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CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 1 de 61 PARA MELHOR REDAÇÃO, REESCREVA OS CASOS PARA ASSIMILAÇÃO E INTERPRETAÇÃO PARA ADEQUAR A PERGUNTA QUESTIONADA CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 2 de 61 PLANO DE AULA - 1 Evol. Hist.: Falência. Recuperação Judicial. Extrajudicial CASO CONCRETO QUESTÃO Analise a questão abaixo e esclareça de acordo com a Doutrina e Jurisprudência sobre o tema: "Cuida-se de agravo de instrumento, com pedido de liminar, em face de decisão que declinou da competência para conhecer de pedido de falência ajuizado pelo agravante, sob o fundamento de que a sede do agravado se situa em São Paulo/SP, para onde determinou a remessa dos autos. Daí a interposição do agravo de instrumento, sustentando o recorrente que todas as atividades do devedor são realizadas no Distrito Federal, sendo que até mesmo um de seus sócios reside nesta Capital. Depois, o agravado foi citado em outra demanda em curso na comarca de Cuiabá/MT, tendo ofertado exceção de incompetência objetivando a remessa dos autos para uma das varas cíveis desta Circunscrição Judiciária. Portanto, não há dúvida de que o principal estabelecimento da pessoa jurídica situar-se-ia no Distrito Federal, o que torna o Juízo da Vara de Falências competente para apreciar o requerimento de quebra. Por fim, salienta que, caso a decisão seja imediatamente cumprida, poderá haver lesão de difícil reparação, pois não possui condições financeiras para acompanhar o trâmite da ação no Estado de São Paulo e o recurso estaria prejudicado pela perda de objeto. Pede a concessão de efeito suspensivo, bem como a reforma da decisão impugnada para declarar que o Juízo da Vara de Falência do Distrito Federal é o competente para apreciar o pedido." RESPOSTA Segundo Fabio Ulhoa por principal estabelecimento entende-se não a sede estatutária ou contratual da sociedade empresaria devedora, que vem mencionada no ato constitutivo, o principal estabelecimento para fins do direito falimentar é aquele que se encontra concentrado o maior volume de negócios da empresa. QUESTÃO OBJETIVA 1 - (MAGISTRATURA/MG) Assinale a alternativa correta. a) É competente a Justiça Federal para decretar falência ou deferir processamento da recuperação judicial de sociedade de economia mista cuja acionista majoritária seja a União. b) É competente a Justiça Estadual para decretar falência ou deferir processamento da recuperação judicial de sociedade de economia mista cuja acionista majoritária seja a União. c) É competente o juízo do foro eleito pela assembleia geral, ao aprovar o respectivo estatuto, para decretar falência ou deferir processamento da recuperação judicial de sociedade operadora de plano de assistência à saúde. d) É competente o juízo do local da filial para decretar falência ou deferir processamento da recuperação judicial de empresa que tenha sede fora do Brasil. (Art. 3º da LRJEF 11.101/05) CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 3 de 61 PLANO DE AULA - 2 Das Disposições Comuns a Recup. Judicial e a Falência CASO CONCRETO - (AGU CESPE - Adaptado) QUESTÃO Julgue o próximo item, relativo às normas de falência e de recuperação de empresas. Justifique com o dispositivo legal pertinente. "De acordo com a legislação de regência, o deferimento do processamento da recuperação judicial de sociedade empresária suspende o curso de todas as ações e execuções que tramitem contra o devedor; contudo, em hipótese nenhuma, a suspensão pode exceder o prazo improrrogável de cento e oitenta dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial". RESPOSTA CERTO. Podemos identificar no art. 6º e no §4º da Lei nº 11.101/05: “Art. 6º, A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. [...] § 4º Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial”. QUESTÃO OBJETIVA 2 Sobre as disposições comuns Recuperação Judicial e à Falência, analise os itens a seguir de acordo com a legislação falimentar: I - É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença. II - A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor. III - A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário e a ação que demandar quantia ilíquida. IV - São exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência as obrigações a título gratuito; A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: a) Apenas a IV; b) Apenas III e IV; c) Apenas a II; d) Apenas a I e II; CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 4 de 61 PLANO DE AULA - 3 Da Habilitação e Verificação dos Créditos. Ação de Habilitação de Crédito. Ação de Impugnação de Crédito. Ação Revisional de Crédito. Habilitação Retardatária. CASO CONCRETO QUESTÃO Em 29/01/2010, ABC Barraca de Areia Ltda. ajuizou sua recuperação judicial, distribuída à 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. Em 03/02/2010, quarta- feira, foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico do Rio de Janeiro ("DJE-RJ") a decisão do juiz que deferiu o processamento da recuperação judicial e, dentre outras providências, nomeou o economista João como administrador judicial da sociedade. Decorridos 15 (quinze) dias, alguns credores apresentaram a João as informações que entenderam corretas acerca da classificação e do valor de seus créditos. Quarenta e cinco dias depois foi publicado, no DJE-RJ e num jornal de grandecirculação, novo edital, contendo a relação dos credores elaborada por João. No dia 20/04/2010, você é procurado pelos representantes de XYZ Cadeiras Ltda., os quais lhe apresentam um contrato de compra e venda firmado com ABC Barraca de Areia Ltda., datado de 04/12/2009, pelo qual aquela forneceu a esta 1.000 (mil) cadeiras, pelo preço de R$ 100.000,00 (cem mil reais), que deveria ter sido pago em 28/01/2010, mas não o foi. Diligente, você verifica no edital mais recente que, da relação de credores, não consta o credor XYZ Cadeiras Ltda. E, examinando os autos em cartório, constata que o quadro-geral de credores ainda não foi homologado pelo juiz. Na qualidade de advogado de XYZ Cadeiras Ltda., analise a questão à luz da Lei 11.101/2005 para regularizar a cobrança do crédito desta sociedade. RESPOSTA Trata-se de habilitação de crédito retardatária, com fundamento no artigo 10, caput, da Lei 11.101/2005, que não observado o prazo estipulado no art. 7º, §1º da (LRJEF). Observa-se 1 - que o devedor não relacionou o crédito par a fins do art. 51, III, da (LRJEF 11.101/05) e contratando advogado para sua cobrança no processo de recuperação judicial pela via cabível. 2 - A impropriedade de impugnação à relação de credores com o fundamento no art. 8º da (LRJEF) seja pelo escoamento do prazo de 10 dias. ALTERNATIVAMENTE, admite-se a propositura de impugnação à relação de credores ou impugnação, com base no art. 5º da LRF, sob o fundamento de que as habilitações serão recebidas e autuadas como impugnação à relação de credores (art. 13 a 15 da LRJEF). Sem embargo, é fundamental precisar que já foi exaurido o prazo do art. 7º, §1º ou foi exaurido o prazo de 15 dias da publicação do edital, mas ainda não foi homologado o quadro geral de credores pelo juiz. CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 5 de 61 PLANO DE AULA - 4 Órgãos Atuantes na Recuperação Judicial e Falência QUESTÃO OBJETIVA 1 - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - FGV - MODIFICADO A respeito do Administrador Judicial, no âmbito da recuperação judicial, JULGUE as afirmativas abaixo: a) Somente pode ser destituído pelo Juízo da Falência na hipótese de, após intimado, não apresentar, no prazo de 5 (cinco) dias, suas contas ou os relatórios previstos na Lei 11.101/2005; ( F ) b) O Administrador Judicial, pessoa física, pode ser formado em Engenharia; ( V ) c) Será escolhido pela Assembleia Geral de Credores; ( F ) d) Perceberá remuneração fixada pelo Comitê de Credores. ( F ) QUESTÃO OBJETIVA 2 - (OAB-RJ – Exame de Ordem Na Lei de Falências – 11.101/2005, o Comitê de Credores será constituído: a) Por determinação do juiz, após manifestação do Ministério Público neste sentido; b) Por deliberação de qualquer classe de credores na assembléia geral; c) Por requerimento