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CURSO DE LETRAS 
Primeiro Período 
Disciplina: 
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL 
- Anotações das Aulas– 
- Sílvia Mota – 
 
AULA 1 
A criação da Companhia de Jesus 
o contexto religioso na Europa no século XVI 
 
 
NESTA AULA 
 
• A importância da história da educação. 
• Renascimento Cultural. 
• Reforma Protestante e Contra Reforma Católica. 
 
PARA QUÊ HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO? 
 
• “A ignorância do passado não se limita a prejudicar a compreensão do presente; 
compromete, no presente, a própria ação” (Marc Bloch) 
• Pela atitude crítica diante das “modas pedagógicas” da atualidade. 
• Auxilia a dar um sentido ao trabalho educativo. 
• Criação de novos valores. 
• Atitude crítica diante das “modas pedagógicas” da atualidade. 
• A História da Educação no Brasil não deve ser dissociada dos acontecimentos 
europeus, já que a colonização resultou da necessidade de expansão comercial da 
burguesia mercantilista. 
 
Por quê estudar a História da Educação no Brasil? 
 
Entender a História é uma forma de modificar as nossas ações; é uma forma de refletir acerca 
das nossas atitudes e também das atitudes perante a Educação, a forma de compreender a 
Educação e, também, a forma de conceber a prática educativa. 
 
 “A ignorância do passado não se limita a prejudicar a compreensão do presente; 
compromete, no presente, a própria ação” (Marc Bloch) 
 
A frase acima é muito ilustrativa. Conhecer o passado, conhecer a história da educação 
brasileira é um passo fundamental para modificar as nossas práticas educativas, para que 
tenhamos uma atitude crítica perante as “modas pedagógicas” que, constantemente, são 
impostas aos docentes, são impostas às redes de ensino municipais e estaduais. Quando 
conhecemos a história da educação podemos questionar: “Isso não é tão novo assim...” 
 
A História da Educação vai auxiliar o trabalho educativo, a partir do momento em que dá um 
sentido à prática educativa, garante um sentido à prática docente. Ao questionarmos, criamos 
novos valores. 
A esse respeito, ensina Eric Hobsbawn: "A destruição do passado - ou melhor, dos 
mecanismos sociais que vinculam nossas experiências pessoais às das gerações passadas 
- é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX [...] Por isso os 
historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes 
que nunca no fim desse segundo milênio." 
 
É fundamental que os educadores e toda a sociedade percebam que a situação na qual o 
trabalho educativo se processa, suas rupturas e permanências, são produtos de construções 
históricas. 
 
Segundo António Nóvoa - educador português, dono de um pensamento crítico apurado e 
atento aos problemas contemporâneos que incomodam o mundo da Educação e resvalam na 
sociedade como um todo - devemos estudar a História da Educação, para que possamos 
sempre ter atitudes críticas frente aos modismos pedagógicos. Esses constituem-se em 
imposições, às vezes desmedidas, e que são apresentadas aos professores apresentadas 
como novas, mas que são apenas reproduções, repaginação do que já foi feito e não deu 
muito certo. Precisamos, então, precisamos conhecer a História da Educação para que 
possamos falar, questionar as imposições, para dar um sentido ao trabalho educativo. 
 
A História da Educação no Brasil jamais deve ser dissociada dos acontecimentos europeus, 
porque a Educação no Brasil recebe a influência da chegada do homem europeu ao Brasil, 
com a vinda dos jesuítas, até pelo menos nos meados do século XIX, embora essa influência 
persista. 
 
O Brasil enquanto território nacional, enquanto país – mesmo que fora colônia portuguesa - 
se estrutura a partir do momento em que o homem europeu sai do seu continente em busca 
de novos espaços e vai povoando outros territórios. A História da Educação escolar brasileira 
inicia-se a partir de um movimento europeu. É quando o homem europeu rompe com o poder 
religioso, que durante o período medieval fez com que os homens acreditassem na sua 
impotencialidade, acreditassem na sua incapacidade criadora; acreditassem que Deus fosse 
o único responsável pelas criações; que o homem era apenas um títere nas mãos do divino 
Criador, que deveria obedecer cegamente aos desígnios religiosos. Com o Renascimento 
cultural o homem vai romper com essa forma de pensar, vai romper com o Teocentrismo 
medieval. Deus deixa de ser o centro do Universo, deixa de ser o único caminho para uma 
resposta e o homem passa a perceber-se como criador, a perceber-se como capaz de romper 
barreiras, de criar, de ir em busca do novo. E é nesse momento, que o homem busca criar, 
desafia a natureza e domina a natureza é que chega ao território que hoje chamamos de 
brasileiro. É movimento Renascentista que faz com que o homem ao romper com a Igreja 
Católica e ao romper com os preceitos do Teocentrismo medieval, vai buscar novos territórios. 
Quando o homem rompe as amarras do Teocentrismo e volta seu olhar para a antiguidade 
greco-romana (antiguidade clássica) e para a valorização do homem ali presente, é que ele 
expande não só sua mente, mas também o seu espaço. Por tal motivo, a ideia de Brasil, a 
ideia de Educação no Brasil não deve ser dissociada desse movimento, uma vez que a 
colonização resultou da necessidade de expansão comercial, territorial da burguesia 
mercantilista, uma camada social que conquista espaço com o fim da Idade Média, com o 
fortalecimento das cidades, dos antigos burgos. Essas cidades ganham força e a sua camada 
social mais importante economicamente também. E é essa camada que vai impulsionar o 
Renascimento, que são os famosos mecenas. Há, consequentemente, uma revalorização da 
ciência, que não mais se submete à religião. Isso vai impulsionar significativamente a 
expansão territorial – a famosa expansão marítima europeia. 
 
RENASCIMENTO 
 
• Revalorização da Antiguidade Clássica/ Greco-Romana. 
• A ciência não se submete mais à religião. 
• Visão antropocêntrica de mundo (o homem como centro do universo). 
 
• Florescimento da ciência e da filosofia, que influenciaram as teorias pedagógicas. 
• Valorização do método: colocando em discussão os procedimentos da razão na 
investigação da verdade, antes de se permitir teorizar sobre qualquer tema. 
 
• Educação: busca de métodos diferentes, a fim de tornar a educação mais agradável 
e, ao mesmo tempo, eficaz na vida prática. 
 
O Renascimento – fundamental para a História da Educação – vê o homem como centro do 
Universo e não mais aceita as respostas na religião. O homem busca novos espaços e ocorre 
a expansão territorial europeia, que será a responsável pela estruturação da colônia 
posteriormente chamada Brasil. 
 
A burguesia que surge após a Idade Média vai exigir um novo tipo de escola para seus filhos, 
porque a família ganha uma outra importância e as crianças também – indivíduo que precisa 
de uma formação para exercer atividades que contribuam para a Sociedade. 
 
O Renascimento contribui para a Educação – elemento crucial para a formação de um novo 
homem. O experimento ganha espaço, pela busca do Método. A Educação passa a buscar o 
Método que a torne mais agradável e, ao mesmo tempo, eficaz na vida prática. Surgem, então, 
os colégios. 
 
O NASCIMENTO DOS COLÉGIOS 
 
• A burguesia queria enviar seus filhos para um novo tipo de escola – não religioso. 
• Surge uma nova imagem da infância e da família. 
• Severa disciplina – essa disciplina era questionada? Sim, os teóricos não eram 
favoráveis ao castigo físico. 
 
CONTEXTO EDUCACIONAL 
 
• Juan Luis Vives, Erasmo de Rotterdam, Rabelais e Montaigne, por exemplo 
 
Acreditavam que para a formação de um novo homem era importante a valorização do 
pensamento científico, do estudo da língua materna; da valorização da infância (e do seu 
tempo de crescimento) e da educação integral. 
 
REFORMA PROTESTANTENesse período, ocorre a Reforma Protestante, que vai ser a expressão da ruptura do homem 
com a Igreja, porque vai trazer a público tudo de ruim que existia dentro da Igreja Católica. 
 
• Criticava a estrutura autoritária da Igreja Católica. 
• As divergências não eram apenas religiosas, mas também sinalizavam alterações 
sociais e econômicas. Existia corrupção - interesses políticos e econômicos – muito 
fortes - que prejudicavam a atuação da Igreja Católica. 
 
CONTRARREFORMA CATÓLICA 
 
A Igreja Católica não fica inerte diante da Reforma Protestante. 
 
• Concílio de Trento. 
• Reafirmação da supremacia papal e dos princípios da fé. 
• Estímulo para a criação de seminários, para formar padres. 
• Inquisição. 
• A Contra Reforma Católica resultou na criação de mais seminários. A Igreja Católica 
sai da clausura. Percebe que através da Educação vai atingir os indivíduos e vão 
perpetuar o poder católico. Por tal motivo, a reação da Igreja Católica foi muito 
importante para a História da Educação no Brasil. Com essa reação surge uma das 
principais ordens religiosas da história da Igreja Católica – a Companhia de Jesus. 
• A Igreja envolveu-se com mais intensidade no processo de expansão territorial. 
• Aproximação dos monarcas ibéricos com intuito de catequizar os pagãos do novo 
mundo. 
 
 
COMPANHIA DE JESUS 
 
Fundação da Companhia de Jesus – Inácio de Loyola, em 1540. 
Formação rigorosa dos quadros da Ordem. 
 
OS PRIMEIROS TEMPOS: A EDUCAÇÃO PELOS JESUÍTAS 
 
• Começaram nas universidades e rapidamente ganharam respeito. 
• Fundaram colégios. 
• Rápida expansão. 
• Elaboração do Ratio Studiorum – primeiro plano de ensino da história da educação. 
• Os objetivos da esfera religiosa eram zelar pela obediência aos preceitos cristãos entre 
os colonos e catequizar os nativos. 
• Os índios não deveriam ser escravizados pois só eram passíveis de escravidão os que 
se negavam ao cristianismo. Os índios eram puros e, nesse sentido, aproximavam-se 
do desejado pela Igreja Católica. 
• Os índios eram puros e estariam muito próximos dos princípios cristãos. 
• Escravidão africana. Os jesuítas aceitavam a escravidão dos africanos, por serem 
ímpios, por terem outras crenças contrárias à Igreja Católica. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARANHA, M. L. de A. História da Educação e da Pedagogia. Geral e do Brasil. 3ª ed. São 
Paulo: Moderna, 2006. 
 
