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Direito Civil II - Resumo do 4 Bimestre (Unipar)

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1 
4º Bimestre: 
Direito Civil das Obrigações 
 
DA DAÇÃO EM PAGAMENTO: 
● Esquema para melhor visualização: 
 
 
ARTIGOS: 
 
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. 
 
A liberdade na dação em pagamento é bastante ampla, cabendo às partes a decisão quanto ao bem a ser entregue. 
Assim, a dação em pagamento pode se caracterizar, mediante acordo, substituição de dinheiro por bem móvel ou 
imóvel, de coisa por outra, de coisa por fato, de dinheiro por título de crédito, de coisa por obrigação de fazer etc.. 
 
Dação em pagamento é a modalidade de extinção de uma obrigação em que o credor pode consentir em receber coisa 
que não seja dinheiro, em substituição da prestação que lhe era devida. Assim dispõe o artigo 356 do Código Civil: o 
credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. 
 
 A dação é ―aliud pro alio‖ = uma coisa no lugar da outra. 
 
Ex.: Devo um Labrador, raça pura, e ofereço em seu lugar um gato vira-lata e o credor o aceita. 
* Não se confunde com obrigações alternativas nem facultativas 
 
Requisitos: 
 
a) Pluralidade de Débitos – mais de um débito, porém independentes entre si. Em um só débito não pode o credor ser 
obrigado a receber parcialmente. 
 
b) Um só credor e um só devedor - deve ter uma parte ativa e uma parte passiva da obrigação. 
 
c) Os débitos devem ser da mesma natureza – deve existir compatibilidade no pagamento. Pagamentos com dívidas 
em dinheiro são sempre compatíveis, não são compatíveis obrigações de dar com obrigações de fazer ou não fazer. 
 
d) As dívidas devem ser líquidas – uma dívida que dependa de apuração, quer judicial ou extrajudicial, não é líquida 
e não é certa. 
 
e) O pagamento ofertado pelo devedor deve ser suficiente para quitar ao menos uma das dívidas – o pagamento 
deve ser suficiente para uma ou mais de um a dívida. 
 
f) A dívida deve ser vencida – presume-se que o credor não queria receber, nem o devedor pagar, antes de a dívida 
vencer e tornar-se exigível. 
 
* Quando for estipulado preço pela coisa dada seguem-se as normas do contrato de compra e venda - Art. 357 
 
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do 
contrato de compra e venda 
 
2 
● Aqui significa que ao débito existente, a pessoa quer dar algo em pagamento da dívida, mas o credor, então 
busca estipular junto com o devedor, valor ao bem que o devedor está querendo dar em pagamento do seu 
débito, desta forma tem que seguir as normas do contrato de compra e venda. 
● Sendo assim, caso o devedor pague com um imóvel no valor de 800.000,00 mil reais, e a dívida total é de 
900.000,00, deve ele pagar o restante devido. 
* Quando for dado título de crédito, opera-se simples cessão - Art. 358 
 
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão. 
 
● Aqui temos, por exemplo, quando ao débito for pago em título de crédito, significa uma simples cessão de 
crédito. 
● No Art. 296 o cedente não se responsabiliza pela solvência do devedor, pois a cessão é ―pro soluto‖. 
 
Ex.: A pessoa não tem o dinheiro, mas tem um cheque de uma pessoa que é bom pagador, e no mínimo o devedor, 
tem que assegurar o pagamento, poderia ser também uma nota promissória 
 
 
● EVICÇÃO DA COISA DADA EM PAGAMENTO: 
 
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem 
efeito a quitação dada ressalvada os direitos de terceiros. 
 
É a perda da posse ou propriedade de um bem em razão do direito anterior de outrem, reconhecido seja administrativa 
ou judicialmente (ação de busca e apreensão, ou reivindicatória). 
 
A evicção tem a ideia de perda, onde o adquirente de um bem vem a perder a sua propriedade ou posse em virtude de 
decisão judicial que reconhece direito de terceiro sobre o mesmo. 
 
Existem três sujeitos: o alienante (devedor) (que responderá pelos riscos da evicção, ou seja, deverá ser 
responsabilizado pelo prejuízo causado ao adquirente); o evicto (credor) (o adquirente, que sucumbe à pretensão 
reivindicatória do terceiro); o evicto (terceiro)(o terceiro que prova o seu direito anterior sobre a coisa). 
 
Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, ou seja, perdê-la para o terceiro que prove ser o verdadeiro 
dono, desde antes da sua entrega, sendo que a obrigação primitiva será restabelecida, ficando sem efeito a quitação 
dada ao devedor. Sendo ressalvada a boa-fé de terceiros, é possível ainda se enunciar à regra que a invalidade da 
dação em pagamento importará sempre no estabelecimento da obrigação primitiva, perdendo efeito a quitação dada. 
 
Ex.: Imaginemos que A, está devendo R$500,00 à B, e A sabendo que B, é estudante de direito, se dirige a Biblioteca 
de uma faculdade, e pega três código (civil, penal e processo penal), comentados e esquematizados de direito, e 
oferece em pagamento à B, e B aceita, da a quitação a A. Quando B, vem pra faculdade recebe uma notificação que os 
livros que o mesmo está a utilizar são na verdade da biblioteca da mesma. O que deve acontecer agora? 
 
A faculdade irá recuperar os códigos de volta, e B, irá perder os códigos, essa perda dos códigos por B, é chamada de 
―evicção‖, ou seja, nada mais é que a perda da posse ou propriedade de um bem, em razão de um feito anterior de 
outrem. 
● Em nosso exemplo acima o Devedor é o Alienante, o Credor è o Evicto, e a Faculdade é o Evictor, o bem 
(livros) dados em pagamento pelo Alienante. 
● A evicção tanto pode ser dada de boa ou má de fé, e aí como fica essa obrigação do exemplo supra? 
● Recuperar coisa furtada é uma Evicção. Então a evicção nada mais é que o fenômeno, a perda da coisa. 
Portanto, só se dará a dação em pagamento quando preenchidos os pressupostos básicos como a existência de uma 
dívida, quando a coisa dada em pagamento for diferente da devida na obrigação e, principalmente, com a anuência do 
credor, porque este não é obrigado a receber coisa diversa da que fora pactuada, conforme prevê o artigo 313 do 
Código Civil. 
 
