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RESUMÃO – CIVIL IV Breves considerações: Diferença entre posse e propriedade → Registro. Transformação de posse em propriedade → só por USUCAPIÃO. Posse não se vende, se CEDE. Dto das coisas: complexo de normas regulares das relações jurídicas concernentes aos bens sucetivos de apropriação pelos homens. DIREITO REAL Conceito: é poder jurídico direto e imediato do titular sobre a coisa. Com exclusividade e contra todos. Dto pessoal: relação onde o sujeito ativo pode exigir do passivo determinada prestação. Teoria Dualista ou Clássica: dto real e dto pessoal são ramos distintos. Características do Dto real: a. Oponibilidade erga omnes: sujeição de todos. b. Direito de sequela: privilégio que o titular de dto real tem de seguir, perseguir, ou ir à busca do bem que lhe pertence, cabendo ação contra aquele que o detenha. Ele terá o dto sobre o bem, ainda que o mesmo esteja em poder de terceiros. c. Exclusividade: não podem haver 2 dtos reais de igual conteúdo sobre a mesma coisa. d. Preferência: as instituições financeiras (bancos) preferem a garantia de direito real à outros direitos. Ex: o banco pede jóias ou um imóvel como garantia em empréstimos. e. Taxatividade: dtos reais são apenas aqueles enumerados na lei. Numerus clausus= nº fechado. Dto real sobre coisa alheia: hipoteca, penhor. Dto real sobre coisa própria: propriedade. Dto real ilimitado: propriedade Dto real limitado: usufruto, hipoteca. Objeto do dto real: coisas corpóreas (móveis ou imóveis) ou incorpóreas (propriedade artística, literária e científica). Obs: Obrigações propter rem: obrigações que perseguem a coisa onde quer que ela esteja. Não decorrem da vontade do titular, mas decorrem da coisa. Ex: pagar taxa condominial. POSSE Conceito: É possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Natureza Jurídica: Teoria subjetiva de Savigny: posse = corpus (detenção física da coisa) + animus (intenção de tê-la como sua; comportamento de dono) Teoria objetiva de Ihering: o animus já está incluído no corpus. Basta o corpus para a caracterização da posse. Classificação da Posse: Direta: corpus decorrente de um contrato. Indireta: Animus, vontade de utilizar a coisa como se fosse o dono. Justa: desprovida de vícios. Injusta: posse viciada. Vícios: Violência: uso de violência contra a pessoa. Clandestinidade: às escondidas. Precariedade: abuso de confiança; violação de um dever de restituir. De boa fé: não há ciência da existência de vícios. De má-fé: há ciência da posse viciada. Originária: não há vínculo entre antecessor e sucessor da posse. Derivada: há relação entre antecessor e sucessor. Ad interdicta: pode ser defendida pelos inteditos possessórios. Ad usucapionem: é pressuposto de usucapião. Composse: 2 ou + pessoas possuem coisa indivisa, podendo cada uma exercer sobre ela atos possessórios, sem excluir os dos outros compossuidores. EFEITOS DA POSSE: a) DIREITO AOS FRUTOS FRUTOS Naturais: se renovam e desenvolvem pela força da natureza. Ex: maçã. Civis: rendas produzidas pela coisa em razão de utilização por outrem. Ex: aluguel. Industriais: surgem pelas mãos do homem. Ex: Produção da fábrica. Pendentes: presos à coisa que o produziu. Percebidos/Colhidos: separados da coisa que o produziu. Estantes: separados p/ venda. Percipiendo: deviam ser, mas não foram colhidos. Consumidos: não existem mais pois foram utilizados. Regras de restituição - O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. - Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. - Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. - O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. Responsabilidade - O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. - O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. b) DIREITO ÀS BENFEITORIAS Necessárias: fim de conservação ou p/ evitar deterioração. Úteis: aumentam ou facilitam o uso do bem. Voluptuárias: de mero deleite ou recreio. Regras de indenização - O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. - Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. - As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. - O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má- fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. AGRESSÕES À POSSE: 1. Esbulho: agressão que culmina na perda da posse. Ação: Reintegração de posse. 2. Turbação: agressão que embaraça o exercício normal da posse. Ação: Manutenção de Posse. 3. Ameaça: risco de esbulho ou turbação. Ação: Interdito proibitório. Interditos possessórios: denominação genérica dada às ações possessórias que visam defender as agressões à posse. Obs: se no caso concreto houver modificação da agressão à posse, aplica- se o princípio da fungibilidade das ações possessórias. Não vai precisar entrar com nova ação. Basta peticionar informando que o esbulho se consumou. Legitimado ativo: quem tem ou já teve a posse. Legitimado passivo: quem agride a posse alheia. DIREITO DAS COISAS POSSE DIREITOS REAIS *PROPRIEDADE O R I G E M E S T A D O Obs: a escritura pública com cláusula expressa de transferência da posse transfere a posse, no momento da assinatura, ao novo proprietário, podendo este lançar mão dos interditos possessórios. TUTELA ANTECIPADA Na posse de força nova (possuidor que esteja a menos de 1 ano e 1 dia) é possível a concessão de liminar das ações possessórias p/ a retirada imediata do invasor. AQUISIÇÃO DA POSSE Meios de tradição 1. Real: entrega efetiva e material da coisa. Ex: entrega de um livro. 