MANCORDA, M. A. História da educação. Da antiguidade aos nossos dias. 3ª ed. São Paulo: 
Cortez, 1992. 
 
ATIVIDADE 
 
• Reflita a partir da seguinte afirmação: o homem pode e deve ser o criador, o 
aventureiro, o sonhador, o dominador da natureza. 
RESPOSTA: 
Essa afirmação faz referência a um momento muito importante da História e, 
consequentemente, da História da Educação – o Renascimento cultural. Porque é o momento 
em que o H percebe que pode formar outros homens e assim ser o responsável pela 
transformação social, pela estruturação de uma nova cultura, de uma nova maneira de pensar, 
de novas maneiras de agir, de novos questionamentos. No Renascimento, o H deixa de ver 
Deus como o responsável por tudo e por todos e percebe-se como criador, aquele que pode 
construir, que pode transformar, que pode descobrir; vê-se como aventureiro e rompe com 
seu espaço físico e vai em busca do desconhecido, porque não mais o teme. Percebe no 
contato com o diferente, que pode criar, aprender. É aquele que sonha e busca novas 
respostas, diferentes da religião. É o dominador da natureza, não mais a teme – usa-a a seu 
favor. Claro, que existem consequências negativas: vai ter interesses econômicos, vai 
subjugar o Outro, por considerá-lo inferior. No Renascimento o homem torna-se o dono da 
sua verdade. 
 
AULA 2 
Os jesuítas e a Educação no Brasil colonial 
 
 
NESTA AULA 
 
 Brasil: Colonização e catequese 
 Século XVIII: O século das luzes 
 
COMPANHIA DE JESUS 
 
• Educação jesuítica no Brasil colônia; 
• Os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil com o primeiro governador-geral Tomé de 
Sousa, em 1549. 
 
• Em apenas três dias, fundaram uma escola de ler e escrever, dando início ao 
processo de criação de um sistema educacional; 
• Os nativos eram vistos como “papel branco”, em que poderiam escrever os valores 
da cultura cristã. 
 
FASES DA EDUCAÇÃO JESUÍTICA NO BRASIL 
 
• FASE HERÓICA: 1549-1570 – Catequese. 
 
• FASE DE CONSOLIDAÇÃO: 1570 -1759- Missões e expansão do ensino 
secundário nos colégios. 
 
EDUCAÇÃO JESUÍTA 
 
• Buscavam seguir as orientações do Ratio Studiorum; 
• Manuel da Nóbrega organizou as estruturas do ensino, atento às condições 
novíssimas encontradas na colônia. 
 
Lançaram mão do que podemos denominar recursos pedagógicos: 
• Utilização dos curumins; 
• Música; 
• Compreensão da língua dos indígenas; 
• Teatro (Anchieta); 
• Aproximação cultural. 
 
EDUCAÇÃO JESUÍTA – MISSÕES 
 
• Foram criadas para realizar a ação missionária com menos riscos e consolidar as 
conversões à fé católica; 
• Os jesuítas se achavam no direito de agirem como “pais; 
 
Pensavam em estar prestando um serviço civilizatório ao retirar dos nativos: 
 
• Ociosidade 
• Preguiça 
• Indisciplina 
• Desorganização 
 
OS JESUÍTAS E A EDUCAÇÃO DA ELITE 
 
• Classe dirigente; 
• Visava à formação humanística, privilegiando o estudo do latim, dos clássicos e da 
religião; 
• Educação superior proibida; 
 
OFÍCIOS 
 
• Escolas oficinas: irmãos oficiais ensinavam escravos, mestiços e índios; 
• Desprezo pelo trabalho manual. 
 
ESQUEMA DE NÓBREGA 
 
 APRENDIZADO DO PORTUGUÊS 
DOUTRINA CRISTÃ 
ESCOLA DE LER E ESCREVER 
APRENDIZADO PROFISSIONAL E 
AGRÍCOLA 
 
GRAMÁTICA LATINA 
 
PLANO EXIGIDO PELO RATIO STUDIORUM 
 
CURSO DE HUMANIDADES 
 CURSO DE FILOSOFIA 
 CURSO DE TEOLOGIA 
 VIAGEM À EUROPA 
 
PONTOS NEGATIVOS DA ATUAÇÃO DOS JESUÍTAS 
 
• Desintegração da cultura indígena; 
• Imposição cultural; 
• Homogeneização. 
 
OUTRAS ORDENS RELIGIOSAS 
 
• Franciscanos 
• Carmelitas 
• Beneditinos 
 
Missões volantes: não estabeleciam residência nas aldeias. 
Privilegiavam o ensino das primeiras letras. 
 
SÉCULO XVIII: O SÉCULO DAS LUZES 
 
• Grande agitação intelectual: principal força transformadora era a RAZÃO; 
• Fértil produção dos pensadores iluministas; 
• Período histórico caracterizado pelos abalos políticos ocasionados pela burguesia 
desejosa em assumir o lugar ocupado pela nobreza. 
• As luzes da razão deveriam triunfar sobre as trevas da ignorância e do fanatismo 
religioso 
• Os iluministas propunham uma nova sociedade baseada na igualdade de direito 
entre os cidadãos e na liberdade individual. 
 
ILUMINISMO 
 
• O intelectual será o criador das luzes e o seu veiculador para as massas; 
• Valorização da razão e desprezo pela religião; 
• Fortalecimento da tendência liberal e laica. 
 
• “O Iluminismo valorizava o conhecimento como instrumento de libertação e 
progresso da humanidade, levando o homem à sua autonomia e a sociedade à 
democracia, ou seja, ao fim da opressão” (MARCONDES, 2007, p. 210). 
 
DIFICULDADES DO ENSINO 
 
• Era crítica a situação do ensino na Europa no século XVIII; 
• As universidades permaneciam alheias ao movimento iluminista; 
• Apesar dos projetos de estender a educação a todos, prevalecia o dualismo escolar'; 
 
REFERÊNCIAS 
 
PRIORE, M. Del. (org.) História das Crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2009. 
 
MARCONDES, D. Iniciação à História da Filosofia. Dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. 11ª 
Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007. 
 
SOUZA, L.de M. (org.) História da vida privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 
1997, v. 1. 
 
SOUZA, N. M. M. (org.) História da educação. São Paulo: Avercamp, 2006. 
VEIGA, C. G. História da educação. São Paulo: Ática, 2007. 
 
ATIVIDADEPor que podemos afirmar que a educação não era assunto prioritário no Brasil colônia? 
 
AULA 3 
A Reforma Pombalina 
na educação brasileira 
 
 
NESTA AULA 
 
• Iluminismo e Educação 
• As reformas pombalinas e a educação. 
 
ILUMINISMO E EDUCAÇÃO 
 
• Novas propostas educacionais, em contraposição ao modelo tradicional; 
• Desenvolvimento livre e espontâneo; 
• Valorização do indivíduo como ser autônomo e livre, para o qual tanto o 
conhecimento como a conduta são obras suas; 
 
• Educação natural; 
• Educação como processo; 
• Simplificação do processo educativo; 
• Importância da criança. 
 
IDEAIS LIBERAIS 
 
• liberdade; 
• igualdade; 
• fraternidade. 
Inglaterra: Revolução Industrial. 
 
BRASIL NA ERA POMBALINA 
 
CONTEXTO HISTÓRICO 
 
• crise na produção de açúcar; 
• descoberta de ouro; 
• deslocamento do centro econômico-administrativo; 
• urbanização; 
• movimentos contrários à opressão colonial. 
 
MARQUÊS DE POMBAL 
 
Ministro do monarca português D. José I. 
Crise do Antigo Regime/ Absolutismo (os reis concentrando todo o poder em suas mãos). 
 
Portugal: despotismo esclarecido. Não abandonou totalmente o absolutismo. Pombal tentou 
manter a força do governo português. 
 
EDUCAÇÃO 
 
O aumento do poder político e econômico dos jesuítas e o fortalecimento das missões 
incomodavam o governo e descontentavam a população colonial. 
 
1759 – Os jesuítas foram expulsos do Brasil. 
REFORMA POMBALINA 
 
• Eliminação de todos os professores jesuítas e de suas escolas. 
• A organização educacional jesuítica foi substituída pelo sistema de aulas régias. 
• Aulas régias: espécie de unidade de ensino sob a responsabilidade de um único 
professor em cada disciplina. Ênfase no estudo da língua portuguesa, proibindo-se o 
uso da língua geral, o tupi. 
• Falta de espaço físico. 
• Falta de professores leigos. 
• Foram proibidos os livros utilizados pelos jesuítas e prescritas cartilhas. 
• Foi exigido o ensino da História Pátria (1772). 
• Aula de Comércio (1759) – para formar o perfeito negociante. 
 
OBJETIVO DA REFORMA POMBALINA 
 
O principal objetivo da Reforma Pombalina na educação foi substituir a escola que servia 
aos interesses da Igreja Católica por uma escola útil aos fins do Estado português. 
 
ENSINO PROFISSIONALIZANTE 
 
Os artesãos eram preparados pela educação informal. 
Com a Reforma Pombalina, houve a criação das lojas de ofício, o que aumentou ainda mais 
a separação entre os letrados e a maioria da população analfabeta. 
 
Somente em 1772, foi implantado no Brasil o ensino público oficial. 
 
CONSEQUÊNCIAS DA EXPULSÃO DOS JESUÍTAS 
 
 O monarca agradou à população. 
 Tentativa de implantação de uma nova metodologia de ensino, distinta daquela 
tradicional baseada em castigos físicos e na memorização dos conteúdos. 
• O ensino extremamente precário dava continuidade ao panorama de analfabetismo. 
• Elite intelectual – ensino predominantemente clássico. 
• Embora a reforma pombalina não tenha repercutido de imediato na Colônia, foram 
lançadas as sementes de um novo processo que iria amadurecer aos poucos a partir 
do século seguinte. 
• No final do século XVIII, o ensino brasileiro estava reduzido a pouco mais que nada; 
• Consequência do desmantelamento do sistema educacional jesuítico, sem que nada 
de similar fosse organizado em seu lugar. 
 
REFERÊNCIAS 
 
CAMBI, F. História da Pedagogia. São Paulo: Editora Unesp, 1999. 
 
FREITAS, M.C. de; KUHLMANN JR, M. (orgs.) Os intelectuais na História da Infância. São 
Paulo Cortez, 2002. 
 
