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2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 1 Processo do Trabalho 1 - Princípios gerais do processo do trabalho 1.1 Do contraditório O reclamado poderá se defender amplamente, tendo prazo para arguir fundamentadamente suas razões, bem como juntar documentos na intenção de provar as tais razões. 1.2 Oralidade Na área trabalhista predominam atos com o uso da palavra falada, propiciando celeridade processual. 1.3 Princípio da identidade física do juiz No processo trabalhista o juiz pode dirigir a instrução e outro julgar o caso. 1.4 Princípio da concentração da audiência A audiência trabalhista é una. O processo decisório e instrutório ocorre em uma única audiência, com exceção de instruções de maior complexidade ou que requeiram perícia. 1.5 Princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias Decisão interlocutória é o ato pelo o qual, o juiz no curso do processo, resolve questão incidente. Na justiça do trabalho não cabe agravo de instrumento para despacho interlocutório. A apreciação do agravo de instrumento apenas em decisão definitiva. Agravo de instrumento caberá apenas em despachos que denegarem a interposição de recursos. O correto é que o advogado faça protesto para que depois a matéria seja enviada ao tribunal. Não havendo protesto, ocorre a preclusão consumativa, ou seja, que impede que o tribunal examine a matéria. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 2 1.6 Princípio da proteção As regras são interpretadas mais favoravelmente ao empregado. A legislação visa assegurar superioridade jurídica ao empregado em razão de sua inferioridade econômica. 1.6.1 Gratuidade Para o hipossuficiente, há a gratuidade do processo com dispensa do pagamento das custas. O empregado não precisa pagar custas para ajuizar a ação. As custas são pagas por quem perder. Em caso de acordo, as custas poderão ser divididas entre o empregado e empregador. Podendo o empregado ser dispensado pelo juiz se for beneficiário de gratuidade de justiça. A união é responsável pelos honorários periciais quando a parte sucumbente no objeto de perícia for beneficiária de gratuidade de justiça. 1.7 Celeridade Não há rigor técnico. O que permite mais celeridade na busca de um processo mais efetivo. 1.8 Princípio da Conciliação Sempre haverá proposta de conciliação no início da audiência, e no final, antes da decisão. 1.9 Princípio da Verdade Real Os juízos poderão determinar as diligências necessárias em busca de verdade real. 1.10 Princípio do Jus Postulandi Ítem 4.1 1.11 Princípio da Normatização Coletiva (Poder Normativo da Justiça do Trabalho) O tribunal sempre que necessário, poderá, nos casos em que se verificar as condições necessárias, criar norma por meio dos dissídios coletivos proferindo as chamadas sentenças normativas. 1.12 Princípio do Dispositivo e do Inquisitivo/ da Iniciativa ex offício O processo se da por iniciativa das partes mas se desenvolve por impulso oficial. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 3 1.13 Princípio da Extrapetição O julgador pode conceder mais do que o pleiteado em casos específicos. Ítem 17.4 1.14 Princípio da garantia recursal Os recursos só serão admitidos com o pagamento das custas processuais e com efetuação de um depósito de garantia. Que será levantado posteriormente pelo vencedor. 2. Solução dos conflitos trabalhistas 2.1 Dissídios individuais São aqueles entre o empregado e o empregador individualmente considerados. - Reclamação trabalhista. Não é o número de pessoas que definirá se o dissídio é individual ou coletivo, e sim a natureza dos interesses discutidos. Os beneficiários dos dissídios individuais são pessoas determinadas, individualizadas. 2.2 Dissídios coletivos – Sentença normativa Abrange a coletividade, a categoria – uma comunidade específica de trabalhadores ou empregadores. As partes são pessoas indiscriminadas, representadas em juízo pelos órgãos sindicais, salvo exceções. Tratam-se de interesses abstratos, pertinentes a categoria. Compete aos órgãos regionais de trabalho, originariamente, os dissídios coletivos, que não são processados perante os órgãos de primeiro grau. Os processos coletivos podem ser voluntários, ajuizados pelas partes interessadas ou instauradas de oficio por órgão jurisdicional ou por iniciativa da procuradoria da justiça do trabalho. Antes da fase judicial, ocorrerá uma assembleia sindical autorizando a diretoria abrir o dissídio. Na fase judicial, a petição inicial será designada pelo presidente do TRT a audiência de conciliação em 10 dias. Havendo acordo, deverá ser homologado pelo tribunal. Não havendo, será designada sessão de julgamento. O nome da decisão chama-se Sentença normativa. Na sessão de julgamento, as partes poderão fazer sustenção oral durante 10 minutos cada, e será votado cada item da reivindicação. Da sentença normativa caberá recurso ordinário ao TST. 2.3 Formas de solução de conflitos 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 4 2.3.1 Autotutela ou Autodefesa As próprias partes fazem a defesa de seus interesses. O conflito só é solucionado quando uma parte cede a imposição da outra. É o meio mais primitivo de resolução de conflitos, onde uma das partes, com utilização da força, impõe sua vontade sobre a parte mais fraca. Nessa modalidade, há a ausência do estado na solução do conflito sendo uma espécie de vingança privada. Ex: greve 2.3.2 Autocomposição Esta forma de resolução de conflitos trabalhistas é realizada pelos próprios interessados, através da negociação coletiva. Ex: Acordo coletivo e convenção coletiva Pode ser Bilateral ou Unilateral. A primeira quando há concessões recíprocas, ao que denomina transação. E a segunda, quando uma parte renuncia em benefício da outra. 2.3.3 Heterocomposição Quando um terceiro determina a forma de solução do conflito. Ex: Arbitragem, mediação, jurisdição ou tutela, comissão de conciliação prévia. 2.3.3.1 Mediação O mediador se insere entre as partes, procurando aproxima-las para que elas próprias cheguem a uma solução consensual. 2.3.3.2 Conciliação Nesta hipótese, o conciliador pode apresentar eventuais soluções. Buscando concessões recíprocas entre as partes para que elas próprias solucionem o conflito. 2.3.3.3 Comissões de conciliação prévia Foram criadas com o intuito de desafogar a justiça do trabalho. Descentralizando o sistema de composição de conflitos. As CCPs tem a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho, sem caráter obrigatório. O STF entende que é facultativo ao empregado recorrer a CPP. Podendo recorrer direto ao judiciário. