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1 DISCIPLINA: GESTÃO DE CUSTOS Professor Alex Batista E-mail: resumosdoalex@gmail.com Conceito de margem de lucratividade e “equação do lucro” Lucratividade Inicialmente, para entender o que é lucratividade, há a necessidade de primeiro entender o que é Lucro. Um conceito básico de lucro é dado pela receita de vendas menos as deduções (as deduções de vendas e despesas variáveis como impostos, fretes e comissões estão diretamente atreladas ao volume de vendas. Obs.: O lucro pode ser sobre o preço de compra, no caso de uma revenda, ou sobre o preço de venda de um produto acabado ou de um serviço prestado, sendo o lucro quando não for especificado. Custo (C) + lucro (L) = venda (V) L = V - C Lucro bruto Lucro bruto é a diferença entre receita total e custos variáveis: Receita total – custos variáveis = lucro bruto Ele representa a diferença entre as vendas efetivadas e o quanto se gasta na produção do produto ou na realização do serviço. Lucro líquido Lucro líquido é a diferença entre a receita total e o custo total: É a diferença entre as vendas efetivas (de mercadorias ou de serviços) e o total de gastos da empresa (tanto os custos fixos quanto os custos variáveis). Receita total – custo total = lucro líquido Receita bruta ou receita total A receita bruta ou receita total, para fins contábeis, é o produto da venda de bens e serviços e as suas quantidades, isto é, trata-se da receita total decorrente das atividades-fim da organização, isto é, das atividades para as quais a empresa foi constituída. 2 É a receita total e refere-se ao resultado da multiplicação do preço do produto ou serviço pela quantidade de vendas desse mesmo produto ou serviço. A fórmula matemática para o cálculo da receita total é: Preço x quantidade = receita bruta A Lucratividade é dada em percentual (%) e indica o ganho obtido sobre as vendas realizadas. Para calculá-la, basta dividir o lucro pelo total das vendas e multiplicar por 100: LUCRATIVIDADE = (LUCRO LÍQUIDO / RECEITA BRUTA) x 100 Há lucro, se o resultado é positivo, e prejuízo, quando é negativo. Saber se uma empresa dá lucro ou prejuízo, e mais do que isso, o quanto de lucro ou prejuízo, dará ao empresário condições de tomar medidas para atingir suas expectativas financeiras. Assim, os ganhos passam a ter papel importantíssimo na análise de resultados de um empreendimento. A lucratividade se refere ao percentual do lucro de uma empresa pela faturamento (receita bruta) da mesma, em um determinado período. Por exemplo, uma empresa com receita bruta de 100 mil reais e lucro líquido de 12 mil reais, a lucratividade será de 12%. 12 / 100 = 0,12 x 100 = 12% ESTRATÉGIAS PARA REDUÇÃO DE CUSTOS A redução de custos é um processo quase natural para a sobrevivência e crescimento das empresas, não é uma tarefa simples, ela exige planejamento, dedicação e abrangência para que os resultados sejam satisfatórios. Percebe-se que cortar custos sempre requer tomada de decisões adequada para que a redução de custos não implique na perda de qualidade ou a transformação do clima organizacional em um clima mais tenso. A redução de custos deve acompanhar um planejamento eficaz e uma vantagem a mais para a empresa como implantação de tecnologias, melhoria em processos e outros. 3 Redução de custos exige o envolvimento e um trabalho de conscientização de toda a equipe. Para reduzir os custos é necessário que as empresas estruturem um planejamento para corte de custos nos departamentos críticos, ou seja, que exigem maior atenção em corte de custos para que se obtenha assim um melhor desempenho de custos benefícios. Muitas empresas consideram que o corte de custos é um processo complexo e que exige medidas drásticas como demissões ou perda de qualidade em produção e atendimentos, mas os cortes de gastos nem sempre exigem um processo complexo, medidas simples podem resultar em redução de custos de maneira eficiente, basta que a empresa tenha planejamento e criatividade suficientes para isso. Exemplos de processos que podem gerar a redução de custos no âmbito empresarial. -Custos de contratos e de terceirizações: os contratos de serviços e as terceirizações exigem custos e para isso planejamento de custos e despesas. Os contratos são responsáveis pela maioria dos custos da empresa, os contratos podem ser de locação de máquinas, serviços como departamento pessoal, refeições, limpeza e outros. Assim, a empresa deve pesar a razão custo-benefício dos contratos antes de serem realizados. Para organizar os orçamentos de custos com contratos, é necessário pesar quais serviços realmente são imprescindíveis para a empresa e quais serviços são mais caros do que os benefícios gerados e ainda, quais serviços precisam ser realmente terceirizados. -Custos com compras e fornecimentos: o departamento de compras e fornecimentos é um dos departamentos que mais gastam e não só por conta do custo das mercadorias, mas também com custos de transações administrativas, custos de transportes e outros. Como nenhuma empresa funciona sem estoques ou se materiais de escritório, então a solução é planejar para reduzir custos com estoques. Para reduzir os custos com estoques é preciso administração de estoques, com o uso do lote econômico de compras que visa comprar a quantidade certa no momento certo. 4 Outros mecanismos são utilizados para redução de custos administrativos gerados pelos pedidos de mercadorias, esses custos podem ser diminuídos com o uso de tecnologias de integração de dados como o ERP e outros softwares que têm a função crucial de estabelecer integração de dados para entregas mais eficientes e que reduzem custos intermediários e de transação. -Corte de custos operacionais:os custos por menores que sejam não devem ser negligenciados, pois são estes custos que pesam no orçamento geral da empresa e fazem com que as metas de redução de custos fiquem bem abaixo do ideal. (O custo operacional é composto por todos os itens considerados de custo direto + mão de obra familiar e custo indireto (MATSUNAGA et al., 1976). Por exemplo, em uma empresa de TI, os custos operacionais são aqueles resultados do uso do dia a dia dos serviços de TI da organização (exemplo, custos de equipe, eletricidade, manutenção de hardware) e relacionam-se a pagamentos repetitivos, cujos efeitos podem ser medidos dentro de um curto