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Filosofia Geral - 2014

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Filosofia Geral 
Professor Euclides Di Dário
Conteúdo
Conceito de Filosofia – Filosofia Geral e Filosofia do Direito
Filosofia na Grécia – Os mitos – Filósofos da Natureza 
Sócrates – Platão – Aristóteles e a Filosofia na Grécia
Filosofia do Direito em Roma
Filosofia do Direito na Idade Média
Filosofia no Renascimento
Filosofia na Idade Moderna
Filosofia Contemporânea
Conceitos Filosóficos: Vontade e Verdade
Conceitos Filosóficos: Certeza e Virtude
Conceitos Filosóficos: Justiça
Teoria Egológica
Teoria Tridimensional
Lógica Jurídica
Interpretação do Direito
Conceito de Filosofia – Filosofia Geral e Filosofia do Direito
A filosofia é um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. Ela é, antes de tudo, uma prática de vida que procura pensar os acontecimentos além de sua pura aparência.
O nascimento da Filosofia
Os historiadores da Filosofia dizem que ela possui data e local de nascimento: final do século VII e início do século VI antes de Cristo nas colônias gregas da Ásia Menor (particularmente as que formavam uma região denominada Jônia), na cidade de Mileto. E o primeiro filósofo foi Tales de Mileto
A filosofia tem início quando o pensamento se torna racional
Os primeiros filósofos ocupavam-se com a origem e a ordem do mundo, o kosmos, e a filosofia nascente era uma cosmologia. Pouco a pouco, passou-se a indagar o que era o próprio kosmos, qual era o fundo eterno e imutável que permancia sob a mutiplicidade de transformação das coisas. Qual era e o que era o ser subjacente a todos os seres. Com isto, a filosofia nascente tornou-se ontologia, isto é conecimento ou saber sobre o ser.
A atitude crítica
A primeira caracteristica da atitude filosófica é negar as crenças e os preconceitos e a segunda atitude filosófica é interrogar a respeito das coisas, das ideias, dos atos, das situações, dos comportamentos, dos valores e de nós mesmos. Porque as coisas são dessa maneira e não de outra? Essas caracteristicas constituem a atitude crítica e o pensamento crítico
O filósofo grego Sócrates afirmava que “Sei que nada sei”. 
Para Platão, discípulo de Sócrates a filosofia começa com a admiração:
"A admiração é a verdadeira característica do filósofo. Não tem outra origem a filosofia." (Platão, Teeteto).
Para Aristóteles a filosofia começa com o espanto: 
"Os homens começam e sempre começaram a filosofar movidos pela admiração." (Aristóteles, Metafísica).
Filosofia Jurídica
A filosofia jurídica é a parte da filosofia que busca a formulação da ideia universal do Direito, determina seu valor ou sua natureza e estuda sua origem e evolução através da História.
A lei expressa o Direito, traduz, em forma inadequada e pobre, a riqueza da realidade jurídica, mas as dimensões totais do Direito não se encerram apenas nela.
As leis estão cheias, saturadas, empapadas de realidade humana, pois são destinadas à regulação da atividade do homem.
A finalidade da Filosofia do Direito: análise dos fundamentos e fins do fenômeno jurídico e o sentido existencial, ético do Direito.
Problematizar o direito – eis o objetivo da filosofia do direito
Na realidade, pode-se advogar mediocremente (e até razoavelmente) sem conhecer filosofia do direito, mas não se pode haver jamais um expoente, na arte de advogar, eu não conheça lógica, filosofia e filosofia do direito, porque é impossível versar grandes que com o emprego somente da técnica de advogar.
O fenômeno jurídico suporta três tipos básicos de tratamento: o técnico, o científico e o filosófico. Os aspectos técnicos e científicos do Direito são tratados pelos seus diversos ramos do direito material e processual e pela Teoria Geral do Direito, disciplinas que estudam as normas, sua validade e aplicação. O aspecto filosófico está reservado à Filosofia Jurídica. 
Axiologia (estudo o valor)
Do grego axio (apreciação, valoração), a axiologia é a parte da filosofia que estuda os problemas dos valores, como o bem e o mal, o verdadeiro, o justo. No caso da axiologia jurídica, é o estudo dos valores jurídicos, na base dos quais está a justiça. 
O valor é o eixo em torno do qual toda a ordem jurídica vai girar. O direito como valor é um fenômeno indiscutivelmente complexo. Compõe-se de pelo menos cinco dimensões: fato, valor, norma, ciência e poder. Desde o ponto de vista filosófico, dentre essas cinco dimensões, o núcleo central, vital e básico é o valor. É que o valor é sempre o ideal superior, a ser buscado por todos, quer sejam legisladores, executores, doutrinadores ou aplicadores do direito. 
Todas as finalidades do direito são, necessariamente, valores. Dentre os principais valores jurídicos estão a liberdade, igualdade, segurança coletiva, direitos humanos fundamentais e a justiça. 
O Direito é uma realidade embebida de valores imantada pela Justiça, portadora de uma carga axiológica que lhe pressiona o ser e, por lhe condiciona inevitavelmente o conceito.
Ontologia (estuda o ser)
Conhecimento dos princípios e fundamentos últimos de toda a realidade, de todos os seres.
É a parte da filosofia que estuda o "Ser enquanto Ser", buscando sua essência. É um dos ramos do Direito, que tem como uma de suas funções determinar o seu conteúdo, fazendo-o conhecido e, finalmente, determinando o seu conceito e posterior definição, mas, para isso, encontram-se alguns problemas de ordens não puramente ontológicas, sendo o maior deles o de encontrar uma definição única para o Direito, na qual constem suas inúmeras manifestações e funções, eis que ele é muito amplo e complexo.
A gnosiologia dos tempos modernos passa a ocupar o lugar da primitiva ontologia, destronando-a. Tudo girava em torno do ser; agora tudo vai gravitar em torno do conhecer. A filosofia que era uma metafísica ou “filosofia do ser” passa a ser uma gnosiologia “filosofia do conhecer”. O sistema ptolomaico (de Ptolomeu que defendeu a ideia da Terra ser o centro do universo) cedeu lugar ao sistema copernicano. (Copérnico afirmou que o sol era o centro do universo)
Gnosiologia
Estudo do conhecimento filosófico
Na história das cogitações do espírito humano, o ato de conhecer tem sido objeto de constante preocupação por parte dos filósofos, já que o homem é um animal que, por excelência, conhece.
A curiosidade incessante de perceber os fatos do mundo e os atos do homem, bem como a indiginação das relações entre esses fatos e as causas que o determinam, constitui conotação fundamental do espirito hunao.
O problema de conhecer já preocupava os antigos gregos que ora falavam “gnosis”, conhecimento, ora se referem à “epistemé” saber, atravessou os tempos até a Idade Média; atingindo o Renascimento, tornando-se o eixo da filosifia de Kant, e chegou aos nossos dias.
Gnosiologia é a parte da Filosofia que estuda o conhecimento humano. É formada a partir do termo grego “gnosis” que significa “conhecimento” e “logos” que significa “doutrina, teoria”. Pode ser entendida como a teoria geral do conhecimento, na qual se reflete sobre a concordância do pensamento entre sujeito e objeto. Nesse contexto, objeto é qualquer coisa exterior ao espírito, uma ideia, um fenômeno, um conceito, etc., mas visto de forma consciente pelo sujeito. O objetivo da gnosiologia é refletir sobre a origem, essência e limites do conhecimento, do ato cognitivo (ação de conhecer).
Qual a origem do conhecimento? É necessário admitir que o homem é composto de duas partes, sentidos e intelecto. A fonte dos sentidos é a experiência e a fonte do intelecto é a razão. A proposição “o fogo que é quente” exprime um juízo extraido da experiência. Por outro lado, a proposição “a soma dos ângules internos de um triângulo é igual a dosiângulos retos” resulta da razão. Os dois exemplos concretizam colocações extremas, a empirista e a racionalista.
O moderno e verdadeiro fundador do empirismo é o inglês Jonh Locke (1632-1704)que refutando a teoria das idéias inatas, sustenta a teoria do papel em branco que a experiência diária vai preenchendo com sua escrita.
O continuador das idéias empiristas de Locke foi David Hume (1711-1776), que dividiu as percepções de seu antecessor em “impressões” e “ideias”. Impressoões ão as sensações dos sentidos. Ideais sãos as representações da memoria e da fantasia. Todas as ideais nascem das impressões e nada maissão do que cópias das impressões.
O empirista francês Condillac (1715-1780) transformou o empirismo no sensualismo (de “sensus”, sentido), resumindo e reduzindo as fontes de conhecimento a uma só – a sensação. A “alma” tem uma só faculdade – a de experimentar sensações. As demais faculdades derivam desta faculdade originária.
Com Stuart Mill (1806-1873) o empirismo atinge expressão máxima, afirmando-se que todos os conhecimentos, inclusive o matemático têm sua fonte na experiência.
Epistemologia 
Estudo do conhecimento científico.
A epistemologia, também chamada teoria do conhecimento, é o ramo da filosofia interessado na investigação da natureza, fontes e validade do conhecimento. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes. O que é o conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir meios para defendê-lo contra o desafio cético?
Análise critica das ciências, tanto as ciências exatas ou matemáticas, quanto as naturais e as humanas: avaliação dos métodos e dos resultados das ciências; compatibilidade e incompatibilidades entre as ciências; formas de relações entre as ciências.
Rigor científico, método, procedimentos de pesquisa, exequibilidade das experiências científicas, fins das atitudes científicas, possibilidade de alcance da verdade, papel social das ciências.
Metafísica
Metafísica é uma palavra com origem no grego e que significa "o que está para além da física". É um ramo da filosofia que estuda a essência do mundo. Procura responder perguntas tais como: O que é real? O que é natural? O que é sobrenatural?
Origem das cosias, unidade divina, relação criador/criatura, preexistência do mundo, subsistência do ser, alma, destino, governo do universo, causa das causas, sentido da vida.
Linguagem 
Língua: é um grande conjunto de palavras, que designam objetos, qualidades, sentimentos, ações, ordenado gramaticalmente e pela sintaxe.
Linguagem: é um modo peculiar de o espírito se exteriorizar mediante signos, revelador da personalidade do faltante.
Retórica é a arte elegante de falar, consiste no poder de expressão capaz de persuadir , ou convencer, seja pela linguagem falada ou escrita 
Semiótica é a ciência dos signos. As palavras, como as leis, evoluem no tempo e ganham novos significados. A semiótica, como teoria ou ciência geral dos sinais, estuda a essa variação história, com repercussão na esfera jurídica.
A atuação dos advogados compreende a argumentação e a contra argumentação.
Na área jurídica a linguagem é de suma importância, mas requer apurada interpretação.
A hermenêutica jurídica estuda as técnicas e os métodos de interpretação das normas jurídicas.
Na decisão judicial, além de se orientar por critérios lógicos, o juiz se guia por valores. Pela exposição dos fatos e contra razões, depoimentos, prova em geral, o juiz desenvolve processo de avaliação sob o plano da lei e do sentimento do justo.
O Direito e os Princípios do Direito
É comum dizer-se que o Direito está mais nos princípios do que nas leis que nas leis. É que neles se acham concentradas as ideias diretoras do sistema jurídico. Quem pretende assimilar a cultura jurídica há de cultivá-los, pois é a partir deles que se elaboram teorias e códigos. Os princípios são alicerces do Direito e guias para a elaboração, aplicação e interpretação das normas.
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
Princípio da Igualdade
Princípio da livre iniciativa
Princípio do contraditório e da ampla defesa
Pensamento dogmático e método zetético
O pensamento dogmático é uma forma de enfoque teórico no qual as premissas de sua argumentação são inquestionáveis, como ocorre, por exemplo, com a religião, por ser a fé inquestionável; o método zetético é analítico e para resolver algum problema ou investigar a razão das coisas questiona as premissas de argumentação, procede pesquisas, investiga, é céptico.
Direito e Moral
Direito e Moral podem ser facilmente associados se pensarmos o direito como sendo o conjunto de normas que tenta regular e organizar a vida em sociedade, solucionando os conflitos entre os indivíduos, visto que a moral é um ramo das Ciencias Sociais que também se preocupa com o estudo de normas reguladoras da vida social.
Nem sempre é fácil diferenciar as normas do direito das normas da moral, em face de semelhança entre elas em muitos aspectos. Por exemplo, ambos os sistemas de normas, direito e moral, valorizam princípios como o respeito à vida, à liberdade, à integridade física, psicológica e espiritual dos homens, à propriedade legitimamente obtida, à igualdade de direitos, entre outros.
O filosófo alemão Cristiano Tomásio diferenciou Direito e Moral. Segundo ele o Direito se preocupa com o foro externo do indivíduo. Em contrapartida, a Moral preocupa-se com o foro interno, ou seja, com a vida interior das pessoas.
Para Kelsen se o direito for entendido e definido exclusivamente a partir das idéias de normatividade e validade, então seu campo nada tem a ver com a Ética. Pode-se sintetizar sua proposta: as normas jurídicas são estudadas pela Ciência do Direito; as normas morais são objeto de estudo da Ética como ciência. O raciocínio jurídico, então, não deverá versar sobre o que é certo ou errado, sobre o que é virtuoso ou vicioso, sobre o que é bom ou mau, mas sim sobre o lícito e o ilícito, sobre o legal (constitucional) ou ilegal (inconstitucional), sobre o válido e o inválido.
Miguel Reale, por sua vez, criou a Teoria Tridimensional do Direito. Segundo esse doutrinador o Direito se compõe da conjugação harmônica dos três aspectos primordiais: Fato, Valor e Norma.
Divisão Histórica 
Idade Antiga: 
4000 a.C. – 476 d.C.		Da escrita até a queda o Império Romano
Idade Média:
Século V a Século XV	Da queda do Império Romano até a tomada de Constantinopla
Idade Moderna: 
Século XV – XVIII		Da tomada de Constantinopla até a Revolução Francesa
Idade Contemporânea: 
Século XVIII – 		Da Revolução Francesa até os dias atuais
Os Principais Períodos da Filosofia
Filosofia antiga (do século VI a.C. a século VI d.C). A filosofia antiga compreende os quatro grandes períodos da Filosofia greco-romana, indo do pré-socrático ao período helenistico. 
Filosofia Patrística (do século I ao século VII, desde o nascimento de Cristo até 600). Inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João e termina no século VIII, quando teve inicio a Filosofia medieval. Do século I ao século VII. Seus pensadores mais importantes foram: Justino, Tertuliano, Atenágoras, Orígenes, Clemente, Eusébio, Santo Ambrósio, São Gregório Nazianzo, São João Crisóstomo, Isidora de Sevilha, Santo Agostinho, Beda e Boécio
Filosofia Medieval (do século VII ao século XIV, desde 600 até 1300). Abrange os pensadores europeus, árabes e judeus. Seus principais pensadores foram: Abelardo, Duns, Escoto Erígena, Santo Anselmo, Santo Tomas de Aquino, Santo Alberto Magno, Guilherme de Ockham, Roger Bacon, São Boaventura.