MANCORDA, M.A. História da educação. Da antiguidade aos nossos dias. 3ª ed. São Paulo: 
Cortez, 1992. 
 
PRIORE, M. Del. (Org.) História das Crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2009. 
 
ATIVIDADE 
 
Reflita e relacione Iluminismo, burguesia, ciência e educação. 
AULA 4 
A chegada da Família Real ao Brasil 
e os impactos na Educação 
 
 
NESTA AULA 
 
• Século XIX 
• Brasil: de Colônia a Império 
 
SÉCULO XIX: A EDUCAÇÃO NACIONAL 
 
• O desenvolvimento do capitalismo obrigou a escola a se modernizar. 
• A complexidade do trabalho exigia melhor qualificação da mão de obra. 
 
SÉCULO XIX: A EDUCAÇÃO NACIONAL 
 
• Conteúdos técnicos e científicos teriam a mesma importância dada às antigas 
matérias clássicas e literárias. 
• Ensino superior: criação das escolas politécnicas. 
 
• Ocorreu uma expansão da rede escolar e a criação da pré-escola. 
• Os cuidados com a metodologia tomaram contornos mais rigorosos em virtude das 
novas ciências humanas, sobretudo da Psicologia. 
 
• Reforço do dualismo escolar. 
• Ao lado da expansão da rede escolar, outro objetivo dos educadores no século XIX 
era formar a consciência nacional e patriótica. 
 
BRASIL: DE COLÔNIA A IMPÉRIO 
 
• 1808: vinda da família real para o Brasil 
• 1822: Independência 
• 1822-1831: Primeiro Reinado 
• 1831-1840: Período Regencial 
• 1840-1889: Segundo Reinado 
• 1888: Abolição 
• 1889: Proclamação da República 
 
CULTURA 
 
• Imprensa Régia 
• Biblioteca Nacional 
• Jardim Botânico do Rio 
• Museu Real 
• Missão cultural francesa 
 
EDUCAÇÃO BRASILEIRO NO PERÍODO JOANINO 
 
 Ainda não havia uma política educacional e as aulas régias predominavam. 
 Com a chegada da família real, foi necessária a criação de inúmeras escolas e do 
ensino superior. 
 
ENSINO SUPERIOR 
 
• Academia Real da Marinha. 
• Cursos médico-cirúrgicos. 
• Diversos cursos avulsos de química, agricultura e economia. 
 
ENSINO ELEMENTAR 
 
• Precário e deixado em segundo plano. 
• Nem o Decreto de 1827 conseguiu resolver esse “problema”. 
 
 A elite educava seus filhos em casa, com preceptores. 
 
 Ensino mútuo 
1834 – descentralização do ensino elementar: cada província era responsável 
por esse ensino. 
 
ENSINO SECUNDÁRIO 
 
Ensino de má qualidade, com professores pouco qualificados, autoritários e incompetentes. 
 
Colégio Pedro II – destinado a educar as elites. 
 
Seminário de Olinda – formação mais global, inspirada pelos ideais Iluministas. 
 
Ainda era forte a presença religiosa na educação, ao contrário do que acontecia na Europa. 
 
Leôncio de Carvalho pensou o ensino em seus três níveis. 
 
ENSINO SUPERIOR 
 
 Faculdades = institutos isolados 
 Elitista e aristocrático 
 Diploma – “enobrecimento” 
 
FORMAÇÃO DE PROFESSORES 
 
 Escolas Normais (1835) – não ocupavam lugar de destaque. 
 A formação de professores não era relevante, pois não acreditavam na necessidade 
de Métodos para ensinar. 
 Aspecto artesanal da educação. 
 
ENSINO PROFISSIONALIZANTE 
 
 Casas de Educandos Artífices 
- Formação para o trabalho qualificado. 
- Mais assistencialistas e disciplinadoras. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARANHA, M. L. de A. História da Educação e da Pedagogia. Geral e do Brasil. 3ª ed. São 
Paulo: Moderna, 2006. 
 
MANCORDA, M.A. História da educação. Da antiguidade aos nossos dias. 3ª ed. São Paulo: 
Cortez, 1992. 
 
RIBEIRO, M.L.S. História da educação brasileira: a organização escolar. Campinas: Autores 
Associados, 1995. 
 
STEPHANOU, M. e BASTOS, M. H.C. (Org.). Histórias e memórias da educação no Brasil. 
Petrópolis: Vozes, v. II: Século XIX, 2004. 
 
ATIVIDADE 
 
A vinda da família real para o Brasil provocou algumas transformações do ponto de vista 
cultural. Identifique algumas delas, discutindo sobre a sua importância. 
 
AULA 5 
Império, Educação e Sociedade do Século XIX 
 
 
NESTA AULA 
 
• Educação Feminina no Brasil Império. 
• Reflexões pedagógicas no final do século XIX. 
 
EDUCAÇÃO FEMININA NO BRASIL IMPÉRIO 
 
• Situação de dependência e inferioridade. 
• Rara possibilidade de instrução. 
• Em famílias mais abastadas recebiam as primeiras noções de ler e escrever 
(preceptoras). 
 
• Predominavao ensino das prendas domésticas e a formação moral e religiosa. 
• Objetivo era a preparação para o casamento. 
• “Verniz” para o convívio social: Ensino de piano e línguas estrangeiras (francês). 
 
• 1825: D Pedro I autorizou o funcionamento do Seminário de Educandas de São 
Paulo (Seminário da Glória). 
• Não era como os asilos para meninas órfãs ou desamparadas, pois era uma 
iniciativa estatal e não religiosa. 
 
• 1827 - D Pedro I: foram regulamentadas as aulas regulares para meninas, embora 
ainda se justificasse que, sua educação tinha por objetivo o melhor exercício das 
“funções domésticas e maternais”, que elas haveriam um dia de exercer. 
 
SEMINÁRIO DA GLÓRIA 
 
• Aprendiam a ler, escrever, contar, bordar e cozinhar. 
• Eram “protegidas dos vícios” e da “depravação dos costumes”. 
 
• Apenas em 1827 foram determinadas aulas regulares para meninas. 
• Educação tinha por objetivo o melhor exercício das “funções domésticas e 
maternais” que elas haveriam um dia de exercer. 
 
• Aulas deveriam ser ministradas por “senhoras honestas”. 
• Não precisavam ter grandes conhecimentos. 
 
• Falta de ensino público secundário para as moças. 
• As mais abastadas frequentavam as aulas em escolas particulares confessionais. 
• Escolas protestantes ou católicas. 
 
• 1875: criação da seção feminina na Escola Normal da Província. 
• As moças poderiam se profissionalizar na carreira do magistério – cursos instáveis. 
• No final do século a classe docente começou a se tornar predominantemente 
feminina. 
 
• Conservadores temiam o desmantelamento do sistema patriarcal e a dissolução da 
família. 
• Natureza inferior da inteligência feminina. 
• Liberais destacavam a importância da educação feminina para o exercício das 
funções de esposa e mãe. 
 
• Os mais avançados percebiam que a educação da mulher exercia papel central no 
programa de reformas sociais que vislumbravam para o país. 
 
• As mulheres se achavam excluídas do acesso à educação e, principalmente, aos 
cursos superiores. 
• Mesmo as que se preparavam adequadamente em escolas particulares ou com 
preceptores. 
 
REFLEXÕES PEDAGÓGICAS NO FINAL DE SÉCULO XIX 
 
• Intelectuais, inspirados pelas ideias europeias e norte-americanas, buscavam novos 
rumos para a educação. 
• Apresentavam projetos de leis, criavam escolas e promoviam acirrados debates com 
a sociedade. 
 
• Intelectuais como Rui Barbosa, acreditavam que transformações na educação 
possibilitariam o atendimento às aspirações de modernidade. 
• Formação dos trabalhadores brasileiros e estrangeiros. 
 
• A orientação positivista do ensino intensificou a luta pela escola pública, leiga e 
gratuita, bem como o ensino das ciências. 
• Além dos métodos possíveis, eram discutidos a higiene escolar, os castigos, a 
atuação do Estado na educação, a formação de professores e escola popular. 
 
• Essas manifestações eram ações isoladas. 
• A mentalidade agrária e escravocrata resistia às ideias liberais implantadas na 
Europa. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARANHA, M. L. de A. História da educação e da pedagogia. Geral e do Brasil. 3ª ed. São 
Paulo: Moderna, 2006. 
 
RIBEIRO, M.L.S. História da educação brasileira: a organização escolar. Campinas: Autores 
Associados, 1995. 
 
STEPHANOU, M. e BASTOS, M. H.C. (Org.). Histórias e memórias da educação no Brasil. 
Petrópolis: Vozes, v. II: Século XIX, 2004. 
 
ATIVIDADE 
 
A educação da mulher sempre foi preterida, devido à concepção que as sociedades 
tradicionais sempre tiveram a respeito do papel feminino. Identifique as mudanças no final 
do século XIX. 
 
AULA 6 
As ideias pedagógicas 
do Período Republicano 
 
 
NESTA AULA 
 Educação no Século XX 
 
EDUCAÇÃO NO SÉCULO XX 
 
• Consolidação dos espaços privados, especialmente no âmbito da família. 
• Definiu-se como referência na elaboração da identidade moral dos indivíduos e célula-
base da sociedade que então se estruturava. 
• Para muitos pensadores, tornava-se cada vez mais evidente a necessidade de dar 
vida ao progresso tecnológico, redimensionando-o em termos mais humanos. 
 
Vamos entender um pouco sobre o início da Educação no Século XX 
 
Trata-se de um período relevante, não apenas para a Educação brasileira, mas também para 
o mundo. Período importante, com tensões políticas muito significativas, que vão influenciar 
na Educação. Vislumbra-se uma Escola para a estruturação da Sociedade Democrática. A 
consolidação dos espaços público e privado, no séc. XX, torna-se mais claro, em especial, no 
âmbito da Família, estabelecendo-se o que é da sua responsabilidade. A Família definiu-se, 
claramente, como referência na elaboração da identidade moral dos indivíduos e como célula 
base da sociedade que então se estruturava. As ciências vão contribuir para as 
transformações e para as reflexões na Educação, para que atenda às necessidades do 
indivíduo, mas também aos interesses da Sociedade. As ciências vão contribuir para as 
transformações e para as reflexões na Educação. Para muitos autores tornava-se necessário 
dar vida ao processo tecnológico, redimensionando-o em termos mais humanos, valorizando 
o indivíduo e suas características. 
 