 
 
DA NOVAÇÃO: 
 
3 
A novação é uma das formas de pagamento indireto, em que há a substituição de uma obrigação anterior por uma 
obrigação nova, que é diferente da anterior. Por este motivo, a novação não produz a satisfação imediata do crédito. É 
considerado novo negócio jurídico, que possui os seguintes requisitos: a existência de uma obrigação anterior; que 
exista uma nova obrigação; e ³que exista a intenção de fazer a novação. 
 
.Art. 360. Dá-se a novação: 
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior; 
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; 
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. 
 
A novação é a modalidade da extinção da obrigação sem pagamento, por meio do qual não há constituição de uma 
nova divida em lugar de outra que é existente. Por encerrar a criação de uma nova obrigação diz-se ainda que a 
novação tenha causa geradora. 
Seus requisitos? 
R: 1 – consentimento das partes envolvidas 
2 – a existência de uma obrigação antiga 
3- a nova obrigação deve surgir no mesmo instante que a anterior se extingue. 
4 – a intenção de novar – animus novandi art. 361. 
 
Caso a obrigação nova seja nula, declarada anulável ou não tenha eventual condição suspensiva implementada, a 
obrigação velha sobrevive e o credor poderá, se o caso exige-la. 
 
Art. 361. Não havendo ânimo de novar , expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirmasimplesmente a primeira. 
 
- Deste modo, podemos observar que o ânimo de novar pode ser expresso ou tácito, mas deve ser sempre inequívoco, 
ou se já, que sobre ele não restem dúvidas. 
- nunca a novação será PRESUMIDA. 
 
Art. 362 - A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste. 
 
- a respeito de se admitir a ausência de consentimento do devedor, faz-se mister o consentimento do credor , ainda que 
este se dê , posteriormente, a declaração de vontade, do primeiro. 
- não se confunde cessão de crédito com novação, pois C. crédito extingue a obrigação por completo, já a novação da 
origem a uma nova (é uma fênix). 
 
Art. 363. Se o novo devedor for in solvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o 
primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição. 
 
- No caso da novação subjetiva e insolvência do novo devedor, o credor não terá ação contra o antigo devedor, exceto 
nas hipóteses de má-fé a solvência não é requisito de validade da novação e, logo, é ônus de credor averiguar as 
condições de liquidez do novo devedor. 
 
Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em 
contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados 
em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação. 
 
 
● Esse dispositivo compartilha da regra que o acessório acompanha o principal 
● Os acessórios e garantias poderão ser mantidos, na obrigação nova, desde que haja a concordância de todos os 
envolvidos. 
● Para que tais garantias de terceiros sobrevivam á novação, deve haver sua anuência expressa. 
 
Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens do que 
contrair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias do crédito novado. Os outros devedores solidários 
ficam por esse fato exonerado. 
 
● Havendo solidariedade passiva e novação se operar entre o credor e apenas um dos devedores, os demais 
ficarão exonerados da obrigação. Eventuais garantias e preferências ficaram mantidas apenas sobre os bens do 
devedor que participou da novação 
4 
● A novação da obrigação indivisível exonera os demais devedores, pela impossibilidade de cumprimento 
parcial da obrigação. 
 
 
Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor principal. 
 
● Esse dispositivo em questão, assim como o art. 364, defendem/ protegem interesses de terceiros, no caso de 
novação pactuada sem seu prévio conhecimento. 
 
 
Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou 
extintas. 
 
● Nada há de discutível na possibilidade de novação de obrigações anuláveis, dada a possibilidade que sejam 
ratificadas pelo devedor, nos casos de defeito sanável. Em casos de novação de obrigação anulável, há, 
automaticamente, a confirmação do vinculo no ato da novação, inexistindo a necessidade de que as partes 
deem declaração expressa nesse sentido. 
● No caso de obrigações nulas e extintas, a impossibilidade de novação decorre, do caráter extintivo e 
substituível do instituto em si. 
 
 
DA COMPENSAÇÃO: segue o quadro, resumindo de maneira simples a compensação. 
 
 
 
 
 
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações 
extinguem-se, até onde se compensarem. 
 
● É o próprio conceito do que seria a compensação. 
● A compensação, portanto, será total, se de valores iguais as duas obrigações; e parcial, se os valores forem 
desiguais. No último caso há uma espécie de desconto: abatem-se até a concorrente quantia. O efeito extintivo 
5 
estende-se aos juros, ao penhor, às garantias fidejussórias e reais, à cláusula penal e aos efeitos da mora, pois, 
cessando a dívida principal, cessam seus acessórios e garantias. 
● A compensação pode ser, também, legal, convencional e judicial. É legal, quando decorre da lei, 
independentemente da vontade das partes. É convencional, quando resulta de acordo das partes, dispensando 
algum de seus requisitos. E, por fim, é judicial quando efetivada por determinação do juiz, nos casos 
permitidos pela lei. 
 
 
Art. 369. A compensação efetua -se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. 
 
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se 
compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato. 
 
● Caso a obrigação se torne fungível, por ex: obrigação de dar coisa certa que se converte em pecúnia, poderá 
haver compensação. 
● As obrigações de fazer não podem ser objeto de compensação. 
● Ficam excluídas portanto, as obrigações que tenham a coisa, como um objeto certo e determinado. 
 
