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CASOS CONCRETOS DIREITO EMPRESARIAL

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CASOS CONCRETOS 
8º semestre – EMPRESARIAL III 
2017.2 
 
 
 
Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição 
Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 
Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 
jonasfs.juridico@gmail.com 
DIREITO 2017.2 
 
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PARA MELHOR REDAÇÃO, REESCREVA OS 
CASOS PARA ASSIMILAÇÃO E INTERPRETAÇÃO 
PARA ADEQUAR A PERGUNTA QUESTIONADA 
 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – EMPRESARIAL III 
2017.2 
 
 
 
Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição 
Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 
Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 
jonasfs.juridico@gmail.com 
DIREITO 2017.2 
 
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PLANO DE AULA - 1 Evol. Hist.: Falência. Recuperação Judicial. Extrajudicial 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Analise a questão abaixo e esclareça de acordo com a 
Doutrina e Jurisprudência sobre o tema: "Cuida-se de agravo de 
instrumento, com pedido de liminar, em face de decisão que 
declinou da competência para conhecer de pedido de falência 
ajuizado pelo agravante, sob o fundamento de que a sede do 
agravado se situa em São Paulo/SP, para onde determinou a 
remessa dos autos. Daí a interposição do agravo de instrumento, 
sustentando o recorrente que todas as atividades do devedor são 
realizadas no Distrito Federal, sendo que até mesmo um de seus 
sócios reside nesta Capital. Depois, o agravado foi citado em outra 
demanda em curso na comarca de Cuiabá/MT, tendo ofertado 
exceção de incompetência objetivando a remessa dos autos para 
uma das varas cíveis desta Circunscrição Judiciária. Portanto, não 
há dúvida de que o principal estabelecimento da pessoa jurídica 
situar-se-ia no Distrito Federal, o que torna o Juízo da Vara de 
Falências competente para apreciar o requerimento de quebra. Por 
fim, salienta que, caso a decisão seja imediatamente cumprida, 
poderá haver lesão de difícil reparação, pois não possui condições 
financeiras para acompanhar o trâmite da ação no Estado de São 
Paulo e o recurso estaria prejudicado pela perda de objeto. Pede a 
concessão de efeito suspensivo, bem como a reforma da decisão 
impugnada para declarar que o Juízo da Vara de Falência do 
Distrito Federal é o competente para apreciar o pedido." 
RESPOSTA 
Segundo Fabio Ulhoa por principal estabelecimento entende-se 
não a sede estatutária ou contratual da sociedade empresaria 
devedora, que vem mencionada no ato constitutivo, o principal 
estabelecimento para fins do direito falimentar é aquele que se 
encontra concentrado o maior volume de negócios da 
empresa. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 1 - (MAGISTRATURA/MG) 
Assinale a alternativa correta. 
a) É competente a Justiça Federal para decretar falência ou deferir processamento 
da recuperação judicial de sociedade de economia mista cuja acionista 
majoritária seja a União. 
b) É competente a Justiça Estadual para decretar falência ou deferir 
processamento da recuperação judicial de sociedade de economia mista cuja 
acionista majoritária seja a União. 
c) É competente o juízo do foro eleito pela assembleia geral, ao aprovar o 
respectivo estatuto, para decretar falência ou deferir processamento da 
recuperação judicial de sociedade operadora de plano de assistência à saúde. 
d) É competente o juízo do local da filial para decretar falência ou deferir 
processamento da recuperação judicial de empresa que tenha sede fora 
do Brasil. (Art. 3º da LRJEF 11.101/05) 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – EMPRESARIAL III 
2017.2 
 
 
 
Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição 
Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 
Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 
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DIREITO 2017.2 
 
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PLANO DE AULA - 2 Das Disposições Comuns a Recup. Judicial e a Falência 
 
CASO CONCRETO - (AGU CESPE - Adaptado) 
QUESTÃO 
Julgue o próximo item, relativo às normas de falência e de 
recuperação de empresas. Justifique com o dispositivo legal 
pertinente. "De acordo com a legislação de regência, o deferimento 
do processamento da recuperação judicial de sociedade 
empresária suspende o curso de todas as ações e execuções que 
tramitem contra o devedor; contudo, em hipótese nenhuma, a 
suspensão pode exceder o prazo improrrogável de cento e oitenta 
dias contado do deferimento do processamento da recuperação, 
restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores 
de iniciar ou continuar suas ações e execuções, 
independentemente de pronunciamento judicial". 
RESPOSTA 
CERTO. Podemos identificar no art. 6º e no §4º da Lei nº 
11.101/05: “Art. 6º, A decretação da falência ou o deferimento do 
processamento da recuperação judicial suspende o curso da 
prescrição e de todas as ações e execuções em face do 
devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio 
solidário. [...] § 4º Na recuperação judicial, a suspensão de que 
trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o 
prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do 
deferimento do processamento da recuperação, 
restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores 
de iniciar ou continuar suas ações e execuções, 
independentemente de pronunciamento judicial”. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Sobre as disposições comuns Recuperação Judicial e à Falência, analise os itens a 
seguir de acordo com a legislação falimentar: 
I - É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou 
modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza 
trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão 
processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, 
que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença. 
II - A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição 
para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo 
devedor. 
III - A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação 
judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do 
devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário e a ação que 
demandar quantia ilíquida. 
IV - São exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência as obrigações a 
título gratuito; 
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: 
a) Apenas a IV; 
b) Apenas III e IV; 
c) Apenas a II; 
d) Apenas a I e II; 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – EMPRESARIAL III 
2017.2 
 
 
 
Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição 
Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 
Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 
jonasfs.juridico@gmail.com 
DIREITO 2017.2 
 
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PLANO DE AULA - 3 
Da Habilitação e Verificação dos Créditos. Ação de 
Habilitação de Crédito. Ação de Impugnação de Crédito. 
Ação Revisional de Crédito. Habilitação Retardatária. 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Em 29/01/2010, ABC Barraca de Areia Ltda. ajuizou sua 
recuperação judicial, distribuída à 1ª Vara Empresarial da Comarca 
da Capital do Estado do Rio de Janeiro. Em 03/02/2010, quarta-
feira, foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico do Rio de Janeiro 
("DJE-RJ") a decisão do juiz que deferiu o processamento da 
recuperação judicial e, dentre outras providências, nomeou o 
economista João como administrador judicial da sociedade. 
Decorridos 15 (quinze) dias, alguns credores apresentaram a João 
as informações que entenderam corretas acerca da classificação e 
do valor de seus créditos. Quarenta e cinco dias depois foi 
publicado, no DJE-RJ e num jornal de grandecirculação, novo 
edital, contendo a relação dos credores elaborada por João. No dia 
20/04/2010, você é procurado pelos representantes de XYZ 
Cadeiras Ltda., os quais lhe apresentam um contrato de compra e 
venda firmado com ABC Barraca de Areia Ltda., datado de 
04/12/2009, pelo qual aquela forneceu a esta 1.000 (mil) cadeiras, 
pelo preço de R$ 100.000,00 (cem mil reais), que deveria ter sido 
pago em 28/01/2010, mas não o foi. Diligente, você verifica no 
edital mais recente que, da relação de credores, não consta o 
credor XYZ Cadeiras Ltda. E, examinando os autos em cartório, 
constata que o quadro-geral de credores ainda não foi homologado 
pelo juiz. Na qualidade de advogado de XYZ Cadeiras Ltda., 
analise a questão à luz da Lei 11.101/2005 para regularizar a 
cobrança do crédito desta sociedade. 
RESPOSTA 
Trata-se de habilitação de crédito retardatária, com fundamento 
no artigo 10, caput, da Lei 11.101/2005, que não observado o 
prazo estipulado no art. 7º, §1º da (LRJEF). Observa-se 
1 - que o devedor não relacionou o crédito par a fins do art. 51, III, 
da (LRJEF 11.101/05) e contratando advogado para sua cobrança 
no processo de recuperação judicial pela via cabível. 
2 - A impropriedade de impugnação à relação de credores com o 
fundamento no art. 8º da (LRJEF) seja pelo escoamento do prazo 
de 10 dias. 
 