OUTROS SUJEITOS EDUCATIVOS 
 
Assistimos no Sec. XX a ascensão de outros sujeitos educativos: jardim da infância, educação 
da mulher e as camadas subalternas. A criança passa a ir mais cedo para a escola, que tem 
que atender às suas necessidades individuais e sociais. A mulher passa a ocupar um espaço 
escolar, seja como discente, seja como docente; primeiro na Europa e bem depois no Brasil, 
passa a ocupar um espaço, também significativo, no Ensino Superior. As camadas 
subalternas têm acesso à educação e percebem a importância da educação para a sua 
formação, para a sua atividade e para a sua ascensão, no sentido de eliminar as 
desigualdades. A Educação tem que abarcar esses novos sujeitos educativos que adentram 
o espaço escolar. 
 
EDUCAÇÃO NO SÉCULO XX 
 
No século XX, o processo educativo desempenha papel diferente daquele que desempenhava 
no passado. Deixa de ser restrito. Ocorre um interesse não só pelo ensino técnico, mas pela 
educação para o trabalho, o que supõe, inclusive, a crítica à escola dualista (que exclui). 
 
Reafirma-se a necessidade da escola pública, gratuita e obrigatória, para que todos os 
indivíduos, com suas diferenças, tenham acesso ao conhecimento => democratização do 
Ensino. É evidente a busca de solução para o idealismo escolar, sobrelevando a ideia de que 
a Educação pode garantir mobilidade social e profissional. 
 
A ideia de que a educação pode garantir a mobilidade social e profissional consolida-
se no século XX. 
 
Os projetos educacionais passam por um período de otimismo. A Escola representa a 
esperança de democratização da Sociedade – uma Escola que busque a liberdade, para que 
o indivíduo almeje e conquiste uma Sociedade mais igualitária. Nesse sentido, a Escola é 
capaz de emancipar => principal objetivo dos educadores. 
 
Alguns teóricos destacaram, de maneira enfática, o caráter ideológico da Escola, como lugar 
de incultação das ideias da classe dominante. A Escola passa a ser compreendida como 
reprodutora do sistema. Exemplo: Primeira Grande Guerra Mundial – o povo foi manipulado 
(induzido a...), sendo a escola o principal instrumento. A mesma Escola que emancipa pode 
aprisionar, fazendo com que uma maioria seja manipulada. 
 
A Escola passa a ser o centro das reflexões – o grande aparelho a serviço da doutrinação dos 
estados totalitários, para exercer a função de plasmar e controlar crianças e jovens, para fazer 
com que não se discuta, que não se lute, que não se procure uma outra sociedade ou uma 
outra condição. 
 
A CONTRIBUIÇÃO DAS CIÊNCIAS 
 
No século XX ocorre forte influência das ciências: maior rigor na reflexão pedagógica, que 
exige aarticulação com as diversas ciências: 
 
Psicologia 
Sociologia 
Antropologia 
Linguística 
Biologia 
 
A Educação articula-se com as ciências, para a conquista do seu espaço, pois é preciso 
modernizar o país. 
 
A Pedagogia se desvencilha, nesse momento, da antiga orientação metafísica, que se 
moldava num modelo universal de humanidade a ser plasmada (moldada). Não se tem mais 
esse modelo universal no século XX, porque a ciência não condiz mais com esse modelo. Por 
isso, a Escola Nova conquista um espaço muito grande e significativo. 
 
Há um interesse pela natureza da criança. O aluno ganha um espaço que vinha sendo 
construído desde o séc. XVIII e passa a ser um sujeito ativo na Educação. Os processos de 
aprendizagem passam a ser elucidados à luz das ciências. O professor se coloca, também, 
como aprendiz e não mais detém o poder. O aluno não mais recebe passivamente os 
conteúdos, não é mais aquele que decora; passa a ser ativo no processo, para que sua 
individualidade seja mantida e, consequentemente, possa contribuir para a Sociedade. A 
busca pelos métodos adequados torna-se quase que uma obsessão. 
 
A Sociologia ajuda a compreender melhor a Educação como instrumento de desenvolvimento 
da Sociedade. Por isso, as ciências entram e permanecem no campo da Educação. Daí a 
inclusão da cultura científica como parte do conteúdo a ser ensinado. 
 
 
 
A EXPANSÃO DO ENSINO 
 
A ampliação da educação infantil e dos demais níveis de ensino, da rede escolar deveu-se à 
expansão da indústria e do comércio, à diversificação de profissões técnicas e dos quadros 
burocráticos na administração e organização dos negócios. 
 
BRASIL DO SÉCULO XX 
 
No Brasil do Século XX ocorrem mudanças radicais: 
 Abolição da escravatura 
 Instituição do Regime republicano 
 Urbanização 
 Ampliação da industrialização (a partir dos anos 30) 
 
• Desenvolvimento das ciências e das técnicas. 
• Diversidade da composição social da população brasileira. 
• Rápido crescimento populacional. 
 
Passa a existir nova Sociedade, que necessita de serviços especializados – é necessária uma 
nova Escola. Percebe-se a Educação como um vetor de homogeneização cultural da nação. 
Era preciso tirar o Brasil do arcaísmo, do colonialismo. Era preciso construir um novo homem, 
que não aceitasse o que lhe era imposto, que tivesse opiniões próprias e contribuísse para o 
desenvolvimento da sua sociedade. 
 
Afinal, que homem é o homem brasileiro? - O Jeca Tatu? 
Boom Educacional no Brasil – exige-se escolarização. 
 
• Regime Republicano – a escolarização no Brasil se consolida. 
• Atinge parte das camadas populares. 
• Afirma-se como vetor de homogeneização cultural da nação. 
 
FEDERALISMO E EDUCAÇÃO 
 
• Organização administrativa da educação – Benjamin Constant. 
• Apenas o ensino superior era responsabilidade do governo federal. 
• Os demais níveis de ensino eram responsabilidade das Secretarias do Interior de cada 
estado. 
• Não havia uma preocupação em traçar um projeto nacional de educação. 
 
Organização administrativa da Escola – Reforma Benjamin Constant (1890) 
São princípios orientadores da reforma: liberdade e laicidade do ensino e gratuidade do ensino 
primário. O ensino é laico quando não apresenta conteúdo religioso. O princípio da laicidade 
do ensino quer uma educação afastada do clero e da Igreja. 
 
Apenas o Ensino Superior era responsabilidade do Governo Federal. Os demais níveis de 
ensino eram responsabilidade das Secretarias do interior de cada Estado. Não havia a 
preocupação de traçar um projeto nacional de educação. 
 
ABERTURA DE ESCOLAS – o tema ganhou destaque e a Sociedade começou a perceber a 
necessidade da escolarização. 
- Dois grandes movimentos lutaram pela abertura de novas escolas e a melhoria da qualidade 
de ensino: 
 
 
 
1 ENTUSIASMO PELA EDUCAÇÃO (QUANTITATIVO) – primava pela abertura de escolas. 
 
2 OTIMISMO PEDAGÓGICO (QUALITATIVO) – via na reflexão pedagógica o principal ato 
para a estruturação da educação nacional. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARANHA, M. L. de A. História da educação e da pedagogia. Geral e do Brasil. 3ª ed. São 
Paulo: Moderna, 2006. 
 
LOPES, E. M. T.; FARIA FILHO, L.M.; VEIGA, C. G. (Org.). 500 anos de Educação no Brasil. 
Belo Horizonte: Autêntica, 2000. 
 
RIBEIRO, M.L.S. História da educação brasileira: a organização escolar. Campinas: Autores 
Associados, 1995. 
 
VEIGA, C. G. História da Educação. São Paulo: Ática, 2007. 
 
ATIVIDADE 
 
Explique porque o século XX apresenta características únicas que determinaram mudanças 
radicais no processo de educação. 
RESPOSTA: 
O início do século XX apresenta muito do que foi apresentado no século XIX, mas apresenta 
características únicas: 
1 Foram radicais, sim, porque a Escola tem o seu eixo totalmente reposicionado. O respaldo 
científico vai contribuir para a Educação, porque as ciências adentram as reflexões 
educacionais. 
2 No século XX a ciência já tem corpo, já tem alma. A Psicologia vai garantir aos alunos 
análise das suas capacidades. Exemplo: aplicação de testes psicológicos. 
3 A Educação passa a ser compreendida como aquela arma que vai fazer com que o 
governante manipule ou não a sua população. A Escola rompe com a questão do dualismo e 
busca respostas para eliminá-lo. 
4 A Escola passa a ser um lugar pretendido por muitos. 
5 A Sociologia passa a auxiliar a Educação e vai, também, buscar respostas na Educação 
6 A Filosofia adentra a Educação, para que se reflita a respeito das necessidades reais de 
cada localidade. 
7 A Escola Nova conquista um espaço muito grande na Sociedade e também como uma forma 
de valorizar as características individuais. 
 
EXERCÍCIOS DO SIMULADO 
 
Analise as contribuições do positivismo para o panorama da educação na primeira república. 
 
Sua Resposta: Nessa época ocorre: - Substituição de um currículo acadêmico de caráter científico 
(influência do positivismo). - Organização do ensino secundário, primário, da Escola Normal, além 
da criação do Pedagogium = espaço de reflexão, arquitetado para buscar soluções para a Educação 
brasileira. Espaço onde se criou o primeiro laboratório de Psicologia Aplicada no Brasil, onde os 
testes vão entrar para a Educação, para destinar os indivíduos para os seus espaços. Enfatizou-se 
o ensino leigo, livre e gratuito. O professor deveria passar pelo Curso Normal. 
 
AULA 7 
A Escola Nova 
 
 
NESTA AULA 
 
 ESCOLA NOVA 
 JOHN DEWEY 
 
ESCOLA NOVA 
 
Escola Nova é um dos nomes dados a um movimento de renovação do ensino que foi 
especialmente forte na Europa, na América e no Brasil, a partir do fim do Século XIX e do 
início do Século XX, quando se configurou definitivamente o movimento escolanovista. 
 
Outras denominações: 
 
- Escola Nova 
- Escola Ativa 
- Escola do trabalho: a Escola Nova não diferencia o trabalho intelectual do trabalho manual. 
Valoriza as aptidões individuais. Oferece ao educando todas as possibilidades, para que o 
mesmo desenvolva ao máximo todas as suas potencialidades. 
 