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua 
dívida com a de seu credor ao afiançado. 
● A é devedor de B, e F é seu fiador. A pode compensar com B se tiver credito, F pode compensar com B até o 
total da quantia devida por A, de modo que se sub-roga nos diretos de B depois de compensar. 
● É EXCESSÃO do art. 376 C.C 
 
Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação. 
● Tais prazos, ainda que não vencidos, não tornam a divida inexigível, logo, não obstem a oposição . 
● As dividas reciprocas entre si, poderão desde logo serem compensadas. 
 
Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: 
I - se provier de esbulho, furto ou roubo; 
II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos; 
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora 
 
● I- nada mais razoável que se restrinja a possibilidade de compensação nesse caso 
● II- a uma extensão da fungibilidade recíproca, exigindo-se para além do gênero e da qualidade também, a 
homogeneidade quanto a origem do débito 
● III- são bens referidos ao art. 833 no cpc 
 
Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia 
prévia de uma delas. 
 
● Por não se tratar de instituto de ordem pública, é facultada a renúncia á compensação. Este pode se dar tanto 
de modo expresso como tácito. 
 
Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever. 
● Ex: o Asilo São Vicente, ganha 30 Kg de carne de uma doação de sue Manoel, só que o Asilo deve 25 kg da 
mesma carne, neste caso, NÃO pode compensar, porque foi feito por terceiro, não tem reciprocidade de 
dividas na relação de compensação. 
 
Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não 
pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém , a 
cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha 
contra o cedente. 
 
● O princípio da personalidade não é apontado pela cessão de credito. Assim o devedor cedo, pode opor em 
compensação credito que tenha em face do cedente para o cessionário, desde que seja anterior a transferência 
da obrigação, devendo ser feita a oposição no momento da notificação. 
● Art. 294 completa este artigo. 
 
6 
Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução das 
despesas necessárias à operação. 
 
● É um artigoquestionado entre os doutrinadores. 
● Se não houve pagamento, não há o que se falar sobre despesas do mesmo. 
● Então quando feito o pagamento, e quem o fizer ( quérable ou portable) deve ter esse desconto. 
 
Art. 379. Sendo a m esma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no compensá-las, as 
regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento. 
 
● Complementado pelo art. 352 e 355 do c.c 
 
Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do 
seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exequente a compensação, de que contra o 
próprio credor disporia. 
 
● Nota-se que é somente a penhora efetuada antes de eventual tentativa de compensação. Aquela que se operou 
antes da tentativa de penhora é valida e eficaz, dado que , antes mesmo de tal tentativa, as dividas 
compensadas já se extinguiram mutuamente. 
 
 
DA CONFUSÃO: 
 
 
 
 
Art. 381. E extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam 
as qualidades de credor e devedor. 
 
* Portanto, ocorrerá a confusão quando na mesma pessoa se confundirem as qualidades de credor e devedor, em 
decorrência de um ato inter vivos ou mortis causa Assim, a obrigação também poderá ser extinta na mesma 
pessoa, quando através de um fato jurídico estranho à relação obrigacional, as figuras do devedor e do 
credor se reúnem na mesma pessoa. 
 
 
ART. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela. 
 
● Pode ser, portanto, total ou parcial. Na última, o credor não recebe a totalidade da dívida, por não ser o único 
herdeiro do devedor, por exemplo. Os sucessores do credor são dois filhos e o valor da quota recebida pelo 
descendente devedor é menor do que o de sua dívida. Neste caso, subsiste o restante da dívida. O efeito é 
semelhante ao da compensação, quando as duas prestações extinguem-se até onde se compensarem. 
 
 
7 
ART. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da 
respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade. 
 
● Em se tratando de obrigação solidária passiva, e na pessoa de um só dos devedores reunirem-se as qualidades 
de credor e devedor, a confusão operará somente até à concorrência da quota deste. Se ativa a solidariedade, a 
confusão será também parcial ou imprópria(em contraposição à confusão própria, abrangente da totalidade do 
crédito), permanecendo, quanto aos demais, a solidariedade. 
● A confusão extingue a dívida porque ninguém pode ser credor de si mesmo. Essa razão, todavia, não se 
verifica quando, ao lado de um devedor, existe outro credor ou outro devedor, como na solidariedade. Nesta 
hipótese, torna-se patente o princípio de que a confusão não afeta a obrigação e sim somente exime o devedor. 
 
 
ART.384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior. 
 
● O fenômeno pode acontecer, por exemplo, no caso de abertura da sucessão provisória em razão da declaração 
de ausência e posterior aparecimento do presumidamente morto, no caso de renúncia da herança ou ainda em 
caso de anulação de testamento já cumprido, que conferiu ao devedor direitos hereditários, confundindo-se 
nesse mesmo devedor o direito ao crédito e o onus debitoris. Nestas hipóteses, não se pode falar que a 
confusão efetivamente extinguiu a obrigação, mas que somente a neutralizou ou paralisou, até ser 
restabelecida por um fato novo. 
 
 
DA REMISSÃO DA DÍVIDA: 
 
Na remissão de dívidas, o credor por sua vontade abre mão do seu direito de crédito, com o objetivo de 
extinguir a relação obrigacional (É o perdão da dívida). Ainda sobre este assunto, nas palavras de Flávio 
Tartuce: ―A remissão é o perdão de uma dívida, constituindo um direito 
―Exclusivo do credor de exonerar o devedor‖ 
 
art. 385 A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro. 
 
● Será elemento essencial da remissão a vontade unilateral do credor, ainda que a extinção se encontre contida 
em um contrato (contrato liberatório ou colutório). 
● Para que a remissão se torne eficaz faz-se mister que o remetente seja capaz de alienar e o remitido capaz de 
adquirir, como expressa o art. 386, in fine, do Código Civil. Também é pressuposto indispensável que o 
devedor a aceitar, expressa ou tacitamente, pois se a ela se opuser nada poderá impedi-lo de realizar o 
pagamento . 
● Todos os créditos, seja qual for a sua natureza, são suscetíveis de remissão, desde que só visem o interesse 
privado do credor e a remissão não contrarie o interesse público ou o de terceiro. Em suma, só poderá haver 
perdão de dívidas patrimoniais de caráter privado. 
 