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 5 São compostas por representantes dos empregados e empregadores. Mínimo de 2 e máximo de 10 membros, tendo um suplente para cada membro. O mandato é de 1 ano, sendo permitida apenas uma recondução. Os representantes dos empregados, membros ou suplentes, terão estabilidade de até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave. O período que o empregado estiver atuando como conciliador será contabilizado como hora extra. As CCPs tem o prazo de 10 dias para realização da sessão de tentativa de conciliação, a partir da provocação do interessado. O prazo prescricional fica suspenso a partir da provocação da comissão, recomeçando a fluir, pelo o que lhe resta, a partirda tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto. Havendo acordo: O termo de conciliação é título executivo extrajudicial. Se o acordo firmado não for cumprido cabe ação de execução. O acordo tem eficácia liberatória geral, ou seja, lavrado o termo de conciliação, o acordo automaticamente quita o contrato. Não podendo mais ser ingressada ação em juízo, salvo se tiver ressalvas. Havendo vício na manifestação de vontade (erro, dolo ou coação) o acordo será anulado. Sem acordo: O empregado junta a declaração de tentativa frustrada em sua ação trabalhista. 3 Competência da justiça do trabalho 3.1 Competência em razão da pessoa Leva em conta a qualidade das partes, a identificação. Pessoas físicas ou jurídicas. Não existe foro privilegiado na justiça do trabalho. 3.2 Competência em razão da matéria INSS, execução de créditos – compete a Justiça do trabalho 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 6 As ações relativas a acidentes de trabalho competem a Justiça comum, e não a justiça do trabalho Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. § 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2º - Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. § 3º - Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 3.3 Competência em razão do lugar Trata-se de um modo de delimitação territorial da jurisdição. Toma-se como base o último lugar da prestação de serviço. Não importa o local onde o contrato de trabalho tenha sido ajustado, nem a sede da empresa. Por regra geral, o empregado ingressará com a reclamação trabalhista onde fisicamente estiver trabalhando. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 7 No caso do empregado viajante, o foro competente será onde o empregador estiver domiciliado. Salvo se o empregado estiver subordinado à agência ou filial, caso em que será competente o foro onde a mesma estiver situada. É inaplicável a cláusula do foro de eleição. 3.4 Competência em razão do valor da causa Leva em consideração o valor do pedido, que determina o rito processual. 3.5 Outras considerações sobre a competência - É fixada no momento do registro ou da distribuição. Sendo irrelevante as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente. - É interrompida a prescrição no momento da distribuição. A citação é válida, ainda que ordenada por juízo incompetente. - A arguição da incompetência (absoluta ou relativa) na própria contestação. Exclui-se peça apartado. 3.6 Incompetência Absoluta e Relativa 3.6.1 Absoluta Em razão da matéria, parte ou função. É iderrogável pelas partes. E pode ser conhecida de ofício a qualquer tempo. Quanto ao valor da causa, só será absoluta se determinar o rito sumaríssimo. 3.6.2 Relativa Em razão do território. A parte deve invoca-la por meio de exceção de incompetência na contestação. E não pode ser declarada de ofício. Quanto ao valor da causa, será também relativa, salvo se determinar o rito sumaríssimo. Há a prorrogação a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação. Ou seja, se o réu não disser nada na contestação, a competência prorrogar-se-á ao foro qual foi distribuída. Pode ser alegada pelo MP nas causas em que ele atuar. 4 Partes no processo 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 8 4.1 Capacidade postulatória, jus postulandi É permitido o jus postulandi, a reclamação sem advogado, ou seja, verbal perante o próprio reclamante. A forma verbal, sem representação do advogado, é permitida somente em dissídios individuais. Os empregados ou empregadores poderão propor reclamações pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e poderão acompanhar suas reclamações até o final. Porém o jus postulandi não se aplica à: - ação rescisória; -à ação cautelar; - ao mandado de segurança; - aos recursos de competência do TST. A postulação se dá através da petição inicial, escrita ou verbal. 4.2 Representação É atribuída a alguém a qualidade para agir em nome de outrem. 4.2.1 Espécies 4.2.1.1 Legal Decorre da previsão em lei. - Pais, tutores, curadores para o menor de 18 anos. - Procuradores, pela procuração expressa indicando os poderes conferidos ao procurador ou mandato tácito, aquele em que a parte comparece a audiência com advogado, aceitando os atos praticados em seu nome. O mandato tácito só alcança os poderes para o foro geral. - Substituição processual, a possibilidade de alguém vir a juízo postular em nome próprio, direito alheio, quando autorizado por lei. O substituto, defendendo direito alheio pode praticar todos os atos processuais (postular, recorrer, executar a decisão), exceto transigir, renunciar ou reconhecer juridicamente o pedido, salvo se houver expressa autorização. - Substituição processual pelo sindicato de classe O sindicato de classe terá legitimidade extraordinária para propor ações trabalhistas em nome próprio pleiteando direito dos trabalhadores associados ou não daquela categoria. 4.2.1.2 Convencional 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 9 Facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o preponente. O preposto deve ser empregado. Exceto quanto a reclamação de empregado doméstico, ou contra micro e pequeno empresário. É facultado ao empregador de microempresa ou empresa de pequeno porte fazer-se substituir por terceiros que tenham conhecimento dos fatos, ainda que não possuam vínculo trabalhista ou societário. 4.3 Litisconsórcio Autorização legal para que mais de uma pessoa figure no polo ativo, passivo ou em ambos os polos da relação jurídica. 4.3.1 Quanto a formação 4.3.1.1 Inicial – Formado já na propositura da ação 4.3.1.2 Ulterior – Instaurado no curso da ação. 4.3.2 Quanto a obrigatoriedade 4.3.2.1 Facultativo– Subordinado a vontade das partes 4.3.2.2 Necessário – Constituído por força de determinação legal. A sentença jurídica depende que todas as pessoas legitimadas estejam no processo. 4.3.3 Quanto aos efeitos 4.3.3.1 Simples- A decisão pode ser diferente para cada litisconsorte. 4.3.3.2 Unitário – A decisão é uniforme para todos os litisconsortes. 4.3.4 Quanto ao polo 4.3.4.1 Ativo - Mais de um litigante no polo ativo 4.3.4.2 Passivo - Mais de um litigante no polo passivo 4.3.4.3 Misto – Mais de um litigante nos dois polos do processo. 4.4 Litisconsórcio previsto na CLT 4.4.1 Polo ativo: Reclamação trabalhista com diversos autores. - Desmembramento: O juiz pode limitar o litisconsórcio facultativo, se comprometer a rápida solução do litígio. 4.4.2 Polo passivo 4.4.2.1 Grupo econômico 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 10 A responsabilidade é solidária quanto as dívidas de natureza trabalhista. Não há litisconsórcio necessário pois mesmo no caso de grupo econômico, não é necessário o chamamento de todas ao processo. 4.4.2.2 Terceirização A responsabilidade é subsidiária do tomador de serviços, quanto ao inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte do empregador. 