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Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 1 – LINGUAGEM JURÍDICA – ALUNO – 2017 – 2 Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 2 A LINGUAGEM ESCRITA: ENTENDIMENTO DO TEXTO Três definições cabem aqui, a título de esclarecimento inicial: Língua → Sistema de signos vocais, eventualmente gráficos (escritos), próprio de uma comunidade de indivíduos, que o utilizam como instrumento de comunicação. Linguagem → Todo sistema de signos usado para a comunicação (letras, palavras, desenhos, símbolos etc.). A linguagem representa o pensamento e funciona como instrumento mediador das relações sociais. Há vários modos e meios de relações sociais, assim como há vários modos de viver e de externar, portanto, uma determinada cultura. Ora, as variações socioculturais contribuem para as diversificações da linguagem; só não são mais graves as dificuldades dessa diversificação porque há um esforço social para a configuração de uma linguagem comum básica, controlada por normas linguísticas. ►E a linguagem Técnica? Está bem próxima da linguagem padrão normal, com um esforço voltado para a racionalidade, a clareza e a objetividade. Tem sua linguagem específica, seus termos próprios e técnicos, seu modo de apresentação com “marcas” facilmente identificáveis. Cabe ainda lembrar os TIPOS DE LINGUAGEM verbal mais comuns: a) Culta – permite a identificação de um padrão comum unificador a todos os falantes da mesma língua. A linguagem culta deve ser usada “em situações formais que requerem um maior cuidado com o uso da língua, como uma entrevista de emprego, uma apresentação de trabalho acadêmico, [...] a elaboração de uma peça processual” (ANDRADE; GABRIEL, 2005, p. 14)1. Assim, a correção gramatical deve ser observada aí. A linguagem culta não é necessariamente preciosista, antipática ou enfeitada demais (com termos eruditos ou em desuso); deve ser clara e objetiva, observando as normas. Tem gente que vai na igreja por obrigação. (forma não-culta) Há gente que vai à igreja por obrigação. (forma culta) b) Coloquial – usada no dia a dia, em “[...] situações informais, em que os usuários da língua estão à vontade, sem se preocupar com o rigor gramatical. [...] A preocupação, neste caso, é muito mais com o conteúdo do que com a forma” (A&G, 2005, p. 14). Foi eu e meus amigos no baile de formatura de... (forma coloquial) Fomos meus amigos e eu ao baile de formatura... (forma culta) 1 ANDRADE, Valdeciliana S. Ramos; GABRIEL, Valéria C. Barbosa. Os meandros discursivos do texto jurídico: da leitura à produção. Vitória: Editora, 2005. Daqui por diante, toda referência a esta obra será feita a partir do seguinte código: A&G, 2005, p. X. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 3 ─ Me dá licença! (coloquial) ─ Dê-me licença! (culta) c) Regional – falada segundo cada região do país, com diferenças marcantes quanto ao significado de certas palavras e expressões. Não pode ser inserida nos conceitos de certo e errado; tem validade mais garantida dentro da região em que se originou, mas deve ser respeitada como variante legítima de uma língua. Algumas regiões apresentam maior número de variações que outras, porém isso é meramente resultado das complexas formações populacionais e culturais. Seu uso em situações formais, entretanto, não é recomendável. Vejamos: Iah Uai Bah Tchê Vixe Têm a mesma legitimidade A bola pocou. O policial pocou a cara do bandido. Poquei o dedo na pedra. d) Grupal – reservada a meios técnicos, profissionais, ou a “[...] determinados grupos sociais para estabelecer diferença em relação a outras pessoas, neste caso, é chamada [também] de gíria” (A&G, 2005, p. 15). Data vênia, doutor, prefiro a versão da peça vestibular. ─ Fala aí, brother! / O zagueiro pôs a bola onde dorme a coruja! A logística também depende diretamente de boa análise de swot. e) Literária – procura chamar a atenção para vários aspectos da língua (e não apenas para o assunto), como a sonoridade, as várias significações dos termos e do jogo de ideias. O autor não quer simplesmente informar, mas insinuar, sugerir, provocar efeitos. É pouco objetiva, pois prioriza a emoção, a subjetividade, a expressão lírica, a arte. Observe alguns trechos: A mão da noite embrulha os horizontes. Todos os guarda-chuvas do mundo estão abertos e a gente respira o escuro como se trouxesse a morte das coisas para dentro. (Nélio Cruz) A minha alma está armada / e apontada para a cara do sossego. (O Rappa) Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 4 LINGUAGEM ESCRITA Desde já é preciso destacar que tão errado quanto falar como se escreve é escrever como se fala. Escrever e falar são dois códigos totalmente diferentes. Como ponderam Valdeciliana Andrade e Valéria Gabriel, “A linguagem escrita não é tão espontânea quanto a falada. Diante do papel, que tem um caráter perene [duradouro], o emissor de uma mensagem sempre pensa duas vezes antes de escrever, principalmente porque não possui outros recursos da expressão oral” (A&G, 2005, p. 16). Veja algumas comparações importantes entre os dois meios nos quadros da página seguinte: F A L A • O falante e o ouvinte estão geralmente próximos, o que apoia a comunicação e possibilita a ambos escolher sobre o que dizer e como dizer; • utilizam-se aqui também a linguagem do corpo (gestos, expressões) e o tom de voz como pistas de intenção; • quem fala procura manter o controle da situação ou ganhar tempo, usando apoios do tipo Ééé... Hum... entendeu?... • aparecem falas truncadas, bruscamente interrompidas; o falante passa de um assunto a outro por livre associação de ideias. E S C R I T A • O “falante” (autor) e o “ouvinte” (leitor) estão distantes; • substitui-se a linguagem do corpo por estratégias da língua escrita (pontuação, as palavras e o modo de citá-las); • não há possibilidade imediata de verificar se o leitor está entendendo como se espera; o texto pode deixar pistas de interpretação, mas sem controle total sobre isso; • as frases precisam ser calculadamente distribuídas, e as interrupções nem sempre são possíveis; as ideias devem estar encadeadas em sentido crescente e cumulativo. Cabe ao aluno, ao profissional, enfim, adequar sua linguagem e o meio de expressão diante das situações em que se encontra. A linguagem escrita, por ser utilizada em menor escala no dia a dia por uma pessoa (salvo exceções, a gente fala muito mais do que escreve), deve ser realizada com mais atenção e propriedade. ENTENDIMENTO E PERCEPÇÃO DA MENSAGEM TEXTUAL Tome-se leitura como o entendimento crescente e cumulativo de um texto, o que significa levar em conta desde suas menores estruturas (palavras, acentuação, pontuação) até mecanismos medianos (expressões, frases, parágrafos) e o texto-final. Devem ser observadas ainda a intenção da mensagem escrita e a situação (o contexto) na qual está inserida; tudo isso influencia e atua no seu significado. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 5 Às vezes, o entendimento de uma palavra ou de uma frase pode ser fundamental para a apreensão do significado de um texto sem equívocos. Por isso, em todo momento, recorreremos ao entendimento do código textual em relação a sua forma padrão de escrita (forma que pode ser etimologicamente compreendida ou que, não raro, ser produto de arbitrariedade linguística). Mesmo que várias de suas normas possam ser analisadas mecanicamente, de modo isolado, o estudo prático do português no terceirograu pretende mais a viabilização do ato comunicativo eficaz do que o panorama analítico de toda a gramática. PROPOSTA ALGUNS EXEMPLOS DE EXPRESSÕES COM SIGNIFICADO RESTRITO 1 – “O cliente alega não ter pagado a conta em dia porque estava desapercebido”. O cliente estava: a) desacreditado c) desprovido de dinheiro b) desatento d) desempregado 2 – O índice será reajustado bimensalmente; significa dizer que será reajustado: a) a cada dois meses. b) duas vezes no período de dois meses. c) duas vezes por mês. d) uma vez por semestre e) nenhum dos casos. 