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Apostila para flauta tin whistle – Noções básicas, 
técnicas e ornamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução: 
Sobre a apostila 
 
 
 
Olá! 
 
Esta apostila oferecerá o básico para compreensão e prática 
da flauta tin whistle. 
 
Todo o conteúdo foi baseado nos estudos que realizamos 
com a whistle e também na observação das técnicas utilizadas 
pelos whistlers. 
 
Lembrando que, para que você consiga ser um bom whistler, 
além do estudo básico para esta flauta, é necessário que 
mantenha o curso em conjunto à teoria musical básica, o que 
garantirá sua compreensão e leitura das partituras, dos 
conceitos e aplicações; enfim, garantindo progressos com a sua 
whistle! 
 
 
 
Faça bom proveito do material. 
 
 
Bom estudo! 
E muita luz pra ti! 
 
Wicapi e J. 
 
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SUMÁRIO 
 
 
I. HISTÓRICO DA FLAUTA TIN WHISTLE__________________________________ 5 
 
1. Sua origem e construção _______________________________________________ 5 
2. As whistles modernas __________________________________________________ 8 
3. As chaves das afinações nas whistles _________________________________ 17 
4. As técnicas de execução _______________________________________________ 19 
5. A história da whistle na música céltica _______________________________ 21 
 
II. PRIMEIROS PASSOS ______________________________________________________ 29
 
1. Sobre a teoria musical _________________________________________________ 29 
 
III. ESTUDANDO A WHISTLE ________________________________________________ 42 
 
1. Obtendo a sua whistle _________________________________________________ 42 
2. Conhecendo sua tin whistle ___________________________________________ 43 
3. Como posicionar a whistle ____________________________________________ 44 
4. Tabela de digitação e as notas ________________________________________46 
5. As técnicas de ataque ou pronúncia __________________________________ 61 
a) O tuu____________________________________________________ 64 
b) O haa ou huu ____________________________________________66 
c) Sílabas __________________________________________________ 67 
d) “Paradas da glote” _____________________________________ 68 
e) “Tongues” _______________________________________________ 69 
6. Os ornamentos _________________________________________________________ 72 
6.1 A torneira ou strikes ou graças ________________________ 74 
6.2 Cortes ___________________________________________________ 77 
6.3 Os deslizes e/ou glissandos ____________________________ 83 
6.4 Vibrato _________________________________________________ 89 
6.5 Os rolos _________________________________________________92 
 6.5.1 Rolos longo e rolos curtos ____________________ 95 
6.6 Triplas ou triplets _____________________________________ 99 
6.7 Os Crans ou Cranns ___________________________________ 105 
6.8 Os shakes _____________________________________________ 109 
6.9 Silvos ou elemento fantasia _________________________ 110 
7. Técnicas de respiração e pausas _____________________________________ 117 
 
IV. CONCLUSÃO ______________________________________________________________ 120 
V. REFERÊNCIAS ____________________________________________________________ 122 
VI. ANEXOS ___________________________________________________________________ 123 
 
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I. Histórico da flauta tin whistle 
 
 
Antes de iniciarmos o curso, ocupemo-nos por um momento de 
conhecer a história e divulgação deste instrumento, que pode parecer 
tão simples de início, mas que tem grandes possibilidades! 
 
 
 
 1. Sua origem e construção: 
 
 
A flauta tin whistle é um instrumento musical feito em forma de 
tubo cilindro, metálico, com seis furos, diatônico, e um bocal plástico 
ou metálico. A borda deste bocal é estreita, onde há a passagem do 
ar para dentro do corpo interno da flauta com saída de parte do ar no 
mesmo - este, por onde saí o ar, conhecemos como fipple. 
 
 
 
 
 
Pela classificação internacional de instrumentos, ela é rotulada 
como instrumento musical aerofônico. A maioria é feita em pequenos 
tubos metálicos, mas algumas são trabalhadas em madeira e até 
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plástico. É, em aspecto, um instrumento bem simples, mas que 
revela grandes possibilidades e complexidade! 
 
A pessoa que toca a tin whistle é chamada de whistler ou “tocador 
de assobio”. A maioria das whistles alcança até duas oitavas, mas há 
também algumas que chegam até mais meia ou três oitavas, de 
acordo com alguns músicos. 
 
 
Charles Spencelayh - The Penny Whistle 
 
 
A flauta tin whistle é conhecida também como penny whistle ou 
apito de um centavo. Outros lhe denominam também como english 
flageolet, apito escocês, tin flageolet, apito irlandês, e Clarke 
flageolet London. 
 
 
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É relativamente fácil de comprar e também fácil de executá-la. 
Requer dedicação e treino nas técnicas. Sendo que o dedilhado é 
quase idêntico aos da flauta tradicional barroca. 
Muitos gostam de utilizá-la como ponto de partida para aprender o 
Uilleann pipes, ou gaita irlandesa, por causa das técnicas idênticas do 
dedo, notas e música. 
 
No início, a whistle era considerada como um brinquedo; aqueles 
que a princípio se interessam por ela eram crianças ou mendigos, e 
as usavam como forma de obter comida ou dinheiro, na maioria um 
centavo, por aqueles que os ouviam nas ruas - daí o termo penny 
whistle, ou, flauta de um centavo! Mas sob outra compreensão, o 
instrumento era muito barato e com isso poderia ser comprado por 
eles também; a whistle era vendida a valor simbólico de apenas um 
centavo (hoje em dia já não temos esse preço!). Clarke as vendia por 
uma taxa nominal (um centavo britânico) e a denominações de flauta 
de um centavo prevalece até hoje. 
 
 
Tin Whistle - Patrick Hiatt 
 
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O nome "tin whistle" foi criado posteriormente em 1825. Mas as 
pessoas gostam ainda de chamá-la “assobio ou apito de um centavo”. 
 
Essa flauta pertence a uma ampla família de flautas fipple 
encontradas em muitas formas e culturas de todo o mundo. Na 
Europa, esses instrumentos têm uma história longa e distinta e 
tomaram várias formas. Quase todas as culturas primitivas tinham 
um tipo de flauta fipple e é mais provável que elas sejam o primeiro 
instrumento na existência terrestre. 
 
Fontes descrevem uma flauta fipple na Roma e na Grécia, feita de 
ossos da tíbia. Nos povos primitivos da Idade Média, no norte da 
Europa os mesmos instrumentos foram ser tocados no terceiro 
século. 
Por volta do século 12, outras flautas, italianas, foram descobertas 
em uma variedade de tamanhos e formas; e outros fragmentos de 
flautas ósseas foram encontrados na Irlanda, sendo que uma estava 
intacta, com 14 centímetros de comprimento. Outra também foi 
encontrada nas ruínas de Tusculum, feita de argila,no século 14 na 
Escócia. 
 
As flautas do século 17 foram chamadas flageolets (termo que 
descreve um apito com um bocal fipple) e estão intimamente ligados 
ao desenvolvimento do flageolet Inglês, francês, do Renascimento e 
período barroco. Este termo, flageolet, é ainda o preferido por alguns 
flautistas modernos por sentirem que ele descreve melhor o 
instrumento, caracterizando a grande variedade de flautas fipple, 
incluindo as whistles! 
 
 
 
 
2. As whistles modernas 
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A whistle atual é proveniente das ilhas britânicas, sobretudo 
Inglaterra. As primeiras foram produzidas de latas, pelo Robert 
Clarke (1840-1882) em Manchester. E teve grande repercussão. 
Depois de 1900 elas foram então sendo comercializadas com o nome 
de "Clarke London Flageolets" ou simplesmente flautas "Clarke". 
 
A primeira flauta Clarke, a Meg, foi lançada em chave A (Lá) e só 
depois é que foram produzidas em outras afinações, que se diziam 
mais “adequadas” para os salões Vitorianos. Clarke as apresentou na 
Grande Exposição de 1851. 
 
Essas flautas de Clarke eram feitas à maneira de imitações de 
pequenos tubos, iguais aos dos órgãos. A flauta é um tubo, mas há 
uma extremidade mais larga que forma um duto achatado formando 
o lábio do bocal. A maioria delas é feita de folha de estanho laminado 
ou latão. Mas as mais comercializadas hoje são de latão, níquel, e 
latão cromado. Os bocais são quase sempre de material plástico. 
 
As marcas mais conhecidas hoje são: Clarke, Generation, Feadóg, 
Oak, Acorn, Soodlum (agora Walton), Clare, Dixon, O'Briain, William 
Simmons, Pipe Makers Union (Carbony), Goldie, Impempe, Susato, 
entre muitas outras! 
 
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 CLARKE GENERATION FEADÒG 
 
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 OAK 
 
 
ACORN 
 
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 WALTON CLARE DIXON 
 
 
 
 
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 O’ BRIAIN SUSATO 
 
 
 
WILLIAM SIMMONS 
 
 
 
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PIPE MAKERS UNION (CARBONY) 
 
 
 
 
 
 
 GOLDIE 
 
 
 
IMPEMPE 
 
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Existem também outras variantes menos comuns, feitas de outros 
metais (e até algumas artesanais improvisadas em material PVC), o 
Flanna (quadrada, com o fipple embutido), e as de madeira. 
 