do administrador judicial, observando, no que couber, o procedimento do Código de Processo Civil; d) Por requerimento do devedor ao juízo, expondo as razões para sua criação; PLANO DE AULA - 5 Recuperação Extrajudicial CASO CONCRETO QUESTÃO A sociedade empresaria Telefonia do Sul S/A, constituída há mais de 5 anos e nunca beneficiada dos Institutos da Lei 11.101/2005, vem enfrentando dificuldades financeiras oriundas da crise econômica o que fez com que seu faturamento anual caísse em 40%, acarretando o não pagamento de dívidas tributarias e principalmente trabalhistas. O Diretor Financeiro da empresa procura seu escritório para detalhamento de eventual pedido de Recuperação Extrajudicial sob o argumento de ser procedimento menos oneroso e mais rápido do que o processo judicial. Oriente seu cliente de acordo com a legislação falimentar vigente. RESPOSTA A questão versa a respeito de dividas de natureza tributária e trabalhista, o que pelo art. 161 §1º da LRJEF, esses tipos de dividas não estão sujeitas a recuperação extrajudicial. QUESTÃO OBJETIVA - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - FGV Passa Sete Serviços Médicos S/A apresentou a seus credores plano de recuperação extrajudicial, que obteve a aprovação de mais de quatro quintos dos créditos de todas as classes por ele abrangidas. O plano estabeleceu a produção de efeitos anteriores à homologação judicial, exclusivamente, em relação à forma de pagamento dos credores signatários que a ele aderiram, alterando o valor dos créditos com deságio de 30% (trinta por cento). A companhia consultou seu advogado, que se pronunciou corretamente sobre o caso, da seguinte forma: a) O plano não pode estabelecer a produção de efeitos anteriores à homologação, devendo o juiz indeferir sua homologação, permitindo, contudo, novo pedido, desde que sanada a irregularidade. CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 6 de 61 b) O plano não pode estabelecer a produção de efeitos anteriores à homologação, devendo o juiz negar liminarmente sua homologação e decretar a falência. c) É lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários. d) É lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, desde que exclusivamente em relação à supressão da garantia ou sua substituição de bem objeto de garantia real. PLANO DE AULA - 6 Da Recuperação Judicial - conceito, pedido e processamento CASO CONCRETO 2 QUESTÃO Cimbres Produtora e Exportadora de Frutas Ltda. aprovou em assembleia de sócios específica, por unanimidade, a propositura de medida judicial para evitar a decretação de sua falência, diante do gravíssimo quadro de crise de sua empresa. O sócio controlador João Alfredo, titular de 80% do capital social, instruiu o administrador Afrânio Abreu e Lima a contratar os serviços profissionais de um advogado. A sociedade, constituída regularmente em 1976, tem sede em Petrolina/PE e uma única filial em Pilão Arcado/BA, local de atividade inexpressiva em comparação com a empresa desenvolvida no lugar da sede. O objeto social é o cultivo de frutas tropicais em áreas irrigadas, o comércio atacadista de frutas para distribuição no mercado interno e a exportação para a Europa de dois terços da produção. Embora a sociedade passe atualmente por crise de liquidez, com vários títulos protestados no cartório de Petrolina, nunca teve necessidade de impetrar medida preventiva à falência. O sócio João Alfredo e os administradores nunca sofreram condenação criminal. Na reunião profissional com o advogado para coleta de informações necessárias à propositura da ação, Afrânio informou que a crise econômica mundial atingiu duramente os países europeus da Zona do Euro, seu principal e quase exclusivo mercado consumidor. As quedas sucessivas no volume de exportação, expressiva volatilidade do câmbio nos últimos meses, dificuldades de importação de matérias-primas, limitação de crédito e, principalmente, a necessidade de dispensa de empregados e encargos trabalhistas levaram a uma forte retração nas vendas, refletindo gravemente sobre liquidez e receita. Assim, a sociedade se viu, com o passar dos meses da crise mundial, em delicada posição, não lhe restando outra opção, senão a de requerer, judicialmente, uma medida para viabilizar a superação desse estado de crise,vez que vislumbra maneiras de preservar a empresa e sua função social com a conquista de novos mercados no país e na América do Norte. A sociedade empresária, nos últimos três anos, como demonstra o relatório de fluxo de caixa e os balancetes trimestrais, foi obrigada a uma completa reestruturação na sua produção, adquirindo equipamentos mais modernos e insumos para o combate de pragas que também CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 7 de 61 atingiram as lavouras. Referidos investimentos não tiveram o retorno esperado, em razão da alta dos juros dos novos empréstimos, o que assolou a economia pátria, refletindo no custo de captação. Para satisfazer suas obrigações com salários, tributos e fornecedores, não restaram outras alternativas senão novos empréstimos em instituições financeiras, que lhe cobraram taxas de juros altíssimas, devido ao maior risco de inadimplemento, gerando uma falta de capital de giro em alguns meses. Dentro desse quadro, a sociedade não dispõe, no momento, de recursos financeiros suficientes para pagar seus fornecedores em dia. O soerguimento é lento e, por isso, é indispensável a adoção de soluções alternativas e prazos diferenciados e mais longos, como única forma de evitar-se uma indesejável falência. Analise a questão de acordo com a legislação falimentar vigente. RESPOSTA O pedido de recuperação judicial fundamentado no Art. 48 da LRJEF e conter a comprovação dos requisitos formais exigidos neste artigo, para demonstrar que não há impedimento ao deferimento do processamento. Devido a sociedade tem mais de 2 anos de exercício regular da empresa, não está falida, não obteve concessão de recuperação judicial há menos de 5 a nos e seu sócio controlador e os administradores não foram condenados pelos crimes previstos na Lei nº 11.101/2005. Por se tratar de sociedade limitada deve s er respeitado o Art. 1.071, V III, do Código Civil c/c o Art. 1076, I, do Código Civil, que exige deliberação da assembleia de sócios para aprovação do pedido de recuperação judicial. O enunciado informa que a totalidade dos sócios aprovou o pedido em assembleia especificamente convocada para esse fim. Requerer a nomeação do administrador judicial, a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, nos termos do Art. 5 2, II, da Lei nº 11.101/2005. E requerer a publicação de edital na imprensa oficial, contendo o resumo da decisão que defere o processamento do pedido, dando ciência aos c redores e advertindo-os acerca do prazo para habilitação dos créditos, e para que apresentem objeção a o plano de recuperação judicial a ser apresentado pelo devedor(Art. 5 2, § 1º, I, II e III, da Lei nº 11.101/2005). PLANO DE AULA - 7 Do Processamento da Recuperação Judicial. Do Plano de Recuperação Judicial para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Da Convolação da Recuperação Judicial em Falência CASO CONCRETO QUESTÃO Usina de Asfalto Graccho Cardoso Ltda., EPP, requereu sua recuperação judicial e indicou, na petição inicial, que se utilizará do plano especial de recuperação judicial para Microempresas e CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 8 de 61 Empresas de Pequeno Porte. No prazo legal, foi apresentado o referido plano, que previu, além do parcelamento dos débitos em 30 (trinta) meses, com parcelas iguais e sucessivas, o abatimento de 15% (quinze por cento) no valor das dívidas e o trespasse do estabelecimento da sociedade situado na cidade de Ilha das Flores. Aberto prazo para objeções, um credor quirografário, titular de 23% (vinte e três por cento) dos créditos dessa classe, manifestou-se contra a aprovação do plano por discordar do abatimento proposto, aduzindo ser vedado o trespasse como meio de recuperação. Com base na hipótese apresentada, responda aos itens a seguir. RESPOSTA A Diante da objeção do credor quirografário, a proposta de abatimento apresentada pela sociedade deverá ser apreciada pela assembleia geral de credores? Procede tal objeção? NÃO. Porque o plano especial de recuperação judicial para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte NÃO se submete à assembleia de credores, com base no Art. 72, caput, da Lei nº 11.101/2005. A objeção não procede, porque o plano especial de recuperação pode conter proposta de abatimento do valor das dívidas, nos termos do Art. 71, II, da Lei nº 11.101/2005. RESPOSTA B Em relação ao segundo argumento apontado pelo credor quirografário, é lícito à sociedade escolher o trespasse como meio de recuperação se esta medida for importante para o soerguimento de sua empresa? NÃO. No plano especial, a proposta do devedor fica limitada aos termos do art. 71 da Lei nº 11.101/2005, NÃO podendo incluir outros meios de recuperação, mesmo previstos para o plano comum, como o trespasse do estabelecimento. QUESTÃO OBJETIVA - MAGISTRATURA/RJ – ANULADA Analise as assertivas seguintes sobre a recuperação judicial de empresas. I. Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou sua substituição serão admitidas por decisão do Comitê de Credores, mesmo sem a concordância do credor titular da respectiva garantia. II. A sociedade anônima de capital aberto poderá apresentar como parte do plano de recuperação a emissão de debêntures. III. Se na recuperação judicial for decretada a falência do devedor, os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da recuperação judicial. É correto afirmar que: a) Apenas uma das assertivas está correta. b) Apenas duas assertivas estão corretas. c) Todas as assertivas estão corretas. d) Todas as assertivas estão incorretas. CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 9 de 61 PLANO DE AULA - 8 Disposições Gerais da Falência. Classificação dos Créditos e Pedido de Restituição CASO CONCRETO QUESTÃO Em 09/10/2011, Quilombo Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda., com sede e principal estabelecimento em Abelardo Luz, Estado de Santa Catarina, teve sua falência requerida por Indústria e Comércio de Eletrônicos Otacílio Costa Ltda., com fundamento no Art. 94, I, da Lei n. 11.101/05. O devedor, em profunda crise econômico-financeira, sem condição de atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial, não conseguiu elidir o pedido de falência. O pedido foi julgado procedente em 11/11/2011, sendo nomeado pelo Juiz de Direito da Vara Única da Comarca de Abelardo Luz, o Dr. José Cerqueira como administrador judicial. Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o administrador judicial efetuou a arrecadação separada dos bens e documentos do falido, além da avaliação dos bens. Durante a arrecadação foram encontrados no estabelecimento do devedor 200 (duzentos) computadores e igual número de monitores. Esses bens foram referidos no inventário como bens do falido, adquiridosem 15/09/2011 de Informática e TI d´Agronômica Ltda. pelo valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais). Paulo Lopes, único administrador de Informática de TI d´Agronômica Ltda., procura você para orientá-lo na defesa de seus interesses diante da falência de Quilombo Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda. Pelas informações e documentos apresentados, fica evidenciado que o devedor não efetuou nenhum pagamento pela aquisição dos 200 (duzentos) computadores e monitores, que a venda foi a prazo e em 12 (doze) parcelas, e a mercadoria foi recebida no dia 30/09/2011 por Leoberto Leal, gerente da sociedade. Diligente, você procura imediatamente o Dr. José Cerqueira e verifica que consta do auto de arrecadação referência aos computadores e monitores, devidamente identificados pelas informações contidas na nota fiscal e número de série de cada equipamento. A mercadoria foi avaliada pelo mesmo valor da venda - R$ 400.000,00 – e ainda está no acervo da massa falida. Na qualidade de advogado(a) de Informática e TI d´Agronômica Ltda., analise a questão, ciente de que não é do interesse do cliente o cumprimento do contrato pelo administrador judicial. RESPOSTA Para o vendedor reaver a posse da mercadoria é a AÇÃO DE RESTITUIÇÃO, art. 85, PU, c/c com o art. 87 da lei 11.101/05, descrição da coisa reclamada, o vendedor postula a entrega com fundamento em direito pessoal (contrato de compra e venda a prazo), já tem inclusive efetuado a tradição e, não reservou para se o domínio ate o adimplemento final do contrato. Julgamento será na Vara Única da Comarca de Abelardo Luz e o pedido serás de PROCEDÊNCIA da Ação para devolução da coisa reclamada no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 10 de 61 PLANO DE AULA - 9 Do Procedimento para Decretação da Falência CASO CONCRETO QUESTÃO João Santana, administrador de Supermercados Porto Grande Ltda., o procura para que providencie a cobrança imediata de vários débitos assumidos pela sociedade Ferreira Gomes & Cia Ltda. Tal sociedade está em grave crise econômico-financeira desde 2012, com vários títulos protestados, negativação em cadastros de proteção ao crédito e execuções individuais ajuizadas por credores. O cliente apresenta a você os seguintes documentos: a) uma nota promissória subscrita por Ferreira Gomes & Cia Ltda. no valor de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), vencida em 30/9/2013, apresentada a protesto em 17/03/2014, com medida judicial de sustação de protesto deferida e em vigor; b) boleto de cobrança bancária no valor de R$ 12.900,00 (doze mil e novecentos reais) referente ao fornecimento de alimentos no período de janeiro a março de 2014, vencido, com repactuação de dívida com parcelamento em seis meses, a contar de outubro de 2014. c) 23 (vinte e três) duplicatas de compra e venda, acompanhadas das respectivas faturas, vencidas entre os meses de janeiro de 2013 a fevereiro de 2014, no valor total de R$ 31.000,00 (trinta e um mil reais), todas aceitas pelo sacado Ferreira Gomes & Cia Ltda. e submetidas ao protesto falimentar em 26/3/2014. Sabendo que: i) a devedora tem um único estabelecimento, denominado "Restaurante e Lanchonete Tartarugal", situado em Macapá/AP; ii) o Decreto sobre a Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Amapá determina ser a Comarca de Macapá composta de 06 (seis) Varas Cíveis, competindo aos respectivos Juízes processar e julgar os feitos de natureza comercial. Por fim, analise a situação de acordo com a normatização da Lei 11.101/2005 para a instauração de execução coletiva dos bens do devedor em caso de procedência do pedido. RESPOSTA Cabem dois tipos: AÇÃO OU PEDIDO DE FALÊNCIA com fundamento no art. 94, caput, inciso I, e parágrafo 3º, da Lei n. 11.101/2005, quanto a AÇÃO DE EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL ou AÇÃO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE, com fundamento nos art. 784 do CPC e art.15, I, da Lei nº 5.474/68 (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1.11.1977). PLANO DE AULA - 10 Sentença de Decretação da Falência CASO CONCRETO QUESTÃO O sócio administador da sociedade empresária ABC Comércio de Roupas LTDA questiona você, especialista em Direito Falimentar se, uma vez decretada a falência da sociedade haverá a paralização total de suas atividades imediatamente. CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 11 de 61 RESPOSTA SIM. A decretação da falência paralisa a atividade econômica da empresa. Porém, na sentença, o juiz poderá autorizar a continuidade de suas atividades quando for demonstrado ser útil para o cumprimento da penalidade de execução consensual. QUESTÃO OBJETIVA De acordo com as normas de Direito Falimentar é correto afirmar que o termo legal da falência é: a) Fixado pelo juiz; b) Pedido pelo devedor; c) Declarado pelo credor, d) Lavrado pelo escrivão; e) Declarado pelo administrador judicial. PLANO DE AULA - 11 Efeitos da Sentença de Decretação da Falência CASO CONCRETO QUESTÃO Marcelo da Silva, sócio administrador da sociedade empresária Companhia de Tecidos do Brasil S/A, já com a falência decretada, questiona sobre a possibilidade de viajar aos Estados Unidos para acompanhar a cirurgia da filha mais nova. Analise a questão à luz da legislação falimentar vigente. RESPOSTA SIM. É possível, pois