É o período em que a Igreja Roanada dominava a Europa, ungia e coroava reis, organizava Cruzadas à Terra Santa e criava, à volta das catedrais, as primeiras universidades ou escolas. E, a partir do século XII, por ter sido ensinada nas escolas, a Filosofia medieval também é conhecida com o nome de Escolástica.
Filosofia da Renascença (do século XIV ao século XVI, desde 1300 até 1500). Os nomes mais importantes desse período foram. Dante, Marcílio Ficino, Giordano Bruno, Campannella, Maquiavél, Montaigne, Erasmo, Tomas Morus, Jeand Poden, Kepler e Nicolau de Cusa.
Filosofia Moderna(do século XVII a meados do século XVIII, de 1600 até meados de 1700). Os principais pensadores desse período foram: Francis Bacon, Descartes, Galileu, Pascal, Hobbes, Espinosa, Leibniz, Malebranche, Locke, Berkeley, Newton, Gassendi.
Filosofia da Ilustração ou Iluminismo (do século XVIII ao começo de século XIX, de 1700 até o início de 1800). Os principais pensadores desse período foram: Hume, Voltaire, D’Alembert, Diderot, Rousseau, Kant, Fichte e Schelling.
O iluminismo afirma que: pela razão, o homem pode conquistar a liberdade e a felicidade social e política. A Filosofia da Ilustração foi decisiva para as idéias da Revolução Francesa de 1789.
Filosofia Contemporânea (meados do século XIX até nossos dias, meados de 1800 até hoje).
É do século XIX a concepção de progresso, isto é, de que os seres humanos, as sociedades, as ciências, as artes e as técnicas melhoram com o passar do tempo, acumulam conhecimento e práticas, aperfeiçoando-se cada vez mais, de modo que o presente é sempre melhor e superior.
Esta visão otimista também foi desenvolida na França pelo filósofo Augusto Comte, que atribuía o progresso ao desenvolvimento das ciências positivas. Essas ciências permitiriam aos seres humanso “saber para prever, prever para prover”, de modo que o desenvolvimento social se faria por aumento do conhecimento científico da sociedade. É de Comte a idéia de “Ordem e Progresso”, que viria a fazer parte da Bandeira do Brasil.
Comte faz uma separação entre Filosofia e ciências positivias (matemática, química, física e outras). As ciências, dizia Comte, estudam a realidade natural, social, pscicológica e moral e repesentam o conhcecimento, propriamente. A Filosofia seria apenas uma reflexação sobre o trabalho científico.
Marx descobriu que temos a ilusão de estarmos pensando e agindo com nossa própria cabeça e por nossa própria vontade, racional e livremenret, de acordo com nosso entendimento e nossa liberdade, porque desocnhecemos um poder invi´sivel que nos força a pensar como pensamos e agir como agimos. A esse poder – que é social – ele deu o nome de ideologia
Freud, por sua vez, mostrou que os seres humanos têm a ilusão de que tudo quanto pensam, fazem, sentem e desejam, tudo quanto dizem ou calam estaria sob o controle de nossa consciência porque desconhecemos a existência de uma força invisível, de um poder – que é psíquico e social – que atua sobre nssa consciência sem que ela o sabia. A esse poder que domina e controla invisível e profundamente nossa vida consciente, ele deu o nome de insconsciente.
Os períodos da filosofia grega
Período pré-socrático ou cosmológico, do final do século VII ao final do século V a.C. quando a filosofia se ocupava fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das transformações na Natureza. 
Período socrático ou antropológico, do final do século V e todo o século IV a.C., quando a Filosofia investiga as questões humans, isto é, a ética, a política e as técnicas (em grego, ântropos quer dizer hoem; por isso o período recebeu o nome de antropológico). 
Perído sistemático, do final do século IV ao final do século III a.C., quando a Filosofia busca reunir e sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a cosmologia e antropologia, interessando-se sobretudo em mostrar que tudo pode ser objeto do conhecimento filosófico, desde que as leis do pensamento e de suas demonstrações estejam firmemente estabelecidas para oeferecer os critérios da verdade e da ciência.
Período helenístico ou greco-romano, do final do século III a.C. até o século VI depois de Cristo. Nesse longo período, que já alcança Roma e o pensamento dos primeiros Padres da Igrega, a Filosofia se ocupa, sobretudo com as questões da ética, do conhecimento humano e das relações entre o homem e a Natureza de ambos com Deus.
Filosofia na Grécia – Os mitos – Filósofos da Natureza
Mitologia grega
É o estudo dos conjuntos de narrativas relacionadas aos mitos dos gregos antigos, de seus significados e da relação entre eles e os povos — consideradas, com o advento do cristianismo, como meras ficções alegóricas. Para muitos estudiosos modernos, contudo, entender os mitos gregos é o mesmo que lançar luz sobre a compreensão da sociedade grega antiga e seu comportamento, bem como suas práticas ritualísticas. O mito grego explica as origens do mundo e os pormenores das vidas e aventuras de uma ampla variedade de deuses, deusas, heróis, heroínas e outras criaturas mitológicas.
Ao longo dos tempos, esses mitos foram expressos através de uma extensa coleção de narrativas que constituem a literatura grega e também na representação de outras artes, como a pintura da Grécia Antiga e a pintura vermelha em cerâmica grega. Inicialmente divulgados em tradição oral-poética, hoje esses mitos são tratados apenas como parte da literatura grega. 
Essa literatura abrange as mais conhecidas fontes literárias da Grécia Antiga: os poemas épicos Ilíada e Odisseia (ambos atribuídos a Homero e que focam sobre os acontecimentos em torno da Guerra de Troia, destacando a influência de deuses e de outros seres), e também a Teogonia e Os Trabalhos e os Dias, ambos produzidos por Hesíodo. Os mitos também estão preservados nos Hinos homéricos, em fragmentos de poemas do Ciclo Épico, na poesia lírica, no âmbito dos trabalhos das tragédias do século V a.C., nos escritos de poetas e eruditos do Período Helenístico e em outros documentos de poetas do Império Romano, como Plutarco e Pausânias. 
A principal fonte para a pesquisa de detalhes sobre a mitologia grega são as evidências arqueológicas que descobrem e descobriram decorações e outros artefatos, como desenhos geométricos em cerâmica, datados do século VIII a.C., que retratam cenas do ciclo troiano e das aventuras de Hércules. Sucedendo os períodos Arcaico, Clássico e Helenístico, Homero e várias outras personalidades aparecem para completar as provas dessas existências literárias. 
A mitologia grega tem exercido uma grande influência na cultura, nas artes e na literatura da civilização ocidental e permanece como parte da herança e da linguagem do Ocidente. Poetas e artistas desde os tempos antigos até o presente têm se inspirado na mitologia grega e descoberto que os temas mitológicos lhes legam significado e relevância em seu contemporâneo. Seu patrimônio também influi na ciência, como no caso dos nomes dados aos planetas do Sistema Solar e em estudos teóricos, acadêmicos, psicanalíticos, antropológicos e muitos outros, além de nos dias de hoje tradições neopagãs como a Wicca serem influenciadas por ela e outras como o dianismo, a Stregheria e principalmente o dodecateísmo (ou neopaganismo helênico) tenham tentado resgatar suas crenças.
A palavra mito é grega e significa contar, narrar algo para alguém que reconhece aquele que profere o discurso como autoridade sobre aquilo que foi dito.
Homero é o poeta grego que teria vivido ao redor de 850 a.C. Escreveu as obras Ilíada e Odisseia. Hesíodo outro poeta grego escreveu Teogonia e Dos Trabalhos e dos Dias. Teogonia é um verdadeiro catálogo de deuses.
Assim, Homero e Hesíodo são considerados os educadores da Hélade (como se chamava a Grécia) por excelência, bem como os rapsodos (uma espécie de ator, cantor, recitador) eram tidos como portadores de uma verdade fundamental sobre a origem do universo, das leis etc., por reproduzirem as narrativas contidas nas obras daqueles autores.
Para os gregos os mitos eram a pura realidade
Todas as coisas eram explicadas através dos mitos. Tudo girava em torno de poderes sobrenaturais e de divindades: as chuvas, tempestades e raios, por exemplo, eram atribuídas a Zeus. 
Zeus era o principal deus da mitologia grega. Seu filho Hércules era famoso pela força. Apolo era considerado de beleza sem igual. Artemis era a deusa da caça e da vida selvagem.
Têmis: Deusa da Justiça;
Morfeu: Deus dos Sonhos; 
Hefesto: Deus do Fogo;
Afrodite: Deusa do amor e da beleza
Selene: Deusa da Lua
Filósofos da Natureza
Os primeirosfilósofos gregos não estavam satisfeitos com as explicações dos mitos. Estes filósofos são freqüentemente chamados de "filósofos da natureza" e se interessavam, sobretudo pela natureza e pelos processos naturais.
Eles sempre partiam do fato de que sempre existiu "alguma coisa".
Os filósofos viam com seus próprios olhos que havia constantes transformações na natureza. Mas como estas transformações eram possíveis? Como uma substância podia se transformar em algo completamente diferente, numa forma de vida, por exemplo?
Os primeiros filósofos tinham uma coisa em comum: eles acreditavam que determinada substância básica estava por trás de todas essas transformações da natureza.
Podemos dizer que esses filósofos deram os primeiros passos na direção de uma forma científica de pensar. E com isto deram o pontapé inicial para todas as ciências naturais, surgidas posteriormente.
Com eles a filosofia nasce com um conteúdo cosmológico. Cosmologia
As principais características da cosmologia são:
 É uma explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação da Natureza;
Afirma que não existe criação do mundo, isto é, nega que o mundo tenha surgido do nada. Para os Pré-socráticos, o mundo, ou a natureza, é eterna. Tudo se transforma em coisa sem jamais desaparecer.
O fundo eterno, perene, imortal, de onde tudo nasce e para onde tudo volta é invisível para os olhos do corpo e visível somente para o olho do espírito, isto é, para o pensamento.
Este elemento de onde tudo brota e para onde tudo retorna é o elemento primordial da Natureza e chama-se physis (que significa fazer surgir, fazer brotar, fazer nascer, produzir). A physis é a Natureza em constante transformação.
A physis sendo um elemento primordial eterno, ele dá origem a outros seres que são perecíveis e mortais, as coisas físicas.
Além de todos os seres serem gerados e mortais, são seres em contínua transformação, mas não perdendo sua forma, sua ordem e sua estabilidade. Essa mudança chama-se movimento, para os pré-socráticos. O movimento do mundo chama-se devir e o devir segue leis rigorosas que o pensamento conhece. 
Essas leis são as que mostram que toda mudança é passagem de um estado ao seu contrário. O devir é, portanto, a passagem contínua de uma coisa ao seu estado contrário e essa passagem não é caótica, mas obedece a leis determinadas pela physis.
Os gregos são os primeiros a colocar a questão da realidade numa perspectiva não mítica. Embora revelando influências do pensamento mítico anterior e contemporâneo, as explicações produzidas pelos primeiros filósofos, por volta do século VI a. C., na colônia grega de Mileto, na Ásia Menor, são consideradas por muitos o embrião da ciência e da filosofia, ou seja, do pensamento racional.
Tales, Anaximandro, Pitágoras
O mais antigo filósofo de que se tem conhecimento que terá encontrado uma resposta para esta questão foi Tales. Pensou ele que o princípio único de todas as coisas era a água. Pela mesma época outros filósofos tomaram posições mais ou menos parecidas com a de Tales. Foi o caso de Anaximandro e de Pitágoras que fizeram do indefinido e do número respectivamente o princípio originário a partir do qual tudo proveio. 
Pitágoras foi quem criou a palavra "Filósofo" e "Matemática".
Heráclito e Parmênides
As respostas irão progressivamente tornando-se mais elaboradas, embora sempre centradas no problema da unidade ou da multiplicidade, da mudança ou da permanência das coisas. Nesse sentido, Heráclito e Parmênides, representam, historicamente, um radicalizar de posições: o primeiro aparece como o defensor da mudança: não se pode penetrar duas vezes no mesmo rio; o segundo, como partidário radical da unidade fundamental de todas as coisas. Esta oposição não resiste, todavia, a um estudo aprofundado das posições dos dois pensadores.
Zenão de Eléia (489 - 430 a.C)
Ficaram célebres os argumentos ou paradoxos inventados por Zenão de Eléia, discípulo de Parmênides, com o objetivo de mostrar o caráter contraditório do movimento, e assim defender as teses do mestre sobre a imutabilidade do real. Para além de uma reflexão sobre a natureza do espaço, do tempo, do conhecimento e da realidade, os paradoxos de Zenão desencadearam uma crise na matemática da Antiguidade, que só viria a ser resolvida nos séculos XVII e XVIII d. C., com a criação da teoria das séries infinitas.
Suponhamos que um objeto se move de A para B, para chegar ao ponto B o objeto deve antes atingir o ponto intermediário B1, mas antes de chegar a B1 deve chegar ao ponto B2 que é a metade da distância entre A e B1,  para chegar a B2 também deve antes chegar ao ponto B3. Esse movimento vai ao infinito demonstrando que o movimento não pode ser iniciado conforme ilustra a figura abaixo:
A-----B3-----B2----------B1--------------------B
Os Sofistas
A palavra sofista (em grego sophistes) deriva de sophia «sabedoria», e designa genericamente todo o homem que possui conhecimentos consideráveis em qualquer ramo do saber. 
No início, a palavra sofista foi utilizada para realçar uma capacidade ou arte especial num determinado assunto. Homero refere que um construtor naval, um cocheiro, um navegador, um adivinho ou um escultor são sábios nas suas profissões. Também Apolo é sophos com a sua lira. 
No início do séc. V a.C. o termo "sofista" passa a ser utilizado com o sentido de "homem sábio". É atribuído a poetas, a músicos e rapsodos, a deuses e mestres, aos Sete Sábios, aos filósofos pré-socráticos e a figuras com poderes superiores, como Prometeu. Pelo final do século, o termo "sofista" era aplicado a quem escrevia ou ensinava e que era visto como tendo uma especial capacidade ou conhecimento a transmitir. 
No entanto, depois dos sofistas terem aparecido na Grécia, os ódios e invejas que geraram por entre a multidão fez com que a palavra "sofista" começasse a ser utilizada em sentido depreciativo. A palavra passa então a ser utilizada no sentido de ladrão, charlatão ou mentiroso, significado que acaba por ir ao encontro do seu sentido atual.
 Como, nesta altura, os jovens atenienses estavam ávidos de novidades, rapidamente os sofistas se viram rodeados de rapazes desejosos de encontrar o segredo do domínio das multidões.
Os sofistas recebiam dinheiro pelos ensinamentos que ministravam, o que era alvo da censura  dos atenienses. Também Sócrates - que ao contrário dos sofistas, dispensava gratuitamente o seu saber a quem dele necessitava - achava vergonhoso vender o saber na praça publica. Como Platão diz no Protágoras,  Sócrates comparava os sofistas aos mercadores, que elogiam os produtos que vendem mesmo sem saberem se são bons ou não e que,  inevitavelmente eram tentados a acomodar a sua mercadoria ao gosto dos compradores. 
 