 
Whistles de PVC 
 
 
 
Devido ao seu baixo preço inicial, era um instrumento popular e 
familiar, tão onipresente quanto à gaita. Então, no segundo semestre 
do século 19 alguns fabricantes de flauta, como Samuel Barnett e 
Wallis Joseph, começaram a produzi-las em massa. Estas tinham um 
tubo de latão cilíndrico, mas o fipple era feito de chumbo, e uma vez 
que o chumbo é venenoso, as flautas não ficaram viáveis. 
 
As flautas como da marca Generation, foi introduzidas na primeira 
metade do século 20 e também era feita de um tubo de latão com 
um fipple de chumbo. O design foi sendo alterado ao longo dos anos, 
principalmente na substituição do fipple de chumbo pelo de plástico, 
mas mantendo sempre o design original do fipple criado. 
 
Porém, enquanto a maioria das whistles era produzida em tons 
altos, foi co-criada uma flauta whistle "baixa". 
No Museu de Belas Artes, em Boston, há um acervo com um 
exemplar de uma whistle baixa do século 19, de sons mais graves. 
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Durante o renascimento em 1960 da música tradicional irlandesa, 
a whistle baixa ou conhecida também como low whistle, foram 
"recriadas" por Bernard Overton, a pedido de Finbar Furey. 
 
 
MK Polished Black - Low D Whistle 
 
 
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O low whistle, conhecida também como whistle maior ou grande 
whistle, flautas baixas ou whistle de concerto, operam em princípios 
idênticos as whistles padrão, porém com sons mais graves; mas 
músicos tradicionalistas a consideram como um instrumento a 
parte... Essas low whistle são na maioria fabricadas de metal ou 
plástico, com uma cabeça de ajuste deslizante. Por serem maiores, 
produzem duas oitavas mais baixas que as whistles. Muitas vezes, se 
usa o termo soprano whistle para as flautas de alta frequência, 
quando é necessário distingui-las das low whistle. 
 
 
Nos últimos anos um número de construtores de instrumentos no 
mundo todo começaram a linhas de "high-end", feitos à mão, e que 
podem custar o triplo do valor normal. São microempresas, 
tipicamente artesanais, às vezes de uma única pessoa ou um 
pequeno grupo, como família, trabalhando em conjunto. 
Estes instrumentos podem ter valores muito altos. Elas se 
distinguem das whistle de baixo custo, porque os instrumentos são 
fabricados individualmente por uma pessoa qualificada e de nome, 
em vez das whistles convencionais que são feitas em fábricas. Ou 
seja, encarecem o preço por ser artesanal e por levar o nome do 
construtor... 
 
 
 
3. As chaves das afinações nas whistles 
 
 
As whistles estão disponíveis em uma ampla variedade de 
afinações; por serem diatônicas, permite-lhe ser facilmente utilizada 
na reprodução de duas chaves principais e suas correspondentes 
chaves menores e modos. 
 
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A chave de afinação ou nota fundamental de afinação é 
identificada pela sua nota mais baixa. É a tônica da menor chave 
principal. Este método de determinar a chave do instrumento é 
diferente do método utilizado para determinar a chave de um 
instrumento de cromática, que é baseado sobre a relação entre as 
notas em uma pontuação e sounded pitch. 
 
As whistles mais comuns estão nas D (ré) e G (sol) maior. Se a 
chave é D maior, nomeamos a flauta como D whistle ou whistle em 
D; se em G maior, G whistle ou whistle em G. 
Outra afinação comum é em C (dó), que pode facilmente tocar 
notas nas chaves C e F maior. A D whistle é a escolha mais comum 
na execução da música irlandesa e escocesa, e usa-se muito a 
whistle em C para iniciantes, como crianças. 
 
Embora sendo um instrumento diatônico, é possível obter notas 
fora da chave principal,quer por cobrir parcialmente o orifício com o 
dedo ou por cruzar dedilhado (cobrir alguns furos e deixar outros 
abertos). No entanto, este movimento de cobrir metade do furo pode 
ser cansativo e arriscado, fazendo com que a nota desafine. Como há 
muitas whistles disponíveis em várias chaves, para tocar melodias 
diversas, o whistler poderá usá-las em vez de cair em erro tentando 
executar a melodia através destes dois meios. Várias notas são 
obtidas pelo dedilhado cruzado, e todas as notas (exceto a mais 
baixa da primeira oitava) podem ser tocadas tapando pela metade 
cada furo. Talvez o dedilhado transversal mais eficaz e mais utilizado 
é o que produz uma forma comprimida da nota sétima (B plana em 
vez de B em um apito C, por exemplo, ou C natural, em vez de C 
afiado em um apito D). Isso faz com que haja outra escala maior 
disponível (F sobre um apito C, G sobre um apito D). 
 
Um músico bem experiente consegue manipular facilmente essas 
notas. Portanto, quando você tiver experiente, conseguirá cruzar o 
dedilhado. Certo? 
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4. As técnicas de execução 
 
 
Como sabemos, as notas são tocadas abrindo ou fechando os 
orifícios, juntamente com o ato de assoprar. Com todos os buracos 
fechados, tem-se a nota mais baixa, a tônica de uma escala maior. 
Logicamente, abrindo os orifícios seguintes (debaixo para cima) 
produz-se o resto das notas da escala em sequência: com o primeiro 
orifício aberto gera o segundo, com mais dois furos abertos, produz o 
terceiro e assim por diante. 
 
Com a whistle, conseguimos obter até a 2º oitava. Já ouvi de 
pessoas que conseguem até 2º oitava e meia e parte da terceira! 
 
Tal como acontece com um número de instrumentos de sopro, a 
segunda oitava na whistle é alcançada através do aumento da 
pressão do ar. Para tocar na primeira oitava, a direção e intensidade 
do ar tem que ser mais baixa e fixa, e firme. Para a segunda oitava, 
você deve empreender um aumento na corrente de ar para obtê-la. 
No começo tem-se muita dificuldade, mas depois que se adquire o 
jeito, toca-se naturalmente! 
 
O dedilhado para a segunda oitava é geralmente o mesmo como 
na primeira oitava, embora os dedilhados alternativos sejam algumas 
vezes empregados na extremidade superior, para corrigir um efeito 
causado pelo achatamento maior da coluna de ar na velocidade. Além 
disso, observa-se que a tônica da segunda oitava é geralmente 
tocada com o orifício superior da flauta parcialmente descoberto ou 
todo, em vez de cobrir todos os buracos como com a nota tônica da 
primeira oitava - que torna mais difícil de acidentalmente cair na 
primeira oitava - e também ajuda a corrigir a afinação. 
 
 
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Além da obtenção das notas na 2º oitava, a tin whistle tradicional 
utiliza uma série de recursos para se conseguir os ornamentos. Estes 
decoram ainda mais a música. 
 
Os ornamentos mais utilizados são os cortes, as graças (chamada 
também de nota grace), deslizes ou slides, trinados, vibratos entre 
outros. Os ornamentos são na maioria a inclusão de “notas avulsas” 
na música para gerar algum efeito ou qualidade na mesma. Esta, 
muitas vezes é tocada em legato, adicionando os ornamentos e 
criando intervalos entre as notas. Mas o conceito na música irlandesa 
de ornamentação é bem diferente da música clássica. Nesta, os 
enfeites é observada mais como alterações na forma de se articular 
uma nota, do que adição de notas fora das partituras. 
 
Para as partituras da música tradicional na Irlanda e na Escócia, 
muitas são publicadas ou divulgadas para a whistle em D (ré) maior, 
G (sol) maior, sendo que a D e G é padrão. Muitas partituras são 
padronizadas, não sendo usada a transposição: por exemplo, a 
música tocada em whistle D é escrita em tom de concerto, não se 
transposta para baixo em um tom, como seria normal a outros 
instrumentos. 
No entanto, não há um consenso sobre como a música na whistle 
deva ser escrita ou tocada. A música tradicional é livre, respeitando-
se, porém, as regras básicas de execução. 
 
Lembramos que, na música tradicional, as partituras são 
compartilhadas gratuitamente! 
 
 
Outro ponto é que a whistle em C (dó) é mais popular, pela razão 
óbvia de ser a chave natural. Alguns músicos são incentivados a 
aprender a ler diretamente nela (por considerarem mais fácil), sem 
precisar de partituras – ou seja, aprende-se a música de ouvido, de 
boca em boca - enquanto outros são ensinados a ler diretamente 
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através da aplicação da teoria musical. Isso sempre fica a critério de 
cada um. Um whistler que quer ler as partituras, tocando-as em 
todas as whistles, terá que aprender os mecanismos básicos 
estudando teoria musical. 
 