se trata de motivo justificável, no entanto, deverá deixar procurador em seu nome, bem como deverá comunicar expressamente ao juiz da falência sua ausência, conforme Art. 104, III da Lei 11.101/05: “A decretação da falência impõe ao falido os seguintes deveres, não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas cominadas na lei”. QUESTÃO OBJETIVA Respeitando as normas de Direito falimentar não podemos afirmar que a decretação da falência impõe ao falido os seguintes deveres: a) Prestar as informações reclamadas pelo juiz, administrador judicial, credor ou Ministério Público sobre circunstâncias e fatos que interessem à falência; b) Auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza; c) Comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por procurador, quando não for indispensável sua presença; d) Apresentar, no prazo fixado pelo administrador judicial, a relação de seus credores; e) Depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os seus livros obrigatórios, a fim de serem entregues ao administrador judicial, depois de encerrados por termos assinados pelo juiz. PLANO DE AULA - 12 Arrecadação e Custódia dos Bens CASO CONCRETO QUESTÃO Amin e Carla são sócios da A&C Engenharia Ltda., pessoa jurídica que, em 26/11/2016, teve falência decretada pela Vara de Falências e Concordatas do Distrito Federal, tendo o juízo CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 12 de 61 competente fixado o termo legal da falência em 20/11/2015.Pedro, administrador judicial da massa falida da A&C Engenharia Ltda., tomou conhecimento que Amin, à época em que este praticava atos concernentes à administração da sociedade, transferira, em 5/12/2015, a título gratuito, um automóvel, de propriedade da sociedade empresária, a sua irmã, Fabiana, o que causou prejuízos à massa falida. Em face dos referidos fatos, Pedro decidiu promover medida judicial visando à revogação da doação praticada por Amin, com o objetivo de preservar os interesses da sociedade e dos credores. Considerando a situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Pedro, analise a questão para a referida revogação, com fundamento na matéria de direito aplicável ao caso, apresentando todos os requisitos legais pertinentes. RESPOSTA Trata-se de AÇÃO REVOGATÓRIA, com fulcro no art. 133, I c/c art. 129, IV da Lei 11.101/05. Que pode ser promovida: I - contra todos os que figuram no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou beneficiados; ou II - contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores, conforme art. 133, I e II desta Lei. Deve-se analisar ainda: a) Legitimidade ativa: o administrador judicial tem legitimidade para propor a demanda, art. 132 da lei 11.101/05; b) a ineficácia do ato de doação praticado por Amin, art. 129, IV da lei 11.101/05. PLANO DE AULA - 13 Liquidação do Ativo na Falência CASO CONCRETO QUESTÃO Dentro do estudo de Direito Empresarial, temos a alienação do ativo da empresa, onde o juiz, ouvido o administrador judicial ordena a alienação de acordo com os incisos do artigo 142 da Lei 11.101/2005. Assim, caracterize as 3 modalidades de alienação do ativo. RESPOSTA As 3 (três) modalidades de alienação do ativo, previsto na lei falimentar, descrito no art. 142 da LRJEF são: I – leilão, por lances orais: § 3º No leilão por lances orais, aplicam-se, no que couber. II – propostas fechadas: § 4º A alienação por propostas fechadas ocorrerá mediante a entrega, em cartório e sob recibo, de envelopes lacrados, a serem abertos pelo juiz, no dia, hora e local designados no edital, lavrando o escrivão o auto respectivo, assinado pelos presentes, e juntando as propostas aos autos da falência. III – pregão: §5º A venda por pregão constitui modalidade híbrida das CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 13 de 61 anteriores, comportando 2 (duas) fases: I – recebimento de propostas, na forma do § 3º deste artigo; II – leilão por lances orais, de que participarão somente aqueles que apresentarem propostas não inferiores a 90% (noventa por cento) da maior proposta ofertada, na forma do § 2º deste artigo QUESTÃO OBJETIVA Considerando as normas vigentes em Direito Falimentar sobre a alienação dos bens, analise as afirmativas abaixo: I - Uma das formas de alienação dos bens é a alienação dos bens individualmente considerados. II - Uma das formas de alienação dos bens é a alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco; III - A alienação da empresa terá por objeto o conjunto de determinados bens necessários à operação rentável da unidade de produção, que poderá compreender a transferência de contratos específicos. IV - A realização do ativo terá início após a formação do quadro-geral de credores. a) Apenas as alternativas I e IV estão corretas; b) As alternativas II e III estão incorretas; c) As alternativas III e IV estão corretas; d) Apenas a alternativa IV está incorreta; 140 e) Todas as afirmativas estão corretas. PLANO DE AULA - 14 Pagamento do Passivo na Falência CASO CONCRETO QUESTÃO Pedro Silva, administrador judicial pela primeira vez no processo de Falência da sociedade empresária QWE Indústria e Comércio de Artigos Esportivos LTDA, pergunta a você especialista em Direito Falimentar questionando como será feito o pagamento de sua a remuneração enquanto administrador judicial. RESPOSTA Tanto a remuneração do administrador judicial quanto as custas judiciais são considerados CRÉDITOS EXTRA CONCURSAIS, sendo pagos com precedência pela massa falida em relação aos demais débitos (Art. 84, I e IV da Lei de Falências) QUESTÃO OBJETIVA - (Prova Magistratura - MG - 2009 - Adaptada). No procedimento estabelecido pela Lei 11.101/2005, a restituição em dinheiro será precedida do pagamento: a) Dos créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 salários- mínimos por trabalhador; 151 b) Dos créditos com garantia real; c) Dos créditos decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; d) Dos créditos trabalhistas vencidos nos 3 meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 10 salários-mínimos; CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 14 de 61 PLANO DE AULA - 15 Encerramento da Falência CASO CONCRETO QUESTÃO Pereira Barreto, empresário individual, falido desde 2011, teve encerrada a liquidação de todo o seu ativo abrangido pela falência. No relatório final apresentado ao juiz da falência pelo administrador judicial, indicando o valor do ativo e o do produto de sua realização, o valor do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores, consta que a massa falida realizou o pagamento integral aos credores não sujeitos a rateio, excluídos os juros vencidos após a decretação da falência. Em relação a esse grupo (créditos quirografários), o percentual de pagamento atingido foi de 47% (quarenta e sete) por cento do total, com depósito judicial efetuado pelo falido do valor de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) para atingir mais da metade do total dos créditos. Não foi ainda prolatada sentença de encerramento da falência. Pereira Barreto pretende retornar ao exercício de sua empresa individual, porém depende de uma providência de seu advogado para que tal intento seja possível. Durante o processo de falência o falido não foi denunciado por nenhum dos crimes previstos na Lei especial. Considerando que o Juízo da falência e o local do principal estabelecimento do falido estão situados em Duartina, Estado de São Paulo, Comarca de Vara Única, analise a questão de acordo com a legislação vigente. RESPOSTA Trata-se do PEDIDO (OU REQUERIMENTO) DE EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DO FALIDO. A situação descrita no enunciado enquadra-se no art. 158, inciso II, da Lei nº 11.101/2005. O falido satisfaz todas as exigências legais para requerer a extinção de suas obrigações, indicando o dispositivo legal em se ampara sua pretensão, ou seja, o Art. 158, II, da Lei nº 11.101/2005, QUESTÃO OBJETIVA Considerando as normas vigentes de direito falimentar, analise dentre as questões abaixo a(s) que está(ão) em desacordo com os efeitos da condenação por crime falimentar: I - a inabilitação para o exercício de atividade empresarial; II - o