ALTERNATIVAMENTE, admite-se a propositura de impugnação à 
relação de credores ou impugnação, com base no art. 5º da LRF, 
sob o fundamento de que as habilitações serão recebidas e 
autuadas como impugnação à relação de credores (art. 13 a 15 da 
LRJEF). Sem embargo, é fundamental precisar que já foi exaurido 
o prazo do art. 7º, §1º ou foi exaurido o prazo de 15 dias da 
publicação do edital, mas ainda não foi homologado o quadro geral 
de credores pelo juiz. 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
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DIREITO 2017.2 
 
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PLANO DE AULA - 4 Órgãos Atuantes na Recuperação Judicial e Falência 
 
QUESTÃO OBJETIVA 1 - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - FGV - MODIFICADO 
A respeito do Administrador Judicial, no âmbito da recuperação judicial, JULGUE as 
afirmativas abaixo: 
a) Somente pode ser destituído pelo Juízo da Falência na hipótese de, após 
intimado, não apresentar, no prazo de 5 (cinco) dias, suas contas ou os 
relatórios previstos na Lei 11.101/2005; ( F ) 
b) O Administrador Judicial, pessoa física, pode ser formado em Engenharia; 
( V ) 
c) Será escolhido pela Assembleia Geral de Credores; ( F ) 
d) Perceberá remuneração fixada pelo Comitê de Credores. ( F ) 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 - (OAB-RJ – Exame de Ordem 
Na Lei de Falências – 11.101/2005, o Comitê de Credores será constituído: 
a) Por determinação do juiz, após manifestação do Ministério Público neste 
sentido; 
b) Por deliberação de qualquer classe de credores na assembléia geral; 
c) Por requerimento do administrador judicial, observando, no que couber, o 
procedimento do Código de Processo Civil; 
d) Por requerimento do devedor ao juízo, expondo as razões para sua criação; 
 
PLANO DE AULA - 5 Recuperação Extrajudicial 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
A sociedade empresaria Telefonia do Sul S/A, constituída há mais 
de 5 anos e nunca beneficiada dos Institutos da Lei 11.101/2005, 
vem enfrentando dificuldades financeiras oriundas da crise 
econômica o que fez com que seu faturamento anual caísse em 
40%, acarretando o não pagamento de dívidas tributarias e 
principalmente trabalhistas. O Diretor Financeiro da empresa 
procura seu escritório para detalhamento de eventual pedido de 
Recuperação Extrajudicial sob o argumento de ser procedimento 
menos oneroso e mais rápido do que o processo judicial. Oriente 
seu cliente de acordo com a legislação falimentar vigente. 
RESPOSTA 
A questão versa a respeito de dividas de natureza tributária e 
trabalhista, o que pelo art. 161 §1º da LRJEF, esses tipos de 
dividas não estão sujeitas a recuperação extrajudicial. 
 
QUESTÃO OBJETIVA - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - FGV 
Passa Sete Serviços Médicos S/A apresentou a seus credores plano de recuperação 
extrajudicial, que obteve a aprovação de mais de quatro quintos dos créditos de todas 
as classes por ele abrangidas. O plano estabeleceu a produção de efeitos anteriores 
à homologação judicial, exclusivamente, em relação à forma de pagamento dos 
credores signatários que a ele aderiram, alterando o valor dos créditos com deságio 
de 30% (trinta por cento). A companhia consultou seu advogado, que se pronunciou 
corretamente sobre o caso, da seguinte forma: 
a) O plano não pode estabelecer a produção de efeitos anteriores à homologação, 
devendo o juiz indeferir sua homologação, permitindo, contudo, novo pedido, 
desde que sanada a irregularidade. 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – EMPRESARIAL III 
2017.2 
 
 
 
Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição 
Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 
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b) O plano não pode estabelecer a produção de efeitos anteriores à homologação, 
devendo o juiz negar liminarmente sua homologação e decretar a falência. 
c) É lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à 
homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação do 
valor ou da forma de pagamento dos credores signatários. 
d) É lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, 
desde que exclusivamente em relação à supressão da garantia ou sua 
substituição de bem objeto de garantia real. 
 
PLANO DE AULA - 6 Da Recuperação Judicial - conceito, pedido e 
processamento 
 
CASO CONCRETO 2 
QUESTÃO 
Cimbres Produtora e Exportadora de Frutas Ltda. aprovou em 
assembleia de sócios específica, por unanimidade, a propositura 
de medida judicial para evitar a decretação de sua falência, diante 
do gravíssimo quadro de crise de sua empresa. O sócio controlador 
João Alfredo, titular de 80% do capital social, instruiu o 
administrador Afrânio Abreu e Lima a contratar os serviços 
profissionais de um advogado. A sociedade, constituída 
regularmente em 1976, tem sede em Petrolina/PE e uma única filial 
em Pilão Arcado/BA, local de atividade inexpressiva em 
comparação com a empresa desenvolvida no lugar da sede. O 
objeto social é o cultivo de frutas tropicais em áreas irrigadas, o 
comércio atacadista de frutas para distribuição no mercado interno 
e a exportação para a Europa de dois terços da produção. Embora 
a sociedade passe atualmente por crise de liquidez, com vários 
títulos protestados no cartório de Petrolina, nunca teve 
necessidade de impetrar medida preventiva à falência. O sócio 
João Alfredo e os administradores nunca sofreram condenação 
criminal. Na reunião profissional com o advogado para coleta de 
informações necessárias à propositura da ação, Afrânio informou 
que a crise econômica mundial atingiu duramente os países 
europeus da Zona do Euro, seu principal e quase exclusivo 
mercado consumidor. As quedas sucessivas no volume de 
exportação, expressiva volatilidade do câmbio nos últimos meses, 
dificuldades de importação de matérias-primas, limitação de crédito 
e, principalmente, a necessidade de dispensa de empregados e 
encargos trabalhistas levaram a uma forte retração nas vendas, 
refletindo gravemente sobre liquidez e receita. 
Assim, a sociedade se viu, com o passar dos meses da crise 
mundial, em delicada posição, não lhe restando outra opção, senão 
a de requerer, judicialmente, uma medida para viabilizar a 
superação desse estado de crise,vez que vislumbra maneiras de 
preservar a empresa e sua função social com a conquista de novos 
mercados no país e na América do Norte. A sociedade empresária, 
nos últimos três anos, como demonstra o relatório de fluxo de caixa 
e os balancetes trimestrais, foi obrigada a uma completa 
reestruturação na sua produção, adquirindo equipamentos mais 
modernos e insumos para o combate de pragas que também 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – EMPRESARIAL III 
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atingiram as lavouras. Referidos investimentos não tiveram o 
retorno esperado, em razão da alta dos juros dos novos 
empréstimos, o que assolou a economia pátria, refletindo no custo 
de captação. Para satisfazer suas obrigações com salários, tributos 
e fornecedores, não restaram outras alternativas senão novos 
empréstimos em instituições financeiras, que lhe cobraram taxas 
de juros altíssimas, devido ao maior risco de inadimplemento, 
gerando uma falta de capital de giro em alguns meses. Dentro 
desse quadro, a sociedade não dispõe, no momento, de recursos 
financeiros suficientes para pagar seus fornecedores em dia. O 
soerguimento é lento e, por isso, é indispensável a adoção de 
soluções alternativas e prazos diferenciados e mais longos, como 
única forma de evitar-se uma indesejável falência. Analise a 
questão de acordo com a legislação falimentar vigente. 
RESPOSTA 
O pedido de recuperação judicial fundamentado no Art. 48 da 
LRJEF e conter a comprovação dos requisitos formais exigidos 
neste artigo, para demonstrar que não há impedimento ao 
deferimento do processamento. 
 
Devido a sociedade tem mais de 2 anos de exercício regular da 
empresa, não está falida, não obteve concessão de recuperação 
judicial há menos de 5 a nos e seu sócio controlador e os 
administradores não foram condenados pelos crimes previstos na 
Lei nº 11.101/2005. 
 
Por se tratar de sociedade limitada deve s er respeitado o Art. 
1.071, V III, do Código Civil c/c o Art. 1076, I, do Código Civil, que 
exige deliberação da assembleia de sócios para aprovação do 
pedido de recuperação judicial. O enunciado informa que a 
totalidade dos sócios aprovou o pedido em assembleia 
especificamente convocada para esse fim. 
 
Requerer a nomeação do administrador judicial, a dispensa da 
apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça 
suas atividades, nos termos do Art. 5 2, II, da Lei nº 11.101/2005. E 
requerer a publicação de edital na imprensa oficial, contendo o 
resumo da decisão que defere o processamento do pedido, dando 
ciência aos c redores e advertindo-os acerca do prazo para 
habilitação dos créditos, e para que apresentem objeção a o plano 
de recuperação judicial a ser apresentado pelo devedor(Art. 5 2, § 
1º, I, II e III, da Lei nº 11.101/2005). 
 
