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FILOSOFIA III (2)

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FILOSOFIA 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO III 
FILOSOFIA HELÊNICA E MEDIEVAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROFESSOR: JONAS MARANGONI 
2019 
 
A ERA HELENÍSTICA 
 
O Período Clássico, marcado pelo apogeu da filosofia grega com Sócrates, 
Platão e Aristóteles foi substituído pelo Período Helenístico, marcado pela ascensão de 
Alexandre Magno e a decadência das cidades-Estado. Neste período, Alexandre 
expandiu o seu império para o Oriente e criou uma monarquia universal divina, na qual 
o cidadão perdeu espaço para o indivíduo e a polis perde espaço para o ideal 
cosmopolita. 
Neste período, a Grécia (principalmente Atenas) continua sendo o berço da 
filosofia, porém sem o brilho dos filósofos clássicos. Este período é marcado por 
algumas escolas filosóficas, que veremos a seguir. 
 
 
CINISMO 
Escola fundada por Antístenes, entretanto o maior expoente foi Diógenes de 
Sinope, que seguiu os princípios da autarquia ao extremo, ou seja, seguir a vida de 
forma livre, sem a dependência de terceiros ou de bens materiais. Assim, os prazeres 
mundanos deveriam ser combatidos, pois atrapalhavam ao homem de conhecer a sua 
verdadeira essência. 
Diógenes também era provocativo e buscava através da ironia demonstrar a 
futilidade que cercava os gregos. Ao buscar a autarquia, Diógenes também negava o 
homem clássico grego, ligado a democracia e a polis. 
Em última instância, o cinismo era anticulturalista e antissocial, por isso, a figura 
de Diógenes era comparada a um cão por aqueles que não compreendiam e 
menosprezavam o seu estilo de vida. 
 
EPICURISMO 
Escola fundada por Epicuro de Samos em Atenas . Esta escola encontrava-se em 
um jardim do subúrbio da cidade e auxiliava os seus frequentadores a contemplarem o 
bucolismo do local. 
A escola tem como base a defesa do homem universal, uma vez que não foi 
fundada por atenienses e a busca pela felicidade, que seria caracterizada pela ausência 
da dor e de perturbações. Esta felicidade era consequência de uma busca pessoal e 
interior. 
Epicuro também acreditava que o conhecimento se fundamentava nas sensações, 
que representavam a verdade, uma vez que era resultado da estrutura atômica da 
realidade. 
Por fim, para Epicuro o homem deveria buscar a aponía (ausência de dor física) 
e a ataraxia (ausência da dor na alma). Esta busca levaria o homem a felicidade e ao 
prazer, que era dividido pelo filósofo em três tipos diferentes: 
 Prazeres naturais necessários (que deveriam ser atingidos). 
 Prazeres naturais e não necessários (que deveriam ser evitados). 
 Prazeres não naturais e não necessários (que deveriam ser afugentados). 
 
 
ESTOICISMO 
A escola estoica foi fundada por Zenão de Cício em Atenas no final do século IV 
a. C. e dividia a filosofia em três grupos: lógica, física e ética. “Na lógica trata-se da 
gnosiologia;1 a física iguala a metafísica; a ética é o fim último e único de toda a 
filosofia, inclusive da política e da religião”.2 
Assim, o homem deveria buscar a virtude e evitar os vícios, pois a primeira era o 
maior bem que o homem deveria alcançar e o vício o pior dos males humanos. Esta 
visão filosófica deve ser considerada maniqueísta já que define o bem e o mal na 
filosofia. 
A autarquia e a ataraxia eram as formas racionais utilizadas pelos estoicos para 
evitar o vício e buscar a virtude. 
Os estoicos também acreditavam em um homem universal, caracterizado pela 
igualdade natural, independentemente da nacionalidade. Esta defesa pela igualdade 
entre os homens era uma forma dos filósofos se defenderem uma vez que não eram 
naturais de Atenas e viviam na cidade. 
 
 
1 � Gnosiologia é aparte da Filosofia que estuda o conhecimento humano. 
2 � Retirado de: http://www.mundodosfilosofos.com.br/estoicismo.htm#ixzz2bi3vOrzf. Acesso 
em 02/08/2013. 
http://www.mundodosfilosofos.com.br/estoicismo.htm#ixzz2bi3vOrzf
 
 
CETICISMO3 
 
Os céticos acreditavam que não podemos conhecer a verdade. Tudo o que temos 
são ideias que podem ou não ser verdadeiras. 
O primeiro filósofo totalmente cético foi Pirro de Élis, que ensinou que não há 
nada de que possamos estar seguros. Embora parta da ideia de que não podemos 
conhecer nada, ele se preocupa com o efeito disso sobre o modo que deveríamos agir. 
O ceticismo não pretende ser apenas um meio de criticar as ideias de todos os 
outros filósofos, pelo contrário, pretende ajudar as pessoas a se acostumarem com o fato 
de que muito do que acontece está além do nosso controle. Se percebemos que na vida 
nada é garantido, mais facilmente nos libertaremos das expectativas em relação às 
coisas. Assim, não ficaremos desapontados quando elas não acontecerem como 
planejamos. 
O ceticismo sustenta a impossibilidade de chegar a um juízo universal e 
indiscutível, dada a universal incerteza que envolve a natureza do mundo e do homem. 
Assim, nenhuma proposição pode ser afirmada sem que também seja possível encontrar 
provas da proposição contrária. Daí decorre que a única atitude correta a ser assumida 
pelo filósofo é não ter opiniões, assumindo a suspensão de qualquer discurso afirmativo 
(epoché). 
A epoché cética é a necessária suspensão do juízo que caracteriza sua posição: 
nem aceitar, nem rejeitar; nem afirmar, nem negar. Ela nasce da consideração de que 
sempre é possível demonstrar o contrário de cada afirmação e que, portanto, uma 
proposição nunca pode dizer-se verdadeira em absoluto. Todo saber reduz-se a um 
opinável ponto de vista. 
 
TEXTO DE APOIO 
 
 Sêneca 4 
 
3 CEZAR,Giuliano. Ceticismo. Retirado de: http://giulianofilosofo.blogspot.com.br/2009/11/o-
ceticismo.html acesso em 09/03/2015 
4 Retirado de: http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=35 acesso em 03/04/2014 
http://giulianofilosofo.blogspot.com.br/2009/11/o-ceticismo.html
http://giulianofilosofo.blogspot.com.br/2009/11/o-ceticismo.html
http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=35
Lúcio Aneu Sêneca distingue o corpo da alma, o corpo é o que prende a alma e a 
alma é onde está o verdadeiro homem. Para que a alma se torne pura, ela tem que se 
libertar do corpo que é um peso que prende a alma nas coisas materiais. A alma tem uma 
parte racional e outra irracional. A parte irracional é dividida em duas, uma das paixões 
que é irascível e ambiciosa e outra humilde que é branda e que busca o prazer. 
Na filosofia de Sêneca a consciência é a capacidade de conhecimento que o 
homem tem de distinguir entre o bem e o mal. As pessoas não podem livrar-se dessa 
capacidade, não conseguem esconder-se dela porque as pessoas não podem esconder-se 
de si mesmas. O criminoso pode evitar a punição da lei, mas não evita a punição de sua 
consciência que é um juiz que não perdoa ninguém. 
O pecado está na estrutura e na fundamentação do homem. Para sermos homens 
precisamos pecar, se alguém nunca pecar, não é homem, mesmo o sábio é um pecador. 
Existe um constante contraste entre aquilo que o homem é e aquilo que o homem 
deveria ser. Essa hesitação entre ser uma coisa ou ser outra, em escolher entre o bem e o 
mal é algo exclusivo dos seres humanos. 
Sêneca era contra a escravidão e contra as diferenciações sociais entre as 
pessoas. O que pode dar valor e nobreza a uma pessoa é somente a virtude e essa todos 
podem ter. Na sociedade o que define se alguém vai ser escravo ou um nobre é somente 
a sorte do nascimento. Em sua origem todos os homens eram iguais. A nobreza é uma 
construção de cada homem no desenvolvimento do seu espírito. 
 Devemos nos comportar com os nossos inferiores como gostaríamos que nossos 
superiores se comportassem conosco. O amor e a fraternidade é que deve fundamentar a 
relação entre as pessoas. Para ele a filosofia tem uma finalidade prática. O homem tem 
que conhecer a natureza e os seus fenômenos para perder o temor do mundo. Acreditavana predestinação dos homens que podem aceitar ou rejeitar seu destino, se aceitarem, 
podem viver em liberdade, se rejeitarem não terão uma vida livre. 
 