No estado democrático ateniense, a exigência de todos, enquanto homens livres, intervirem ativamente na vida pública é um dever cívico, a participação nas assembleias é indispensável. 
Neste contexto, surge uma nova estirpe de "educadores", os sofistas. Estes se apresentavam como professores, no sentido atual do termo (os primeiros da história), e oferecem, em troca de dinheiro, o ensino da virtude, da aretê ou, como também lhe chamam, a technê (técnica, ofício, habilidade, arte ou saber aplicado) política.
Dentre os principais sofistas destacam-se Górgias, Protágoras e Hípias, Isócrates, Pródico, Crítias, Antifonte e Trasímaco, sendo que destes, Protágoras, Górgias e Isócrates foram os mais importantes. 
Protágoras de Abdera (480 - 411 a.C.)
Obras: As antologias; A verdade
Sofista de maior renome, é autor da frase que caracteriza o pensamento da escola e do período: O homem é o princípio de todas as coisas. Protágoras destacou-se sobretudo, por seus dons de oratória, com os quais movia multidões para ensinar mediante pagamento, as estratégias sofistas
No livro As antologias, trata da natureza recíproca dos contrários (visível e invisível, crença e descrença), o que levou a duvidar da existênciade um ser divino. No livro, A Verdade afirma que o homem é que devia ser o centro de todos os contrários. Por causa disso, foi expulso de Atenas e suas obras forma queimadas.
A base da filosofia de Protágoras está na máxima "O Homem é a medida  de todas as coisas, daquelas que são por aquilo que são e daquelas que não são por aquilo que não são." Para ele medida significava juízo e as coisas são os fatos e as experiências das pessoas. Com essa máxima Protágoras tinha por objetivo negar um critério absoluto para distinguir o ser do não-ser. O critério para a diferenciação torna-se o homem, cada homem. Ele explica melhor "Tal como cada coisa se apresenta para mim, assim ela é para mim, tal como ela se apresenta para você, assim ela é para você." O vento que sopra é frio ou quente? A resposta vai depender de cada pessoa, para algumas vai estar frio e para outras vai estar quente, dessa forma ninguém vai estar errado e a verdade vai estar em cada sujeito e no que ele pensa sobre sua experiência. 
 