A remissão é presumida pela lei em dois casos: a) pela entrega voluntária do título da obrigação por escrito particular 
(CC, art. 386); e b) pela entrega do objeto empenhado(CC, art. 387). 
 
 
art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e 
seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir. 
. 
● Exige-se a efetiva e voluntária restituição do título pelo próprio credor ou por quem o represente, e não por 
terceiro. Daí a razão pela qual o legislador substituiu a expressão ―entrega do título‖, que constava do art. 
1.053 do Código de 1916, pela expressão ―devolução do título‖, mais adequada. 
 
art. 387 : A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da 
dívida. 
 
● Por conseguinte, se o credor devolve ao devedor, por exemplo, o trator dado em penhor, entende-se que 
renunciou somente à garantia, não ao crédito. Exige-se, pois, tal como no dispositivo anterior, ―restituição‖ 
pelo próprio credor ou por quem o represente e não meramente a ―entrega‖. A voluntariedade, por outro lado, 
é igualmente traço essencial à caracterização da presunção. 
 
8 
art. 388 : A remissão concedida a um dos co devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, 
ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte 
remitida. 
 
● Trata-se, na realidade, de especificação da regra já contida no art. 277 do mesmo diploma. Como foi dito 
oportunamente, o credor só pode exigir dos demais codevedores o restante do crédito, deduzida a quota do 
remitido. 
● Os consortes não beneficiados pela liberalidade só poderão ser demandados, não pela totalidade, mas com 
abatimento da quota relativa ao devedor beneficiado. A hipótese configura a remissão pessoal ou subjetiva, 
que, referindo-se a um só dos co devedores, não aproveita aos demais. 
● Também preceitua o art. 262, caput, do mesmo diploma que, sendo indivisível a obrigação, ―se um dos 
credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, 
descontada a quota do credor remitente‖. 
 
 
INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES: 
 
CONCEITO: é o não pagamento/cumprimento da obrigação, no modo, tempo, e lugar devido. 
 
INADIMPLEMENTO TOTAL E PARCIAL: TOTAL seria o inadimplemento da obrigação toda. Já a 
PARCIAL é o descumprimento de parte da obrigação. 
 
1. INADIMPLEMENTO ABSOLUTO: 
Art. 389 – Conceito: dá-se quando a obrigação não foi cumprida nem poderá sê-lo de forma útil ao credor. 
Ex.: fotografo que teria que realizar o seu trabalho no casamento, mas não compareceu, quebrando o contrato. Para os 
noivos não seria mais útil apósa data ajustada. Neste caso, o fotografo terá que se responsabilizar por perdas e danos, 
mais juros e atualização monetária e honorários de advogado. O objeto pode ser dar, fazer ou não fazer. 
Art. 390 – obrigações negativas (não fazer): o inadimplemento acontece quando o devedor deixa de realizar 
tal ato, ou seja, a partir do momento que ele não fez algo ele estará em mora. 
Art. 391 – responsabilidade patrimonial: quando o pagamento de perdas e danos não sendo suficiente, cabe à 
execução forçada, ou seja, é o patrimônio do devedor que responde por suas obrigações. 
Art. 392 – contratos benéficos e onerosos: 1º parte: contratos benéficos ou gratuitos: dispõe sobre a condição 
necessária para que haja imputação da responsabilidade ao causador do dano. Apenas uma pessoa se beneficia. 
Beneficiado – responde por simples culpa, mesmo que seja levíssima e o não beneficiado, somente impõe 
deveres, responde por dolo. A culpa grave e o dolo se equiparam. Ex.: João comprometeu por doação entregar uma 
coisa no dia 05/11/2016, na data de realizar a entrega do objeto, ele disse que não entregaria nada, não tendo motivo 
algum. 2º parte: contratos onerosos (bilateral): em que ambos obtêm proveito, ao qual corresponde um sacrifício, 
respondem os contratantes tanto por dolo como por culpa, em igualdade de condições, ―salvo as exceções previstas em 
lei‖ (art. 392, segunda parte). Em caso de força maior não haverá culpa, mas como há facilidade para furtar um boi 
que era objeto de um contrato, o dono da coisa responde por culpa. 
Art. 393 - Fato não imputável ao devedor: em regra, a parte obrigacional não responde por caso fortuito ou 
força maior, a não ser que isso tenha sido convencionado, por meio da cláusula de assunção convencional. 
§ ún - a expressão caso fortuito é empregada para designar fato ou ato alheio à vontade das partes, ligado ao 
comportamento humano ou ao funcionamento de máquinas ou ao risco da atividade ou da empresa, como greve, 
motim, guerra, queda de viaduto ou ponte, defeito oculto em mercadoria produzida etc. E força maior para os 
acontecimentos externos ou fenômenos naturais, como raio, tempestade, terremoto, fato do príncipe (fait du prince) 
etc. 
A inevitabilidade do caso fortuito ou força maior deve ser aferida mediante a verificação de dois elementos, 
sendo objetivo (homem médio) e outro subjetivo (raça, idade, sexo, escolaridade) para se achar a justiça, uma vez que 
a imprevisibilidade dever racional e específica, dentro de um caso concreto e não em abstrato. 
 