4.5 Litisconsortes com procuradores distintos Não há prazo em dobro. Em razão da incompatibilidade com o princípio da celeridade dos atos processuais. 5- Ritos Processuais 5.1 Procedimento sumário ou de alçada O valor da causa não poderá ser superior a 2 vezes o salário mínimo. Instância única. Não há previsão de irrecorribilidade, salvo por ofensa direta a constituição federal. 5.2 Procedimento sumaríssimo Objetivo: Tem como objetivo propiciar maior rapidez as ações trabalhistas de menor valor. Requisito: É cabível somente nas ações de 2 a 40 salários mínimos. Estão excluídas desse procedimento as demandas em que for parte a administração pública direta, autárquica ou fundacional. Prazos: A audiência deverá ocorrer no prazo máximo de 15 dias contados do ajuizamento. Podendo constar de pauta especial, de acordo com o movimento de cada vara. Citação: Não haverá citação por edital, logo, o reclamante deverá oferecer endereço completo da reclamada. A citação será feita somente via postal. Pedido: O pedido deverá ser certo e determinado, indicando valor correspondente. Não cabendo portanto pedido ilíquido. Audiência: A audiência será una, haverá tentativa de conciliação e na ata será registrados resumidamente os atos essenciais. Aditamento somente antes da audiência. Testemunhas: 2 para cada parte. Que deverão comparecer em juízo independentemente de intimação. Provas: As provas são produzidas em audiência. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 11 Reconvenção: Não se admite reconvenção. Sentença: As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que o juiz a prolatar. Recursos admitidos: São admitidos recurso ordinário e de revista. O recurso ordinário será imediatamente distribuído, sendo que o relator designado deverá libera-lo no prazo máximo de 10 dias. E a secretaria do tribunal ou turma deverá colocá-lo imediatamente em pauta. Não haverá juiz revisor, e o parecer da procuradoria do trabalho será oral na sessão de julgamento. O acórdão a ser proferido é simplificado em decorrência da dispensa de relatório, bastando apenas a indicação suficiente do processo a parte dispositiva e as razões de decidir do voto vencedor. E na eventualidade da sentença submetida à apreciação do tribunal regional, vir a ser confirmada pelos próprios fundamentos jurídicos, bastará esse registro a certidão de julgamento que servirá de acórdão. O recurso de revista somente será admitido quando se constatar contrariedade à súmula de jurisprudência uniforme do TST ou violação direta a CF. 5.3 Procedimento ordinário ou comum Requisito: O valor da causa deverá ser maior do que 40 salários mínimos. Testemunhas: no máximo 3 para cada parte. Citação: Neste rito, pode haver citação por edital. Audiência: A audiência pode ser desmembrada em inicial e de instrução. Pedido: Não é preciso liquidar a inicial. Prazos: Não há prazo para conhecimento da reclamação nem para a retomada de audiência. 5.4 Procedimento especial 5.4.1 inquérito judicial de apuração de falta grave Além de específico, tem cabimento somente quando um empregado portador de estabilidade comete falta grave ensejando a rescisão do seu contrato de trabalho. Prazo: O prazo para aforamento desta ação é de 30 dias. Com natureza decadencial, a contar da suspensão do empregado. Testemunhas: até 6 para cada parte. 5.4.2 Ação de dissídio coletivo 5.4.3 Ação de cumprimento 5.4.4 Mandado de segurança 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 12 6- Atos, termos e prazos processuais 6.1 Fatos processuais Acontecimentos naturais, não decorrentes da vontade humana que produzem efeitos processuais. 6.2 Atos processuais Praticados pelas partes, pelo juiz ou auxiliares de justiça. Decorrem da vontade humana visando determinado efeito processual. Ex: petição inicial, sentença O processo se desenvolve por meio de uma série ordenada de atos processuais. Horário das audiências trabalhistas é de 08h as 18h dias úteis. 6.2.1 Princípios atos processuais 6.2.1.1 Publicidade Todos os atos serão públicos, salvo quando o contrário determinar o interesse social, intimidade das partes ou se realizar entre 18h e 20h. (caso alguma se estenda, as audiências não podem ultrapassar 5h consecutivas) 6.2.1.2 Preclusão É a perda do direito de se praticar alguma faculdade processual. 6.2.1.2.1 Preclusão temporal Não exercício no prazo previsto em lei. 6.2.1.2.2 Preclusão consumativa Já ter exercido o ato. 6.2.1.2.3 Preclusão lógica Por ter praticado ato incompatível com ato já praticado 6.2.1.2.4 Preclusão por fases As partes devem apresentar de uma só vez e na fase adequada todos os meios de ataque e defesa de que dispõe 6.2.1.2.5 Pro Judicato Atinge o magistrado. Lhe sendo defeso conhecer ou julgar novamente questões já decididas. 6.2.2 Atos das partes 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 13 Declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzindo efeitos quanto a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais. Ata de audiência. Recibo de petições e etc. Atos processuais eletrônicos, até as 24h do último dia do prazo. 6.2.3 Atos do juiz 6.2.3.1 Sentença O juiz efetuando entrega da prestação jurisdicional põe fim ao processo, decidindo sobre o mérito da causa. Possui prazo de 30 dias. Extinção do processo apenas por sentença. Deve ser fundamentada. 6.2.3.2 Decisão interlocutória Atos pelos quais o juiz decide questões incidentes. São irrecorríveis no processo trabalhista. Prazo de 10 dias. Deve ser fundamentada. 6.2.3.3 Despachos Todos os demais atos que o juiz pratica no processo, de ofício ou a requerimento da parte. Prazo de 5 dias. Apenas impulsionam o processo, logo não é necessário fundamentação. 6.3 Termos processuais A redução a escrito de certos atos processuais praticados no processo. A documentação de um ato para que sejam retratados nos autos. 6.4 Prazos processuais A fixação de prazo é necessária como condição de desenvolvimento do processo. Limite temporal estabelecido pela lei, partes ou pelo juiz para prática de um ato processual sobre consequência da preclusão temporal.2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 14 Há prazos preclusivos denominados peremptórios ou fatais e outros não preclusivos denominado de dilatórios. 6.4.1 Dilatórios: prazos prorrogáveis Decorrem das normas dispositivas e devem ser requeridas antes do término do prazo, ou seja, prazos que postergam os atos não extinguido-os. 6.4.2 Peremptórios: prazos fatais Decorrentes de normas cogentes imperativas ou de ordem pública. Não se prorrogam. Extinguindo-se a possibilidade de se praticar determinado ato. 6.4.3 Prazos quanto a espécie 6.4.3.1 Legal Prazos fixados em lei. Ex: prazo de 20 minutos para apresentar contestação em audiência e o de 5 dias, quando o juiz não fixar prazo e não houver previsão legal. 6.4.3.2 Judicial Fixados a critério do juiz quando a lei for omissa 6.4.3.3 Convencional Fixados entre as próprias partes de comum acordo. Somente os prazos dilatórios podem ser fixados pelas partes. 