3 – Em princípio, todos deveriam ter votado. Ou seja: a) no início, todos deveriam ter votado. b) na teoria, todos deveriam ter votado. c) na verdade, todos deveriam ter votado. d) na dúvida, todos deveriam ter votado. e) Na realidade, todos deveriam ter votado. 4 – O distrato deixou o gerente numa péssima situação. Quer dizer: a) as ofensas deixaram o gerente assim (o modo negativo como foi tratado). b) a rescisão deixou o gerente assim. c) a falta de educação deixou o gerente assim. d) nenhum dos casos. 5 – A verdade emergiu. Então, a verdade: a) sumiu. b) tornou-se algo de emergência. c) apareceu. d) nenhum dos casos. 6 – O rapaz emprestou o dinheiro de sua tia. Significa que: a) o rapaz tomou dinheiro emprestado da sua tia. b) o rapaz cedeu o dinheiro da tia para alguém, como empréstimo. c) o rapaz pediu dinheiro à tia. d) nenhum dos casos. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 6 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO A comunicação está associada à linguagem e interação, de forma que representa a transmissão de mensagens entre um emissor e um receptor. De tal maneira, a palavra comunicação é um termo derivado do latim (“communicare”) e significa “partilhar, participar de algo, tornar comum”, sendo, portanto, um elemento essencial da interação social humana. Sendo assim, os elementos que compõem a comunicação são: Elementos da Comunicação Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que emite a mensagem para um ou mais receptores, por exemplo, uma pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre outros. Receptor: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem recebe a mensagem emitida pelo emissor. Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o conteúdo, o conjunto de informações transmitidas pelo locutor, por isso. Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem será transmitida, por exemplo, jornal, livro, revista, televisão, telefone, dentre outros. Contexto: Também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa em que estão inseridos o emissor e receptor. Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a mensagem não é decodificada de forma correta pelo interlocutor, por exemplo, o código utilizado pelo locutor, desconhecido pelo interlocutor; barulho do local; voz baixa; dentre outros. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 7 - Codificar: transformar, num código conhecido, a intenção da comunicação ou elaborar um sistema de signos; - Descodificar: decifrar a mensagem, operação que depende do repertório (conjunto estruturado de informação) de cada pessoa; - Feedback: corresponde à informação que o emissor consegue obter e pela qual sabe se a sua mensagem foi captada pelo receptor. LINGUAGEM VERBAL: as dificuldades de comunicação ocorrem quando as palavras têm graus distintos de abstração e variedade de sentido. O significado das palavras não está nelas mesmas, mas nas pessoas (no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e interpretar as palavras); LINGUAGEM NÃO-VERBAL: as pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, a entoação são também importantes: são os elementos não verbais da comunicação. Fique Atento!!! A comunicação somente será efetivada se o receptor decodificar a mensagem transmitida pelo emissor. Em outras palavras, a comunicação ocorre a partir do momento que o interlocutor atinge o entendimento da mensagem transmitida. Nesse caso, podemos pensar em duas pessoas de países diferentes e que não conhecem a língua utilizada por elas (russo e mandarim), sendo assim, o código utilizado por elas é desconhecido e, portanto, a mensagem não será inteligível para ambas, impossibilitando o processo comunicacional. PROPOSTA 1) Através da linguagem não verbal, o artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego aborda a triste realidade do trabalho infantil O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 8 a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais. b) estabelecer uma postura proativa da sociedade. c) provocar a reflexão sobre essa realidade. d) propor alternativas para solucionar esse problema. e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo. 2) A linguagem não verbal pode produzir efeitos interessantes, dispensando, assim, o uso da palavra. (Cartum de Caulos, disponível em www.caulos.com.) O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em oposição às outras e representa a a) opressão das minorias sociais. b) carência de recursos tecnológicos. c) falta de liberdade de expressão. d) defesa da qualificação profissional. e) reação ao controle do pensamento coletivo. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 9 3) Ao aliar linguagem verbal e não verbal, o cartunista constrói um interessante texto com elementos da intertextualidade Sobre o cartum de Caulos, assinale a proposição correta: I. A linguagem verbal é desnecessária para o entendimento do texto; II. Linguagem verbal e não verbal são necessárias para a construção dos sentidos pretendidos pelo cartunista; III. O cartunista estabelece uma relação de intertextualidade com o poema “No meio do caminho”, de Carlos Drummond de Andrade; IV. O cartum é uma crítica ao poema de Carlos Drummond de Andrade, já que o cartunista considera o poeta pouco prático. a) Apenas I está correta. b) II e III estão corretas. c) I e IV estão corretas. d) II e IV estão corretas. 4) Sobre as linguagens verbal e não verbal, estão corretas, exceto: a) a linguagem não verbal é composta por signos sonoros ou visuais, como placas, imagens, vídeos etc. b) a linguagem verbal diz respeito aos signos que são formados por palavras. Eles podem ser sinais visuais e sonoros. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 10 c) a linguagem verbal, por dispor de elementos linguísticos concretos, pode ser considerada superior à linguagem não verbal. d) linguagem verbal e não verbal são importantes, e o sucesso na comunicação depende delas, ou seja, quando um interlocutor recebe e compreende uma mensagem adequadamente. 5) Leia atentamente e responda: 01- Responda V para verdadeiro e F para falso: ( ) A linguagem verbal é aquela que se utiliza da palavra na transmissão da mensagem. ( ) As histórias em quadrinhos, geralmente, apresentam linguagem verbal e não-verbal. ( ) As placas de trânsito se utilizam de linguagem verbal. ( ) Linguagem verbal é aquela que transmite mensagens através de palavras e gestos. ( ) Os gestos, os símbolos, os desenhos, as placas são exemplos de linguagem não-verbal.6) Coloque C para afirmações corretas e E para afirmações erradas. A ( ) Linguagem é a faculdade que tem o homem de exprimir seus estados mentais por meio do processo de interação comunicativa. B ( ) A linguagem não é exclusiva do homem, uma vez que outros seres podem utilizá-la. C ( ) A língua é o mais completo e natural sistema de comunicação. D ( ) A língua é estática, isto é, não evolui com o processo de desenvolvimento da comunidade. E ( ) As línguas apresentam-se sob as formas oral e escrita. F ( ) Quando nos comunicamos por meio de palavras (oral ou escrita), estamos utilizando a linguagem verbal. G ( ) Se fazemos uso de gestos e sinais em nossa comunicação, estamos utilizando a linguagem não verbal. H ( ) Receptor é o falante da mensagem; emissor é o ouvinte da mensagem. I ( ) Fala é a utilização individual da língua; é um fenômeno fonético (sons). J ( ) A língua está sempre atualizada com novas palavras, por isso move-se rapidamente. K ( ) A língua é potencial, social e possui código com estrutura própria. L ( ) A linguagem verbal é mais rápida e eficaz que a linguagem visual, uma vez que transmite a mensagem de forma completa e objetiva. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 11 7) Leia o texto abaixo e complete as lacunas a seguir. “Diariamente, duas horas antes do caminhão da prefeitura, a gerência de um restaurante da cidade deposita na calçada dezenas de sacos plásticos com restos de sanduíches.” A mensagem do texto foi transmitida através da linguagem ...................