2. INADIMPLEMENTO RELATIVO (MORA): Trata-se da situação que embora não ocorra o 
cumprimento, ainda existe utilidade da prestação. Mora é o retardamento ou o imperfeito cumprimento da 
obrigação. 
Art. 394 – Mora: credor e devedor ambos descumprirem apenas um dos requisitos (lugar, tempo e forma) encontram-
se em mora. 
1. Mora Debitoris ou solvendi: trata-se da forma mais comum da mora e ocorre quando 
culposamente o devedor não cumpre a obrigação no tempo, lugar ou forma convencionada. 
1.1. Requisitos: 
9 
a. Existência da divida líquida e certa: a obrigação deve ser certa quanto a sua existência e líquida 
quanto ao seu conteúdo. Se não souber o montante da divida, não se sabe como cobrar. 
b. Vencimento (exigibilidade): a divida deve estar vencida para que se possa exigir o pagamento. 
Portanto não há em que se falar em mora antes do vencimento. 
c. Culpa do devedor: Art. 396 – para que ocorra inadimplemento, inclusive o relativo deve exigir 
culpa por parte do devedor, atraso de caso fortuito e força maior são hipóteses de excludentes, ou 
seja, o inadimplemento, por si, faz presumir a culpa do devedor, salvo prova, por ele produzida, 
de caso fortuito ou força maior. Não basta, portanto, o fato do não cumprimento ou cumprimento 
imperfeito da obrigação. Essencial à mora é que haja culpa do devedor no atraso do 
cumprimento. 
 
1.2. Efeitos 
a. Responsabilidade pelos prejuízos: responsabilidade do devedor. Art. 395 
a.1. Responsabilidade pelo risco de destruição da coisa – perpetuatio obligationis: no 
período em que existir a mora do devedor, este responderá pelo risco de destruição da coisa 
ainda que decorrente de caso fortuito ou força maior. Durante a mora: ex.: obrigação de 
restituir. Não cumprida à obrigação no prazo, onde estando o devedor em mora, o bem da 
obrigação venha ser furtado, neste caso, não valerá a regra res perit domino, o devedor deverá 
arcar com os prejuízos mais o art. 395 do CC/02. Exceção art. 399 2ª parte: Culpa pela mora: 
responde o devedor moroso pela impossibilidade da prestação, ainda que decorrente de caso 
fortuito ou de força maior. Se o devedor está em mora quando sobrevém a impossibilidade 
casual da prestação, é seu o risco, ainda que este coubesse em princípio ao credor (este suporta 
(credor), em princípio, o risco proveniente de a prestação se impossibilitar por caso fortuito ou 
de força maior). Ex.: carro com problemas mecânicos. O devedor ainda em mora, o objeto 
explode. Mesmo estando no prazo, o bem poderia dar problema. 
1.3. Forma de Constituição em mora 
a. Mora ex re: ocorre quando se tratar de obrigação positiva (dar ou fazer) líquida e certa. Por 
conseguinte, quando a obrigação é positiva (dar ou fazer) e líquida (de valor certo), com data 
fixada para o pagamento, seu descumprimento acarreta, automaticamente, sem necessidade de 
qualquer providência do credor, a mora do devedor. 
b. Mora ex persona: dies interpellat pro homine (o dia do vencimento interpela pelo homem, 
isto é, interpela o devedor, pelo credor). Não havendo termo, ou seja, data estipulada, ―a mora 
se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial‖. §ún do art. 397. Ex.: contrato 
de comodato. Não tem uma data. 
c. Mora presumida / irregular: ocorre a partir do ato ilícito, sendo o devedor em mora desde 
quando praticou. Não se sabe o valor do débito, mas sabe que existe. Nem sempre a mora 
deriva de descumprimento de convenção. Pode decorrer também de infração à lei, como na 
prática de ato ilícito. Art. 398. 
2. Mora creditoris ou accipiendi: quando o credor se recusa a receber o pagamento no tempo e 
lugar; exigindo-o por forma diferente ou pretendendo que a obrigação se cumpra de modo diverso. 
2.1. Efeitos art. 400: 
a. Subtrai do devedor o ônus pela guarda da coisa de forma que, somente responde pela perda em 
caso de dolo; 
b. Obriga o credor a ressarcir o devedor as despesas pela guarda da coisa; 
c. Sujeito ao credor receber a coisa pela estimação mais favorável ao devedor, se o preço sofrer 
oscilações de forma que o devedor terá direito ao preço mais favorável. 
3. Purgação da mora: mesmo que quitar uma divida, deixando de ser inadimplente. 
Art. 401 do Código Civil estabelece, em dois incisos os modos pelos quais se dá a purgação da 
mora pelo devedor e pelo credor. I - A do devedor concretiza-se mediante a oferta da prestação atrasada ―mais os 
prejuízos decorrentes até o dia da oferta‖, como os juros moratórios, a cláusula penal e outros eventualmente 
ocorridos. II - Por parte do credor, purga-se a mora ―oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos 
efeitos da mora até a mesma data‖, ou seja, o culpado pela mora tem de arcar com os prejuízos que causou. Há que se 
observar, porém, que o credor não incide em perdas e danos; daí que a remissão a ser feita é ao disposto no art. 400. A 
diferença se deve ao fato de o credor não estar, em princípio, obrigado a receber, pois o que o devedor tem é o direito 
de se liberar da obrigação, o que é diverso. Daí que pode alcançar a liberação mediante a consignação em pagamento. 
Isso não significa que não possa a atitude do credor gerar despesas e encargos para o devedor, que tem o direito de ser 
ressarcido pelas mesmas. 
 
Pergunta: 
10 
 - Purgaçãonão se confunde com a cessação da mora? Por 
quê? A cessação da mora é diferente da purgação. Nela, o efeito 
não depende daquele que agiu em mora, mais sim da outra parte. 
Ela decorre da extinção da obrigação. A cessação produz efeitos 
pretéritos, pois afasta os já produzidos. 
 