6.4.3.4 Comum ou sucessivo É o período de tempo separado que cada uma das partes tem num processo para se manifestar. Ex: 15 dias para o autor, passados esses dias, abre-se prazo para a outra parte, que terá 15 dias. Totalizando 30 dias. 6.4.4 Próprios e impróprios 6.4.4.1 próprios Diz respeito as partes. São aqueles cuja inobservância causam efeitos de natureza processual, como a preclusão. 6.4.4.2 impróprios Dizem respeito ao juiz e seus auxiliares, uma vez descumprido, pode acarretar consequências de orem disciplinar, mas não há a preclusão. Ex: Sentença não proferida em 30 dias. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 15 6.4.5 Contagem dos prazos São contados como regra geral excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento. Se o dia do vencimento for dia não útil prorrogar-se-a para o primeiro dia útil subsequente. Caso o dia do início seja dia não útil, o prazo se iniciará no primeiro dia útil subsequente. Dentro dos prazos, os dias não úteis são cotados. Os prazos são contínuos, entretanto há a possibilidade de suspensão e interrupção. 6.4.5.1 Suspensão A contagem do prazo paralisa-se pelo tempo correspondente ao fato determinante. O tempo já fruído é aproveitado. A partir da suspensão, voltará a fruir de onde parou. Pode ocorrer várias vezes no curso do processo. Ex: recesso forense 6.4.5.1 Interrupção A contagem é inutilizada. Recomeçando a se feita quando cessar a causa determinante da paralisação. Não se aproveita nada. Assim, o prazo começa desde o zero. Pode ocorrer apenas uma vez no processo. Ex: apresentação de embargos de declaração 6.4.6 Privilégios de prazo O MP gozará de prazo em dobro. 6.5 Principais prazos Contestação: Não existe prazo para apresentar em cartório. Devendo ser apresentada na própria audiência por 20 minutos, se oralmente, ou escrito. Recursos: Prazos unificados em 8 dias. Contrarrazões: 8 dias Embargos declaratórios: 5 dias Exceções e reconvenção: devem ser apresentadas junto com a contestação, em peças apartadas, na audiência. Depósito recursal: No prazo do recurso, ou seja, 8 dias. Custas são pagas e comprovadas dentro do prazo de interposição de recurso. Se o empregado fizer reclamação verbal tem 5 dias para comparecer em cartório e reduzir reclamação a termo. Na exceção de incompetência o exceto tem o prazo de 24 horas para se manifestar. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 16 Exceção de suspeição deve ser instruída e julgada no prazo de 48 horas. A audiência não pode durar mais do que 5 horas consecutivas. Não comparecendo o juiz a audiência, os presentes poderão se retirar após 15 minutos do horário marcado. Advogados, após 30. A petição inicial deverá ser enviada ao reclamado no prazo de 48h. As razões finais deverão ser oferecidas em 10 minutos na audiência. A ata de julgamento deverá ser juntada aos autos em 48h. Caso o empregado estável tenha sido suspenso, a apuração de falta grave deve ser proposta em 30 dias. A notificação do reclamado deverá ser recebida nos 5 dias anteriores a realização da audiência. 6.5 Da comunicação dos atos processuais 6.5.1 Citação Ato pelo qual se da ciência a alguém de que consta contra si uma ação em curso, para que, querendo, venha se defender ou para integrar a relação processual. Ex: Réu, executado, interessados Regra geral é de que a citação seja encaminhada pelo correio com aviso de recebimento. Ou, nos lugares em que não há a circulação dos correios, por meio de um oficial de justiça. Se o reclamado estiver em local incerto, não sabido, haverá a citação por edital (última ratio) O réu deverá comparecer a audiência de instrução e julgamento depois de 5 dias da citação positiva. 6.5.2 Intimação Ato pelo qual se da ciência as partes dos atos e termos no processo. 7- Preclusão 7.1 Temporal Simples perda do direito de praticar um ato processual, em função do seu não exercício no momento oportuno. Logo, a perda do prazo é a omissão que resulta em preclusão. 7.2 Lógica 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 17 Quando um ato não pode mais ser praticado, pelo fato da parte ter praticado outro incompatível anteriormente. 7.3 Consumativa No curso do processo é proibida as partes discutirem questões anteriormente decididas, em razão de ato praticado com produção de efeitos imediatos. 7.5 Por fases As partes devem apresentar de uma só vez, na fase adequada, todos os meios de defesa e ataque que dispõem. Princípio da eventualidade. 7.6 Pro Judicato Essa modalidade de preclusão atinge o magistrado, lhe sendo defeso conhecer ou julgar novamente questões já decididas, salvo as de ordem pública. 8- Proposição da Reclamação Trabalhista 8.1 Condições da ação 8.1.1 Interesse de agir Há o interesse de agir quando o provimento jurisdicional postulado for capaz de ser efetivamente útil ao demandante. Operando uma melhora em situação a vida comum. 8.1.2 Legitimidade O autor tem o direito que reivindica. 8.1.2.1 Legitimidade exclusiva Só uma pessoa tem legitimidade para atuar em determinada causa. 8.1.2.2 Legitimidade concorrente Quando a lei faculta a mais de uma pessoa defender o mesmo direito 8.1.2.3 Legitimidade extraordinária Quando alguém, autorizado pela lei, pode vir a juízo postular em nome próprio direito alheio. 8.1.3 Possibilidade jurídica do pedido Previsto em lei. 8.2 Pressupostos de validade 8.2.1 Competência 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 18 Somente poderá julgar o processo o órgão jurisdicional que seja competente em razão da matéria. Se o juiz não tiver competência material para atuar no processo, ele será nulo. 8.2.2 Insuspeição e não-impedimento do juiz: Juiz imparcial. Afastado os casos de suspeição e impedimento. 8.2.3 Capacidade processual das partes A parte deve ser apta a exercer o direito que postula e ter condições de estar em juízo. 8.2.4 Petição inicial apta Não haja defeitos.8.2.5 Citação regular da parte ré ou executado A parte que ocupará o polo passivo deve ser devidamente notificada para integrar o processo. O vício da citação é insanável tornando todos os atos praticados posteriores a citação nulos. 9- Petição Inicial 9.1 Propositura da ação Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, mas a ação só produz efeitos depois do réu devidamente citado. 9.2 Forma 9.2.1 Verbal Se a Reclamação for constituída verbalmente, será reduzida a termo, em duas vias, datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário. 9.2.2 Escrita Formulada em duas vias. Devendo conter além dos requisitos, a assinatura do reclamante ou de seu representante. 9.2.3 Processo judicial eletrônico – PJE Petição em pdf e documentos anexados escaneados. 9.3 Requisitos 9.3.1 Do requerimento - Designação ao juízo - Qualificação das partes - Meios de prova com que se pretende comprovar a veracidade dos fatos - Valor da causa 9.3.2 Requisitos dos pedidos: 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 19 -Fatos e fundamentos jurídicos - Pedido certo com especificações 9.4 Pedidos 9.4.1 Classificação quanto a espécie: 9.4.1.1 Genérico A quantidade só se estabelecerá no curso do processo ou liquidação da sentença. 9.4.1.2 Alternativo Quando pela natureza da obrigação, poder ser satisfeito por mais de um modo. 9.4.1.3 Sucessivo Possibilidade de formulação de mais de um pedido, em ordem sucessiva, de sorte. – não sendo acolhido o primeiro, acolhe-se o outro. 