PLANO DE AULA - 7 
Do Processamento da Recuperação Judicial. Do Plano de 
Recuperação Judicial para Microempresas e Empresas 
de Pequeno Porte Da Convolação da Recuperação 
Judicial em Falência 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Usina de Asfalto Graccho Cardoso Ltda., EPP, requereu sua 
recuperação judicial e indicou, na petição inicial, que se utilizará do 
plano especial de recuperação judicial para Microempresas e 
 
 
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Empresas de Pequeno Porte. No prazo legal, foi apresentado o 
referido plano, que previu, além do parcelamento dos débitos em 
30 (trinta) meses, com parcelas iguais e sucessivas, o abatimento 
de 15% (quinze por cento) no valor das dívidas e o trespasse do 
estabelecimento da sociedade situado na cidade de Ilha das 
Flores. 
Aberto prazo para objeções, um credor quirografário, titular de 23% 
(vinte e três por cento) dos créditos dessa classe, manifestou-se 
contra a aprovação do plano por discordar do abatimento proposto, 
aduzindo ser vedado o trespasse como meio de recuperação. Com 
base na hipótese apresentada, responda aos itens a seguir. 
RESPOSTA A 
Diante da objeção do credor quirografário, a proposta de 
abatimento apresentada pela sociedade deverá ser apreciada pela 
assembleia geral de credores? Procede tal objeção? 
NÃO. Porque o plano especial de recuperação judicial para 
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte NÃO se submete à 
assembleia de credores, com base no Art. 72, caput, da Lei nº 
11.101/2005. A objeção não procede, porque o plano especial de 
recuperação pode conter proposta de abatimento do valor das 
dívidas, nos termos do Art. 71, II, da Lei nº 11.101/2005. 
RESPOSTA B 
Em relação ao segundo argumento apontado pelo credor 
quirografário, é lícito à sociedade escolher o trespasse como meio 
de recuperação se esta medida for importante para o soerguimento 
de sua empresa? 
NÃO. No plano especial, a proposta do devedor fica limitada aos 
termos do art. 71 da Lei nº 11.101/2005, NÃO podendo incluir 
outros meios de recuperação, mesmo previstos para o plano 
comum, como o trespasse do estabelecimento. 
 
QUESTÃO OBJETIVA - MAGISTRATURA/RJ – ANULADA 
Analise as assertivas seguintes sobre a recuperação judicial de empresas. 
I. Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou sua 
substituição serão admitidas por decisão do Comitê de Credores, mesmo sem a 
concordância do credor titular da respectiva garantia. 
II. A sociedade anônima de capital aberto poderá apresentar como parte do plano de 
recuperação a emissão de debêntures. III. Se na recuperação judicial for decretada a 
falência do devedor, os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas 
condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e 
ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da recuperação judicial. 
É correto afirmar que: 
a) Apenas uma das assertivas está correta. 
b) Apenas duas assertivas estão corretas. 
c) Todas as assertivas estão corretas. 
d) Todas as assertivas estão incorretas. 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – EMPRESARIAL III 
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PLANO DE AULA - 8 Disposições Gerais da Falência. Classificação dos 
Créditos e Pedido de Restituição 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Em 09/10/2011, Quilombo Comércio de Equipamentos Eletrônicos 
Ltda., com sede e principal estabelecimento em Abelardo Luz, 
Estado de Santa Catarina, teve sua falência requerida por Indústria 
e Comércio de Eletrônicos Otacílio Costa Ltda., com fundamento 
no Art. 94, I, da Lei n. 11.101/05. O devedor, em profunda crise 
econômico-financeira, sem condição de atender aos requisitos para 
pleitear sua recuperação judicial, não conseguiu elidir o pedido de 
falência. O pedido foi julgado procedente em 11/11/2011, sendo 
nomeado pelo Juiz de Direito da Vara Única da Comarca de 
Abelardo Luz, o Dr. José Cerqueira como administrador judicial. 
Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o 
administrador judicial efetuou a arrecadação separada dos bens e 
documentos do falido, além da avaliação dos bens. Durante a 
arrecadação foram encontrados no estabelecimento do devedor 
200 (duzentos) computadores e igual número de monitores. Esses 
bens foram referidos no inventário como bens do falido, adquiridosem 15/09/2011 de Informática e TI d´Agronômica Ltda. pelo valor 
de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais). Paulo Lopes, único 
administrador de Informática de TI d´Agronômica Ltda., procura 
você para orientá-lo na defesa de seus interesses diante da 
falência de Quilombo Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda. 
Pelas informações e documentos apresentados, fica evidenciado 
que o devedor não efetuou nenhum pagamento pela aquisição dos 
200 (duzentos) computadores e monitores, que a venda foi a prazo 
e em 12 (doze) parcelas, e a mercadoria foi recebida no dia 
30/09/2011 por Leoberto Leal, gerente da sociedade. Diligente, 
você procura imediatamente o Dr. José Cerqueira e verifica que 
consta do auto de arrecadação referência aos computadores e 
monitores, devidamente identificados pelas informações contidas 
na nota fiscal e número de série de cada equipamento. A 
mercadoria foi avaliada pelo mesmo valor da venda - R$ 
400.000,00 – e ainda está no acervo da massa falida. Na qualidade 
de advogado(a) de Informática e TI d´Agronômica Ltda., analise a 
questão, ciente de que não é do interesse do cliente o cumprimento 
do contrato pelo administrador judicial. 
RESPOSTA 
Para o vendedor reaver a posse da mercadoria é a AÇÃO DE 
RESTITUIÇÃO, art. 85, PU, c/c com o art. 87 da lei 11.101/05, 
descrição da coisa reclamada, o vendedor postula a entrega com 
fundamento em direito pessoal (contrato de compra e venda a 
prazo), já tem inclusive efetuado a tradição e, não reservou para se 
o domínio ate o adimplemento final do contrato. Julgamento será 
na Vara Única da Comarca de Abelardo Luz e o pedido serás de 
PROCEDÊNCIA da Ação para devolução da coisa reclamada no 
prazo de 48 (quarenta e oito) horas. 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – EMPRESARIAL III 
2017.2 
 
 
 
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PLANO DE AULA - 9 Do Procedimento para Decretação da Falência 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
João Santana, administrador de Supermercados Porto Grande 
Ltda., o procura para que providencie a cobrança imediata de 
vários débitos assumidos pela sociedade Ferreira Gomes & Cia 
Ltda. Tal sociedade está em grave crise econômico-financeira 
desde 2012, com vários títulos protestados, negativação em 
cadastros de proteção ao crédito e execuções individuais ajuizadas 
por credores. O cliente apresenta a você os seguintes documentos: 
a) uma nota promissória subscrita por Ferreira Gomes & Cia Ltda. 
no valor de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), vencida 
em 30/9/2013, apresentada a protesto em 17/03/2014, com medida 
judicial de sustação de protesto deferida e em vigor; 
b) boleto de cobrança bancária no valor de R$ 12.900,00 (doze mil 
e novecentos reais) referente ao fornecimento de alimentos no 
período de janeiro a março de 2014, vencido, com repactuação de 
dívida com parcelamento em seis meses, a contar de outubro de 
2014. 
c) 23 (vinte e três) duplicatas de compra e venda, acompanhadas 
das respectivas faturas, vencidas entre os meses de janeiro de 
2013 a fevereiro de 2014, no valor total de R$ 31.000,00 (trinta e 
um mil reais), todas aceitas pelo sacado Ferreira Gomes & Cia 
Ltda. e submetidas ao protesto falimentar em 26/3/2014. 
Sabendo que: 
i) a devedora tem um único estabelecimento, denominado 
"Restaurante e Lanchonete Tartarugal", situado em Macapá/AP; 
ii) o Decreto sobre a Organização e Divisão Judiciárias do Estado 
do Amapá determina ser a Comarca de Macapá composta de 06 
(seis) Varas Cíveis, competindo aos respectivos Juízes processar e 
julgar os feitos de natureza comercial. 
Por fim, analise a situação de acordo com a normatização da Lei 
11.101/2005 para a instauração de execução coletiva dos bens do 
devedor em caso de procedência do pedido. 
RESPOSTA 
Cabem dois tipos: AÇÃO OU PEDIDO DE FALÊNCIA com 
fundamento no art. 94, caput, inciso I, e parágrafo 3º, da Lei n. 
11.101/2005, quanto a AÇÃO DE EXECUÇÃO POR TÍTULO 
EXTRAJUDICIAL ou AÇÃO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA 
CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE, com fundamento nos 
art. 784 do CPC e art.15, I, da Lei nº 5.474/68 (Redação dada pela 
Lei nº 6.458, de 1.11.1977). 
 
PLANO DE AULA - 10 Sentença de Decretação da Falência 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
O sócio administador da sociedade empresária ABC Comércio de 
Roupas LTDA questiona você, especialista em Direito Falimentar 
se, uma vez decretada a falência da sociedade haverá a 
paralização total de suas atividades imediatamente. 
 
 
CASOS CONCRETOS 
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RESPOSTA 
SIM. A decretação da falência paralisa a atividade econômica da 
empresa. Porém, na sentença, o juiz poderá autorizar a 
continuidade de suas atividades quando for demonstrado ser útil 
para o cumprimento da penalidade de execução consensual. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
De acordo com as normas de Direito Falimentar é correto afirmar que o termo legal da 
falência é: 
a) Fixado pelo juiz; 
b) Pedido pelo devedor; 
c) Declarado pelo credor, 
d) Lavrado pelo escrivão; 
e) Declarado pelo administrador judicial. 
 