impedimento para o exercício de cargo ou função exclusivamente para o conselho de administração; III - existe a possibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio. IV - Transitada em julgado a sentença penal condenatória, será notificado o RegistroPúblico de Empresas para que tome as medidas necessárias para impedir novo registro em nome dos inabilitados. a) As afirmativas I, II e III estão corretas; b) As afirmativas II e III estão incorretas; c) As afirmativas II e IV estão corretas; d) Todas as afirmativas estão corretas; CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 15 de 61 PLANO DE AULA - 16 Crimes Falimentares e Atuação do Ministério Público CASO CONCRETO QUESTÃO Marcos da Silva, sócio administrador da empresa OGX Empreendimentos Imobiliários LTDA é condenado pela prática de crime falimentar previsto no artigo 168, caput da Lei 11.101/2005, sentença essa proferida pelo juiz responsável pelo processamento da falência. O advogado de Marcos, em sede recursal consegue habeas corpus sob a alegação de nulidade da decisão já que a competência seria da Seção Criminal para o processamento e julgamento das ações penais relativas aos crimes falimentares. Analise a questão com base na Lei 11.101/2005 e na Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. RESPOSTA Tipificação dos crimes de FRAUDE A CREDORES (art. 168 da lei 11.101/05), INDUÇÃO A ERRO (art. 171 da lei 11.1 01/05), DESVIO, OCULTAÇÃO OU APROPRIAÇÃO DE BENS (art. 173 da lei 11.101/05) QUESTÃO OBJETIVA 1 - Magistratura DF – 2011 Referindo-se aos personagens, instituições e órgãos que participam do processo falimentar, considere as preposições abaixo formuladas e assinale a incorreta: a) O órgão do Parquet está presente na falência e na recuperação judicial, com o fim precípuo de impedir que tais se transformem num meio de exploração lucrativo, que possa redundar em notórios e graves prejuízos à economia e, em consequência, à sociedade; b) O comitê de credores é facultativo, porquanto depende para a sua constituição da complexidade da falência ou da recuperação judicial, recaindo sobre si a fiscalização das atividades do administrador judicial; c) Pesa sobre o administrador judicial a administração e representação dos interesses dos credores e do falido, agindo como órgão ou agente auxiliar da justiça, sendo-lhe lícito, inclusive, desde que comprovadas a sua boa- fé e lisura na condução do seu encargo, e por ordem expressa do Juiz, adquirir bens da massa falida ou de devedor em recuperação judicial; d) Inserem-se como atribuições da assembleia-geral de credores aprovar, rejeitar ou modificar o plano de recuperação judicial, a constituição do comitê de credores, bem assim a adoção de modalidades de realização de ativo. QUESTÃO OBJETIVA 2 - Ministério Público/PR – 2011 Acerca da atuação do Ministério Público e a Lei de Recuperação Judicial de Empresas e Falências, assinale a alternativa correta: a) O Ministério Público deve participar em todas as fases do processo sob pena de nulidade dos atos praticados; b) O Ministério Público nunca atua em qualquer fase dos processos de recuperação judicial ou falências; c) O Ministério Público deve ser intimado pessoalmente para opinar sobre a indicação do administrador judicial; d) O Ministério Público pode impugnar o quadro geral de credores e promover a ação revocatória dos atos praticados com a intenção de prejudicar credores; e) O Ministério Público deve emitir parecer sobre a fixação de remuneração do CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 16 de 61 administrador judicial. RESUMÃO RECUPERAÇÃO E FALENCIA – Lei 11.101 de 2005 Recuperação Judicial – Objeto (artigo 47): Fazer os credores entrarem em acordo com os devedores. – Administração judicial (artigo 21 e SS): Nomeado pelo juiz, que tem a função de gerir a recuperação e a falecia. Vai ser o gerente do processo. Pessoa extremamente importante, grande e valioso aliado do juiz. Sendo remunerado pela própria empresa. – Pedido (artigo 51): Deve-se instruir, no qual terá diversos requisitos, elencados no artigo 51. Serie de demonstrações contábeis, para saber se a empresa eh ou não viável economicamente. – Verificação do crédito: sendo deferido pelo juiz, vai nomear o administrador judicial, no qual este com a relação de credores vai publicar um edital com os valores, os credores terão 45 dias pra impugnar o valor. Da decisão que o juiz tomou, ha recurso? SIM. –Edital: 45 dias para apresentar divergência à 1 edital 30 dias para apresentar impugnação à 2 edital – Impugnações: à Efeitos – julgamento – recurso – Habilitação do credito – Habilitação retardaria – Quadro geral dos credores – Créditos excluídos (artigo 49, paragrafo 3) – Conservação de direitos (artigo 49, paragrafo 2) – Plano de recuperação (artigo 53): Tem que haver a proposta, oportunidade de negociar com o credor. Este poderá: a) ser aprovado; b) não ser aprovado, causando convolação em falência. – Meios – Procedimentos – Convolação em falência (artigo 73) Falência – Artigo 75 – Morte declarada da empresa – Deve, não consegue pagar e não vai pagar nunca – Efeitos (artigo 77 e 115): Finalização e impedimento de novos negócios – Juízo universal (artigo 76) – Classificação de créditos (artigo 83): Os créditos que terão preferência estão elencados na Lei, não eh discricionário de nenhum juiz. – Pedido de restituição (artigo 85) – Motivos da falência (artigo 94) – Legitimidade ativa para requerer (artigo 17) CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 17 de 61 – Inabilitação (artigo 102) – Arrecadação dos bens (artigo 108) à Realização do ativo (artigo 140) – Pagamento dos credores (artigo 149) – Encerramento (artigo 154) Recuperação Extrajudicial – Artigo 161 I – Recuperação Considerações Gerais Recuperação Extrajudicial é Pacto/acordo entre credores e devedor onde a anuência é obtida fora do judiciário. Semelhança com o instituto da novação do Direito Civil. Ambas somente podem ser requeridas antes da decretação por meio de sentença da falência. Somente o devedor pode pedir recuperação judicial ou extrajudicial. Recuperação Judicial similar à antiga concordata preventiva. Acabou a concordata suspensiva. Sai o poder de deferimento do juiz para os credores (art. 56). Os juízes perderam poder no processo falimentar. Realização do ativo (art. 139) – pode ocorrer imediatamente após a arrecadação dos bens. Recuperação Extrajudicial (art. 161) Formulação do Plano de Recuperação (pacta sunt servanda) Requisitos Objetivos o Plano não abrange: Créditos tributários e previdenciário – o fisco não negocia – pode parcelar – art. 68 Créditos trabalhistas Créditos vincendos Adiantamento de Contrato de Câmbio – ACC (art. 86, II) Credores proprietários (art. 49, § 3°) – não confundir com garantia real Não se admite pagamento antecipado Credores devem ser tratados com isonomia dentro da mesma classe o Qual a abrangência do Plano de Recuperação Extrajudicial? Tão somente abrange os credores que anuíram. (art. 162) CASOS CONCRETOS 8º semestre– EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 18 de 61 o A “novação” só se opera quando o juiz homologa, o devedor deve requerer o Toda vez que 3/5 do valor do capital de uma classe de credores anuir, o plano abrangerá todos os credores (art. 163) o Antes da homologação pelo juiz poderá ser impugnado pelos credores – art. 165 Requisitos Subjetivos (art. 161 e art. 48) o Empresa ou sociedade empresária registrada o Pelo menos dois anos de exercício o Não pode estar falido (em processo de falência) o Crime falimentar – art. 181, § 1°, até cinco anos após a extinção da punibilidade, salvo reabilitação penal; quando pessoa jurídica a análise deve ser feita observando os administradores e/ou o sócio majoritário/controlador o Não pode estar pendente pedido de recuperação judicial o Não pode ter sido homologado tanto um plano de recuperação extrajudicial nos últimos de dois anos a contar do novo pedido o Não pode ter sido homologado tanto um plano de recuperação judicial nos últimos de cinco anos a contar do novo pedido o Não pode ter sido homologado tanto um plano de recuperação judicial com base no plano especial nos últimos de oito anos a contar do