9.4.1.4 Cominatório Obrigações de fazer ou não fazer, bem como nas obrigações de entregar coisa. Incabível nas ações que tenham por objeto obrigação de dar ou de pagar. 9.4.1.5 Sucessivo eventual ou Subsidiário O segundo pedido apenas pode ser concedido se o primeiro, de que é dependente for deferido. 9.4.1.6 Implícitos Entendidos os que não precisam ser expressamente postulados. 9.4.1.7 Cumulação de pedidos Possibilidade de formulação de diversos pedidos que não guardam correlação entre si, num mesmo processo. 9.4.2 Classificação quanto ao valor econômico 9.4.2.1 Líquido Tem valor determinado, já especificando o quantum debeatur. Já delimita de forma qualitativa e quantitativa, o valor correspondente a determinada obrigação. (Parcela/direito) 9.4.2.2 Ilíquido Tem valor indeterminado, mas deve ser estimado para fins de atribuição ao valor da causa. 9.5 Valor da causa Deve-se calcular o valor das custas, na hipótese de extinção por não comparecimento do autor a audiência inicial. Fixa a alçada, ou seja, define o rito processual, inclusive para efeito de interposição de recursos. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 20 9.6 Documentos ( Instrução probatória antecipada) 9.6.1 Produção de prova documental São destinados a comprovação das alegações. Copias dos documentos originais. Que Poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade. Impugnada a autenticidade do documento, as partes que produziu deverá ser intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original. 9.7 Inépcia da petição inicial Será considerada inepta quando: - lhe faltar pedido ou causa de pedir -o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite pedido genérico - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão - contiver pedidos incompatíveis entre si 9.7.1 Extinção da petição inicial 9.7.1.1 Intimação O indeferimento a petição inicial por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável a sua propositura ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se após intimada para suprir a irregularidade em 15 dias, mediante indicação do que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer. 9.7.1.2 Recurso e juízo de retratação Indeferida a petição inicial o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 dias retratar- se. 9.7.1.3 Indeferimento liminar Nas causas que dispensam a fase instrutória, o juiz, independente da citação do reclamado, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar enunciados ou acórdãos do STJ e STF. 10- Antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional Tutela provisória e tutela de urgência. 10.1 Hipóteses específicas - Para tornar sem efeito transferência de empregado para localidade diversa do contrato, sem anuência do empregado. - Para reintegrar empregado estável. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 21 10.2 Incidência da tutela de urgência condicionada a requerimento da parte. - Existência de prova inequívoca e verossimilhança das alegações - Periculum in mora ( perigo de dano ou risco só resultado útil do processo) -Fomus boni júris (probabilidade de existência do direito ) - Existência de pedido confirmatório (ratificação) da liminar concedida na parte dispositiva do julgado 11 Da distribuição da Reclamação 11.1 Vara única Nas localidades em que houver apenas uma junta de conciliação e julgamento ou um escrivão, a Reclamação será apresentada diretamente a secretaria da junta, ou no cartório do juízo. 11.2 Livre distruibuição Quando houver mais de uma junta ou mais de um juízo ou escrivão, a Reclamação será, preliminarmente, sujeira a distribuição. 12 Comparecimento das partes a audiência 12.1 Notificação as partes Protocolada a reclamação, a parte reclamada será citada para audiência que será a primeira desimpedida depois de 5 dias. A notificação (Intimação para o autor ou citação para o réu) deverá ser feita tanto na pessoa do advogado da parte quanto da parte, em razão da audiência ser personalíssima. E a ausência das partes não é suprida pelo comparecimento do advogado com procuração. Importando no arquivamento, na ausência do reclamante, ou revelia para a reclamada. 12.3 Comparecimento das partes - O juiz decalcará aberta a audiência na hora marcada, o secretário ou escrivão fará a chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que devam comparecer. - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante é reclamado, independente do comparecimento dos representantes. Salvo nos casos de reclamatorias plúrimas ou ações de cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. - O reclamante ou reclamado deverão levar suas próprias testemunhas e apresentar demais provas. 12.4 Comparecimento de terceiro 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 22 O terceiro deverá informar ao juiz os fatos de que tenha conhecimento, exibir coisa ou documento que esteja em seu poder. Em caso de descumprimento, o juiz poderá determinar além da multa outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias. 12.5 Ausência na audiência 12.5.1 Do autor Implicará no arquivamento da Reclamação se o autor faltar injustificadamente. Se houver motivo relevante, o juiz poderá suspender o julgamento e designar nova audiência. 12.5.1.1 Perempção Há perempção se houver desinteresse, abandono da causa por três vezes. O autor não poderá propor nova ação com as mesmas partes, causa de pedir e pedido. 12.5.2 Do reclamado12.5.2.1 Revelia Implicará revelia, mesmo se o advogado do reclamado estiver presente munido do objeto de procuração. Presunção de veracidade quanto a matéria de fato. A revelia pode ser desconsiderada mediante atestado médico que deverá declarar expressamente a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto na audiência. Aplica-se revelia também quanto a ente público. 13- Proposta conciliatória e Termo de audiência A audiência deve ser una. Ou seja, no mesmo ato ocorrerá a conciliação, instrução e julgamento. O juiz irá propor conciliação no início da audiência. Se houver acordo, lavrar-se-á o termo, assinado pelo presidente e litigantes, condicionando se o prazo é demais condições para seu cumprimento. A tentativa de conciliação é obrigatória no início e no final da audiência, podendo ser facultada a ocorrer a qualquer momento. A ausência de qualquer uma dessas tentativas obrigatórias gerará nulidade. A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a ultima proposta de conciliação. Quanto a nulidade em decorrência da ausência de tentativa da última proposta de conciliação por parte de juiz há duas correntes. 13.1 Nulidade por ausência de tentativa de conciliação 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 23 13.1.1 Primeira corrente, majoritária Em razão do princípio da conciliação, parte da jurisprudência trabalhista tem sustentado a nulidade do processo, caso o juiz não tente ao menos a última proposta de conciliação na audiência de instrução e julgamento. 13.1.2 Segunda corrente, minoritária É necessário avaliar o prejuízo para acarretar nulidade por ausência da última proposta conciliatória. 