 
3. PERDAS E DANOS 
3.1. CONCEITO: Os prejuízos materiais, morais e estéticos causado de uma parte a outra em 
razão de descumprimento da obrigação. Súm. 387 STJ (pode ocorrer a acumulação de danos estético e 
moral). 
3.2. ESPECIES DO DANO: 
A. Dano emergente: trata-se de prejuízos efetivos, da diminuição patrimonial sofrida pela vitima. 
Obs.: é de mais fácil à quantificação, pois se analisa o patrimônio antes e após o inadimplemento. Art. 402. 
B. Lucros cessantes: traduz-se em reflexo futuro do ato danoso sobre o patrimônio da vítima, 
consistindo na perda de um ganho esperado, na frustração da expectativa de lucro, na potencial diminuição do 
seu patrimonial. Nesse caso o razoavelmente refere-se à existência do lucro e não do seu montante (lucro 
líquido). Art. 402. 
As duas primeiras espécies são danos patrimonial ou material, monetariamente avaliáveis. 
C. Danos morais: trata-se de lesão de direitos da personalidade, possuindo caráter extrapatrimonial. 
Neste caso, não há efetivo ressarcimento, pois não se faz possível quantificar algo que não tem valor monetário 
ou de valor inestimável. Mas sim, trata-se de uma compensação art. 186, com fundamento no art. 5º, X da CF 
e súmula 37 do STF. 
Na compensação: 
➢ Não se faz possível a tarifação legal, de acordo com a súmula 281 do STJ; 
➢ Não se deve arbitrar quantia simbólica mais também não se deve arbitrar montante que 
cause enriquecimento sem causa; 
➢ Analisar circunstancia no caso concreto, tais como, extensão da lesão, grau de culpa ou 
dolo do lesante, o caráter antissocial da conduta, a repercussão social do dano e a situação 
econômica do lesante. 
A pessoa jurídica não sente dor, não tem sentimentos, sendo assim havendo um dano, o dano será 
patrimonial e não moral, portanto, ela responde por dano material e não moral. Posição do professor 
Danilo. A Súmula 227 do STJ, diz que a pessoa jurídica pode sofrer um dano moral, mas há uma grande 
divergência como a 4ª Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal, no enunciado 286 
(referente ao art. 52 do CC/02), reconheceu que a pessoa jurídica não é titular de direito de 
personalidade, razão pela qual não sofre dano moral; não excluindo, no entanto, a possibilidade de 
essas pessoas sofrerem dano econômico em virtude de suposta "ofensa moral": "os direitos da 
personalidade são direitos inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não 
sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos". 
 
D. Danos estéticos: significa lesão a beleza física, ou seja, a harmonia das formas externas de alguém. 
Deve-se levar em consideração a modificação sofrida pela pessoa ao que ela era. Grande parte da doutrina 
entende na verdade que, ou se trata de dano moral (dor sofrida), ou dano material (emergente – despesas 
médicas ou lucros cessantes) ex.: autor que perdeu trabalhos por decorrência de uma cicatriz. 
 
Art. 403 – Danos hipotéticos: Trata-se de aplicação da teoria dos danos diretos e imediatos, formulada a 
propósito da relação de causalidade, que deve existir, para que se caracterize a responsabilidade do devedor. Assim, o 
devedor responde tão só pelos danos que se prendem a seu ato por um vínculo de necessariedade, não pelos resultantes 
de causas estranhas ou remotas. Resumindo, não será indenizado, pois não há nexo de causalidade, seu efeito é direito 
e imediato. 
Art. 404 – Obrigação de pagar quantia em dinheiro: Se o credor não chegou a ingressar em juízo, o devedor 
pagará, além da multa, se estipulada, os juros moratórios e eventuais custas extrajudiciais, como, por exemplo, as 
despesas com o protesto dos títulos ou com as notificações efetuadas pelo cartório de títulos e documentos. 
§ ún – Indenização suplementar: os juros de mora são um mínimo de indenização (incidem 
automaticamente) se os juros não bastarem bem como a multa, o juiz irá aferir indenização suplementar. Ex.: 
pagamento de uma prestação que vence dia 05/10/2016 no valor de 1.000,00 com 1% de mora a.m. e 2% de multa 
pelo atraso. O sujeito paga a divida dia 05/11/2016 com um acréscimo de 30,00. Este acréscimo será a indenização 
suplementar. 
Art. 405 - Estabelece o Enunciado n. 1 63, da III Jornada de Direito Civil que: "A regra d o art. 405 do CC/02 
aplica-se somente à responsabilidade contratual, e não aos juros moratórios na responsabilidade extracontratual, em 
11 
face do disposto no art. 398 do CC, não afastando, pois, o disposto na Súmula 54 do STJ". Por essa última Súmula, no 
caso de ato ilícito, "os juros moratórios fluem a partir do evento danoso em caso de responsabilidade extracontratual". 
Ex.: O passageiro de um ônibus sofre danos em decorrência de um acidente com o coletivo, os juros moratórios são 
devidos a partir da citação inicial, por se tratar de responsabilidade contratual (contrato de adesão, celebrado com a 
transportadora). Mas se a vítima é um pedestre, que foi atropelado pelo ônibus, os juros são contados desde a data do 
fato (responsabilidade extracontratual). 
 
