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Esquema de aula 9

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Direito Empresarial III
	20.1
UNIDADE I
PONTO 01
 EVOLUÇÃO HISTÓRICA
1. Direito Romano
- Execução pessoal:
•Adjudicação (60 dias) e morte.
- Execução patrimonial:
• Lex Poetelia Papira (326 a.C[footnoteRef:1]) [1: Não existe quanto à data, mas essa é a aceita de forma majoritária. ] 
 Encerra a execução de caráter pessoal. 
• Bonorum Venditio (Rutílio, 118 a.C): 
1º) Missio in rem: conservação e guarda dos bens;
2º) Curator bonorum: avisos públicos – concurso de credores;
3º) Magister (um dos credores): vender os bens em leilão (bonorum venditio);
4º) Comprador (Bonorum emptor): obrigação de pagar a cada credor um valor proporcional. 
• Lex Julia Bonorum (737 d.C) 
 Todos os bens, massa falida.
2. Idade média
- Renascimento do comércio.
- Tutela estatal: habilitação em juízo.
- Aplicação ampla.
- Falência: sempre um delito.
• Falece (latim): faltar com o prometido, com a palavra, enganar[footnoteRef:2]. [2: Nesse sentido, Carvalho de Mendonça em seu Tratado de Direito Comercial Brasileiro.] 
3. Direito Moderno
- 1807: Código Comercial Francês.
• Tratamento diferenciado: devedores honestos e desonestos.
- 1850: Código Comercial Brasileiro - Das quebras.
4. Direito Contemporâneo
- Caráter liquidatório.
• Concordata: preventiva e suspensiva.
• Decreto lei nº 7.661/1945: Lei de falências – LF. 
- Função social da empresa.
• Recuperação de empresas.
• Lei 11.101/2005: Lei de Recuperação de Empresa – LRE. 
Distribuição de temas: 39,5% aspectos comuns à falência e recuperação; 44% falência (Unidades I e II); 16,5% recuperação de empresas (Unidade III).
- Breve comparação entre a Decreto Lei n.º 7.661/1945 e a Lei n.º 11.101/05
	LF
	LRE
	
Defasagem: relações negociais.
	Duas frentes: Diminuição do desemprego e desenvolvimento econômico.
	Comerciante individual
	Empresário e sociedade empresária.
Obs.: ME e EPP.
	Equipara: administrador/empresa
	Diferencia: administrador/empresa
	Formalismo
	Eficiência: Celeridade e satisfação creditícia
	Finalidade liquidatória
(Não é procedimento de cobrança)
	Finalidade recuperatória
	Excessivos privilégios: Fisco
	Alteração da ordem de preferência
2. Princípios/objetivos
	Comissão de assuntos econômicos do Senado
	Doutrina (não pacificada)
	Preservação da empresa: função social.
	Preservação da empresa viável (função social da empresa).
	Maximização dos ativos do falido.
	Maximização do ativo.
	Participação ativa dos credores:
• Comitê geral de credores;
• Assembleia geral de credores.
	Relevância dos interesses dos credores.
Tratamento paritário (par conditio creditorum).
	Segurança jurídica combinada com a celeridade e eficiência.
	Publicidade dos procedimentos
• Clareza e objetividade;
• Participação dos credores.
	
Separação: Administrador/empresa
	Celeridade Processual (adequada duração do processo, art. 5º, LXXVIII e art. 75, parágrafo único, LRE)
	Proteção aos trabalhadores
	Economia processual (diretamente ligado à celeridade – processo mais rápido e econômico)
Obs.: consiste num meio para que os objetivos da falência sejam alcançados.
	Redução do crédito no Brasil
	
	Desburocratização: ME e EPP
	
	Punição com mais rigor: crimes falimentares
	
Ponto 02
 Falência
1. Introdução
- Crise:
• Econômica: venda inferior que o esperado;
• Financeira: iliquidez;
• Patrimonial: insolvência.
 Inviabilidade: procedimento falimentar.
1.1. Observações
- Inadimplência: execução individual;
- Insolvência: Inviabilidade – liquidação (estado de falência).
• Execução em concurso de credores - par conditio creditorum.
2. Pressupostos
• Material Subjetivo: Agente econômico empresário.
• Material objetivo: Presunção não elidida de insolvência.
• Formal: Sentença de falência.
2.1. Pressuposto material subjetivo
- Agente econômico empresário: art. 1º, LRE.
• Empresário individual, Eireli ou sociedade empresária.
 Sociedade simples: NÃO é empresária, logo, excluída.
 Embora estivesse incluída no texto do art. 1º, do projeto da lei – versão aprovada pela Câmara dos Deputados em 15/10/03 – a sociedade simples foi retirada da redação final[footnoteRef:3]. [3: Somente 8 dos 222 artigos do Projeto da Câmara dos Deputados foram integralmente mantidos pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.] 
• Fora do enquadramento: insolvência civil.
- Exclusão: art. 2º, LRE.
• Absoluta:
 Empresas públicas;
 Sociedade de economia mista[footnoteRef:4]; [4: Divergência: parte minoritária da doutrina entende que as sociedades de economia mista que exploram atividade econômica, como por exemplo o Banco do Brasil, se submetem ao regime falimentar.] 
 Entidade de previdência complementar fechada: aquela que tem como objeto administração e execução de planos de natureza previdenciária[footnoteRef:5], como por exemplo, a Boticário PREV. Que é mantida pelo Grupo Boticário e se destina aos seus empregados. Ressalte-se que tais pessoas jurídicas nem podem ser consideradas empresárias, uma vez que deverão se organizar como fundações ou sociedades civis, sem fins lucrativos. [5: LC n.°109/2001, Art. 31. As entidades fechadas são aquelas acessíveis, na forma regulamentada pelo órgão regulador e fiscalizador, exclusivamente:
I - aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas e aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores; e
II - aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominadas instituidores.
Art. 32. As entidades fechadas têm como objeto a administração e execução de planos de benefícios de natureza previdenciária.
] 
 Câmara de compensação: organismo que que atua no mercado de futuros assegurando o cumprimento dos contratos, importante mecanismo de segurança para os que investem em títulos e valores mobiliários. 
• Relativa: nesses casos a falência é possível, desde que presentes as condições previstas na legislação especifica de cada uma dessas entidades. 
 Entidades de previdência complementar abertas[footnoteRef:6], instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. [6: LC n.°109/2001, Art. 36. As entidades abertas são constituídas unicamente sob a forma de sociedades anônimas e têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas.] 
Quadro-resumo: zonas de incidência da LRE[footnoteRef:7] [7: NEGRÃO, R. Curso de Direito Comercial e de Empresas, vol. 3. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2017. ] 
2.2. Pressuposto material objetivo - Art. 94, LRE
- Insolvência:
• Econômica;
• Presumida (jurídica) – adotada pelo sistema da LRE[footnoteRef:8]. [8: É importante ter em mente que a nossa legislação, além dos três casos de insolvência jurídica ou presumida (impontualidade injustificada, da execução frustrada ou da prática de atos de falência – 94, I, II e III, LRE), prevê um caso de insolvência econômica advinda da rara confissão do devedor (autofalência). ] 
2.2.1. Impontualidade - Art. 94, I, LRE
- Minimizar riscos.
• Crítica: pode tornar definitiva uma crise transitória.
- Requisitos:
a) Obrigação líquida:
• Certa: existência;
• Determinada: objeto.
b) Exigível: vencida.
c) Título executivo: judicial ou extrajudicial[footnoteRef:9]. [9: S. 248 STJ: “Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de falência”. 
Essa mesma regra tem sido aplicada à duplicata virtual – podendo ser objeto de execução, pode gerar o pedido de falência. Nesse sentido, DIREITO EMPRESARIAL. INSTRUÇÃO DO PEDIDO DE FALÊNCIA COM DUPLICATAS VIRTUAIS. A duplicata virtual protestada por indicação é título executivo apto a instruir pedido de falência com base na impontualidade do devedor. Isso porque o art. 94, I, da Lei de Falências (Lei 11.101/2005) não estabelece nenhuma restrição quanto à cartularidadedo título executivo que embasa um pedido de falência” (REsp 1.354.776-MG, Rel. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/8/2014).] 
d) Protesto[footnoteRef:10]: [10: Lei n.º 9.492/97, art. 14: “Protocolizado o título [de crédito] ou documento de dívida [se reveste de certeza, exigibilidade e liquidez], o Tabelião de Protesto expedirá a intimação ao devedor, no endereço fornecido pelo apresentante do título ou documento, considerando-se cumprida quando comprovada a sua entrega no mesmo endereço”.
A intimação é considerada cumprida com a entrega no endereço (não há intimação pessoal do devedor). Não obstantes é importante observar o que exige a Súmula 361 do STJ: “A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige a identificação da pessoa que a recebeu”. ] 
• Cambial/próprio para a falência[footnoteRef:11]. [11: Já decidiu o STJ, citando precedente do STF, que é possível o protesto especial de uma decisão judicial, para fins de instruir o pedido de falência. Quanto ao protesto dos títulos de crédito, o STJ entendeu que é desnecessário o protesto especial, bastando o protesto comum (cambial).] 
• Título original[footnoteRef:12]: salvo se utilizado em outro processo. [12: LRE, Art. 9º (...)Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo.] 
e) Valor mínimo:
• Superior a 40 salários mínimos na data do pedido.
• Admite litisconsórcio: limite mínimo – Art. 94, §1°, LRE.
f) Motivos (relevantes) para não pagar - Art. 96, LRE:
• Pressuposto da falência: sem motivo juridicamente relevante:  Falsidade do título.
Prescrição - perda da força executiva do título.
Nulidade de obrigação ou de título (amplo: nulos e anuláveis).
Pagamento da dívida.
Qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título (tipo aberto).
Vício em protesto ou em seu instrumento.
Apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação (10 dias).
Cessação das atividades empresariais mais de 2 anos antes do pedido de falência (registro na Junta - não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado).
- Não será decretada a falência:
 S/A: depois de liquidado e partilhado seu ativo (liquidação extrajudicial);
 Espólio após 1 ano da morte do devedor.
 Empresário individual;
 Sócio de responsabilidade ilimitada (Art. 81, LRE - equiparados).
- Defesa parcial não obsta decretação da falência: obrigação não justificadas no montante mínimo exigido. 
- Nessa hipótese, o pedido de falência será instruído com os títulos executivo, acompanhados, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica – art. 94, §3º, LRE.