espaço de tempo (normalmente menos de 12 meses). Negocie as tarifas bancárias: uma grande parte da receita da empresa é usada para pagar tarifas bancárias. O que poucos sabem, no entanto, é que essas tarifas podem ser renegociadas com o banco. Para conseguir uma redução, é necessário ter controle do caixa e estar em dia com os pagamentos. Essa é uma excelente forma de reduzir custos. Então a palavra de ordem é economizar com medidas simples, para isso conscientize toda a equipe sobre a importância em reduzir o número de papéis impressos e outras medidas como uso de copos de vidro ao invés de copos descartáveis. A diminuição de descartávies além de economizar é uma medida sustentável para o meio ambiente. Utilize a educação, pois essa é a arma mais propícia para a economia geral de gastos e para educar a equipe realize cursos, palestras, e outros. -Redução de custos com mão de obra: a mão de obra tem custos diretos e indiretos. Os custos diretos são com admissão de colaboradores, salários e demissões, já os indiretos são com pagamentos de telefone, por exemplo. Para economizar com custos de admissão a solução não é rápida nem fácil, mas envolve soluçõesde gestão como diminuição de rotação de colaboradores, ou seja, é necessário atrair bons colaboradores e retê-los. 5 Outro custo representativo para a empresa é o custo com demissões, pois a empresa paga todos os direitos e ainda indenizações caso houver, isso dá a empresa custos extras com a folha de pagamento. As demissões não devem ser um processo frequente, antes de demitir, a empresa pode encontrar soluções como programas de disciplina, coaching e motivação e outros. Para diminuir custos indiretos uma solução é tornar a jornada de trabalho mais flexível, diminuir jornadas de 12 horas e plantões, pois isso acarretará redução de custos indiretos. Uma solução é permitir que alguns colaboradores trabalhem em casa ou ainda a diminuição de prazos para entregas como relatórios com o objetivo de se reduzir a jornada de trabalho. Férias coletivas é também uma solução para diminuir os custos indiretos, se não for temporada de intenso fluxo de trabalho, então dê férias coletivas. -Terceirização: com planejamento, funções que não sejam de atividades-fim poderão ter contrate pessoal de forma esporádica ou quando o fluxo de trabalho for maior, contrate por temporada. Implante um programa de melhoria de processos e assim cada departamento fará o melhor com menos, diminuindo tempo e custos. Adote também uma estrutura enxuta com poucos níveis hierárquicos, desta forma a empresa focará mais o trabalho em equipe e terá menos gastos com cargos de chefia. E por fim, envolva todos os colaboradores na missão de cortar custos e sobre os benefícios que essa resolução traz. Uma empresa não vive sem marketing e para realizar um programa de marketing eficiente, a empresa tem custos e investimentos de curto e longo prazo. Quando for necessária a viagem de negócios seja estratégico e controle de despesas com passagens não deixando a compra para a última hora, evite adiantamentos de dinheiro e controle todos os recibos de diários, táxi e outros. Analisar de forma efetiva e periódica seus custos: em um movimento de desespero para reduzir custos, é comum que as empresas comecem a fazer cortes sem critérios, o que acaba por não otimizar o processo de redução de custos. Para isso não acontecer, deve-se fazer um levantamento de todos os custos da empresa e manter um histórico deles, realizando cortes naqueles que têm menos participação no 6 lucro. O que deve ser cortado é aquilo que não afeta nem a produtividade da empresa e nem o bem-estar dos funcionários. Procure os menores preços: não compre sem pesquisar. Aposte nas pesquisas de fornecedores mais baratos (na medida, é claro, que não perca qualidade) e tente sempre barganhar preços. Estudos mostram que fornecedores de materiais similares podem apresentar uma discrepância de preço de 90%. Materiais de escritórios: você sabia que a grande maioria das empresas conseguiria funcionar perfeitamente com 60% dos materiais de escritório que ela possui? Faça um corte nos seus materiais, se não for de 40% que seja de um pouco menos, baseado em suas análises sobre os recursos das empresas. Em certas empresas é o próprio fornecedor que faz os levantamentos dos materiais a serem comprados. Salve raras exceções, nunca deixe que um fornecedor orce os próprios produtos que vai vender. Do exposto, nota-se que a redução de custos em uma empresa, requer planejamento e a integração de toda a equipe de colaboradores. O pensamento de que o crescimento da empresa depende de todos deve estar evidente aos mesmos. Outro fato importante, o gestor necessitará de levantamentos de custos pontuais a fim de possibilitar cortes de custos que não promovam crises ou agravamento das mesmas. O CONCEITO DA GESTÃO DE PROCESSOS (VISÃO DE MELHORIA NOS CUSTOS) Para entender melhor o que é gestão de processos organizacionais é preciso compreender com clareza as funções dos processos. Os processos organizacionais referem-se à sequência de tarefas que, ao agregarem valor a essas variáveis e trabalharem sobre elas, geram como resultado final o produto ou serviço oferecido pelas empresas. A doutrina traz conceitos sobre o entendimento de gestão de processos. No âmbito empresarial: 7 Definição de Gestão de Processos segundo O Guia BPM CBOK “Gestão de Processos de negócio ou BPM – Business Process Modeling é uma abordagem disciplinada para identificar, desenhar (ou projetar), executar, medir, monitorar e controlar processos de negócio, automatizados ou não, para alcançar consistência e resultados alinhados aos objetivos estratégicos da organização, envolvendo, ainda, com ajuda de tecnologia, formas de agregar valor, melhorias, inovações e o gerenciamento dos processos ponta a ponta, levando a uma melhoria do desempenho organizacional e dos resultados de negócios”. (2009) Definição de Gestão de Processos segundo Gregório Varvakis “O gerenciamento de processos é a definição, análise e melhoria continua dos processos com objetivo de atender as necessidades e expectativas dos clientes”. Definição de Gestão de Processos segundo John Jaston e Johan Nelis “BPM é a realização dos objetivos de uma organização através da melhoria, do gerenciamento e controle dos seus processos de negócio essenciais”. Definição de Gestão de Processos