 
Outra forma de aprender a whistles, de forma mais simples e 
rápida, é usar o sistema de tablatura. As notas são representadas 
graficamente em desenhos de whistles com os furos respectivos, 
formando um sistema de leitura. O formato mais comum é uma 
coluna vertical de seis furos a serem cobertos por uma nota, 
mostrando-se preenchida, por exemplo, com cor preta (furo coberto) 
ou branca (furo descoberto); para representar a primeira oitava, há 
apenas o desenho da flauta e dos furos, e quando aparecer com um 
sinal de mais (+) na parte superior, indica que a nota é na segunda 
oitava. O sistema de tablatura é mais comumente encontrado em 
livros tutoriais para iniciantes e crianças. 
 
 
 
5. A história da whistle na música céltica 
 
 
Com a popularidade no início do século 19, a whistle avivou as 
tradições da música celta. A whistle acabou se tornando essencial na 
mesma - hoje, ela é estritamente relacionada à música céltica e 
habitual. 
 
O instrumento ganhou fama pelo mundo, tornando-se popular em 
várias tradições musicais, na Inglaterra, na Escócia, nos EUA, e 
especialmente em toda base da música Irlandesa. Portanto, tornou-
se conveniente classificá-la como típico instrumento tradicional da 
Irlanda, Escócia e Inglaterra. 
 
 
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Na música folclórica da Irlanda e Escócia, a whistle é de longe o 
instrumento mais comum e importante utilizada nos repertórios. 
Mas além do meio musical, ela faz parte da vida diária do povo 
irlandês e escocês. É usada em muitos tipos de música, nas igrejas, 
festas ou festivais, casamentos, nas escolas, nas manifestações 
culturais e até em rituais formais de grupos que tratam com 
espiritualidade, enfim, em toda a cultura. Desempenha com isso um 
papel muito importante, de união e identidade cultural dos países. 
 
 E notável ainda é que, sempre algum membro da família ou até 
todos, toquem a tin whistle! Assim sendo, é instrumento 
indispensável em cada núcleo familiar. 
 
Além de a whistle estar junto com outros instrumentos formando 
a base cultural nestes países, ela ganhou espaço amplo nas 
composições católicas e ou religiosas, em trilhas sonoras de filmes, 
peças e seriados, entre outros. 
 
Grupos musicais dos gêneros "crossover" (junção de diversos 
estilos musicais em um só), como a world music, new age, folk rock, 
folk metal, firmaram presença das whistles em suas composições. 
Sendo que no new age, é praticamente essencial! 
 
 
Muitos músicos ficaram mundialmente conhecidos, por 
representaremcom tanta beleza este instrumento. 
 
Em 1973, Paddy Moloney, integrante do famoso ou jurássico 
grupo The Chieftains, e Sean Potts, ajudaram a popularizar a whistle 
ainda mais na música irlandesa. Mary Bergin Stain (1979) e a 
Feadóga Stain 2 (1993) foram igualmente influentes na divulgação do 
instrumento. 
 
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The Chieftains - da esquerda para direita: Matt Molloy (tin whistle, e flauta); 
Paddy Moloney (whistle, Uilleann pipes, acordeão, bodhrán); Kevin Connef 
(bodhrán, vocais); Seán Keane (violinista). 
Houve ainda outros integrantes como: Derek Bell, falecido em 2002 (harpa 
céltica, instrumentos de teclas, e oboé); Martin Fay (violino, bones); David 
Fallon (bodhrán); Ronnie Mcshane (percussão); Peadar Mercier (bhodrán, 
bones); Seán Potts (tin whistle, bones, bodhrán); Michael Tubridy (flauta, 
concertina, e tin whistle). 
 
 
 
Há outros músicos notáveis como Joanie Madden, Gunning 
Carmel, Micho Russell, Brian Finnegan, e Sean Ryan. 
 
 
 
 
 
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Joannie Madden 
 
 
 
O grupo Clannad, composto por Màire Brennan (ou Moya Brennan, 
como conhecida hoje), Noel Duggan, Pádraig Duggan e Ciáran 
Brennan, utilizaram em muitas de suas canções a whistle. O grupo 
hoje apresenta de forma esparsa; Moya Brennan apresenta-se mais, 
com novo repertório e banda a parte. Enya (irmã de Moya Brennan, 
Ciáran Brennan e sobrinha dos Duggan, foi integrante dos Clannad no 
início em sua adolescência), em algumas canções em sua carreira, 
também utilizou da whistle e low whistle. 
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Clannad (no passado); da esquerda para direita: Pól Brennan (flauta, 
whistle, guitarra, bongos, vocais); Pádraig Duggan (mandola, guitarra, 
vocais); Moya Brenna (vocais e harpa); Ciáran Brennan (baixo, guitarra, 
mandolim, piano eletrônico); Noel Duggan (guitarra, vocais). 
 
 
 
Clannad (atualmente): Noel Duggan, Pádraig Duggan, Moya Brennan, Ciáran 
Brennan. 
 
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Músicos tradicionais da gaita irlandesa e outros instrumentos folk 
também tocam a whistle. James Galway, um flautista clássico, é um 
excelente whistler! Festy Conlon, muitas vezes foi considerado como 
o melhor whistler de todos os tempos! 
 
 
James Galway 
 
 
Na música tradicional escocesa, o premiado cantor e músico Julie 
Fowlis gravou várias músicas para whistle, tanto em seu trabalho solo 
como em conjunto com os Dòchas Band. 
 
Na música pop desses países, as whistles são tocadas em 
bandinhas, nas bandas de rock irlandês como The Cranberries e The 
Pogues, nas bandas americanas de punk celta, como o Tossers e 
Dropkick Murphys e Flogging Molly. 
 
Andrea Corr, vocalista principal da banda irlandesa famosa The 
Corrs, iniciada na década de 90 (hoje atuam de forma mais 
independente) com estilo folk-rock, também toca a whistle. Um 
hábito seu, na época dos shows, era lançar algumas whistles que ela 
tocava para o público. 
 
Bob Hallett do folk rock canadense Great Big Sea, é também um 
artista de renome da whistle, tocando-a em regime tradicional e 
original. E o Islandês post-rock, da banda Sigur Rós, conclui sua 
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canção "Hafsól" com um solo de whistle. Barry Privett do rock celta 
americano, Carbon Leaf, executa várias músicas usando-a. 
No jazz, Steve Buckley, um músico britânico, ficou conhecido por 
ter usado a whistle seriamente; seu modo peculiar de tocá-la pode 
ser ouvido em muitas gravações. 
 
Mas há muitos e diversos grupos musicais, cantores solos e 
coristas que utilizam as whistles, como: Capercaillie, Joanne Hogg, 
Planxty, Margaret Becker, Loreena Mckennitt, Aine Minogue, John 
Doan, Cécile Corbel, Anúna, Llewellyn, Celtic Woman, em muitos 
álbuns Solitudes de Dan Gibson, David Arkenstone, Medwyn Goodall, 
Merlin Magic's, Mediaeval Baebes, Aeoliah, Battlefield Band, Era, em 
algumas músicas do Yanni e do Andrea Bocelli, e em muitos e muitos 
outros grupos novos! 
 
Aqui no Brasil há alguns grupos a parte que se apresentam de 
forma livre em festivais, casamentos e peças. 
 
 
Atualmente, há uma forma de divulgação das whistles, que é 
através dos filmes. 
 
Howard Shore usou a whistle D em uma canção então famosa, 
"Hobbits”, feita para o filme "O Senhor dos Anéis", a trilogia. 
O som da whistle juntamente com outros instrumentos como a 
guitarra, o contrabaixo e o bodhrán aparece nas cenas simbolizando 
o Condado. No filme em desenho - “The Hobbits” - feito em 1977, a 
whistle aparece em parte da canção do filme. E ficou muito conhecida 
também durante a introdução da canção "My Heart Will Go On”, de 
Celine Dion, para o filme Titanic. Aparece também em destaque na 
trilha sonora de How to Train Your Dragon (filme), para o 
personagem principal, o Hiccup. 
 
 
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Mas há muitos outros filmes, seriados, séries, que a utilizaram nas 
composições musicais, especialmente nos filmes que trabalham a 
ficção, a magia, o misticismo e a cultura dos povos europeus na 
época medieval, dos vikings, especialmente do Reino Unido. 
 
 
Por ter um som místico e sonhador, é um excelente instrumento 
que pode ser usado para nos inclinar à música espiritual ou, aquela 
que nos fala mais ao coração... 
 
É impossível não ouvir uma whistle e não remetermos 
instantaneamente nosso pensamento ou imaginário as belas 
paisagens de campos e colinas verdinhas da Escócia e Irlanda, do 
mar, dos prados floridos, do clima, das casas de pedra, dos pubs e 
das pessoas, e é claro, dos castelos... Uma paisagem abranda e 
deslumbrante, que asserena nossos corações. Talvez daí venha o 
fascínio que milhares de pessoas têm pela whistle. Com ela, gerando 
melodias sutis, podemos nos aproximar um pouco mais do que há de 
tranquilo e belo em nossos corações. A boa música pela whistle é 
para sonharmos com uma expressão de beleza e bem estar que 
podemos alcançar... 
 
