguir. 
A) Qual medida judicial poderá ser utilizada por Joana para evitar que Jorge venha a suceder 
Luis? Há algum prazo-limite para isso? (Valor: 0,85) 
Joana deverá argüir a indignidade de Jorge para que o mesmo seja excluído da sucessão, com 
fulcro no artigo 1814, inciso I, do CC 2002, que diz: São excluídos da sucessão os herdeiros ou 
legatários que: I – houverem sido autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou 
tentativa deste , contra pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, 
ascendente ou descendente. Tal exclusão deverá ser declarada por sentença, conforme dispõe 
o artigo 1815 do CC 2002 e Joana terá o prazo de 04 (quatro) anos para demandar a exclusão 
do herdeiro indigno, conforme dispõe o artigo 1815, parágrafo único do CPC 2015 
B) Qual o foro competente para processar e julgar o inventário de Luiz? (Valor: 0,40) 
O Foro competente é o da cidade de MACEIÓ, pois é o foro de domicílio do autor da herança, 
no caso, Luiz, com fulcro no artigo 48 caput do CPC/2015, que diz: O foro de domicílio do autor 
da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, partilha, a arrecadação, o 
cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extra 
judiciale para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no 
estrangeiro. 
QUESTÃO 04 – XXIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Tiago, servidor público federal, e Marcel, advogado, mantiveram convivência pública, contínua 
e duradoura, com o objetivo de constituir família, durante quinze anos. Em virtude do 
falecimento de Tiago decorrente de acidente de trânsito, Marcel ajuizou ação em face da 
União, pleiteando a concessão de pensão por morte, sob o fundamento da ocorrência de união 
estável com o falecido. A juíza federal da 6ª Vara, por ter entendido configurada a relação de 
companheirismo, julgou procedente o pedido, concedendo a pensão a Marcel. Não foi 
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interposta apelação, tampouco houve a incidência de reexame necessário, pelo que ocorreu o 
trânsito em julgado da decisãoconcessiva da pensão. 
Diante do acolhimento de sua pretensão no âmbito da Justiça Federal, Marcel, a fim de 
resguardar seus direitos sucessórios, ajuizou, perante a Justiça Estadual, ação declaratória de 
união estável, buscando o reconhecimento da relação de companheirismo mantida com Tiago. 
O juiz de direito da 3ª Vara de Família julgou improcedente o pedido, sob o fundamento de 
que o requisito da coabitação para o reconhecimento de união estável não se encontrava 
preenchido. Sobre tais fatos, responda aos itens a seguir. 
A) O fundamento da decisão proferida pela Justiça Estadual está correto? Por quê? (Valor: 
0,50) 
Não, primeiro porque o artigo 1723 do CC 2002 não prevê como condição para a 
caracterização da união estável a coabitação. Segundo, pois já existe entendimento 
jurisprudencial superior de que a coabitação não é elemento indispensável para caracterização 
da união estável. Temos também a súmula 382 do STF que é amplamente utilizada para 
fortalecer tal entendimento, pois a mesma diz: A vida comum sob o mesmo teto, more uxório, 
não é indispensável para caracterizar o concubinato. 
B) O reconhecimento da união estável pela Justiça Federal vincula a decisão a ser proferida 
pela Justiça Estadual? Por quê? (Valor: 0,75) 
Não. Pois a Justiça Federal decidiu acerca da questão prejudicial de forma incidental. A Justiça 
Federal não é competente para decidir a questão principal acerca da ocorrência da união 
estável. Sendo assim, pelos termos do artigo 503, parágrafo 1º, III do CPC 2015 a Justiça 
Estadual poderá decidir de maneira diversa sobre a questão da configuração da relação de 
companheirismo ou da existência ou não de união estável. 
 
QUESTÃO 01 – XXIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Maria Clara e Jorge tiveram uma filha, Catarina, a qual foi registrada sob filiação de ambos. 
Apesar de nunca terem se casado, Maria Clara e Jorge contribuíam paritariamente com o 
sustento da criança, que vivia com Maria Clara. 