Sentenças: 
- Quem corre em um labirinto se confunde com a própria velocidade. 
- Saber mais que os outros é fácil, difícil é saber melhor que os outros. 
- Perdemos o dia esperando a noite e perdemos a noite esperando amanhecer. 
- Os costumes começam como vícios. 
- A verdadeira felicidade não é ter tudo, mas não desejar nada. 
- Quem morre se adianta no caminho. 
- Vemos melhor o sol quando ele está se pondo. 
- A justiça tardia se parece muito com a injustiça. 
- Se queres teus segredos guardados, guarda-os você mesmo. 
- Quando não sabemos a que porto estamos indo, qualquer vento é favorável. 
- De todos os dias da nossa vida, poucos dedicamos a nós mesmos. 
- Pobre não é quem tem pouco, mas quem muito deseja. 
- É inútil dar conselhos à um sábio e aconselhar um ignorante é perca de tempo. 
- Quem é temido por muitos deve também temer a muitos. 
- A paz é conveniente ao vencedor e necessária ao vencido. 
- Sou homem e não considero estranho nada que é humano. 
- Somos todos membros de um grande corpo. 
- A divindade está perto de você, está contigo, está dentro de ti. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FILOSOFIA MEDIEVAL 
 
A filosofia medieval tem uma forte influência do cristianismo, que vai dominar a 
cultura e a sociedade neste período da história. 
Enquanto a filosofia busca a racionalização e a reflexão do mundo, a religião 
segue dogmas que devem ser seguidos pela fé. Assim, não podemos tratar o cristianismo 
como uma escola filosófica. 
Entretanto o maniqueísmo, a virtude, a moral e o surgimento do homem, estão 
presentes tanto na filosofia como na religião e a partir destes preceitos cristianismo e 
filosofia caminharam juntos por alguns séculos da história da humanidade. 
 
PATRÍSTICA 
A primeira escola filosófica a tratar da fusão entre cristianismo e filosofia foi 
denominada como filosofia patrística e ajudou na difusão, consolidação e constituição 
do cristianismo. 
A filosofia patrística buscava explicar e consolidar o cristianismo através de uma 
conquista espiritual, por isso, a criação do mundo por Deus, pecado original, Deus e a 
trindade una, encarnação e morte de Deus, juízo final, ressurreição, origem do mal. Em 
outras palavras, fé e razão caminhavam juntas. 
 
1º período: 
Este período é marcado pelo paganismo romano, que vai perseguir os cristãos. É 
neste cenário que surgem os apologistas, que eram filósofos que buscavam através da 
razão e da consciência combater a arbitrariedade e injustiça dos perseguidores. 
 
2º período: 
Período começa com a liberdade ao culto cristão (Édito de Milão) e passa pela 
conversão do império romano ao cristianismo. É neste período que surge o maior nome 
da filosofia patrística, Santo Agostinho. 
Santo Agostinho nasceu em Tagaste na Numídia em 354 e ficou conhecido como 
o primeiro filósofo a unir fé e racionalidade, uma vez que a sua filosofia tem Deus e a 
alma no centro do seu pensamento. 
Platão foi a grande influência filosófica para a teoria de Santo Agostinho. O 
mundo sensível e o mundo inteligível de Platão passam a ser assim, o ponto de partida 
para Agostinho, que acredita ser o mundo inteligível é o mundo divino e deve ser 
alcançado através da fé. 
Esta busca pelo mundo perfeito ou divino se dá através da teoria da iluminação 
divina, que será responsável pelo conhecimento das verdades eternas, ou como diria 
Platão, as verdades inteligíveis. 
Dessa forma, o verdadeiro é o que é previamente iluminado pela luz divina, e 
que é algo extraído da própria alma, mas que está de modo infuso. No limiar podemos 
afirmar que a alma humana é superior ao corpo e, por ser superior, deve reinar e dirigi-
lo à prática do bem. 
Santo Agostinho também acreditava que o maniqueísmo presente na religião 
estava presente na sociedade mundana, que deveria ser dividida entre bem e mal. Assim, 
aqueles que seguiam a religião e possuíam Deus em seus corações representavam a 
Cidade de Deus ou Celeste. Já os pecadores que não seguiam a fé, eram representantes 
dos anjos decaídos e pertenciam a Cidade dos Homens ou do Mundo. 
 
3º período: 
O terceiro período é marcado pela decadência da filosofia patrística e da própria 
cultura medieval, uma vez que foi neste período que o cristianismo concentrou-se em 
evangelizar as hordas invasoras bárbaras e a escrita e a educação ficaram restritas aos 
mosteiros. 
 
 
ESCOLÁSTICA 
A Escolástica buscava responder a grande pergunta filosófica do período: como 
conciliar fé e razão? Em outras palavras, a busca era pela comprovação da existência 
divina. 
Neste período a Igreja dominava o pensamento europeu e a filosofia auxiliou 
este domínio através de filósofos cristãos como São Tomás de Aquino. Foram três os 
principais fatores que geraram o predomínio da filosofia escolástica sobre a civilização 
ocidental: 
O primeiro fator foi a introdução das obras completas de Aristóteles na Europa 
medieval, após um período em que só havia fragmentos e textos traduzidos do árabe. 
Já o segundo fator foi a criação das universidades, que tirava a cultura dos muros 
dos mosteiros medievais e abria o pensamento medieval e religioso para os fiéis 
cristãos. 
O terceiro fator, por sua vez, foi o surgimento das ordens mendicantes de São 
Francisco e São Domingos, que auxiliariam na consolidação das universidades, uma vez 
que os professores destas universidades que mais se destacaram pertenciam a estas 
ordens. 
Embora a teoria aristotélica influencie este período, principalmente a filosofia de 
São Tomás de Aquino; não podemos deixar de salientar que o platonismo continuou 
exercendo grande força sobre a filosofia medieval e escolástica. 
A filosofia escolástica trabalhava com as teorias de Platão e Aristóteles, em um 
novo espaço, a universidade. Assim, debates conceituais sobre estes textos (sempre 
relacionados à doutrina cristã) eram realizados nas aulas ministradas por integrantes do 
clero. 
 
São Tomás de Aquino 
 
São Tomás de Aquino foi um monge dominicano que viveu no século XIII e que 
foi o principal nome da filosofia medieval e cristã e destaca-se por buscar uma resposta 
definitiva para a relação entre fé e razão. Para tanto, afirma que filosofia e teologia são 
ciências diferentes, porém não são opostas. Assim, a verdade revelada é o objetivo da 
teologia, enquanto a filosofia estuda a racionalidade do Universo. Em outras palavras, a 
filosofia nos ajuda a compreender e a provar a existência divina. 
Aristóteles está presente na teoria tomista, como afirma Márcio Ferrari: 
Aristóteles, em sua obra, punha a razão e a investigação intelectual em 
primeiro plano. A realidade material era considerada a fonte primordial de 
conhecimento científico e mesmo de satisfação pessoal. "Tomás afirma que 
há no ser humano uma alma única, intrinsecamente unida ao corpo", diz Luiz 
Jean Lauand, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São 
Paulo. "Era uma idéia revolucionária para uma época marcada pelo 
espiritualismo de Santo Agostinho, que trazia consigo certo desprezo pela 
matéria." 5 
 
5 FERRARI, Márcio. Tomás de Aquino o mestre da razão e da prudência. Retirado de: 
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/mestre-razao-prudencia-423314.shtml. 
Acessado em 14/09/2013 
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/mestre-razao-prudencia-423314.shtml
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/mestre-razao-prudencia-423314.shtml
Assim, a alma é imortal e única e dá vida ao corpo e por isso, o homem busca 
em Deus a explicação para a sua vida. 
A teoria aristotélica do ato e potência e dos três mundos também influenciará 
São Tomás a tentar comprovar filosoficamente a existência divina.Nesta teoria Aquino 
trata Deus como ato puro, ou seja, Deus movimenta o mundo, que tenta atingir a sua 
potencialidade. O conhecimento ajudaria nesta busca, pois a racionalidade levaria o 
indivíduo a desenvolver a sua essência e assim, encontrar o caminho da prudência e da 
ética, que o levaria a felicidade. 
Para São Tomás de Aquino, como já foi dito, Deus está presente através da 
experiência racional do indivíduo, assim, “Deus não é conhecido por intuição, mas é 
cognoscível unicamente por demonstração; entretanto esta demonstração é sólida e 
racional, não recorre a argumentações a priori, mas unicamente a posteriori , partindo da 
experiência, que sem Deus seria contraditória”.6 Para tanto, o filósofo cria cinco leis que 
definem a existência divina: 
Movimento (Deus move o mundo) 
Origem (a causa depende de fatores externos) 
Deus é infalível. 
Bondade divina. 
Lógica (Deus dá razão a vida) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 Retirado de: http://www.mundodosfilosofos.com.br/aquino.htm. Acessado em 14/09/2013 
http://www.mundodosfilosofos.com.br/aquino.htm
EXERCÍCIOS 
 