2.2.2. Execução frustrada - Art. 94, II, LRE:
- O devedor não pode obedecer ao comando executivo.
- Não há previsão de valor mínimo.
- Pedido instruído com certidão expedida pelo juízo da execução:
• Execução deverá ser suspensa/extinta - art. 94, §4º, LRE.
• Outra lide: título liquidatório.
- Nova citação.
2.2.3. Indícios legais (atos de falência) - Art. 94, III, LRE:
- Desnecessária a existência de títulos vencidos ou protestados.
- Atos de falência e plano de recuperação: compatibilidade.
- Rol:
• Liquidação precipitada dos ativos ou usa meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
• Realiza ou tenta realizar negócio simulado/ alienação de parte/totalidade de seu ativo a terceiro, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores.
• Transfere estabelecimento a terceiro sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo (Art. 1.145, CC[footnoteRef:13]); [13: “Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação”. ] 
• Simula transferência (geográfica) do estabelecimento;
• Outorga/reforça garantia real:
 Posterior à constituição do crédito;
 Sem restar bens livres e desembaraçados.
• Ausência: acefalia.
• Abandono: ocultação.
• Descumprimento do plano de recuperação.
2.3. Pressuposto formal:
- Sentença de falência.
• Estado de falido;
• Oficializa a inviabilidade.
Ponto 03 
Processo falimentar (1ª Etapa)
1. Introdução- Art. 75, LRE:
- Celeridade e economia processual.
1.2. Universalidade:
- Art. 6º, LRE: Bens, interesses, negócios e credores.
- Aptidão atrativa (conteúdo patrimonial) – Art. 76, LRE:
• Exceções:
Ações não reguladas pela LRE:
Devedor: autor/litisconsorte ativo.
Substituído pelo Administrador Judicial.
Ações trabalhistas: Art. 6º, §2º, LRE;
Ações em andamento - quantia ilíquida: Art. 6º, §1º, LRE;
Crédito tributário: Art. 187, CTN;
Ações - parte: União/entidade autárquica federal: Art. 109, I, CF.
• Reserva de quantia: Art. 6º, §3º, LRE.
- Fazzio:
• Unidade: pretensões;
• Indivisibilidade: bens, interesses, negócios;
• Universalidade: credores.
2. Competência: 
- Art. 3º, LRE – principal estabelecimento[footnoteRef:14]: [14: “CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AGRAVO INTERNO. PROCESSAMENTO E JULGAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL. ART. 3º DA LEI N. 11.101/2005. 1. Nos termos do art. 3º da Lei n. 11.101/2005, o foro competente para o processamento da recuperação judicial e a decretação de falência é aquele onde se situe o principal estabelecimento da sociedade, assim considerado o local onde haja o maior volume de negócios, ou seja, o local mais importante da atividade empresária sob o ponto de vista econômico. Precedentes. 2. No caso, ante as evidências apuradas pelo Juízo de Direito do Foro Central de São Paulo, o principal estabelecimento da recuperanda encontra -se em Cabo de Santo Agostinho/PE, onde situados seu polo industrial e seu centro administrativo e operacional, máxime tendo em vista o parecer apresentado pelo Ministério Público, segundo o qual o fato de que o sócio responsável por parte das de cisões da empresa atua, por vezes, na cidade de São Paulo, não se revela suficiente, diante de todos os outros elementos, para afirmar que o "centro vital" da empresa estaria localizado na capital paulista. 3. Agravo interno não provido”. (AgInt no CC 147714/ SP - AGRAVO INTERNO NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA - 2016/0190631-3; Relator(a) – Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO (1140); Órgão Julgador – S2 – Segunda Seção; Data do Julgamento – 22/02/2017; Data da Publicação/Fonte - DJe 07/03/2017)] 
• Volume de negócios;
• Mudança nominal (fraudulenta) da sede - ato de falência:
 Juízo do domicílio anterior.
• Sociedade estrangeira: Principal das filiais do Brasil.
• Pluralidade de juízos: 1º pedido – Juízo prevento (Art. 6º, §8º, LRE).
3. Autofalência:
- Empresário insolvente:
• Representação: contrato/estatuto.
 Sócios de responsabilidade ilimitada (equiparados).
• Obrigação (sem sanção) ou faculdade?
• Empresário irregular.
- Petição inicial – Art. 105, LRE:
• Razões;
• Documentos:
Condição de empresário (Art. 105, IV, LRE);
Contábeis: Demonstrações dos 3 últimos exercícios e especiais para o pedido; e os livros obrigatórios.
Credores: Qualificação, natureza e valor do crédito. 
Empresário individual e sócio com responsabilidade ilimitada: todos os credores
Bens e direitos para auxiliar a arrecadação: Estimativa de valor e comprovação da propriedade.
Administradores (5 anos): Endereço e funções; participação societária - Caráter informativo.
- Emenda: pedido não instruído regularmente – Art. 106, LRE:
• 10 dias – Art. 284, CPC.
- Retratação/desistência:
• Antes da decretação;
• Prova do desaparecimento das razões.
4. Sujeito ativo - Art. 97, LRE[footnoteRef:15]: [15: Câmaras Reservadas de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo – Entendimento sumular n.º 44. “(...) Pluralidade de credores não constitui pressuposto da falência”.] 
- Devedor empresário (autofalência).
- Cônjuge sobrevivente, inventariante e herdeiro:
• Empresário individual;
• Sócio de responsabilidade ilimitada – Art.81, LRE;
• Falência do espólio: Impossível após 1 ano da morte do devedor – Art. 96, §1º, LRE.
• Os que não fizeram o pedido podem se opor.
• Mesmo procedimento da autofalência – Art. 105 a 107, LRE.
- Cotista/acionista do devedor (proteção aos que não exercem a gestão).
• Segundo a LSA, arts, 105 e 206, II, b: quando verificados atos violadores da lei ou do estatuto, indícios graves de irregularidades praticadas por qualquer dos órgãos de administração e se a sociedade não preencher seu fim;
• CC, art. 1030: falta grave no cumprimento de suas obrigações (administradores), incapacidade superveniente do sócio diretor;
• Parte da doutrina[footnoteRef:16] – interpretação histórica do CCom: perda total do capital social, ou quando ele se tornar insuficiente, incapacidade moral ou civil do sócio administrador, abuso, prevaricação, violação ou falta no cumprimento das obrigações sociais, ou, ainda, fuga dos representantes legais. [16: Dentre eles, Ricardo Negrão.] 
- Qualquer credor[footnoteRef:17] (mais comum): [17: Em caso de debenturista, o agente fiduciário, como representante da comunidade de debenturista, será o responsável pela propositura da ação, depois de ouvida a assembleia de debenturistas. Nesse sentido: LSA, “art. 68. O agente fiduciário representa, nos termos desta Lei e da escritura de emissão, a comunhão dos debenturistas perante a companhia emissora.
§ 3º O agente fiduciário pode usar de qualquer ação para proteger direitos ou defender interesses dos debenturistas, sendo-lhe especialmente facultado, no caso de inadimplemento da companhia:
d) representar os debenturistas em processos de falência, concordata, intervenção ou liquidação extrajudicial da companhia emissora, salvo deliberação em contrário da assembleia dos debenturistas;”] 
• Comprovações necessárias:
Condição de credor;
Regularidade: credor empresário.
O irregular: apenas habilitação.
• Credor com domicílio no exterior – Art. 97, §2º, LRE:
 Caução = custas + indenização.
 MERCOSUL, Protocolo nº 2.067/1996 (https://www.oas.org/dil/esp/Protocolo%20de%20Coopera%C3%A7%C3%A3o%20e%20Assist%C3%AAncia%20Jurisdicional%20em%20Mat%C3%A9ria%20Civil,%20Comercial,%20Trabalhista%20e%20Administrativa%20%E2%80%93%20MERCOSUL%20Brasil.pdf), Art. 4º: dispensa a caução.
Nenhuma caução ou depósito, qualquer que seja sua denominação, poderá ser imposto em razão da qualidade de cidadão ou residente permanente de outro Estado Parte. 
O parágrafo precedente se aplicará às pessoas jurídicas constituídas, autorizadas ou registradas conforme as leis de qualquer dos Estados Partes.
• Crédito de terceiro:
Art. 9º, III, LF/1945: SIM.
LRE: Silente.
Exigência de protesto;
Depósito elisivo.
• Fazenda Pública - Correntes:
 Sim (minoritária) - Fundamentos: 
a) a Fazenda Pública pode protestar a CDA; e 
b) a Lei 11.101/05 não exclui nenhum tipo de credor, nem mesmo a Fazenda Pública.
 Não (majoritária) - Fundamentos: 
a) a Fazenda Pública tem meio próprio de recebimento de créditos tributários (execução fiscal); e 
b) o Estado deve primar pelo princípio da preservação da empresa em detrimento de seu interesse arrecadatório. 
Neste sentido[footnoteRef:18]: [18: “TRIBUTÁRIO E COMERCIAL – CRÉDITO TRIBUTÁRIO – FAZENDA PÚBLICA – AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE PARA REQUERER A FALÊNCIA DE EMPRESA. 1. A controvérsia versa sobre a legitimidade de a Fazenda Pública requerer falência de empresa. 2. O art. 187 do CTN dispõe que os créditos fiscais não estão sujeitos a concurso de credores. Já os arts. 5º, 29 e 31 da LEF, a fortiori, determinam que o crédito tributário não está abrangido no processo falimentar, razão pela qual carece de interesse por parte da Fazenda em pleitear a falência de empresa. 3. Tanto o Decreto-lei n. 7.661/45 quanto a Lei n. 11.101/2005 foram inspirados no princípio da conservação da empresa, pois preveem respectivamente, dentro da perspectiva de sua função social, a chamada concordata e o instituto da recuperação judicial, cujo objetivo maior é conceder benefícios às empresas que, embora não estejam formalmente falidas, atravessam graves dificuldades econômico-financeiras, colocando em risco o empreendimento empresarial. 4. O princípio da conservação da empresa pressupõe que a quebra não é um fenômeno econômico que interessa apenas aos credores, mas sim, uma manifestação jurídico-econômica na qual o Estado tem interesse preponderante. 5. Nesse caso, o interesse público não se confunde com o interesse da Fazenda, pois o Estado passa a valorizar a importância da iniciativa empresarial para a saúde econômica de um país. Nada mais certo, na medida em que quanto maior a iniciativa privada e m determinada localidade, maior o progresso econômico, diante do aquecimento da economia causado a partir da geração de empregos. 6. Raciocínio diverso, isto é, legitimar a Fazenda Pública a requerer falência das empresas inviabilizaria a superação da situação de crise econômico-financeira do deve dor, não permitindo a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores, tampouco dos interesses dos credores, desestimulando a atividade econômico-capitalista. Destarte, a Fazenda pode requerer a quebra da empresa implica incompatibilidade com a ratio essendi da Lei de Falências, mormente o princípio da conservação da empresa, embasador da norma falimentar. Recurso especial improvido” (REsp 363.206/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA do STJ, julgado em 04/05/2010, DJe 21/05/2010).] 