As inovações pedagógicas fundamentadas nas ideias de Rousseau (com sua educação 
natural), Pestalozzi (ensina tudo a todos de maneira ativa) e Froebel (valorização da criança, 
na educação com prazer), foram enfatizadas e buscou-se a sua efetivação. Influenciam 
diretamente na efetivação da Escola Nova, que influenciou a Educação brasileira a partir dos 
anos 20. 
 
As expressões como “Pedagogia Científica” e “didática experimental” passaram a ser 
utilizadas para exprimir e dar visibilidade às inovações. 
 
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ESCOLA NOVA 
 
 Estimular o interesse da criança: fazer da criança um sujeito ativo no processo de 
formação do conhecimento; a criança colabora com o seu aprendizado e, também, 
com a aprendizagem dos demais, do seu grupo – socialização. 
 Proporcionar aprendizado de acordo com as potencialidadesindividuais: o professor 
fica atento ao desenvolvimento e às necessidades de cada aluno. 
 Adaptar a criança ao ambiente: formar crianças, jovens e adultos, que estão aptos a 
conviver na sociedade que então se pretendia – sociedade democrática: todos 
colaboram para a qualidade da vida nesse grupo. 
 Realizar a sua integração social: estimular o contato com o grupo. 
 
O Movimento Escolanovista resultou da tentativa de superar a escola tradicional, 
excessivamente rígida e voltada para a memorização. Passa-se a valorizar a Educação como 
instrumento de democratização da Sociedade. E isso vai fazer parte de toda a reflexão 
elaborada por Dewey, porque para o autor a Educação vai sempre contribuir para a 
estruturação da Sociedade. Diz que a Escola deve ser uma comunidade em miniatura. 
 
A expressão Escola Nova foi utilizada pela primeira vez por Cecil Reddi, que fundou em 1889, 
na Inglaterra, um estabelecimento de ensino denominado The New School. O movimento vai 
se espalhando pela Europa e pelos Estados Unidos; e devido ao contato dos educadores 
brasileiros com os Estados Unidos e com Dewey, o movimento chega ao Brasil. 
 
No mesmo ano Adolfo Ferrière criou em Genebra o Bureau Internacional des Ècoles 
Nouvelles, que vai ser o espaço para a difusão da Escola Nova, de forma organizada e para 
contribuir efetivamente para a eliminação da Escola Tradicional. 
 
Na França, Alemanha, Bélgica, Itália e EUA surgem escolas denominadas Escolas Novas, 
com base nos princípios da Escola Nova. Alguns países adotam os novos métodos até mesmo 
nas escolas públicas. 
 
Nos Estados Unidos o movimento chega até a escola pública, mas sofre a interferência do 
governo, porque quando se fala na preparação de um indivíduo ativo, de um sujeito reflexivo, 
isso não interessa ao governo e à Sociedade, pois causa certo receio nos dirigentes. Então, 
a Escola Nova chega às escolas públicas, mas com algumas adaptações. Em escolas de 
aplicações, de algumas universidades como a Universidade de Chicago, onde Dewey atuou, 
temos uma prática pedagógica pautada nos ideais da Escola novista um pouco diferenciada. 
É importante ressaltar que essa chegada às escolas públicas sofre, sem dúvida, a 
interferência da Sociedade, sem contar que o início do Século XX é o momento de 
consolidação da Democracia, mas é também um momento conturbado. Historicamente, há 
uma queda de braços pelo Poder, pela hegemonia mundial. Então, isso choca muito. A figura 
de Dewey chama muita atenção, porque como ele é tão partidário da Democracia, que vai ser 
confundido com o comunista. Especialmente, vai ser condenado quando viaja à China para 
conhecer o sistema educacional; quando viaja à União Soviética para entender o que foi feito 
ali, que transformou aquela Sociedade, que transformou aquele contexto educacional que 
existia; vai ser condenado quando é um dos principais relatores do caso Trotsky, quando viaja 
até o México para ouvir o que Trotsky vai dizer. Ele é muito perseguido. Então, percebemos 
que o movimento escolanovista cresce, passa a ser conhecido, agrega intelectuais, agrega 
filósofos e educadores muito importantes, porém, sofre uma pressão significativa, porque 
amedronta, porque propõe uma atitude reflexiva, porque propõe estimular todas as 
potencialidades individuais, para que todos os educandos encontrem o seu espaço na 
Sociedade. Para Dewey, uma sociedade democrática é aquela em que todos os seus 
membros possuem um espaço, possuem o seu lugar e participam dessa democracia. 
 
AS ESCOLAS NOVAS, SEGUNDO ADOLFO FERRIÈRE, DEVERIAM SEGUIR ALGUMAS 
CARACTERÍSTICAS 
 
 educação integral (intelectual, moral e física): não deveria existir distinção entre o 
trabalho intelectual, o trabalho manual, porque todos são importantes e há pessoas 
com individualidades que não fazem delas pessoas menos importantes para a 
Sociedade. 
 educação ativa 
 educação prática com obrigatoriedade de trabalhos manuais 
 exercício de autonomia 
 vida no campo 
 internato 
 coeducação: aprendizado no contato com o outro. 
 ensino individualizado: muito criticado, porque ao atender um aluno em sua 
individualidade, deixarei de atender aos outros. 
 unicidade, obrigatoriedade e gratuidade 
 atividades centradas no aluno e criação de laboratórios, oficinas, hortas e até 
imprensa, para estimular a iniciativa. 
 valorização dos jogos e dos exercícios físicos, a fim de desenvolver as mais diversas 
habilidades. 
JOHN DEWEY 
 
Anísio Teixeira foi aluno de Dewey. 
John Dewey fez severas críticas à educação tradicional, sobretudo ao intelectualismo e à 
memorização e rejeitou a educação pela instrução, opondo-lhe a educação pela ação – aluno 
preparado para a transformação social. 
 
Dewey acredita que a ênfase da educação não está na acumulação de conhecimentos, mas 
na capacidade de aplicá-los às situações vividas: conhecimento colocado em prática. 
 
A escola deve ter a criança como centro e oferecer espaço para o desenvolvimento de seus 
interesses. Para Dewey, professor é aquele que acompanha o trabalho dos alunos e anima 
as atividades escolares. 
 
“Isso não quer dizer que o docente fique de lado, como simples expectador, pois o oposto de 
fornecer ideias já feitas e matéria já preparada e de ouvir se o aluno reproduz exatamente o 
ensinado não é inércia e sim a participação na atividade. Em tal atividade compartida, o 
professor é um aluno e o aluno é, sem o saber, um professor.” 
 
Dewey queria preparar o aluno para a sociedade do desenvolvimento tecnológico e formar o 
cidadão para a convivência democrática. 
 
CRÍTICAS AO ESCOLANOVISMO 
 
- Minimiza o papel do professor e supervaloriza a criança: quando na realidade, o professor 
participa junto com o aluno do processo; não tem o papel minimizado, nem a criança é 
supervalorizada. Suas características são valorizadas e respeitadas. 
 
- A preocupação excessiva com o psicológico intensifica o individualismo: quando na verdade, 
as características individuais são respeitadas. 
 
- Ausência de disciplina: quando na verdade não há opressão. 
 
- A ênfase no processo descuida da transmissão do conteúdo: jamais um descuido dos 
conteúdos, que são abordados de forma respeitosa. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARANHA, M. L. de A. História da educação e da pedagogia. Geral e do Brasil. 3ª ed. São 
Paulo: Moderna, 2006. 
 
CAMBI, F. História da Pedagogia. São Paulo: Editora Unesp, 1999. 
 
DEWEY, J. Democracia e educação. São Paulo: Nacional, 1959. 
 
MANCORDA, M.A. História da educação. Da antiguidade aos nossos dias. 3ª ed. São Paulo: 
Cortez, 1992. 
 
VEIGA, C. G. História da Educação. São Paulo: Ática, 2007. 
 
ATIVIDADE 
 
Reflita a respeito das relações que John Dewey estabelece entre educação e sociedade. 
 
AULA 8 
A Era Vargas 
e as reformas na Educação (1930-1945) 
 
 
EDUCAÇÃO NO INÍCIO DO SÉCULO XX 
 
- Necessidade de modernizar a sociedade brasileira. 
- Os grupos escolares crescem freneticamente. 
 
DOIS MOVIMENTOS 
 
- ENTUSIASMO PELA EDUCAÇÃO (quantitativo): objetivava a construção das escolas – 
principais instrumentos para o crescimento social. 
- OTIMISMO PEDAGÓGICO (qualitativo): pautava-se na reflexão pedagógica – principal 
bandeira: as escolas novistas. 
 
No início da República, houve o privilégio do entusiasmo pela Educação. 
O otimismo pedagógico foi influenciado pela pedagogia norte-americana. 
 
LEGISLAÇÃO REPUBLICANA 
 
REFORMA BENJAMIM CONSTANT (1891) 
 
- Substituição de um currículo acadêmico de caráter científico (influência do positivismo). 
- Organização do ensino secundário, primário, da Escola Normal, além da criação do 
Pedagogium = espaço de reflexão, arquitetado para buscar soluções para a Educação 
brasileira. Espaço onde se criou o primeiro laboratório de Psicologia Aplicada no Brasil, onde 
os testes vão entrar para a Educação, para destinar os indivíduos para os seusespaços. 
 
Enfatizou-se o ensino leigo, livre e gratuito. 
O professor deveria passar pelo Curso Normal. 
 
LEI RIVADÁVIA CORREIA (1911) 
 
Garante a liberdade aos estabelecimentos, desoficializando o ensino, numa tentativa de 
ampliar o acesso à Educação. 
 
REFORMA CARLOS MAXIMINIANO (1915) 
 
- Reoficializou o ensino. 
- Reformulou o Colégio Pedro II: tirando dele o ranço humanístico. 
- Regulamentou o acesso às escolas superiores. 
 
REFORMA ROCHA VAZ (1925) 
 
- Ordenação das ações pedagógicas. 
- Exames passam a ser muito rígidos e sempre em dupla forma: oral e escrita. 
- Escolas Intermediárias e Provisórias – escolas inferiores, surgidas na ânsia da expansão 
educacional. 
- Escolas Ambulantes: iam até locais aonde não existiam escolas. 
- Escolas Noturnas – alfabetização e profissionalização: número muito grande de analfabetos 
– para atender aos trabalhadores. 
 