1. (Uem-pas 2014) No século IV a.C., a Grécia foi conquistada pelo rei macedônio Felipe II. Seu filho 
Alexandre, o Grande, consolidou o domínio macedônio da Grécia e expandiu seu império pelo Oriente, 
chegando suas conquistas às margens do rio Indo, na Índia. Educado por Aristóteles, Alexandre assimilou 
a cultura grega e levou-a para suas conquistas no Oriente, resultando daí uma intensa troca cultural 
entre os gregos e os povos orientais. O império de Alexandre não resistiu à sua morte, ocorrida em 323 
a.C., aos 33 anos de idade, mas seus resultados culturais foram duradouros com a emergência da 
chamada cultura helenística. Sobre essa questão, assinale o que for correto. 
01) O Epicurismo, corrente filosófica fundada por Epicuro de Samos, é caracterizada como hedonista, 
porque pregava a busca imediata do prazer. 
02) Alexandria, no Egito, tornou-se importante centro de desenvolvimento e de difusão da cultura 
helenista. 
04) O cristianismo, em seus primórdios, foi influenciado por correntes filosóficas que floresceram no 
período helenístico, como o neoplatonismo e o estoicismo. 
08) O ceticismo possui raízes no período clássico da filosofia grega, mas teve, no período helenístico, um 
de seus maiores representantes, Pirro de Élida. 
16) No plano social, um dos traços mais salientes da filosofia grega na fase helenística foi a crítica à 
escravidão. No plano político, os filósofos do período helenístico criticaram o despotismo e a 
divinização dos reis. 
 
2. (Ufpr 2017) Considere a imagem a seguir: 
 
 
 
Caracterize o cinismo no período helenístico e explique o destaque dado aos cães na pintura que Jean-
Leon Gerome fez do filósofo Diógenes de Sinope. 
 
3. (Enem 2016) Pirro afirmava que nada é nobre nem vergonhoso, justo ou injusto; e que, da mesma 
maneira, nada existe do ponto de vista da verdade; que os homens agem apenas segundo a lei e o 
costume, nada sendo mais isto do que aquilo. Ele levou uma vida de acordo com esta doutrina, nada 
procurando evitar e não se desviando do que quer que fosse, suportando tudo, carroças, por exemplo, 
precipícios, cães, nada deixando ao arbítrio dos sentidos. 
 
LAÉRCIO, D. Vidas e sentenças dos filósofos ilustres. Brasília: Editora UnB, 1988. 
 
 
O ceticismo, conforme sugerido no texto, caracteriza-se por: 
a) Desprezar quaisquer convenções e obrigações da sociedade. 
b) Atingir o verdadeiro prazer como o princípio e o fim da vida feliz. 
c) Defender a indiferença e a impossibilidade de obter alguma certeza. 
d) Aceitar o determinismo e ocupar-se com a esperança transcendente. 
e) Agir de forma virtuosa e sábia a fim de enaltecer o homem bom e belo. 
 
4. (Enem 2014) Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e não necessários; 
outros, nem naturais nem necessários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos trazem dor 
se não satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil 
obter sua satisfação ou parecem geradores de dano. 
EPICURO DE SAMOS. “Doutrinas principais”. In: SANSON, V. F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 
1974. 
 
No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim 
a) alcançar o prazer moderado e a felicidade. 
b) valorizar os deveres e as obrigações sociais. 
c) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação. 
d) refletir sobre os valores e as normas dadas pela divindade. 
e) defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber. 
 
5. (Uem 2013) “Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal 
residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações. A consciência clara de que a 
morte não significa nada para nós proporciona a fruição da vida efêmera, sem querer acrescentar-lhe 
tempo infinito e eliminando o desejo de imortalidade. Não existe nada de terrível na vida para quem 
está perfeitamente convencido de que não há nada de terrível em deixar de viver. É tolo, portanto, quem 
diz ter medo da morte, não porque a chegada desta lhe trará sofrimento, mas porque o aflige a própria 
espera.” 
 
(Epicuro, Carta sobre a felicidade [a Meneceu]. São Paulo: ed. Unesp, 2002, p. 27. In: COTRIM, G. 
Fundamentos da Filosofia. SP: Saraiva, 2006, p. 97). 
 
 
A partir do trecho citado, é correto afirmar que 
01) a morte, por ser um estado de ausência de sensação, não é nem boa, nem má. 
02) a vida deve ser considerada em função da morte certa. 
04) o tolo não espera a morte, mas vive apoiado nas suas sensações e nos seus prazeres. 
08) a certeza da morte torna a vida terrível. 
16) a espera da morte é um sofrimento tolo para aquele que a espera. 
32) 
 
64) 
 
 
6. (Ufmg 2012) Os deuses de fato existem e é evidente o conhecimento que temos deles; já a imagem 
que deles faz a maioria das pessoas, essa não existe: as pessoas não costumam preservar a noção que 
têm dos deuses. Ímpio não é quem rejeita os deuses em que a maioria crê, mas sim quem atribui aos 
deuses os falsos juízos dessa maioria. Com efeito, os juízos do povo a respeito dos deuses não se 
baseiam em noções inatas, mas em opiniões falsas. Daí a crença de que eles causam os maiores 
malefícios aos maus e os maiores benefícios aos bons. Irmanados pelas suas próprias virtudes, eles só 
aceitam a convivência com os seus semelhantes e consideram estranho tudo que seja diferente deles. 
 
EPICURO. Carta sobre a felicidade (a Meneceu). Trad. de A. Lorencini e E. del Carratore. São Paulo: 
Editora da UNESP, 2002. p. 25-27. 
 
Com base na leitura desse trecho e considerando outros elementos contidos na obra citada, explique em 
que medida a representação que se faz dos deuses influência na busca da felicidade. 
 
7. (Uem 2012) Afirma o filósofo Epicuro (séc. III a.C.), conhecido pela defesa de uma filosofia hedonista: 
 
“(...) o prazer é o começo e o fim da vida feliz. É ele que reconhecemos como o bem primitivo e 
natural e é a partir dele que se determinam toda escolha e toda recusa e é a ele que retornamos 
sempre, medindo todos os bens pelo cânon do sentimento. Exatamente porque o prazer é o bem 
primitivo e natural, não escolhemos todo e qualquer prazer; podemos mesmo deixar de lado muitos 
prazeres quando é maior o incômodo que os segue.” 
 
(EPICURO, A vida feliz. In: ARANHA, M. L.; MARTINS, M. P. Temas de filosofia. 3.ª ed. rev. São Paulo: 
Moderna, 2005, p. 228.) 
 
Considerando os conceitos de Epicuro, é correto afirmar que 
01) estudar todo dia não é bom porque a falta de prazer anula todo conhecimento adquirido. 
02) todas as escolhas são prazerosas porque naturalmente os seres humanos rejeitam toda dor. 
04) comer uma refeição nutritiva e saborosa em demasia é ruim porque as consequências são danosas 
ao bem-estar docorpo. 
08) a beleza corporal é uma finalidade da vida humana porque o prazer de ser admirado é a maior 
felicidade para o ser humano. 
16) o prazer não é necessariamente felicidade porque ele pode gerar o seu contrário, a dor. 
 
8. (Uem 2010) A filosofia de Epicuro (341 a 240 a.c.) pode ser caracterizada por uma filosofia da 
natureza e uma antropologia materialista; por uma ética fundamentada na amizade e a busca da 
felicidade nos princípios de autarquia (autonomia e independência do sujeito) e de ataraxia (serenidade, 
ausência de perturbação, de inquietação da mente). 
 
Sobre a filosofia de Epicuro, assinale o que for correto. 
01) A filosofia de Epicuro fundamenta-se no atomismo de Demócrito. Epicuro acredita que a alma 
humana é formada de um agrupamento de átomos que se desagregam depois da morte, mas que 
não se extinguem, pois são eternos, podendo reagrupar-se infinitamente. 
02) Para Epicuro, a amizade se expressa, sobretudo, por meio do engajamento político como forma de 
amar todos os homens representados pela pátria. 
04) Epicuro, como seu mestre Demócrito, foi ateu, considera que a crença nos deuses é o resultado da 
fantasia humana produzida pelo medo da morte. 
08) Epicuro critica os filósofos que ficavam reclusos no jardim das suas academias e ensinavam apenas 
para um grupo restrito de discípulos. Acredita que a filosofia deve ser ensinada nas praças públicas. 
16) Para Epicuro, não devemos temer a morte, pois, enquanto vivemos, a morte está ausente e quando 
ela for presente nós não seremos mais; portanto, a vida e a morte não podem encontrar-se. 
Devemos exorcizar todo temor da morte e sermos capazes de gozar a finitude da nossa vida. 
 