Enunciado n.º 56, I Jornada de Direito Comercial - CJF. “A Fazenda Pública não possui legitimidade ou interesse de agir para requerer a falência do devedor empresário”.
• Representante do MP: não pode ser sujeito ativo.
 Participação do MP na 1ª fase do processo:
a) Doutrina: 
1ª Corrente – Participa (crédito e economia pública – Art. 82, III, CPC). 
 2ª Corrente[footnoteRef:19] – Não participa (Interesse patrimonial, disponível). [19:  REsp 1230431 / SP RECURSO ESPECIAL 2011/0001130-7
Relator(a) Ministra NANCY ANDRIGHI (1118)
Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA
Data do Julgamento: 18/10/2011
Data da Publicação/Fonte DJe 18/11/2011
Ementa COMERCIAL E PROCESSO CIVIL. PEDIDO DE FALÊNCIA AJUIZADO NA VIGÊNCIA DO DL Nº 7.661/45. INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM AÇÃO CONEXA ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO QUE DECRETA A QUEBRA. POSSIBILIDADE. ANULAÇÃO DO PROCESSO. DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO. NECESSIDADE. 1. Na vigência do DL 7.661/45 era possível a intervenção do Ministério Público durante todo o procedimento de quebra, inclusive em sua fase pré-falimentar, alcançando também as ações conexas. 2. Com o advento da Lei 11.101/05, houve sensível alteração desse panorama, sobretudo ante a constatação de que o número excessivo de intervenções do Ministério Público vinha assoberbando o órgão e embaraçando o trâmite das ações falimentares. Diante disso, vetou-se o art. 4º da Lei 11.101/05, que mantinha a essência do art. 210 do DL 7.661/45, ficando a atuação do Ministério Público, atualmente, restrita às hipóteses expressamente previstas em lei. 3. Tendo em vista o princípio da instrumentalidade das formas, a anulação do processo falimentar ou de ações conexas por ausência de intervenção ou pela atuação indevida do Ministério Público somente se justifica quando for caracterizado efetivo prejuízo à parte. 4. Recurso especial não provido.
REsp 1094500 / DF RECURSO ESPECIAL 2008/0206665-0
Relator(a) Ministra NANCY ANDRIGHI (1118)
Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA
Data do Julgamento 16/09/2010
Data da Publicação/Fonte DJe 20/10/2010
Ementa: PROCESSO CIVIL. INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. LEI 11.101/05. PEDIDO DE FALÊNCIA. FASE PRÉ FALIMENTAR. DESNECESSIDADE. 1. O interesse público que justifica a intervenção do Ministério Público nos procedimentos falimentares não deve ser confundido com a repercussão econômica que toda quebra compreende, ou mesmo com interesses específicos de credores trabalhistas ou fiscais. 2. Não há, na Lei 11.101/05, qualquer dispositivo que determine a manifestação do Ministério Público em estágio anterior ao decreto de quebra nos pedidosde falência. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.] 
b) LRE: Não exige, logo, a ausência do MP na 1ª fase não gera nulidade.
5. Procedimento:
- Despacho liminar:
• Condições da ação, pressupostos processuais, requisitos formais da inicial, pressupostos da falência.
• Pedido regular:
Citação do devedor (e sócios com responsabilidade ilimitada).
• Desistência:
Antes da citação - sim;
Depois da citação – anuência do devedor – Art. 264, CPC.
Depois da decretação da falência – não: o interesse é da coletividade – massa falida subjetiva.
- Citação:
• Meios admitidos – 246 e 247, CPC
• Requeridos – Art. 75, CPC:
Falência do espólio: inventariante; 
Sociedade irregular: administrador de fato;
Pessoa Jurídica estrangeira: gerente/administrador da filial no Brasil;
Representação por mandato expresso;
Sócio com responsabilidade ilimitada – Art. 190 e 81, LRE: Citação obrigatória (segunda massa falida). Inclusive os sócios que se retiraram menos de 2 anos – Art. 1.032, CC e 81§1º, LRE.
- Alternativas do devedor citado:
• Aplicação do CPC – Art. 189, LRE.
• Prazo para defesa: 10 dias.
a) Revelia – em caso de citação por edital ou por hora certa[footnoteRef:20]: [20: Quanto ao executado assim se manifestou o STJ: SÚMULA 196, STJ. AO EXECUTADO QUE, CITADO POR EDITAL OU POR HORA CERTA, PERMANECER REVEL, SERA NOMEADO CURADOR ESPECIAL, COM LEGITIMIDADE PARA APRESENTAÇÃO DE EMBARGOS.] 
 Curador especial: Art. 72, I, CPC.
 Contestação genérica (contestação por negativa geral): Art. 341, parágrafo único, CPC.
b) Depósito com fins elisivos – Art. 98, parágrafo único, LRE.
Prazo de contestação (Posterior – útil: antes da falência).
Casos: Execução frustrada; Impontualidade injustificada.
Valor: crédito + correção monetária + juros moratórios + honorários.
 Natureza extintiva.
c) Contestação:
Demonstrar solvência;
Ausência do indício legal.
c.1) Com depósito:
 Natureza defensiva:
 Impede a decretação da falência.
 Valor retido até decisão final.
c.2) Pedido contraposto: recuperação judicial[footnoteRef:21]. [21: LRE, Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial.
LRE, Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será decretada se o requerido provar:
(...) VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, observados os requisitos do art. 51 desta Lei.] 
 Negado: falência.
- Instrução.
- Sentença:
• Natureza:
a)1ª Corrente – Declaratória: Reconhece a insolvência.
b) 2ª Corrente – Predominantemente constitutiva (MAIORIA):
Decide e determina – Art. 99, LRE (cria a massa falida).
b) 3ª Corrente – Sentença sui generis (Requião e Pontes de Miranda).
• Requisitos:
a) Gerais – Art. 458, CPC: Relatório; fundamentos; dispositivo.
b) Específicos – Art. 99, LRE: 
Síntese do pedido e identificação do falido (relatório);
Termo legal de falência[footnoteRef:22] (prazo retroativo máximo de 90 dias) – termo inicial: [22: STJ - (...) O termo legal da falência estabelece o espaço de tempo imediatamente anterior à declaração da falência dentro do qual os atos eventualmente praticados pelo falido são considerados suspeitos de fraude e, por isso, suscetíveis de investigação, podendo vir a ser declarados ineficazes em relação à massa. (...) (REsp 752.624/PR, Rel. Min. Sidnei Beneti, 3.ª Turma, j. 10.11.2009, DJe 23.11.2009).] 
Do 1º protesto válido – Casos: Art. 94, I e II, LRE;
Do pedido – Caso: Art. 94, III, LRE;
Do pedido de recuperação - Em caso de convolação. 
Falido - Rol dos credores (em 5 dias - crime de desobediência).
Credores - Prazo para habilitação (15 dias contados do edital);
Suspensão das ações e execuções contra o falido - Exceções: Quantia ilíquida; Trabalhista; Tributária.
Possibilidade de reserva de valores – Art. 6º, §3º, LRE.
Não alcança os codevedores (apenas o falido).
Autorização para continuação provisória da empresa ou lacração do estabelecimento – Art. 99, XI c/c Art. 109, LRE.
Proibição: dispor e onerar bens do falido.
Diligências – poder de cautela do juiz.
Comunicação – Junta Comercial: expressão “falido” (Inabilitação).
Administrador Judicial – Nomeação:
Informação sobre os bens e direitos do falido
 Convocação da Assembleia Geral de Credores: Eleição do Comitê de Credores.
 Ministério Público – intimação.
Fazenda Pública – Comunicação por carta.
Edital Íntegra da decisão.
- Recurso – Art. 100, LRE.
• Sentença que decreta a falência: Agravo.
• Sentença que julga improcedente o pedido: Apelação.
6. Indenização – Art. 101, LRE:
- Dolo manifesto:
• Condenação na sentença que julgar improcedente o pedido;
• Apuração de perdas e danos – liquidação de sentença.
Ponto 04
 administrador judicial
		 
1. Conceito – Art. 21, LRE:
- Representante da massa falida (a massa não tem personalidade jurídica).
- Conserva os bens e promove a liquidação.
- Termo de compromisso: intimação pessoal (48 horas) – Art. 33, LRE.
 Administrador judicial e membros do Comitê de Credores.
- Pessoa física – (advogado, economista, administrador, contabilista).
- Pessoa jurídica – Especializada e criada para esse fim. 
• No termo de compromisso: indicar o responsável.
Função indelegável, salvo autorização judicial.
- Princípios - Art. 37, CF: Legalidade; impessoalidade; moralidade; publicidade; eficiência.
2. Peculiaridades: 
- Auxiliar do Juízo.
• Equiparado a funcionário público: fins penais.
• Representa a comunhão de interesses – credores.
• Escolhido pelo juiz – Confiança.
- Impedidos – Art. 30, LRE:
• Quem nos 5 anos anteriores:
Foi destituído (Administrador Judicial/Comitê de Credores);
Não prestou contas no prazo – Art. 154, LRE; 
Não teve as contas aprovadas.
 • Parentesco até 3º grau, amigo, inimigo ou dependente. 
- Contratação de auxiliares – Art. 22, h, n e §1°, LRE. 
• Remuneração dos auxiliares - fixada pelo juiz.
- Afastamento das funções:
• Substituição:
Motivos – ex.: nomeado em desrespeito ao que determina a LRE, falecimento, interdição, não aceitação da incumbência.
 Procedimento – Art. 30, § 2º e 3º, LRE:
Requerimento do próprio administrador, credor ou representante do Ministério Público (a doutrina inclui o juiz).
Juiz: 24 horas para decidir.
• Destituição (sanção) - Art. 31, LRE.
Casos: Desobediência à lei; Descumprimento de deveres; Omissão; Negligência; Prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros.
Procedimento:
Juiz (de ofício) ou a requerimento de interessado.
Nomeação imediata de novo administrador (mesmo ato).