Quando Catarina fez dois anos de idade, Jorge ficou desempregado, situação que perdura até 
hoje. Em razão disso, não possui qualquer condição de prover a subsistência de Catarina, que 
não consegue contar apenas com a renda de sua mãe, Maria Clara, filha única de seus 
genitores, já falecidos. Jorge reside com sua mãe, Olívia, que trabalha e possui excelente 
condição financeira. Além disso, Catarina possui um irmão mais velho, Marcos, capaz e com 26 
anos, fruto do primeiro casamento de Jorge, que também tem sólida situação financeira. 
Com base em tais fatos, responda aos itens a seguir, justificando e fundamentando a resposta. 
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A) Olivia e Marcos podem ser chamados a contribuir com a subsistência de Catarina? A 
obrigação deve recair em Olivia e Marcos de forma paritária? (Valor: 0,65) 
O artigo 1696 do CC prevê a possibilidade de se requerer o direito à prestação de alimentos 
extensivamente a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau uns 
em falta doe outros. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a 
ordem de sucessão e faltando estes aos irmãos, assim germanos ou unilaterais, conforme 
dispõe o artigo 1697 do mesmo diploma. Sendo assim, Olivia, a avó e Marcos, irmão unilateral, 
podem ser chamados a contribuir com a obrigação na ordem prevista na lei. Sendo assim, o 
parente colateral, como é o caso de Marcos, só será chamado à obrigação, na falta dos 
ascendentes, sendo subsidiária e dentro das possibilidades dos seus recursos. 
Como Olívia, avó, parente ascendente, possui condições financeiras favoráveis, será ela a 
responsável pela obrigação da prestação alimentícia à Catarina devida por Jorge. Assim, não 
subsiste a responsabilidade de Marcos, colateral. 
B) Quais as medidas judiciais cabíveis para resguardar o direito de subsistência de Catarina, 
considerando a necessidade de obter com urgência provimento que garanta esse direito? 
(Valor: 0,60) 
Catarina pode representada por sua mãe Maria Clara, propor AÇÃO DE ALIMENTOS 
PROVISÓRIOS com fulcro nos artigos 1º e 4º da lei 5478/68, e artigo 693, p.único do CPC 2015. 
Catarina também poderá propor ação de Tutela provisória antecipada de caráter antecedente, 
conforme disposto no artigo 303 do CPC 2015, requerendo alimentos provisórios, 
demonstrando perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo 
legal não confere pontuação. 
QUESTÃO 02 – XXIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Marcos estacionou seu automóvel diante de um prédio de apartamentos. Pouco depois, um 
vaso de plantas caiu da janela de uma das unidades e atingiu o veículo, danificando o para-
brisa e parte da lataria. Não foi possível identificar de qual das unidades caiu o objeto. O 
automóvel era importado, de modo que seu reparo foi custoso e demorou cerca de dez meses. 
Dois anos e meio depois da saída do automóvel da oficina, Marcos ajuíza ação indenizatória 
em face do condomínio do edifício. 
De acordo com o caso acima narrado, responda fundamentadamente às questões a seguir. 
A) Considerando que o vaso de plantas caiu da janela de apenas um dos apartamentos, pode o 
condomínio alegar fato exclusivo de terceiro para se eximir do dever de indenizar? (Valor: 
0,60) 
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Trata-se de hipótese em que é possível determinar que um ou alguns dos membros de um 
grupo deu causa ao dano, mas não é possível determinar quem é efetivamente o causador. 
Nesse caso quando não é possível a identificação certa de quem, pertencente ao grupo 
condominial, causou o dano, o legislador autoriza na forma do artigo 938 do CC 2002, a 
responsabilização de todos os condôminos. 
B) Após a contestação, ao perceber que a pretensão de Marcos está prescrita, pode o juiz 
conhecer de ofício dessa prescrição se nenhuma das partes tiver se manifestado a respeito? 