9. (Uff 2010) Filosofia 
 
O mundo me condena, e ninguém tem pena 
Falando sempre mal do meu nome 
Deixando de saber se eu vou morrer de sede 
Ou se vou morrer de fome 
Mas a filosofia hoje me auxilia 
A viver indiferente assim 
Nesta prontidão sem fim 
Vou fingindo que sou rico 
Pra ninguém zombar de mim 
Não me incomodo que você me diga 
Que a sociedade é minha inimiga 
Pois cantando neste mundo 
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo 
Quanto a você da aristocracia 
Que tem dinheiro, mas não compra alegria 
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente 
Que cultiva hipocrisia. 
 
 
 
Assinale a sentença do filósofo grego Epicuro cujo significado é o mais próximo da letra da canção 
“Filosofia”, composta em 1933 por Noel Rosa, em parceria com André Filho. 
a) É verdadeiro tanto o que vemos com os olhos como aquilo que apreendemos pela intuição mental. 
b) Para sermos felizes, o essencial é o que se passa em nosso interior, pois é deste que nós somos donos. 
c) Para se explicar os fenômenos naturais, não se deve recorrer nunca à divindade, mas se deve deixá-la 
livre de todo encargo, em sua completa felicidade. 
d) As leis existem para os sábios, não para impedir que cometam injustiças, mas para impedir que as 
sofram. 
e) A natureza é a mesma para todos os seres, por isso ela não fez os seres humanos nobres ou ignóbeis, 
e, sim suas ações e intenções. 
 
10. (Enem 2015) Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo 
qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo 
impulso dos ventos contrários, não chegaria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse 
dirigido ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, 
porém, agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços e 
ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim. 
 
AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás de 
Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado). 
 
 
No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de governo capaz de 
a) refrear os movimentos religiosos contestatórios. 
b) promover a atuação da sociedade civil na vida política. 
c) unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum. 
d) reformar a religião por meio do retorno à tradição helenística. 
e) dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual. 
 
11. (Espm 2014) Seu principal objetivo era demonstrar, por um raciocínio lógico formal, a autenticidade 
dos dogmas cristãos. A filosofia devia desempenhar um papel auxiliar na realização deste objetivo. Por 
isso a tese de que a filosofia está a serviço da teologia. 
(Antonio Carlos Wolkmer – Introdução à História do Pensamento Político) 
 
O texto deve ser relacionado com: 
a) a filosofia epicurista. 
b) a filosofia escolástica. 
c) a filosofia iluminista. 
d) o socialismo. 
e) o positivismo. 
 
12. (Uem 2013) Um texto de um filósofo anônimo da Idade Média apresenta de modo claro um 
problema central para a filosofia e a ciência do seu tempo. Ele afirma: “Boécio divide em três as partes 
da ciência especulativa: natural, matemática e teológica. Da mesma forma, o Filósofo [isto é, Aristóteles] 
divide-a em natural, matemática e metafísica. Assim, isto que Boécio chama teologia, o Filósofo chama 
metafísica. Elas são, portanto, idênticas. Mas a metafísica não é acerca de Cristo. Logo, a teologia 
também não o é” (Quaestio de divina scientia. In: FIGUEIREDO, V. Filósofos na sala de aula. Vol. 3. São 
Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2008, p. 68). A partir do trecho citado, assinale a(s) alternativa(s) 
correta(s). 
01) A teologia apresenta-se na Idade Média como a ciência principal. 
02) A teologia é objeto da filosofia de Aristóteles, apesar de ela não ter esse nome para ele. 
04) A teologia é uma ciência que não diz respeito à investigação da natureza de Cristo. 
08) A teologia é, para esses filósofos, tão científica quanto a matemática. 
16) A teologia e a metafísica são conhecimentos adquiridos por meio da ciência especulativa. 
 
13. (Ufu 2013) Com efeito, existem a respeito de Deus verdades que ultrapassam totalmente as 
capacidades da razão humana. Uma delas é, por exemplo, que Deus é trino e uno. Ao contrário, existem 
verdades que podem ser atingidas pela razão: por exemplo, que Deus existe, que há um só Deus etc. 
AQUINO, Tomás de. Súmula contra os Gentios. Capítulo Terceiro: A possibilidade de descobrir a 
verdade divina. Tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 61. 
 
Para São Tomás de Aquino, a existência de Deus se prova 
a) por meios metafísicos, resultantes de investigação intelectual. 
b) por meio do movimento que existe no Universo, na medida em que todo movimento deve ter causa 
exterior ao ser que está em movimento. 
c) apenas pela fé, a razão é mero instrumento acessório e dispensável. 
d) apenas como exercício retórico. 
 
14. (Unesp 2013) Texto 1 
 
Para santo Tomás de Aquino, o poder político, por ser uma instituição divina, além dos fins temporais que 
justificam a ação política, visa outros fins superiores, de natureza espiritual. O Estado deve dar condições 
para a realização eterna e sobrenatural do homem. Ao discutir a relação Estado-Igreja, admite a 
supremacia desta sobre aquele. Considera a Monarquia a melhor forma de governo, por ser o governo 
de um só, escolhido pela sua virtude, desde que seja bloqueado o caminho da tirania. 
 
Texto 2 
 
Maquiavel rejeita a política normativa dos gregos, a qual, ao explicar “como o homem deve agir”, cria 
sistemas utópicos. A nova política, ao contrário, deve procurar a verdade efetiva, ou seja, “como o 
homem age de fato”. O método de Maquiavel estipula a observação dos fatos, o que denota uma 
tendência comum aos pensadores do Renascimento, preocupados em superar, através da experiência, os 
esquemas meramente dedutivos da Idade Média. Seus estudos levam à constatação de que os homens 
sempre agiram pelas formas da corrupção e da violência. 
 
(Maria Lúcia Aranha e Maria Helena Martins. Filosofando,1986. Adaptado.) 
 
Explique as diferentes concepções de política expressadas nos dois textos. 
 
15. (Ufu 2013) A fé ajuda o conhecimento e o amor de Deus, não no sentido de que no-lo faça conhecer e 
amar porque antes de fato não o conhecíamos ou não o amávamos, mas nos ajuda a conhecê-lo de modo 
mais luminoso e a amá-lo com amor mais firme. 
Agostinho, A Trindade, VIII, 9, 13. 
 
 
a) Para Agostinho, a fé não tem um caráter a-racional ou metarracional, e sim um preciso valor 
cognoscitivo. Assim, qual é, para ele, a relação entre razão e fé? 
b) Em qual teoria Agostinho se baseia para afirmar os critérios de conhecimento imutáveis e necessários 
que vêm de Deus? 
 
16. (Enem 2012) TEXTO I 
 
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e 
que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo 
que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais 
condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e 
quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. 
 
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). 
 
TEXTO II 
 
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do 
mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as 
especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro 
elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a 
impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha”. 
 
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). 
 
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a 
partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo 
medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que 
a) eram baseadas nas ciências da natureza. 
b) refutavam as teorias de filósofos da religião. 
c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas. 
d) postulavam um princípio originário para o mundo. 
e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. 
 
17. (Ufu 2012) A teologia natural, segundo Tomás de Aquino (1225-1274), é uma parte da filosofia, é a 
parte que ele elaborou mais profundamente em sua obra e na qual ele se manifesta como um gênio 
verdadeiramente original. Se se trata de física, de fisiologia ou dos meteoros, Tomás é simplesmente 
aluno de Aristóteles, mas se se trata de Deus, da origem das coisas e de seu retorno ao Criador, Tomás é 
ele mesmo. Ele sabe, pela fé, para que limite se dirige, contudo, só progride graças aos recursos da 
razão. 
 
GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média, São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 657. 
 
De acordo com o texto acima, é correto afirmar que 
a) a obra de Tomás de Aquino é uma mera repetição da obra de Aristóteles. 
b) Tomás parte da revelação divina (Bíblia) para entender a natureza das coisas. 
c) as verdades reveladas não podem de forma alguma ser compreendidas pela razão humana. 
d) é necessário procurar a concordância entre razão e fé, apesar da distinção entre ambas. 
 
18. (Uff 2012) A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual foi a de valorizar a 
inteligência humana e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão natural, inclusive a 
respeito de certas questões da religião. 
Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”, ele diz que há duas modalidades de 
verdade acerca de Deus. A primeira refere-se a verdades da revelação que a razão humana não consegue 
alcançar, por exemplo, entender como é possível Deus ser uno e trino. A segunda modalidade é composta 
de verdades que a razão pode atingir, por exemplo, que Deus existe. 
 