Prestação de contas: 10 dias.
- Remuneração – Art. 24, LRE. 
• Arbitramento – Juiz: Valor de mercado; capacidade da massa; complexidade do trabalho;
Percentual máximo – 5% do valor arrecadado com a venda do ativo: 40% da remuneração - reservada para pagamento após apresentação das contas e relatório final.
IMPORTANTE! Em caso de ME ou EPP, o percentual máximo é reduzido para 2% - art. 24, §5º, LRE.
Para FAZZIO não pode haver adiantamento.
•Crédito extraconcursal – Art. 84, I, LRE.
• Perda da remuneração: Renúncia imotivada; destituição (desídia; culpa; dolo; desrespeito à lei); contas não aprovadas – Art. 24, § 3º e 4º, LRE.
Outros casos de substituição: remuneração será proporcional – Art. 24, § 3º, LRE.
- Prestação de contas:
• Ordinária – Art. 154, LRE.
Bens vendidos e credores pagos: 30 dias para apresentação das contas.
• Extraordinária – Art. 31, LRE.
Substituído/destituído: 10 dias.
• Desrespeito aos prazos (nos dois casos):
Intimação para cumprir
Desrespeito: crime de desobediência – Art. 23, LRE.
Caberá ao substituto: Apresentação dos relatórios, organização das contas e apresentação da responsabilidade do seu antecessor.
- Responsabilidade – Art. 32, LRE
• Má administração/ infração à lei
• Durante o processo: legitimidade a massa falida.
Credor: substituição/destituição.
ATIVIDADE DE REVISÃO – UNIDADE I
1) J. Silva era um empresário individual que exercia regularmente a atividade empresarial desde 1998, explorando o comércio de livros e material escolar. Cansado da vida de empresário, vendeu seu estabelecimento empresarial para Ana Maria Alcântara, em10 de fevereiro de 2019.
No dia 28 daquele mês, assim que tomou conhecimento da negociação realizada, Henrique (credor de J. Silva) requereu a falência do empresário devedor, alegando que ele não tem outros bens para garantir o pagamento das suas dívidas.
Sem conseguir comprovar a regularidade da venda do estabelecimento empresarial, J. Silva teve sua falência declarada em 15 de agosto de 2019. 
Andou bem o juiz? Essa venda do estabelecimento empresarial é motivo hábil para o requerimento e decretação da falência? Justifique detalhadamente sua resposta. 
2) Ana, empresária individual que explora o comércio de material de construção, comprou de Anastácia um carregamento de blocos, quando da negociação, a fornecedora exigiu que lhe fosse dada uma garantia real, sem a qual o negócio não seria fechado, e Ana, então, deu um terreno, de sua propriedade, em hipoteca. Essa outorga de garantia real poderia ser considerada como um ato de falência? Justifique sua resposta. 
3) Fábio é credor de uma sociedade empresária. Em 03/02/2019 requereu a falência da sua devedora, tendo como base a impontualidade no pagamento de uma dívida vencida, líquida, no valor de R$ 51.000,00, consubstanciada em título executivo devidamente protestado. Cabe ressaltar que Fábio requereu essa falência juntamente com Rita, também credora da sociedade empresária, que sofria com a impontualidade no pagamento de uma dívida vencida, líquida, no valor de R$ 8.500,00, consubstanciada em título executivo devidamente protestado.
Se a sociedade empresária não conseguir comprovar a existência de algum motivo juridicamente relevante para a inadimplência, o pedido conjunto de Fábio e Rita poderá ser aceito pelo Juiz? Se o pedido tivesse sido feito só por Rita, o juiz o aceitaria? Justifique sua resposta
4) Munhoz Granitos Ltda. (autora) propôs em 10/10/2018, na 9ª Vara Cível da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, ação ordinária em face de Paranaense Companhia Aérea S/A (ré), por conta de uma mercadoria sua, que havia sido transportada indevidamente pela ré, causando danos a serem apurados através do processo de conhecimento. Ocorre que, em 20/02/2019, a empresa Ré - Paranaense Companhia Aérea S/A - teve sua falência decretada pela 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Rio de Janeiro. Em vista do princípio do juízo universal e levando em conta os dispositivos da lei falimentar, responda onde terá curso a ação ordinária da autora. Justifique sua resposta, indicando o fundamento legal. 
5) Analise os itens abaixo e assinale a alternativa correta.
I – A Lei 11.101/05 não se aplica a empresa pública, sociedade de economia mista, a microempresa e a empresa de pequeno porte. 
II – Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida. 
III – A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 60 dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do primeiro protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados. 
IV – Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial. 
a) Todas são corretas.
b) Todas são erradas.
c) Apenas o item I é correto.
d) Somente o item II é errado.
e) São corretos os itens II e IV.
UNIDADE II
Ponto 01
Efeitos da falência
1. Quanto aos credores (Art. 115, LRE) 
- Corpus creditorum – massa falida subjetiva.
• Tratamento paritário dos credores.
• Natureza jurídica: universalidade de Direito.
- Tratamento dispensado ao fisco: Art. 182 e 183, CTN.
• Execução fiscal – art. 6ª, § 7º, LRE.
 Sem interrupção ou suspensão.
• Pagamento conforme a ordem de preferência.
 Art. 84, V e 83, III, LRE.
1.1. Créditos excluídos (Art. 5º, LRE)
- Obrigações a título gratuito.
- Despesas para tomar parte da falência/recuperação.
• Exceção:
 Custas em litígio com a massa.
 ULHOA – multa contratual/pena pecuniária cuja fonte seja a própria decretação da falência.
1.1.1. Participação ativa dos credores 
- Órgãos representativos:
A) Assembleia Geral de Credores:
- Colegiado consultivo/deliberativo.
- Atribuições na falência - Art. 35, II, LRE:
• Eleger o Comitê de Credores;
• Escolher outras modalidades de realizar o ativo – art. 145, LRE;
• Deliberar sobre qualquer matéria de interesse dos credores.
 Cláusula geral.
 Ao juiz cabe analisar apenas se há ou não o interesse. 
- Convocação:
• Juiz – Art. 99, XII, LRE.
 Analisa a conveniência (forças da massa falida objetiva).
 Doutrina: o juiz deveria convocar.
 Publicação: Diário Oficial (Jornal – caso possível: forças da massa falida objetiva).
 Antecedência:
 1ª convocação: mínimo de 15 dias.
 2ª convocação: mínimo de 5 dias.
• Credor: titular de 25% do crédito de uma classe.
 Requerimento ao juiz que fará a análise formal.
• Despesas:
 Quando convocada:
 Pelo juiz ou obrigatória: massa falida objetiva.
 Pelos credores: eles arcam com as despesas.
• Votação – Art. 38, LRE:
 Proporcional ao crédito;
 Por classe de credores:
 1ª classe: Legislação trabalhista e acidente de trabalho;
 2ª classe: Garantia real;
 3ª classe: quirografários, privilegiado e quirografário.
 4ª classe: credores enquadrados como ME e EPP.
B) Comitê de credores:
- Consultivo e fiscalizador: interlocutor permanente.
• Composição:
 4 membros (1 de cada classe) e 8 suplentes (2 de cada classe).
 Caso não haja indicação de uma das classes, o comitê pode funcionar com número menor de membros.
• Atribuições na falência – Art. 27, I, LRE:
Verificar contas e fiscalizar o Administrador Judicial;
 Verificar o bom andamento do processo e o cumprimento da lei;
 Verificar violação de direitos ou prejuízo aos credores;
 Apurar qualquer reclamação e emitir parecer;
 Requerer ao juiz Assembleia Geral de Credores;
 Manifestar-se nas hipóteses da lei. 
• Atas:
 Livro próprio
 Chancela do juiz
 Disponível aos interessados.
1.2. Suspensão das ações individuais[footnoteRef:23] [23: TESE N.5 – STJ: Promovida a adjudicação do bem penhorado em execução individual, em data posterior ao deferimento da recuperação judicial ou decretação da falência, o ato fica desfeito em razão da competência do juízo universal. ] 
- Art. 6º, caput, LRE
- Exceções:
• Quantia ilíquida;
• Crédito trabalhista;
• Crédito tributário;
• Ações que tem como parte a União ou autarquia federal;
• Ações não reguladas pela LRE:
 Falido: autor ou litisconsorte ativo.
- Novas ações: comunicação ao juízo falimentar – Art. 6º, §6º, LRE.
• Juiz competente (quando recebe a inicial);
• Falido.
1.3. Suspensão da fluência (exigibilidade) dos juros - Art. 124, LRE
- São exigíveis até a decretação.
• Regra: os juros não incidem depois da decretação: 
 Valor + correção monetária
• Exceções:
 Existência de saldo depois de feitos os pagamentos (conforme a ordem de preferência determinada pela LRE);
 Crédito com garantia real – caso o valor do bem dado em garantia seja suficiente;
 Debêntures. 
1.4. Exigibilidade antecipada dos créditos - Art. 77, LRE
- Garantir o tratamento paritário dos credores.
• Cria interesse de agir excepcional. 
• Descontos dos juros (convencionais e legais).
- Exceção: 
• Obrigação sujeita à condição suspensiva (evento futuro e incerto).
 Exigível apenas quando do evento.
- Crédito em moeda estrangeira:
• Conversão na data da decretação.
- Solidariedade passiva:
• Só alcança o falido:
 A massa falida paga a totalidade do crédito
 Ação de regresso: devedores solidários – Art. 127, § 2º, LRE.
 Falência simultânea/sucessiva dos solidários: comunicação
Obs.: Restituição em dobro + perdas e danos.
- Suspensão da prescrição:
• Em favor do devedor – Art. 157, LRE.
• Volta a correr da sentença que encerra a falência.
2. Quanto ao devedor[footnoteRef:24] [24: LRE, Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentarcontestação, se assim o desejarem.
§ 1º O disposto no caput deste artigo aplica-se ao sócio que tenha se retirado voluntariamente ou que tenha sido excluído da sociedade, há menos de 2 (dois) anos, quanto às dívidas existentes na data do arquivamento da alteração do contrato, no caso de não terem sido solvidas até a data da decretação da falência.
§ 2º As sociedades falidas serão representadas na falência por seus administradores ou liquidantes, os quais terão os mesmos direitos e, sob as mesmas penas, ficarão sujeitos às obrigações que cabem ao falido.] 
2.1. Inabilitação para a empresa
- Incapacidade específica. 
• Independe de prática de crime falimentar.
- Fim: reabilitação – Art. 158, LRE.