(Valor: 0,65) 
A pretensão encontra-se prescrita aplicando-se o que dispõe o artigo 206, parágrafo 3º, V do 
CC2002, pois ultrapassou o prazo trienal, contados da data do evento danoso. A matéria pode 
ser conhecida de ofício pelo julgador nos termos do artigo 487, inciso II do CPC. No entanto 
após a contestação não se autoriza ao juiz o conhecimento da prescrição sem antes 
oportunizar às partes conforme compreensão trazida no artigo 487, parágrafo único e artigo 
10 do CPC 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
QUESTÃO 03 – XXIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Após se aposentar, Álvaro, que mora com sua esposa em Brasília, adquiriu de Valério um 
imóvel, hipotecado, localizado na cidade do Rio de Janeiro, por meio de escritura pública de 
cessão de direitos e obrigações. 
Com a intenção de extinguir a hipoteca, Álvaro pretende pagar a dívida de Valério, mas 
encontra obstáculos para realizar o seu desejo, já que a instituição credora hipotecária não 
participou da aquisição do imóvel e alega que o pagamento não pode ser realizado por pessoa 
estranha ao vínculo obrigacional. 
Diante dessa situação, responda aos itens a seguir. 
A) Qual é a medida judicial mais adequada para assegurar o interesse de Álvaro? (Valor: 0,85) 
Álvaro como terceiro interessado em pagar a dívida é parte legítima para ingressar com AÇÃO 
DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, que é o meio mais conducente à exoneração do devedor 
nos termos do artigo 334 do CC 2002 
B) Qual o foro competente para processar e julgar a referida medida? (Valor: 0,40) 
O Foro competente é o do Rio de Janeiro que é o lugar do pagamento conforme preconiza o 
artigo 540 do CPC, bem como o artigo 53, III, d do CPC 2015 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
www.passeiemdireito.blogspot.com.br Página 10QUESTÃO 04 – XXIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Pedro, maior com 30 (trinta) anos de idade, é filho biológico de Paulo, que nunca reconheceu a 
filiação no registro de Pedro. Em 2016, Paulo morreu sem deixar testamento, solteiro, sem 
ascendentes e descendentes, e com dois irmãos sobreviventes, que estão na posse dos bens 
da herança. 
Diante da situação apresentada, responda aos itens a seguir. 
A) Qual o prazo para propositura da ação de investigação de paternidade e da petição de 
herança? (Valor: 0,85) 
A propositura da ação de investigação de paternidade não está sujeita à prescrição, ou seja, é 
imprescritível nos termos da súmula do STF nº 149. Já a petição de herança tem o prazo 
prescricional delineado no artigo 205 do CC 2002 
B) É possível cumular os pedidos de reconhecimento da paternidade e do direito hereditário 
no mesmo processo? 
(Valor: 0,40) 
Cabe a cumulação dos pedidos eis que o reconhecimento da paternidade e reconhecimento do 
direito hereditário são pedidos compatíveis e as matérias são de competência do mesmo juízo, 
nos termos do artigo 327 parágrafo 1º 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
QUESTÃO 01 – XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Em abril de 2016, Flávio, que não tinha qualquer parente até quarto grau, elaborou seu 
testamento, deixando todos os seus bens para sua amiga Clara. Em janeiro de 2017, Flávio 
descobriu que era pai de Laura, uma criança de 10 anos, e reconheceu de pronto a 
paternidade. Em abril de 2017, Flávio faleceu, sem, contudo, revogar o testamento elaborado 
em 2016. Sobre os fatos narrados, responda aos itens a seguir. 
A) A sucessão de Flávio observará sua última vontade escrita no testamento? (Valor: 0,80) 
A hipótese é de rompimento de testamento. Nesse caso Laura terá direito aos bens de Flávio, 
pois o testamento será rompido em todas as suas disposições conforme dispõe o artigo 1973 
do Código Civil. Laura receberá a herança nos termos do artigo 1845 do CC 2002 
B) O inventário e a partilha dos bens de Flávio poderão ser feitos extrajudicialmente? (Valor: 
0,45) 
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Tendo em vista a existência de testamento e sendo Laura, incapaz, proceder-se-á ao inventário 
na forma judicial, conforme dispõe o artigo 610 do CPC 2015. O Ministério Púbico atuará em 
todas as fases do processo, conforme artigo 616, VII. 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
QUESTÃO 02 – XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
A sociedade empresária Madeira Certificada Ltda. firmou com Só Móveis Ltda. um contrato de 
fornecimento de material, visando ao abastecimento de suas indústrias moveleiras. Depois de 
dois anos de relação contratual, Só Móveis deixou de pagar as notas fiscais emitidas por 
Madeira Certificada, alegando dificuldades financeiras, o que levou à rescisão do contrato, 
restando em aberto os pagamentos do fornecimento de material dos meses de outubro, 
novembro e dezembro de 2015. Madeira Certificada, de posse do contrato, firmado por duas 
testemunhas, das notas fiscais e de declaração subscrita pela sociedade reconhecendo a 
existência da dívida, ajuizou execução de título extrajudicial em 01/04/2016. 