4. DOS JUROS 
4.1. CONCEITO: Juros são os rendimentos do capital. São considerados frutos civis da coisa, 
assim como os aluguéis. Representam o pagamento pela utilização de capital alheio. Integram a classe das 
coisas acessórias. Os juros cobrem os riscos de inadimplemento. Juro é o preço do uso do capital. Ele há 
um tempo remunera o credor por ficar privado de seu capital e paga-lhe o risco em que incorre de o não 
receber de volta. 
4.2. CLASSIFICAÇÃO DOS 
JUROS 
➢ Juros compensatórios ou remuneratórios: são os devidos como compensação pela utilização de 
capital pertencente a outrem. Resultam de uma utilização consentida de capital alheio. Art. 591. 
➢ Juros Moratórios: são os incidentes em caso de retardamento na sua restituição ou de 
descumprimento de obrigação. Art. 406. 
➢ Juros convencionais: são ajustados pelas partes, de comum acordo. Resultam, pois, de convenção por 
elas celebrada. Ex.: financiamento. 
➢ Juros legais: são previstos ou impostos pela lei. Ex.: juros moratórios. 
➢ Juros simples: são aqueles que somente incidem sobre o capital inicial. 
➢ Juros compostos ou anatocismo: são capitalizados anualmente, calculando-se juros sobre juros, ou 
seja, os que forem computados passarão a integrar o capital. 
Obs.: aos juros simples e compostos – as instituições financeiras podem efetivar capitalização mensal 
aos juros compostos, mas para tanto deve constar tal possibilidade expressamente no contrato. 
 
Art. 407 - Aqui se tem uma das hipóteses excepcionantes à exigência do dano. É a hipótese da mora, porque 
se entende que, ocorrendo esta, seja qual for o tipo de obrigação a ser cumprida, a lei presume, de maneira absoluta, 
que causa prejuízo para o credor. Daí a desnecessidade de alegação do prejuízo, pois a simples mora já é entendida 
como caracterizadora dele. A aplicação não fica restrita às dívidas de dinheiro, mas também a qualquer outro tipo de 
obrigação, desde que se tenha alcançado a liquidação do débito. 
 
5. CLÁUSULA PENAL 
5.1. CONCEITO: é obrigação acessória, pela qual se estipula pena ou multa destinada a evitar o 
inadimplemento da principal, ou o retardamento de seu cumprimento. 
5.2. NATUREZA JURIDICA: obrigação acessória. 
Art. 408 - A cláusula penal é a prefixação das perdas e danos resultantes de culpa contratual, apenas. Assim, 
se há outros prejuízos decorrentes de culpa extracontratual, o seu ressarcimento pode ser pleiteado, 
independentemente aquela. 
Art. 409 - Pode ser estipulada conjuntamentecom a obrigação principal, ou em ato posterior, sob a forma de 
complemento, reconhecendo tratar-se de duas obrigações diversas. Desse modo, a invalidade da obrigação principal 
importa a da cláusula penal, mas a desta não induz a daquela, como preceitua o art. 184 do CC/02. Resolvida à 
obrigação principal, sem culpa do devedor, resolve-se a cláusula penal. Embora geralmente seja fixada em dinheiro, 
algumas vezes toma outra forma, como a entrega de uma coisa, a abstenção de um fato ou a perda de algum benefício, 
como, por exemplo, de um desconto. 
Assim, se decorrer de mora, será cláusula penal moratório, enquanto se decorrer de inadimplemento absoluto, será 
cláusula penal compensatória. 
5.3. ESPECIES DE CLAUSULA PENAL 
➢ Compensatória: art. 410 – beneficio ao credor: A este compete, pois, escolher entre cobrar a multa 
compensatória ou exigir o cumprimento da prestação. O devedor não pode preferir pagar a multa 
para não cumprir a prestação, se o credor optar por esta última solução. Quando estipula para a 
hipótese de total inadimplemento da obrigação. O dispositivo proíbe a cumulação de pedidos. A 
alternativa que se abre para o credor é: a) pleitear a pena compensatória, correspondente à fixação 
antecipada dos eventuais prejuízos; ou b) postular o ressarcimento das perdas e danos, arcando com 
o ônus de provar o prejuízo; ou, ainda, c) exigir o cumprimento da prestação. Não pode haver 
cumulação porque, em qualquer desses casos, o credor obtém integral ressarcimento, sem que 
ocorra o bis in idem. Caso haja precisão expressa no contrato, poderão ser acumuladas. 
12 
➢ Moratória: art. 411 - destinada: a) a assegurar o cumprimento de outra cláusula determinada; ou b) 
a evitar o retardamento, a mora. 
 
RESUMINDO: 
 
 
 
 
 
5.4. FUNÇÃO DA CLÁUSULA PENAL 
➢ Coercitiva: intimidação, para compelir o devedor a cumprir a obrigação e, assim, não ter de pagá-
la; 
➢ Indenizatória: estipula o valor devido a titulo de indenização independentemente de prova do 
prejuízo, pré-fixando as perdas e danos. 
Art. 412 – Valor da cláusula penal: valor máximo é de 100%, tendo a possibilidade de ser uma obrigação 
diversa (dar, fazer, não fazer), não podendo exceder o valor principal. 
Art. 413 – há duas possibilidades: a) por ordem pública: principio da função social dos contratos. À medida 
que o devedor vai cumprindo o contrato, consequentemente haverá uma diminuição do valor da cláusula penal; b) o 
juiz se utilizará da técnica da ponderação para reduzir o valor da cláusula penal manifestamente excessiva, observando 
a natureza e a finalidade do negócio. 
 
ABONO DE PONTUALIDADE: Trata-se de um desconto, para o condômino, o locatário ou o aluno de 
universidade particular, por exemplo, que pagar, respectivamente, as despesas condominiais, o aluguel e a taxa escolar 
até o dia do vencimento. 
O Tribunal de Justiça de São Paulo tem considerado indevida a cumulação, nos contratos, do referido abono 
com cláusula penal moratória, por importar previsão de dupla multa e alteração da real data de pagamento da 
prestação. Ex.: O contrato prevê que, se a mensalidade escolar, no importe de R$ 100,00, for paga até o dia 5 do mês, 
haverá um desconto de 20%; se paga até o dia 10, o desconto será de 10%; e, se paga na data do vencimento, dia 15, 
não haverá desconto. Entretanto, se houver atraso a multa moratória será de 10%. 
Na realidade, o valor da prestação é de R$ 80,00, pois se deve descontar o abono de pontualidade de 20%, 
que é cláusula penal disfarçada. Então, temos no contrato duas cláusulas penais cumuladas: a primeira, que 
transforma o valor da prestação de R$ 80,00 em R$ 100,00; e a segunda, aplicada após o vencimento, que transforma 
o valor de R$ 100,00 em R$ 110,00. 
 