• Extinção das obrigações.
2.2. Perda da administração e disponibilidade dos bens
- Mantém a propriedade:
• Tem o direito de fiscalizar (Administrador Judicial).
2.3. Deveres do falido
- Art. 104, LRE
- Assinar o termo de comparecimento – informações quanto:
• Causas da falência;
• Sócios, administradores, registro e ato constitutivo;
• Contador;
• Mandatos em geral – ad negotia;
• Participação em outras sociedades (sócio/acionista);
• Contas bancárias, aplicações e títulos em cobrança.
- Livros obrigatórios
• Depositados em cartório.
 Facultativos: entregues ao Administrador Judicial.
- Bens, papéis, livros e documentos:
• Entregar ao Administrador Judicial;
 Indicar bens que estão com terceiros.
- Não se ausentar do foro da falência:
• Sem comunicação (juiz) e sem deixar procurador
• Auxiliar e comparecer aos atos do processo.
- Auxiliar o Administrador Judicial:
• Zelo e lealdade.
- Prestar as informações solicitadas.
- Examinar as habilitações.
- Assistir ao levantamento, verificação dos balanços e exame dos livros.
- Manifestar-se quando o juiz determinar.
- Apresentar lista de credores:
• 5 dias da sentença de falência
- Examinar as contas do Administrador Judicial e apresentar parecer.
Obs.: Falido, depois de intimado desrespeitar ordem judicial – crime de desobediência.
- Extinção da concessão quando concessionárias de serviços públicos: LRE, Art. 195. A decretação da falência das concessionárias de serviços públicos implica extinção da concessão, na forma da lei.
2.4. Direitos do falido
- Fiscalizar:
• Cointeressado.
- Pleitear medidas acautelatórias;
- Postular venda antecipada: Arts. 111 e 113, LRE.
Obs.: Remuneração:
• A LRE não impede.
• Caso o juiz conceda – cabe agravo (MP e credores).
2.5. Contratos do falido
A) Unilaterais – Art. 118, LRE
- Administrador Judicial: decide.
• Ex.: mútuo, comodato, depósito...
B) Bilaterais – Art. 117, LRE.
- Continuar/denunciar conveniência da massa.
- Administrador Judicial: decide.
• Silêncio do Administrador Judicial:
 Interpelação em 90 dias.
 Resposta em 10 dias:
 Negativa/silêncio: indenização (quirografário).
B.1) Normas Especiais – Art. 119, LRE
- Falência do comprador:
• Coisa vendida em trânsito:
 Conta ordem – obstar a entrega
Exceção: revenda válida
 Fatura/ conhecimento de transporte.
 Obs.1: Tradição real – 15 dias anteriores ao pedido de falência: Art. 85, parágrafo único, LRE – pedido de restituição.
 Obs. 2: Se o bem foi entregue antes – habilitação.
• Coisa móvel com reserva de domínio:
 Administrador Judicial decide:
 Não cumprir: restituir a coisa.
 Massa falida objetiva: valores pagos - crédito corrigido.
- Falência do vendedor:
• Coisa móvel/serviço – a prazo:
 Administrador Judicial decide não cumprir.
 Valor das prestações pagas: habilitação em classe própria.
• Coisa composta (execução sucessiva)
 Administrador Judicial decide não continuar.
 Comprador PODE colocar à disposição da massa os bens recebidos e pleitear perdas e danos.
- Operações a termo:
• contrato não cumprido (nenhuma das partes)
 Indenização:
 Diferença da cotação do dia do contrato e da época da liquidação.
- Locação:
• Falência do locador: locatário continua até a venda do bem.
 Depois de vendido: novo dono decide.
• Falência do locatário: Administrador Judicial decide.
- Contas correntes – Art. 121, LRE:
• Encerradas.
- Sistema financeiro nacional:
• Celeridade e segurança.
• Vencimento antecipado do contrato.
• Compensação de créditos.
Compensação de créditos:
- Art. 122, LRE
- Exceção ao tratamento paritário.
• Dívidas vencidas até a decretação:
 Anteriores à falência;
 Líquidas;
Oponíveis à massa falida.
• Afastam compensação:
 Transferência de crédito após a falência, salvo:
a) Sucessão negocial: fusão, incorporação e cisão.
b) Sucessão por morte.
 Transferência anterior
 Já conhecido o estado de crise ou com dolo ou fraude.
- Mandato – Art. 120, LRE:
• Realização de negócios – encerrado:
Prestação de contas.
• Judicial: produz efeitos até se revogado pelo Administrador Judicial.
- Falido como sócio/acionista – Art. 124, LRE:
• Apuração em balanço de determinação.
• Entrega do valor das cotas/ações.
 - Condomínio indivisível:
• Bem vendido: valor que cabe ao falido entregue a massa falida objetiva.
- Responsabilidade pessoal dos sócios – Art. 82, LRE:
• Juízo falimentar.
• Casos: 
 Dissimulação do ativo;
 Dissimulação da contabilidade;
 Disposição de bens em proveito próprio.
• Medidas acautelatórias.
 Juiz (de ofício/requerimento): indisponibilidade de bens particulares dos réus:
 Quantidade compatível com o dano provocado. 
 Até julgamento da ação de responsabilização. 
• Proposta até 2 anos da sentença de falência.
- Ações não reguladas pela LRE
• Juiz decide:
 Universalidade;
 Paridade de credores;
 Maximização de ativo.
Ponto 02
 Processo Falimentar – 2ª fase 
- Início: Sentença de falência. 
- Objetivos:
• Formação do ativo:
 Arrecadação;
 Pedidos de restituição;
 Ações revocatórias.
• Solução do passivo:
Verificação dos créditos;
 Liquidação do ativo;
 Pagamento dos credores;
1. Arrecadação
- Art. 108, LRE.
- Administrador Judicial:
• Ato contínuo a assinatura do termo de compromisso.
• Guarda e conservação dos bens. 
 Pode escolher uma pessoa para essa função.
 Mantém a responsabilidade.
- Falido:
 • Acompanhar e fiscalizar.
- Representante do Ministério Público:
• Lei – não. 
• Fazzio – Sim. 
- Bens não arrecadáveis:
• Arts. 108, §4º, LRE c/c 649, CC.
• Absolutamente impenhoráveis.
- Estabelecimento lacrado - Art. 109, LRE.
• Risco para arrecadação.
• Preservação de bens e interesses.
1.1. Auto de arrecadação
- Art. 110, LRE.
- Partes:
• Inventário:
 Livros, dinheiro, papéis, títulos e documentos.
Bens - Inclusive:
 Quando em poder de terceiros;
 De terceiros em poder da massa falida.
Imóveis: 15 dias para certidões – Administrador Judicial.
• Laudo de avaliação:
 Se necessário é possível requerer prazo para apresentação.
 Máximo: 30 dias da apresentação do auto.
1.2. Peculiaridades
- Destinação antecipada – Arts. 113, LRE.
• Bens perecíveis ou desvalorizáveis.
• Guarda arriscada ou que gere despesa muito elevada.
 Autorização judicial, ouvido o Comitê (se existente).
- Aquisição/Adjudicação – Art. 111, LRE.
•Credor ou grupo de credores.
• Ulhoa – venda sumária:
Autorização judicial;
Comitê de Credores e Administrador judicial.
Valor de avaliação.
- Locação de bens do falido – Art. 114, LRE.
• Administrador judicial – substituto.
• Avaliação.
• Manifestação do comitê.
• Características:
Não gera preferência.
 Venda do bem a qualquer tempo.
2. Restituição
- Administrador Judicial:
• Nomeado assina o termo de compromisso – 48 horas.
•Ato contínuo: arrecadação. 
- Pedido de restituição - casos: 
• Direito real – Art. 85, caput, LRE
 Bem arrecadado ou em poder do devedor quando da decretação da falência.
 Também títulos e documentos.
 Coisa julgada: natureza da posse.
• Coisas vendidas – Art. 85, p. único, LRE.
 Venda a crédito.
 Entrega: nos 15 dias que antecedem o pedido de falência.
 STF - Súmula 193: Chegada e não remessa.
 Não ter sido alienada.
• Restituição em dinheiro[footnoteRef:25] – Art. 86, LRE. [25: Obs.: havendo a decretação da falência de instituição financeira, os correntistas não fazem jus ao pedido de restituição dos valores depositados, devendo, pois, requerer habilitação do crédito respectivo, concorrendo na classe doscredores quirografários. Nesse sentido, civil e processual. Recurso especial. Falência. Restituição de depósitos bancários. Impossibilidade. Precedentes. Provimento. I. “Os depósitos bancários não se enquadram na hipótese do art. 76 da Lei de Falências, pois neles, em particular, ocorre a transferência da titularidade dos valores à instituição bancária, ficando o correntista apenas com o direito ao crédito correspondente” (AgRg no REsp660762/MG, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJ 13.06.2005 p. 316). Precedentes. II. Recurso especial provido para julgar improcedente a ação de restituição de depósitos (REsp 810.390/MG, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, 4.ª Turma, j. 03.09.2009, DJe 13.10.2009).] 
 A coisa não existe mais (I)
 Valor atualizado.
 Avaliação (perdida) do bem ou preço de venda (vendida).
 Antecipação de crédito em contrato de câmbio - ACC (II) 
 Falência anterior à entrega da mercadoria e vencimento do crédito.
 Banco: direito a restituição
OBSERVAÇÃO
Lei 8.212/91, Art. 51. “O crédito relativo a contribuições, cotas e respectivos adicionais ou acréscimos de qualquer natureza arrecadados pelos órgãos competentes, bem como a atualização monetária e os juros de mora, estão sujeitos, nos processos de falência, concordata ou concurso de credores, às disposições atinentes aos créditos da União, aos quais são equiparados.
Parágrafo único. O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS reivindicará os valores descontados pela empresa de seus empregados e ainda não recolhidos”.
O parágrafo único do art. 51 da Lei 8.212/91 traz a situação em que a empresa descontou do funcionário o valor do INSS, mas não recolheu, ou seja, não efetuou o pagamento. Esse dinheiro descontado e não recolhido não pertence à empresa falida, mas sim ao INSS. Sendo assim, o INSS não precisa habilitar crédito, mas sim entrar com o pedido de restituição em dinheiro.
 Consequência de ação revocatória (III) 
 Art. 136, LRE.
 Valores entregues ao devedor (falido) por contratante de boa-fé.
 Ineficácia do contrato: ação revocatória.
- Momento da restituição em dinheiro:
• Art. 86, I e II c/c 151, LRE.