Se os homens são a medida de todas as coisas, por consequência, nenhuma medida pode ser a medida para todos os homens. As coisas assim vão ser definidas pelas pessoas que as definem, o que vale para determinada situação não vai valer para outras. As coisas vão ser conhecidas particularmente por cada indivíduo. 
 
Protágoras ensinava também técnicas e métodos para  tornar um argumento fraco em um argumento forte. Ele ensinava a aptidão de fazer sobressair um ponto de vista sobre um ponto de vista contrário. Os homens tem em si a faculdade de julgar com justiça, a função do sofista é fazer com que eles expressem essa capacidade.
 
Para ele as coisas são, portanto, relativas aos indivíduos e aos seus pareceres. Não existe uma verdade absoluta assim como não existem padrões morais absolutos, o que existem são coisas mais oportunas, úteis e convenientes. A pessoa sábia vai ser aquela que consegue distinguir o que é mais vantajoso e decente para cada situação. O sábio vai conseguir também convencer os outros a reconhecer essa qualidade superior e fazer com que eles a ponham em prática.
 
Protágoras afirmou também que em relação aos deuses ele não poderia afirmar se existem ou se não existem, pois muitas coisas o impediam de fazer tais afirmações, ele considerava o assunto obscuro e a vida breve para se achar uma resposta para a questão. Mostrava-se agnóstico nas suas crenças, pois o divino vai além da capacidade humana de compreensão dessa experiência sendo o homem limitado em seu saber. Para ele era possível criarmos argumentos tanto a favor como contra a existência dos deuses.
 
Ele dizia ainda que os sábios e os bons oradores deveriam guiar através de conselhos as outras pessoas.
Górgias (485 – 380 a.C.) 
Górgias para fundamentar sua filosofia toma por base o niilismo, a descrença por razão principal, onde nada existe de absoluto, onde não existem verdades morais e nem hierarquia de valores. A verdade não existe, qualquer saber é impossível e tudo é falso porque é ilusório.
 
Seu niilismo baseia-se em três tópicos, primeiro na não existência do ser, existe somente o nada. O ser não é uno, não é múltiplo, nem criado e nem gerado, por conseguinte o ser é nada. Segundo, mesmo que o ser existisse ele não poderia ser conhecido pois se podemos pensar em coisas que não existem é porque existe uma separação entre o que pensamos e o ser, o que impossibilita o seu conhecimento. E terceiro, mesmo que pudéssemos pensar e conhecer o ser nós não poderíamos expressar como ele é porque as palavras não conseguem transmitir com veracidade nada que não seja ela mesma. Quando comunicamos, comunicamos palavras e não o ser.
 
O filósofo destrói dessa forma a possibilidade de alcançarmos a verdade absoluta. Nossa razão somente pode iluminar as situações em que os homens vivem mas não tem a capacidade de formular regras absolutas. Podemos somente analisar a condição em que nos encontramos e expor o que devemos ou não fazer e mesmo o que devemos ou não fazer muda muito dependendo da situação em que nos encontramos. Uma mesma atividade pode ser boa ou ruim dependendo de quem a pratica e em que situação se encontra.
 
Como não existe uma verdade absoluta e a falsidade está em tudo; as palavras assumem uma autonomia quase sem limites, pois estão desligadas do ser. As palavras são independentes e estão disponíveis para os mais diversos usos. Um dos principais usos é a retórica que utiliza a palavra para sugerir, para fazer crer e para persuadir os cidadãos. A retórica tem assim grande utilidade para a política. As palavras têm também grande expressão na poesia que diferente da retórica não tem interesses práticos, mas artísticos. Frente ao drama da vida a única consolação é a palavra que adquire valor próprio porque não exprime a verdade, mas a aparência. A palavra cria um mundo perfeito onde é belo viver. A palavra exprime da melhor forma as paixões que direcionam a vida dos homens.
  
Isócrates (436 – 338 a.C.)
	Obra: Contra os sofistas
Filósofo e retórico ateniense. Foi discípulo de Górgias, em Tesalia. Dedicou-se ao ensino e fundou sua escola de retórica, contemporânea e rival da Academia platônica. Em sua primera obra, "Contra os sofistas", atacava a retórica meramente formalista e erística praticada pelos sofistas, mas defendia a retórica como núcleo essencial de uma formação.
Combateu a filosofia platônica, que julgava inapta para a formação ética e política do homem grego.
No âmbito político, Isócrates foi adversário de Demóstenes, lutando pela união do mundo helênico sob a monarquia de Filipe da Macedônia, contra os persas.
	 