PLANO DE AULA - 11 Efeitos da Sentença de Decretação da Falência 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Marcelo da Silva, sócio administrador da sociedade empresária 
Companhia de Tecidos do Brasil S/A, já com a falência decretada, 
questiona sobre a possibilidade de viajar aos Estados Unidos para 
acompanhar a cirurgia da filha mais nova. Analise a questão à luz 
da legislação falimentar vigente. 
RESPOSTA 
SIM. É possível, pois se trata de motivo justificável, no entanto, 
deverá deixar procurador em seu nome, bem como deverá 
comunicar expressamente ao juiz da falência sua ausência, 
conforme Art. 104, III da Lei 11.101/05: “A decretação da falência 
impõe ao falido os seguintes deveres, não se ausentar do lugar 
onde se processa a falência sem motivo justo e comunicação 
expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas 
cominadas na lei”. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
Respeitando as normas de Direito falimentar não podemos afirmar que a decretação 
da falência impõe ao falido os seguintes deveres: 
a) Prestar as informações reclamadas pelo juiz, administrador judicial, credor ou 
Ministério Público sobre circunstâncias e fatos que interessem à falência; 
b) Auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza; 
c) Comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por 
procurador, quando não for indispensável sua presença; 
d) Apresentar, no prazo fixado pelo administrador judicial, a relação de seus 
credores; 
e) Depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os 
seus livros obrigatórios, a fim de serem entregues ao administrador judicial, 
depois de encerrados por termos assinados pelo juiz. 
 
PLANO DE AULA - 12 Arrecadação e Custódia dos Bens 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Amin e Carla são sócios da A&C Engenharia Ltda., pessoa jurídica 
que, em 26/11/2016, teve falência decretada pela Vara de 
Falências e Concordatas do Distrito Federal, tendo o juízo 
 
 
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competente fixado o termo legal da falência em 20/11/2015.Pedro, 
administrador judicial da massa falida da A&C Engenharia Ltda., 
tomou conhecimento que Amin, à época em que este praticava 
atos concernentes à administração da sociedade, transferira, em 
5/12/2015, a título gratuito, um automóvel, de propriedade da 
sociedade empresária, a sua irmã, Fabiana, o que causou 
prejuízos à massa falida. Em face dos referidos fatos, Pedro 
decidiu promover medida judicial visando à revogação da doação 
praticada por Amin, com o objetivo de preservar os interesses da 
sociedade e dos credores. Considerando a situação hipotética 
apresentada, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por 
Pedro, analise a questão para a referida revogação, com 
fundamento na matéria de direito aplicável ao caso, apresentando 
todos os requisitos legais pertinentes. 
RESPOSTA 
Trata-se de AÇÃO REVOGATÓRIA, com fulcro no art. 133, I c/c 
art. 129, IV da Lei 11.101/05. 
 
Que pode ser promovida: 
I - contra todos os que figuram no ato ou que por efeito dele foram 
pagos, garantidos ou beneficiados; ou 
II - contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se 
criar o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores, 
conforme art. 133, I e II desta Lei. 
 
Deve-se analisar ainda: 
a) Legitimidade ativa: o administrador judicial tem legitimidade para 
propor a demanda, art. 132 da lei 11.101/05; 
b) a ineficácia do ato de doação praticado por Amin, art. 129, IV da 
lei 11.101/05. 
 
 
PLANO DE AULA - 13 Liquidação do Ativo na Falência 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Dentro do estudo de Direito Empresarial, temos a alienação do 
ativo da empresa, onde o juiz, ouvido o administrador judicial 
ordena a alienação de acordo com os incisos do artigo 142 da Lei 
11.101/2005. Assim, caracterize as 3 modalidades de alienação do 
ativo. 
RESPOSTA 
As 3 (três) modalidades de alienação do ativo, previsto na lei 
falimentar, descrito no art. 142 da LRJEF são: 
I – leilão, por lances orais: 
§ 3º No leilão por lances orais, aplicam-se, no que couber. 
II – propostas fechadas: 
§ 4º A alienação por propostas fechadas ocorrerá mediante a 
entrega, em cartório e sob recibo, de envelopes lacrados, a serem 
abertos pelo juiz, no dia, hora e local designados no edital, 
lavrando o escrivão o auto respectivo, assinado pelos presentes, e 
juntando as propostas aos autos da falência. 
III – pregão: 
§5º A venda por pregão constitui modalidade híbrida das 
 
 
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anteriores, comportando 2 (duas) fases: 
I – recebimento de propostas, na forma do § 3º deste artigo; 
II – leilão por lances orais, de que participarão somente aqueles 
que apresentarem propostas não inferiores a 90% (noventa por 
cento) da maior proposta ofertada, na forma do § 2º deste artigo 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
Considerando as normas vigentes em Direito Falimentar sobre a alienação dos bens, 
analise as afirmativas abaixo: 
I - Uma das formas de alienação dos bens é a alienação dos bens individualmente 
considerados. 
II - Uma das formas de alienação dos bens é a alienação da empresa, com a venda 
de seus estabelecimentos em bloco; 
III - A alienação da empresa terá por objeto o conjunto de determinados bens 
necessários à operação rentável da unidade de produção, que poderá compreender a 
transferência de contratos específicos. 
IV - A realização do ativo terá início após a formação do quadro-geral de credores. 
a) Apenas as alternativas I e IV estão corretas; 
b) As alternativas II e III estão incorretas; 
c) As alternativas III e IV estão corretas; 
d) Apenas a alternativa IV está incorreta; 140 
e) Todas as afirmativas estão corretas. 
 
PLANO DE AULA - 14 Pagamento do Passivo na Falência 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Pedro Silva, administrador judicial pela primeira vez no processo de 
Falência da sociedade empresária QWE Indústria e Comércio de 
Artigos Esportivos LTDA, pergunta a você especialista em Direito 
Falimentar questionando como será feito o pagamento de sua a 
remuneração enquanto administrador judicial. 
RESPOSTA 
Tanto a remuneração do administrador judicial quanto as custas 
judiciais são considerados CRÉDITOS EXTRA CONCURSAIS, 
sendo pagos com precedência pela massa falida em relação aos 
demais débitos (Art. 84, I e IV da Lei de Falências) 
 
QUESTÃO OBJETIVA - (Prova Magistratura - MG - 2009 - Adaptada). 
No procedimento estabelecido pela Lei 11.101/2005, a restituição em dinheiro será 
precedida do pagamento: 
a) Dos créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 
meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 salários-
mínimos por trabalhador; 151 
b) Dos créditos com garantia real; 
c) Dos créditos decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços 
prestados após a decretação da falência; 
d) Dos créditos trabalhistas vencidos nos 3 meses anteriores à decretação da 
falência, até o limite de 10 salários-mínimos; 
 
 
 
 
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PLANO DE AULA - 15 Encerramento da Falência 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Pereira Barreto, empresário individual, falido desde 2011, teve 
encerrada a liquidação de todo o seu ativo abrangido pela falência. 
No relatório final apresentado ao juiz da falência pelo administrador 
judicial, indicando o valor do ativo e o do produto de sua realização, 
o valor do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores, consta 
que a massa falida realizou o pagamento integral aos credores não 
sujeitos a rateio, excluídos os juros vencidos após a decretação da 
falência. Em relação a esse grupo (créditos quirografários), o 
percentual de pagamento atingido foi de 47% (quarenta e sete) por 
cento do total, com depósito judicial efetuado pelo falido do valor de 
R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) para atingir mais da metade do 
total dos créditos. Não foi ainda prolatada sentença de 
encerramento da falência. Pereira Barreto pretende retornar ao 
exercício de sua empresa individual, porém depende de uma 
providência de seu advogado para que tal intento seja possível. 
Durante o processo de falência o falido não foi denunciado por 
nenhum dos crimes previstos na Lei especial. Considerando que o 
Juízo da falência e o local do principal estabelecimento do falido 
estão situados em Duartina, Estado de São Paulo, Comarca de 
Vara Única, analise a questão de acordo com a legislação 
vigente. 
RESPOSTA 
Trata-se do PEDIDO (OU REQUERIMENTO) DE EXTINÇÃO DAS 
OBRIGAÇÕES DO FALIDO. A situação descrita no enunciado 
enquadra-se no art. 158, inciso II, da Lei nº 11.101/2005. O falido 
satisfaz todas as exigências legais para requerer a extinção de 
suas obrigações, indicando o dispositivo legal em se ampara sua 
pretensão, ou seja, o Art. 158, II, da Lei nº 11.101/2005, 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
Considerando as normas vigentes de direito falimentar, analise dentre as questões 
abaixo a(s) que está(ão) em desacordo com os efeitos da condenação por crime 
falimentar: 
I - a inabilitação para o exercício de atividade empresarial; 
II - o impedimento para o exercício de cargo ou função exclusivamente para o 
conselho de administração; 
III - existe a possibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio. 
IV - Transitada em julgado a sentença penal condenatória, será notificado o RegistroPúblico de Empresas para que tome as medidas necessárias para impedir novo 
registro em nome dos inabilitados. 
a) As afirmativas I, II e III estão corretas; 
b) As afirmativas II e III estão incorretas; 
c) As afirmativas II e IV estão corretas; 
d) Todas as afirmativas estão corretas; 
 