A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor expressa o pensamento de Tomás de Aquino. 
a) A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade. 
b) O ser humano só alcança o conhecimento graças à revelação da verdade que Deus lhe concede. 
c) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar certas verdades por seus meios naturais. 
d) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus. 
e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode conhecer d’Ele. 
 
19. (Uem 2012) Tomás de Aquino (1225-1274), no seu livro A Realeza, afirma: 
 
“Comecemos apresentando o que se deve entender pela palavra rei. Com efeito, em todas as coisas que 
se ordenam a um fim que pode ser alcançado de diversos modos, faz-se necessário algum dirigente para 
que se possa alcançar o fim do modo mais direto. Por exemplo, um navio, que se move em diversas 
direções pelo impulso de ventos opostos, não chegará ao seu fim de destino se não for dirigido ao porto 
pela habilidade do comandante”. 
 
(AQUINO, T. de. A realeza: dedicado ao rei de Chipre. In: Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-
PR, 2009, p. 667.) 
 
Conforme esse trecho, é correto afirmar que 
01) o rei, como um dirigente, não tem um poder opressor ou dominador sobre os súditos. 
02) o rei é aquele que realiza as coisas sem intermediários. 
04) o rei não é necessário em todas as decisões, mas somente naquelas que envolvem interesses 
coletivos. 
08) as ações do rei não precisam levar em conta os desejos dos súditos, mas considerar aquilo que é 
melhor para o reino. 
16) o rei ou o comandante tem a função de dirigir, orientar, o que não implica uma imposição de sua 
vontade aos súditos. 
 
20. (Ufu 2012) Na medida em que o Cristianismo se consolidava, a partir do século II, vários pensadores, 
convertidos à nova fé e, aproveitando-se de elementos da filosofia greco-romana que eles conheciam 
bem, começaram a elaborar textos sobre a fé e a revelação cristãs, tentando uma síntese com elementos 
da filosofia grega ou utilizando-se de técnicas e conceitos da filosofia grega para melhor expor as 
verdades reveladas do Cristianismo. Esses pensadores ficaram conhecidos como os Padres da Igreja, dos 
quais o mais importante a escrever na língua latina foi santo Agostinho. 
 
COTRIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia: Ser, Saber e Fazer. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 128. 
(Adaptado) 
 
Esse primeiro período da filosofia medieval, que durou do século II ao século X, ficou conhecido como 
a) Escolástica. 
b) Neoplatonismo. 
c) Antiguidade tardia. 
d) Patrística. 
 
21. (Ufu 2012) Segundo Agostinho de Hipona (354-430), as ideias ou formas originárias de todas as 
coisas, razões estáveis e imutáveis das coisas de nosso mundo, estão contidas na mente divina e não 
nascem nem morrem, e tudo o que, em nosso mundo, nasce e morre é formado a partir delas. Essas ideias 
eternas não são criaturas, antes, participam da Sabedoria eterna, mediante a qual Deus criou todas as 
coisas e são idênticas a Ele. Assim, conhecemos verdadeiramente quando nos voltamos para tais ideias; 
sendo o fundamento da natureza das coisas são também o fundamento para o conhecimento dessas 
mesmas coisas; assim, por meio delas podemos formar juízos verdadeiros sobre elas. 
 
INÁCIO, Inês. C. & LUCA, Tânia R. de. O Pensamento Medieval. São Paulo, São Paulo: Ática, 1988, p. 
26. 
 
Levando em consideração o texto acima e a teoria da iluminação de Agostinho, responda: 
O que são as ideias eternas? Qual o seu papel ou função em nosso conhecimento do mundo? 
 
22. (Uncisal 2012) A filosofia de Santo Agostinho é essencialmente uma fusão das concepções cristãs 
com o pensamento platônico. Subordinando a razão à fé, Agostinho de Hipona afirma existirem verdades 
superiores e inferiores, sendo as primeiras compreendidas a partir da ação de Deus. Como se chama a 
teoria agostiniana que afirma ser a ação de Deus que leva o homem aatingir as verdades superiores? 
a) Teoria da Predestinação. 
b) Teoria da Providência. 
c) Teoria Dualista. 
d) Teoria da Emanação. 
e) Teoria da Iluminação. 
 
23. (Ufu 2011) Considere o seguinte texto sobre Tomás de Aquino (1226-1274). 
 
 Fique claro que Tomás não aristoteliza o cristianismo, mas cristianiza Aristóteles. Fique claro 
que ele nunca pensou que, com a razão se pudesse entender tudo; não, ele continuou acreditando que 
tudo se compreende pela fé: só quis dizer que a fé não estava em desacordo com a razão, e que, 
portanto, era possível dar-se ao luxo de raciocinar, saindo do universo da alucinação. 
 
Eco, Umberto. “Elogio de santo Tomás de Aquino”. In: Viagem na irrealidade cotidiana, p.339. 
 
É correto afirmar, segundo esse texto, que: 
a) Tomás de Aquino, com a ajuda da filosofia de Aristóteles, conseguiu uma prova científica para as 
certezas da fé, por exemplo, a existência de Deus. 
b) Tomás de Aquino se empenha em mostrar os erros da filosofia de Aristóteles para mostrar que esta 
filosofia é incompatível com a doutrina cristã. 
c) o estudo da filosofia de Aristóteles levou Tomás de Aquino a rejeitar as verdades da fé cristã que não 
fossem compatíveis com a razão natural. 
d) a atitude de Tomás de Aquino diante da filosofia de Aristóteles é de conciliação desta filosofia com as 
certezas da fé cristã. 
 
24. (Ufu 2011) Segundo o texto abaixo, de Agostinho de Hipona (354-430 d. C.), Deus cria todas as 
coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as ideias divinas. Essas ideias ou razões seminais, 
como também são chamadas, não existem em um mundo à parte, independentes de Deus, mas residem 
na própria mente do Criador, 
 
 [...] a mesma sabedoria divina, por quem foram criadas todas as coisas, conhecia aquelas 
primeiras, divinas, imutáveis e eternas razões de todas as coisas, antes de serem criadas [...]. 
 
Sobre o Gênese, V 
 
Considerando as informações acima, é correto afirmar que se pode perceber: 
a) que Agostinho modifica certas ideias do cristianismo a fim de que este seja concordante com a 
filosofia de Platão, que ele considerava a verdadeira. 
b) uma crítica radical à filosofia platônica, pois esta é contraditória com a fé cristã. 
c) a influência da filosofia platônica sobre Agostinho, mas esta é modificada a fim de concordar com a 
doutrina cristã. 
d) uma crítica violenta de Agostinho contra a filosofia em geral. 
 
25. (Ufmg 2011) Leia este trecho: 
 
 Ouvi dizer a um homem instruído que o tempo não é mais que o movimento do sol, da lua e dos 
astros. Não concordei. Por que não seria antes o movimento de todos os corpos? Se os astros parassem 
e continuasse a mover-se a roda do oleiro, deixaria de haver tempo para medirmos suas voltas? [...] Ou, 
ao dizermos isto, não falamos nós no tempo, e não há nas nossas palavras sílabas longas e sílabas breves, 
assim chamadas, porque umas ressoam durante mais tempo e outras durante menos tempo? 
 
SANTO AGOSTINHO. Confissões (Livro XI: O Homem e o Tempo). Tradução de J. Oliveira Santos e 
Ambrósio de Pina. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 286. 
 
Nesse trecho, o autor argumenta contra a identificação do tempo ao movimento dos astros. Apresente o 
argumento proposto por Santo Agostinho. 
 
26. (Uncisal 2011) Uma das preocupações de certa escola filosófica consistiu em provar que as ideias 
platônicas ou os gêneros e espécies aristotélicos são substâncias reais, criadas pelo intelecto e vontade 
de Deus, existindo na mente divina. Reflexões dessa natureza foram realizadas majoritariamente no 
período da história da filosofia: 
a) pré-socrático. 
b) antigo. 
c) medieval. 
d) moderno. 
e) contemporâneo. 
 
27. (Ueg 2011) “A casa de Deus, que cremos ser uma, está, pois, dividida em três: uns oram, outros 
combatem, e outros, enfim, trabalham.” 
 
BISPO ADALBERON DE LAON, século XI, apud LE GOFF, Jacques. A civilização do ocidente medieval. 
Lisboa: Editorial Estampa, 1984. p. 45-46. 
 
A sociedade do período medievo possuía como uma de suas características a estrutura social 
extremamente rígida e segmentada. A sociedade dos homens era um reflexo da sociedade divina. Essa 
estrutura é uma herança da filosofia 
a) patrística, de Santo Agostinho. 
b) escolástica, de Abelardo. 
c) racionalista, de Platão. 
d) dialética, de Hegel. 
 