Art. 414 – Pluralidade de devedores: Quando a obrigação é indivisível e há pluralidade de devedores, basta 
que um só a infrinja para que a cláusula penal se torne exigível. Do culpado, poderá ela ser reclamada por inteiro. Mas 
dos demais codevedores só poderão ser cobradas as respectivas quotas. 
§ún - quem sofre a final, as consequências da infração contratual é o próprio culpado, que terá de reembolsar 
os codevedores inocentes. 
Art. 415 – Quando a obrigação for divisível. Infringida a obrigação principal por um único devedor, ou pelo 
seu herdeiro, só o culpado responderá pela multa, proporcionalmente à parte que tiver na obrigação principal, pois a 
cláusula penal, de natureza acessória, segue a condição jurídica da principal. 
Art. 416 – Basta ser descumprida que haverá um prejuízo. A fixação da cláusula pode servir de prefixação 
das perdas e danos, mas sua finalidade não é exclusivamente esta, de forma que não é exigido o prejuízo como 
condição para o pedido do cumprimento da cláusula penal. Sua previsão pode equivaler à de uma condição 
suspensiva, ou seja, se ocorrida à inexecução absoluta, ou a mora, dá-se a exigibilidade da cláusula penal, evitando-se 
qualquer discussão relativa a perdas e danos. 
§ún - Vem a constituir uma exceção na sua segunda parte, visto que a regra geral está na primeira, em que se 
nega a possibilidade de o credor alegar a insuficiência da cláusula penal em face do prejuízo ocorrido. Há que se 
lembrar que ao credor é dada a opção: ou exigir as perdas e danos, com suas inconveniências, ou pedir a cláusula 
penal. Feita tal opção, em princípio não se permite voltar atrás, buscar a via deixada de lado. Daí a segunda parte ter 
de excepcionar expressamente, ressalvando às partes, no exercício da autonomia privada, a possibilidade de fixação da 
cláusula penal como valor mínimo da indenização, incumbindo ao credor a prova da insuficiência para cobrir as 
 
Multa 
compensatória 
Obrigação 
principal 
 Multa 
13 
perdas e danos. Tal disposição, porém, traz, desde logo, uma dificuldade, que é a limitação prevista no art. 412, como 
limite da cláusula penal, aí pensada como forma de cabal satisfação das perdas e danos. 
 
6. DAS ARRAS OU SINAL 
6.1. CONCEITO: Sinal ou arras é quantia ou coisa entregue por um dos contraentes ao outro, 
como confirmação do acordo de vontades e princípio de pagamento. 
6.2. NATUREZA JURIDICA: Contratos bilaterais translativos do domínio, dos quais constitui 
pacto acessório. 
6.3. FUNÇÕES DAS ARRAS: 
Art. 417 - Além de confirmar o contrato, tornando-o obrigatório, e de servir de prefixação das perdas e 
danos quando convencionado o direito de arrependimento, as arras atuam, também, como começo de pagamento. O 
sinal constitui princípio de pagamento quando a coisa entregue é parte ou parcela do objeto do contrato, ou seja, é do 
mesmo gênero do restante a ser entregue. Assim, por exemplo, se o devedor de dez bicicletas entrega duas ao credor, 
como sinal, este constitui princípio de pagamento. Mas se a dívida é em dinheiro e o devedor entrega duas bicicletas a 
título de sinal, estas constituem apenas uma garantia e devem ser restituídas, quando o contrato for cumprido, isto é, 
quando o preço total for pago. 
 
6.4. ESPECIES: Confirmatórias ou penitenciais. Sua principal função é confirmar o contrato, 
que se torna obrigatório após a sua entrega. 
Art. 418 – A primeira parte, relativa à retenção. Se o faltoso for quem deu arras — nesse caso, perdê-las-á 
em favor do outro. A parte que se manteve firme no contrato retém as arras recebidas como antecipação da 
indenização pela infidelidade da outra. Não há, aqui, que fazer prova do dano. O simples fato da inexecução culposa 
autoriza que ele as retenha. Já na segunda parte, relativa à inexecução de quem recebeu as arras, a previsão é mais 
grave, porque, além da prestação, deverá arcar, ainda, com o equivalente, atualizado monetariamente, juros e 
honorários advocatícios. 
Art. 419 – Arras confirmatórias: tem-se que as arras são omínimo, e que a integridade do prejuízo pode 
ser demandada. O requisito subjetivo é qualificado pela denominada inocência, ou seja, quem não deu causa à 
inexecução do que se projetava contratar e executar como contrato. A segunda parte do dispositivo deixa claro que a 
execução do contrato, ou seja, da obrigação principal, pode ser pedida mesmo que se haja tomado as arras como 
mínimo indenizatório, o que, mais uma vez, reforça que não pode ser tomada como estimativa das perdas e danos. 
Art. 420 – Arras penitenciais: as partes convencionar o direito de arrependimento, porque atuam como 
pena convencional, como sanção à parte que se valer dessa faculdade. Acordado o arrependimento, o contrato torna-se 
resolúvel, respondendo, porém, o que se arrepender, pelas perdas e danos prefixados modicamente pela lei: perda do 
sinal dado ou sua restituição em dobro. A duplicação é para que o inadimplente devolva o que recebeu e perca outro 
tanto. Não se exige prova de prejuízo real. Por outro lado, não se admite a cobrança de outra verba, a título de perdas e 
danos, ainda que a parte inocente tenha sofrido prejuízo superior ao valor do sinal. Súmula 412 do STF.

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