13.2 Termo de conciliação O termo de conciliação valerá como decisão irrecorrível, a homologação do acordo fará coisa julgada material. Salvo para a previdência social, quanto as contribuições que lhe forem devidas. A homologação do acordo é de faculdade do juiz, assim, ele não fica obrigado a ratificar diante de eventual prejuízo a direito indisponível. O termo de conciliação devidamente homologado só poderá ser impugnado por ação recisória. 14- Respostas do Réu 14.1 Contestação É a peça defensiva, em que o reclamado terá a oportunidade de impugnar a pretensão abduzida na inicial e também aduzir toda a matéria de defesa que entende pertinente. 14.1.1 Prazo O reclamado terá 20 minutos para apresentar contestação oralmente, em audiência de instrução e julgamento, após a tentativa de conciliação frustrada, ou poderá apresenta-la em escrito. Se houver mais de um reclamado, terá 20 minutos cada para apresentar contestação oral. A contestação no processo do trabalho é apresentada na audiência. A audiência é marcada para o 5º dia livre após notificação do reclamado, sendo então o prazo de 5 dias para confeccionar contestação, porém, se a audiência for em 20 dias, por exemplo, o prazo para apresentar contestação também será esse. 14.1.2 Da forma Se a contestação for apresentada oralmente, será reduzida a termo na própria ata de audiência. Mesmo se a contestação for apresentada por escrito, deverá ser apresentada na própria audiência e não em cartório. 14.1.3 Princípios norteadores da contestação 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 24 14.1.3.1 Princípio da eventualidade Consiste no ônus do réu em aduzir todas as defesas que tiver contra o processo (atacar diretamente a relação jurídico processual) de uma só vez. De modo que não sendo acolhida uma delas, poderá ser examinada a seguinte. 14.1.3.3 Ônus da impugnação específica Não é permitido a contestação genérica ou por negativa geral. É necessários impugnar todos os fatos alegados, sob pena de serem presumidos verdadeiros (revelia). Essa presunção é relativa, podendo ser elidida por prova em contrário. 14.2 Reconvenção Ação proposta pelo réu contra o autor, no mesmo processo em que está sendo demandado. Há a necessidade de que exista um processo pendente em primeiro grau de jurisdição, não tendo havido a primeira audiência para apresentação da contestação. A reconvenção está sujeita ao mesmo procedimento da contestação. 14.2.1 Prazo e forma A reconvenção, como a contestação, poderá ser apresentada oralmente. Porém , o prazo de 20 minutos será tanto para apresentar contestação quanto reconvenção. Se apresentada de forma escrita, deverá sem em peça apartada da contestação, devendo conter pedido, causa de pedir e valor da causa. 14.2.2 Audiência Com a apresentação da reconvenção, a audiência é adiada, pois o reconvindo é citado para apresentar contestação. Se o reconvindo estiver presente na audiência, será intimado imediatamente e deverá apresentar contestação a reconvenção. Se não apresentar contestação, o autor será considerado revel em relação ao pedido reconvencional, porém, não haverá julgamento imediato da reconvenção, se houver necessidade da produção de provas na ação principal, embora ação e reconvenção sejam julgadas na mesma sentença. 14.2.3 Revelia O réu pode propor reconvenção mesmo que não proponha contestação. 14.3 Exceção Compreende a defesa processual indireta contra o processo, em que a parte denuncia a falta de capacidade do juiz. 14.3.1 Exceção de suspeição e Exceção de impedimento 14.3.1.1 Suspeição 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 25 A suspeição se refere a motivos de foro íntimo do julgador . (inimizade pessoal, amizade íntima, interesse particular na causa). Necessita de provocação da parte, convalidando-se caso esta praticar algum ato que consinta na pessoa do suspeito (Juiz). Passado esse momento sem argüição da parte não há o que se falar em nulidade de seus atos. Ocorreu a aceitação pela inércia. Poderá, no entanto, argüir novamente suspeição, se fundada em motivo superveniente. Apresentada a suspeição, devidamente instruída, o Juiz ou Tribunal marcará audiência de instrução e julgamento no prazo de 48 horas, para a instrução e julgamento da exceção . 14.3.1.2 Impedimento Impedimento se refere ao parentesco por consangüinidade ou afinidade até terceiro grau, é motivo de ordem pública. O impedimento é mais grave do que a suspeição, visto que o primeiro é insanável, podendo ser levantado a qualquer tempo sem sofrer preclusão e podendo, inclusive, ser motivo de ação rescisória; ou seja, uma vez argüida, a sentença será rescindida, mesmo que transitada em julgado. Os atos praticados serão nulos (nulidade absoluta). 14.3.2 Exceção de incompetência A exceção de incompetência relativa deve ser arguida em preliminar de contestação, e a de incompetência absoluta pode ser arguida a qualquer momento, e pode ser reconhecida de ofício pelo juiz. Obs: incompetência relativa, somente incompetência em razão do lugar, (quanto a incompetência em razão do valor ser relativa há divergência, e não cabe as regras da exceção de incompetência relativa) Apresentada a exceção de incompetência em audiência, devidamente instruída e indicado o juízo para o qual se declina, o exceto poderá oferecer resposta na própria audiência, se assim desejar, ou abrir-se-á vista dos autos por 24 horas improrrogáveis e neste caso a resposta será entregue na secretaria. O andamento do processo ficará suspenso até a decisão. Esta decisão poderá ser proferida na mesma audiência, quando não comportar prova e as partes assim o desejarem; ou na primeira audiência ou sessão que se seguir, caso, por exemplo, necessitar ser instruída. 15- Das Provas 2017.1 DireitoProcessual do Trabalho Nathália Klein Página 26 15.1 Ônus da prova Em regra, a prova incumbe a quem alega. Na inversão do ônus da prova, o juiz vai verificar quem detém o maior ônus da prova e começar a instrução probatória por ai. Na distribuição dinâmica do ônus da prova, o juiz irá determinar a prova a quem tem maior aptidão para provar. 15.1.1 cabe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito. Ex: Existência da relação de emprego O exercício da mesma função para efeito de equiparação salarial O trabalho em jornada extraordinária O trabalho sem registro O pagamento por fora e etc 15.1.2 cabe ao réu, quanto a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor Extintivos Exs: Pagamento das horas extras Feriados trabalhados de maneira dobrada Do término do contrato a termo Prescrição Compensação Impeditivos Ex: O reclamante alega na inicial ter sido dispensado, pedindo o pagamento das verbas recisórias, e o reclamado esclarece que as verbas rescisórias não foram pagas em razão da justa causa. A justa causa é um fato impeditivo da continuidade do contrato de trabalho. Modificativos Exs: Reclamante pede o pagamento imediato das comissões, a reclamada alega que as comissões eram devidas, mas de forma parcelada. O reclamante pede o pagamento de feriados dobrados; a empresa pondera que foi concedido outro dia na semana para folga do reclamante. Súmula 212 TST O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 27 15.2 Meios de prova Depoimento pessoal das partes, testemunhas, documentos, perícias e inspeção judicial. A produção de provas acontece na própria audiência. 