• Após pagamento do crédito trabalhista vencido nos 3 meses anteriores à decretação da falência.
 Valor: 5 salários por credor.
 Assim que houver dinheiro em caixa.
- Procedimento – rito único:
• Petição ao juiz – Art. 87, LRE.
 Fundamento;
 Coisa individualizada.
• Autos apartados.
• Intimação – manifestação:
 5 dias sucessivos: Falido, comitê de credores, credores e administrador judicial.
• Manifestação contrária = contestação.
• Instrução (audiência – se necessária).
• Sentença:
 Favorável ao requerente:
 Entrega em 48 horas.
 Caso não tenha havido contestação: sem honorários.
 Desfavorável ao requerente:
 Se for o caso: habilitação pelo crédito
• Recurso:
 Apelação (sem efeito suspensivo)
 Mesmo quem não contestou pode apelar: credores.
- Peculiaridades:
• Receber o bem antes do trânsito em julgado:
 Caução idônea.
• Obtendo êxito (qualquer requerente) - Art. 92, LRE.
 Restituir despesas com conservação.
 Massa falida.
• Disponibilidade da coisa objeto do pedido:
 Suspensa até o trânsito em julgado.
 Caso do Art. 113, LRE:
 Venda antecipada.
 O valor substitui o bem.
• Vários requerentes:
 Inexistência de recursos
 Rateio proporcional.
• Embargos de terceiros:
 Art. 93, LRE c/c Art. 674, CPC. 
 Caráter residual. 
CPC, Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
§ 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.
§ 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843;
II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução;
III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;
IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.
3. Ação revocatória
- Recompor o ativo.
• Revocar = fazer voltar.
- Ineficácia perante a massa falida.
3.1. Situações
- Ineficácia tipificada:
•Art. 129, LRE.
•Diminuição do ativo.
• Casos:
Atos praticados no termo legal:
 Art. 99, II, LRE.
 Pagamento de dívida não vencida;
 Pagamento de dívida vencida – forma diferente do previsto no contrato;
 Outorga ou reforço de garantia real para dívidas contraídas anteriormente.
 Falsa preferência.
 Atos praticados no biênio anterior:
 Atos a título gratuito:
Exceção: doações em valor ínfimo: gratificações/prêmios.
 Renúncia de herança ou legado.
 Trespasse irregular:
 Venda do estabelecimento empresarial.
 Art. 1145, CC.
 Sem restarem bens suficientes;
 Sem notificação ou pagamento dos credores.
 Alienação parcial 
 Prazo:
 1ª corrente (Tepedino, Valverde e Pontes de Miranda): Enquanto existir credor da época.
2ª corrente (Fazzio): no termo legal.
Registro e averbação tardia:
 Prenotação anterior[footnoteRef:26] [26: Os documentos apresentados ao cartório para serem registrados, são primeiramente vinculados ao Livro de Protocolo, que é denominado Livro 1. A lei flexibilizou os procedimentos obrigatórios desse Livro, permitindo a modificação e a utilização de folhas, que se tornou mais prático para a adequação ao uso de sistemas que são preenchidos assim que os títulos estejam aptos para o registro.
Na serventia, quando os documentos são apresentados, eles recebem individualmente um número de identificação, e esta passa a ser a ordem de prioridade para a prática dos atos, a precedência pertence o número menor. Para melhor controle da ordem de entrada dos títulos no cartório, foi criado o livro de protocolo, conhecido como Livro 1, quando o título é lançado neste livro ele recebe o nome de prenotação.
O título prenotado é levado à qualificação, que á a análise minuciosa do instrumento nos indicadores real, pessoal e nos livros, com o prazo de 30 dias. Os efeitos da prenotação cessam em trinta dias, se o registro não se efetivar por culpa do usuário, que deixou de satisfazer exigências legais feitas pelo delegado do serviço. Se a demora por culpa do cartório, prorroga-se a prenotação.] 
 Prévia anotação no livro de protocolo: estabelece prioridade.
 Garante eficácia.
- Fraude:
• Art. 130, LRE.
• Pressupostos:
 Prejuízo
 Doutrina (alguns autores): a própria falência já demonstraria o prejuízo.
 Fraude dos contratantes.
 É exigido o conluio.
• Indicativos de fraude:
 Parentesco;
 Permanência dos bens alienados com o devedor
 Preço;
 Data.
 Ônus da prova: requerente
 Salvo o fisco – inscrição na dívida ativa.
3.2. Procedimento
- Art. 129, parágrafo único, LRE: De ofício – provas suficientes.
- Legitimidade ativa:
• Administrador judicial.
• Qualquer credor.
• Representante do Ministério Público
 Fazzio entende que não, a lei apresenta previsão.
- Prazo:
• Decadencial de 3 anos – contados da decretação.
- Legitimidade passiva:
• Os que figuram no ato.
• Os que por ele foram: pagos, garantidos ou beneficiados.
• Adquirentes de má fé 
 Sabiam da malícia do devedor.
• Herdeiros ou legatários dos elencados acima.
-Competência:
• Juízo da falência.
• Procedimento ordinário.
- Sentença:
• Art. 135, LRE: Acolhe o pedido
 Retorno do bem em espécie ou indenização
 Escolha do réu.
- Má fé do terceiro
• Art. 130, LRE
• Devolução dos acessórios (frutos)
• Indenização por perdas e danos. 
• Pode cobrar da massa:
Despesas de produção e custeio;
 Benfeitorias necessárias
 Inexiste direito de retenção.
- Recurso
• Apelação
• Efeitos: suspensivo e devolutivo.
 Fazzio: nos casos do Art. 129, LRE – só efeito devolutivo.
Interpelação em 90 dias.
 Resposta em 10 dias:
 Negativa/silêncio: indenização (quirografário).- Art. 138, LRE: Ato baseado em ação judicial
• Pode ser declarado ineficaz
 Exemplo: praça de bem hipotecado – Art. 129, III, LRE.
- Art. 137, LRE: Possibilidade de medidas acautelatórias
• Requerimento do autor da ação.
 Exemplo: sequestro de bens.
4. Habilitação
- Art. 7º, LRE.
- Mesma para a recuperação de empresa.
4.1. Natureza jurídica
- Processo administrativo não contencioso.
• Desde que não haja impugnação.
• Fazzio: Processo administrativo contencioso.
- Ato pelo qual o credor se apresenta ao processo.
4.2. Procedimento
- Sentença de falência:
• Falido: Rol de credores – 5 dias (1ª lista).
• Credores: Habilitações/divergências – 15 dias.
 Título líquido e certo.
 Outros: pedido de reserva.
- Advogado: facultativo
• Credor/seu representante
- Administrador Judicial:
• Recebe e verifica - habilitações/divergências.
 Nova publicação – 2ª lista.
 Prazo: 45 dias do fim do prazo para habilitações/divergências.
 Nulidade: nova publicação - novo prazo para impugnar (10 dias).
- Forma: Requerimento escrito e documentos.
• Recibo do Administrador Judicial.
• Cada credor uma habilitação.
 Mesmo credor com vários créditos: uma habilitação
- Crédito habilitado impugnado – Art. 16, LRE.
• Reserva de valores – Juiz.
4.3. Habilitação retardatária
- Prazo - Art. 10, §5º, LRE:
• Até a homologação do quadro geral de credores.
 Esgotado o prazo: processo ordinário – Art. 10, § 6º, LRE.
- Restrições:
• Não tem direito a voto na assembleia geral de credores:
 Art. 10, § 2º e 3º, LRE
 Exceto titulares de crédito trabalhista.
 Poderá votar caso a assembleia não seja realizada antes da habilitação.
• Sem direito aos rateios já realizados.
 Possível: reserva de valores.
• Sem direito aos juros e correção:
 Entre o fim do prazo para habilitação e a sua efetivação. 
- Mesmo procedimento da impugnação de crédito.
4.4. Impugnação de crédito
- Art. 8º, LRE:
- Prazo: 10 dias da 2ª lista.
- Ação incidental: autos apartados para cada crédito.
- Inicial - questionar:
• A existência;
• O valor;
• A classe.
- Legitimidade ativa:
• Credor;
• Falido (devedor);
• Representante do MP;
• Sócio da sociedade falida.
- Contestação: 5 dias (titular do crédito).
- Manifestações: 5 dias – prazo comum:
• Comitê de credores;
• Falido (devedor).
- Parecer: 5 dias – Administrador Judicial.
- Instrução.
- Sentença
• Recurso: Agravo.
- Trânsito em julgado:
• Administrador Judicial: consolida o quadro geral de credores.
• Juiz: homologa o quadro geral de credores.
- Publicação do quadro geral de credores: 5 dias do último trânsito em julgado.
4.5. Retificação
- Art. 19, LRE:
- Fazzio: Rescisória da falência/Ação de revisão.
- Prazo: até o encerramento da falência.
- Legitimidade ativa:
• Representante do MP;
• Interessado. 
- Causas:
• Falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou novos documentos.
- Ação própria: rito ordinário.
- Devolução em dobro: Art. 150, LRE.
- Competência: Juízo falimentar.
• Exceção: quando outro é o juiz que decide sobre o crédito (ex: juiz do trabalho).
 Proposta a retificação, pagamento apenas com caução no mesmo valor.
5. Liquidação do ativo e cobrança dos devedores da massa
5.1. Venda dos bens
- Juntada do auto de arrecadação.
- Art. 140, §2º, LRE: Possibilidade de venda antes da verificação do crédito e homologação do quadro geral de credores.
5.1.1. Ordem de preferência
- Art. 140, LRE.
• Estabelecimentos em bloco;
• Filiais: unidades isoladas;
• Bens em bloco; 
• Bens isolados.
- Escolha: órgãos da falência
• Objetivando maximizar o ativo.
- Art. 141, LRE: 
• Todos os credores: sub-rogados no produto da realização da venda.
• Sucessão dos bens alienados (II e §1º)
 Regra: isento de ônus (não há sucessão).
 Nem mesmo trabalhista ou tributária.
 Exceção – Quando o adquirente for:
 Sócio ou sociedade controlada pelo falido;
 Parente em linha reta ou colateral, até o 4º grau, consanguíneo ou afim, do falido ou sócio da sociedade falida;
 Agente do falido para fraudar a sucessão.
5.1.2. Modalidade de venda
- Art. 142, LRE.
- Anúncio em jornal:
• Móveis – 15 dias;
• Imóveis ou estabelecimento: 30 dias.