novo pedido Homologação do Plano de Recuperação Extrajudicial o Todo o desenrolar do plano se dá fora do judiciário o O empresário continua a frente de seu negócio o Juiz somente intima os credores para apresentar oposição o O não cumprimento do plano de recuperação extrajudicial não acarreta, de pronto, a decretação da falência. Para tal o credor deve entrar com ação de falência autônoma o Caso o plano preveja alienação de bens no judiciário o juiz terá de autorizar a sua alienação (art. 166) o A homologação é motivo de extinção do processo o A natureza jurídica da sentença de homologação é constitutiva para os credores abrangidos e declaratória para os demais CUIDADO: créditos de não credores, “laranja e outros cítricos” com crédito inflado não induzem a decisão para todos. o Os credores não abrangidos devem ser pagos no vencimento e no valor integral. Mantêm-se todos os seus direitos. QUEM TÁ FORA. TÁ FORA! (art. 161, § 4°) o Debate acerca do descumprimento. Ele desconstitui a “novação”, retornando os direitos e garantias ao originalmente contratado. Na CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 19 de 61 extrajudicial é silente, na judicial é expressa a determinação da desconstituição (art. 61, § 2°) Recuperação Judicial Ação própria proposta pelo devedor Contestação a um pedido de falência Inicial/contestação não precisa apresentar plano de recuperação, mas tão somente o pedido Juiz faz despacho de processamento (art. 52) Requisitos subjetivos o Empresa ou sociedade empresária registrada o Pelo menos dois anos de exercício o Não pode estar falido (em processo de falência) o Crime falimentar – art. 181, § 1°, até cinco anos após a extinção da punibilidade, salvo reabilitação penal; quando pessoa jurídica a análise deve ser feita observando os administradores e/ou o sócio majoritário o Não pode ter sido homologado tanto um plano de recuperação judicial nos últimos de cinco anos (oito anos se tratar-se de plano especial de recuperação judicial) a contar do novo pedido. (Cuidado: Após o despacho de processamento, não há mais volta para o devedor, caso não obtenha sucesso o juiz decreta de ofício a falência) Despacho de Processamento – Conteúdo: o Nomeia administrador judicial Organização dos credores Fiscalização sobre o devedor o Determina a apresentação e habilitação de créditos o Devedor não perde a administração do seu negócio o Suspensão por seis meses de todas as execuções, salvo as execuções fiscais, quantias ilíquidas e trabalhistas (art. 6°, § 7°) Créditos não abrangidos o Tributários o Adiantamento de Contrato de Câmbio – ACC o Credores proprietários (Cuidado: Créditos trabalhistas entram) Juiz Convoca a Assembléia Geral de Credores o Deliberação sobre Plano de Recuperação Judicial (art. 45) CLASSE QUORUM FORMA CONTAGEM Trabalhista Maioria simples Por cabeça Garantia Real Mais da metade dos créditos + maioria simples Por cabeça Por crédito Privilégio (Especial e Geral) + Mais da metade dos créditos + Por cabeça CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 20 de 61 Quirografário maioria simples Por crédito Fisco – juiz não homologa o plano se o devedor não apresentar certidão negativa (art. 57) Juiz pode decretar se (art. 58, § 1°): o Mais da metade de todos os credores presentes o Só uma classe rejeitou, aprovação de duas classes o Pelo menos 1/3 disse sim na classe que rejeitou Nos dois anos iniciais o Plano de Recuperação Judicial, se descumprido, acarreta a imediata convolação em falência. Após dois nos do Plano de Recuperação Judicial, caso descumprido, tal fato autoriza o credor a requerer pedido de falência. Após dois anos de cumprimento do plano de recuperação extrajudicial o processo é extinto e passa a ter características parecidas ao plano de recuperação extrajudicial. Após os dois anos o administrador judicial é destituído do cargo. Administrador Judicial – tem por obrigação fiscalizar o devedor – apresentando mensalmente informações ao juiz. Caso constate atos falimentares, pede o afastamento do devedor e o juiz nomeia GESTOR JUDICIAL – único caso em que esta figura aparece. Recuperação Judicial – Plano Especial Somente para micro e pequenas empresas Abrange somente credores quirografários 36 parcelas mensais e sucessivas Correção monetária + juros de 12% ao ano Carência de 180 dias Credores por maioria absoluta do crédito, caso apresente oposição, juiz decreta a falência. II – Falência Requisitada pelo devedor (autofalência) Requisitada pelo Credor Qualquer credor pode pedir, salvo: o Fisco (STJ) o Credor sem registro na Junta, se for empresário ou sociedade empresária CAUSA DE PEDIR: o Impontualidade (crise financeira) Certo, líquido, exigível (protesto) Maiores de 40 salários mínimos – admitido litisconsórcio ativo para perfazer o limite o Execução frustrada – citado, não pagou, nem nomeou bens a penhora – qualquer valor CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 21 de 61 o Atos falimentares – demandam dilação probatória – não precisa ser credor, mas tão somente demonstrar algum tipo de interesse Gestão temerária Dilapidação do ativo Credores fictícios Contra-ataque do devedor nos dois primeiros casos não é sujeito passivo o Empresários, sociedade empresária (com ou sem registro) – excluído: Sociedade simples, Cooperativas Espólio empresário falecido passadosum ano Sociedade Anônima já liquidada Inativos há mais de dois anos Sociedade de Economia Mista Empresa Pública Instituições financeiras (cuidado: art. 1°, lei 6.024/74 – Intervenção e Liquidação Extrajudicial de Instituições Financeiras), seguradoras (cuidado Dec. Lei 73/66), planos de saúde (98), capitalização (71) Regra básica – ativo < passivo/2 Previdência (verificar caso para aberta e fechada) Consórcio, cooperativas de crédito – ver art. 2° e 197 LF Crédito extinto, ausência de certeza, liquidez, exigibilidade; Depósito Elisivo (art. 98, parágrafo único – consignação em juízo) Contra-ataque nos demais casos – gestão temerária Negar existência dos atos; Recurso judicial; Não ser sujeito passivo Quem Pode Falir (sujeito passivo) Empresário Sociedade Empresária Ambos com ou sem registro Sócio de responsabilidade ilimitada, em caso de falência da sociedade Espólio de empresário falido até um ano Art. 2° Lei 11.101/05 – Não se aplica a lei de Falências, mas não quer dizer, necessariamente, que não possam falir Instituições financeiras privadas (Lei 6.024/74) o intervenção e liquidação extrajudicial (Banco Central do Brasil) o Instituições financeiras públicas não-federais (Lei 6.024/74) Cooperativa de Crédito (Lei n.º 5.764/71) Consórcio de Bens duráveis (Lei. n.º 11.785/08) Previdência Privada aberta (Lei Complementar n.º 109/01) Planos de Saúde (Lei n.º 9.656/98) Seguradoras (Decreto Lei n.º 73/66) CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 22 de 61 Sociedade de Capitalização (Decreto Lei n.º 261/67) Quem não pode falir Pessoa física que não seja empresária o CILA – Profissão Científica, Intelectual, Literária ou Artística o RURAL sem registro na junta Sociedade Simples Sociedade cooperativa Associação, fundação, organização religiosa, partido político Sócio de responsabilidade limitada, em caso de falência da sociedade, salvo abuso (desconsideração da personalidade jurídica) Espólio de empresário a mais de um ano. Empresário ou sociedade empresária que não exerça empresa há mais de 2 anos (inativo) Sociedade anônima já liquidada Instituição Financeira Pública Federal Previdência Privada Fechada (Lei Complementar n.º 108/01 e 109/01) Consórcio de sociedades, art. 278, Lei n.