DÉCADA DE 20 
 
 Criação da Associação Brasileira de Educação (ABE) 
 Debates políticos educacionais efetivados – espaço frutífero. 
 Organização das conferências nacionais pedagógicas. 
 Reformas estaduais: reorganização pedagógica e nova visão quanto aos objetivos da 
Educação. Os professores passam a participar dessas discussões. 
 Reinventar a Educação (pautada na Escola Nova) para adaptar os indivíduos à 
sociedade do seu tempo: para formar o homem moderno que o Brasil precisa. 
 Diferentes intelectuais integraram o movimento de renovação educacional. 
 Distintos movimentos político-ideológicos: liberais, democratas, católicos, 
esquerdistas. O espaço era de todos. Existia uma rivalidade, mas todos tinham como 
principal bandeira a Educação e a esquematização de uma nova sociedade a partir da 
escola. 
 Preconizavam a adoção de métodos pedagógicos pautados na Psicologia e na 
Biologia. 
 Alguns reformadores se apoiaram nas teorias raciais do período, expressando 
discriminações de natureza étnica ou cultural => Branqueamento da Sociedade. 
 
REFORMAS EDUCACIONAIS 
 
Renovadores da Educação que propõem uma educação ativa na escola pública. Chegam na 
escola pública e continuam a discutir, continuam a ser professores. Anísio Teixeira foi o 
primeiro professor de Filosofia da Escola Normal. Vão participar, mas vão ser os responsáveis 
pela Reforma Educacional de alguns estados brasileiros. A discussão torna-se tão acirrada, 
tão significativa, tão necessária, que em 1932 publica-se o Manifesto dos Pioneiros da 
Educação Nova, dirigido a todo povo brasileiro. 
 
- São Paulo (Sampaio Dória) 
- Ceará (Lourenço Filho) 
- Bahia (Anísio Teixeira) 
- Minas Gerais (Francisco Campos e Mario Casassanta) 
- Distrito Federal – Rio de Janeiro (Fernando de Azevedo) 
- Pernambuco (Carneiro Leão) 
 
MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA (BRASIL 1932) 
 
Discute-se a renovação da escola pública. 
 
A discussão torna-se tão acirrada, tão necessária, que em 1932 surge o Manifesto dos 
Pioneiros da Educação Nova. Chama-se a população para discutir a educação. 
 
Discute-se a Educação inorganizada – não organizada. 
 
O Manifesto foi assinado por 23 homens e 3 mulheres, educadores, intelectuais de renome, 
liderados por: Fernando de Azevedo, Lourenço Filho e Anísio Teixeira, conhecidos como os 
Três Cardeais da Educação Nova. 
 
O manifesto foi redigido por Fernando de Azevedo – compunha uma autêntica e sistematizada 
concepção pedagógica, indo da filosofia da educação a formulações pedagógico-didáticas, 
passando pela política educacional. 
Fica claro que o mais importante problema do Brasil era o problema educacional. 
 
As reformas econômicas não deveriam estar dissociadas das reformas educacionais. 
 
Sempre faltou, no Brasil, uma filosofia da Educação, uma visão científica dos problemas 
educacionais. 
 
A nova filosofia da educação deveria adaptar a escola à modernidade e, para tal, deveria 
aplicar os métodos científicos sobre os problemas educacionais de toda ordem. 
 
EDUCAÇÃO = REFORMA SOCIAL 
 
O Manifesto defendia a educação obrigatória, pública, gratuita e leiga como dever do Estado; 
a superação do caráter discriminatório e antidemocrático do ensino; propunha uma escola 
secundária unitária, como uma base de cultura geral para todos. 
 
O Manifesto é um “divisor de águas”, reiterando a necessidade do Estado assumir a 
responsabilidade pela Educação. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
RANHA, M. L. de A. História da educação e da pedagogia. Geral e do Brasil. 3ª ed. São 
Paulo: Moderna, 2006. 
 
CAMBI, F. História da Pedagogia. São Paulo: Editora Unesp, 1999. 
 
CUNHA, Marcus Vinicius. A educação dos educadores: da Escola Nova à escola de hoje. 
Campinas: Mercado de Letras, 1995. 
 
HILSDORF, Maria Lucia Spedo. História da educação brasileira: leituras. São Paulo: 
Pioneira Thomson Learning, 2005. 
 
PRIORE, M. Del. (Org.) História das Crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2009. 
 
VEIGA, C. G. História da Educação. São Paulo: Ática, 2007. 
 
 
ATIVIDADE 
 
O projeto republicano visava implantar a escolarização universal. 
Explique em que esse objetivo se realizou e quais as suas deficiências. 
 
RESPOSTA: Que Educação a república queria? Que Educação os intelectuais almejavam? 
O projeto republicano almejava uma escola para todos. O objetivo não se concretizou 
plenamente. 
Se tivesse sido concretizada não haveria a necessidade, em 1932, da publicação do 
Manifesto. Ocorreram progressos, sim: reconhecimento da necessidade da Educação para a 
modernização do país. Um ponto muito importante que faltou em todas as discussões, desde 
o final do Século XIX. Necessidade da escola, de prédios e não só da Instituição para atingir 
um número maior de indivíduos. Isso foi alcançado, mas não alcançou a todos, porque a 
Educação persistiu excluindo aqueles que tinham dificuldades para entender a sua dinâmica. 
Tentou-se a universalização do ensino. Reconheceu-se a necessidade da Filosofia da 
Educação e não somente das demais ciências. No início da República não se realizaram todos 
os objetivos. 
EXERCÍCIOS DO SIMULADO 
 
2a Questão 
Além disso, no que se refere à educação, foram realizadas diversas reformas de abrangência 
estadual, como as de Lourenço Filho, no Ceará, em 1923, a de Anísio Teixeira, na Bahia, em 
1925, a de Francisco Campos e Mario Casassanta, em Minas, em 1927, a de Fernando de 
Azevedo, no Distrito Federal (atual Rio de Janeiro), em 1928 e a de Carneiro Leão, em 
Pernambuco, em 1928. Estas várias linhas se manifestaram unificada na reforma empreendida por 
Getúlio Vargas, explique. 
 
Sua Resposta: Criaram o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que defendia a educação 
obrigatória, pública, gratuita e leiga como dever do Estado; a superação do caráter discriminatório 
e antidemocrático do ensino; propunha uma escola secundária unitária, como uma base de cultura 
geral para todos. O Manifesto é um “divisor de águas”, reiterando a necessidade do Estado 
assumir a responsabilidade pela Educação. 
 
Compare com a sua resposta: A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil 
no mundo capitalista de produção. A acumulação de capital, do período anterior, permitiu com que 
o Brasil pudesse investir no mercado interno e na produção industrial. A nova realidade brasileira 
passou a exigir uma mão-de-obra especializada e para tal era preciso investir na educação. Sendo 
assim, em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, em 1931, o governo 
provisório sanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades brasileiras ainda 
inexistentes. Estes Decretos ficaram conhecidos como "Reforma Francisco Campos". Chegando 
até a Educação Nova. 
 
 
AULA 9 
Movimentos educacionais a partir de 1950 
 
 
NESTA AULA 
 
 Educação no Brasil no Século XX 
 Ditadura Militar e Educação 
 
Em 1937 Getúlio Vargas, que havia se tornado Presidente da República pelo resultadoda 
votação da Assembleia de 1934, tornou-se ditador através de um golpe militar. Vargas 
denominou o novo regime de “Estado Novo”. Ganhamos então uma outra Constituição, agora 
feita por Francisco Campos e um conjunto de leis definidas por Gustavo Capanema – “As Leis 
orgânicas do Ensino”. 
 
REFORMA FRANCISCO CAMPOS 
 
 1930 – Criação do Ministério da Educação E Saúde por Getúlio Vargas 
 Planejamento das reformas em âmbito nacional e estruturação da universidade 
 
Adepto da Escola Nova, imprime uma orientação renovadora nos diversos decretos de 1931 
e 1932. Atende também aos interesses que não correspondem aos anseios dos 
escolanovistas – é um conciliador e vai atender aos interesses de outras camadas sociais. 
Não atende plenamente aos escolanovistas, que continuam trabalhando. Efetiva o estudo 
secundário em dois ciclos, um fundamental, de 5 anos e outro complementar, de dois anos 
(preparação para o ensino superior). Evita um secundário propedêutico, desvinculado das 
necessidades práticas e sociais. Busca uma equiparação de todas as escolas ao Colégio 
Pedro II. Luta pelo fim de uma escola pouco ligada à necessidade, pouco ligada à formação 
geral. São estabelecidas normas para a admissão de professores, e erige-se a inspeção do 
ensino ministrado, que fiscaliza o que é ensinado. Os professores são obrigados a se preparar 
nas Escolas Normais e nas universidades. Busca-se levar a ciência para a Educação, porém, 
isso não atende a todas as colocações do Manifesto, por exemplo, porque o ensino 
fundamental é deixado de lado. A formação de professores, segundo alguns historiadores, 
não se concretiza de fato. O ensino permanece altamente seletivo (basta lembrarmos os 
exames de admissão) e elitizante. Sendo assim, o ensino continua restrito a uma elite que já 
tem acesso aos bancos escolares e não agrega os excluídos. 
 
REFORMA CAPANEMA 
 
No Estado Novo (1937-1945), Gustavo Capanema é responsável pela efetivação das ideias 
pensadas para a teorização e a legislação educacional. O Estado que fiscaliza fortalece-se 
nesse momento. As Leis Orgânicas do Ensino (1942-1946), que foram uma série de decretos 
relacionados à Educação, à fiscalização, ao uso de verbas, à contratação de professores, são 
efetivados no governo de Gustavo Capanema, Ministro do período do Estado Novo, onde a 
ditadura varguista afasta da cena política vários intelectuais que contribuíram para a 
Educação. Dentre eles, deve-se destacar Anísio Teixeira, que se isola na Bahia por não ser 
a favor das práticas de Vargas e Capanema. Alguns intelectuais adentram o Ministério, como 
Lourenço Filho, Fernando de Azevedo, mas não têm o espaço de destaque que tiveram 
anteriormente. 
 
Em 1946, temos uma reforma do ensino primário e a criação do ensino supletivo, de dois 
anos, para acelerar a escolarização dos excluídos. O movimento reformador vai ser sentido, 
principalmente, no planejamento escolar, com as leis orgânicas efetivamente colocadas em 
prática e, também, com a previsão de recursos para implantar a reforma, para expandir as 
escolas. A atenção à carreira docente é novamente um ponto de discussão, sendo esse um 
momento em que se efetiva no país a feminilização do magistério. 
 