 
 
 
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PLANO DE AULA - 16 Crimes Falimentares e Atuação do Ministério Público 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Marcos da Silva, sócio administrador da empresa OGX 
Empreendimentos Imobiliários LTDA é condenado pela prática de 
crime falimentar previsto no artigo 168, caput da Lei 11.101/2005, 
sentença essa proferida pelo juiz responsável pelo processamento 
da falência. O advogado de Marcos, em sede recursal consegue 
habeas corpus sob a alegação de nulidade da decisão já que a 
competência seria da Seção Criminal para o processamento e 
julgamento das ações penais relativas aos crimes falimentares. 
Analise a questão com base na Lei 11.101/2005 e na 
Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. 
RESPOSTA 
Tipificação dos crimes de FRAUDE A CREDORES (art. 168 da lei 
11.101/05), INDUÇÃO A ERRO (art. 171 da lei 11.1 01/05), 
DESVIO, OCULTAÇÃO OU APROPRIAÇÃO DE BENS (art. 173 
da lei 11.101/05) 
 
QUESTÃO OBJETIVA 1 - Magistratura DF – 2011 
Referindo-se aos personagens, instituições e órgãos que participam do processo 
falimentar, considere as preposições abaixo formuladas e assinale a incorreta: 
a) O órgão do Parquet está presente na falência e na recuperação judicial, com o 
fim precípuo de impedir que tais se transformem num meio de exploração 
lucrativo, que possa redundar em notórios e graves prejuízos à economia e, em 
consequência, à sociedade; 
b) O comitê de credores é facultativo, porquanto depende para a sua constituição 
da complexidade da falência ou da recuperação judicial, recaindo sobre si a 
fiscalização das atividades do administrador judicial; 
c) Pesa sobre o administrador judicial a administração e representação dos 
interesses dos credores e do falido, agindo como órgão ou agente auxiliar 
da justiça, sendo-lhe lícito, inclusive, desde que comprovadas a sua boa-
fé e lisura na condução do seu encargo, e por ordem expressa do Juiz, 
adquirir bens da massa falida ou de devedor em recuperação judicial; 
d) Inserem-se como atribuições da assembleia-geral de credores aprovar, rejeitar 
ou modificar o plano de recuperação judicial, a constituição do comitê de 
credores, bem assim a adoção de modalidades de realização de ativo. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 - Ministério Público/PR – 2011 
Acerca da atuação do Ministério Público e a Lei de Recuperação Judicial de 
Empresas e Falências, assinale a alternativa correta: 
a) O Ministério Público deve participar em todas as fases do processo sob pena de 
nulidade dos atos praticados; 
b) O Ministério Público nunca atua em qualquer fase dos processos de 
recuperação judicial ou falências; 
c) O Ministério Público deve ser intimado pessoalmente para opinar sobre a 
indicação do administrador judicial; 
d) O Ministério Público pode impugnar o quadro geral de credores e 
promover a ação revocatória dos atos praticados com a intenção de 
prejudicar credores; 
e) O Ministério Público deve emitir parecer sobre a fixação de remuneração do 
 
 
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administrador judicial. 
 
 
RESUMÃO RECUPERAÇÃO E FALENCIA 
 
– Lei 11.101 de 2005 
 
Recuperação Judicial 
 
– Objeto (artigo 47): Fazer os credores entrarem em acordo com os devedores. 
– Administração judicial (artigo 21 e SS): Nomeado pelo juiz, que tem a função de gerir 
a recuperação e a falecia. Vai ser o gerente do processo. Pessoa extremamente 
importante, grande e valioso aliado do juiz. Sendo remunerado pela própria empresa. 
– Pedido (artigo 51): Deve-se instruir, no qual terá diversos requisitos, elencados no 
artigo 51. Serie de demonstrações contábeis, para saber se a empresa eh ou não viável 
economicamente. 
– Verificação do crédito: sendo deferido pelo juiz, vai nomear o administrador judicial, no 
qual este com a relação de credores vai publicar um edital com os valores, os credores 
terão 45 dias pra impugnar o valor. 
 
Da decisão que o juiz tomou, ha recurso? SIM. 
–Edital: 45 dias para apresentar divergência à 1 edital 30 dias para apresentar 
impugnação à 2 edital 
 
– Impugnações: à Efeitos – julgamento – recurso 
– Habilitação do credito 
– Habilitação retardaria 
– Quadro geral dos credores 
– Créditos excluídos (artigo 49, paragrafo 3) 
– Conservação de direitos (artigo 49, paragrafo 2) 
– Plano de recuperação (artigo 53): Tem que haver a proposta, oportunidade de 
negociar com o credor. Este poderá: a) ser aprovado; b) não ser aprovado, causando 
convolação em falência. 
– Meios 
– Procedimentos 
– Convolação em falência (artigo 73) 
 
Falência 
 
– Artigo 75 
– Morte declarada da empresa 
– Deve, não consegue pagar e não vai pagar nunca 
– Efeitos (artigo 77 e 115): Finalização e impedimento de novos negócios 
– Juízo universal (artigo 76) 
– Classificação de créditos (artigo 83): Os créditos que terão preferência estão 
elencados na Lei, não eh discricionário de nenhum juiz. 
– Pedido de restituição (artigo 85) 
– Motivos da falência (artigo 94) 
– Legitimidade ativa para requerer (artigo 17) 
 
 
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– Inabilitação (artigo 102) 
– Arrecadação dos bens (artigo 108) à Realização do ativo (artigo 140) 
– Pagamento dos credores (artigo 149) 
– Encerramento (artigo 154) 
 
Recuperação Extrajudicial 
– Artigo 161 
 
I – Recuperação 
Considerações Gerais 
 Recuperação Extrajudicial é Pacto/acordo entre credores e devedor onde a 
anuência é obtida fora do judiciário. 
 
 Semelhança com o instituto da novação do Direito Civil. 
 
 Ambas somente podem ser requeridas antes da decretação por meio de 
sentença da falência. 
 
 Somente o devedor pode pedir recuperação judicial ou extrajudicial. 
 
 Recuperação Judicial similar à antiga concordata preventiva. 
 
 Acabou a concordata suspensiva. 
 
 Sai o poder de deferimento do juiz para os credores (art. 56). 
 
 Os juízes perderam poder no processo falimentar. 
 
 Realização do ativo (art. 139) – pode ocorrer imediatamente após a arrecadação 
dos bens. 
 
Recuperação Extrajudicial (art. 161) 
Formulação do Plano de Recuperação (pacta sunt servanda) 
 Requisitos Objetivos 
 
o Plano não abrange: 
 Créditos tributários e previdenciário – o fisco não negocia – pode 
parcelar – art. 68 
 Créditos trabalhistas 
 Créditos vincendos 
 Adiantamento de Contrato de Câmbio – ACC (art. 86, II) 
 Credores proprietários (art. 49, § 3°) – não confundir com garantia 
real 
 Não se admite pagamento antecipado 
 Credores devem ser tratados com isonomia dentro da mesma 
classe 
 
o Qual a abrangência do Plano de Recuperação Extrajudicial? Tão 
somente abrange os credores que anuíram. (art. 162) 
 
 
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o A “novação” só se opera quando o juiz homologa, o devedor deve 
requerer 
 
o Toda vez que 3/5 do valor do capital de uma classe de credores anuir, o 
plano abrangerá todos os credores (art. 163) 
 
o Antes da homologação pelo juiz poderá ser impugnado pelos credores – 
art. 165 
 
 Requisitos Subjetivos (art. 161 e art. 48) 
 
o Empresa ou sociedade empresária registrada 
o Pelo menos dois anos de exercício 
o Não pode estar falido (em processo de falência) 
o Crime falimentar – art. 181, § 1°, até cinco anos após a extinção da 
punibilidade, salvo reabilitação penal; quando pessoa jurídica a análise 
deve ser feita observando os administradores e/ou o sócio 
majoritário/controlador 
o Não pode estar pendente pedido de recuperação judicial 
o Não pode ter sido homologado tanto um plano de recuperação 
extrajudicial nos últimos de dois anos a contar do novo pedido 
o Não pode ter sido homologado tanto um plano de recuperação judicial 
nos últimos de cinco anos a contar do novo pedido 
o Não pode ter sido homologado tanto um plano de recuperação judicial 
com base no plano especial nos últimos de oito anos a contar do novo 
pedido 
 