Citada, a sociedade empresária Só Móveis não efetuou o pagamento, e a tentativa de penhora 
on-line de dinheiro de bens imóveis foi infrutífera, não tendo sido localizado patrimônio para 
satisfação do crédito. Madeira Certificada constatou, contudo, que um dos sócios 
administradores da Só Móveis havia tido um acréscimo substancial de patrimônio nos últimos 
dois anos, passando a ser proprietário de imóvel e carros, utilizados, inclusive, pela devedora. 
Diante de tal situação, responda aos itens a seguir. 
A) O que a sociedade empresária Madeira Certificada deve alegar para fundamentar a 
extensão da responsabilidade patrimonial e possibilitar a satisfação do crédito? (Valor: 0,70) 
É hipótese de confusão patrimonial e tal evidencia abuso de personalidade jurídica e sendo 
assim Madereira Certificada deve requerer que seja desconsiderada a personalidade jurídica e 
que os bens do sócio administrador respondam pelas dívidas da Sociedade Só Moveis, nos 
termos do artigo 50 do CC 2002. 
B) Com base em tal alegação, qual seria a medida processual incidental adequada para 
estender a responsabilidade patrimonial e possibilitar a satisfação do crédito? (Valor: 0,55) 
A medida processual para que os bens do responsável fiquem sujeitos à execução, no caso de 
abuso da personalidade jurídica (Art. 790, inciso VII, do CPC/15), é o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica (Art. 795, § 4º, do CPC/15), previsto no Art. 134 do 
CPC/15, aplicável à execução. 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
QUESTÃO 03 – XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
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Nivaldo e Bárbara casaram-se em 2008. Ocorre que Bárbara, ao conhecer o sogro, Ricardo, que 
até então estava morando no exterior a trabalho, apaixonou-se por ele. Como Ricardo era 
viúvo, Bárbara se divorciou de Nivaldo e foi morar com o ex-sogro em uma pequenina cidade 
no Acre, onde ninguém os conhecia. Lá, casaram-se há cerca de cinco anos. Um dia, avisado 
por um amigo, Nivaldo, que vivia na capital do estado do Amazonas, descobriu o casamento do 
pai com sua ex-esposa. De imediato, consultou um advogado para saber o que poderia fazer 
para invalidar o casamento. Diante dessas circunstâncias, responda aos itens a seguir. 
A) Qual a ação cabível para a invalidação do casamento e qual o fundamento dela? (Valor: 
0,70) 
Barbara e Ricardo (nora e sogro, respectivamente) são parentes por afinidade conforme 
dispõe o artigo 1595, parágrafo 1º e 2º do CC. Sendo assim, à luz do disposto no artigo 1521, II, 
Bárbara e Ricardo não podem casar pelo impedimento legal. O casamento é nulo por 
infringência de impedimento a teor do artigo 1548, II. Sendo a ação cabível a Ação de Nulidade 
de Casamento. 
B) Identifique o litisconsórcio existente entre Bárbara e Ricardo. (Valor: 0,55). 
Será litisconsórcio unitário, pois o Juiz deverá decidir de modo uniforme para todos os 
litisconsortes, a teor do artigo 116 do CPC. 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
QUESTÃO 04 – XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Ana Flávia dirigia seu carro em direção à sua casa de praia quando, no caminho, envolveu-se 
em um acidente grave diante da imprudência de outro veículo, dirigido por Sávio, que realizou 
ultrapassagem proibida. Como consequência do acidente, ela permaneceu no hospital por três 
dias, ausentando-se de seu consultório médico, além de ter ficado com uma cicatriz no rosto. 