Basicamente o entendimento que Isócrates tinha de filosofia, e dos filósofos, era oposto à concepção dos sofistas. 
A principal crítica que ele faz aos sofistas é o fato deles cobrarem para ensinar a temperança (sophrosyne) e a justiça (dikaiosyne). Para Isócrates, não havia nenhuma arte (técne) capaz de incutir estes valores naqueles que não fossem naturalmente inclinados para a virtude (areté). 
No entanto, o estudo e o exercício do discurso poderiam engrandecer esses valores nos homens.
A organização do discurso de Isócrates em “Contra os Sofistas” se dá da seguinte maneira. Primeiro, ele começa criticando os erísticos, que podem ser entendidos como todos aqueles que se utilizam da técnica retórica para vencerem uma discussão e calarem os adversário, e que segundo Isócrates, fingem procurar a verdade, mas em seus ensinamentos apenas proferem mentiras.
Em segundo, Isócrates censura os “mestres da retórica” que prometem ensinar os discursos políticos. Isócrates os critica por não se preocuparem realmente com a verdade, e vale ressaltar aqui que para ele, no campo da política só há opinião (doxa), sendo a verdade inacessível ao Homem. Ele os critica também por se comportarem de modo estúpido não servindo deste modo como exemplo para seus discípulos. 
A censura de Isócrates também aborda o fato destes “mestres” não se importarem com a experiência e a natureza de seus discípulos, acreditando eles que basta ensinar uma série de fórmulas prontas para transformarem seus discípulos em excelentes oradores. Isócrates ainda se ressente pelo fato de que as “bobagens” proferidas por estes “mestres” acabam difamando todos aqueles envolvidos com a ocupação da retórica, o que inclui ele mesmo.
Sócrates, Platão e Aristóteles. A Filosofia do Direito na Grécia
Sócrates (469-399 a.C.) 
Sócrates não fundou uma escola como diversos outros filósofos. Era um pregador que ensinava em locais públicos e não escreveu nada de seus pensamentos. Suas ideias chegaram até nós através dos escritos dos seus discípulos, principalmente Platão que faz de Sócrates porta voz de muitas de suas ideias, sendo difícil separar o pensamento dos dois.
A Maiêutica
Sócrates fazia perguntas sobre as ideias, sobre os valores nos quais os gregos acreditavam e que julgavam conhecer. Suas perguntas deixavam os interlocutores embaraçados, irritados,curiosos, pois quando tentavam responder ao célebre “o que é”, descobriam, surpresos, que não sabiam responder. 
Sócrates dizia: “Eu também não sei, por isso estou perguntando”.
“Só sei que nada sei.”
A maiêutica é a forma encontrada por Sócrates para fazer com que as pessoas através da interrogação feita de forma organizada e direcionada cheguem ao conhecimento. A Maiêutica é um estímulo para a pesquisa, através dela ele buscava fazer "parir" nas pessoas as ideias , os conhecimentos. Ele próprio se declarava sem sabedoria e não criou nenhuma organização metodológica e doutrinal. Era o parteiro das ideias nos outros e não podia parir conhecimentos em si mesmo.
Através da Maiêutica a pessoa que parece ignorante pode achar em si conhecimentos que desconhecia ter, Sócrates somente ajuda a pessoa nessa pesquisa, mas não lhe ensina nada.
A Virtude
Para Sócrates as pessoas deveriam concentrar os seus esforços em serem virtuosos, para si mesmos, para seus amigos e para a comunidade a que pertencem, pois a virtude deve ser conquistada também pelo grupo humano, pela polis. Esse é um dos motivos pelo qual não fugiu da sua sentença de morte, acreditava que fugir da sua comunidade e da sentença que ela lhe impôs era deixar de ser virtuoso e isso era ir contra todos os seus princípios.
Para os gregos a virtude era a qualidade essencial que faz do ser o que ele é, assim é virtuoso o homem que tenta ser bom e perfeito utilizando a razão e o conhecimento para atingir esse objetivo porque essas qualidades são próprias do homem. O contrário da virtude é o vício que é caracterizado basicamente pela ignorância que é a ausência da razão e do conhecimento.
Sócrates foi condenado à morte por envenenamento. 
Ingeriu uma taça de cicuta e prosseguiu falando tranquilamente com seus amigos 
Sócrates tornara-se um perigo, pois fazia a juventude pensar. Por isso, eles acusavam de desrespeitar os deuses, corromper os jovens e violar as leis. Levado perante a assembleia, Sócrates não se defendeu e foi condenado a tomar um veneno – a cicuta.
Sócrates não se defendeu porque preferir morrer a ter que renunciar à Filosofia.
“Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância”.
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”.
Platão (428-347 a.C.)
Obras
A República, As Leis, Fedro.
Platão em sua filosofia determinou algumas das ideias centrais do pensamento ocidental tais como as ideias políticas, que aparecem nos escritos Diálogos e na República, nas teorias psicológicas que expõe em Fedro, na cosmologia de Timeu e na filosofia das ciências abordas na obra Teeteto.
            Platão fundou a Academia de Atenas, escola onde estudou Aristóteles. Escreveu sobre diversos temas como epistemologia, metafísica, ética e política. Em seus diálogos um dos personagens freqüente é Sócrates de quem Platão foi discípulo. Em muitos momentos é difícil dividir o pensamento dos dois filósofos.
            Em seus diálogos Platão utiliza diversos personagens históricos como Górgias, Parmênides e Sócrates para através de suas falas expor suas teorias filosóficas. Uma de suas teorias mais conhecidas é a das Idéias em que afirma que o mundo que conhecemos através dos cinco sentidos, o mundo sensível, é um mundo imperfeito e falho, mera sombra do real mundo das idéias. O Mundo das Idéias é muito superior ao mundo sensível. O mundo que sentimos é somente uma cópia apagada do mundo das idéias pois as idéias são únicas e imutáveis e as coisas do mundo sensível estão constantemente mudando. Esse pensamento aparece no livro República e é conhecida como Mito da Caverna. Para Platão a única forma para conhecermos a realidade inteligível é através da razão pois os nosso sentidos podem nos enganar. 
Ele divide o mundo em três partes, na primeira estão os objetos perceptíveis pelos sentidos. Na segunda estão as coisas que não podem ser percebidas pelos sentidos mas podem ser entendidos pelo espírito humano como a matemática e a geometria. Na terceira parte de sua divisão Platão coloca as idéias superiores como a virtude e a justiça que somente podem ser conhecidas pela inteligência através da utilização de outras idéias.
            Platão escreveu ainda sobre diversos assuntos como a melhor forma de governo e sobre o Estado, para ele a sociedade deveria ser dividida em três partes que correspondem e se relacionam com a alma dos indivíduos. A primeira parte é a vontade ou o apetite e corresponde aos trabalhadores braçais. A segunda parte é a do espírito e é relacionada aos guerreiros e aventureiros que tem que ser destemidos, fortes e espirituosos. A terceira parte é reservada aos filósofos e aos governantes, é a parte da razão e é reservada aos inteligentes e racionais, qualidades essas mais apropriadas para indivíduos que vão tomar decisões representando toda sociedade. É portanto a razão e a sabedoria que devem governar, os filósofos devem governar como reis ou os reis devem ser filósofos para governar com racionalidade. 
Seu mentor foi Sócrates e seu pupilo foi Aristóteles
Escreveu na forma de diálogos. São vinte e seis diálogos conhecidos. A presença de Sócrates é constante nos diálogos
Platão foi um idealista. O Bem desempenha um papel central. Como a justiça, pertence à realidade ideal e somente pode ser apreendido pelo ser humana forma imperfeita, por meio da contemplação.
Segundo Platão o mundo deve ser governado por filósofos, pelos sábios e, se a sabedoria impera as leis são desnecessárias.
A sociedade no mundo ideal seria formada por artesãos, que seriam os laboriosos, pelos guerreiros que seriam os fortes, pelos magistrados que seriam dotados de racionalidade.
A justiça somente seria alcançada na medida em que as pessoas desempenhassem na sociedade um papel compatível com suas aptidões.
Todo o conhecimento é uma recordação
Platão elabora a teoria da reminiscência, onde afirma que a alma é imortal e muda de corpo após a morte. Nessa mudança de corpo, as almas contemplam as ideias perfeitas. O corpo é um obstáculo da alma que busca o conhecimento.
Fundou a Academia
O mito da caverna de Platão 
O Mito da Caverna, também conhecido como “Alegoria da Caverna” é uma passagem do livro “A República” do filósofo grego Platão. É mais uma alegoria do que propriamente um mito. É considerada uma das mais importantes alegorias da história da Filosofia. Através desta metáfora é possível conhecer uma importante teoria platônica: como, através do conhecimento, é possível captar a existência do mundo sensível (conhecido através dos sentidos) e do mundo inteligível (conhecido somente através da razão). 
O mito fala sobre prisioneiros (desde o nascimento) que vivem presos em correntes numa caverna e que passam todo tempo olhando para a parede do fundo que é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. Nesta parede são projetadas sombras de estátuas representando pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Os prisioneiros ficam dando nomes às imagens (sombras), analisando e julgando as situações.
Vamos imaginar que um dos prisioneiros fosse forçado a sair das correntes para poder explorar o interior da caverna e o mundo externo. Entraria em contato com a realidade e perceberia que passou a vida toda analisando e julgando apenas imagens projetadas por estátuas. Ao sair da caverna e entrar em contato com o mundo real ficaria encantado com os seres de verdade, com a natureza, com os animais e etc. Voltaria para a caverna para passar todo conhecimento adquirido fora da caverna para seus colegas ainda presos. Porém, seria ridicularizado ao contar tudo o que viu e sentiu, pois seus colegas só conseguem acreditar na realidade que enxergam na parede iluminada da caverna. Os prisioneiros vão o chamar de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de falar daquelas ideias consideradas absurdas.
Os seres humanos tem uma visão distorcida da realidade. No mito, os prisioneiros somos nós que enxergamos e acreditamos apenas em imagens criadas pela cultura, conceitos e informaçõesque recebemos durante a vida. A caverna simboliza o mundo, pois nos apresenta imagens que não representam a realidade. Só é possível conhecer a realidade, quando nos libertamos destas influências culturais e sociais, ou seja, quando saímos da caverna.
Aristóteles (384-322 a.C.)
Obras: 
Ética a Nicômaco, Política, Organon, Tópicos.
Nasceu em 384 a.C., na cidade antiga de Estagira, e morreu em 322 a.C. Filho de Nicômaco. Estudou desde os 18 anos na Academia. Foi por tres anos preceptor de Alexandre, o Grande, a pedido deste Filipe II da Macedônia. Fundou o Liceu.
Frases
“O homem é um ser social”
“A virtude está no justo meio”
Palavras gregas
Ágora: praça
Arché: origem
Aretê: virtude
Diké: direito
Dikaiosyne: justiça
Ethos: ética
Hybris: desafio
Kratos: força
Physis: natureza
Polis: cidade
Politeia: Estado
Politikos: estadista
Nomoi: leis
Logos: razão
Sophrosyne: prudência
Sophia: sabedoria
Techne: técnica
O aparecimento da polis constitui, na história do pensamento grego, um acontecimento decisivo. 
A arte política é essencialmente exercício de linguagem.
Uma caracteristica da polis é o cunho de plena publicidade dada as manifestações mais importantes da vida social.
A filosofia, pois, segundo Aristóteles, dividi-se em teorética, prática e poética, abrangendo, destarte, todo o saber humano, racional. A teorética, por sua vez, divide-se em física, matemática e filosofia primeira (metafísica e teologia); a filosofia prática divide-se em ética e política; a poética em estética e técnica.
Na Ética a Nicômaco, Aristóteles expõe uma teoria do ethos e da justiça da Atenas do século IV a.C., discutindo conceitos como "o bem", "a virtude", "a justiça", "a lei", "a amizade" e "a felicidade". Nos Tópicos, apresenta um método de argumentação (o dialético) que parte de opiniões geralmente aceitas, por todas as pessoas, ou pela maioria, ou pelos mais eminentes (os filósofos).
O mundo é concebido por Aristóteles de forma finalista, onde cada coisa tem uma atividade determinada por seu fim. O bem é a plenitude da essência, aquilo a que todas as coisas tendem. O bem, portanto, é a finalidade de uma coisa (ou de uma ciência, ou arte). Assim, a finalidade da medicina é a saúde, e a da estratégia é a vitória. Dentre todos os bens, contudo, há um que é supremo, que deve ser buscado como fim último da pólis. Esse bem é a felicidade, entendida não como um estado, mas como um processo, uma atividade através da qual o ser humano desenvolve da melhor maneira possível suas aptidões.
Os meios para atingir a felicidade são as virtudes (formas de excelência), discutidas por Aristóteles na Ética a Nicômaco. As virtudes são disposições de caráter cuja finalidade é a realização da perfeição do homem, enquanto ser racional. A virtude consiste em um meio-termo entre dois extremos, entre dois atos viciosos, um caracterizado pelo excesso e outro pela falta, pela carência.
Aristóteles divide as virtudes em dianoéticas (ou intelectuais), às quais se chega pelo ensinamento, e éticas (ou morais), às quais se chega pelo exercício, pelo hábito. As virtudes éticas, enquanto virtudes do saber prático, não se destinam ao conhecer, como as dianoéticas, mas à ação. Para sua aquisição o conhecimento tem pouca ou nenhuma importância.
Das virtudes dianoéticas, a de maior importância é a phrónesis (prudência), capacidade de deliberar sobre o que é bom ou mal, correto ou incorreto. Das virtudes éticas, a mais importante é a justiça.
Aristóteles distingue a justiça em duas importantes classes: a universal e a particular. A justiça universal é o cumprimento da lei (lei, na Antiguidade, designava mais o modo de ser da pólis do que propriamente uma prescrição). O homem justo, portanto, é aquele que, como Sócrates, no diálogo platônico Críton, cumpre a lei. Neste caso, abrange as demais virtudes, pois o que a lei manda é cumprir todas as virtudes éticas particulares. A justiça particular é o hábito que realiza a igualdade, a atribuição a cada um do que lhe é devido. Neste caso, a justiça se coloca ao lado das demais virtudes, pois respeitar a igualdade implica, quando necessário, agir com coragem, ou com temperança etc.
A justiça particular divide-se em duas: a justiça distributiva e a justiça corretiva. A justiça distributiva é a mais importante, pois responsável pela manutenção da ordem e da harmonia da pólis. Consiste em atribuir a cada um o que lhe é devido, tendo em vista sua excelência, seu valor (areté) para a comunidade. Baseia-se numa igualdade geométrica, na qual quem valha 8 receba 4, e quem valha 2 receba 1. Já a justiça corretiva, ou retificadora, não se baseia numa igualdade geométrica, mas numa igualdade aritmética. A justiça corretiva não trata das relações dos indivíduos com a comunidade, mas das relações dos indivíduos entre si (interpessoais), como, por exemplo, as de troca de bens.
Lógica
Aristóteles foi o criador da logica como instrumento de conhecimento em qualquer campo do saber. A lógica não é uma ciência, mas o instrumento para a ciência: Organon Lógica é analisar detalhadamente: Analytikos
Estado
“Assim como não é possível conceber a mão viva separada do corpo, assim também não é possivel conceber o indivíduo sem o Estado”.
“O homem é um animal político”
Foi primeiro a distinguir os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no Estado, ideia mais tarde aproveitada por Montesquieau e Locke.
As virtudes devem ser adquiridas pela educação e pela vontade.
Política
Aristóteles expos na Política a teoria clássica das formas de governo, teoria essa que continua sendo utilizada para o entendimento da política atual. Para formular sua teoria das seis formas de governo levou em conta dois fatores principais, quem governa e como governa. Com base no critério de quem governa ele definiu os governos como sendo de uma pessoa, de poucas pessoas e de muitas pessoas, a primeira é a monarquia, a segunda é a aristocracia e a terceira é a democracia. Seguindo o critério de como se governa ele definiu as formas de governo como puras e impuras, sendo as puras boas e as impuras ruins. Aplicando o critério de quem governa com a forma impura de governo ele obteve a tirania, governo de um só, oligarquia, governo de poucos e a democracia, governo de muitos. A todas essas formas de governo ele deu uma hierarquia levando em conta se os interesses do governo era comum ou individual, classificando as mesmas  em uma sequência que vai da melhor para a pior: 1 - Monarquia, 2 - Aristocracia, 3  - Democracia, 4 - Demagogia, 5 - Oligarquia, 6 - Tirania
No livo A Politica, explica que a moral é individual, ao passo que a política é coletiva. A cidade (ou o Estado) tem primazia sobre o indivíduo e o bem comum sobre o bem particular, porque o homem é um ser social. Compete ao Estado a tarefa de educar os indivíduos para que se tornem cidadãos úteis a pólis.
Justiça
A justiça para Aristóteles, como todas as outras virtudes, consiste em buscar o meio-termo, o equilibrio, e em vitar os extremos. A coragem, por exemplo, é uma virtude porque o meio-termo entre, num extremo a covardia e, noutro extremo, a incompetência. Corajoso não é nem o soldado que ao ver o inimigo, entra em pânico e foge, nem o soldado que vendo o inimigo vai confrontá-lo sózinho. Corajoso é aquele que fica no campo de batalha com seus companheiros de arma.
Epícuro (341 - 269 a.C.)
           