 Dispensada se a massa não dispuser de recursos.
5.1.3. Leilão
- Lances orais.
• Viva voz.
5.1.4. Proposta fechada
- Entrega dos envelopes lacrados em cartório.
- Edital: dia, hora e local:
• Abertura dos envelopes e decisão.
 Grande complexidade
 Administrador Judicial e Comitê de credores se manifestam
 Juiz decide.
5.1.5. Pregão
- Proposta fechada.
• Abertura: passam à 2ª fase as não inferiores a 90% do valor da maior proposta. 
- Leilão:
• 1ª lance = proposta mais alta da 1ª fase.
• Se frustrado o leilão prevalece a proposta fechada.
 Citação pessoal do representante do MP.
5.1.6. Outros meios
- Sociedade de credores ou de empregados;
- Art. 144, LRE: Modo diverso do elencado: requerimento motivado e autorização judicial.
- Art. 145, LRE: Elevado grau de consenso:
• Aprovada em assembleia: 2/3 dos créditos presentes – Art. 46, LRE.
• Homologada pelo juiz.
 Juiz pode decidir em desacordo com a assembleia?
5.1.7. Impugnação à venda
- Art. 143, LRE. 
- Ulhoa: Impugnação em todos os casos, não apenas nos do art. 122, LRE.
- Legitimidade ativa:
• Credor;
• Falido;
• Representante do MP.
- Prazo: 48 horas da arrematação.
- Decisão do juiz:
• 5dias;
• Se for pela improcedência: bem do arrematante.
- Recurso – apelação.
5.2. Cobrança dos devedores da massa
- Administrador judicial
• Descontos – não tem autonomia. 
 Necessário: autorização judicial, ouvido o comitê.
6. Solução do passivo
- Valor arrecadado:
• Depósito: 24 horas – Art. 147, LRE.
• Investimento.
6.1. Credores da massa – ordem de pagamento
- Restituição do bem – em espécie. 
- Pagamentos imediatos – disponibilidade em caixa:
• Art. 150[footnoteRef:27], LRE: [27: Exemplo: A falida explora um frigorífico e tem toneladas de carne/peixe/aves congeladas. Uma das contas de luz (de valor considerável) estava atrasada e o serviço estava para ser interrompido, gerando grave prejuízo. Assim, para conseguir manter e, posteriormente, vender toda essa mercadoria, a conta deve ser paga e, nesse caso, o administrador pode efetuar o pagamento com os recursos disponíveis em caixa.] 
 Despesas indispensáveis à administração da falência, e
 Despesas decorrentes da continuação da atividade.
• Art. 151, LRE: 
 Salários vencidos nos 3 meses anteriores à decretação da falência
 Limite: 5 salários-mínimos por empregado.
 • Crédito referente aos pedidos de restituição em dinheiro.
- Créditos extraconcursais: Art. 84, LRE.
• Remuneração do Administrador Judicial e seus auxiliares e crédito decorrente da legislação trabalhista ou acidente de trabalho nascidos após a decretação.
• Quantias fornecidas à massa pelos credores.
• Despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como as custas do processo de falência.
• Custas das ações e execuções em que a massa foi vencida.
• Atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação ou depois da falência e tributos cujos fatos geradores ocorreram depois da decretação (conforme a ordem do art. 83, LRE).
- Créditos concursais – Art. 83, LRE.
• Acidente de trabalho (culpa/dolo do empregador) sem limite e crédito trabalhista no limite de 150 salários-mínimos por empregado.
 Saldo: crédito quirografário.
 Crédito trabalhista cedido a terceiro, passa a ser crédito quirografário.
• Garantia real.
 Até o valor da garantia.
 Saldo: crédito quirografário.
 Venda em bloco: avaliação individual.
• Crédito tributário e assemelhado.
 Concurso de preferência – Receitas.
 Excluídas as multas.
• Privilégio Especial
 Previstos no art. 964, CC e outras leis.
 Aqueles cujos titulares a lei dá o direito de retenção da coisa dada em garantia.
 Ex.: coisa depositada, pelas despesas do depósito.
• Privilégio geral
 Previsto no Art. 965, CC e outras leis.
 Fornecedores que continuam a fornecer após o pedido de recuperação (Art. 67, parágrafo único, LRE).
• Quirografários
• Multas contratuais e penas pecuniárias
• Subordinado
 Lei ou contrato
 Ex.: Debêntures subordinadas.
 Sócios e administradoressem vínculo empregatícios.
 Não são oponíveis: valores devidos aos sócios a título de parcelas de liquidação.
7. Contas do administrador judicial
- Art. 154, LRE.
- Prazo: 30 dias de distribuído o produto da venda de todo o ativo entre os credores.
- Autos apartados.
- Juiz publica aviso de recepção:
• 10 dias: impugnar.
• 5 dias: manifestação do representante do MP.
• Manifestação do Administrador Judicial em caso de impugnação ou parecer contrário.
- Sentença:
• Rejeita as contas: responsabilidade do administrador judicial.
• Aprova as contas: prazo para relatório final do administrador – 10 dias.
- Recurso: apelação.
8. Relatório final
- Art. 155, LRE.
- Prazo: 10 dias do julgamento das contas.
- Conteúdo:
• Valor do ativo e o do produto de sua realização;
• Valor do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores;
• Responsabilidades com que continuará o falido.
9. Sentença
- Art. 156, LRE.
- Encerra a falência.
- Publicação: edital.
- Recurso: Apelação.
- Efeitos – Trânsito em julgado:
• Prazo de prescrição: recomeça a correr – Art. 157, LRE.
• Credores: podem executar o falido pelo saldo.
Ponto 03 - Processo Falimentar – 3ª fase
“Reabilitação” do falido
1. Extinção das obrigações
- Art. 158, LRE.
- Pagamento total.
- Pagamento de mais de 50% o crédito quirografário.
• Nos dois primeiros casos a reabilitação pode contar da sentença que encerra a falência.
- 5 anos do encerramento – ausência de prática de crime falimentar.
- 10 anos do encerramento – se praticado crime falimentar.
2. Procedimento
- Autos apartados.
- Publicação:
• Edital. 
• Jornal.
- Oposição:
• Credores.
• Prazo de 30 dias.
- Sentença:
• 5 dias para decisão.
 Comunicações: os que foram comunicados da decretação.
- Recursos: Apelação.
3. Reabilitação penal
- 2 anos:
• Extinta a pena ou sua execução.
• Art. 94, CP.
- Petição ao juízo da falência.
ATIVIDADE DE REVISÃO – UNIDADE II
1) A Souza & Costa Ltda é uma sociedade empresária que explora o comércio sob a forma de um supermercado. 
No dia 05/03/18 deverá pagar R$ 10.000,00 para a Alvorada Comércio de Brinquedos Ltda. Não obstante, por ser credora da Martins Pena & Cia Ltda., irá receber, no mesmo dia, R$ 15.000,00. Nos dois casos o crédito é quirografário. 
Apesar das inúmeras tentativas de recuperação, a falência da Souza & Costa Ltda. foi decretada em 10 de outubro do ano passado. Dez dias depois, a Alvorada Comércio de Brinquedos Ltda. foi incorporada pela Martins Pena & Cia Ltda.
Diante da falência da Souza & Costa Ltda., o representante legal da Martins Pena & Cia Ltda., deseja a compensação parcial dos créditos, afirmando ser devedor de apenas R$ 5.000,00. Isso é possível? Justifique sua resposta.
2) Em 03/12/18 Ana Maria, empresária individual com endereço em Florianópolis, celebrou com a sociedade empresária Silva & Correia Comércio de Alimentos Ltda. um contrato de compra e venda cujo objeto era um freezer industrial. O pagamento ficou acertado para o dia 05/02/19. Em 12/01/19, a máquina foi enviada para a sociedade compradora com endereço em Manaus. A máquina foi entregue 10 dias depois. No dia 27/01, em razão da impontualidade, foi pedida a falência da Silva & Correia Comércio de Alimentos Ltda., tendo como fundamento a impontualidade. 
Quando tomou conhecimento do pedido de falência, e ciente de que a sociedade empresária não tinha alienado o freezer, Ana Maria, para se proteger, fez uso dos embargos de terceiro. Ela agiu de forma correta? Justifique sua resposta explicando, se for o caso, as providências que Ana Maria deverá tomar. 
3) Carlos, André e Henrique são credores de uma sociedade empresária que teve sua falência decretada em setembro do ano em curso. Nos cinco dias sequentes à publicação da sentença de quebra, o administrador da sociedade falida apresentou ao juiz o rol de credores (conhecido como primeira lista) que foi devidamente publicado. Desse rol constavam os nomes de Carlos e André, ambos como credores quirografários. Carlos não concordou com a classe em que foi colocado (quirografário), uma vez que possui garantia real. Sendo assim, apresentou ao Administrador judicial (no prazo de lei – 15 dias) declaração de divergência. 
O Administrador Judicial, quando da publicação da segunda lista, modificou a situação de Carlos, que passou à classe dos credores com garantia real, mas omitiu o nome de André. 
Cinco dias depois de publicado o novo edital, motivado pela omissão do seu crédito no segundo rol, André apresentou, no juízo falimentar, petição objetivando a correção da segunda publicação. Nessa mesma oportunidade Henrique também apresentou impugnação à lista, tendo como justificativa, a ausência do seu nome.
Analise a postura dos três credores e responda: Eles agiram de forma acertada? Caso contrário, indique o caminho adequado. 
4) A Silva & Cia Ltda., sociedade empresária que explora o comércio sob a forma de supermercado, teve sua falência decretada (em 15/08/2019) com base na impontualidade no pagamento de um crédito documentado em título executivo, validamente protestado em 27 de junho de 2019 – data em que foi realizado o primeiro protesto válido. 
Na sentença, o juiz estipulou como termo legal de falência o período de 60 dias.
Em 05/05/2019 venceu uma obrigação que a Silva & Cia Ltda. tinha para com o Sr. Antônio. Como não tinha em caixa dinheiro suficiente para efetivar o pagamento na forma prevista no contrato, a sociedade empresária entregou um caminhão de sua propriedade para quitar a dívida. 
Em setembro de 2019, o Administrador judicial, nomeado pelo juiz, pretendeu tornar ineficaz esse pagamento, mas Sr. Antônio ficou tranquilo, uma vez que não houve fraude. O Sr. Antônio está correto? Justifique sua resposta. 