segundo Rafael Scucuglia “Conceitualmente, a gestão por processos significa muito mais do que simplesmente mapear as atividades organizacionais. Significa muito mais do que apenas nomear cada etapa de trabalho com um nome que a identifique […] Resumindo: toda organização é um sistema. Ou seja, funciona como um conjunto de processos. A identificação e o mapeamento destes processos permitem um planejamento adequado das atividades, a definição de responsabilidades e o uso adequado dos recursos disponíveis”. Dessa forma, a empresa, no contexto da gestão de processos, persegue a redução de custos, melhorias e inovações do produto ou serviços prestados e uma arrojada gestão de processos. O QUE É SISTEMA ERP (ENTERPRISE RESOUCE PLANNING)? Planejamento de recurso corporativo ERP é um sistema de gestão empresarial que gerencia as informações relativas aos processos operacionais, administrativos e gerenciais das empresas. O Objetivo de um Sistema ERP é centralizar as informações e gerir o seu fluxo durante todo processo de desenvolvimento da atividade empresarial, integrando os setores da organização e possibilitando aos gestores acesso ágil, eficiente e confiável às informações gerenciais, dando suporte à tomada de decisões em todos os níveis do negócio. 8 Construídos sobre um banco de dados centralizado, os sistemas ERP consolidam todas as operações de uma empresa em um único sistema, que pode residir em um servidor centralizado, ser distribuído em unidades de hardware autônomas em rede local ou ser hospedado remotamente via web. Os sistemas ERP abrangem cada passo da operação, desde as compras, provisões, planejamento, manufatura, formação de preços, contas a pagar e receber, processos contábeis, controle de estoque, administração de contratos, venda de serviços e todos os níveis de comércio varejista ou atacado, passando pela gestão eficaz dos relacionamentos com clientes e fornecedores, pós-venda, análise de resultados e muitos outros fatores personalizados, altamente adaptáveis a qualquer empresa, em qualquer ramo de negócios. O uso de um Sistema ERP em uma empresa dá a seus gestores o controle total sobre a empresa, auxiliando na tomada de decisões e fornecendo todas as informações vitais de maneira acessível e clara. Os Principais objetivos da implantaçãode um sistema ERP são: - Automatização de tarefas manuais; - Otimização de processos; - Controle sobre as operações da empresa; - Disponibilidade imediata de informações seguras; - Redução de custos; - Redução dos riscos da atividade empresarial; - Obtenção de informações e resultados que auxiliem na tomada de decisões e permitam total visibilidade do desempenho das áreas da empresa. 9 - Aumento na eficiência do uso da capacidade instalada; - Blindagem contra fraudes e furtos; - Redução de erros; - Eliminação de retrabalho; - Melhor proximidade e conhecimento sobre os clientes; - Informação precisa e segura, sincronizada em tempo real com as operações da empresa; - Padronização dos processos em todas as áreas, com integração e uniformidade; - Redução de despesas administrativas, gerais e de vendas; - Queda nos custos de estoque; - Redução em custos de materiais; - Redução do ciclo de venda; - Reduz o lead time de produção e entrega; - Diminuição de impressão em papel; - Eliminação de erros de sincronização entre diferentes sistemas; - Controle sobre processos de negócios que envolvem diferentes departamentos; - Segurança da informação através da definição de permissões de acesso e log de alterações; - Facilita o aprendizado do negócio e a construção de visões comuns; - Favorece o desenvolvimento, a implantação e utilização de SGQs (Sistemas de Gestão da Qualidade) e adequação a normas como ISO e outras As empresas fornecedoras de sistemas ERP projetam suas soluções para atender às variantes mais comuns dos processos empresariais, baseados nas boas práticas de negócio. Contudo, nem sempre a totalidade das atividades da empresa é contemplada pelo ERP. Por isso, as empresas que desejam implementar um sistema ERP precisam adaptar seus processos para que o pacote ERP possa contemplar os processos existentes, de forma que esses mesmos processos sejam aprimorados e tornados mais eficientes pelo uso do Sistema Integrado. Negligenciar o mapeamento dos processos atuais antes de iniciar a implantação do sistema é uma das principais razões para o fracasso de projetos ERP. Portanto, é crucial que as organizações executem um processo de profunda análise do negócio antes de escolher um fornecedor de ERP e do início da implantação do sistema. Esta análise deve delinear todos os processos atuais, possibilitando a seleção de um sistema ERP, cujos módulos padrão estejam mais bem alinhados com a realidade da empresa. 10 Um bom sistema ERP deve ser evolutivo, para que, além de suprir as necessidades presentes de uma empresa, estejam atualizados para atender às novas demandas e ao crescimento do negócio. O sistema ERP também deve manter-se atualizado com as inovações tecnológicas em hardware, sistemas operacionais, softwares complementares, novas práticas estabelecidas de negócios e exigências legais. Portanto, um sistema ERP deve atender às necessidades que surjam da evolução natural da atividade empresarial e também introduzir a possibilidade de utilizar recursos até então inexistentes, agregando o valor ao negócio. É um sistema de informação que integra todos os dados e processos de uma organização em um único sistema. A integração pode ser vista sob a perspectiva funcional (sistemas de finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras etc) e sob a perspectiva sistêmica (sistema de processamento de transações, sistemas de informações gerenciais, sistemas de apoio a decisão, etc). O ERP é uma plataforma de software desenvolvida para integrar os diversos departamentos de uma empresa, possibilitando a automação e armazenamento de todas as informações do negócio. ERP é a espinha dorsal dos negócios eletrônicos, uma arquitetura de transações que liga todas as funções de uma empresa, por exemplo, de processamento de pedido de vendas, controle e gerenciamento de estoque, planejamento de produção e distribuição e finanças. A tomada de decisões também ganha uma outra dinâmica. Imagine uma empresa que por alguma razão, talvez uma mudança nas normas de segurança, precise modificar aspectos da fabricação de um de seus produtos. Com o ERP, todas as áreas corporativas são informadas e se preparam de forma integrada para o evento, das compras à produção, passando pelo almoxarifado e chegando até mesmo à área de marketing, que pode assim ter informações para mudar algo nas campanhas publicitárias de seus produtos. E tudo realizado em muito menos tempo do que seria possível sem a presença do sistema. 