* 
* * 
 
Bom, encerramos aqui este histórico sobre a whistle. 
Esperamos que com essa introdução você possa se interessar 
ainda mais em aprendê-la. 
Logo a seguir damos início ao curso básico, para que também faça 
parte do grupo crescente de whistlers! 
 
Bom estudo! 
E progresso com sua whistle! 
Wicapi & J. 
 
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II. Primeiros passos 
 
1. Sobre a teoria musical 
 
 
É essencial que deste ponto em diante - se ainda não tem nenhum 
conhecimento de música – você faça um estudo paralelo de teoria 
musical, pelo menos o básico, para que você compreenda os 
conceitos que serão trabalhados aqui. Sem a teoria musical básica, 
você pode não compreender alguns símbolos, notas... Enfim, a 
notação musical1 que é necessária. 
 
Portanto, esperamos que você procure algum material mais 
completo de teoria musical. Estude! Um pouquinho por dia, seguido 
da prática da whistle, em pouco tempo você tocará muito bem! 
 
Deixaremos no final da apostila links ou livros muito bons que 
você pode obter. 
 
Abaixo, segue um “resumão” da teoria musicalbásica, 
esclarecendo ou lembrando alguns conteúdos que você deve estudar, 
e logo em seguida entramos com a teoria e prática da whistle. Certo? 
Estude...! 
 
Recordando... 
 
 Som: é a vibração percebida pelo ouvido humano. O nosso 
ouvido percebe duas espécies de sons: musicais e não 
 
1 O sistema de notação musical mais utilizado atualmente é o sistema gráfico 
ocidental que utiliza símbolos grafados sobre uma pauta de 5 linhas, também 
chamada de pentagrama. Diversos outros sistemas de notação existem e muitos 
são usados na música moderna. 
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musicais; ele assume quatro propriedades: altura, duração, 
intensidade e timbre. 
 
 Música: é a arte de manifestar os diversos afetos da nossa 
alma mediante o som. Seus elementos mais importantes são: 
melodia, harmonia e ritmo. 
 
 Pentagrama ou pauta: é o conjunto de cinco linhas paralelas, 
horizontais e equidistantes, formando entre si quatro espaços. 
As linhas e espaços da pauta são contados de baixo para cima: 
 
 
 
 
 
 Linhas e espaços suplementares: muitas vezes estas cinco 
linhas e quatro espaços não são suficientes para se escrever 
todos os sons musicais, por isso usam-se quando necessário às 
linhas e espaços suplementares superiores e inferiores: 
 
 
Obs.: as linhas suplementares são contadas a partir da pauta 
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 Notas: são sete: dó - ré - mi - fá - sol - lá - si. Ouvindo-as 
sucessivamente formam uma série de sons que se nomeia de 
escala: 
 
 
 
Há outra forma de nomear as notas, a que chamamos de cifras; 
elas são: A (lá); B (si); C (dó); D (ré); E (mi); F (fá); G (sol). 
 
 
 Clave: é um símbolo colocado no início de uma pauta e serve 
para determinar o nome das notas e sua altura na escala. Há 
três sinais de clave: de sol, de fá e de dó (das letras G, F e C 
apareceram as atuais claves: sol, fá e dó). São elas que 
determinam os nomes e as alturas das notas; cada clave dá o 
seu próprio nome à nota escrita em sua linha: 
 
 
 
 
 Figuras de notas: são desenhos representativos das notas. 
Veja abaixo a composição de uma figura de nota: 
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Os nomes das figuras são: semibreve, mínima, semínima, 
colcheia, semicolcheia, fusa e semifusa. Como mostrado na figura 
acima (na mesma ordem). 
 
E cada figura de nota terá sua respectiva pausa que lhe 
corresponde ao tempo de duração. As pausas são figuras que indicam 
duração de silêncio. As figuras mais usadas atualmente são: 
 
 
 
As pausas dessas notas são chamadas de: pausa da semibreve; 
pausa da mínima; pausa da semínima; pausa da colcheia; pausa da 
semicolcheia; pausa da fusa; pausa da semifusa. Como mostrado na 
figura acima. 
 
 
 
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 Valores das notas: denominam a duração dos sons musicais. 
São várias as durações e podem ser positivas (notas) ou 
negativas (pausas). Mas... Um valor negativo para um som? 
Como funciona? Simples: os valores positivos representam os 
sons que nós ouvimos e fica a cargo dos valores negativos, 
representarem as pausas (silêncio) durante a música, veja: 
 
 
(valores dos tempos das notas) 
 
 
 
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Os números acima não são os valores absolutos. Eles apenas 
representam o valor das figuras, tomando como base a semibreve, 
cujo valor é 1. 
 
 
 
 
 
 Compasso: é o conjunto de figuras musicais de duração igual 
ou variável. As figuras que representam o valor das notas têm 
duração indeterminada (não tem valor fixo). Para que as 
figuras tenham um determinado valor na duração do som, é 
necessária a fórmula de compasso. Os compassos são divididos 
em duas categorias: Simples e Compostos. 
 
 Tempo: é um valor determinado na duração do som ou do 
silêncio (pausa). Os tempos podem ser agrupados de dois em 
dois (compasso binário), de três em três (compasso ternário), 
de quatro em quatro (compasso quaternário), de cinco em 
cinco (compasso quinário) e de sete em sete (compasso 
setenário), constituindo unidades métricas às quais se dá o 
nome de compasso. 
 
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 Barras de compasso: são separadores no pentagrama, de uma 
linha vertical, chamada barra de compasso ou barra simples ou 
travessão. Usa-se para separar períodos ou trechos da música: 
 
 
 
Barra simples 
 
 
Barra dupla 
 
Para concluir a música, usa-se a barra final: 
 
 
 
E, para indicar repetição de um trecho, usam-se barras de 
repetição: 
 
 
 
 Existe também o Dal Segno Al Fine. Na execução da peça, o 
músico deverá voltar ao sinal gráfico (representado abaixo - como 
um S cortado) e seguir dali até a palavra fine, que indicará o final. 
Dal Segno é utilizado quando algum trecho compreendido entre este 
sinal e a palavra FINE, deve ser repetido. Pode também ser 
representado pelas letras D. S. 
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 Fórmulas de compasso: são figuras que representam os 
valores das notas e das pausas têm duração "indeterminada", 
isto é, não têm um valor fixo. Para determinar os valores das 
figuras precisamos da Fórmula de Compasso, que são dois 
números sobrepostos, indicados ao lado da clave, no início do 
primeiro compasso. Esse agrupamento de compassos, com 
tempos regulares, separados pelas barras divisórias, é indicado 
no início da pauta por números sobrepostos. O número que 
vem em cima indica quantos tempos teremos em cada 
compasso, cujo valor (ou qualidade) vem representado pelo 
número de baixo. O compasso recebe o nome do número de 
tempos que o compõem: para 4 tempos = quaternário (4/4); 
para 3 tempos = terciário (3/4); para 2 tempos = binário 
(2/4). Nos compassos quaternários, a semibreve (que é o 
inteiro) valerá 4 pontos, determinando assim os valores da 
mínima (2), da semínima (1), da colcheia (1/2), da 
semicolcheia (1/4), da fusa (1/8) e da semifusa (1/16). 
 
 
 
 
 
 
Exemplo: compasso 3/4 
 
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 Unidade tempo: é a figura que terá o valor igual a 1 dentro do 
compasso. 
 
 Unidade de compasso: é a figura que, sozinha, preencherá 
todo o compasso. Por exemplo, em um compasso 4/4 a 
semibreve vale 4 tempos. Ela sozinha preenche um compasso. 
 
 Escalas: é a sucessão de sons de alturas diferentes. A escala 
pode ser maior, menor e cromática. As escalas maiores e 
menores são formadas por 8 sons. Já a cromática é formada 
por 12 sons (todos os semitons). 
 
 Tom: é a soma de dois semitons (ou subtons ou meio tom). 
 
 Semitom: é um subtom, meio tom. É a menor distância entre 
duas notas. 
 
 Ligadura ou legato: quando algumas notas são representadas 
nas partituras ligadas por um semicírculo, indica que as notas 
são tocadas ligadas, ou seja, toca-se sem marcar as notas 
posteriores a primeira ligada pelo legato. Na figura abaixo, a 
nota dó, é tocada ligada, não se repeteà segunda. Apenas 
prolonga-se a primeira, somando-se o valor das duas: 
 
 
 
 Ponto de aumento: é um ponto colocado à direita da cabeça da 
nota; utiliza-se o ponto de aumento para aumentá-la em 
metade do seu valor. É também utilizada nas figuras negativas 
(pausas). 
 
 
 
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 Anacruse: é a falta de tempo no primeiro compasso da música, 
sendo compensada no final. Se, por exemplo, você deparar 
com uma música em 4/4 e que no primeiro compasso 
contenha apenas 1 tempo, tenha certeza que os 3 tempos 
restantes estarão no último compasso, seja em valores 
positivos (notas) ou negativos (pausa). 
 