º 6.404/76. Empresas Públicas ou Sociedade de Economia Mista, salvo exercício de atividade econômica que lei especial sujeita a falência. (único local que diz poder falir a estatal é no caso do banco estadual) Administração Judicial da Massa Falida Ativo Passivo Conhecimento Arrecadação dos bens (posse) Menos Restituição (85) Mais bens devolvidos por terceiros à massa em virtude de declaração de ineficácia ou ação revocatória Conhecimento Verificação, habilitação e quadro geral de credores Classificação Realização Realização Pagamento em dinheiro Salvo 145 – preferir ser sócios a receber o crédito Arrecadação TUDO QUE ESTÁ NA POSSE Restituição Proprietário de bens na posse do falido – restituição in natura. o Ex.: proprietário fiduciário, sociedade arrendante – leasing, locador, o Coisa não existir – restituição em dinheiro, ressalvada a prioridade de crédito trabalhistas, referentes aos 3 meses anteriores à decretação, até o valor de 5 Salários Mínimos. Titulares de restituição que não são proprietários o Credor Adiantamento de Contrato de Câmbio – ACC o Coisa vendida a crédito nos 15 dias antes do PEDIDO CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 23 de 61 Declaração de Ineficácia Autor: o MASSA o Ministério Público o Credor o Juiz de ofício Réus: o Falido o Terceiro adquirente Ação ou petição proposta durante a falência Ato jurídico é válido Ato jurídico é ineficaz em relação a massa Não influi o estado subjetivo das partes – OBJETIVA – boa fé ou má fé Rol Taxativo o Pagamento antecipado no termo legal (período fixado pelo juiz – 1° protesto, Pedido de Falência, Pedido de Recuperação – pode retrotrair até 90 dias) – vincendas o Pagamento por forma diversa (dação em pagamento) – dívidas vencidas no termo legal o Garantia real no termo legal para credor antigo o Atos a título gratuito nos anos antes sentença (alimentos devidos pela massa são extintos, considerados título gratuito) o Renúncia à herança ou legado 2 anos antes decretação o Venda de estabelecimento sem consentimento dos credores, salvo bens suficientes – depois o vendedor faliu, salvo comprove boa-fé o Venda de imóveis após a falência – título oneroso ou gratuito, salvo prenotação anterior Ação Revocatória Autor: o MASSA o Ministério Público o Credor JUIZ NÃO Réus: o Falido o Terceiro adquirente Ação autônoma prazo decadencial de três anos após sentença de falência Ato jurídico é nulo Exige prova de má fé e de Conluio fraudulento Qualquer ato jurídico Verificação Cinco dias para apresentar relação de credores e livros empresariais; Administrador Judicial publica uma verificação de credores – publicada, termo inicial para prazo de 15 dias para habilitação CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 24 de 61 Habilitação Sem divergência Com divergência Administrador Judicial procede uma segunda publicação, termo inicial de 10 dias para impugnação Impugnação Contra relação de credores o Ausência de crédito o Ilegitimidade o Valor o Classificação Prazo de 10 dias Resolvidas por sentença do juiz falimentar Quadro Geral de Credores Administrador Judicial monta o Quadro Geral de Credores Juiz por sentença homologa por sentença Realização do Passivo Pagamento dos credores Efeitos da Sentença que decreta a falência Suspende o Execuções – inclusive fazenda pública o Ações líquidas o Não abrange as ações ilíquidas o Ações ilíquidas e fisco não são passíveis de habilitação o Os credores de ações ilíquidas não são incluídos no Quadro Geral de Credores, devendo requerer reserva de valor o O direito de retenção sobre bens sujeitos a arrecadação o Curso dos prazos prescricionais o Os juros contra o falido Vencimento antecipado das obrigações Privação da administração dos bens pelo falido Proibição do exercício da atividade comercial pelo falido Classificação dos Credores Extraconcursais (contra a massa, após a falência) o Administrador judicial e seus auxiliares o Trabalhistas contra a massa o Credores por quantias fornecidas o Custas o Emprestado ao devedor em recuperação judicial (crédito pré-falência) o Tributários durante a falência CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.comDIREITO 2017.2 Página 25 de 61 Credores Concursais o Trabalho (até 150 Salários Mínimos – demais quirografários) e acidente do trabalho (sem limite); o Garantia real (limitado ao valor do bem, o que superar vira quirografário) Súmula 308 STJ[1] (desconsidera hipoteca), construtoras hipoteca, adquirente por direito de sequela leva hipoteca. Hoje os bancos são proprietários fiduciários o Tributários Debate jurisprudencial que venceu a tese de que a lei não se aplica a execução fiscal. De outro lado, como não se aplica a lei a prescrição não é suspensa o Privilegiados – geral e especial o Quirografários e trabalhistas (o que superar 150 Salários Mínimos) e garantia real o valor que superar o bem dado em garantia o Multas – inclusive administrativas, tributárias, penais… o Subordinados (sócio, administradores) Créditos Não Pagos/Extinção das Obrigações Extintos se pagar 50% dos quirografários Executa o falido, a contar do encerramento falência o Cinco anos sem crime o Dez anos com crime Requerimento de extinção das obrigações o Autuado em apartado o 30 dias para oposição o Da sentença que declara a extinção, cabe apelação III – Crimes Falimentares Competência Juiz criminal da jurisdição onde foi decretada a falência ou recuperação Ação Penal Pública Incondicionada Ministério Público, intimado da sentença que declara a falência e observando a ocorrência de fato típico, promoverá a denúncia Classificação Próprios – cometido pelo falido, sócios, gerente ou diretores Impróprios – cometidos pelo síndico, perito, escrivão, terceiros, juiz e Ministério Público Pré-falimentares – antes da sentença declaratória Pós-Falimentares – após a sentença declaratória São crimes complexos – formados por vários atos, punindo-se o mais grave CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 26 de 61 PERGUNTAS E RESPOSTAS Fonte: MARIA BERNADETE MIRANDA 1. O que é direito falimentar? R. É um ramo do Direito Empresarial, onde encontramos normas jurídicas aplicáveis somente às empresas mercantis. 2. O que é falência? R. Falência é a solução judicial da situação jurídica do devedor empresário que não paga no vencimento obrigação líquida. 3. Qual a origem etimológica do vocábulo falência? R. A palavra falência deriva do latim fallentia que significa enganar, falsear. Proveniente do verbo, falir, que se origina do verbo latino fallere, significando faltar com a palavra, com o prometido, esconder, encobrir, lograr, induzir em erro. Não ter com que pagar os credores, fracassar. 4. Qual a origem etimológica do vocábulo recuperação judicial e recuperação extrajudicial? R. Em um sentido etimológico recuperação, substantivo feminino é proveniente do verbo recuperar, e significa “ter ou obter novamente (coisa, estado, condição que havia perdido); reaver, retomar, readquirir, recobrar”. O vocábulo judicial significa “relativo a juiz, a tribunais ou à justiça; forense; judiciário”. O vocábulo extrajudicial significa “extrajudiciário, que não se realiza perante a autoridade judiciária”. 5. O que significa insolvência ocasional? R. Insolvência ocasional é um problema financeiro do devedor, onde o ativo pode ser maior que o passivo, mas faltarem disponibilidades no momento. Exemplo: Art. 94, I, da Lei nº 11.101, de 9/2/2005. 6. O que significa insolvabilidade? R. Insolvabilidade é um estado econômico do devedor, onde o ativo é menor que o passivo e manifesta-se assim a crise da empresa. Exemplo: Art. 94, II, da Lei nº 11.101, de 9/2/2005. 7. O que significa inadimplemento? R. O inadimplemento independe do patrimônio. O devedor poderá deixar de pagar por qualquer outra razão. Exemplo: dúvida relevante quanto ao valor da dívida, contrato não cumprido, falência do credor. 8. Qual o aspecto jurídico da falência? R. A falência é simplesmente um processo de execução coletiva, instituído por lei, em benefício dos credores que constituem uma “massa” imposta pela lei que tem por fim o interesse comum dos próprios credores, impedindo que alguns dentre eles tenham a tentação de obter vantagens em detrimento de outros. CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 27 de 61 9. Qual a legislação especial que regulamenta o instituto da recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência? R. A legislação especial que regulamenta estes institutos é a Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 10. A quem pode ser aplicável o instituto da recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência? R. O instituto da recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência, será aplicável ao empresário individual e a sociedade empresária. 11. Qual a definição de empresário? R. Pelo Código Civil em seu artigo 966 “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços”. 