Epicuro acreditava que a filosofia é o melhor caminho para se chegar à felicidade que para ele significava se libertar dos desejos. A filosofia é um instrumento para alcançar a felicidade, pois através dela o homem vai libertar-se do desejo que o incomoda. A filosofia com Epicuro passa a ter uma finalidade prática e não somente o objetivo de investigação dos fundamentos últimos do mundo e do homem.
            
Ele divide a filosofia em três partes: a ética, a física e a canônica, sendo que as duas últimas estão intimamente ligadas.
            
Em sua ética Epícuro aponta a felicidade como sendo diretamenteligada ao prazer. O prazer é o início e o fim de uma vida feliz. O homem é inclinado a buscar o prazer e a fugir da dor e através do critério do prazer é que nós avaliamos todas as outras coisas. 
Existem para ele duas formas de prazer, o primeiro é o prazer estável que é a ausência da dor e da perturbação, o que ele chama de ataraxia e aponia, nessa forma de prazer o homem não sofre e mantêm-se em paz podendo atingir a felicidade. Na segunda forma de prazer, que é a da alegria e a do gozo, o homem pode tornar-se escravo do prazer e levar uma vida perturbada, o que não é condizente com a felicidade.
            
Segundo a filosofia de Epicuro é preferível a sabedoria feliz do que a insensatez feliz e a justiça é somente um acordo feito entre os homens para atingirem um fim comum que é  impedir de fazerem-se o mal reciprocamente.
            
Para suas ideias sobre teoria do conhecimento e sobre lógica Epicuro deu o nome de Canônica pois as duas servem como regra para expor um critério de verdade, um cânon, que é um princípio que vai direcionar o homem para a felicidade. O cânon é formado pelas sensações, pelas antecipações e pelas emoções.
            
O fluir dos átomos é o que produz as sensações nos homens. O fluir dos átomos é o que cria as imagens que são similares às coisas que os produzem. O fluxo dos átomos de uma árvore é o que cria em nós a imagem da árvore. Nós temos sensações dessas imagens e nossa percepção de mundo é produzida pela combinação de diversas imagens diferentes. Nossos conceitos são formulados pela repetição dessas sensações e pela recordação de sensações que vivemos no passado. As percepções do futuro também terão por base os conceitos que formulamos no presente. Essas sensações são o segundo e principal fundamento da verdade. 
O terceiro fundamento para Epicuro é a emoção que se constitui em nossa percepção do prazer e da dor. 
            
Nossas opiniões podem ser equivocadas quando não são confirmadas pela demonstração das sensações. Um bom raciocínio é aquele que está em conformidade com os fenômenos percebidos.
            