 Solfejo: é o ato de "dizer ou cantar" o nome das notas e a 
contagem das pausas, obedecendo à métrica de divisão 
musical. Deve ser acompanhado por movimentos rítmicos e 
proporcionais. 
 
 Intervalos: intervalo é a diferença de altura entre dois sons. 
Conforme o número de sons que abrange, o intervalo pode ser 
de 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, etc. O intervalo pode ser: 
 
 
 
 
 
 O intervalo também pode ser: 
- Melódico - quando as notas são ouvidas sucessivamente, 
podendo ser ascendente - quando a primeira nota for mais 
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grave que a segunda, e descendente, quando a primeira nota 
for mais aguda que a segunda: 
 
 
 
 - Harmônico - quando as notas são ouvidas simultaneamente: 
 
 
 
 Fermata: fermata é um sinal que se coloca acima ou 
abaixo de figuras ou pausas para aumentar sua 
duração por tempo indeterminado (não tem valor fixo). 
Também pode ser chamado de coroa ou infinito. Colocada 
sobre uma pausa chama-se suspensão; quando colocada sobre 
a barra de compasso, indica uma pequena interrupção entre 
dois sons. 
 
 Exemplo de fermata: 
 
 
 
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 Acentuação métrica dos compassos: os tempos dos compassos 
obedecem a diversas acentuações, isto é, umas fortes e outras 
fracas. Essas acentuações constituem o acento métrico; por 
meio dele podemos reconhecer se o compasso é binário, 
ternário ou quaternário. 
 
 
 
 Contratempo: são notas executadas em tempo fraco ou parte 
fraca do tempo, ficando os tempos fortes ou partes fortes de 
tempo preenchidos por pausas. Podem ser regular ou irregular: 
 
 
 
 
* 
** 
 
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Bem, terminamos aqui este resumo. 
 
Mas recordemo-los novamente que o conteúdo anterior, não 
substitui o estudo da teoria musical. Foi apenas para termos uma 
noção ou lembrança dos termos que iremos usar a seguir. 
 
Há muito, muito mais o que aprender. Estude! 
Certo? 
Vamos lá...! 
 
 (Analee) 
 
 
 
 
 
 
 
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III. Estudando a Whistle... 
 
 
1. Obtendo a sua whistle 
 
 
Se você não tem uma whistle ou ainda deseja comprar outras, 
antes de obtê-la é bom que você, se possível, ouça-a, para que tenha 
noção de qual som lhe agradará mais. 
 
À medida que as afinações ‘sobem’, a altura da whistle aumenta, 
se torna mais aguda. Então é apropriado que você compre a que 
mais lhe aprazerá. Quando estiver mais acostumado, daí obtenha as 
outras afinações. Lembre-se: quando estamos aprendendo um 
instrumento, como a whistle, nem sempre nossos familiares tem 
paciência diária de nos ouvir nas primeiras notas! É uma verdade, 
não? Não só para a whistle, mas em quase todos os instrumentos. 
Experiência nossa, os vizinhos ficam loucos, e até os mascotes 
choram... (hahaha). 
 
Quando comprei minhas flautas, obtive-as na Inglaterra. Por que: 
uma, pelo preço, e outra pela qualidade. Existem algumas lojas 
online no Reino Unido, que as vendem a preço muito bom. Basta que 
você encontre a flauta que lhe agrade e veja se a loja já existe algum 
tempo. O bom de comprar direto deles é que você economiza e muito 
no seu dinheiro! Não é questão de ser “mão de vaca”, e sim, de 
economia... Obtive certa vez três flautas, de marcas diferentes, e que 
foram a preço de ‘banana’ – ₤3,00 cada uma! Na época, o total da 
compra com envio foi só 50,00 reais! Viu que diferença? A economia 
foi grande. Se tivesse comprado aqui dentro do nosso país, tinha 
pagado mais de 70,00 e tinha levado apenas uma... É assim 
mesmo... 
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Eu não vou te influenciar na escolha. Mas procure aquela que te 
agrade inicialmente; veja a marca, fabricante. Alguns escolhem pela 
marca porque “fulano ou beltrano” falou; mas não escolha assim, 
escolha por seu próprio ouvido! Dizem que algumas whistles de tais 
marcas emitem um som mais “choroso” que outras, ou tem um som 
muito alto, ou que chia muito; bem, isso vai de sua escolha. 
 
Fica a dica! Seja esperto. Ao final da apostila, deixarei alguns links 
que podem lhe ajudar (não faço propaganda, só indico o que pode 
ser melhor para ti, se aspira obter mais whistles, sem gastar muito). 
Certo? 
 
 Vamos lá! 
 
 
 
2. Conhecendo sua tin whistle 
 
 
A tin whistle é composta por duas partes: corpo cilíndrico metálico 
e bocal. O corpo cilíndrico terá seis furos, de medidas proporcionais à 
criação da afinação. 
 
Veja: 
 
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A flauta acima é da marca Feadòg em chave D. 
Certo? 
 
 
 
3. Como posicionar a whistle 
 
 
 
Quando tiver sua whistle em mãos, segure-a firmemente: parte 
detrás da flauta com seguramos com o polegar, e o dedo indicador, 
anelar e médio, nos furos da flauta; dedo mínimo ou mindinho serve 
como apoio. 
Não há diferença para a posição dos dedos, se você é canhoto ou 
destro – o importante é que você faça da seguinte forma: (primeira 
mão) dedo indicador no primeiro furo; dedo médio no segundo furo; 
dedo anelar no terceiro furo; (segunda mão) dedo indicador no 
primeiro furo; dedo médio no segundo furo; dedo anelar no terceiro 
furo. Não se tem o hábito de usar o dedo mínimo (algumas pessoas 
fazem isso, por dificuldades em usar o anelar), os mesmos servem 
para apoiar a whistle. 
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Cubra os furos todos. Perceba nos dedos, que os furos devem 
estar completamente bloqueados, porque senão a nota poderá sair 
desafinada. 
Veja a foto abaixo, do menino segurando a whistle: 
 
 
 
Foto whistler 
 
 Compreendeu? 
 
 Após segurar corretamente, coloque a ponta do bocal entre seus 
lábios e feche-os suficientemente bem, numa posição cômoda, e para 
evitar que escape qualquer ar – (encontre uma forma de que o bocal 
não entre muito na boca, mas também que não fique muito 
superficial, fazendo com que escape do ar para fora). Faça-o sem 
esticar os lábios. 
 
Sua coluna deve estar sempre ereta. Isto é para uma postura 
melhor ao tocar, do ar dos movimentos. Não há severidade quanto à 
maneira de tocá-la. Certo? 
 
Assopre, então, suavemente no bocal, e faça com que saia um 
som claro, “arredondado”,agradável de ouvir. Não deve soprar muito 
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forte, senão você ouvirá um som áspero, estridente. Por outro lado, 
se você soprar muito baixo, a nota sairá abafada, fraquinha... 
 
Tape agora apenas o primeiro furo; tape-o bem; perceba na ponta 
do dedo, que ele deve ficar bem fechado, mas sem ficar tenso, a 
ponto de marcar o dedo com o furo! E assopre como anteriormente. 
 
 Pratique até conseguir o som certo, firme! Uma, duas, três 
vezes... O tanto que achar melhor. Acostume-se com a sua tin 
whistle! 
 
 
 
4. Tabela de digitação e as notas 
 
 
Cubra novamente o primeiro furo (o que fica próximo ao bocal). 
Toque-a. lembre-se de manter o furo bem fechado, sem escapar o ar 
por ele e nem escapar o ar pelo bocal. 
 
 Se você tem uma whistle D, essa primeira nota será um DÓ, a 
nota chave da sua flauta. Se você tem uma whistle C, a nota será um 
SI. 
 
No exemplo a seguir usarei uma whistle C. 
Veja abaixo na figura: 
 
Whistle C (dó) - cobrindo o primeiro furo temos a nota si, 
 
 
(nota si na clave de sol) 
 
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O diagrama2 da nota B (si) será mostrado dessa forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 E o código para a marcação do dedo no furo, usamos o 
número 1. 
 
 Resumindo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 Diagrama de dedo: sistema de desenhos e valores utilizado para determinar as notas e 
posição do dedilhado. 
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DIAGRAMA WHISTLE 
 
NOTA 
 
CÓDIGO DO 
DEDILHADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
Continuando, para encontrarmos as outras notas, segure 
novamente a whistle como explicado anteriormente. 
Agora coloque o dedo médio de sua mão no segundo orifício a 
partir do topo e sopre suavemente, como antes. 
Você terá agora a nota A (lá); perceba que ela soará mais baixo 
que a nota B (si), porque estamos descendo na escala. 
 
 
 
 
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DIAGRAMA WHISTLE 
 
NOTA 
 
CÓDIGO DO 
DEDILHADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora, mantenha os dois primeiros furos cobertos e coloque o 
terceiro dedo sua mão esquerda, o anelar, sobre o terceiro buraco. 
Sopre, e você terá agora a nota G (sol), que soará mais baixa 
ainda do que as notas anteriores si e lá. 
 