Como apenas o hospital particular da cidade oferecia o tratamento adequado e ela não 
possuía plano de saúde, arcou com as despesas hospitalares. Ciente de que o automóvel de 
Sávio está segurado junto à seguradora Fique Seguro Ltda., com cobertura de danos materiais, 
Ana Flávia ajuizou ação em face de ambos. Sávio e a seguradora apresentaram contestação, 
esta alegando a culpa exclusiva de Ana Flávia e a impossibilidade de figurar no polo passivo. 
Em seguida, o juízo determinou a exclusão da seguradora do polo passivo e o prosseguimento 
da demanda exclusivamente em face de Sávio. 
Tendo em vista o caso exposto, responda aos itens a seguir. 
A) Qual o recurso cabível contra a decisão? Qual o seu fundamento? (Valor: 0,65) 
A hipótese é a de recorrer através de AGRAVO DE INSTRUMENTO, nos termos do artigo 1015 e 
seguintes do CPC por se tratar de decisão interlocutória que excluiu litisconsorte do pólo 
passivo,cujo fundamento está previsto no inciso VII do artigo 1015 do CPC. 
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B) Além do prejuízo material, quais outros danos Ana Flávia poderia ter pedido para garantir a 
maior extensão da reparação? (Valor: 0,60) 
Ana poderia ter pedido Danos Morais e Danos Estéticos com fundamento nos artigos 186 e 
927 do CC 2002, OU ainda com base no artigo 5º, incisos V e X da CF 88, OU ainda pela súmula 
387 do STJ. Ana Flavia tem direito, também, ao pedido de lucros cessantes, em decorrência de 
seu afastamento do seu trabalho no consultório médico em função do acidente, conforme 
previsto no artigo 402 e 403 do CC 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
QUESTÃO 01 – XXV1 EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Jonas, médico dermatologista, atende a seus pacientes em um consultório particular em sua 
cidade. Ana Maria, após se consultar com Jonas, passou a utilizar uma pomada indicada para o 
tratamento de micoses, prescrita pelo médico. Em decorrência de uma alergia imprevisível, 
sequer descrita na literatura médica, a pele de Ana Maria desenvolveu uma grave reação à 
pomada, o que acarretou uma mancha avermelhada permanente e de grandes proporções em 
seu antebraço direito. Indignada com a lesão estética permanente que sofreu, Ana Maria 
decidiu ajuizar ação indenizatória em face de Jonas. Tomando conhecimento, contudo, de que 
Jonas havia contratado previamente seguro de responsabilidade civil que cobria danos 
materiais, morais e estéticos causados aos seus pacientes, Ana Maria optou por ajuizar a ação 
apenas em face da seguradora. 
A respeito do caso narrado, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) Provada a ausência de culpa de Jonas, poderia Ana Maria ser indenizada? (Valor: 0,65) 
A responsabilidade dos profissionais liberais é subjetiva, ou seja, depende da demonstração 
de culpa do causador do dano, com base no artigo 14 parágrafo 4º do CDC ou ainda 
conforme entendimento extraído do artigo 951 do CC 2002. 
B) A demanda proposta por Ana Maria em face da seguradora preenche elementos suficientes 
para ter seu mérito apreciado? (Valor: 0,60) 
Há entendimento jurisprudencial superior de que não cabe o ajuizamento de ação pelo 
terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do 
dano, conforme Súmula 529 do STJ. Trata-se de ilegitimidade passiva. Sendo assim, Ana Maria 
afrontou, também o que dispõe o artigo 787 e parágrafos do CC/2002. A ação deverá ser 
intentada contra o segurado, no caso JONAS e esse dará ciência da lide à Seguradora nos 
termos do artigo 125, inciso II do CPC 
QUESTÃO 02 – XXVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
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A sociedade empresária Fictícia Produções Ltda. (Fictícia) vendeu um imóvel de sua 
propriedade à Diversão Produções Artísticas Ltda. (DPA), que passou a funcionar no local. Dois 
meses pós o registro da compra no cartório de registro de imóveis e início das atividades da 
DPA, a nova proprietária é surpreendida por uma ação de cobrança de cotas condominiais 
anteriores à aquisição e não pagas pela Fictícia. Inconformado com o fato, e diante da previsão 
contratual na qual a sociedade empresária Fictícia se responsabiliza por débitos relativos ao 
período anterior à imissão na posse de sua empresa, o diretor Ronaldo procura uma 
orientação jurídica especializada. Sobre a hipótese narrada, responda aos itens a seguir. 