 Homologação do Plano de Recuperação Extrajudicial 
 
o Todo o desenrolar do plano se dá fora do judiciário 
o O empresário continua a frente de seu negócio 
o Juiz somente intima os credores para apresentar oposição 
o O não cumprimento do plano de recuperação extrajudicial não acarreta, 
de pronto, a decretação da falência. Para tal o credor deve entrar com 
ação de falência autônoma 
o Caso o plano preveja alienação de bens no judiciário o juiz terá de 
autorizar a sua alienação (art. 166) 
o A homologação é motivo de extinção do processo 
o A natureza jurídica da sentença de homologação é constitutiva para os 
credores abrangidos e declaratória para os demais 
 CUIDADO: créditos de não credores, “laranja e outros cítricos” 
com crédito inflado não induzem a decisão para todos. 
o Os credores não abrangidos devem ser pagos no vencimento e no valor 
integral. Mantêm-se todos os seus direitos. QUEM TÁ FORA. TÁ 
FORA! (art. 161, § 4°) 
o Debate acerca do descumprimento. Ele desconstitui a “novação”, 
retornando os direitos e garantias ao originalmente contratado. Na 
 
 
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extrajudicial é silente, na judicial é expressa a determinação da 
desconstituição (art. 61, § 2°) 
 
Recuperação Judicial 
Ação própria proposta pelo devedor 
Contestação a um pedido de falência 
Inicial/contestação não precisa apresentar plano de recuperação, mas tão somente o 
pedido 
Juiz faz despacho de processamento (art. 52) 
 Requisitos subjetivos 
 
o Empresa ou sociedade empresária registrada 
o Pelo menos dois anos de exercício 
o Não pode estar falido (em processo de falência) 
o Crime falimentar – art. 181, § 1°, até cinco anos após a extinção da 
punibilidade, salvo reabilitação penal; quando pessoa jurídica a análise 
deve ser feita observando os administradores e/ou o sócio majoritário 
o Não pode ter sido homologado tanto um plano de recuperação judicial 
nos últimos de cinco anos (oito anos se tratar-se de plano especial de 
recuperação judicial) a contar do novo pedido. 
 
(Cuidado: Após o despacho de processamento, não há mais volta para o devedor, 
caso não obtenha sucesso o juiz decreta de ofício a falência) 
 Despacho de Processamento – Conteúdo: 
 
o Nomeia administrador judicial 
 Organização dos credores 
 Fiscalização sobre o devedor 
o Determina a apresentação e habilitação de créditos 
o Devedor não perde a administração do seu negócio 
o Suspensão por seis meses de todas as execuções, salvo as execuções 
fiscais, quantias ilíquidas e trabalhistas (art. 6°, § 7°) 
 
 Créditos não abrangidos 
 
o Tributários 
o Adiantamento de Contrato de Câmbio – ACC 
o Credores proprietários 
 
(Cuidado: Créditos trabalhistas entram) 
 
 Juiz Convoca a Assembléia Geral de Credores 
o Deliberação sobre Plano de Recuperação Judicial (art. 45) 
CLASSE QUORUM FORMA CONTAGEM 
Trabalhista Maioria simples Por cabeça 
Garantia Real Mais da metade dos créditos + 
maioria simples 
Por cabeça 
Por crédito 
Privilégio (Especial e Geral) + Mais da metade dos créditos + Por cabeça 
 
 
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Quirografário maioria simples Por crédito 
 
 Fisco – juiz não homologa o plano se o devedor não apresentar certidão 
negativa (art. 57) 
 Juiz pode decretar se (art. 58, § 1°): 
o Mais da metade de todos os credores presentes 
o Só uma classe rejeitou, aprovação de duas classes 
o Pelo menos 1/3 disse sim na classe que rejeitou 
 
 Nos dois anos iniciais o Plano de Recuperação Judicial, se descumprido, 
acarreta a imediata convolação em falência. 
 
 Após dois nos do Plano de Recuperação Judicial, caso descumprido, tal fato 
autoriza o credor a requerer pedido de falência. 
 
 Após dois anos de cumprimento do plano de recuperação extrajudicial o 
processo é extinto e passa a ter características parecidas ao plano de 
recuperação extrajudicial. Após os dois anos o administrador judicial é destituído 
do cargo. 
 
 Administrador Judicial – tem por obrigação fiscalizar o devedor – 
apresentando mensalmente informações ao juiz. Caso constate atos 
falimentares, pede o afastamento do devedor e o juiz nomeia GESTOR 
JUDICIAL – único caso em que esta figura aparece. 
 
Recuperação Judicial – Plano Especial 
 Somente para micro e pequenas empresas 
 Abrange somente credores quirografários 
 36 parcelas mensais e sucessivas 
 Correção monetária + juros de 12% ao ano 
 Carência de 180 dias 
 Credores por maioria absoluta do crédito, caso apresente oposição, juiz decreta 
a falência. 
 
II – Falência 
Requisitada pelo devedor (autofalência) 
Requisitada pelo Credor 
 Qualquer credor pode pedir, salvo: 
o Fisco (STJ) 
o Credor sem registro na Junta, se for empresário ou sociedade 
empresária 
 
 CAUSA DE PEDIR: 
o Impontualidade (crise financeira) 
 Certo, líquido, exigível (protesto) 
 Maiores de 40 salários mínimos – admitido litisconsórcio ativo 
para perfazer o limite 
o Execução frustrada – citado, não pagou, nem nomeou bens a penhora – 
qualquer valor 
 
 
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o Atos falimentares – demandam dilação probatória – não precisa ser 
credor, mas tão somente demonstrar algum tipo de interesse 
 Gestão temerária 
 Dilapidação do ativo 
 Credores fictícios 
 
Contra-ataque do devedor nos dois primeiros casos 
 não é sujeito passivo 
o Empresários, sociedade empresária (com ou sem registro) – excluído: 
 Sociedade simples, 
 Cooperativas 
 Espólio empresário falecido passadosum ano 
 Sociedade Anônima já liquidada 
 Inativos há mais de dois anos 
 Sociedade de Economia Mista 
 Empresa Pública 
 Instituições financeiras 
 (cuidado: art. 1°, lei 6.024/74 – Intervenção e Liquidação 
Extrajudicial de Instituições Financeiras), seguradoras 
(cuidado Dec. Lei 73/66), planos de saúde (98), 
capitalização (71) 
 Regra básica – ativo < passivo/2 
 Previdência (verificar caso para aberta e fechada) 
 Consórcio, cooperativas de crédito – ver art. 2° e 197 LF 
 Crédito extinto, ausência de certeza, liquidez, exigibilidade; 
 Depósito Elisivo (art. 98, parágrafo único – consignação em juízo) 
 
Contra-ataque nos demais casos – gestão temerária 
 Negar existência dos atos; 
 Recurso judicial; 
 Não ser sujeito passivo 
 
Quem Pode Falir (sujeito passivo) 
 Empresário 
 Sociedade Empresária 
 Ambos com ou sem registro 
 Sócio de responsabilidade ilimitada, em caso de falência da sociedade 
 Espólio de empresário falido até um ano 
 
Art. 2° Lei 11.101/05 – Não se aplica a lei de Falências, mas não quer dizer, 
necessariamente, que não possam falir 
 Instituições financeiras privadas (Lei 6.024/74) 
o intervenção e liquidação extrajudicial (Banco Central do Brasil) 
o Instituições financeiras públicas não-federais (Lei 6.024/74) 
 Cooperativa de Crédito (Lei n.º 5.764/71) 
 Consórcio de Bens duráveis (Lei. n.º 11.785/08) 
 Previdência Privada aberta (Lei Complementar n.º 109/01) 
 Planos de Saúde (Lei n.º 9.656/98) 
 Seguradoras (Decreto Lei n.º 73/66) 
 
 
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 Sociedade de Capitalização (Decreto Lei n.º 261/67) 
 
Quem não pode falir 
 Pessoa física que não seja empresária 
o CILA – Profissão Científica, Intelectual, Literária ou Artística 
o RURAL sem registro na junta 
 Sociedade Simples 
 Sociedade cooperativa 
 Associação, fundação, organização religiosa, partido político 
 Sócio de responsabilidade limitada, em caso de falência da sociedade, salvo 
abuso (desconsideração da personalidade jurídica) 
 Espólio de empresário a mais de um ano. 
 Empresário ou sociedade empresária que não exerça empresa há mais de 2 
anos (inativo) 
 Sociedade anônima já liquidada 
 Instituição Financeira Pública Federal 
 Previdência Privada Fechada (Lei Complementar n.º 108/01 e 109/01) 
 Consórcio de sociedades, art. 278, Lei n.º 6.404/76. 
 Empresas Públicas ou Sociedade de Economia Mista, salvo exercício de 
atividade econômica que lei especial sujeita a falência. (único local que diz poder 
falir a estatal é no caso do banco estadual) 
 
Administração Judicial da Massa Falida 
Ativo Passivo 
 Conhecimento 
 Arrecadação dos bens (posse) 
 Menos Restituição (85) 
 Mais bens devolvidos por terceiros à 
massa em virtude de declaração de 
ineficácia ou ação revocatória 
 Conhecimento 
 Verificação, habilitação e quadro 
geral de credores 
 Classificação 
 Realização 
 