12. O que se entende por sociedade empresária? R. A sociedade empresária tem por objetivo a prática de atividade econômica e a sua finalidade é a obtenção do lucro. São subordinadas ao Direito de Empresa e sempre são criadas para a realização de uma finalidade econômica. Para que as sociedades se digam empresárias, além da forma legal é necessário que as pessoas que as componham, explorem certo ramo de comércio ou indústria, com interesse comum, sob uma responsabilidade, limitada, ilimitada ou mista, e que se destinem ao exercício habitual da atividade econômica. 13. Onde é feito o registro das sociedades empresárias? R. As sociedades empresárias vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das juntas comerciais e constituem-se segundo um dos tipos regulados nos artigos 1.039 a 1.092 do Código Civil. 14. O instituto da recuperação judicial, extrajudicial e da falência poderá ser aplicado ao devedor civil? R. O instituto da recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência não poderá se aplicar ao devedor civil, cuja insolvência será regulada pelo Código de Processo Civil em seus artigos 748 e seguintes. 15. Quais são as entidades não sujeitas à recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência? R. As entidades não sujeitas à recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência são: a) as empresa pública e sociedade de economia mista; b) as instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. 16. Quais os pressupostos da falência? R. Os pressupostos da falência são três: CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 28 de 61 a) o devedor deverá ser empresário ou sociedade empresária; b) o devedor deve apresentar estado de Insolvência ocasional, presumida ou autofalência (confessada); c) deve haver sentençajudicial de falência. 17. O que se entende por atos de falência? R. Atos de falência são aqueles praticados pelo empresário ou pela sociedade empresária, que consistem em comportamento pouco usual, ilícito ou suspeito, de forma a beneficiar a si próprio ou a alguns de seus credores, e a prejudicar outros. JUÍZO UNIVERSAL 18. Qual o juízo competente para decretar a falência do devedor? R. O juízo competente para decretar a falência do devedor é o juízo do local do seu principal estabelecimento ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. 19. O local do principal estabelecimento do devedor é sempre o mesmo do domicílio estatutário da empresa? R. Não, nem sempre. É considerado principal estabelecimento do devedor aquele onde se situa a administração da empresa., onde são tomadas todas as principais decisões e onde ocorrem as mais significantes operações empresariais e financeiras. 20. Qual a principal característica do juízo falimentar? R. A principal característica do juízo falimentar é a sua universalidade e indivisibilidade. 21. Por que o juízo falimentar é indivisível? R. O juízo da falência é indivisível porque tem competência para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas pela Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo. 22. Qual a atuação do juiz na falência? R. O juiz preside o processo falimentar, desde o momento em que é proposta a ação. Em regra não existe falência de ofício, pelo juiz. A exceção ocorre quando o empresário tem o seu pedido de recuperação judicial negado, ou quando concedida a recuperação judicial, o devedor não a cumpre. 23. Os pedidos de falência estão sujeitos a distribuição obrigatória? R. Sim, os pedidos de falência estão sujeitos a distribuição obrigatória, respeitada a ordem de apresentação. 24. As ações propostas no juízo da falência estão sujeitas a distribuição por dependência? R. Sim, as ações que devam ser propostas no juízo da falência estão sujeitas a distribuição por dependência. 25. Os processos de falência e os seus incidentes preferem a todos os outros na ordem dos feitos, em qualquer instância? CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 29 de 61 R. Sim, os processos de falência e seus incidentes preferem a todos os outros na ordem dos feitos, em qualquer instância. LEGITIMIDADE PASSIVA E LEGITIMIDADE ATIVA 26. Quem tem legitimidade passiva no processo de falência? R. Tem legitimidade passiva no processo de falência: a) o empresário, que é aquele que pratica profissionalmente a atividade econômica, atuando com habitualidade e finalidade lucrativa. A falência incide, sobre todos os empresários, sejam individuais (firmas individuais) ou coletivos (as sociedades empresárias); b) o espólio do devedor empresário. Espólio, como se sabe, são os bens deixados pelo morto, via de regra designado pela expressão latina “de cujus”, isto é, de cuja sucessão se trata, servindo, portanto, para indicar o falecido. Na ocorrência de morte de uma pessoa, seus herdeiros irão sucedê-la nos direitos e obrigações, respondendo o espólio (os bens do “de cujus”) pelas dívidas que este porventura tenha deixado, conforme dispõe o Art. 597 do Código de Processo Civil. 27. Quem tem legitimidade ativa no processo de falência? R. Tem legitimidade ativa no processo de falência: a) o próprio devedor, na forma do disposto nos artigos 105 à 107 da Lei nº 11.101, de 9/2/2005; b) o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; c) o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade; d) qualquer credor. 28. Qual o documento que deverá ser juntado pelo credor empresário ao ajuizar o pedido de falência? R. O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades. 29. O credor que não tem domicílio no Brasil poderá requerer a falência do devedor? R. Sim, o credor que não tem domicílio no Brasil poderá requerer a falência do devedor, porém deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 da Lei Falimentar. 30. Quando ocorrerá a falência do espólio? R. A falência do espólio ocorrerá quando o empresário vier a falecer em estado de insolvência. 31. Quem poderá requerer a falência do espólio? R. Poderá requerer a falência do espólio, qualquer credor, o cônjuge sobrevivente, os herdeiros do devedor ou o inventariante. 32. Na falência do espólio, o que ocorrerá com o processo de inventário? CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017.2 Página 30 de 61 R. Na falência do espólio, o processo de inventário, ficará suspenso, cabendo ao administrador judicial a realização de atos pendentes em relação aos direitos e obrigações da massa falida. 33. O empresário que deixou de exercer o comércio a mais de dois anos pode ser declarado falido? R. Não. O empresário que deixou de exercer as suas atividades há mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, não poderá ter a sua falência declarada. FALÊNCIA REQUERIDA PELO PRÓPRIO DEVEDOR 34. O que significa autofalência? R. Autofalência é a falência requerida pelo devedor em crise econômico financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear a sua recuperação judicial. 35. O que o devedor deverá expor ao juízo ao requerer a sua autofalência? R. O devedor ao requerer ao juízo a sua autofalência, deverá expor as razões da impossibilidade de prosseguimento da sua atividade empresarial. 36. Quais os documentos que deverão acompanhar o pedido de autofalência do devedor? R. O pedido de autofalência do devedor deverá estar acompanhado dos seguintes documentos: 1) as demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório do fluxo de caixa; 2) a relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos; 3) a relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade; 4) a prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais; 5) os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei; 6) a relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas funções e participação societária. 37. O que acontecerá, se o pedido de autofalência não estiver regularmente instruído? R. Se o pedido de autofalência não estiver regularmente instruído, o juiz determinará que seja emendado. DISPOSIÇÕES GERAIS PARA O PEDIDO DE FALÊNCIA CASOS CONCRETOS 8º semestre – EMPRESARIAL III 2017.2 Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição
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