O Curso Secundário divide-se em 4 anos de ginásio e 3 anos de colegial, que pode ser o 
clássico (humanidades) ou científico. 
Em pleno processo de industrialização do país, persiste uma escola acadêmica. A partir de 
1930 temos uma aceleração do processo de industrialização no país, mas esse processo não 
será acompanhado pela Educação, algo que em 1932, os reformadores da Educação já 
criticavam. 
 
Ainda no regime do Estado Novo, reformas educacionais foram implementadas, e um de seus 
grandes implementadores foi o Ministro Gustavo Capanema através das chamadas Leis 
Orgânicas do Ensino. Dentre estas estavam o decreto-lei 4.048, de 22 de janeiro de 1942, 
cria o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI); e o Decreto-lei 4.073, de 30 de 
janeiro, regulamentando o ensino industrial. Sendo assim, é possível inferir que o Estado Novo 
desejou manter a dicotomia entre trabalho intelectual e o trabalho manual. 
 
ENSINO PROFISSIONAL NO BRASIL 
 
No início do período republicano, poucas são as iniciativas voltadas para o ensino 
profissionalizante. 
 
Em 1909, criam-se 19 escolas para aprendizes. Mas, essas escolas fracassam, pois criadas 
em pontos isolados dos centros produtivos. Luiz Antonio Cunha, traçando a história do ensino 
profissionalizante no Brasil, traz uma crítica pontual sobre esse período, porque criam-se 
escolas onde não havia necessidade de preparação da mão de obra e elas fracassam. 
 
A criação do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, para a profissionalização dos menores, 
infratores e abandonados, tenta romper com a ideia das casas de aprendizes do século XVIII-
XVIX, que eram, na verdade, instituições disciplinares e não educacionais. Só que a iniciativa 
privada, percebendo a necessidade de qualificação da mão de obra nacional, vai fundar suas 
próprias escolas, que até hoje têm um espaço significativo em nossa sociedade. Escolas que 
merecem nossa atenção, ao analisarmos a sua história, o seu percurso e a sua função. 
 
Em 1942, cria-se o Serviço Nacional da Indústria (SENAI) e, em 1946, o Serviço Nacional do 
Comércio (SENAC), que obtêm êxito, porque qualificam profissionais para atender à indústria 
que então se fortalece no país. 
 
Mesmo reconhecendo o êxito do SENAI e do SENAC, é preciso identificar sua característica 
perversa, pela manutenção do sistema dual de ensino. São escolas para os trabalhadores, 
para aqueles que continuam como operários, como prestadores de serviço, ocupando um 
lugar inferior na sociedade nacional, que então precisa desses trabalhadores. Não serão 
espaços para a formação geral, político-ideológica. 
 
MOVIMENTOS DE EDUCAÇÃO POPULAR 
 
E isso será pauta de discussões muito importantes, especialmente a partir dos anos 60, que 
é um momento de efervescência ideológica em nosso país. É um momento em que se pensa 
uma escola com formação política, para a formação do indivíduo que vai contestar. 
 
Nesse período, há abundante produção teórica com a produção intelectual do Instituto 
Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) – que vai definir nossa identidade. Florestan 
Fernandes, Fernando Henrique Cardoso participam dessas discussões; sociólogos 
contribuem para se pensar, mais uma vez: quem é o homem brasileiro? 
Os movimentos de educação popular que vão ter como principal objetivo um enriquecimento 
cultural, uma formação política do povo, ganham um espaço importante na sociedade. 
Crescem, apoiados na Igreja Católica. Atingem um número significativo em diferentes regiões 
do país. 
 
PRINCIPAIS MOVIMENTOS 
 
- Centro Popular de Cultura (CPC) – União Nacional dos Estudantes. 
- Movimento de Cultura Popular (MCP) – Paulo Freire. 
- Movimento de Educação de Base (MEB) – Igreja Católica. 
 
O golpe militar de 1964 desativa esses movimentos de conscientização popular, por 
considerá-los subversivos, e penaliza seus líderes. O único que permanece é o MEB, mas 
com retratação nas suas atividades e mudança de orientação. Nesse momento, cria-se o 
MOBRAL, que alfabetiza sem politizar. Ensina a ler e escrever, mas não a questionar. 
 
LEI DE DIRETRIZES E BASES DE 1961, Lei 4024 
 
- Não há alteração da estrutura de ensino. 
- Ensino secundário menos enciclopédico. 
- Pluralidade de currículos em termos federais. 
- Recursos para as escolas privadas. 
- O ensino técnico não merece atenção especial. 
 
- 1948- 1961: Promulgação. 
- Não há alteração da estrutura de ensino, conservando-se a mesma da Reforma Capanema. 
 
Todos esses desencontros aumentam o descompasso entre a estrutura educacional e o 
sistema econômico. De resto, podemos observar como a legislação sempre reflete os 
interesses apenas das classes representadas no poder. 
 
PAULO FREIREÉ nesse cenário que Paulo Freire, educador pernambucano, propõe a teoria da Educação 
Libertadora e apresenta em sua concepção uma nova perspectiva de educação para o Brasil. 
Seus livros apresentam a constatação da realidade brasileira e sugerem a conscientização do 
povo como um meio de libertação da opressão. 
 
- Teologia Libertadora: preocupada com os contrastes entre a pobreza e a riqueza. 
- 1962: Angicos – trezentos trabalhadores são alfabetizados em 40 horas. 
- Maior contribuição: concepção libertadora e transformadora da Educação. 
 
DITADURA E EDUCAÇÃO 
 
- Reestruturação da representação estudantil. 
- Obrigatoriedade do ensino de Educação Moral e Cívica e da Organização Social e Política 
Brasileira. 
- Movimento de resistência ao golpe vai às ruas. 
- MEC/Usaid – o Brasil recebe assistência técnica e cooperação financeira para a implantação 
desse sistema de ensino. 
A reforma apoiava-se em três pilares: 
 Educação e Desenvolvimento 
 Educação e Segurança 
 Educação e Comunidade. 
 
Os efeitos das reformas do ensino no período da ditadura 
foram desastrosos para a educação brasileira. 
 
LEI DE DIRETRIZES E BASES DE 1961 
 
• 1948-1961: Promulgação. 
• Não houve alteração da estrutura de ensino, conservando-se a mesma da reforma 
Capanema. 
• Equivalência dos cursos. 
 
• Ensino Secundário menos enciclopédico. 
• Pluralidade de currículos em termos federais. 
 
LEI 5.692/71 
 
Lei que acaba com tudo o que é positivo na Educação. 
- Obrigatoriedade do Primeiro Grau 
- Profissionalização de nível médio para todos 
- Cooperação das empresas para a Educação 
 
Essas reformas, embora aparentemente técnicas, neutras, apolíticas, são, na verdade, 
políticas. Objetivam o retrocesso da Educação nacional, a desvalorização da escola e do 
espaço da Democracia, porque os militares não a desejam. Eliminam tudo o que se construiu 
no passado. 
 
ATIVIDADE 
 
Destaque a importância do SENAI e do SENAC e, também, as condições econômicas da sua 
criação. Quais críticas podem ser feitas a essa iniciativa? 
 
RESPOSTA: SENAI e SENAC surgem no momento de expansão da indústria nacional; no 
momento em que se necessita de mão de obra especializada nas indústrias. 
Nesse momento, percebe-se uma grave falha na Educação nacional – falta de escolas 
técnicas, que formassem técnicos. Algo que até hoje se discute e se busca – veja-se o 
PRONATEC ou a criação de cursos superiores de tecnologia, tamanha a necessidade de mão 
de obra técnica, o que não significa mão de obra inferior. Para suprir aquela necessidade, a 
iniciativa privada, os grupos de industriais criam o SENAI e o SENAC e retiram do governo 
essa obrigação, qualificando, de acordo com as necessidades do mercado, os seus 
trabalhadores. Esses trabalhadores são inseridos no mercado de trabalho, mas a situação 
contribui para a ampliação do dualismo escolar no país. Recebem formação meramente 
técnica e não técnica, mas questionadora, formadora de opinião. Estabelece-se uma situação, 
para que as desigualdades sociais sejam permanentes. 
 
AULA 10 
O regime militar e as reformas educacionais 
 
 
NESTA AULA 
 
 Educação Brasileira pós-ditadura militar 
 A Educação na Constituição de 1988 
 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 1996 
 
O trabalho educacional pós-ditadura militar ainda está sendo feito. Quando falamos em 
democratização do ensino no Brasil, ainda é algo a ser concretizado. 
 
EDUCAÇÃO BRASILEIRA PÓS-DITADURA MILITAR 
 
 Êxodo de profissionais 
 Prejuízo à vida cultural e ao ensino 
 Criação do vestibular classificatório 
 
 Tendência tecnicista em educação: ampliação na escola do modelo empresarial 
 Projetado sobretudo na escola pública 
 Excessiva burocratização do ensino – controle das atividades 
 
A EDUCAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO 1988 
 
 A questão da Escola Pública acirrou discussões no decorrer dos trabalhos da 
Constituinte 
 Plano Nacional de Educação visando o desenvolvimento e a integração do ensino em 
seus diversos níveis 
 Ensino fundamental obrigatório e gratuito 
 Atendimento em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos 
 Valorização dos profissionais de ensino 
 Autonomia universitária 
 Distribuição dos recursos públicos assegurando prioridade do ensino obrigatório nos 
termos do Plano Nacional de Educação 
 Aplicação de recursos pelos estados (25%) e pela União (18%) para a manutenção e 
desenvolvimento do ensino 
 A partir das linhas mestras dessa Lei Magna, foi estabelecida a nova Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
Após a ditadura militar a Educação nacional passou primeiramente por um êxodo profissional. 
A saída de muitos professores e, ao contrário do que podemos imaginar, não foi somente das 
Universidades que os professores foram banidos. Professores do ensino médio, do ensino 
básico, também foram retirados das suas cadeiras, foram exilados e perseguidos, porque 
formavam opinião, proporcionavam aos seus alunos uma prática reflexiva, uma educação 
questionadora, política (ou politizada). Após a ditadura tínhamos, portanto, um espaço 
esvaziado de docentes. Muitos desses professores tiveram uma formação diferente durante 
o regime militar, porque precária em muitos aspectos e um prejuízo significativo à vida cultural 
vai influenciar o ensino, porque se não tem uma produção cultural, o ensino gradativamente 
vai perdendo sua importância para determinado grupo ou para a maioria da população. Foi 
criado durante a ditadura e consolidado após o fim do regime militar, um vestibular 
classificatório, que vai eliminar aqueles que tiveram acesso a uma educação de qualidade 
questionável. Esses serão banidos e começam a ingressar nas universidades aqueles que 
tinham condições de pagar uma educação privada de qualidade. Então, a exclusão da classe 
média e da população em geral, dos bancos universitários, fica mais nítida nos anos 80 e 90, 
quando essa situação começa a mudar, chegando aos quadros, que, felizmente, temos hoje, 
que tem os bancos das universidades esperando os alunos que desejem ingressar, 
independente da classe social. Hoje existe uma série de políticas públicas que facilitam o 
ingresso dos alunos no Ensino Superior, algo que veio para sanar essa questão que foi 
consolidada ao final do regime militar. 
 