 Realização 
 Pagamento em dinheiro 
 Salvo 145 – preferir ser sócios a 
receber o crédito 
 
Arrecadação 
 
 TUDO QUE ESTÁ NA POSSE 
 
Restituição 
 
 Proprietário de bens na posse do falido – restituição in natura. 
o Ex.: proprietário fiduciário, sociedade arrendante – leasing, locador, 
o Coisa não existir – restituição em dinheiro, ressalvada a prioridade de 
crédito trabalhistas, referentes aos 3 meses anteriores à decretação, até 
o valor de 5 Salários Mínimos. 
 Titulares de restituição que não são proprietários 
o Credor Adiantamento de Contrato de Câmbio – ACC 
o Coisa vendida a crédito nos 15 dias antes do PEDIDO 
 
 
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Declaração de Ineficácia 
 Autor: 
o MASSA 
o Ministério Público 
o Credor 
o Juiz de ofício 
 Réus: 
o Falido 
o Terceiro adquirente 
 Ação ou petição proposta durante a falência 
 Ato jurídico é válido 
 Ato jurídico é ineficaz em relação a massa 
 Não influi o estado subjetivo das partes – OBJETIVA – boa fé ou má fé 
 Rol Taxativo 
o Pagamento antecipado no termo legal (período fixado pelo juiz – 1° 
protesto, Pedido de Falência, Pedido de Recuperação – pode retrotrair 
até 90 dias) – vincendas 
o Pagamento por forma diversa (dação em pagamento) – dívidas vencidas 
no termo legal 
o Garantia real no termo legal para credor antigo 
o Atos a título gratuito nos anos antes sentença (alimentos devidos pela 
massa são extintos, considerados título gratuito) 
o Renúncia à herança ou legado 2 anos antes decretação 
o Venda de estabelecimento sem consentimento dos credores, salvo bens 
suficientes – depois o vendedor faliu, salvo comprove boa-fé 
o Venda de imóveis após a falência – título oneroso ou gratuito, salvo 
prenotação anterior 
 
Ação Revocatória 
 
 Autor: 
o MASSA 
o Ministério Público 
o Credor 
 JUIZ NÃO 
 Réus: 
o Falido 
o Terceiro adquirente 
 Ação autônoma prazo decadencial de três anos após sentença de falência 
 Ato jurídico é nulo 
 Exige prova de má fé e de Conluio fraudulento 
 Qualquer ato jurídico 
 
Verificação 
 Cinco dias para apresentar relação de credores e livros empresariais; 
 Administrador Judicial publica uma verificação de credores – publicada, termo 
inicial para prazo de 15 dias para habilitação 
 
 
 
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Habilitação 
 Sem divergência 
 Com divergência 
 Administrador Judicial procede uma segunda publicação, termo inicial de 10 dias 
para impugnação 
 
Impugnação 
 Contra relação de credores 
o Ausência de crédito 
o Ilegitimidade 
o Valor 
o Classificação 
 Prazo de 10 dias 
 Resolvidas por sentença do juiz falimentar 
 
Quadro Geral de Credores 
 Administrador Judicial monta o Quadro Geral de Credores 
 Juiz por sentença homologa por sentença 
 
Realização do Passivo 
 Pagamento dos credores 
 
Efeitos da Sentença que decreta a falência 
 
 Suspende 
o Execuções – inclusive fazenda pública 
o Ações líquidas 
o Não abrange as ações ilíquidas 
o Ações ilíquidas e fisco não são passíveis de habilitação 
o Os credores de ações ilíquidas não são incluídos no Quadro Geral de 
Credores, devendo requerer reserva de valor 
o O direito de retenção sobre bens sujeitos a arrecadação 
o Curso dos prazos prescricionais 
o Os juros contra o falido 
 Vencimento antecipado das obrigações 
 Privação da administração dos bens pelo falido 
 Proibição do exercício da atividade comercial pelo falido 
 
Classificação dos Credores 
 Extraconcursais (contra a massa, após a falência) 
 
 
o Administrador judicial e seus auxiliares 
o Trabalhistas contra a massa 
o Credores por quantias fornecidas 
o Custas 
o Emprestado ao devedor em recuperação judicial (crédito pré-falência) 
o Tributários durante a falência 
 
 
 
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 Credores Concursais 
 
o Trabalho (até 150 Salários Mínimos – demais quirografários) e acidente 
do trabalho (sem limite); 
o Garantia real (limitado ao valor do bem, o que superar vira quirografário) 
 Súmula 308 STJ[1] (desconsidera hipoteca), construtoras 
hipoteca, adquirente por direito de sequela leva hipoteca. Hoje os 
bancos são proprietários fiduciários 
o Tributários 
 Debate jurisprudencial que venceu a tese de que a lei não se 
aplica a execução fiscal. De outro lado, como não se aplica a lei a 
prescrição não é suspensa 
o Privilegiados – geral e especial 
o Quirografários e trabalhistas (o que superar 150 Salários Mínimos) e 
garantia real o valor que superar o bem dado em garantia 
o Multas – inclusive administrativas, tributárias, penais… 
o Subordinados (sócio, administradores) 
 
Créditos Não Pagos/Extinção das Obrigações 
 Extintos se pagar 50% dos quirografários 
 Executa o falido, a contar do encerramento falência 
 
o Cinco anos sem crime 
o Dez anos com crime 
 Requerimento de extinção das obrigações 
o Autuado em apartado 
o 30 dias para oposição 
o Da sentença que declara a extinção, cabe apelação 
 
III – Crimes Falimentares 
 
Competência 
 
 Juiz criminal da jurisdição onde foi decretada a falência ou recuperação 
 Ação Penal Pública Incondicionada 
 Ministério Público, intimado da sentença que declara a falência e observando a 
ocorrência de fato típico, promoverá a denúncia 
 
Classificação 
 
 Próprios – cometido pelo falido, sócios, gerente ou diretores 
 Impróprios – cometidos pelo síndico, perito, escrivão, terceiros, juiz e Ministério 
Público 
 Pré-falimentares – antes da sentença declaratória 
 Pós-Falimentares – após a sentença declaratória 
 São crimes complexos – formados por vários atos, punindo-se o mais grave 
 
 
 
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PERGUNTAS E RESPOSTAS 
Fonte: MARIA BERNADETE MIRANDA 
 
1. O que é direito falimentar? 
R. É um ramo do Direito Empresarial, onde encontramos normas jurídicas aplicáveis 
somente às empresas mercantis. 
 
2. O que é falência? 
R. Falência é a solução judicial da situação jurídica do devedor empresário que não 
paga no vencimento obrigação líquida. 
 
3. Qual a origem etimológica do vocábulo falência? 
R. A palavra falência deriva do latim fallentia que significa enganar, falsear. Proveniente 
do verbo, falir, que se origina do verbo latino fallere, significando faltar com a palavra, 
com o prometido, esconder, encobrir, lograr, induzir em erro. Não ter com que pagar os 
credores, fracassar. 
 
4. Qual a origem etimológica do vocábulo recuperação judicial e recuperação 
extrajudicial? 
R. Em um sentido etimológico recuperação, substantivo feminino é proveniente do verbo 
recuperar, e significa “ter ou obter novamente (coisa, estado, condição que havia 
perdido); reaver, retomar, readquirir, recobrar”. O vocábulo judicial significa “relativo a 
juiz, a tribunais ou à justiça; forense; judiciário”. 
O vocábulo extrajudicial significa “extrajudiciário, que não se realiza perante a 
autoridade judiciária”. 
 
5. O que significa insolvência ocasional? 
R. Insolvência ocasional é um problema financeiro do devedor, onde o ativo pode ser 
maior que o passivo, mas faltarem disponibilidades no momento. Exemplo: Art. 94, I, da 
Lei nº 11.101, de 9/2/2005. 
 
6. O que significa insolvabilidade? 
R. Insolvabilidade é um estado econômico do devedor, onde o ativo é menor que o 
passivo e manifesta-se assim a crise da empresa. Exemplo: Art. 94, II, da Lei nº 11.101, 
de 9/2/2005. 
 
7. O que significa inadimplemento? 
R. O inadimplemento independe do patrimônio. O devedor poderá deixar de pagar por 
qualquer outra razão. Exemplo: dúvida relevante quanto ao valor da dívida, contrato não 
cumprido, falência do credor. 
 
8. Qual o aspecto jurídico da falência? 
R. A falência é simplesmente um processo de execução coletiva, instituído por lei, em 
benefício dos credores que constituem uma “massa” imposta pela lei que tem por fim o 
interesse comum dos próprios credores, impedindo que alguns dentre eles tenham a 
tentação de obter vantagens em detrimento de outros. 
 