A) As cotas condominiais anteriores à aquisição são devidas pela atual proprietária do imóvel? 
(Valor: 0,60) 
Sim, tendo em vista o caráter propter rem da obrigação, DPA é devedora das cotas, conforme 
o Art. 1.345 do CC. 
B) Qual a medida processual mais célere, econômica e adequada para exigir da sociedade 
empresária Fictícia, nos mesmos autos, a responsabilização pela dívida? (Valor: 0,65) 
Nesse caso a DPA, deverá denunciar à lide a Sociedade Empresária Fictícia nos termos do 
artigo 125, II do CPC, a fim de obter da Sociedade Empresária Fictícia os valores que 
eventualmente tiver que arcar no processo em razão da responsabilidade contratual. 
QUESTÃO 03 – XXVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
Em 10 de dezembro de 2016, Roberto alienou para seu filho André um imóvel de sua 
propriedade, por valor inferior ao preço de venda de imóveis situados na mesma região. José, 
que também é filho de Roberto e não consentiu com a venda, ajuizou ação, em 11 de 
dezembro de 2017, com o objetivo de anular o contrato de compra e venda celebrado entre 
seu pai e André. No âmbito da referida ação, José formulou pedido cautelar para que o juiz 
suspendesse os efeitos da alienação do imóvel até a decisão final da demanda, o que foi 
deferido pelo magistrado por meio de decisão contra a qual não foram interpostos recursos. O 
juiz, após a apresentação de contestação pelos réus e da produção das provas, proferiu 
sentença julgando improcedente o pedido deduzido por José, sob o fundamento de que a 
pretensão de anulação do contrato de compra e venda se encontraria prescrita. Como 
consequência, revogou a decisão cautelar que anteriormente havia suspendido os efeitos da 
compra e venda celebrada entre Roberto e André. 
A respeito dessa situação hipotética, responda aos itens a seguir. 
A) Caso resolva apelar da sentença, como José poderá obter, de forma imediata, novamente a 
suspensão dos efeitos da compra e venda? Quais os requisitos para tanto? (Valor: 0,80) 
Na hipótese, o recurso de apelação de José não será dotado de efeito suspensivo, tendo em 
vista que a sentença revogou a decisão que havia deferido o pedido cautelar. Com efeito, o 
Art. 1.012, § 1º, inciso V, do CPC estabelece que “além de outras hipóteses previstas em lei, 
começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: (...) V – 
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confirma, concede ou revoga tutela provisória.” Assim, a sentença proferida pelo juiz, que 
julgou improcedente o pedido, tem a aptidão de produzir efeitos desde logo. 
Para lograr obter novamente a suspensão dos efeitos da compra e venda, portanto, José 
deverá formular o pedido cautelar ou de efeito suspensivo ativo, que poderá ser deduzido em 
petição autônoma ou no próprio recurso de apelação, a depender do fato de a apelação já ter 
sido distribuída ou não. O requerimento deverá ser dirigido ao tribunal, se a apelação ainda 
não tiver sido distribuída, ou ao relator do recurso, caso já tenha ocorrido sua distribuição, na 
forma do Art. 1.012, § 3º, do CPC. Para tanto, deverá José demonstrar ao relator ou ao tribunal 
a probabilidade de provimento do recurso de apelação ou, sendo relevante a fundamentação 
(fumus boni iuris), a existência de risco de dano grave ou de difícil reparação (periculum in 
mora), consoante o Art. 1.012, § 4º, o Art. 995, parágrafo único, e o Art. 300 todos do CPC. 