(verbal/não verbal), utilizando um código estruturado denominado ....................(língua/fala). Por ser um emprego individual da ....................(língua/fala), é uma representação ........................(oral/escrita) da .....................(língua/fala). 8) Diga se as frases são exemplos de registro coloquial, culto ou popular. a) Traga o prato pra mim comer. .................. b) “Quando oiei a terra ardendo / Quá foguera de são João.” .................. c) Qué apanha, sordado? Qué apanhá?................... d) Dê-me um cigarro / Diz a gramática /Do professor e do aluno / E do mulato sabido. .................. e) Me perco nesse mar de solidão. ...................... f) Cem mil pessoas morreram. ................... g) A gente não sabe mais o que fazer. ..................... 9) Qual variedade linguística (culta ou coloquial) podemos ou devemos usar nas seguintes situações? a) Falando em público sobre o meio ambiente...................... b) Numa mensagem de celular para um amigo. ......................... c) Numa mensagem de celular para seu professor de português. ..................... d) Numa carta de reclamação para a presidente Dilma. .................. e) Numa conversa entre amigos. ...................... f) Num debate ou conferência sobre o Bullying. ...................... g) Num bilhete para sua mãe. ...................... h) Numa redação solicitada pelo professor de português. ...................... Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 12 O TEXTO ARGUMENTATIVO E A ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA O ARGUMENTO Para compreender a argumentação, deve-se abandonar o conceito binário de certo/errado. No Direito, concorrem teses diferentes e, não necessariamente, existe uma verdadeira e a outra falsa. O que existe é, no momento da decisão, uma tese mais convincente do que as demais. Argumentar é a arte de procurar, em situação comunicativa, os meios de persuasão disponíveis. A argumentação processa-se por meio do discurso, ou seja, por palavras que se encadeiam, formando um todo coeso e cheio de sentido, que produz um efeito racional no ouvinte. Quanto mais coeso e coerente for o discurso, maior será sua capacidade de adesão à mente do ouvinte; portanto, este o absorverá com facilidade, deixando transparecer menores lacunas. ARGUMENTO E VERDADE A argumentação não se confunde com a lógica formal, não sendo, então, equivalente à demonstração analítica, absoluta, como acontece, por exemplo, em uma equação matemática. Em uma equação matemática verdadeira, somente se admite um resultado, fixando-se as variáveis. Sua resolução, passada em uma demonstração analítica, quaisquer que sejam os métodos válidos pelos quais ela ocorra, sempre se chegará a um mesmo resultado. Imaginemos dois matemáticos discutindo o resultado de uma equação bastante complexa. Cada um deles utiliza um método de resolução, mas chegam a resultados diferentes: o matemático A demonstra que a proposição resulta em 350, enquanto o B demonstra que ela, em vez disso, traz forçosamente o resultado de 700. O que se deduz desse contexto? Evidentemente, um dos matemáticos, A ou B, está errado! O matemático lida com números, e estes representam, antes de tudo, exatidão. Na matemática, ou em outras ciências exatas, não existem opiniões ou posicionamentos, porque os números não o permitem. São linguagem artificial. Mas, é um erro tentar aplicar ao Direito essa mesma premissa. Quem argumenta não trabalha com a exatidão numérica, por isso se afasta do conceito binário de verdadeiro/falso, sim/não. Quem argumenta trabalha com o aparentemente verdadeiro, com o talvez seja assim, com aquilo que é provável. E, diante dessa carga de probabilidade com a qual se opera, surge a possibilidade de argumentos combinados comporem teses totalmente diversas, sem que se possa dizer que uma delas esteja certa ou errada, mas apenas podendo- se afirmar que uma delas seja mais ou menos convincente. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 13 Vejamos um exemplo: Conta-se que, em um plenário do júri, um promotor exibia aos jurados as provas processuais. Procurava, portanto, na prática de um discurso judiciário, convencer os jurados a respeito de sua tese. Mostrava a eles, com muita propriedade, argumentando que o laudo elaborado pela polícia técnica concluía que havia 99% de chance de que o projétil encontrado no corpo da vítima fatal houvesse sido disparado pelo revólver de propriedade do réu. Queria dizer o acusador que o réu não poderia, diante daquela prova concreta, negar a autoria do crime. Diante de tal fortíssimo argumento – a probabilidade matemática – o defensor, em tréplica, formulou aos jurados a seguinte pergunta retórica: “Suponhamos que eu tivesse um pequeno pote com cem balinhas de hortelã. E que eu, então, pegasse uma delas, tirasse do papel celofane que a envolve e, dentro dela, injetasse uma dose letal de um veneno qualquer. Em seguida, que eu embrulhasse novamente o caramelo letal, colocasse dentro do pote com outras 99 balinhas idênticas e misturasse todas. Teria algum dos jurados coragem de tirar do pote um caramelo qualquer, desembrulhá-lo e saboreá-lo? Certamente que não. Pois, se ninguém se arrisca à morte ainda que haja 99% de chance de apenas se saborear um caramelo de hortelã, ninguém pode condenar o acusado, ainda que haja 99% de chance de haver disparado sua arma contra a vítima!" Lançando mão desse argumento, o defensor conseguiu a absolvição de seu cliente. Analisemos o exemplo. Trata-se de um discurso em que duas partes defendiam posicionamentos contrários, cada qual com seu argumento. A acusação procurava comprovar ser o réu o autor de um crime, enquanto a defesa negava tal autoria. Daí que, quando a acusação trouxe um argumento forte, a defesa procurou enfraquecê-lo perante os jurados. Assim se esquematiza a argumentação: Acusação: argumento forte, com uma prova concreta - 99 chances em 100 de que a arma que efetuara os disparos fosse a do acusado, o que o colocaria, indiscutivelmente, como autor do crime. Defesa:argumento mais fraco matematicamente: uma chance em 100 de que a arma não fosse a que efetuara os disparos. Todavia, esse 1% não autoriza a certeza, como demonstrou seu exemplo dos caramelos de hortelã. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 14 Note-se que, nessa argumentação, cada qual tinha sua parcela de razão, embora ambos procurassem comprovar teses totalmente opostas. Porém, ao mesmo tempo em que valorizavam sua razão, ambos os argumentantes tinham sua parcela de falta de razão: ao argumento acusatório faltava revelar que realmente existia uma probabilidade de a arma letal não ser a do acusado, enquanto ao argumento de defesa faltou dizer que, apesar da falta de certeza, as probabilidades apontavam fartamente para a razão da acusação. A boa argumentação consistiu, no caso concreto, em valorizar para o ouvinte, no caso os jurados, aquilo que é meramente provável como se verdadeiro fosse. Tanto não é verdade que daquela porcentagem pertinente à criminalística se possa inferir ser um acusado real autor de um crime (porque 99% não são 100%), quanto não é de todo verdade a conclusão que a defesa pretende inferir: a de que o teste de balística não pode ser levado em consideração para a constituição da culpa do acusado. Porque o processo não é matemático, mas matéria humana, não existe uma conclusão única: acusação e defesa estão, ao mesmo tempo, certas e erradas! O argumento, então, antes de ser um modo de comprovação da verdade, é apenas um elemento linguístico destinado à persuasão. Argumento é elemento linguístico porque se exterioriza por meio da linguagem. E, por isso, elemento que aparece inserto em um processo comunicativo, devendo ser o mais eficiente possível. Argumento é destinado à persuasão porque procura fazer com que o leitor creia nas premissas e na conclusão do retor (mestre em retórica), ou seja, daquele que argumenta. DEBATE – EM SALA DE AULA – A FAVOR OU CONTRA? Delegado do Distrito Federal relata crime em forma de poesia A imprensa noticiou um caso curioso em agosto de 2011: um delegado fez o relatório de um crime em forma de poesia. Sua atitude gerou uma grande polêmica. De um lado, pessoas concordavam com a ideia de que a poesia deve fazer parte do cotidiano, independente da profissão, religião, ou qualquer outro segmento. Por outro lado, pessoas ponderavam que, em se tratando de criminalidade e justiça, os fatos precisam ser tratados de forma objetiva. O texto I é uma reportagem sobre o caso e o Texto II é o relatório/poesia escrito pelo delegado. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 15 TEXTO I O delegado Reinaldo Lobo, da 29ª DP, no Riacho Fundo, a 18 quilômetros de Brasília, surpreendeu a Corregedoria da Polícia Civil ao registrar, no dia 26 de julho, um crime em forma de poesia. O documento apresentado pelo delegado faz parte do inquérito policial, formado ainda pelo auto de prisão em flagrante e o relatório. A peça final, única feita em poesia, não foi aprovada e teve que ser refeita. O relatório dizia respeito a um crime de receptação, ocorrido na noite de 22 de julho, quando um homem foi flagrado por policiais militares na garupa de uma motocicleta roubada. A vontade de fazer um trabalho diferente motivou a redação do poema, disse o delegado. “O nosso trabalho é um pouco de idealismo. Apesar de muito árduo, ele é um pouco de fantasia, de você lutar pela reconstrução e pela melhora do mundo. Acho que isso traz muita realização e eu quis transformar isso em arte, daí a ideia da poesia.” No relatório em forma de poema, o delegado explica a inovação: "Resolvi fazê-lo em poesia/ pois carrego no peito a magia/ de quem ama a fantasia/ de lutar pela paz contra qualquer covardia". Lobo disse ao G1 que sua intenção era chamar a atenção de quem fosse ler o inquérito, afirmou. “Nos deparamos com situações difíceis. Naquela noite, tive vontade de transmitir uma mensagem a quem fosse ler aquele inquérito.” Apesar da criatividade, o relatório retornou da Corregedoria com o pedido de que fosse escrito nos padrões da polícia. Lobo achou melhor solicitar o ajuste a outro delegado. “Não existe nada que regre a redação oficial de um relatório. O Código de Processo Penal só exige que se narre o caso e se citem as informações importantes. O delegado deve ter liberdade de fazer isso”, defende. Esta foi a primeira vez que Reinaldo Lobo escreveu um relatório em poesia. Apesar de o formato não ter sido aceito pela Corregedoria, não houve nenhum tipo de punição ao delegado, que não abandonou completamente a ideia. “Vou tentar um diálogo com a Corregedoria para tentar ver o que é possível fazer em harmonia”, afirmou o delegado, fazendo rima. O homem que estava na garupa da motocicleta roubada foi autuado em flagrante por receptação. Até o envio do relatório, informa Lobo, o rapaz permanecia preso no sistema penitenciário, porque, como escreveu em seu inquérito-poema, "a fiança foi fixada/ e claro não foi paga". Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 16 TEXTO 2 Já era quase madrugada Neste querido Riacho Fundo Cidade muito amada Que arranca elogios de todo mundo O plantão estava tranquilo Até que de longe se escuta um zunido E todos passam a esperar A chegada da Polícia Militar Logo surge a viatura Desce um policial fardado Que sem nenhuma frescura Traz preso um sujeito folgado Procura pela Autoridade Narra a ele a sua verdade Que o prendeu sem piedade Pois sem nenhuma autorização Pelas ruas ermas todo tranquilão Estava em uma motocicleta com restrição A Autoridade desconfiada Já iniciou o seu sermão Mostrou ao preso a papelada Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 17 Que a sua ficha era do cão Ia checar sua situação O preso pediu desculpa Disse que não tinha culpa Pois só estava na garupa Foi checada a situação Ele é mesmo sem noção Estava preso na domiciliar Não conseguiu mais se explicar A motocicleta era roubada A sua boa fé era furada Se na garupa ou no volante Sei que fiz esse flagrante Desse cara petulante Que no crime não é estreante Foi lavrado o flagrante Pelo crime de receptação Pois só com a polícia atuante Protegeremos a população A fiança foi fixada E claro não foi paga E enquanto não vier a cutucada Manteremos assim preso qualquer pessoa má afamada Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 18 Já hoje aqui esteve pra testemunhá A vítima, meu quase chará Cuja felicidade do seu gargalho Nos fez compensar todo o trabalho As diligências foram concluídas O inquérito me vem pra relatar Mas como nesta satélite acabamos de chegar E não trouxemos os modelos pra usar Resta-nos apenas inovar Resolvi fazê-lo em poesia Pois carrego no peito a magia De quem ama a fantasia De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia Assim seguimos em mais um plantão Esperando a próxima situação De terno, distintivo, pistola e caneta na mão No cumprimento da fé de nossa missão Riacho Fundo, 26 de Julho de 2011. Del REINALDO LOBO 63.904-4" (Disponível em: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2011/08/delegado-do-distrito-federal- relata-crime-em-forma-de-poesia.html) Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 19 INSTRUÇÃO Agora, imagine que você, ao ler a página policial de um jornal, tenha se deparado com as informações contidas nos textos I e II. Você resolve, então, participar comentando sobre o uso da poesia do delegado ReinaldoLobo. DEBATA ORALMENTE DE FORMA ARGUMENTATIVA e que fique clara sua opinião: CONTRA OU A FAVOR? Ressalto: Seja claro e objetivo em sua análise argumentativa. DIFERENÇA ENTRE TESE E ARGUMENTO A TESE - constitui a ideia principal para a qual um texto pretende a adesão do leitor ou ouvinte: é o objetivo de convencimento do leitor ou ouvinte; representa o ponto de vista a ser defendido, com base em todas as informações (fatos) disponíveis sobre o caso concreto e nos limites permitidos pela norma. OS ARGUMENTOS são os motivos, as razões utilizadas para convencer o leitor da validade da tese. PROPOSTA Complete as frases abaixo com pequenos argumentos de forma que o texto faça sentido e tenha um argumento claro e objetivo. Exemplo: a) “Meu carro não é grande coisa, (TESE) ARGUMENTO: mas é o bastante para o que preciso. É econômico, nunca dá defeito e tem espaço suficiente para transportar toda a minha família.” b) Nosso namoro tem tudo para dar errado: (TESE) ARGUMENTO: Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 20 c) O Brasil é um país muito injusto: (TESE) ARGUMENTO: d) O governo deve imediatamente proibir toda e qualquer forma de propaganda de cigarro. (TESE) ARGUMENTO: e) A leitura auxilia no desenvolvimento da escrita. (TESE) ARGUMENTO: f) No país do futebol o esporte amador sofre com a falta de patrocínio. (TESE) ARGUMENTO: Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 21 RESUMO ARGUMENTATIVO E A ARGUMENTAÇÃO ORAL TEMAS: REFLEXÃO, DISCUSSÃO E ARGUMENTAÇÃO EM GRUPO – A FAVOR OU CONTRA? 1. REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL 2. EUTANÁSIA 3. PENA DE MORTE 4. COTAS RACIAIS 5. HOMOSSEXUALIDADE: RECONHECIMENTO DO VÍNCULO FAMILIAR E DO DIREITO À ADOÇÃO HOMOAFETIVAS 6. ABORTO 7. LEGALIZAÇÃO DA MACONHA Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 22 1. REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL A Maioridade penal, atualmente, é um tema contemporâneo e bastante polêmico entre os legisladores, juristas e brasileiros em geral, assunto esse que congrega múltiplos olhares quanto ao questionamento. Um fator preocupante, visto o aumento na incidência da criminalidade no Brasil. Os meios de comunicação em geral revelam uma lógica conflitante de ordem social e, nesse cenário, a população brasileira se divide entre aqueles que apoiam para que haja a redução da maioridade penal e aqueles que têm um posicionamento contrário a essa opinião. Surgem debates em todas as esferas do poder. Ainda uma outra preocupação: a máquina do Estado não possui tamanha capacidade estrutural para abrigar tantos menores e as condições socioeducativas são precárias. Mas, até que ponto os legisladores poderão alterar a legislação? Há necessidade de produzir uma trajetória que pudesse reformular o Estatuto da Criança e Adolescente por meio do endurecimento das leis e tipos penais? Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 23 2. EUTANÁSIA NO CAMPO JURÍDICO Eutanásia sempre gerou muita polêmica no Brasil, pois inflama paixões de ambos os lados, porquanto aqueles que a defendem, esgrimam com argumentos que são relevantes, todavia jamais decisivos, de forma a trazer segurança, inclusive jurídica para sua prática. A palavra eutanásia traz sua construção semântica dividida em "eu", que significa “boa” e "thanatos", que significa morte, de forma que a origem da palavra revelava o que se pensava ser boa morte, piedosa, altruísta, caridosa, etc. Hoje, no Brasil, a eutanásia é crime, podendo caracterizar o ilícito penal de várias formas. Vejamos uma delas: caso um terceiro, médico ou familiar do doente terminal lhe dê a morte, estaremos diante do homicídio que, eventualmente, teria tratamento penal privilegiado, atenuando-se a pena, pelo relevante valor moral que motivou o agente; assim, o juiz poderia reduzir a pena de um sexto a um terço. Esse homicídio, mesmo privilegiado, não leva em conta, se houve ou não consentimento da vítima para descaracterizar o crime, aliás, mesmo em havendo tal consentimento, se haveria de desconfiar sobre sua lucidez e independência para decidir sobre a própria vida. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 24 3. PENA DE MORTE A pena capital ainda é aplicada em muitos países, inclusive em nações consideradas desenvolvidas, forma esta a tratar questões de delitos praticados pelos seus cidadãos de forma consideradas cruel e desumana. O fato é que, até hoje, não se comprovou que a pena de morte tenha provocado diminuição considerável dos delitos vinculados, nem que tenha impedido a atuação de pessoas na prática dos crimes cominados com essa pena capital. No Brasil, a pena máxima para todo e qualquer delito é de 30(trinta) anos de reclusão, conforme prevê a nossa legislação, não havendo permissão para implantação da pena de morte, em única exceção nos períodos de guerras, de acordo com ao artigo 5º Inciso XLVII da Constituição Federal: - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 25 4. COTAS RACIAIS As cotas raciais são um modelo de ação afirmativa implantado em alguns países para amenizar desigualdades sociais, econômicas e educacionais entre raças. A primeira vez que essa medida foi tomada data de 1960, nos Estados Unidos, para diminuir a desigualdade socioeconômica entre brancos e negros. No Brasil, as cotas raciais ganharam visibilidade a partir dos anos 2000, quando universidades e órgãos públicos começaram a adotar tal medida em vestibulares e concursos. Independentemente do tipo de cota racial, para ser beneficiada a pessoa precisa assinar um termo autodeclarando sua raça e, às vezes, passar por uma entrevista. O assunto é bastante polêmico e nada indica que, um dia, deixará de ser. O Brasil tem, atualmente, a segunda maior população negra do mundo (atrás apenas da Nigéria) e é inegável que o país tem uma dívida histórica com negros e indígenas. Por outro lado, as cotas raciais já prejudicaram várias pessoas que perderam vagas ou empregos para concorrentes com menor pontuação ou qualificação. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 26 5. HOMOSSEXUALIDADE: RECONHECIMENTO DO VÍNCULO FAMILIAR E DO DIREITO À ADOÇÃO Atualmente, há o debate sobre a possibilidade de casais homoafetivos adotarem uma criança ou um adolescente. Os argumentos mais frequentes sobre o tema é que os mesmos influenciariam a orientação sexual da criança e adolescente, existindo uma tendência dos menores optarem pela homossexualidade. Além disso, os mesmos seriam vistos pela sociedade com a figura de dois pais ou de duas mães havendo possibilidade da criança sofrer severas discriminações. Entretanto, não há legislação que trate da adoção em conjunto por homossexuais que possuam uma união firme, duradoura, baseada no respeito e fidelidade. E por não existir uma lei que regulamente tal adoção, faz com que o direito que os mesmos possuem de adotar fique estagnado, deixando os homoafetivos de gozarem do direito de terem filhos pelo instituto da adoção. Vale ressaltar que, mesmo sem uma lei que regulamente o assunto, já houve decisões no sentido de favorecer casais do mesmo sexo adotar em conjunto uma criança e adolescente. Isto porqueos juízes que decidiram os casos se pautaram nos princípios fundamentais da dignidade da pessoa humana, igualdade e o melhor interesse da criança para justificar o direito dos homoafetivos de adotar e o direito das crianças e dos adolescentes de serem adotadas. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 27 6. ABORTO A expressão “aborto” se caracteriza pela morte do embrião ou feto, que pode ser espontânea ou provocada. Em nosso país, exceto em casos de estupro, ou quando a mãe corre risco de vida (aborto sentimental, moral ou piedoso; e aborto terapêutico, respectivamente), este ato é proibido por lei. Existe, entretanto, uma situação em que o aborto pode ser concedido legalmente, sendo relativo à gestação de feto com graves e irreversíveis anomalias físicas ou mentais, como anencefalia, situação que se caracteriza pela ausência total ou parcial do encéfalo. Necessário haver o consentimento do pai e atestado de, pelo menos, dois médicos. Discussões sobre essa temática são, geralmente, polêmicas, já que é um assunto complexo e delicado. Argumentos como a interrupção da vida de um ser inocente frente à irresponsabilidade de sua genitora de um lado, versus a integridade do filho e da própria mãe diante de uma maternidade não desejada, são sempre pontuados. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 28 7. LEGALIZAÇÃO DA MACONHA Quando a sociedade proíbe uma droga, ela abre mão de controlá-la – sustenta o sociólogo e vereador carioca Renato Cinco. É mais fácil para um adolescente, hoje, comprar um cigarro de maconha do que uma lata de cerveja: a venda do álcool é regulada e para o vendedor da maconha, que está na ilegalidade, tanto faz o comprador ser maior ou menor. Essa é uma das razões por que o sociólogo e vereador Renato Cinco (PSOL/RJ) defende a legalização da planta. “Qualquer modelo de legalização é melhor do que manter a lógica de morte, prisão e violência que existe hoje”, afirma ele. “O tráfico de drogas é a principal razão da violência nas cidades e da prisão de jovens. Há usuários presos como traficantes e 60% dos traficantes encarcerados nunca pegaram em armas, são uma espécie de camelôs da droga.” A legalização da produção, comercialização e uso da maconha enfraquecerá o tráfico, pois a maconha ocupa cerca de 90% do mercado de drogas ilícitas. Para ele, a legalização não deve permitir que surjam a Ambev ou a Souza Cruz da maconha – deve-se pensar uma regulamentação que evite os grandes negócios. “Tinha de ter a regulamentação do cultivo individual, a regulamentação das cooperativas e a de como ambos podem vender o excedente de produção. E a publicidade deve ser totalmente proibida“– afirma. Num debate mais que necessário, o vereador carioca fala ainda sobre o uso medicinal e os riscos da droga, com a necessidade de ter uma Rede de Atenção em Saúde Mental. “As pessoas que desenvolvem dependência precisam ser atendidas com metodologia correta, e o atendimento ambulatorial é mais do que suficiente na maioria dos casos.” Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 29 ALGUNS VERBOS JURÍDICOS Relembrando TEMPOS VERBAIS. Os tempos verbais são classificados, basicamente, em três tipos: Presente Representam fatos que se passam no momento atual, ou seja, no momento em que estamos falando. Ex.: Estou cansado de você. (Estou, significa algo que ocorre no momento do ato). Pretérito Passado, ou mais conhecido como Pretérito, que significa um ato que ocorreu um tempo antes do presente, ou seja, que passou. Existem para o pretérito (passado) alguns tipos de classificações: Pretérito Perfeito, Pretérito Imperfeito e Pretérito mais-que-perfeito. Ex.: Pretérito Perfeito Eu fiz de tudo para você gostar de mim, Joyce, mas a sua argumentação me destruiu os sonhos. (é uma ação que já passou e que foi concluída). Pretérito Imperfeito Antigamente, eu falava muito; hoje, estou mais tranquilo. (mostra uma ação ou um hábito, que acontecia. Pode continuar a acontecer ou não). Pretérito mais-que-perfeito Quando eu te liguei (perfeito), você já tinha saído (mais-que-perfeito composto) OU saíra. (ou seja, uma ação que passou e que se concluiu, antes de uma anterior a ela, também no passado). Futuro Representa uma ação que acontecerá (futuro). Está dividido em duas categorias: Futuro do Presente e Futuro do Pretérito. Ex.: Futuro do Presente Eu cuidarei disto mais tarde. (representa um futuro, com uma referência para o presente). Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 30 Futuro do Pretérito Vale uma explicação: Algo no passado deveria acontecer, mas, de fato, não aconteceu. Então, é algo hipotético, que denota incerteza, irrealidade. É, pois, o futuro que já pertence ao passado. Geralmente, o futuro do pretérito vem associado ao pretérito imperfeito do subjuntivo. Ex.: Nós VIAJARÍAMOS SE TIVÉSSEMOS dinheiro. Como dá para perceber, há uma condição impedindo a realização da ação. Por isso, na antiga nomenclatura gramatical, esta forma verbal era denominada CONDICIONAL. Eu pensei (pretérito perfeito) que faria (futuro do pretérito) a argumentação melhor do que você. CONJUGAÇÃO DE ALGUNS VERBOS JURÍDICOS E SUA APLICAÇÃO NO DIREITO (O TEMPO VERBAL SERÁ USADO A CRITÉRIO DO PROFESSOR OU DE ACORDO COM O SIGNIFICADO DA FRASE) 1 – AB ROGAR (ANULAR, suprimir, revogar, derrogar) – conjuga-se como PAGAR: a) O juiz ___________ o decreto. / Saberíamos, caso ele ___________ a Lei 9012/2002. b) Os três juízes ___________ a norma. 2 – ACAUTELAR (DEFENDER, resguardar-se, prevenir) a) O advogado ___________ o ato de seu cliente com habilidade. 3 – ACORDAR (resolver de comum acordo) a) As partes ___________ o valor da pensão. [É redundância dizer “O acordo foi amigável entre as partes”.] Diz-se, em uma petição: Houve acordo entre as partes. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 31 4 – ADIMPLIR (verbo defectivo: não possui todas as formas – CUMPRIR, preencher) Presente eu ........... tu ............ ele .......... nós adimplimos vós adimplis eles ......... Pretérito Perfeito eu adimpli tu adimpliste ele adimpliu nós adimplimos vós adimplistes eles adimpliram O advogado requerente não ___________ com o acórdão exposto na alínea c do § 2o. ESQUEÇA A FORMA DO PRESENTE DO SUBJUNTIVO DESTE VERBO. CHORE, MAS NÃO USE! SOFRA, MAS NÃO ABUSE! JAMAIS! NUNCA! EM HIPÓTESE ALGUMA! 5 – ADIR (defectivo – ACRESCENTAR, adicionar) / ADITAR = adicionar Conjuga-se como FALIR O advogado ___________ os seus honorários às custas do requerido. TENTE “ADIR” NA PRIMEIRA PESSOA DO SINGULAR DO PRESENTE DO INDICATIVO. SOCORROOOOOO! NÃO EXISTE!!! SE VOCÊ CONSEGUIR FALIR NA PRIMEIRA PESSOA DO PRESENTE DO INDICATIVO, EU SURTO!!! VOCÊ MERECE SER POBRE E FALIDO PARA TODO O SEMPRE, AMÉM! Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 32 6 – ADERIR (irregular – tornar-se ADEPTO de, prender-se a) Presente eu ___________ tu aderes ele adere nós aderimos vós aderis eles aderem O réu ____________ ao proposto sem hesitação. Conjugam-se da mesma forma: COMPELIR, COMPETIR, DESPIR, FERIR, REPELIR NÃO EXISTEM NA PRIMEIRA PESSOA DO PRESENTE DO INDICATIVO!!! POR FAVOR, NÃO ME FIRA NA PRIMEIRA PESSOA DO INDICATIVO! MORRI!!! 7 – ADJUDICAR (entregar por deliberação ou sentença de corporação; DECLARAR JUDICIALMENTEQUE UMA COISA PERTENCE A ALGUÉM) – como o verbo FICAR a) O Supremo ___________ favorável ao acusado. b) Juízes ___________ em prol da Ementa Constitucional em questão. 8 – ADVERTIR (irregular como aderir – exortar, admoestar, aconselhar) a) Eu o ___________ ontem de que seu prazo expira hoje. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 33 9 – AGRAVAR (TORNAR MAIS GRAVE; recorrer à instância superior para que seja reformado um despacho judicial que a parte considera injusto) a) Dado o descontentamento do requerente, seu advogado ___________ em 2ª instância como parte suplente da apelação. 10 – ALIJAR (EXCLUIR, preterir) a) Estas são, Meritíssimo, medidas que ___________ meu cliente de seus direitos. 11 – ANUIR (ESTAR DE ACORDO, condescender, autorizar, assentir) Conjuga-se como CONTRIBUIR a) Eu ___________ a tais propostas de contrato, assim como ele ___________. b) Ambas as partes – autor e réu – ____________ em considerar suas devidas posições perante a lei em vigor. 12 – ARGUIR (irregular; PERGUNTAR A, examinar, acusar) a) Eu ___________ baseado na Lei; tu ___________ levianamente. b) Nós ___________ diferentemente. c) O promotor ___________ insistentemente que o réu agiu com frieza. 13 – CONCILIAR (PÔR EM ACORDO, unir) Conjuga-se como ENVIAR. a) Esta resolução ___________ as partes. Nada antes os ___________. 14 – CONTRAVIR (desobedecer, INFRINGIR) Como o verbo VIR. Eu vim; tu vieste, ele... a) Tal medida ___________ o disposto em Lei. b) O acusado ___________ as determinações citadas. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 34 15 – CONVOLAR (mudar de estado civil ou de foro, transformar um ato ou medida judicial em outro ato) a) Está claro que o acusado ___________? 16 – INFRINGIR (DESOBEDECER, violar) Conjuga-se como FINGIR. a) O Excelentíssimo colega ___________ a lei 17006/97. b) A parte apelante ___________ o acordo anteriormente fixado. 17 – PRESCINDIR (DISPENSAR, renunciar). a) O documento ___________ de mais uma assinatura. (não precisa de outra assinatura) 18 – ABOLIR – (defectivo; REVOGAR, extinguir, acabar) NÃO POSSUI 1ª PESSOA DO PRESENTE DO INDICATIVO NEM O PRESENTE DO SUBJUNTIVO (DO TIPO QUE EU ABULA...) NÃO ME ENVERGONHEM NO TRIBUNAL!!! E O INFERNO ESTÁ CHEIO DE BOAS INTENÇÕES! presente eu ...... tu aboles ele abole nós abolimos vós abolis eles abolem pret. perf. eu aboli tu aboliste ele aboliu nós abolimos vós abolis eles aboliram Da mesma forma, conjugam-se: Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 35 19 – DEMOLIR, RETORQUIR (replicar), COLORIR, BANIR, EXTORQUIR, DELINQUIR (cometer delito), USUCAPIR (adquirir direito de). Alguns direitos ____________ há mais de quinze anos. (usucapir) Em algumas situações, cinco anos foram suficientes para que a área urbana fosse _________________. 20 – DESAVIR (desentender-se). Conjuga-se como o verbo VIR: eu desavenho, ele desavém, eles desavêm, etc. a) As discussões constantes ______________ o marido e a esposa. CUIDADO ► O verbo TRAZER só tem um particípio: T R A Z I D O. 1) O estagiário HAVIA TRAZIDO a documentação anexa ao processo. 2) A vítima baleada FOI TRAZIDA de emergência numa ambulância. 