5) A sociedade empresária denominada KLM Fábrica de Móveis Ltda. teve a sua falência decretada. No curso do processo, restou apurado que a sociedade, pouco antes do ajuizamento do requerimento que resultou na decretação de sua quebra, havia promovido a venda de seu estabelecimento, independentemente do pagamento de todos os credores ao tempo existentes, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, e sem que lhe restassem bens suficientes para solver o seu passivo. 
Diante desse quadro, é correto afirmar que a alienação é 
a) revogável por iniciativa do administrador judicial. 
b) ineficaz em relação à massa falida. 
c) nula de pleno direito. 
d) anulável por iniciativa do administrador judicial. 
6) João Batista, empregado há mais de vinte anos da Xavier Industrial S.A., foi demitido, tendo ajuizado ação trabalhista contra a empresa, a qual veio a ser condenada ao pagamento total do valor de 220 salários mínimos. Alguns dias após transitado em julgado esse crédito laboral, a ex-empregadora foi declarada falida. João Batista procurou um advogado, que lhe afirmou, peremptoriamente, que, diante da falência mencionada, ele só teria direito a um montante correspondente a 120 salários mínimos e nada mais, conforme disporia a Lei de Falências em vigor. Inseguro com essa informação, o ex-empregado procurou um outro advogado e fez a seguinte consulta: — Em quais condições a lei me dá direito a receber meu crédito trabalhista da falida Xavier Industrial S.A. e de quanto (em número de salários mínimos) é esse crédito? 
Em face da situação hipotética acima, na condição de segundo advogado consultado, responda, justificadamente, à indagação formulada por João Batista.
7) A sociedade empresária Souza & Costa Ltda. teve a sua falência decretada em setembro de 2019. Quando da realização do ativo, o Administrador Judicial, com base no disposto no art. 145 da LRE, apresentou à assembleia geral de credores a proposta do Sr. Antônio, que estava interessado em adquirir o estabelecimento empresarial da sociedade falida, assumindo o passivo trabalhista. Quando da votação, a proposta não alcançou a aprovação de 2/3 dos créditos titularizados pelos credores presentes. Diante desse resultado, ainda é possível a efetivação dessa proposta como modalidade de alienação do ativo? Justifique sua resposta.
8) A sociedadeempresária XYZ Computação Gráfica S.A. teve sua falência decretada. Na correspondente sentença, foi autorizada a continuação provisória das atividades da falida com o administrador judicial, fato esse que perdurou por um período de 10 (dez) meses. 
Como são juridicamente qualificados os titulares dos créditos trabalhistas relativos a serviços prestados durante esse interregno posterior à decretação da falência? 
a) Credores concursais. 
b) Credores concorrentes prioritários. 
c) Credores reivindicantes. 
d) Credores extraconcursais. 
Unidade III
Ponto único 
Recuperação de empresas
1. Recuperação judicial de empresa
- Art. 47, LRE.
1.1. Fundamento
- Ética da solidariedade.
1.2. Natureza jurídica – Jorge Lobo
- Ato coletivo processual
• Favor legal - concessão.
 Aprovação do plano: credores.
•Gera novação dos créditos anteriores (alcançados) – Art. 59, LRE.
1.3. Crise econômico-financeira
- Casos:
• Situação patrimonial dependente de readequação:
 Dificuldade próxima – patrimônio líquido positivo.
 Reorganização – recuperação judicial de natureza cautelar.
• Iliquidez – crise de caixa.
 Gera impontualidade – patrimônio não realizável de imediato.
• Insolvência:
 Passivo maior que o ativo – falência.
 Objetivo da recuperação de empresa - evitar a insolvência.
1.4. Sujeito ativo – Art. 48, LRE
- Empresário individual.
- Sociedade empresária.
• Competência:
 S/A: Diretores autorizados pela Assembleia geral.
 Urgência: Assembleia realizada após o pedido: Art. 122, IX, LSA.
 Ltda.: Administrador autorizado por decisão dos sócios.
 Urgência: Autorização de mais de ½ do capital social – Art. 1.072, CC.
- Legitimação especial – Art. 48, parágrafo único, LRE.
• Cônjuge sobrevivente;
• Herdeiro do devedor;
• Inventariante;
• Sócio remanescente
 Representante do Ministério Público e o Juiz de ofício - não.
1.5. Requisitos
- Exercício regular: mais de 2 anos.
- Não ser falido, ou ser reabilitado – Art. 158, LRE.
- Não ter usado o benefício (recuperação judicial) há menos de 5 anos.
- Não ter usado a recuperação judicial de ME ou EPP há menos de 5 anos.
• Obs.: Nos dois casos o prazo é contado a partir da data da concessão da recuperação.
- Não ter sido condenado - o devedor, sócio controlador ou administrador:
• Por crime falimentar.
• Por aqueles previstos no Art. 64, LRE. 
 Os reabilitados cumprem o requisito.
1.6. Sujeito Passivo – Art. 49, LRE
- Titulares de créditos vencidos e vincendos[footnoteRef:28]: [28: Não sendo possível a inclusão de créditos posteriores ao pedido.] 
• É coletiva e não universal.
• Exceções:
 União, Estados, Municípios e INSS:
 Parcelamento: Art. 6º, §7º, LRE c/c Art. 155-A, §3º, CTN. 
 Obrigação a título gratuito.
 Despesas para habilitação:
 Salvo custas em litígio com o devedor – Art. 5º, II, LRE.
 Quantia ilíquida.
 ACC (adiantamento de contrato de câmbio) – 86, II c/c 49, §4º, LRE.
 Quantia oriunda dos contratos previstos no Art. 49, §3ª, LRE.
- Nos 180 dias[footnoteRef:29] que se seguem ao deferimento da recuperação: [29: o STJ tem mitigado tal regra, permitindo que a suspensão extrapole o prazo de 180 dias. Confira-se:
Processual civil. Conflito positivo de competência. Agravo regimental. Juízo de Direito e Juízo do Trabalho. Recuperação judicial. Reclamação trabalhista. Atos de execução. Montante apurado. Sujeição ao Juízo da Recuperação Judicial. Art. 6.º, §4.º, da Lei n. 11.101/2005. Retomada das execuções individuais. Ausência de razoabilidade. Competência da Justiça estadual. (...)3. A Segunda Seção do STJ tem jurisprudência firmada no sentido de que, no normal estágio da recuperação judicial, não é razoável a retomada das execuções individuais após o simples decurso do prazo legal de 180 dias de que trata o art. 6.º, § 4.º, da Lei n. 11.101/2005. 4. Agravo regimental desprovido (AgRg no CC 101.628/SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, 2.ª Seção, j. 25.05.2011, DJe 01.06.2011). 
Processual civil. Conflito positivo de competência. Juízo de Direito e Juízo do Trabalho. Recuperação judicial. Processamento deferido. Necessidade de suspensão das ações e execuções. Competência do Juízo da Recuperação Judicial. Precedentes. (...) 3. Em regra, uma vez deferido o processamento ou, a fortiori, aprovado o plano de recuperação judicial, revela-se incabível o prosseguimento automático das execuções individuais, mesmo após decorrido o prazo de 180 dias previsto no art. 6.º, §4.º, da Lei 11.101/2005. 4. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo de Direito da Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Distrito Federal (CC 112.799/DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 2.ª Seção, j. 14.03.2011, DJe 22.03.2011).] 
 Proibida a retirada/venda do bem que está no estabelecimento do devedor.
 Art. 6º, §4º, Art. 49, §3º e Art. 86, II, LRE.
1.6.1. Peculiaridades
- Privilégios – Art. 49, §1º, LRE
• Credores sujeitos a recuperação mantém direitos e privilégios: 
 Em face dos codevedores e fiadores.
 Direito de regresso é mantido – vencimento na data prevista. 
STJ, Súmula 581: A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória.
STJ, Tese n.º 3: Apenas após a homologação do plano de recuperação judicial é que se deve oficiar os cadastros de inadimplentes para que providenciem a baixa dos protestos e inscrições em nome da recuperanda.
- Habilitação e impugnações: mesmo procedimento da falência.
1.7. Competência
- Art. 3º, LRE: Maior volume de negócios.
- Juízo prevento – Recuperação ou falência.
• Art. 6º, § 8º, LRE: distribuição[footnoteRef:30]. [30: CPC, Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.] 
- Distribuição normal – ausente a vis atractiva:
• Crédito não sujeito.
 Nova ação: Comunicação ao juízo falimentar (Juízo competente e devedor).
• Aquelas propostas pelo devedor.
• Ações trabalhistas.
• Demandas sobre quantias ilíquidas.
• Ações fiscais.
1.8. Meios de recuperação – Art. 50, LRE
- Rol exemplificativo.
Os meios podem ser combinados entre si.
• Dilação do prazo ou revisão das condições de pagamento.
 Ex.: substituição de garantias.
• Operações societárias.
• Alteração do controle societário.
• Reestruturação dos órgãos societários:
 Preservação da empresa e não dos gestores.
 Modificação dos órgãos societários.
 Ingerência dos credores – Ex.: indicar diretor(es).
• Reestruturação do capital: aporte de dinheiro (sócio novo ou antigo).
• Trespasse ou arrendamento[footnoteRef:31] – Ex.: sociedade de credores. [31: Enunciado 47. Nas alienações realizadas nos termos do art. 60 da Lei n. 11.101/2005, não há sucessão do adquirente nas dívidas do devedor, inclusive nas de natureza tributária, trabalhista e decorrentes de acidentes de trabalho. (enunciado da 1ª Jornada de Direito Comercial). 
 LRE, Art. 60. Se o plano de recuperação judicial aprovado envolver alienação judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua realização, observado o disposto no art. 142 desta Lei.
Parágrafo único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, observado o disposto no § 1o do art. 141 desta Lei.] 
• Renegociação das obrigações ou passivo trabalhista.
 Convenção/acordo coletivo.
 Anuência: empregados/sindicato.
• Novação e dação em pagamento.
• Constituição de sociedade de credores.
• Realização parcial do ativo.
• Equalização dos encargos financeiros (juros).
• Usufruto da empresa:
 Rendimentos.
 Estabelecimento (frutos da exploração).
• Administração compartilhada:
 Decisões.
 Indicações de representantes.
 Consulta/prévia.
• S/A aberta: emissão de valores mobiliários – autorização da CVM.
• Adjudicação de bens.
- Peculiaridades:
• Garantia real: venda do bem/substituição da garantia – anuência do credor.
• Moeda estrangeira: afastar indexação (variação) – anuência do credor.
1.9. Processo
1.9.1. Fase postulatória
- Representante

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