11 O método ABC (custeio por atividades) Custeio baseado em atividades ou custeio ABC (Activity Based Costing) é um método de custeio que está baseado nas atividades que a empresa efetua no processo de fabricação de seus produtos. Esta é uma metodologia desenvolvida pelos professores americanos Robert Kaplan e Robin Cooper em meados da década de 1980, na Universidade de Harvard. Fornece um método para o tratamento dos custos indiretos, através da análise das atividades, dos seus geradores de custos, e dos utilizadores. Um conceito necessário é o de “Custeio por absorção”, também chamado custeio integral, ou custo integral, é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do critério é revelador dessa particularidade, ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto ou produção (ou serviço) absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação. Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos (rateados) para todos os produtos feitos. Consiste na identificação, análise e alocação de custos aos processos de uma determinada empresa, visando melhor gerenciar a lucratividade. O uso deste método permite uma melhor mensuração dos custos. Os recursos são atribuídos a cada atividade; em seguida, as atividades são atribuídas a objetos de custo com base no seu uso. O custo baseado em atividades reconhece os relacionamentos de causa dos responsáveis pelos custos das atividades. Também ameniza as distorções provocadas pelo uso do rateio usado na tradicional lógica de absorção dos custos. 12 O sistema de custeio ABC permite melhor visualização dos custos através da análise das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas relações com os objetos de custos. Nele, os custos tornam-se visíveis e passam a ser alvos de programas para sua redução e de aperfeiçoamento de processos, auxiliando, assim, as organizações a tornarem-se mais lucrativas e eficientes. O sistema de custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based Costing) procura, igualmente, amenizar as distorções provocadas pelo uso do rateio, necessários aos sistemas tratados anteriormente, principalmente no que tange ao sistema de custeio por absorção. Conceitos Martins (2003, p. 87), informa que o Custeio Baseado em Atividades "é uma metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos". Este sistema tem como fundamento básico a busca do princípio da causa, ou seja, procura identificar de forma clara o agente causador do custo, para lhe imputar o valor. A ideia básica é atribuir primeiramente os custos às atividades e posteriormente atribuir custos das atividades aos produtos. Sendo assim, primeiramente faz-se o rastreamento dos custos que cada atividade causou, atribuindo-lhes estes custos, e posteriormenteverificam-se como os portadores finais de custos consumiram serviços das atividades, atribuindo-lhes os custos definidos. Conforme Eller (2000, p. 82), "o Custeio Baseado em Atividades parte da premissa de que as diversas atividades desenvolvidas geram custos e que os produtos consomem essas atividades". Segundo Martins (2003, p. 96) busca atribuir custos às atividades e aos produtos. Martins (2003, p. 96) ensina ainda que "há que se distinguir dois tipos de direcionador: … direcionador de custos de recursos, e os …direcionadores de custos de atividades". O citado autor continua afirmando que "o primeiro identifica a maneira como as atividades consomem recursos e serve para custear as atividades". Afirma ainda que "o segundo identifica a maneira como os produtos consomem atividades e serve para custear produtos". Nakagawa (2001, p. 42), conceitua atividade "como um processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, materiais, métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos". Assim para o estudo do método ABC deve-se ponderar sobre as atividades envolvidas em cada processo de produção, seja de uma mercadoria ou um serviço. 13 Com seu poder de assinalar as causas que levam ao surgimento dos custos, o ABC permite aos gerentes uma atuação mais seletiva e eficaz sobre o comportamento dos custos da organização. O ABC determina que atividades consomem os recursos da empresa, agregando-as em centros de custos por atividades. Em seguida, e para cada um desses centros de atividades, atribui custos aos produtos baseado em seu consumo de recursos. Com isso, é possível se determinar quais são os produtos subcusteados e quais são os supercusteados, possibilitando uma melhoria nas decisões gerenciais. O ABC permite ainda que se tome ações para o melhoramento contínuo das tarefas de redução dos custos, como a melhora dos serviços, avaliação das iniciativas de qualidade, corte de desperdícios, aprimoramento dos processos de negócio da empresa, entre outros Um diferencial do sistema de custeio ABC é que a sua utilização, por exigir controles pormenorizados, proporciona o acompanhamento e correções devidas nos processos internos da empresa, ao mesmo tempo em que possibilita a implantação e/ou aperfeiçoamento dos controles internos da entidade. A implementação do ABC requer uma cuidadosa análise do sistema de controle interno da entidade. Sem este procedimento que contemple funções bem definidas e fluxo dos processos, torna-se inviável a aplicação do ABC de forma eficiente e eficaz. O ABC, por ser também um sistema de gestão de custos, pode ser implantado com maior ou menor grau de detalhamento, dependendo das necessidades de informações gerenciais para o gestor, o que está intimamente ligado ao ramo de atividade e porte da empresa. Pelas suas próprias características, o ABC tem como fortes candidatas a sua implantação as organizações que utilizam grande quantidade de custos indiretos no seu processo produtivo e que tenham significativa diversificação em produtos, processos de produção e clientes. Embora suficientemente simples, o sistema de custeio ABC, tem contribuído para melhorar sensivelmente a tradicional metodologia de análise de custos. Seu objetivo é