3) Se nós HOUVÉSSEMOS TRAZIDO os documentos, abriríamos, ainda hoje, o processo. As formas TINHA TRAGO, TIVESSE TRAGO são “erradas” segundo as normas. MEMORIZE, DIVIRTA-SE, REGOZIJA-SE, SEJA FELIZ DECORANDO ESTA SINGELA LISTINHA ABAIXO. FAÇA DELA SUA ORAÇÃO MATINAL: ACEDER – conformar-se, anuir ACATAR – respeitar, cumprir ACOIMAR – multar, censurar (eu acoimo etc.) ADUZIR – expor, apresentar razões (conjuga-se como PRODUZIR) Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 36 AFORAR – dar ou tomar por aforamento ALBERGAR – recolher, agasalhar AJUIZAR – julgar, entrar em juízo APELAR – recorrer por apelação APENHAR – dar ou pôr em penhor (prefira empenhar) APENHORAR – empenhar, penhorar ARRESTAR – apreender judicialmente, embargar ATERMAR – fixar, combinar data ou prazo para a execução de algo. ARRAZOAR – apresentar razões, discutir (eu arrazoo, ele arrazoa etc.) AUTUAR – lavrar um auto, processar, reunir documentos para um processo. AVENÇAR – fazer pacto entre partes litigantes, ajuste AVERBAR – registrar, anotar à margem de AVOCAR – chamar para si, arrogar-se (atribuir a si) BAIXAR – expedir (ordem, portaria, aviso), determinar, mandar CAUCIONAR – afiançar, dar caução (garantia) a. COARCTAR (ou COARTAR)- restringir COMINAR – ameaçar de punição, impor pena COMUTAR – substituir uma pena por outra mais branda (conjuga-se como LUTAR) COMPARTICIPAR – participar com outrem CONSTAR – passar por certo, estar escrito, mencionado. CONSIGNAR – confiar a alguém o negócio de algo (eu consigno, tu etc.) CONSTITUIR – compor, fazer parte de, nomear, formar-se. CONTRADITAR - contestar CONTRAPROTESTAR – protestar contrariamente a outro protesto, discordar de um protesto Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 37 CONVALIDAR – tornar válido um ato jurídico a que faltavam certos requisitos legais, revalidar CONVIR – concordar, aceitar (conjuga-se como VIR: convenho, convéns, convém, convimos etc.) CORRER – tornar-se público, circular CORROBORAR – confirmar, comprovar, ratificar CRIMINALIZAR – tratar como crime DESEMBARGAR – despachar, resolver DELINQUIR (defectivo) Praticar delito (eu ..., tu ..., ele delinque, nós delinquimos, eles...; Eu delinqui, nós delinquimos etc.) Como o verbo DELIR (eliminar) ELIDIR – eliminar, suprimir. Eu elido, tu elides, ele elidi etc. ( ≠ de ILIDIR = rebater) IMPUGNAR – contestar a validade de. (eu impugno, tu etc.) INSTAR – solicitar com insistência MALVERSAR (desviar fundos no exercício de um cargo) Eu malverso, tu malversas ... MEDIAR – (irreg.) interceder, ser mediador. Eu medeio, tu medeias (eu intermedeio, ele intermediou etc.) PRETERIR (irreg. como aderir) eu pretiro, tu preteres, ele pretere, etc. USUCAPIR (defect. Adquirir por usucapião, adquirir por usufruto) Como ABOLIR. PROPOSTA Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 38 Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 39 PROPOSTA Com cada verbo jurídico abaixo, crie uma frase que faça sentido jurídico, podendo constar em um requerimento: ADUZIR – expor, apresentar razões (conjuga-se como PRODUZIR) AJUIZAR – julgar, entrar em juízo ARRESTAR – apreender judicialmente, embargar ARRAZOAR – apresentar razões, discutir (eu arrazoo, ele arrazoa etc.) COMINAR – ameaçar de punição, impor pena CONSTAR – passar por certo, estar escrito, mencionado. CONTRADITAR - contestar CORROBORAR – confirmar, comprovar, ratificar IMPUGNAR – contestar a validade de. (eu impugno, tu etc.) MEDIAR – (irreg.) interceder, ser mediador. Eu medeio, tu medeias (eu intermedeio, Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 40 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA Alfabeto Nova Regra Regra Antiga Como Será O alfabeto é agora formado por 26 letras O 'k', 'w' e 'y' não eram consideradas letras do nosso alfabeto. Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano Trema Nova Regra Regra Antiga Como Será Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados,por exemplo: Muller, mulleriano aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frquência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça. Acentuação Nova Regra Regra Antiga Como Será Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico obs: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis. obs2: o acento no ditongo aberto 'eu' continua: chapéu, véu, céu, ilhéu. Nova Regra Regra Antiga Como Será O hiato 'oo' não é mais acentuado enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo O hiato 'ee' não é mais acentuado crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, revêem creem, deem, leem, veem, descreem, releem, reveem Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 41 Nova Regra Regra Antiga Como Será Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra (substantivo), péra (substantivo), pólo (substantivo) para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (substantivo), pera (substantivo), polo (substantivo) Obs: o acento diferencial ainda permanece no verbo 'poder' (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo - 'pôde') e no verbo 'pôr' para diferenciar da preposição 'por' Nova Regra Regra Antiga Como Será Não se acentua mais a letra 'u' nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de 'g' ou 'q' e antes de 'e' ou 'i' (gue, que, gui, qui) argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúemos, obliqúe argui, apazigue,averigue, enxague, ensaguemos, oblique Não se acentua mais 'i' e 'u' tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, feiúme baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume Hífen Nova Regra Regra Antiga Como Será O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por 'r' ou 's', sendo que essas devem ser dobradas ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti- social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui- rivalidae, auto-regulamentação, auto- sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-regimento, extra- sístole, extra-seco, infra-som, ultra- sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal, supra-sensível antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, inrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível Obs: em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 42 Nova Regra Regra Antiga Como Será O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal auto-afirmação, auto-ajuda, auto- aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, contra-exemplo, contra- indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo- imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi- obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado autoafirmação, autoajuda, autoaprendizabem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado. Obs1: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc. Obs2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por 'h': anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi- herbáceo etc. Nova Regra Regra Antiga Como Será Agora utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal. antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo, arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico anti-ibérico, anti-inflamatório, anti- inflacionário, anti-imperialista, arqui- inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico obs: esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen obs2: uma exceção é o prefixo 'co'. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal 'o', NÃO se utliza hífen. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 43 Nova Regra Regra Antiga Como Será Não usamos mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára- vento mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, pára-choque, paravento Obs: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constiui unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul- escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal- me-quer, bem-te-vi etc. Observações Gerais O uso do hífen permanece Exemplos Em palavras formadas por prefixos 'ex', 'vice', 'soto' ex-marido, vice-presidente, soto-mestre Em palavras formadas por prefixos 'circum' e 'pan' + palavras iniciadas em vogal, M ou N pan-americano, circum-navegação Em palavras formadas com prefixos 'pré', 'pró' e 'pós' + palavras que tem significado próprio pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação Em palavras formadas pelas palavras 'além', 'aquém', 'recém', 'sem' além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem- número, sem-teto Não existe mais hífen Exemplos Exceções Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais) cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de etc. água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de- rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao- deus-dará, à