2. Simbólica: atos simbólicos. Ex: entregar as chaves da casa. 3. Ficta ou Consensual: advém de um ato de vontade. a. Constituto possessório: o vendedor transfere a alguém o domínio (propriedade) mas conserva-se em seu poder como locatário. b. Traditio brevi manu: o possuidor de coisa alheia passa a possuí-la como própria. Ex: locatário que adquire a propriedade da coisa locada. ACESSÃO DA POSSE A posse pode ser adquirida por sucessão: 1. Inter vivos: deriva de um ato entre vivos. Ex: compra e venda. 2. Mortis causa: a. Universal: o herdeiro sucederá a totalidade ou fração da herança. b. Singular: o testador deixa ao beneficiário um bem certo e determinado, chamado de legado. PROPRIEDADE Faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o dto de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. É o dto real mais completo e o núcleo do dto das coisas. Elementos: sujeito ativo, coisa e poder (domínio). Ação reivindicatória:dto do proprietário de reaver a coisa das mãos de quem quer que a possua ou detenha. (Sequela) Aquisição dos dtos reais (Transferência da propriedade) Bens móveis: tradição Bens imóveis: registro do título FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE - Finalidades econômicas e sociais - Preservação da flora, fauna, belezas naturais, etc, evitar a poluição. - Propriedade rural: utilização adequada dos recursos naturais, observância das disposições que regulam as relações de trabalho e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL PELA POSSE-TRABALHO (Semelhante à usucapião) O proprietário pode perder a coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por + de 5 anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, obras e serviços social e economicamente relevante. Neste caso, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. CARACTERÍSTICAS DO DTO REAL DE PROPRIEDADE Exclusivo, ilimitado, perpétuo, erga omnes (contra todos) e elástico (sequela). RESTRIÇÕES LEGAIS DE INTERESSE PÚBLICO E PRIVADO AO DTO DE PROPRIEDADE Privado: Ex: Convenção de condomínio. Público: Exemplos: Dto de construção. A prefeitura poderá intervir, impondo limites/restrições. As jazidas, recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica pertencem à União. Desapropriação por necessidade/utilidade pública/ interesse social, mediante indenização. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. MODOS DE AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE IMÓVEL 1. DIREITO HEREDITÁRIO Aberta a sucessão, a herança transmite-se aos herdeiros e testamentários. O inventário é feito devido ao princípio da continuidade dos registros p/ o herdeiro figurar como titular do dto real de propriedade. 2. REGISTRO DE TÍTULO Princípios do registro: publicidade, fé-publica, legalidade, territorialidade, continuidade, prioridade e especificidade. Atos do Registro: a. Matrícula: registro inaugural do imóvel. Só pode ser cancelada por decisão judicial, desdobro (loteamento) ou fusão (remembramento). b. Registro: sucede a matrícula. Ato que transfere efetivamente a propriedade. c. Averbação: qualquer anotação feita p/ indicar alterações ocorridas. 3. ACESSÃO Dto do proprietário de acrescer aos seus bens tudo o que se incorpora, natural ou artificialmente, a estes. Pode se dar por: I - Formação de ilhas. Acúmulos de areia e materiais levados pela correnteza. Formadas em rios públicos ou rios navegáveis = pertencerá à pessoa de direito público. Formadas em correntes comuns ou particulares = pertencerá aos proprietários ribeirinhos. II – Aluvião. Acréscimo gradual de terras às margens de um rio LENTA e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ou desvio das águas. Pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. III – Avulsão. Uma porção de terra se destaca de um prédio e se junta a outro por força NATURAL VIOLENTA. O dono da porção desfalcada tem o direito de reclamar de volta essa porção que perdeu (dentro de 1 ano). Havendo a reclamação, o dono do prédio acrescido poderá: aceitar a remoção ou guardar a porção de terra, indenizando o proprietário desfalcado. IV - Abandono de álveo. Álveo: superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural. O álveo abandonado pertence aos proprietários ribeirinhos das margens. Os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso não tem direito indenização. V - Plantações ou construções. Regra: Construções e plantações existentes em um prédio presumem-se feitas pelo proprietário à sua custa, até que se prove o contrário. Exceções: 1. O dono do solo edifica/planta em terreno próprio, com sementes/materiais alheios. Ele deverá pagar as sementes/materiais, a fim de evitar enriquecimento indevido. Se o dono do solo usou de má fé (sabendo que a semente/material eram alheios, responde pelo valor deles e também por perdas e danos). 