28. (Uff 2011) Na Idade Média, se considerava que o ser humano podia alcançar a verdade por meio da 
fé e também por meio da razão. Ao mesmo tempo, o poder religioso (Igreja) e o poder secular (Estado) 
mantinham relacionamento político tenso e difícil. O filósofo Tomás de Aquino desenvolveu uma 
concepção destinada a conciliar FÉ e RAZÃO, bem como IGREJA e ESTADO. 
 
De acordo com as ideias desse filósofo, 
a) o Estado deve subordinar-se à Igreja. 
b) a Igreja e o Estado são mutuamente incompatíveis. 
c) a Igreja e o Estado devem fundir-se numa só entidade. 
d) a Igreja e o Estado são, em certa medida, conciliáveis. 
e) a Igreja deve subordinar-se ao Estado. 
 
29. (Ufu 2010) A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreitamente devedora do platonismo cristão 
milanês: foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio, cujo 
espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por 
Plotino, que Agostinho venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão). 
 
PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CHÂTELET, François (org.) A Filosofia medieval. 
Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p. 77. 
 
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plotino, o pensamento 
de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão. 
 
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças. 
a) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a 
verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano. 
b) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não 
existe nenhuma realidade além do mundo natural em que vivemos. 
c) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma 
do corpo. 
d) Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela 
contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, a 
centelha de Deus que existe em cada um. 
 
30. (Ueg 2010) Os primeiros séculos da era cristã são os da constituição dos dogmas cristãos. A tarefa da 
filosofia desenvolvida pelos padres da Igreja nesta época é a de encontrar justificativas racionais para as 
verdades reveladas, ou seja, conciliar fé e razão. Santo Agostinho é o principal representante deste 
período que ficou conhecido como 
a) racionalismo. 
b) escolástica. 
c) fideismo. 
d) patrística. 
 
 
Gabarito: 
 
Resposta da questão 1: 
 02 + 04 + 08 = 14. 
 
[01] Falso. A corrente epicurista defendia a busca do prazer e da felicidade sendo considerada hedonista, 
mas não de um prazer ou felicidade imediata. 
[02] Verdadeiro. No período helenístico, ocorridos entre os séculos IV- IAC, a cidade de Alexandria era a 
capital cultural do Império Greco-macedônico, daí a famosa biblioteca de Alexandria. 
[04] Verdadeiro. O cristianismo em suas origens recebeu uma forte influência da corrente filosófica 
Estoica bem como do Neoplatonismo. 
[08] Verdadeiro. Uma das correntes mais importantes do período helenístico foi o Ceticismo fundado 
por Pirro que defendia a impossibilidade do homem em atingir o verdadeiro conhecimento. 
[16] Falso. A filosofia do período helenístico ficou conhecida como “Período Ético” por defender que a 
filosofia deveria se preocupar com a vida particular do indivíduo e não com a coisa pública uma vez que 
não havia mais pólis. Não havia no período helenísticouma preocupação em criticar a escravidão nem o 
despotismo e a divinização dos reis. 
 
Resposta da questão 2: 
 Esta escola foi fundada por Antístenes, porém Diógenes foi o pensador mais relevante. O termo Cinismo 
e Cínico derivam do grego “kymon”, cainos, cujo significado é cão. Diógenes acreditava que os humanos 
viviam artificialmente, de maneira hipócrita e poderiam ter proveito ao estudar o cão. Os cães, como 
outros animais, vivem o presente sem ansiedade e aprendem instintivamente quem é amigo/inimigo e 
desprezam os valores sociais. Diferentemente dos humanos, que enganam e são enganados pelos 
outros, os cães reagem com honestidade frente à verdade. Esta escola refutava coisas fúteis como 
riqueza, poder e reconhecimento social e defendia que a verdadeira felicidade não depende fatores 
externos como luxo e poder, e sim fatores internos. 
 
Resposta da questão 3: 
 [C] 
 
O ceticismo pode ser caracterizado como a consciência da impossibilidade humana de encontrar 
verdades universais. Assim é que o filósofo não mais se preocupa em buscá-la, preferindo uma vida 
fundada na dúvida. 
 
Resposta da questão 4: 
 [A] 
 
A filosofia de Epicuro tem como um de seus princípios a moderação dos desejos e dos prazeres, tal como 
afirma a alternativa [A], única correta. 
 
Resposta da questão 5: 
 01 + 16 = 17. 
 
O pensamento de Epicuro é marcado pela identificação do bem soberano com o prazer, todavia não se 
pode derivar dessa relação à liberação para uma vida dos prazeres. Os epicuristas determinavam que a 
felicidade se encontra em uma vida regrada definida segundo uma inteligência prática capaz de ter as 
paixões como normais, e não como inimigas. 
 
Resposta da questão 6: 
 Segundo a filosofia epicurista, o homem chega à felicidade por meio da ataraxia, que corresponde ao 
estado de tranquilidade da alma. Tal estado só é possível de ser alcançado se os homens deixam de 
temer a morte e os deuses. Uma vez que os deuses são indiferentes aos homens e existem somente em 
uma dimensão que não pode influenciá-los, a falsa crença de que os deuses “causam os maiores 
malefícios aos maus e os maiores benefícios aos bons” cria no homem um estado de angústia, que o 
impede de chegar à ataraxia. 
 
Resposta da questão 7: 
 04 + 16 = 20. 
 
A afirmação de Epicuro sobre a peculiaridade do prazer e da dor resta sobre o fato de que ambas, apesar 
de efeitos da atividade de objetos externos, são causas de nossa própria atividade, isto é, definimos 
nossas prioridades e decidimos nossas ações baseados na afecção. 
 
“De fato, prazer e dor são sensações e por isso são maneiras de conhecer. E porque são sensações, para 
ambos valem todas as afirmações feitas a respeito da sensação: são causados por objetos que afetam o 
corpo; são sempre verdadeiros; dependem das condições do corpo que afeta e daquelas de nosso corpo 
ao ser afetado etc. Sua peculiaridade, entretanto, decorre do fato de que sua passividade é inseparável 
da atividade. Em outras palavras, efeitos de causas externas, prazer e dor também operam como causas, 
pois além de discriminar as coisas que nos afetam são ainda uma ação de escolha ou de rejeição delas, 
São critério ou regra de nossa conduta.Com eles, a canônica se articula à ética”. (CHAUÍ, M. Introdução à 
história da filosofia, vol. 2: as escolas helenísticas. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 96) 
 
Há de se ressaltar que não é o prazer que gera a dor, porém certos objetos que nos afetam de maneira 
prazerosa podem, de acordo com o tipo de afecção, ser dolorosos. 
 
Resposta da questão 8: 
 01 + 16 = 17. 
 
As afirmativas [02], [04] e [08] são falsas. A amizade, para Epicuro, estava relacionada com a prática 
filosófica e não com a prática política. A vida política seria não natural. A amizade se daria entre 
semelhantes, que viveriam reclusos da multidão. Epicuro também nunca negou a existência de deuses, 
ainda que pensasse ser improvável a preocupação destes com os problemas dos homens. 
 
Resposta da questão 9: 
 [B] 
 
De forma resumida, a doutrina de Epicuro é uma filosofia do prazer. Achar o caminho de maior felicidade 
e tranquilidade, evitando a dor, era a máxima epicurista. No entanto, não se trata da busca de qualquer 
prazer, que é evidente na canção de Noel Rosa quando exalta sua vida de sambista e nela encontrar 
indiferença para os que vivem em função do “dinheiro que não compra alegria”. Para Epicuro, a música 
era um dos prazeres no qual o ser humano ao encontrar, não devia jamais se separar. Epicuro não faz 
uma defesa do carpe diem ou da libertinagem irresponsável. O prazer em questão não é nunca trivial ou 
vulgar. Na carta a Meneceu, Epicuro afirma que “nem todo o prazer é digno de ser desejado”, da mesma 
forma que nem toda dor deve ser evitada incondicionalmente. A deturpação do conceito de prazer 
usado por Epicuro foi algo que ocorreu durante a sua vida, e ele teve, portanto, a oportunidade de 
rebater: “Quando dizemos então, que o prazer é a finalidade da nossa vida, não queremos referir-nos aos 
prazeres dos gozadores dissolutos, para os quais o alvo é o gozo em si. É isso que creem os ignorantes ou 
aqueles que não compreendem a nossa doutrina ou querem, maldosamente, não entender a sua 
verdade. Para nós, prazer significa: não ter dores no âmbito físico e não sentir falta de serenidade no 
âmbito da alma”. Em outras palavras, a ataraxia, a quietude, a ausência de dor, a serenidade e a 
imperturbabilidade da alma. 
 
Resposta da questão 10: 
 [C] 
 
Os homens, por si mesmos, não agem de forma homogênea. Assim, tomando a metáfora de um navio, 
Tomás de Aquino considera que a sociedade necessita de um piloto capaz de conduzir a todos a um 
mesmo fim: o bem comum. 
 