Os estudos de física de Epicuro buscam rejeitar as coisas sobrenaturais como princípios de explicação do mundo. Para ele a física deve ser: 1° materialística, rejeitando como seu fundamento qualquer explicação sobrenatural e 2° mecanística, utilizando-se do movimento dos corpos como única explicação, rejeitando ainda qualquer explicação que busque uma finalidade para esses movimentos. Nada vem do nada, todo corpo é formado por corpúsculos menores e indivisíveis que são os átomos e os átomos se movimentam no vazio infinito. Nesse vazio os átomos colidem uns contra os outros podendo criar entre si as mais variadas combinações. O número dos átomos não é infinito, mas também não pode ser definido. 
A alma é formada por partículas corpóreas que estão espalhadas por todo corpo. Essas partículas são mais tênues e delicadas e se movimentam de forma mais fácil que as outras pois são mais redondas. Com a morte os átomos da alma se separam e nós não podemos mais ter as sensações. A morte é o fim tanto do corpo quanto da alma e por essa razão nós não precisamos ter medo dos deuses.
A Escola Estoica
A Escola Estoica foi fundada por Zenão de Cítio (340 - 264 a.C.) 
A escola Estoica que rejeitava a metafísica e  todo tipo de transcendência. Para essa escola a filosofia é a arte de bem viver que ele separa em três partes, a lógica e física e a ética. Em uma comparação clássica, os estoicos viam a filosofia como um pomar,  a cerca em volta do pomar é a lógica que serve para defender e filtrar o que vai entrar no pomar, a física é representada pelas árvores que são a estrutura da filosofia e os frutos das árvores é a ética que é o objetivo da existência do pomar. A lógica produz um critério de verdade. A física é monista e panteísta e a ética é que vai dirigir o modo de proceder dos homens. O fim desse caminho é conquistar a felicidade.
A natureza leva o homem a amar e conservar a si próprio e esse instinto é muito mais que um impulso individual ou egoísta, pois além de querer conservar a si o homem através desse instinto natural quer também conservar as pessoas que gera seus filhos, e as pessoas que o geraram, pais e parentes. Esse instinto natural se expande á vários dos seus semelhantes. A natureza além de levar os indivíduos a amar a si mesmo também os leva a unir-se a amar e a ser útil também a outros indivíduos.
O homem é também um animal que vive em comunidade e essa comunidade amplia-se para todos os homens. Os estoicos dessa forma descartaram a diferenciação entre os homens por causa de instituições como nobreza, sangue ou superioridade de alguma raça sobre a outra. Todos os homens são capazes de alcançar a virtude, todos são livres e ninguém é naturalmente escravo. O conceito de liberdade e escravidão liga-se ao conhecimento e à sabedoria. O homem sábio é um homem livre e o tolo tende a ser um escravo.
A base dos nossos conhecimentos nós adquirimos através das sensações que temos dos objetos que imprimem em nós o que vai ser conduzido para a nossa alma, que vai fazer uma representação do objeto. Nós não temos ideias inatas. Os objetos é que imprimem em nós as sensações, mas nós temos a liberdade para nos posicionarmos diante dessa impressão. Nós é que vamos consentir ou não a ocorrência da representação. Se nós consentirmos nós vamos apreender o objeto, ou seja, nós vamos captar intelectualmente a ideia desse objeto.
Para Zenão os homens alcançam a plena felicidade no momento que renunciam as paixões, as contrariedades e os aborrecimentos. Para alcançarmos essa renúncia devemos viver na apatia, nos conduzindo pelo destino, sem temer nada e sem esperar nada.
Os estóicos sustentavam que o universo seria conduzido por um princípio geral, logos, a razão, estando o mundo da materia impregnado de racionalidade.
O bem, para eles, estaria na resignação, e verdadeiramente sábio seria o que soubesse superar suas paixões e se livrar de condicionamento externo, o homem sábio, portanto, desfrutraria de liberdade interna.
Os estoicos ensinavam que as emoções destrutivas resultavam de erros de julgamento, e que um sábio, ou pessoa com "perfeição moral e intelectual" não sofreria dessas emoções. 
Estoicos como Séneca e Epicteto enfatizaram que a "virtude é suficiente para a felicidade", um sábio era imune aos infortúnios.
A filosofia em Roma
Diversamente do que ocorre na Grécia, a filosofia não encontra em Roma, um campo fecundo para grandes desenvolvimentos e, muito menos, para criação.
O imediatismo da vida cotidiana leva o romano para as extraordinárias realizações de ordem prática, para a conquista de outras terras, para a imposição de suas leis ao mundo, ao mesmo tempo o impele à estruturação ordenada, sistemática de imponente monumento – o Corpus Juris Civilis. 
O Corpus Juris Civilis ou Corpus Iuris Civilis (em Corpo de Direito Civil) é uma obra jurídica fundamental, publicada entre os anos 529 e 534 por ordens do imperador bizantino Justiniano, que, dentro de seu projeto de unificar e expandir o império bizantino, viu que era indispensável criar uma legislação congruente e que tivesse capacidade de atender às demandas e litígios vivenciados à época. 
O livro é composto por 4 partes: 
Código de Justiniano
Continha toda a legislação romana revisada desde século 2; 
Digesto (ou Pandectas),
Digesto signfica por ordem. É composto pela jurisprudência romana; 
Institutos, os princípios fundamentais do direito; 
Novelas (ou Autênticas), com leis formuladas por Justiniano.
A importância do Corpus Juirs Civilis reside no fato de ter organizados as leis que já existiam e ter formulado novas leis, que se tornaram a base do Direito Civil moderno. Além de representar uma revolução jurídica, é também um documento importante sobre a vida no Império Romano.
Dentre os sistemas jurídicos disseminados pelo mundo, pode-se dizer sem sombra de dúvidas que o romano-germânicoé o que teve maior influência na formação dos ordenamentos jurídicos nacionais. Muitos institutos jurídicos presentes no direito romano ainda persistem nas legislações nacionais atuais, mesmo que com pequenas alterações ou com nova roupagem.
Ao contrário do grego que se volta para a filosofia e para os aspectos poéticos e artísticos da vida, o romano apresenta traços de menor espiritualidade, desdenhando às artes e às letras e procura de modo claro o aspecto prático e utilitário das coisas.
Na filosofia os romanos não produziram nenhuma corrente de pensamento original. Sua principal orientação voltou-se para a moral, com a adoção de valores éticos gregos e da filosofia helenística. 
Influenciada pelo estoicismo e pelo epicursimo, a filosofia romana não preponderou tanto quanto a grega que foi, sem sombra de dúvida, a grande inspiradora do pensamento ocidental.
É um conjunto de escolas e seitas filosóficas no período de transição do paganismo ao cristianismo. Seu elemento é a "Koiné" que realiza o sincretismo grego – romano – judaico – oriental. Destacamos:
O estoicismo – ascese cívica e política O epicurismo - a busca da ataraxia e da aponia. O prazer é o fim da vida
Marco Túlio Cícero (106 a 43 a.C)
Estadista, orador e filósofo romano, Marco Túlio Cícero nasceu a 13 de janeiro do ano 106 a.C. em Arpino, Itália, e morreu em 7 de dezembro de 43 a.C. em Formia, Itália. Recebeu aprimorada educação, com os maiores oradores e jurisconsultos de sua época.
No De Legibus, diálogo que se articula com o De República, Cícero discute o importante e perene problema das relações ente o direito positivo e a justiça ideal
Grande intelectual, nos anos de ócio forçado pela ditadura produziu verdadeira biblioteca de escritos filosóficos. Como filósofo, Cícero foi eclético, divulgador do pensamento grego. A ele devemos o conhecimento de muitas doutrinas que, de outro modo, estariam perdidas.
No De Legibus, diálogo que se articula com o De República, Cícero discute o importante e perene problema das relações ente o direito positivo e a justiça ideal
 