 
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DIAGRAMA WHISTLE 
 
NOTA 
 
CÓDIGO DO 
DEDILHADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
Agora, para o quarto furo, coloque o dedo indicador de sua outra 
mão, cobrindo-o; você terá a nota F (fá). 
 
Cubra agora o quinto furo, e provavelmente você terá E (mi). 
 
E por fim, cobrindo o último furo, você terá a nota dó (C). 
 
 
 
 
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Veja: Nota fá, 
 
DIAGRAMA WHISTLE 
 
NOTA 
 
CÓDIGO DO 
DEDILHADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Nota mi, 
DIAGRAMA WHISTLE NOTA CÓDIGO DO 
DEDILHADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
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Nota dó, 
 
 
DIAGRAMA WHISTLE 
 
NOTA 
 
CÓDIGO DO 
DEDILHADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
Procure realizar, de cima para baixo, todas as notas, e observe 
cada som produzido. Perceba que a escala de notas foi descendo, se 
tornando mais grave? 
 
Lembre-se sempre de cobrir bem os furos, manter o sopro bem 
definido e sem esmaecer, e também não deixe escapar o ar no bocal; 
firme bem os lábios. 
 
Um ponto importante é: utilizam-se sempre os mesmos dedos - 
indicadores, médio, e anelar – para cobrir os furos; o polegar e 
mínimo servem para apoiar a flauta... Mas, em último caso, se você 
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tiver muita dificuldade em alcançar a última nota, faça uso do dedo 
mínimo para cobri-la. 
Certo? Vamos lá! 
 
 
Então, temos agora a primeira oitava de sua flauta. Juntando 
todas as notas, tê-la-íamos colocadas desta forma: 
 
 
 
 
 
Outro ponto importante que devemos esclarecer é que, entre o 5º 
e 6º furo, pode haver “pulado” uma nota. Mas, cadê a nota ré na 
imagem acima? 
Como mostramos na imagem, a nota da nossa whistle C, são: dó, 
mi, fá, sol, lá, si. Note que, entre o mi e dó deveria haver a nota ré, 
não é mesmo? Na flauta que usei para o exercício, não há a nota ré 
na forma natural, tenho que “buscá-la” de outra forma. Adiante 
esclareceremos mais sobre isso. Algumas flautas podem ser afinadas 
de forma que naturalmente pule uma nota. Isso compete pela 
afinação que o instrumento recebeu. Se o fabricante não lhe mandou 
uma tabela de dedilhados de sua flauta e se você está em dúvida, 
quer confirmar todas as notas, utilize um metrônomo digital, e 
verifique. 
 
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Busque praticar as notas de sua flauta. Toque-as separadamente, 
perceba a diferença de cada uma; suba e desça a escala, e treine os 
dedos, memorizando as notas, e memorizando os dedos das notas. 
 
 Abaixo tem uns exercícios bem simples que você pode usar todos 
os dias. Uma hora ou meia hora por dia de exercícios, já é suficiente 
para você ir progredindo; em pouco tempo você executará suas 
músicas preferidas. Não se preocupe se tocar desafinado, 
desajeitado, ou fora do tempo; à medida que for progredindo nos 
estudos, dedicando-se, quando menos perceber será um ótimo 
whistle. Confiança é um dos pilares que sustentam qualquer 
aprendizado. Dedique-se! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Há ainda, outra forma bem simples de representar os dedilhados 
das notas, que você pode encontrar para a whistle. São usados mais 
para crianças, ou para pessoas que não tem um conhecimento de 
teoria e notação musical básica. 
 
Este sistema consiste em utilizar caracteres simples, para 
representar qual nota está coberta ou furo coberto ou fechado. 
 
 
Para representar o bocal utiliza-se: < 
 
Para representar os furos fechados utiliza-se: X 
 
Para representar os furos abertos utiliza-se: O 
 
Para a utilização da 2º mão utiliza-se: | 
 
Para meio furo utiliza-se: h 
 
Num exemplo escrito, teríamos assim: 
 
< x x x | x x o 
(bocal; três primeiros furos fechados; segunda mão; dois furos fechados 
e último furo aberto). 
 
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Bem simples, não? 
 
 
Outra forma mais fácil ainda, é usar a cartela de dedilhado. 
 
Consiste apenas em seis desenhos circulares, dispostos de forma 
vertical, como os furos do corpoda flauta, para você preenche-los 
indicando qual furo está aberto ou fechado, determinando assim a 
nota que você deve tocar. 
 
Veja abaixo uma cartela de dedilhado para a whistle em D (ré): 
 
 
 
 
 
Os sinais de + nos dedilhados correspondem a 2º oitava. 
Bem fácil! 
 
No exemplo abaixo, da canção Cockles and Mussels, pela partitura 
comum teríamos ela assim: 
 
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E pela cartela de dedilhado, seria escrita assim: 
 
 
 
Em algumas cartelas a o tempo de execução para cada nota; mas 
a maioria não; cabendo a você, portanto, conhecer antes a canção. 
 
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Como sabemos há whistles de várias afinações. Mas daí, cada furo 
representará notas diferentes. 
 
Abaixo temos uma tabela para a whistle D e whistle C. Se você 
possui whistles de outras afinações, não tem segredo; a nota básica 
começa na mesma nota de afinação de sua flauta, ou seja, se a flauta 
é afinada em ré, a última nota inicia-se em ré; em fá, a última nota 
em fá; em mi – será mi, e assim por diante. 
 
Veja: 
 
Whistle D (ré): 
 
 
 
 
 
Whistle C (dó): 
 
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Atente-se que há as duas oitavas nas tabelas acima. 
A segunda oitava é representada pelo um sinal de (+) sobre a 
nota ou sobre o diagrama. Lembre-se que para alcança-la, e 
necessário apenas à pressão do ar mais intensa. 
 
Lembra-se que falei a respeito da obtenção de outras notas? Na 
segunda oitava, para chegar a determinadas notas, você dever cruzar 
alguns dedilhados para obtê-las. 
Na tabela acima, na whistle em C, para chegar à última nota, o si 
(B), tive que bloquear o 2º, 3º e 4º furo para ter essa nota. Se a sua 
whistle veio com uma cartela de notas, você saberá quais furos serão 
bloqueados para obter as notas; se tiver como, utilize um metrônomo 
para ver as possibilidades de cruzar os dedilhados e obter outras 
notas com sua whistle. 
 
 
Observe também que, a nota dó da whistle D é tocada com os 
furos todos abertos, enquanto que os furos todos abertos na whistle 
C é tocado o Si. Percebeu? Isso se refere à afinação: whistle D (ré) 
começa sua última nota em ré; e whistle C (dó) começa sua última 
nota em dó. Isso representa a nota fundamental ou de afinação do 
instrumento. 
 
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Já para o dó da whistle C, apenas o primeiro furo ficará aberto, e 
é aí que você tem que ter um pouco mais de atenção. Você agora 
deverá por um pouquinho mais de ar no sopro, para a nota ficar 
definida, mais limpa. Para tocar o dó da 2º oitava da whistle D foi 
preciso apenas abrir todos os furos - mas para a whistle C, é a 
pressão do ar que vai defini-la. 
 
Esclarecemos também, que o código de dedo para a segunda 
oitava deva ser representado de outra forma. Quando “subir” para a 
2º oitava, o valor para o dedo será 0, sobre os furos que devem ser 
cobertos. 
Na whistle C, ficaria assim: 
 
 
DIAGRAMA WHISTLE 
 
NOTA 
 
CÓDIGO DO 
DEDILHADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O 
5 
 
 
 
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Certo? 
 
Tem um exercício que você pode fazer agora para chegar a essa 
nota com perfeição. Treine: 
 
 
 
 
Deixarei em anexo à apostila, uma cartela de dedilhado e 
pentagrama para você utilizar nos seus estudos. 
 
 
 
5. As técnicas de ataque ou pronúncia 
 
 
 
 Eis a questão! 
 
Nos exercícios anteriores você estava apenas assoprando na 
flauta, sem usar nenhuma técnica de ataque. 
 
Agora vamos aprender a aplicá-las! 
 
 
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As técnicas utilizadas para a tin whistle são bem delicadas. 
Não se formula regras rígidas para a música tradicional, e são 
vários os tocadores que mantem suas próprias técnicas para se 
alcançar o efeito característico das whistles. 
 
As técnicas de ataques na whistle podem variar muito, a depender 
do estilo do whistler e da música que se quer tocar. É bom você que 
ouça vários whistlers conhecidos para que escolha um estilo ao seu 
modo. Vou explicar por que. 
Muitos tipos de flautas como a doce, transversal, e outras, 
seguem um caminho com um sistema mais rígido, fixo, de como se 
deve usar o ataque nas notas. Mas com a música irlandesa, isso é um 
pouco diferente; o modo de executá-la é mais solto, mais livre. 
Portanto, algumas técnicas ou atributos usados na música clássica ou 
rígida, pode não trazer o resultado esperado para a música 
tradicional. Se você tem em mente algumas técnicas de ataque e 
pronúncia aprendidas na música clássica, é bom que saiba que a 
maioria delas não servirá satisfatoriamente para a whistle. 
 