Resposta da questão 11: 
 [B] 
 
A relação da filosofia com os dogmas cristãos está relacionada principalmente a duas escolas de 
pensamento: a patrística, representada por Santo Agostinho e a escolástica cujo maior representante foi 
São Tomás de Aquino. A Patrística se refere aos primeiros séculos com o objetivo de formular verdades 
da fé contra os pagãos. A escolástica foi desenvolvida entre os séculos XI e XV dentro das universidades 
medievais europeias com o objetivo de conciliar a fé cristã com o sistema de pensamento racional, tendo 
foco na dialética como mecanismo de conciliação das teorias. Apenas a alternativa [B] possui relação 
com a questão da fé raciocinada, ou seja, com a filosofia escolástica. 
 
Resposta da questão 12: 
 02 + 04 + 08 + 16 = 30. 
 
O texto citado apresenta um problema fundamental da filosofia na Idade Média apenas no sentido de 
que os medievais precisavam de algum modo resolver o problema de relacionamento entre o 
aristotelismo e o conhecimento revelado. Entre os medievais há uma completa distorção da metafísica 
aristotélica na insistência de sua proximidade com a teologia, que no caso é evidentemente a teologia 
cristã. Apesar de Aristóteles afirmar que a metafísica é a ciência teológica, diz isso somente no sentido 
de ser a filosofia primeira, ou o conhecimento a respeito dos seres imateriais. O filósofo não diz isso no 
sentido de um conhecimento sobre Deus e sua criação. A questão não deixa muito claro o período do 
texto citado e, consequentemente, acaba confundindo certas noções como, por exemplo, a de teologia, 
que na escolástica é sim acerca de Cristo, porém no caso do texto não o é. 
 
Resposta da questão 13: 
 [B] 
 
A filosofia medieval é movida por querelas intelectuais nas quais de um lado encontramos os teólogos e 
de outro os filósofos, ou de um lado os defensores do conhecimento pela fé e de outro os defensores do 
conhecimento pela razão, ou de um lado a revelação bíblica e de outro a investigação dos filósofos 
gregos. A partir do século XII, com as traduções feitas pela escola de Toledo das obras de Aristóteles, 
essas disputas se acirraram. À primeira vista, o aristotelismo era incompatível com a doutrina cristã. No 
aristotelismo, por exemplo, não havia nenhuma noção de deus criador, de providência divina,de alma 
imortal, de queda e redenção do homem – todas estas noções caras à doutrina cristã. Essa 
incompatibilidade levou à censura da obra de Aristóteles. Porém, a capacidade intelectual de Tomás de 
Aquino aliada a sua inabalável fé cristã resolveram tais incompatibilidades com uma cristianização 
efetiva da filosofia aristotélica. Um exemplo da capacidade de Tomás está na sua apropriação da tese de 
Aristóteles sobre o Primeiro Motor (para haver um móvel é necessário que exista um imóvel, para que 
exista a passagem da potência para o ato é necessário haver algo que seja ato puro), e transformação 
desta em prova da existência do Deus cristão; essa é uma das cinco provas da existência de Deus aceitas 
por Santo Tomás. 
Porém, a questão do vestibular possui um problema grave, pois a alternativa: “por meios metafísicos, 
resultantes de investigação intelectual”, é correta segundo esta afirmação do texto citado: “existem 
verdades que podem ser atingidas pela razão: por exemplo, que Deus existe”. 
 
Resposta da questão 14: 
 A primeira concepção é por princípio uma concepção política teológica. O poder político é instituído por 
Deus e a finalidade da ação política é a salvação. O Estado, por conseguinte, deve se conformar de tal 
maneira que permita, ou melhor, condicione o homem a viver em função do fim maior, em função da 
eternidade representada na salvação. São Tomás é evidentemente um católico, considerando a primazia 
de sua religião sobre quaisquer necessidades mundanas, organizando o poder político e a ação do 
cidadão de tal maneira que reflita apropriadamente os dogmas da Igreja. 
A segunda concepção é por princípio uma concepção política moderna, ou pré-moderna. A primeira 
superação perpetrada por Maquiavel é a superação do discurso antigo a respeito da necessidade do 
homem manter um hábito guiado pelas virtudes cardiais: sabedoria, coragem, temperança e 
magnanimidade. Não que o homem não deva possuir tais características, todavia elas não devem de 
modo algum impedi-lo de realizar uma ação cruel se assim se demonstrar útil para que ele efetive o seu 
poder. A segunda superação perpetrada por Maquiavel é a superação do discurso escolástico que 
predispunha o começo, meio e fim das coisas a partir da certeza da palavra revelada. O mundo da 
experiência é guiado pela fortuna e não se faz sentido impedir que certas ações se realizem, pois 
circunstancialmente elas podem ser as melhores. 
 
Resposta da questão 15: 
 a) A fé, para Agostinho, é consolidada e feita inteligível pela razão, e a razão é orientada e feita 
compreensão pela fé. Para o filósofo cristão, o mais importante era que a fé fosse a principal busca da 
razão, que o homem acreditasse realmente para, então, poder compreender. 
 
b) Com relação ao conceito de ideias eternas na filosofia de Agostinho, podemos dizer que as ideias 
eternas são os modelos ou formas originárias a partir das quais Deus cria todas as coisas; elas mesmas, 
porém, não são criadas por Deus nem têm uma existência independente dEle, mas são coeternas com 
Ele, estão na mente divina. 
Com relação à função dessas ideias em nosso conhecimento, podemos afirmar que, sendo os 
modelos para a criação das coisas, as ideias eternas também são os modelos para o nosso 
conhecimento; assim, nós conhecemos as coisas voltando-nos para essas ideias, que contemplamos 
em nós por causa da iluminação divina. 
A teoria agostiniana é influenciada, podemos dizer de modo geral, pelo pensamento de Platão e dos 
filósofos neoplatônicos. 
 
Resposta da questão 16: 
 [D] 
 
Anaxímenes de Mileto (585–528 a.C.) é um filósofo pré-socrático preocupado com a cosmologia, isto é, 
preocupado com a ordenação das coisas que compões o mundo. Desse modo, a sua filosofia posiciona 
princípios dos quais ele pensa poder derivar de maneira coerente e coesa o sentido da existência de 
tudo que há na natureza. Já São Basílio Magno (329–379 d.C.) é um teólogo preocupado com a 
propagação da verdade revelada pela Bíblia, o livro que já oferece toda a ordenação das coisas que 
compõem o mundo. Desse modo, Deus não é exatamente um princípio do qual se origina o mundo, mas 
sim o próprio criador desse mundo, o seu dono e conhecedor de todas as suas regras cosmológicas. 
 
Resposta da questão 17: 
 [D] 
 
Santo Tomás de Aquino separa a fé e a razão, garantindo que cada uma tenha o seu mérito. A fé é 
meritosa quando trata das questões relacionadas com o divino; já a razão é meritosa quando trata das 
questões relacionadas com a natureza. A fé não possui mérito para tratar das questões que a razão é 
capaz de indicar provas suficientes, do mesmo modo a razão não possui mérito para tratar daquilo que é 
questão de fé. 
Porém, Tomás de Aquino também afirma que as verdades doutrinais – aquelas que dependem da fé – 
são geralmente confirmadas pela razão, de tal maneira que a razão pode ser útil para o fortalecimento 
da fé. O uso da razão persuasiva pode, então, servir à fé, fortalecendo a crença ou convencendo o 
descrente da verdade revelada cristã. 
 
Resposta da questão 18: 
 [C] 
 
Tomás de Aquino, ainda que considere a razão humana limitada, não despreza as suas possibilidades de 
conhecimento. Não é por acaso que ele desenvolve as cinco vias de demonstração racional da existência 
de Deus. Verifica-se, portanto, como a teoria do conhecimento de Tomás de Aquino está intimamente 
relacionada com a sua intenção de superar a dicotomia entre fé e razão. 
 
Resposta da questão 19: 
 01 + 04 + 08 + 16 = 29. 
 
Santo Tomás, retomando a sua maneira a política de Aristóteles, distingue as formas de governo em 
formas injustas e formas justas: 1) dentre as injustas, estão: a tirania, a oligarquia e a democracia, sendo 
a primeira o uso do poder através da força de um, a segunda através da força de poucos e a terceira 
através da força de muitos; na oligarquia alguns poucos ricos oprimem os pobres e na democracia os 
muitos pobres oprimem os ricos; 2) dentre as justas, estão: a monarquia, a aristocracia e a politia; todas 
estas formas justas se caracterizam pelo uso do poder para o favorecimento do coletivo, sendo assim, o 
rei de uma monarquia usa o poder para bem guiar seus governados, os homens bons de uma 
aristocracia usam o poder para bem guiar a cidade e, do mesmo modo, a coletividade constituída de 
homens que fazem bom uso da razão. 
Por conseguinte, o rei é um dirigente cuja finalidade de sua ação é dirigir a cidade para o bem da 
coletividade e nunca para o seu próprio favorecimento. 
 