Sêneca (4 a 65 d.C) 
Escreveu Cartas a Lucílio e traduziu Medéia. Foi professor de Nero que exigiu, posteriormente, que se suicidasse.
Lucius Annaeus Sêneca foi um importante escritor e filósofo da época do Império Romano. Nasceu na cidade de Córdoba (província romana da Hispânia) em 4 a.C. Sêneca faleceu na cidade de Roma no ano de 65 d.C.  
Foi um importante representante do estoicismo (doutrina universal que defende a ideia de que o universo é regido por uma lógica universal). Era um defensor da vida simples, da ética e do destino predestinado. Influenciou também o pensamento de João Calvino, importante representante da reforma protestante.
Suas obras filosóficas tiveram grande influência na produção de dramaturgias durante a fase do Renascimento.
Obras 
- Consolação a Márcia (40 d. C.)
- Consolação a Políbio (43 d. C.)
- Diálogo da Clemência (56 d. C.)
Epicteto
Foi um filósofo grego, pertencente à Escola Estóica, que viveu a maior parte de sua vida como escravo em Roma. Suas idéias foram depois condensadas no Manual de Epiteto. Compõe, ao lado de Sêneca de Córdova e de Marco Aurélio, imperador romano da dinastia dos Antoninos, o grupo dos chamados "novos estóicos", que corresponde à terceira fase do estoicismo. A escola estóica conheceu outras duas fases. A primeira, representada por Zenão de Círio, Cleantes de Asso e Crisipo de Solunte (ou de Sole), principal filósofo da escola. A segunda fase, conhecida como médio estoicismo, é representada por Panécio de Rodes e Posidônio, mestre de Cícero e introdutor do estoicismo em Roma.
Para os estóicos, a virtude é o único bem da vida. E viver de acordo com a virtude significa viver conforme a natureza, que se identifica com a razão, no sentido cósmico universal. O lado patológico da realidade humana é constituído pelos afetos e pelas inclinações, consistindo a virtude na liberdade diante deles, dominando-os.
Na opinião dos estoicos, sendo a virtude o único bem, o vício é também o único mal, sem termos intermediários, que são indiferentes para esses filósofos. A noção de dever, de viver segundo a razão, que significa o senso de responsabilidade, foi introduzida na ética pelos estoicos.
Marco Aurélio
O grande imperador romano, que viveu e governou entre 161 e 180 d.C., escreveu Pensamentos, destacando-se assim no campo da filosofia.
Em Marco Aurélio, a questão central da filosofia é o problema de como se deve encarar a vida para que se possa viver bem. O problema é tratado com grande dedicação por esse homem religioso e pouco interessado na investigação científica. Em seus pensamentos, são bem visíveis as tendências ecléticas. Ele retoma ideias e exemplos de sabedoria que vêm desde Epícuro.
Jurisconsultos Romanos
Os jurisconsultos romanos eram grandes estudiosos da regra de Direito, contratados pelos pretores para informá-los nas suas decisões. Assemelhavam à figura do advogado na sociedade atual. Os principais jurisconsultos romanos foram: Gaio, Ulpiano, Papiniano, Modestino, Paulo
Nas construções romanas é perceptível a influência grega, como por exemplo, no famoso trecho para o qual convergem três altos momentos do pensamento helênico: o epicurismo, o estoicismo, e o aristotelismo:
Os preceitos do direito são estes:
 “Viver honestamente, não prejudicar outrem, dar a cada um o que é seu” 
(Juris praecepta sunt haec: honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique tribuere).
Os romanos não raro, identificavam o direito com a moral. Não separavam o direito da justiça e o direito da ética (honesto). As máximas apresentadas como tentativas conceituais, são apenas critérios de justiça.
O jurisconsulto Paulo afirma: Nem tudo que é lícito é honesto
O jurisconsulto Ulpiano definiu Jurisprudência com base na colocação estoica da filosofia, esclarecendo que “a jurisprudência é o conhecimento das coisas divinas e humanas, a ciência do justo e do injusto”.
O cristianismo
No último quartel do século IV, após cinquenta anos de perseguição oficial aos cristãos o governo romano, com a promulgação de vários decretos, reconheceu o cristianismo como a única religião legal do império.
Não se buscava, com o cristianismo reformas políticas ou sociais, tanto que a Igreja não chegou sequer a condenar a escravidão. Cristo anunciou “A Cesar o que é de Cesar, a Deus o que é de Deus”, “Meu mundo não é deste mundo”. Contudo, sua influência acaba por estender-se a todos os recantos da vida.
O cristianismo respeita, por exemplo, a escravidão, como instituição jurídica, mas recomenda ao dominus que trate o servus como homem, não res, já que o ser humano, qualquer que seja sua condição tem, além do corpus, o elemento espiritual, a alma.
Na Idade Média constitui-se outro poder além do poder do Estado – o poder da Igreja
Paulo de Tarso, também chamado Apóstolo Paulo ou Saulo de Tarso e São Paulo, foi um dos mais influentes escritores do cristianismo primitivo, cujas obras compõem parte significativa do Novo Testamento. 
Conhecido como Saulo antes de sua conversão, ele se dedicava à perseguição dos primeiros discípulos de Jesus na região de Jerusalem. Era também cidadão, o que lhe conferia uma situação legal privilegiada.
A patristica e a filosofia na Idade Média
Em sentido estrito e rigoroso da expressão, patrística (de pater, patris, m. Pai), na teologia católica, é o nome que se dá a filosofia dos Padres da Igreja ou Santos Padres que viveram e professaram nos primeiros séculos de nossa era, em especial, do século II ao VI, caracterizando-se pelos traços da antiguidade, ortodoxia, santidade de vida e aprovação pela Igreja, a saber, Santo Agostinho, Santo Ambrósio, São Cipriano, São Gregório Nazianzeno, São Basílio, Santo Atanásio, São Crisóstomo, São Cirilo de Alexandria.
Divide-se a patrística em três períodos: o de formação, o de apogeu e o de transição. Santo Agostinho,por exemplo, pertence ao período de apogeu da patrística.
Santo Agostinho (354-430 d.C.)
Obras: A Trindade, Contra os Maniqueus, As Confissões. 
Bispo de Hipona
Doutrina considerada o elo de transição entre a filosofia grega e a medieval. Converteu-se ao cristianismo e tornou-se bispo de Hipona.
O Pecado
“A única forma de mal existente em todo o universo é a maldade humana que se exprime no pecado – o que significa um distanciamento da vontade humana em relação à lei de Deus. A tendência para o pecado não é eventual, mas essencial no homem, exprimindo a sua natureza, degenerada, culpada, necessitada, que pode ser salva com a ajuda de Deus.” [1: 	NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de filosofia. Das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005, p. 135.]
A fé e a razão
Para Agostinho a fé é a via de acesso à verdade eterna. Porém a fé é precedida de certo trabalho da razão. “Ainda que as verdades da fé não sejam demonstráveis, isto é, passíveis de prova, é possível demonstrar o acerto de se crer nelas, e essa tarefa cabe à razão. A razão relaciona-se, portanto, duplamente com a fé: precede-a e é sua consequência. É necessário compreender para crer e crer para compreender.” [2: 	NUNES, Rizzatto. Manual de Filosofia do Direito. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. P. 51]
Estado
O papel do Estado é o de prover a paz. Agostinho subordinava o Estado à Igreja e pensava que a lei terrena fosse condicionada pela Lex aeterna
A justiça
“A justiça humana é aquela que se realiza inter homines, ou seja, se realiza como decisão humana em sociedade. A justiça humana tem como fonte basilar a lei humana, aquela responsável por comandar o comportamento humano.” [3: 	BITTAR, Eduardo C. B., ALMEIDA, Guilherme Assis de. Curso de Filosofia do Direito. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1005, p. 181]
“A justiça divina é aquela que a tudo governa, que a tudo preside dos altiplanos celestes; de sua existência brota a própria ordenação das coisas em todas as partes, ou seja, em todo o universo. A justiça divina baseia-se na lei divina, que é aquela exercida sem condições temporais para sua execução, ...” [4: 	Idem, p. 181]
“A vida humana, no lugar de voltar-se para o crescente envolvimento com Deus, representa um desfile de atitudes que provam concretamente a ignorância das leis eternas (anarquias, guerras, roubos, assassínios, latrocínios, desmando, autoritarismos, pilhagem, banditismo etc.) Agostinho vê nesse estado de transitoriedade, neste conjunto disperso de eventos irracionais, um desprezo de Deus. Esse é interpretado como constitutivo de um estado de coisas, chamado de humano, terreno, que recebe em sua teoria a designação de Cidade dos Homens (Civitas terrena). A Cidade dos Homens é, em síntese, a reunião dos ímpios (societas ipiorum).” [5: 	Idem, p. 191	]
São Tomas de Aquino (1221-1274)
Obras
Questões Discutidas sobre a Verdade, Suma contra os Gentios e Suma Teológica, interrompida pela morte do autor.
Fé e razão
Segundo Tomas de Aquino: “embora a verdade da fé cristã ultrapasse a capacidade da razão, os princípios naturais não podem estar em oposição a essa verdade.” [6: 	NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de filosofia. Das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005, p. 144.]
Tomas de Aquino foi o maior expoente da Escolástica – método de aprendizagem ensinado nas escolas da época por mestres chamados escolásticos que associava a fé cristã com um pensamento racional. 
A filosofia de Tomas de Aquino está comprometida de um lado com os Sagrados Escritos e de outro como o pensamento aristotélico.
 Justiça
“A ordem universal é dada pela lei eterna. Trata-se de uma lei eterna, porque promulgada por Deus, e, assim, não está sujeita às vicissitudes a que as leis humanas estão.” [7: 	Idem, p. 205]
“A lei natural (Lex naturalis) representa, na teoria tomista, uma participação racional na lei eterna (Lex aeterna), sorte de reificação de algo que possui quintessência espiritual; a natureza está prenhe do que é divino, e, portanto, retrata em parte, leis divinas. Assim, um justo natural forma-se, não porque foi declarado pelo legislador, mas simplesmente porque na natureza existe; é nela que residem os princípios de Justina natural. “ [8: 	Idem, p. 205]
A lei humana, por sua vez, é fruto de uma convenção; não possui força por si só, mas a adquire a partir do momento em que é instituída. Representa, assim, a concretização da lei natural. 
A justiça consiste em dar a cada um o que é seu. A justiça é uma virtude, ou seja, um meio termo entre os extremos opostos.
Homem
O homem é composto de corpo (corpus) e alma (anima), sendo que o primeiro é matéria perecível que colabora para o aperfeiçoamento da alma, esta criada por Deus. Os vegetais e animais também tem alma. Alma vegetativa é a alma dos vegetais; alma sensitiva é a alma dos animais; alma intelectual é inerente ao animal racional (homem)
 6. 	Filosofia no Renascimento 
Entre a época medieval e a moderna surgiu o Renascimento, fato histórico que se caracterizou de um lado, pela necessidade de revisão do pensamento vigente e, por outro, pelo interesse no estudo da antiga cultura grega e romana. Importantes acontecimentos provocaram a inquietação dos homens. O mundo já não era o mesmo. Nicolau Copérnico havia demonstrado que a Terra não era o centro do Universo.
Erasmo de Roterdã (1466 - 1536)
Obra: Elogio à Loucura
Erasmo posiciona-se contra a construção da filosofia com base no aristotelismo escolástico. Ele acredita que o objetivo da filosofia é conhecer-se a si mesmo, seguindo os passos de Sócrates. Conhecer-se a si mesmo é atingir a sabedoria que está ligada a uma vida religiosa cristã, para ter sabedoria as pessoas não precisam de grandes aprofundamentos filosóficos, basta a leitura e o entendimento de poucos livros que para ele são os Evangelhos e as Epístolas de Paulo apóstolo. Através do entendimento desses livros pode-se retornar à verdadeira natureza do cristianismo, pode-se renascer. Para que esse renascimento e o retorno aconteçam é necessário rejeitar tudo que foi criado pelo poder eclesiástico, é preciso uma reforma religiosa, o cristianismo tem que voltar ás suas origens, ao entendimento das verdades simples que os evangelhos mostram. O caminho da sabedoria e da salvação é simples e passa pela esperança, pela caridade e pela fé sincera. Esses pontos dão liberdade ao espírito e essa liberdade é o verdadeiro ensinamento do evangelho. O espírito cristão não está nas roupas eclesiásticas ou em uma alimentação, mas na sensibilidade na emoção e na compreensão. O cristão pode encontrar tudo isso lendo e interpretando a Bíblia e é da leitura das Sagradas Escrituras que vai renascer o verdadeiro cristão, vai renascer a verdadeira natureza humana. A bíblia é a fonte do cristianismo e nela deve-se beber a água do renascimento.
Em seu livro Elogio à Loucura ele utiliza do sarcasmo e da sátira para demonstrar o declínio da moral religiosa da sua época. Para ele a loucura é o que movimenta a vida, é a mentira que dá sentido à existência. Nossa sociedade e nós mesmos temos por base a mentira e a ilusão e são elas que encobrem a dura realidade em que vivemos, elas tornam a vida mais atraente. 
Erasmo de Rotterdam dedicou a Thomas Morus sua maior obra (Elogio à Loucura). No livro credita à loucura as mediocridades e hipocrisias humanas. Mas a loucura é, na realidade, uma grande metáfora para criticar os desmandos das autoridades eclesiásticas.
Nas ideias de Erasmo estão as bases do protestantismo de Lutero, mas sobre um ponto Erasmo discorda de Lutero, no livre arbítrio. Para Erasmo na liberdade está a força da vontade humana e através dela o homem pode buscar a salvação por seu próprio mérito.
Tomas More (ou Tomas Morus) (1478 - 1535)
Obra: Utopia
Lorde, chanceler da Inglaterra, no reinado de Henrique VIII, escreveu sua obra denominada Utopia, publicada em 1516, que pode ser traduzida como lugar que não

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