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Aula 3 Ação Pauliana

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XXX VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACAÉ DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
GERSON XXX, brasileiro, solteiro, médico, portadora da carteira de identidade nº XXX, expedida pela XXX, inscrita no CPF/MF sob o nº XXX, endereço eletrônico xxx@xxx, residente e domiciliada na XXX, nº XXX, em Salvador/BA, por seu advogado, com endereço profissional na XXX, número XXX, na cidade de XXX, endereço que indica para os fins do artigo 77, inciso V do CPC, vem muito respeitosamente propor
AÇÃO REVOCATÓRIA,
em face de BERNARDO XXX, nacionalidade XXX, estado civil XXX, profissão XXX, portador da carteira de identidade nº XXX, expedida pela XXX, inscrito no CPF/MF sob o nº XXX, endereço eletrônico XXX@XXX, residente e domiciliado na XXX, nº XXX, em XXX, Estado de XXX, e JANAÍNA XXX, , nacionalidade XXX, estado civil XXX, profissão XXX, portador da carteira de identidade nº XXX, expedida pela XXX, inscrito no CPF/MF sob o nº XXX, endereço eletrônico XXX@XXX, residente e domiciliado na XXX, nº XXX, em Macaé, Estado do Rio de Janeiro, pelos fatos e fundamentos que passa a expor. 
I - DOS FATOS 
O autor Gerson é credor de Bernardo, conforme nota promissória, apresentada em anexo, no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). 
Todavia Bernardo realizou doação para sua filha Janaina de seus dois imóveis, um localizado em na cidade de Aracruz e o outro localizado em Linhares, ambos no Espírito Santo, no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais). 
Cumpre ainda ressaltar que Bernardo está em estado de insolvência, pois suas dívidas ultrapassam o valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais). 
II - DOS FUNDAMENTOS 
A realização do negócio de transmissão gratuita de bens realizado por Bernardo em favor de sua filha, considerando seu estado de insolvência, pode ser considerado um ato com vicissitude social, ou seja, que não cumpre os requisitos do negócio jurídico previstos no Art. 104 do Código Civil, sobretudo em referência ao estipulado no inciso II, considerando que não possui um “objeto lícito”, pois o intuito do negócio é esquivar-se do cumprimento de obrigações com credores. 
Diante desta circunstância, o autor busca a anulação deste negócio jurídico, sob o entendimento de que esta doação configura uma fraude contra o credor, em conformidade com o estipulado no Art. 158 e no Art. 171, inciso II, ambos do Código Civil. [1: Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.][2: Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: [...] II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.]
A jurisprudência é majoritária no sentido de reconhecer como procedentes ações paulianas, que tratam de fraude contra credores configuradas pela doação de imóveis de pais para filhos: 
AÇÃO PAULIANA - Fraude contra credores - Doação de imóveis por pais para filhos - Créditos quirografários anteriores não liquidados - Presunção de fraude - Suficiência para justificar a ação revocatória - Insolvência configurada - Prova em contrário a cargo dos devedores não produzida - Ação procedente - Recursos improvidos.
(TJ-SP - APL: 9170987482002826 SP 9170987-48.2002.8.26.0000, Relator: Milton Carvalho, Data de Julgamento: 21/09/2011, 7ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 26/09/2011)
Desta forma, não restou alternativa senão a propositura da presente ação.
III - DO PEDIDO 
Diante do exposto, o autor requer deste juízo: 
Intimação do Ministério Público para intervir no processo;
Julgue procedente o pedido para anular o negócio jurídico;
Condenação do réu ao pagamento das custas processuais e honorários sucumbenciais. 
Designação da audiência do Art. 334 do CPC. 
IV - DAS PROVAS 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial documental e pericial.
V - DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais). 
Nestes termos, pede-se deferimento. 
Macaé, 11 de Março de 2017. 
Pablo Felipe Galante, OAB/PR nº XXXXXX

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