15.3 Honorários periciais Os honorários periciais devem ser suportados pela parte sucumbente na pretensão do objeto da perícia, porém, se for beneficiária de gratuidade de justiça, quem arcará será a União. 16- Audiência de Instrução e julgamento A audiência deverá ser una, mas sempre que necessário, o juiz poderá convocar audiências extraordinárias. Deve também, a audiência ser continua, mas se não for possível o juiz designará outro dia para sua continuação, não podendo ultrapassar 5 horas consecutivas. Quase todos os atos da fase de conhecimento são praticados na AIJ; O juiz toma contato pela primeira vez com o processo (Inicial, defesa e documentos) Haverá a primeira tentativa de conciliação. Se for efetivada, porá fim ao processo. Se não for, passa a instrução do processo. Será apresentada a contestação. A parte poderá apresentar sua defesa oralmente pelo prazo de 20 minutos. Os fatos não contestados presumem-se verdadeiros. Réplica (nas causas em que couber) Não há previsão de réplica trabalhista, porém a prática adota os critérios do CPC, concedendo ao autor, o direito de ser ouvido com apresentação de novos fatos, no prazo estipulado pelo juiz. Saneamento do processo Findo a defesa, passa-se ao saneamento do processo. Decidindo se possível questões preliminares ou prejudiciais, deferir ou indeferir a requerimento das partes formulados em audiência, bem como fixar ônus da prova, inclusive inverter ou aplicar a teoria do ônus dinâmico da prova. Oitiva das partes 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 28 Haverá o depoimento pessoal das partes, com a finalidade de extrair a chamada confissão real, que é considerada a rainha das provas. Não havendo a confissão real, o processo segue seu curso a oitiva das testemunhas. Oitiva das testemunhas Serão consideradas testemunhas aquelas que comparecerem a audiência com as partes, ou seja, não há notificação. A testemunha só poderá ser intimada após a recusa de comparecer espontaneamente a parte interessada. Número de Testemunhas Procedimento sumaríssimo: 2 testemunhas para cada parte Procedimento ordinário: 3 testemunhas cada parte Inquérito judicial movido pelo empregador contra empregado estável: 6 testemunhas cada Razões finais Após a instrução as partes terão 10 minutos cada, para aduzir suas razões finais. Podendo ser escritas com prazo fixado a critério do juiz. Poderão as partes deixar de aduzir as razões finais, pois não constituem ato indispensável ao processo. Última tentativa de conciliação Haverá por fim, após as razões finais uma tentativa final de conciliação, se não for aceita haverá a decisão do juiz. 17- Sentença Principal peça da relação jurídica, onde o juiz decidirá se acolhe ou não a pretensão posta em juízo, ou extingue o processo sem resolução do mérito. É o ato pelo qual o juiz põe fim ao processo, resolvendo o mérito ou não. 17.1 Princípios da sentença trabalhista 17.1.1 Princípio do convencimento motivado do juiz do trabalho O juiz é livre para valorar as provas, interpretar a controvérsia jurídica nos limites em que esta foi proposta. 17.1.2 Legalidade A sentença deve ser prolatada observando os requisitos legais na CLT. Deve ter, sob consequência de nulidade: Relatório, fundamentação e conclusão. No rito sumaríssimo, o relatório é dispensado. A sentença trabalhista é proferida em AIJ, devendo as partes sobre ela serem intimadas. 17.1.3 Fundamentação 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 29 O juiz não pode deixar de expor os motivos de se convencimento 17.2 Requisitos estruturais da Sentença Trabalhista 17.2.1 Relatório Pequena síntese do processo em que são mencionados um resumo do pedido e da contestação, bem como as principais passagens do processo. 17.2.2 Fundamentação O juiz apreciará os argumentos que embasam a causa de pedir, razões pelas quais o reclamado resiste a pretensão do autor e valorará as provas existentes nos autos e tomará dos fatos provados ao Direito. 17.2.3 Conclusão ou dispositivo Mencionará se a decisão é de condenar o absolver o reclamado, e especificará os parâmetros de cumprimento da sentença. 17.3 Classificação da sentença 17.3.1 Terminativas Extingue o processo sem a resolução do mérito, ou seja, se põe termo ao processo sem resolver a questão principal. 17.3.2 Definitivas Há a resolução do mérito, resolvendo a pretensão resistida. Pode ser classificada como: 17.3.2.1 Declaratória Se limita a declarar a existência de um fato ou direito preexistente 17.3.2.2 Constitutiva Cria, modifica ou extingue a relação jurídica. 17.3.2.3 Condenatória Condena o réu uma obrigação de dar, fazer ou não fazer. 17.3.2.4 Mandamental Expede uma obrigação de fazer ou deixar alguma coisa para o cumprimento imediato. 17.4 Princípio da adstrição ou congruência O pedido é uma limitação da matéria a ser julgada. Se configurada uma das hipóteses abaixo, gerará a nulidade da sentença. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 30 17.4.1 Ultra petita Sentença decide além do pedido Autorização legal: pagamento dos salários incontroversos na 1ª audiência, sob pena de pagamento acrescido em 50%, ou férias em dobro. 17.4.2 Citra petita Sentença decide menos que o pedido, sem motivo justificável 17.4.3 Extra petita Sentença decide fora do pedido formulado na inicial. Autorização legal: cpnversão da reintegração em indenização substitutiva 17.5 Intimação da sentença As partes deverão ser intimadas da sentença na própria audiênciaSe revel, o reclamado será intimado por notificação postal e o prazo do recurso começará a contar da data em que a parte receber a intimação. Se a parte já tiver sido intimada, o prazo para recurso começará a partir da data da publicação da sentença. 18- Coisa julgada material e formal 18.1 Coisa julgada material Torna imutável a decisão do mérito dentro da mesma relação jurídica-processual. Em razão de terem se escoado os recursos, ou não terem sido interpostos. E o processo ter sido transitado em julgado com decisão de mérito. (Não há coisa julgada material em questões de trato sucessivo) 18.2 Coisa julgada formal Quando esgotados os recursos, por preclusão ou não, e nada mais pode se fazer dentro do processo. Em todo processo há coisa julgada formal, no momento em que ele chega ao fim. 19- Recursos Recurso é o poder que se reconhece a parte vencida em qualquer incidente ou no mérito da demanda de provocar o reexame da matéria decidida. Pela mesma autoridade judiciária ou por outra hierarquicamente superior. 