As técnicas para ela são bem mais simples. São apenas 
movimentos utilizados para se alcançar os efeitos peculiares da 
whistle, seja introduzindo novas notas ou alterando o ritmo. 
 
 
As partituras são bem simples, músicas simples; mas que ao 
serem tocadas como as técnicas da whistle, se tornam 
maravilhosamente complexas aos nossos ouvidos. Com melodias 
alegres, outras suaves, outras dramáticas, conquistam com êxito 
nossos ouvidos... 
Se quiser ser um bom whistler, atente-se que você deverá gostar 
pelo menos um pouco da música tradicional irlandês-escocesa; a 
whistle é parte da alma da mesma. Se você não gosta das músicas 
tradicionais desses países, fica um pouco difícil; daí poderia compará-
lo a um corista que tivesse que cantar forçado uma música sertaneja, 
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mas que, detesta o gênero. Tocar um instrumento que você não se 
afina com suas origens... aí complica, não é mesmo? Correto? 
Se você quer ser um bom whistler, portanto, aprenda a ouvi-la; 
ouça os whistlers que já tem uma carreira, e passe a observar a 
melodia. Ouça os álbuns antigos do Clannad (a banda irlandesa – me 
parece que existe outro Clannad – anime japonês!), The Chieftains, 
da Joannie Madden, ou de sua preferência; afianço que isso o ajudará 
muito a compreender as técnicas, a identificá-las, e utilizá-las da 
forma correta. Além de servir como estímulo! 
 
É claro que você pode usar a whistle ao estilo musical que quiser; 
não é exclusivo da música tradicional. O que lhe comunico é que, se 
buscar ouvir a música tradicional, ou os whistlers, você terá uma 
facilidade imensa no aprendizado e execução da sua própria whistle. 
Certo? 
Vamos lá! 
 
* 
** 
 
 
 
Bem, as técnicas de ataque ou pronúncia são bem simples. 
 
O ataque é nada menos que executar as notas emitindo algum 
som com a boca, mais precisamente a língua e às vezes garganta, ou 
usar determinada articulação, para pode alcançar algum efeito nas 
notas. Ou seja, com determinado som que criamos com a boca, 
alteramos com isso a forma como a nota sairá na whistle. 
 
Você pode usar, na maioria das melodias ou após o ataque inicial, 
assoprar na flauta como se você tivesse “esfriando uma xícara de chá 
quente ou leite quente”... Como você a esfriaria? Não é fazendo um 
“bico” com os lábios e soprando o líquido fumegante da xícara...? 
Captou?P á g i n a | 64 
 
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Em algumas melodias, porém, para deixarmo-las como algumas 
características usam-se certas pronúncias. Mas você lembra o que é 
pronúncia? 
Pronúncia é meramente o ato de articular o som das letras ou 
sílabas; e na whistle, usamos certas sílabas para articular ou tocar 
nas notas! 
Nestas articulações, temos: o tuu, taa, ou tii; o haa ou huu 
(ou esfriando a xícara) os mais utilizados; paradas de glote; 
tongue ou lambendo notas; e outras que você mesmo pode 
recriar, quando tiver mais prática. 
 
Um ponto importante é que, na maioria das melodias usamos os 
ataques apenas no início da música ou em determinados trechos, 
para enfatizar certas notas. Mais adiante falaremos sobre isso. 
 
Muito simples, não é mesmo? Não tem segredo! 
 
Vamos então descrevê-las. 
Pegue de sua whistle e as pratique! 
 
 
 
 
5.1 Noções básicas do ataque ou pronúncia: 
 
 
 
a) O tuhh... 
 
Diga a sílaba tuu... Perceba que a língua faz um movimento 
rápido, tocando em parte no “céu” da boca e nos dentes 
superiores, e veja que o ataque tem uma batida leve, 
“clara”. 
 
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Na whistle, usamos exatamente essa sílaba para produzir um som 
mais limpo e claro. É o primeiro ataque que você utiliza nos 
aprendizados iniciais. Mas posteriormente, deverá ser utilizado de 
forma moderada. 
Esse ataque é muito utilizado em diversas flautas, mas na whistle, 
lembre-se: usa-se para as notas iniciais e em algumas especiais... 
 
Tente executa-lo em sua flauta agora. 
Escolha qualquer nota, feche bem os lábios, bloqueie bem o furo, 
e diga “tuu...”. Perceba como a nota sai curta, “seca”. Se você 
perceber que sua língua toca de leve o bocal da flauta, não tem 
problema, desde que você mantenha o ritmo e clareza na nota. Um 
esclarecimento: há muitas pessoas que salivam muito e o hábito de 
jogar muito a língua para frente, tocando o bocal, empurra a saliva 
para dentro da flauta; com isso, a saliva tende alterar um pouco o 
som. Algumas pessoas chupam a saliva de volta (é meio nojento, 
mas é válido!) quando tocam um tempo prolongado em 
apresentações, podendo ser necessário. 
 
Como sabemos não se deverão manter regras rígidas na música 
tradicional. Mas há três regras ou conceitos maleáveis usadas pelos 
whistlers irlandeses, e que você deve usá-las e alterá-las quando 
quiser, observemos: 
 
 
1. Durante os estudos iniciais, ou para whistlers iniciantes: torna-
se necessário a utilização do ataque tuu nas notas, para 
facilitar o aprendizado, porém, quando se está mais firme na 
whistle, passa-se a utilizar as batidas da língua (ataques) 
apenas nas primeiras notas e também após a tomada da 
respiração e; introdução dos ornamentos mais fáceis. 
 
2. Para whistlers intermediários: quando se obtêm certo controle, 
o uso em todas as notas dos ataques tuu pode trazer alguns 
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prejuízos para a melodia, fazendo-a soar muito “ingênua” ou 
cansativa; é prudente então que se retire o tuu e passe a usa-
lo apenas na primeira nota de cada trecho e, toquem-se as 
notas seguintes ligadas (a não ser que se peça na partitura 
outro tipo de ataque) umas as outras, por assim dizer; espera-
se a aplicação de ornamentos mais complexos. 
 
3. Para whistlers mais adiantados: existe o hábito de articular as 
notas, cortando o ar na garganta, ou simulando uma pequena 
tosse. Algumas instrumentistas não aprovam o mesmo, porque 
pode criar sons desagradáveis para a melodia, se você não as 
executa bem ou não tem prática; portanto, fica o bom senso; e 
espera-se nessa fase o domínio completo de toda a whistle. 
 
 
Como disse as regras e técnicas não são fixas. Você toca da 
forma como você for progredindo. 
 
Você ainda pode substituir o tuu pela pronúncia taa ou tii. Fica 
o seu critério. 
 
 
 
b) O haa ou huu (soprar) 
 
 
 
Outra técnica de ataque que podemos utilizar é a pronúncia 
haa. 
 
O haa… é mais simples, e produz um efeito mais 
satisfatório. 
É a pronúncia mais utilizada para maioria das melodias; 
utiliza-o após o ataque inicial do tuu, ou seja, é ele que 
tocaremos quando formos executar o restante da melodia, 
mantendo as notas ligadas. 
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Há pessoas que para ter um som mais claro do haa, 
introduzem boa parte do bocal na boca, travando-o com os 
dentes – isso garante a passagem do ar mais intensamente 
para dentro do corpo da flauta. O som sai mais intenso e 
melódico. Experimente. 
Nas músicas mais agitadas, é a melhor forma de executar 
as notas. Fica também o seu critério de escolha. 
 
Para tocar é o seguinte: diga haa… e perceba como o som 
sai de sua boca – não há interferências diretas da língua ou 
dos dentes. Escolha uma nota na sua whistle, e toque-a; 
compare a diferença do tuu (sai mais agressivo, digamos 
assim) e o haa (sai macio, agradável… um som “claro”). 
 
Você pode ainda substituí-lo pelo huu. O som revela-se 
mais arredondado. Tente. 
 
 
 
c) Sílabas variadas 
 
 
Há outros ataques ou pronúncias que podemos usar. 
Neste tipo de ataque, a diferença é que você pode e deve 
substituir os ataques tuhh e haa, por outros semelhantes. 
Que soarão mais agradáveis, ou para alterar a melodia. 
 
Isso vai a seu sabor, mas desde que mantenha a cadência 
na melodia. Pode-se utilizar o dahh, tee, gee, ree; ou seja, 
isso fica a seu cargo. Boa escolha! 
 
 
 
 
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d) “Paradas da glote” 
 
 
Sabemos que glote é uma estrutura anatômica localizada 
na porção final na laringofaringe; impede a entrada de 
alimentos, facilita a saída e a entrada de ar para os 
brônquios e pulmões, e ajuda na função fonatória, uma vez 
que a prega vocal e vestibular localiza-se dentro dela. 
Mas as paradas de glote, na whistle, são pequenos 
movimentos de tosse simulados pelo whistler. A maioria dos 
flautistas tradicionais utiliza este ataque por fazer a 
articulação mais suave… é como um leve “susto” na 
terminação da nota! 
 