rastrear as atividades mais relevantes, para que se identifiquem as mais diversas rotas de consumo do recursos da empresa. Por meio dessa análise de atividades, busca-se planejar e realizar o uso eficiente e eficaz dos recursos da empresa. A atribuição de custos às atividades é feita de uma forma criteriosa de acordo as seguintes prioridades: 14 1) alocação direta: isto se faz quando há uma identificação clara, direta e objetiva de certos itens de custos com certas atividades; 2) rastreamento: é uma alocação com base na identificação da relação, causa, efeito, entre a ocorrência da atividade e a geração de custos. Essa relação é expressa através de direcionadores de custos, como direcionadores de custos e recursos; 3) rateio: o rateio é realizado quando não há a possibilidade de utilizar a alocação direta. A medida que as empresas utilizam tecnologia de produção mais avançadas os custos indiretos de fabricação aumentam e o valor da mão de obra direta diminui. Assim a distribuição dos custos indiretos proporcionalmente a mão de obra direta conduz a um custeio incorreto dos produtos. Nesse intenso movimento de mudanças o processo de gestão empresarial passa por novos desafios e os gestores, necessariamente, passam a trabalhar com novos modelos de decisão e esses novos modelos de decisão demandam novas informações. Não podemos esquecer que a informação é a matéria-prima do processo de tomada de decisões. O ABC é um sistema de custos que tem o objetivo de avaliar com maior precisão as atividades desenvolvidas em uma empresa, utilizando direcionadores para alocar as despesas indiretas de uma forma mais realista aos produtos e serviços. Segundo Kaplan (1998), o Custeio Baseado em Atividades é uma abordagem que analisa o comportamento dos custos por atividade, estabelecendo relações entre as atividades e o consumo de recursos, independentemente de fronteiras departamentais, permitindo a identificação dos fatores que levam a instituição ou empresa a incorrer em custos em seus processos de oferta de produtos e serviços e de atendimento a mercado e clientes. De acordo com Martins (1998), o ABC é uma ferramenta que permite melhor visualização dos custos através da análise das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas relações com os produtos. Segundo wernke (2004) o método ABC pode ser dividido em cinco etapas: - Definir os processos prioritários: nesta etapa a área fabril é dividida em vários processos para melhor analisá-los; - Determinar quais atividades são executadas em cada processo: detalhamento das atividades necessárias para executar cada processo. Neste ponto vale o bom senso dos gestores, a fim de ponderar sobre o nível de detalhamento desejado ou possível, pois um número maior ou menor de atividades a serem utilizadas está vinculado aos interesses dos encarregados da implementação; 15 - Listar as possíveis tarefas de cada processo: identificação das atividades relevantes em cada processo. É recomendável listar apenas as tarefas inerentes às atividades quando se deseja obter informações a respeito de possíveis retrabalhos ou quando determinados produtos, serviços ou clientes fazem uso delas; - Alocar os recursos às atividades: esta etapa consiste em atribuir os recursos as atividades conforme o consumo desta; - Direcionar o custo das atividades aos produtos: para isto é necessário a utiliza ação de atividades, que as alocam, em proporção ao seu consumo, pelos objetos de custeio. Para melhor entendimento apresentamos as vantagens e desvantagens da aplicação do método de custeio ABC. Como vantagens podemos ressaltar: informações gerenciais relativamente mais fidedignas por meio da redução do rateio; adequa-se mais facilmente as empresas de serviços, pela dificuldade de definição do que seja custos, gastos e despesas nessas entidades; menor necessidade de rateios arbitrários; atende aos Princípios Fundamentais de Contabilidade; obriga a implantação, permanência e revisão de controles internos; proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos; identifica, de forma mais transparente, onde os itens em estudo estão consumindo mais recursos; identifica o custo de cada atividade em relação aos custos totais da entidade; pode ser empregado em diversos tipos de empresas; pode fornecer subsídios para gestão econômica, custo de oportunidadee custo de reposição; Por outro lado, pode-se enumerar como desvantagens: alto nível de controles internos a serem implantados e avaliados; necessidade de revisão constante; leva em consideração muitos dados; dificuldade de envolvimento e comprometimento dos empregados da empresa; 16 necessidade de reorganização da empresa antes de sua implantação; dificuldade na integração das informações entre departamentos; necessidade de formulação de procedimentos padrões; não é aceito pelo fisco; O sistema de custeio ABC pode apresentar alto custo, relativo às atividades da empresa. Não se pretendeu ser finalista nos estudos sobre vantagens e desvantagens do ABC, visto que em cada entidade poder-se-ão numerar outros pontos. O que deve ocorrer é manter-se sempre pronto para as mudanças mercadológicas e estar sempre preparados para reorganizar o sistema de custeio ABC de maneira harmônica com cada momento da economia. Exemplos: 17 18 PLANO DE CONTAS Conceitos importantes Conta é o nome técnico que identifica cada componente do patrimônio (Bens, Direitos e Obrigações ou Patrimônio Líquido) e cada elemento de resultado (Despesas e Receitas). A função da conta é representar a variação patrimonial que um fato promove no patrimônio da empresa a teoria usualmente adotada no Brasil. Segundo ela, criada por Vincenzo Masi, o objeto de estudo da ciência contábil é o Patrimônio de uma entidade. A contabilidade tem como finalidade controlar este patrimônio e apurar o resultado das empresas. O Plano de Contas, também conhecido como Modelo Contas, Estrutura de Contas ou Elenco de Contas, é uma lista que apresenta as contas necessárias para que a empresa possa registrar todos os eventos e movimentações econômicas e financeiras que acontecem durante suas atividades e operações. É regulado conforme a Lei 6.404/76. Plano de Contas é a estrutura básica da escrituração contábil, pois é com sua utilização que se estabelece o banco de dados com informações para geração de todos os relatórios e livros contábeis, tais como: Diário, Razão, Balancete, Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados e Análises, além de outros. (CFC, 2002:31). Plano de Contas é uma peça na técnica contábil que estabelece previamente a conduta a ser adotada na escrituração, através da exposição das contas em seus títulos, funções, funcionamento, grupamentos, análises, derivações, dilatações e reduções. (Sá, 2004:22). As contas que compõem o Plano de Contas se classificam da seguinte forma: a) Contas Patrimoniais: são as contas representativas dos bens e dos direitos (Ativo), das obrigações (Passivo) e do Patrimônio Líquido (PL) da entidade. As contas patrimoniais representam a situação da organização em um determinado momento, ou seja, representam o patrimônio total da empresa, subdivididas em bens, direitos e obrigações. O Patrimônio Líquido ou situação patrimonial líquida é a diferença entre o Ativo e o Passivo. As situações líquidas possíveis são: 19 b) Contas de Resultado: são as contas que representam as receitas e as despesas da entidade. Grau de liquidez - é o maior ou menor prazo no qual os Bens e os Direitos podem ser transformados em dinheiro. Ex.: conta Caixa é a de maior liquidez, por já ser dinheiro. Já a conta Veículos é de menor liquidez que a conta Caixa, pois demora mais para se transformar em dinheiro (primeiro precisa-se vender o veículo para depois ter o dinheiro em mãos). Cada empresa tem o seu Plano de Contas, ele visa a padronização. Não é relevante mudanças contínuas, porém poderão ocorrer. Cada empresa elabora o seu, conforme as suas operações. O Plano de Contas não deve ser rígido, mas flexível, conforme tais operações. Ele determina a função de cada conta, sendo que estas serão ordenadas e classificadas. Segundo o Manual SIAFI, a estrutura do Plano de Contas atual objetiva, principalmente: Realçar o estado patrimonial e suas variações, concentrando as contas típicas de controle nos grupos de compensação de forma a propiciar o conhecimento adequado da situação econômico-financeira da gestão administrativa; Padronizar o nível de informações dos órgãos e entidades da administração direta e indireta com a finalidade de auxiliar o processo de tomada de decisão, ampliando o leque de alternativas gerenciais, e facilitar a elaboração do Balanço Geral da União; Permitir, por meio da relação de contas e da tabela de conta-corrente, a manutenção de um sistema integrado de informações orçamentárias, financeiras e patrimoniais na Administração Pública Federal, com a extração de relatórios necessários à análise gerencial, incluindo balanços e demais demonstrações contábeis, capazes de atender aos aspectos legais e fiscais. Ideias básicas sobre o PC Imaginemos que possuímos uma conta Bancos, contudo, há três bancos que a compõe. Se todo o valor estiver demonstrado pela conta Bancos, não se saberá o valor de cada banco. Ou seja, o banco A conta com R$ 2.000.000,00, o B, com R$ 3.000.000,00 e o C, com R$ 5.000.000,00, obtém-se uma conta Bancos com o valor R$ 10.000.000,00 e é importante, ressalta-se bem, saber o valor disponível em cada banco (A, B e C), pois será extremamente importante a uma tomada de decisão. Entende-se que o detalhamento de determinada conta no Plano de Contas se dá em níveis. Os códigos mostram o detalhamento dessa determinada conta. 20 Exemplo: Código Descrição da conta Saldo 4.2 Outras Receitas Operacionais 10.000.000,00 4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes 2.000.000,00 4.2.1.01 Receitas de Alienação de Investimentos 3.000.000,00 4.2.1.02 Receitas de Alienação do Imobilizado 5.000.000,00 Nesse exemplo, a conta “Outras Receitas Operacionais”, possui o código “4.2” e as contas “Vendas de Ativos Não Circulantes”, “Receitas de Alienação de Investimentos” e “Receitas de Alienação do Imobilizado” são detalhamentos da primeira. Os saldos das contas detalhadas devem somar o valor da conta detalhada. Para elaborar o Plano de contas é primordial saber onde alocar cada conta na estrutura do plano. De forma sintética, segue: a) CONTAS PATRIMONIAIS: 1- ATIVO 2- PASSIVO e PATRIMONIO LÍQUIDO b) CONTAS DE RESULTADO: 3- RECEITAS 4- DESPESAS Portanto, é fundamental conhecer essas contas e onde alocá-las Como exemplo, temos a conta "Caixa", que registrará o dinheiro em espécie (papel- moeda) disponível na tesouraria da empresa. Trata-se de uma conta do Ativo Circulante, subgrupo Disponibilidades. No Plano de Contas os detalhamentos são classificados em níveis: 21 Nível 1: Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Receitas, Custos e Despesas. Nível 2: Ativo: Circulante, Não Circulante / Passivo e Patrimônio Líquido: Circulante, Não Circulante e Patrimônio Líquido. / Receitas: Receita Bruta, Deduções da Receita Bruta, Outras Receitas Operacionais / Custos e Despesas Operacionais. Nível 3: Contas que evidenciem os grupos a que se referem, como por exemplo: Nível 1 - Ativo Nível 2 - Ativo Circulante Nível 3 - Bancos Conta Movimento Nível 4: Subcontas que evidenciem o tipo de registro contabilizado, como por exemplo: Nível 1 - Ativo Nível 2 - Ativo Circulante Nível 3 - Bancos Conta Movimento Nível 4 - Banco A Abaixo, segue um exemplo bem simples de uma distribuição de contas em uma estrutura de plano de contas em níveis: 1 ATIVO 1.1 ATIVO CIRCULANTE 1.1.1 Caixa 1.1.1.01 Caixa Geral 1.1.2 Bancos C/Movimento 1.1.2.01Banco Alfa 1.1.3 Contas a Receber 1.1.3.01 Clientes 1.1.3.02 Outras Contas a Receber 22 1.1.4 Estoques 1.1.4.01 Mercadorias 1.1.4.02 Produtos Acabados 1.1.4.03 Insumos 1.1.4.04 Outros 1.2 NÃO CIRCULANTE 1.2.1 Contas a Receber 1.2.1.01 Clientes 1.2.1.02 Outras Contas 1.2.2 INVESTIMENTOS 1.2.2.01 Participações Societárias 1.2.3 IMOBILIZADO 1.2.3.01 Terrenos 1.2.3.02 Construções e Benfeitorias 1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas 1.2.3.04 Veículos 1.2.3.05 Móveis 1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada 1.2.3.99 (-) Amortização Acumulada 1.2.4 INTANGÍVEL 1.2.4.01 Marcas 1.2.4.02 Softwares 2 PASSIVO 2.1 CIRCULANTE 2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher 2.1.1.01 Simples a Recolher 2.1.1.02 INSS 2.1.1.03 FGTS 2.1.2 Contas a Pagar 2.1.2.01 Fornecedores 2.1.2.02 Outras Contas 2.1.3 Empréstimos Bancários 2.1.3.01 Banco A - Operação X 2.2 NÃO CIRCULANTE 2.2.1 Empréstimos Bancários 2.2.1.01 Banco A - Operação X 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 23 2.3.1 Capital Social 2.3.2.01 Capital Social Subscrito 2.3.2.02 Capital Social a Realizar 2.3.2. Reservas 2.3.2.01 Reservas de Capital 2.3.2.02 Reservas de Lucros 2.3.3 Prejuízos Acumulados 2.3.3.01 Prejuízos Acumulados de Exercícios Anteriores 2.3.3.02 Prejuízos do Exercício Atual 3 CUSTOS E DESPESAS 3.1 Custos dos Produtos Vendidos 3.1.1 Custos dos Materiais 3.1.1.01 Custos dos Materiais Aplicados 3.1.2 Custos da Mão-de-Obra 3.1.2.01 Salários 3.1.2.02 Encargos Sociais 3.2 Custo das Mercadorias Vendidas 3.2.1 Custo das Mercadorias 3.2.