Há uma tendência tecnicista na Educação. Essa tendência não será banida automaticamente, 
porque, acabou o regime militar, passamos por um regime que se dizia democrático, mas a 
escola não muda de um momento para outro. A Escola, enquanto instituição, precisa de um 
tempo para absorver todas as transformações. Então, essa tendência tecnicista prevalece na 
Educação e vai ter ampliação de uma escola pautada em modelos empresariais. O projeto de 
uma escola pública será pautado nessa educação tecnicista, para atender a interesses não 
muito democráticos, a interesses pautados numa economia de mercado. Assim, vai ocorrer 
uma excessiva burocratização do ensino, um controle muito rígido das atividades. Para tentar 
centralizar, reorganizar a Educação, o Governo vai burocratizar a Educação. Depois dos anos 
30, com a criação do Ministério da Educação, esse foi o momento que mais se burocratizou a 
Educação no país. E nós, hoje, ainda carregamos esse fardo. 
 
A questão da Escola Pública vai acirrar discussões e vai estar muito presente na Constituinte, 
nas Assembleias que vão originar a Legislação Maior. E, nesse momento, o Plano Nacional 
de Educação é forjado para desenvolver e integrar o ensino em diversos níveis. Percebeu-se 
que ao longo dos anos de ditadura e, posteriormente, principalmente em 85 até 88, quando a 
legislação é aprovada, reproduzia-se, mesmo que numa tentativa de redemocratização, os 
aspectos da Educação que se fazia na ditadura, haja vista essa tendência tecnicista. Portanto,o Plano Nacional de Educação, nasce para buscar essa integração, essa compreensão dos 
aspectos a serem modificados da Educação Nacional, para que essa, realmente, se tornasse 
democrática e fosse acessível a todos os brasileiros. 
 
A Constituição de 1988 traz uma legislação que vai trazer alguns aspectos positivos para a 
Educação, fruto do trabalho de alguns educadores que estavam engajados no movimento de 
transformação da educação nacional. Muitos deles, que foram exilados durante a ditadura, ao 
retornarem puderam contribuir para a Constituição. 
 
Primeiro: ensino fundamental obrigatório e gratuito. Principal aspecto da legislação. 
 
Segundo: atendimento em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos. Algo que 
ainda não era muito articulado no país. 
 
Terceiro: valorização dos profissionais do ensino. Aqui, um aspecto que ainda está em 
processo de. Esse ponto ainda não foi totalmente sanado. 
 
Essa questão da valorização dos profissionais de ensino é algo que ao estudarmos a História 
da Educação contemporânea do Brasil, merece toda a nossa atenção. O que a categoria tem 
feito para essa valorização? O que se pode exigir? O que se deve fazer? Então, há alguma 
discrepância que se deve discutir. 
 
A autonomia universitária é um ponto muito importante da Constituição referente à Educação, 
porque a universidade, durante o regime militar, foi uma instituição precarizada. Primeiro, pelo 
afastamento dos seus principais docentes, considerados subversivos; segundo, a instituição 
universidade não recebeu os recursos devidos, porque ali estavam as cabeças que 
pensavam, ou que poderiam questionar o Governo. Portanto, foram muito perseguidas. Os 
recursos para as universidades, tanto para o ensino quanto para a pesquisa e a extensão – o 
tripé das Universidades – foi sempre muito baixo ou quase nulo. A universidade merecia uma 
atenção da Constituição, até maior do que a que foi dada, porque é uma instituição que sofreu 
muito com a ditadura. 
 
A distribuição dos recursos públicos, assegurando prioridade do ensino obrigatório nos termos 
do Plano Nacional de Educação. Quando olhamos hoje a legislação, fazendo referência ao 
Ensino Fundamental obrigatório, pensamos: mas, e os outros níveis? - A necessidade 
imediata era a Educação Básica, tão precária em nosso país, que precisava levar um número 
significativo de crianças para os bancos escolares e, mais, assegurar a permanência desses 
educandos na instituição escolar. Portanto, esse aspecto foi muito discutido, em detrimento 
dos demais. A Universidade foi, mas deveria ter sido mais; do ensino médio pouco se falou, 
o ensino profissionalizante, também necessário, para o real desenvolvimento das forças 
produtivas do país. Mas, esse aspecto – e aí faço uma defesa da legislação - no período 
histórico em que foi forjada e porque havia um número significativo de alunos fora da escola 
e era necessário, até mesmo para conseguir financiamentos internacionais, que esse número 
aumentasse. Por tal motivo, a atenção voltou-se para a Educação Básica. 
 
A aplicação de recursos pelos Estados (25%) e pela União (18%) para a manutenção e 
desenvolvimento do ensino. Aqui, um ponto muito discutido, porque desagradou uma parcela 
da elite brasileira, que estava (e ainda está) no Poder. Porém, um aspecto que foi muito 
elogiado e que se desenvolveu. Se hoje tenho uma parcela maior de alunos nas escolas e 
nas universidades, deve-se a esses recursos que são destinados rigorosamente para a 
Educação. 
 
A partir das linhas mestras da Lei Magna, foi estabelecida a Nossa segunda Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional (LDBEN). Por que falo em segunda LDB? Porque muitos 
acreditam que a reforma educacional de 1971, que institucionalizou o ensino de primeiro e 
segundo grau, é também uma LDB. Não é verdade - não foi uma legislação desse porte. Foi 
uma reforma educacional, porém temos apenas duas LDBs: a de 1961 e a de 1996, que é um 
grande progresso para a democratização da Educação brasileira. 
 
DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LEI N. 9394) 
 
 Primeiro Projeto (Jorge Hage) – Amplo debate na Câmara e com a Sociedade Civil 
 Com o apoio do Governo e do Ministro da Educação, o senador Darcy Ribeiro propôs 
outro projeto, discutido paralelamente e que foi aprovado em 1996 
 Consideravam o substitutivo Jorge Hage muito detalhado e corporativista (interessado 
em defender determinados setores) 
 Projeto aprovado acusado de não garantir a esperada democratização da Educação e 
de Neoliberal 
 Educação profissional muito técnica e pouco humanista 
 A educação infantil sem obrigatoriedade permanece fora de fiscalização 
 Formação de professores mereceu um avanço ao se exigir o ensino superior 
 Programas de educação continuada e procedimentos para a valorização dos 
profissionais da Educação 
 Flexibilidade da lei – pode ser confundida com o abuso do direito de interpretar 
• Foi a lei possível de ser aprovada, especialmente se considerarmos o aspecto 
conservador que ainda persiste nos quadros de nosso Legislativo 
• “Com ela nos empenharemos em construir uma nova relação hegemônica que viabilize 
as transformações indispensáveis para adaptar a educação às necessidades e 
aspirações da população brasileira” (SAVIANI, 2006, p.238) 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
O processo de democratização tem gerado algumas consequências positivas à Educação – 
processo de avaliação tardio, avaliação que ainda está dando respostas e cujo percurso ainda 
não foi modificado porque as respostas são diminutas. 
 
A Lei Máxima da Educação – LDB (Lei n. 9394) teve um histórico muito interessante. Não 
nasceu aleatoriamente. Primeiro, um grande documento foi então organizado pelo educador 
e político brasileiro, Jorge Hage. Ele escreveu o documento conhecido como Substitutivo 
Jorge Hage, que tinha como parâmetro uma ampla consulta à Sociedade Civil. Então, foi um 
documento elaborado com a participação da Sociedade, porém muito criticado por alguns 
governantes. O Prof. Senador Darcy Ribeiro acusando o Substitutivo de ser muito detalhado, 
muito minucioso, apresentou um outro documento que tinha sido elaborado sem essa ampla 
consulta à Sociedade Civil e foi esse o documento que, paralelamente discutido, foi aprovado 
em 1996. O Projeto aprovado foi acusado de não ser tão democrático e de ser neoliberal, ou 
seja, de deixar à iniciativa privada muitos pontos que seriam da responsabilidade do Governo. 
 
O Professor Demerval Saviani diz claramente que essa Lei foi a lei que pode ser aprovada, 
que historicamente seria melhor aceita pela Sociedade em face das suas características. Há 
problemas, há pontos que foram rediscutidos, há pontos que precisam ser revistos, porém, 
apresenta alguns aspectos muito positivos, por exemplo a flexibilidade que a lei traz – um 
ganho significativo para a Educação. Questões relacionadas aos programas de educação 
continuada, essa valorização dos profissionais da Educação. Foi a lei possível de ser 
aprovada, especialmente se considerarmos o aspecto conservador que ainda persiste nos 
quadros de nosso Poder Legislativo. 
 
Salienta Saviani: “Com ela nos empenharemos em construir uma nova relação hegemônica 
que viabilize as transformações indispensáveis para adaptar a educação às necessidades e 
aspirações da população brasileira (SAVIANI, 2006, p. 238). 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARANHA, M. L. de A. História da educação e da pedagogia. Geral e do Brasil. 3ª ed. São 
Paulo: Moderna, 2006. 
 
CAMBI, F. História da Pedagogia. São Paulo: Editora Unesp, 1999. 
 
HILSDORF, Maria Lucia Spedo. História da educação brasileira: leituras. São Paulo: Pioneira 
Thomson Learning, 2005. 
 
PRIORE, M. Del. (Org.) História das Crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2009. 
 
SAVIANI, D. A nova lei da educação. LDB Trajetórias, limites e perspectivas. 10ª Ed. 
Campinas: Autores Associados, 2006.