19.1 Controle de admissibilidade O controle de admissibilidade ocorrerá nos recursos: 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 31 - Ordinário - De revista - Extraordinário -Agravo de instrumento - De petição Pois eles são interpostos perante o juiz prolator da decisão. Cabendo a ele verificar se foram cumpridos os pressupostos recursais: - Prazo recursal -Depósito de garantia, Depósito recursal (recorrente empregador) - Recolhimento das custas - prejuízo advindo da sentença condenatória 19.2 Recursos admitidos das decisões Das decisões são admitidos os seguintes recursos: -Embargos -Recurso ordinário -Recurso de revista -Agravo de instrumento -Agravo de petição 19.3 Princípios recursais 19.3.1 Duplo grau de jurisdição Possibilidade do cidadão recorrer a uma sentença que lhe foi desfavorável e controle dos órgãos inferiores pelos órgão superiores. 19.3.2 Taxatividade Somente são cabíveis os recursos na lei processual trabalhista. Não sendo possível interpretação analógica. 19.3.3 Princípio da singularidade ou unirrecorribilidade Só será cabível um recurso específico para cada decisão. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 32 19.4 Recurso ordinário São destinados a impugnar todos os capítulos da decisão, e a correção tanto dos erros de procedimento (matéria processual) como incorreções do julgamento do mérito da causa (erro de julgamento) . 19.4.1 Cabimento: a) Das decisões definitivas da vara do trabalho, ou do juiz de direito investido nessa função. – Exs: Reclamação trabalhista, inquérito para apuração de falta grave e ação consignatária b) Das decisões definitivas dos TRTs em processos de sua competência originária. – Exs: Dissídios coletivos, mandato de segurança, ação rescisória e habeas corpus. c) Das decisões interlocutórias de caráter terminativo do feito na justiça do trabalho. – Exs: A decisão que acolhe exceção de incompetência em razão da matéria d) Do indeferimento da inicial. Exs: Inépcia ou qualquer outro vicio e) Do arquivamento dos autos em razão do não comparecimento do reclamante a audiência. f) Da paralisação do processo por mais de 1 ano, em razão da negligência das partes. g) Do abandono da causa por mais de 30 dias. h) Do despacho judicial que verificou a ausência dos pressupostos de constituição e desenvolvimento válido do processo i) Do acolhimento da litispendência ou coisa julgada j) Quando o processo for extinto por carência da ação k) Da desistência da ação l) Do despacho que declara confusão entre autor e réu m) Da decisão que aplica pena ao empregado de não poder reclamar por 6 meses Não cabe recurso ordinário da decisão que homologa acordo entre as partes, esse somente pode ser atacado por ação rescisória. 19.4.2 Prazo O recurso ordinário tem prazo de 8 dias, e só é aceito via de regra no efeito devolutivo. 19.4.3 Custas É necessário o recolhimento de custas. E se o recurso for interposto pela reclamada, também recolhimento do depósito recursal. 19.4.4 Órgão a quo \ ad quem Do juiz do trabalho ao TRT Ou TRT ao TST 19.5 Embargos de declaração São opostos contra: Omissão, Contradição ou Obscuridade da sentença ou acórdão. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 33 Omissão Quando o julgado deixa de apreciar uma questão suscitada pelas partes. Contradição Quando a sentença possuir proposições inconciliáveis entre si Obscuridade É a sentença ininteligível, não propiciando a parte, a correta interpretação do que foi decidido. Os embargos declaratórios são endereçados e apreciados pelo próprio juiz prolator da decisão, logo, não são apreciados por uma instância superior. Servem para sanar vícios existentes da sentença ou acórdão. 19.5.1Prazo: 5 dias. Sua utilização interrompe os prazos para interposição de outros recursos. Se os embargos forem notoriamente protelatórios o Tribunal pode aplicar multa de 1% sobre o valor da causa. E na reincidência, de até 10% do valor da causa. 19.5.2 Órgão a quo\ ad quem Tanto nos tribunais quanto TRT, TST E STF. 19.6 Agravo de petição É o recurso específico contra qualquer decisão do juiz na execução. Após o julgamento de embargos do executado. Não cabe agravo contra decisão interlocutória no processo do trabalho. Também ocorre juízo de admissibilidade. 19.6.1Prazo 8 dias 19.6.2 Órgão a quo\ ad quem Do juiz do trabalho ao TRT. 19.7 Recurso de revista Tem juízo de admissibilidade. 19.7.1Cabimento 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 34 a) Por violação literal de norma. Lei federal ou afronta direta a Constituição Federal. b) Por divergência interpretativa. No caso de decisão que tenha dado interpretação diversa a jurisprudência de outro tribunal regional do trabalho. Tem natureza especial. Apenas efeito devolutivo. Não cabe em face de execução, salvo se houver ofensa direta e literal a CF. É necessário o recolhimento de custas. E se pela reclamada, também é necessário o recolhimento do depósito recursal. 19.7.2 Prazo Prazo de 8 dias 19.7.3 Órgão a quo\ ad quem Do TRT ao TST 19.8 Embargos no TST Embargos de divergência 19.8.1 Cabimento Cabe contra recurso de revista que julga recurso ordinário ou agravo de petição, ou agravo e agravo de instrumento de recurso de revista. 19.8.2 Prazo 8 dias 19.8.3 Órgão a quo\ ad quem Do TST a Subseção de dissídios individuais SBDI-1. 19.9 Extraordinário Não se destinam a correção dos erros de procedimento de julgamento nem a justiça da decisão. Tem por objetivo a uniformização da legislação constitucional. Forma indireta de controle de constitucionalidade das leis perante o STF. Devem ser esgotados todos os recursos padrões para que seja cabível o extraordinário. Ou seja, cabe contra as decisões do TST, destinado ao STF. Exige juízo de admissibilidade. 19.9.1Cabimento: 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 35 nas hipóteses do artigo 102 da CF: As causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.Não é cabível contra divergência de interpretação, recurso de revista. Será processado conforme regimento interno do STF e de acordo com o CPC. O presidente do TST admitirá ou não o recurso. Se houver denegação ao recurso, caberá agravo de instrumento. 19.9.2 Prazo 15 dias 19.9.3 Órgão a quo\ ad quem Do TST ao STF 19.10 Agravo de instrumento É o recurso destinado a reexaminar despachos dos juízes que negarem seguimento a recurso. Agravo de instrumento também tem juízo de admissibilidade. É processado em autos separados, com cópias obrigatórias e facultativas das principais peças, sob pena de não conhecimento. 19.10.1 Prazo 8 dias 19.10.2 Cabimento Caberá contra despacho que denegar seguimento ao recurso ordinário, recurso de revista, agravo de petição e recurso extraordinário. Não caberá agravo de instrumento de despacho que decidir embargos, pois nesse caso, será agravo regimental. 19.10.3 Órgão A quo \ ad quem É cabível nas varas do trabalho para fazer subir o recurso ordinário ao TRT. 2017.1 Direito Processual do Trabalho Nathália Klein Página 36 19.11 Recurso adesivo Um recurso acessório a outro. Ou seja, refere-se a um recurso que irá aderir a outra interposto pela parte contrária. Se não houver prosseguimento ao principal, o recurso adesivo também não prosseguirá. 19.11.1 Cabimento É cabível para o recurso ordinário, de revista, embargos e no agravo de petição. Não cabe em agravo de instrumento. 19.11.2 Prazo 8 dias, e deve ser apresentando junto com as contra-razões 19.11.3 Órgão A quo \ ad quem Tanto nos tribunais quanto TRT e TST
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