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 3.3 Custo dos Serviços Prestados 3.3.1 Custo dos Serviços 3.3.1.01 Materiais Aplicados 3.3.1.02 Mão-de-Obra 3.3.1.03 Encargos Sociais 3.4 Despesas Operacionais 3.4.1 Despesas Gerais 3. 4.1.01 Mão-de-Obra 3.4.1.02 Encargos Sociais 3.4.1.03 Aluguéis 3.5 Perdas de Capital 3.5.1 Baixa de Bens do Ativo Não Circulante 3.5.1.01 Custos de Alienação de Investimentos 3.5.1.02 Custos de Alienação do Imobilizado 4 RECEITAS 4.1 Receita Líquida 4.1.1 Receita Bruta de Vendas 4.1.1.01 De Mercadorias 24 4.1.1.02 De Produtos 4.1.1.03 De Serviços Prestados 4.1.2 Deduções da Receita Bruta 4.1.2.01 Devoluções 4.1.2.02 Serviços Cancelados 4.2 Outras Receitas Operacionais 4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes 4.2.1.01 Receitas de Alienação de Investimentos 4.2.1.02 Receitas de Alienação do Imobilizado A codificação do Plano de Contas deve ser elaborada utilizando-se de vários níveis de detalhamento, de modo a atender aos seus usuários dentro de uma lógica de classificação das diversas operações correspondentes aos atos ou fatos contábeis realizados. As contas poderão ser codificadas como contas de primeiro grau, segundo grau, terceiro grau, quarto grau e quinto grau, conforme detalhado: Principais Grupos de Contas em um Plano de Contas Como visto, o plano de contas é dividido em quatro grandes grupos: Ativos Passivos Receitas Despesas Dentro de cada um destes grupos são criadas as contas sintéticas, que por sua vez são detalhadas em contas e subcontas. 25 O Plano de Contas deve ser tão detalhado quanto for o interesse da empresa. Não existem regras que estabeleçam o número máximo ou o número mínimo de contas que deve conter um plano de contas. É preciso que se saiba, todavia, que o plano de contas deve ser suficientemente elástico para permitir a inclusão de novas contas, sempre que elas se fizerem necessárias. Repetimos, o grau de detalhamento do plano de contas varia segundo o interesse do contador e da empresa levando em consideração, sempre, a necessidade de registrar todas as ocorrências da vida de uma empresa. TÉCNICA DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTAS O Plano de contas deve possuir contas em número suficiente para registrar todos os valores positivos, todos os valores negativos, todos os ingressos e todas as despesas de forma detalhada a fim de evitar confusões. Na preparação do Plano de Contas deve-se iniciar do grupo maior para os grupos menores, ou seja, do geral para o particular. Assim, podemos dizer que o nosso plano de contas pode se dividir em quatro grandes grupos; a) CONTAS PATRIMONIAIS: 1- ATIVO 2- PASSIVO e PATRIMONIO LÍQUIDO b) CONTAS DE RESULTADO: 3- RECEITAS 4- DESPESAS Para codificação do plano de contas não existe regras estabelecidas sobre a forma de codificar o plano de contas. Porém muitas vezes adota-se um código numérico, pois eles oferecem uma maior facilidade de ordenamento. Adotado o código numérico, as contas de primeiro grau serão designadas pelos seguintes dígitos: 1 - designando as contas do ATIVO 2 – designando as do PASSIVO e do PATRIMONIO LIQUIDO 3 – designando as CONTAS DE RESULTADO 26 Assim, para buscarmos uma conta representativa de um bem ou direito (uma conta ativa) procuraremos uma cujo dígito codificador inicial seja “1”. Quando quisermos uma conta representativa de uma obrigação (uma conta passiva) ou uma conta que represente uma parte do patrimônio líquido procuraremos uma conta cujo dígito inicial seja “2”. Já as contas de resultado serão procuradas pelo dígito 3, indicativo do grupo a que pertencem. O sistema de graduação das contas funciona como se fosse uma árvore (ou melhor, três árvores), uma para o ativo, uma para o passivo e outra para as contas de resultado. As contas de primeiro grau representam os agrupamentos principais: 1. ATIVO agrupando todas as contas que representam bens ou direitos da empresa; 2. PASSIVO agrupando todas as contas que representam as obrigações da empresa e o capital próprio (Patrimônio líquido); 3. CONTAS DE RESULTADO agrupando as contas de resultado. Seu saldo representa uma receita, um ingresso, um lucro, quando credor, ou uma despesa, um gasto, uma perda, quando devedor. As contas de segundo grau são aquelas que representam o agrupamento de contas em que se divide o ativo, o passivo e as contas de resultado, com o mesmo ordenamento em que é feita a apresentação das demonstrações contábeis; assim, teremos dentro do ativo, os seguintes grandes grupos: Todos as contas do Ativo encontram-se discriminadas no lado esquerdo do Balanço Patrimonial e são classificadas em ordem decrescente do grau de liquidez dos elementos patrimoniais que representam. Ou seja, de acordo com a rapidez com que podem ser convertidas em dinheiro (ordem de liquidar as dívidas, de pagar os compromissos). Os ítens de maior liquidez aparecem no começo do Ativo, já os de menor liquidez aparecem em último lugar. Ex.: a conta Caixa é a de maior liquidez, encontrando-se no topo. Já a conta Máquinas e Equipamentos tem uma liquidez menor, encontrando-se classificada mais abaixo, pois não possui o mesmo potencial que a conta Caixa para ser convertida em dinheiro. Todas as contas do Passivo encontram-se discriminadas no lado direito do Balanço Patrimonial e são classificadas segundo a ordem decrescente de exigibilidade. As contas são originadas de recursos de terceiros e são classificadas 27 de acordo com o seu vencimento, isto é, aquelas contas que serão liquidadas mais rapidamente (curto prazo) aparecem no topo da coluna do Passivo, e as que serão pagas em um prazo maior (longo prazo) aparecem mais para o final. Já no Patrimônio Líquido (PL) (que faz parte do Passivo), também do lado direito do Balanço Patrimonial, as contas são originadas de recursos próprios, como investimentos feitospelos proprietários (dinheiro aplicado) para abertura da empresa, por reserva de lucros, prejuízos ou lucros acumulados, etc. Quando o saldo do PL aumenta, significa que a empresa ficou mais rica. Quando o saldo do PL diminui, significa que ela ficou mais pobre. 