“Do que foi dito, fica claro que pertence à noção de rei que ele é único, que governa e que é um pastor 
que busca o bem comum da coletividade e não o seu interesse próprio”. (AQUINO, Sto. Tomás de. A 
realeza: dedicado ao rei de Chipre. In: Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 670) 
 
Resposta da questão 20: 
 [D] 
 
A Patrística é o estudo dos chamados "Patronos da Igreja", ou seja, é o estudo dos escritos daqueles 
primeiros escritores dos primórdios do cristianismo. Esse período é geralmente delimitado entre o fim 
do Novo Testamento ou o final da Era Apostólica até a data do Concílio da Calcedónia (451 d.C.) ou até o 
século VIII d.C. no segundo Concílio de Niceia. Basicamente, esses escritos pretendem justificar, defender 
e propagar as verdades da fé cristã. 
 
Resposta da questão 21: 
 Com relação ao conceito de ideias eternas na filosofia de Agostinho, podemos dizer que as ideias 
eternas são os modelos ou formas originárias a partir das quais Deus cria todas as coisas; elas mesmas, 
porém não são criadas por Deus nem têm uma existência independente dEle, mas são coeternas com 
Ele, estão na mente divina. 
Com relação à função dessas ideias em nosso conhecimento, podemos afirmar que, sendo os modelos 
para a criação das coisas, as ideias eternas também são os modelos para o nosso conhecimento; assim, 
nós conhecemos as coisas voltando-nos para essas ideias, que contemplamos em nós por causa da 
iluminação divina. 
 
Resposta da questão 22: 
 [E]A teoria agostiniana, a respeito do conhecimento, é chamada de Teoria da Iluminação. Segundo ela, o 
homem conhece a verdade das coisas a partir da iluminação divina sobre a sua alma. Desta forma, 
somente a alternativa [E] está correta. 
 
Resposta da questão 23: 
 [D] 
 
No século VIII, Carlos Magno, rei dos francos foi coroado imperador do Ocidente em 800 d.C pelo Papa 
Leão III. Ele organizou o ensino e fundou escolas ligadas às instituições católicas, deste modo, a cultura 
greco-romana protegida entre os muros dos mosteiros até então, voltou a ser divulgada e mais tarde, a 
partir do século XI no ambiente cultural destas escolas e com o surgimento das primeiras universidades 
surgiu a produção filosófico-teológica denominada escolástica (palavra derivada de escola). A partir do 
século XIII, o aristotelismo penetrou de forma profunda no pensamento escolástico, marcando-o 
definitivamente isto porque as obras de Aristóteles, desconhecidas até então, foram traduzidas 
diretamente do grego para o latim. 
Tomás de Aquino é a figura mais destacada do pensamento de sua época, por isto sua filosofia parece 
que surgiu com o objetivo claro de não contrariar a fé de modo que sua finalidade era organizar um 
conjunto de argumentos para demonstrar e defender as revelações da fé cristã revivendo no 
pensamento aristotélico um instrumento a serviço da religião católica - o que imediatamente anula a 
questão B -, ao mesmo tempo em que transformou nesta filosofia a busca de argumentos para 
demonstrar e defender as revelações do cristianismo. 
Umberto Eco tem razão, pois é Tomás de Aquino quem cristianiza Aristóteles, assim, para sustentar a 
afirmação do mesmo o próprio Tomás de Aquino diz: “Se é correto que a verdade da fé cristã ultrapassa 
as capacidades da razão humana, nem por isso os princípios inatos naturalmente à razão podem estar 
em contradição com esta verdade sobrenatural”. 
 
Resposta da questão 24: 
 [C] 
 
A concepção de Deus para Platão era de um Deus do intelecto, para Agostinho este conceito cai 
totalmente, para ele, Agostinho, Deus pode estar nos dois lugares ao mesmo tempo; tanto no intelecto, 
quanto criador do mundo da natureza como ser criador de todas as coisas. Tal concepção do homem 
provinha de Platão, para o qual o homem é definido como uma alma que se serve de um corpo. 
Agostinho mantém esse conceito com todas as consequências lógicas que ele comporta. Assim, o 
verdadeiro conhecimento não seria a apreensão de objetos exteriores ao sujeito, devido à sua 
variabilidade, e sim, a descoberta de regras imutáveis, como o princípio ético segundo o qual é 
necessário fazer o bem e evitar o mal. Tal conhecimento se refere às realidades não sensíveis cujo 
caráter fundamental seria a necessidade, pois são o que são e não podiam ser diferentes. 
Agostinho supera o ceticismo mediante o iluminismo platônico. Inicialmente, ele conquista a certeza da 
própria existência espiritual, e deste conceito tira uma verdade particular, de que Deus enquanto 
verdade onipotente, onisciente pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Embora desvalorize o 
conhecimento platônico da sensibilidade em relação ao conhecimento intelectual, admite Agostinho que 
os sentidos, como o intelecto são fonte de conhecimento. Para Agostinho, a fé e a razão complementam-
se na busca da felicidade e da graça. A graça, para ele, não é alcançada por procedimento intelectual, 
mas por ato de intuição e fé. Mas a razão se relaciona com a fé no sentido de provar a sua correção. Ou 
seja, a fé é precedida por certo trabalho da razão e, após obtê-la, a razão a sedimenta. A razão relaciona-
se, portanto, duplamente com a fé. É necessário compreender para crer, e crer para compreender. Aqui 
se percebe que, para Agostinho, a filosofia é apenas um instrumento destinado a um fim que transcende 
seus próprios limites. 
 
Resposta da questão 25: 
 Agostinho (354 – 430), nascido em Tagaste, província romana situada na África, utiliza-se no trecho em 
questão do argumento de que um corpo ao ser utilizado para medir o tempo é descartado como 
referência. Como cristão Agostinho toma os corpos celestes apenas como criação divina. 
 
Resposta da questão 26: 
 [C] 
 
A questão faz referência à filosofia medieval, mais especificamente à escolástica. Nesse período, a 
filosofia estava muito próxima à teologia e uma das grandes questões era interpretar as concepções 
filosóficas gregas, a partir dos dogmas cristãos. 
 
Resposta da questão 27: 
 [A] 
 
O enunciado da questão faz referência à obra A cidade de Deus, escrita por Santo Agostinho. Este, ao 
pensar o conceito de civitas, tratava de como o homem viveria ao mesmo tempo segundo a carne 
(Civitas Terrena) e segundo o espírito (Civitas Dei). Em certo senso, a sociedade medieval se associa a 
este princípio na medida em que tem sua estrutura voltada para a transcendência, ou seja, em uma 
busca de se viver a Cidade de Deus (Civitas Dei). 
 
Resposta da questão 28: 
 [D] 
 
Ao interno do pensamento escolástico, Tomás de Aquino procurou superar a ambiguidade entre o poder 
secular da comunidade política e o poder religioso da Igreja. Para tanto, o filósofo desconsidera a divisão 
que se fazia entre fé e razão. Para ele, o homem era naturalmente bom e um animal sociável, haveria 
senso de justiça e a partir deste fundaria a comunidade política. Com esta premissa, Tomás de Aquino 
introduz ideias aristotélicas como a de comunidade política natural, de lei humana política e de direito 
natural no pensamento filosófico e teológico da época. O que há aqui, portanto, é o intuito de 
comprovar como Igreja e Estado não são antagônicos. 
 
Resposta da questão 29: 
 [D] 
 
Agostinho faz das Ideias os pensamentos de Deus e rejeita a doutrina da reminiscência que supõe a 
preexistência da alma que exclui a possibilidade do criacionismo, típico da teoria agostiniana que 
segundo alguns autores é a doutrina platônica transformada no criacionismo com aquela luz de que 
falam nas Sagradas Escrituras que orientam a inteligência humana que é dom de Deus e em Platão, é 
uma lembrança da alma enquanto contempladora do mundo das essências. 
 
Resposta da questão 30: 
 [D] 
 
Somente a alternativa D está correta, pois é conhecida como “filosofia patrística” o período 
filosófico dominado pelas ideias desenvolvidas por padres católicos – durante a fase final do Império 
Romano - e que dariam origem à escolástica (por volta dos séculos VIII-IX). Tem em Santo Agostinho 
seu maior expoente, cujo pensamento se voltava aos problemas de Deus e da alma, tentando conciliar o 
ensinamento da Bíblia com a filosofia platônica.

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