Às vezes escutamos alguma música, em que ouvimos 
paradas rápidas e leves em determinadas notas. Essa 
pequena interrupção parece um pouco com o ornamento 
estouro, utilizado na flauta NAF, mas com a diferença que 
ele é feito com a garganta, e produz um som suave, e não 
explosivo como na flauta nativa. Essa parada rápida, 
chamamos de parada de glote. 
 
Se conseguir, feche a boca, e simule uma leve tosse com o 
fundo da garganta; toque uma nota qualquer, e 
interrompa-a rapidamente, simulando a pequena tosse. 
Tente executá-la com a garganta, e não com a boca. 
 
 
Faça um movimento, como se a nota fosse rapidamente 
suprida, bloqueada do fundo de sua garganta. A nota soa 
rapidamente como se o whistler levasse um pequeno susto! 
É bem sutil, apenas produz um efeito de suspensão no final 
da nota. É isso. Não consigo descreve-la mais 
adequadamente. 
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Mas busque utilizar este ataque, quando tiver mais prática 
nas anteriores. Necessita de experiência e tempo para 
desenvolver a “tosse”. 
 
Se você ouvir algumas músicas tradicionais, talvezperceba 
a “parada de glote.” 
 
Compreendo que, seria mais adequada descrever a “parada 
de glote” mais como ornamento do que como ataque. Mas 
como ela é divulgada dessa forma, deixemos assim… 
 
 
 
e) “Tongue duplo ou triplo” 
 
 
O tongue ou, ataque duplo ou triplo é mais simples ainda. 
Quando se toca grupo de notas colcheias ou semínimas, 
com “tempos” rápidos, utilizam-se estes ataques triplos; 
para facilitar na execução. Você pode usar o ataque “tuu-
kuu-tuu”. 
 
Experiente. Toque uma nota qualquer, por três vezes - 
toque-a rapidamente, usando o tuu: tuu-tuu-tuu. Agora 
execute-a de novo, trocando o tuu, pelo “tuu-kuu-tuu”. 
Percebeu a diferença? 
 
Tente tocar o trecho abaixo: 
 
 
 
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O uso prolongado da língua, pelo tuuu, como vimos, tornará a 
melodia um pouco enjoativa ou muito primária, não soando como 
uma melodia mais suave ou “madura”. 
Por isso, lembre-se de usar estes ataques nos seus primeiros 
exercícios; quando achar que já pode usá-lo apenas na primeira nota 
de cada trecho musical ou notas específicas, mantenha a maioria das 
outras notas com o haaa. Verá a diferença que isso faz. 
 
Se você já tem uma música em mente, tente tocá-la agora 
usando o haa, utilizando o tuu apenas em algumas notas, como disse 
anteriormente... 
 
Toque a canção inteira sem tocar o bocal com a língua. Mantenha 
a corrente de ar fluida... Mesmo que você estranhe ou sua mãe lhe 
peça para parar! Lembra-se de como as cigarras cantam (com perdão 
da palavra... você não é uma cigarra!): um som uniforme, alto, 
entrecortado às vezes por um motivo seu... Mas é claro que você não 
manterá apenas uma ou duas notas como elas fazem!!! O exemplo é 
figurativo... Apenas para lhe dar uma noção de manter as notas em 
um som uniforme, sem deixa-lo esmorecer ou desafinar... Se bem 
que elas as vezem fazem isso...! 
 
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Se já adquiriu certa prática nas partituras, tente executar dessa 
forma o trecho da música a seguir, Down by the Sally Gardens. 
Toque ela toda em tuu, bem simples, e depois a toque em haa ou 
outra sílaba de sua escolha, mantendo o ataque apenas nas primeiras 
notas de cada compasso: 
 
Down by the Sally Gardens: 
 
 
 
 
Percebeu a diferença, entre os dois tipos de ataque? 
Certo! 
 
Recordando... 
Você lembra o que representa o sinal #? Como o escrito na partitura 
acima? 
O sinal musical # é chamado de sustenido. Quando ele está antes de 
uma nota, significa que ele a “levantará” a meio tom musical. Se um sinal 
de sustenido aparecer na armadura da clave, todas as ocorrências da nota 
marcada ao longo de toda a música deverão ser executadas em sustenido. 
Já quando vemos o b, o bemol, significa que a nota é abaixada por meio 
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tom. O símbolo é chamado de bequadro, e faz com que a nota volte a 
ser natural, sem ser sustenido nem bemol, ou seja, qualquer sustenido ou 
bemol é cancelada e a nota retorna ao seu tom natural ou original! 
 
E o sinal de ponto (.) como mostrados em algumas notas acima, na 
partitura? Você recorda? 
Quando vemos um ponto colocado imediatamente depois de uma nota, o 
valor do tempo da mesma é aumentado pela metade. Como por exemplo, 
uma nota mínima tem o valor de duas batidas, não é mesmo? Então, se 
colocamos em uma mínima o ponto, ela terá agora três batidas, isto é, duas 
batidas mais uma. 
Estude teoria! Correto? 
 
 
 
 
6. Os ornamentos 
 
 
Chegamos agora na parte especial para a whistle: os ornamentos! 
 
Quando se tem muitas notas repetitivas, melodias bem simples, 
ou se quer adornar ainda mais a música, nós utilizarmos do recurso 
ornamentos! 
 
 
A ornamentação é um termo muito usado por todos os músicos 
tradicionais. Cada um define o conceito de ornamento como lhe 
convêm, e utiliza-os também como quiser: uns usam o básico, já 
outros usam em excesso em suas canções. É bom que se chegue a 
um meio termo, pois tudo o que excede passa, e o que falta carece! 
 
 
Alguns instrumentistas consideram os ornamentos em 
determinadas composições como opcionais ou não válidos. Na 
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whistle, cremos que os ornamentos não são opcionais, mas 
essenciais... Seria como a nossa “goiabada com queijo”, Romeu e 
Julieta, Frodo e Sam, shampoo e condicionador e, por aí vai...! Um 
complementando o outro, eficazes e inseparáveis... 
 
Alguns dos ornamentos que iremos trazer aqui são os mais 
empregados, tais como: 
 
 As “torneiras”: é um método simples, que conforma a nota; é 
considerada uma das técnicas básicas; 
 
 Os cortes: nessa técnica utiliza-se de uma nota mais alta que a 
principal para chamar a atenção ao articular; 
 
 Os deslizes (lâminas) ou glissando: confere característica 
peculiar para a música irlandesa, mas deve ser usado com 
moderação; 
 
 Vibrato: é o ato de conferir determinado movimento oscilatório 
ao final de uma nota; mas muitos o dispensam; 
 
 “Rolos”: é um ornamento importantíssimo, para não dizer 
clássico; há dois tipos, os rolos de comprimento ou longos ou 
curtos; 
 
 Triplets: utiliza-se para tocar notas triplas; 
 
 Crans: é considerado como um roll, mas com algumas 
características; 
 
 Shakes: ornamento variado dos crans; serve como alternativa 
para se executar em notas altas, como no D; 
 
 Silvos: é a emissão um assovio; são usadas para conferir 
alguns efeitos em melodias especificas. 
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Vamos então a cada um deles. 
 
 
 
6.1 A torneira ou strikes ou notas graças: 
 
 
O ornamento torneira é na verdade, tipos de notas “avulsas” que 
recebem a denominação de “notas graças” (ou graces). É um 
ornamento decorativo para as notas. 
 
As notas “graça” são notas muito curtas tocadas rapidamente 
antes de uma nota principal (uma nota que faz parte realmente da 
partitura, ou da canção, digamos assim). 
Na verdade, as notas graça, pela notação musical moderna, são 
menores do que as principais notas melódicas. Elas são 
representadas com uma barra pequena que corta a sua haste 
diagonalmente ao meio. Na partitura escrita, eles carregam nenhum 
valor de tempo e não são contadas no medidor da canção. Se na 
partitura há diagramas de dedo para as notas graça, elas serão 
apresentadas menores do que os diagramas de dedo para as notas 
principais. 
 
 É muito interessante o som produzido. Faz uma melodia simples, 
ficar bem agradável de se ouvir. 
 
As torneiras são também usadas, como articulação entre as notas. 
Onde há notas de mesma altura, elas servem como separadoras ou 
para dar um certo charme, quebrando a monotonia de se ouvir duas 
repetitivas, de alturas iguais. 
Elas também são usadas juntas de outros ornamentos, como os 
cortes e os rolos. 
 
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Veja um exemplo de torneira na partitura abaixo: 
 
Canção: O Vento do Sul 
 
A canção acima é uma melodia simples, alegre, tocada em 3/4 de 
tempo. Observe como as notas “torneia” ou graças são escritas e as 
notas principais. Estão desenhadas pequeninas com relação às

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