 
 
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9. Qual a legislação especial que regulamenta o instituto da recuperação judicial, 
recuperação extrajudicial e falência? 
R. A legislação especial que regulamenta estes institutos é a Lei nº 11.101, de 9 de 
fevereiro de 2005. 
 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
10. A quem pode ser aplicável o instituto da recuperação judicial, recuperação 
extrajudicial e falência? 
R. O instituto da recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência, será aplicável 
ao empresário individual e a sociedade empresária. 
 
11. Qual a definição de empresário? 
R. Pelo Código Civil em seu artigo 966 “considera-se empresário quem exerce 
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de 
bens ou serviços”. 
 
12. O que se entende por sociedade empresária? 
R. A sociedade empresária tem por objetivo a prática de atividade econômica e a sua 
finalidade é a obtenção do lucro. São subordinadas ao Direito de Empresa e sempre 
são criadas para a realização de uma finalidade econômica. Para que as sociedades se 
digam empresárias, além da forma legal é necessário que as pessoas que as 
componham, explorem certo ramo de comércio ou indústria, com interesse comum, sob 
uma responsabilidade, limitada, ilimitada ou mista, e que se destinem ao exercício 
habitual da atividade econômica. 
 
13. Onde é feito o registro das sociedades empresárias? 
R. As sociedades empresárias vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis, 
a cargo das juntas comerciais e constituem-se segundo um dos tipos regulados nos 
artigos 1.039 a 1.092 do Código Civil. 
 
14. O instituto da recuperação judicial, extrajudicial e da falência poderá ser 
aplicado ao devedor civil? 
R. O instituto da recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência não poderá se 
aplicar ao devedor civil, cuja insolvência será regulada pelo Código de Processo Civil 
em seus artigos 748 e seguintes. 
 
15. Quais são as entidades não sujeitas à recuperação judicial, a recuperação 
extrajudicial e a falência? 
R. As entidades não sujeitas à recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a 
falência são: 
a) as empresa pública e sociedade de economia mista; 
b) as instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, 
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à 
saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades 
legalmente equiparadas às anteriores. 
 
16. Quais os pressupostos da falência? 
R. Os pressupostos da falência são três: 
 
 
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a) o devedor deverá ser empresário ou sociedade empresária; 
b) o devedor deve apresentar estado de Insolvência ocasional, presumida ou 
autofalência (confessada); 
c) deve haver sentençajudicial de falência. 
 
17. O que se entende por atos de falência? 
R. Atos de falência são aqueles praticados pelo empresário ou pela sociedade 
empresária, que consistem em comportamento pouco usual, ilícito ou suspeito, de forma 
a beneficiar a si próprio ou a alguns de seus credores, e a prejudicar outros. 
 
JUÍZO UNIVERSAL 
 
18. Qual o juízo competente para decretar a falência do devedor? 
R. O juízo competente para decretar a falência do devedor é o juízo do local do seu 
principal estabelecimento ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. 
 
19. O local do principal estabelecimento do devedor é sempre o mesmo do 
domicílio estatutário da empresa? 
R. Não, nem sempre. É considerado principal estabelecimento do devedor aquele onde 
se situa a administração da empresa., onde são tomadas todas as principais decisões e 
onde ocorrem as mais significantes operações empresariais e financeiras. 
 
20. Qual a principal característica do juízo falimentar? 
R. A principal característica do juízo falimentar é a sua universalidade e indivisibilidade. 
 
21. Por que o juízo falimentar é indivisível? 
R. O juízo da falência é indivisível porque tem competência para conhecer todas as 
ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, 
fiscais e aquelas não reguladas pela Lei em que o falido figurar como autor ou 
litisconsorte ativo. 
 
22. Qual a atuação do juiz na falência? 
R. O juiz preside o processo falimentar, desde o momento em que é proposta a ação. 
Em regra não existe falência de ofício, pelo juiz. A exceção ocorre quando o empresário 
tem o seu pedido de recuperação judicial negado, ou quando concedida a recuperação 
judicial, o devedor não a cumpre. 
 
23. Os pedidos de falência estão sujeitos a distribuição obrigatória? 
R. Sim, os pedidos de falência estão sujeitos a distribuição obrigatória, respeitada a 
ordem de apresentação. 
 
24. As ações propostas no juízo da falência estão sujeitas a distribuição por 
dependência? 
R. Sim, as ações que devam ser propostas no juízo da falência estão sujeitas a 
distribuição por dependência. 
 
25. Os processos de falência e os seus incidentes preferem a todos os outros na 
ordem dos feitos, em qualquer instância? 
 
 
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R. Sim, os processos de falência e seus incidentes preferem a todos os outros na ordem 
dos feitos, em qualquer instância. 
 
LEGITIMIDADE PASSIVA E LEGITIMIDADE ATIVA 
 
26. Quem tem legitimidade passiva no processo de falência? 
R. Tem legitimidade passiva no processo de falência: 
a) o empresário, que é aquele que pratica profissionalmente a atividade econômica, 
atuando com habitualidade e finalidade lucrativa. A falência incide, sobre todos os 
empresários, sejam individuais (firmas individuais) ou coletivos (as sociedades 
empresárias); 
b) o espólio do devedor empresário. Espólio, como se sabe, são os bens deixados pelo 
morto, via de regra designado pela expressão latina “de cujus”, isto é, de cuja sucessão 
se trata, servindo, portanto, para indicar o falecido. 
Na ocorrência de morte de uma pessoa, seus herdeiros irão sucedê-la nos direitos e 
obrigações, respondendo o espólio (os bens do “de cujus”) pelas dívidas que este 
porventura tenha deixado, conforme dispõe o Art. 597 do Código de Processo Civil. 
 
27. Quem tem legitimidade ativa no processo de falência? 
R. Tem legitimidade ativa no processo de falência: 
a) o próprio devedor, na forma do disposto nos artigos 105 à 107 da Lei nº 11.101, de 
9/2/2005; 
b) o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; 
c) o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da 
sociedade; 
d) qualquer credor. 
 
28. Qual o documento que deverá ser juntado pelo credor empresário ao ajuizar o 
pedido de falência? 
R. O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que 
comprove a regularidade de suas atividades. 
 
29. O credor que não tem domicílio no Brasil poderá requerer a falência do 
devedor? 
R. Sim, o credor que não tem domicílio no Brasil poderá requerer a falência do devedor, 
porém deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indenização de que 
trata o art. 101 da Lei Falimentar. 
 
30. Quando ocorrerá a falência do espólio? 
R. A falência do espólio ocorrerá quando o empresário vier a falecer em estado de 
insolvência. 
 
31. Quem poderá requerer a falência do espólio? 
R. Poderá requerer a falência do espólio, qualquer credor, o cônjuge sobrevivente, os 
herdeiros do devedor ou o inventariante. 
 
32. Na falência do espólio, o que ocorrerá com o processo de inventário? 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – EMPRESARIAL III 
2017.2 
 
 
 
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DIREITO 2017.2 
 
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R. Na falência do espólio, o processo de inventário, ficará suspenso, cabendo ao 
administrador judicial a realização de atos pendentes em relação aos direitos e 
obrigações da massa falida. 
 
33. O empresário que deixou de exercer o comércio a mais de dois anos pode ser 
declarado falido? 
R. Não. O empresário que deixou de exercer as suas atividades há mais de 2 (dois) 
anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público 
de Empresas, não poderá ter a sua falência declarada. 
 
FALÊNCIA REQUERIDA PELO PRÓPRIO DEVEDOR 
 
34. O que significa autofalência? 
R. Autofalência é a falência requerida pelo devedor em crise econômico financeira que 
julgue não atender aos requisitos para pleitear a sua recuperação judicial. 
 
35. O que o devedor deverá expor ao juízo ao requerer a sua autofalência? 
R. O devedor ao requerer ao juízo a sua autofalência, deverá expor as razões da 
impossibilidade de prosseguimento da sua atividade empresarial. 
 
36. Quais os documentos que deverão acompanhar o pedido de autofalência do 
devedor? 
R. O pedido de autofalência do devedor deverá estar acompanhado dos seguintes 
documentos: 
1) as demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as 
levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita 
observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: 
a) balanço patrimonial; 
b) demonstração de resultados acumulados; 
c) demonstração do resultado desde o último exercício social; 
d) relatório do fluxo de caixa; 
2) a relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e 
classificação dos respectivos créditos; 
3) a relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de 
valor e documentos comprobatórios de propriedade; 
4) a prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não 
houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens 
pessoais; 
5) os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei; 
6) a relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos 
endereços, suas funções e participação societária. 
 
37. O que acontecerá, se o pedido de autofalência não estiver regularmente 
instruído? 
R. Se o pedido de autofalência não estiver regularmente instruído, o juiz determinará 
que seja emendado. 
 
DISPOSIÇÕES GERAIS PARA O PEDIDO DE FALÊNCIA 
 
 
 
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