1- ATIVO: 1.1 – ATIVO CIRCULANTE – Este grupo agrega as contas que representam os valores disponíveis em caixa, em bancos, os valores a receber até a data do próximo balanço, os estoques e as despesas pagas antecipadamente e que influenciarão os resultados do exercício seguinte. Este grupo pode ser dividido em outros subgrupos de acordo com as necessidades e conveniências. 1.2 – ATIVO REALIZAVEL A LONGO PRAZO – Este grupo agrega as contas que representam os valores a receber (0s direitos) que só venham a vencer após o balanço seguinte. 1.3 – ATIVO PERMANENTE – Neste grupo agregam-se as contas representativas dos bens adquiridos com caráter permanente, adquiridos com a intenção de usá-los, sem a intenção de revendê-los. Este grupo se divide em três outros grupos distintos: 1.3.01 – INVESTIMENTOS – Agrupa as contas que representam as aplicações de recursos financeiros em outras empresas ou em bens que não mantenham relação com a atividade objeto da empresa; 1.3.02 – IMOBILIZAÇÕES – Aqui se agrupam as contas que representam as aplicações de recursos financeiros que visam a manutenção da atividade objeto da empresa e a s respectivas contas de regularização. 1.3.03 – DIFERIDO – Este é o grupo que agrega as contas que representam as despesas que influenciarão o resultado de vários exercícios futuros, tais como: despesas pré-operacionais e benfeitorias em imóveis de terceiros. 28 2 – PASSIVO: 2.1 – PASSIVO CIRCULANTE – Reúne as contas representativas das obrigações da empresa, vencíveis no decurso do exercício seguinte (antes do próximo balanço); 2.2 – PASSIVO EXIGIVEL A LONGO PRAZO – Agrupa as contas que representam as obrigações que tiverem seu vencimento após o decurso do exercício seguinte (após o próximo balanço) 2.3 – RESULTADO DE EXERCICIOS FUTUROS – Neste grupo são reunidas as contas que representam as receitas e despesas relativas a obras cujo ciclo operacional seja superior a um ano. Ex.: a construção de um edifício; etc.. 2.4 – PATRIMÔNIO LIQUIDO Este grupo de contas representa o patrimônio líquido da empresa, formado pelo seu capital social, suas reservas e lucros ou prejuízos acumulados. RESULTADO DO PERÍODO Este é o grupo que agrega as contas de toda natureza que representem ingressos, receitas ou lucros de um lado e, de outro, as contas que representam custos, despesas ou perdas 3.1 – RECEITA BRUTA – Reúne as contas que representam a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços, ou apenas de serviços; 3.2 – ABATIMENTOS DA RECEITA BRUTA – Reúne as contas que representam as vendas anuladas, os descontos incondicionais e os impostos incidentes sobre as vendas, dos quais o comerciante é mero repassador (ICMS, PIS e COFINS). 3.3 – CUSTO DAS VENDAS – Neste grupo se reúnem as contas utilizadas na apuração do Custo das mercadorias vendidas: Mercadorias estoque (EI); Compras à vista; Compras a prazo; Fretes sobre compras e Devolução de compras. 3.4 – DESPESAS OPERACIONAIS – Todas as despesas necessárias à atividade geral da empresa, tendo em vista o fim a que ela se propõe. Este grupo, geralmente, é dividido em subgrupos de acordo com o interesse da empresa. (Despesas com vendas, Despesas administrativas, Despesas Financeira, etc.) 29 3.5 – RECEITAS NAO OPERACIONAIS – São as receitas que não mantém vinculação com a atividade objeto da empresa. A receita apurada na venda de um bem do ativo imobilizado é um exemplo de receita não operacional. 3.6 – DESPESAS NÃO OPERACIONAIS – Despesas que não mantém vinculação com a atividade a que a empresa se propôs. A baixa, pelo valor contábil, de bem do ativo permanente alienado. REFERÊNCIAS IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de Contabilidade. Ed. Atlas. Sexta Edição. São Paulo, 2003 Portais: 30 Só Contabilidade; e Tributário. Folha de exercícios nº 3 Aplicada em: 2016 Banca: CESPE Órgão: TCE-SC Prova: Auditor Fiscal de Controle Externo - Contabilidade Acerca do método de custeio ABC, julgue o item subsequente. O método ABC é vantajoso porque, além de estar em conformidade com os princípios contábeis geralmente aceitos, elimina todas as distorções causadas pela arbitrariedade que envolve o processo de rateio dos custos indiretos. ( ) Certo ( ) Errado Aplicada em: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: Profissional Júnior De acordo com o enfoque técnico-conceitual da contabilidade de custos, o método de custeamento baseado em atividades (ABC) tem sua sustentação no seguinte conceito: a Na alocação de custos não há débito sem crédito de igual valor. b Produtos consomem atividades e atividades consomem recursos. c Recursos incorridos são alocados diretamente aos produtos. d Departamentos consomem custos e produtos acolhem recursos. e Atividades são direcionadores dos departamentos produtivos. Aplicada em: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: SEFAZ-BA Prova: Auditor Interno O custeio por atividades, em sua essência, permite uma melhor alocação dos custos indiretos, diminuindo o grau de arbitrariedade que o sistema de rateio tradicional normalmente impõe. Desta forma, podemos nos deparar com a seguinte situação: 31 Qual a alternativa apresenta uma avaliação correta em relação à aplicação do custeio por atividades? a O custeio por atividades promove uma diminuição dos custos indiretos alocados aos produtos. b Em relação ao produto B, não é vantajosa a aplicação do custeio por atividade. c Melhora significativamente a base de informação para tomada de decisões. d O custeio por atividades promove um aumento dos custos indiretos alocados aos produtos. e Para o caso de mais de um produto fabricado, nem sempre é adequada a aplicação do custeio por atividades. Aplicada em: 2014 Banca: CESPE Órgão: ANATEL Prova: Especialista em Regulação - Contabilidade A respeito da alocação de custos no custeio baseado em atividades, julgue o item seguinte. No segundo estágio de alocação de custos de um sistema de custeio baseado em atividades, os custos das atividades são distribuídos aos objetos de custeio, que podem ser produtos, serviços, clientes ou outros objetos. ( ) Certo ( ) Errado
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