2. O dono das sementes/materiais planta/constrói em terreno alheio. O dono do solo será proprietário das plantas/construções, mas o dono das sementes/materiais tem dto à indenização (se agiu com boa-fé) ou deverá repor, se possível, (se agiu de má fé). Obs: Se a construção/plantação exceder o valor do terreno, aquele que plantou/edificou de BOA FÉ passará a ser proprietário do solo, desde que pague a indenização. (Só é aplicável nos casos de construções/plantações NOVAS). Se ambos estiverem de má fé (proprietário do solo e o dono das sementes/materiais), o proprietário do terreno adquire as plantas e construções (porque a acessão é uma das modalidades de aquisição), mas fica obrigado a indenizar o valor. A má fé do proprietário é presumida quando o trabalho de construção ou lavoura se fez na sua presença e sem sua impugnação. 3. Terceiro planta/edifica com semente/material alheios, em terreno alheio. O proprietário das sementes/materiais poderá cobrar do proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do plantador/construtor. USUCAPIÃO Requisitos: Pessoais: PF ou PJ Reais: o bem móvel ou imóvel Formais: animus domini = intenção de ser dono Natureza Processual: ação de natureza declaratória. Espécies: 1. Extraordinária: 15A, independe de título e boa-fé. Obs: Cai p/ 10A, se era moradia habitual ou houve obras/serviços produtivos. 2. Ordinária: 10A, com título e boa-fé. Obs: 5A, se era moradia ou houve investimentos sociais e econômicos. 3. Especial: a) Rural (ou Pro labore) Não tem outro imóvel, 5A, zona rural, inferior a 500mil m², tornou-a produtiva morando nela. B) Urbana Não tem outro imóvel, 5A, área urbana, até 250m², sendo sua moradia. 4. Familiar: 2A, imóvel urbano de até 250m², cuja propriedade divida com ex- cônjuge/companheiro que abandonou o lar, utilizando-o p/ moradia, não tendo outro imóvel. 5. Coletiva: Área urbana, + de 250m², ocupadas por população de baixa renda para moradia, por 5A, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não tenham outro imóvel. MODOS DE AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE MÓVEL 1. Usucapião (1260) a) Ordinária: 3A, com justo título e boa-fé. b) Extraordinária: 5A, ainda q sem justo título ou boa fé. 2. Ocupação (1263) Tomar posse de coisa de ninguém (res nullius) ou coisa abandonada (res derelicta). Obs: Diferente da descoberta, que quando se encontra coisa perdida por outrem. Neste caso fica obrigado a restituí-la ao dono tendo apenas dto ao achádego ↓. Da descoberta (1.233 e 1.234) Quem achar coisa alheia perdida restituí-la-á ao dono. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo. Se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente. Quem restituir a coisa achada terá direito a recompensa não inferior a 5% do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la. 3. Achado de tesouro (1264) Tesouro: depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória. - Será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente. - Pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado. 4. Tradição (1267) Dar/entregar algo a alguém. Espécies: Real, Ficta ou Consensual (pag 2). 5. Especificação (1269) Obtençãode espécie nova pela manipulação de matéria prima. - Quem, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior. 6. Confusão, Comissão e Adjunção (1272) Confusão: Mistura de coisas líquidas Comissão/Comistão: Mistura de coisas sólidas ou secas. Adjunção: Justa posição de uma coisa a outra, impossível de separá-las. MODOS DE PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL Alienação: negócio jurídico que transfere o dto real de propriedade de uma pessoa a outra. Ex: compra&venda, doação. Renúncia: negócio jurídico pelo qual o proprietário declara formalmente a intenção de não ser mais titular de tal direito real. Obs: Na renúncia nada se transfere a ninguém. A coisa se torna res nullius (coisa de ninguém). Abandono: perda da propriedade por ato voluntário do proprietário. Cessação dos atos da posse leva a presunção do animus de abandonar. Perecimento: a) Natural: destruição da coisa. Decorre da natureza. b) Jurídico: a coisa continua a existir, mas situação jurídica superveniente torna impossível o exercício do dto do proprietário. Ex: casa da velhinha que virou uma favela. Desapropriação: meio de perda da propriedade imóvel. Será estudada em Dto Adm. PROPRIEDADE SUPERFICIÁRIA O proprietário pode conceder a outrem o dto de construir/plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Pode ser gratuita ou onerosa. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, construção/plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário. DIREITO DE VIZINHANÇA Restrições: 1. Árvores limítrofes. 1282 2. Passagem Forçada. 1285 Obs: é obrigatória. Diferente de Servidões prediais, que não são indispensáveis, mas facilitam. 3. Passagem de cabos e tubulações. 1286 4. Águas. 1288 5. Limites entre prédios e dto de tapagem. 1297 BONS ESTUDOS! “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” Salmos 119:105
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