 
Através de Apelação dirigida ao Tribunal de Justiça respectivo, com fundamento no artigo 
1009, atacando a sentença na parte que acolheu a prescrição, demonstrando que há 
entendimento jurisprudencial superior determinando que prescreve em vinte anos, contados 
da data do ato, a ação para anular venda de ascendente a descendente, sem consentimento 
dos demais, conforme preceitua a súmula n. 494 do STF e artigo 496 do CC 2002. 
B) Qual é o fundamento da ação ajuizada por José para obter a anulação da compra e venda? 
Esclareça se a sentença proferida pelo juiz de primeira instância, que reconheceu a prescrição 
da pretensão, está correta. (Valor: 0,45) 
O fundamento da ação ajuizada por José é o de que se afigura anulável a venda de ascendente 
a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge alienante expressamente 
houverem consentido, na forma do Art. 496 do CC. Por outro lado, o juiz de primeira instância 
se equivocou ao reconhecera prescrição da pretensão de José, pois a ação foi proposta dentro 
do prazo prescricional de 2 anos, previsto no Art. 179 do CC. 
OU o fundamento no qual está amparada a anulação encontra-se na súmula 494 do STF e 
artigo 496 do CC 2002. A sentença não privilegiou o texto legal nem a jurisprudência ao 
reconhecer a prescrição, sendo assim a sentença está incorreta. 
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QUESTÃO 04 – XXVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 
DIREITO CIVIL 
José Carlos é locatário de um apartamento situado no Condomínio Morar Feliz, situado na 
cidade do Rio de Janeiro. O imóvel pertence a André Luiz. O contrato de locação possui 
vigência de 01/05/2015 a 01/05/2019 e contém cláusula de vigência. O referido contrato se 
encontra averbado à matrícula do imóvel no Registro Geral de Imóveis da respectiva 
circunscrição desde 07/06/2015. Em 15/05/2018, José Carlos recebe uma notificação de João 
Pedro, informando-o de que adquiriu o imóvel de André Luiz através de contrato de compra e 
venda, a qual foi registrada em 30/01/2018 e averbada à matrícula do imóvel no mesmo dia, e 
solicitando a desocupação do imóvel no prazo de noventa dias. José Carlos não fora informado 
por André Luiz a respeito da alienação do apartamento. Em 05/06/2018, ao se dirigir até o 
local pactuado contratualmente para o pagamento dos alugueres, José Carlos é informado por 
João Pedro que não irá receber o pagamento de nenhum valor a título de aluguel, solicitando 
novamente a desocupação do imóvel. 
Diante do cenário descrito, responda aos itens a seguir. 
A) Qual(is) argumento(s) de defesa José Carlos poderá arguir em face da pretensão de João 
Pedro em desocupar o imóvel? (Valor: 0,80) 
José Carlos, locatário, têm a seu favor o DIREITO DE PREFERÊNCIA para adquirir o imóvel 
locado, previsto no artigo 27 da lei 8245/91, no caso de venda , promessa de venda cessão ou 
promessa de cessão de direitos ou dação em pagamento. O fato de não ter sido informado da 
alienação, dá ao locatário, José Carlos, o direito previsto no artigo 33 da referida lei, pois está 
dentro do prazo previsto, ou seja, 6 meses a contar da averbação da compra e venda na 
matrícula do imóvel e o contrato de locação averbado dentro do prazo previsto no mesmo 
artigo. 
 
B) Diante da recusa de João Pedro em receber os alugueres, de que(quais) instrumento(s) o 
locatário dispõe para adimplir sua prestação e se exonerar dos efeitos da mora? (Valor: 0,45) 
Ação de consignação de Pagamento. O locatário para não incorrer em mora poderá, mediante, 
ação de consignação em pagamento, conforme dispõe o artigo 334 e 345 e seguintes do CC 
2002 na forma do artigo 539 parágrafo 1º e seguintes do CPC ou ainda promover a referida 
ação nos termos do artigo 67 da lei 8345/91

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