queima-roupa Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 44 REFORMA ORTOGRÁFICA: MINIVOCABULÁRIO (500 EXPRESSÕES COM OU SEM HÍFEN) CONFORME O ACORDO ORTOGRÁFICO A a fim de à queima-roupa à toa 1 à vontade abaixo-assinado ab-rupto 2 acerca de aeroespacialafro-americano afro-asiático afro-brasileiro afrodescendente afro-luso-brasileiro agroindustrial água-de-colônia além-Brasil além-fronteiras além-mar amor-perfeito andorinha-do-mar anel de Saturno anglomania anglo-saxão ano-luz antessala antiaderente antiaéreo antieconômico anti-hemorrágico anti-herói anti-higiênico anti-ibérico anti-imperialista anti-infeccioso anti-inflacionário anti-inflamatório antirreligioso antissemita antissocial autoeducação autoescola autoestima autoestrada auto-hipnose auto-observação auto-ônibus auto-organização autorregulamentação ave-maria azul-escuro B Baía de Todos-os- Santos belo-horizontino bem-aventurado bem-criado bem-dito bem-dizer bem-estar bem-falante bem-humorado bem-me-quer bem-nascido bem-te-vi bem-vestido bem-vindo bem-visto bendito (= abençoado) benfazejo benfeito benfeitor benfeitoria benquerença benquerer benquisto centroafricano 4 centro-africano 5 circum-murado circum-navegação coabitação coautor cobra-d'água coco-da-baía coedição coeducação coenzima coerdar coerdeiro coexistente coexistir cofator coirmão comum de dois conta-gotas contra-almirante contra-ataque contracheque contraexemplo contraindicação contraindicado contraofensiva contraoferta contraordem contrarregra contrassenha contrassenso coobrigação coocupante coocupar cooptar cor de café cor de café com leite cor de vinho cor-de-rosa couve-flor doença de Chagas E em cima embaixo entre-eixo euro-asiático eurocêntrico ex-almirante ex-diretor ex-presidente ex-primeiro- ministro ex-secretária extra-alcance extraclasse extraescolar extrafino extraoficial extrarregular extrassolar extrauterino F faz de contas (um ...) feijão-verde fim de século fim de semana folha de flandres francofone G Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 45 ao deus-dará arco e flecha arco-da-velha arco-íris arqui-inimigo autoadesivo autoafirmação autoajuda autoaprendizagem bico-de-papagaio (planta) bio-histórico biorritmo biossocial blá-blá-blá boa-fé bumba meu boi C café com leite calcanhar de aquiles cão de guarda carboidrato 3 causa-mortis (a...) criado-mudo D decreto-lei dente-de-leão depois de amanhã desumano deus nos acuda (um...) dia a dia 6 disse me disse (um...) general de divisão geo-história giga-hertz girassol grã-fina grão-duque grão-mestre Grão-Pará guarda-chuva guarda-noturno Guiné-Bissau H habeas-corpus (o...) hidroelétrico hidrelétrico hidrossolúvel hidroterapia hipermercado H (cont.) hiper-raquítico hiper-realista hiper-requintado I inábil indo-chinês 7 indochinês 8 indo-europeu infra-assinado infra-axilar infraestrutura infrassom inter-hemisférico inter-racial inter-regional malpassado malpesado malquerer malquisto malsoante malvisto mandachuva manda-lua manda-tudo maria vai com as outras mão de obra médico-cirurgião mesa-redonda mestre-d'armas microcirurgia microempresa microestrutura por baixo de por isso porta-aviões porta-retrato porto-alegrense pós-graduação pospor pós-tônico predeterminado preenchido pré-escolar preexistente preexistir pré-história pré-natal pré-nupcial pré-requisito pressupor semisselvagem sem-número sem-vergonha sobreaquecer sobre-elevação sobre-estimar sobre-exceder sobre-humano sobrepor social-democracia social-democrata sociocultural socioeconômico subalimentação subalugar subaquático subarrendar sub-brigadeiro Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 46 inter-relacionado intramuscular intraocular intraoral intrauterino inumano J joão-de-barro joão-ninguém L latino-americano lenga-lenga luso-brasileiro lusofobia lusofonia M macroestrutura macrorregião madressilva mãe-d'água má-fé mais-que-perfeito mal de Alzheimer mal-acabado mal-afortunado malcriado malditoso mal-entendido mal-estar malgrado mal-humorado mal-informado má-língua mal-limpo malmequer malnascido micro-ondas micro-organismo microssistema minicurrículo minissaia minissérie multissegmentado N não agressão não fumante não me toques 9 não violência não-me-toques 10 neoafricano neoexpressionista neoimperialista neo-ortodoxo norte-americano O olho-d'água P pan-africano pan-americano pan-hispânico para-brisa para-choque para-lama paraquedas paraquedismo paraquedista para-raios pé-de-meia pingue-pongue plurianual poli-hidratação pontapé ponto e vírgula primeiro-ministro primeiro-sargento pró-ativo proeminente propor pró-reitor pseudo- organização pseudossigla Q quem quer que seja R reabilitar reabituar reaver recém-casado recém-eleito recém-nascido reco-reco reedição reeleição reescrita reidratar retroalimentação reumanizar S sala de jantar segunda-feira sem-cerimônia semiaberto semianalfabeto semiárido semicírculo semi-interno semiobscuridade semirrígido subemprego subestimar subdiretor sub-humano subfaturar sub-reitor sub-rogar sul-africano superestrutura super-homem super-racional super-resistente super-revista supraocular suprarrenal suprassumo T tenente-coronel tico-tico tio-avô tique-taque tomara que caia U ultraelevado ultrarromântico ultrassecreto ultrassensível ultrassom ultrassonografia V vaga-lume, vice-rei vassoura-de-bruxa verbo-nominal vice-almirante vice-presidente vira-casaca Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 47 X xique-xique 11 xiquexique 12 Z zás-trás zé-povinho zigue-zague zum-zum PROPOSTA 1 – Identifique a alternativa em que há um vocábulo cuja grafia não atende ao previsto no Acordo Ortográfico: a) aguentar – tranquilidade – delinquente – arguir – averiguemos; b) cinquenta – aguemos – linguística – equestre – eloquentemente; c) apaziguei – frequência – arguição – delinquência – sequestro; d) averiguei – inconsequente – bilíngue – linguiça – quinquênio; e) sequência – redargüimos – lingueta – frequentemente – bilíngue. 2 – Assinale a opção em que figura uma forma verbal grafada, consoante a nova ortografia, erroneamente: a) verbo ter: tem detém contém mantém retém têm detêm contêm mantêm retêm b) verbo vir: vem advém convém intervém provém vêm advêm convêm intervêm provêm c) verbos ler e crer: lê relê crê descrê leem releem creem descreem d) verbos dar e ver: dê desdê vê revê provê Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 48 deem desdeemveem reveem provêm e) verbos derivados de ter: abstém atém obtém entretém abstêm atêm obtêm entretêm 3 – Identifique a alternativa em que um dos vocábulos, segundo o Acordo Ortográfico, recebeu indevidamente acento gráfico: a) céu – réu – véu; b) chapéu – ilhéu – incréu; c) anéis – fiéis – réis; d) mói – herói – jóia; e) anzóis – faróis – lençóis. 4 – As sequências abaixo contêm paroxítonas que, segundo determinada regra do Acordo Ortográfico, não são acentuadas. Deduza qual é essa regra e assinale a alternativa a que ela não se aplica: a) aldeia – baleia – lampreia – sereia; b) flavonoide – heroico – reumatoide – prosopopeia; c) apoia – corticoide – jiboia – tipoia; d) Assembleia – ideia – ateia – boleia; e) Crimeia – Eneias – Leia – 5 – Identifique a opção em que todas as palavras compostas estão grafadas de acordo com as novas regras: a) anti-higiênico – antiinflamatório – antiácido – antioxidante – anti-colonial – antirradiação – antissocial; b) anti-higiênico – anti-inflamatório – antiácido – antioxidante – anticolonial – antiradiação – anti-social; Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 49 c) anti-higiênico – anti-inflamatório – antiácido – antioxidante – anticolonial – antirradiação – antissocial; d) anti-higiênico – anti-inflamatório – anti-ácido – anti-oxidante – anticolonial – antirradiação – antissocial; e) anti-higiênico – anti-inflamatório – anti-ácido – anti-oxidante – anti-colonial – antirradiação – antissocial. 6 – Conforme o Acordo Ortográfico, os prefixos pós-, pré- e pró-, quando átonos, aglutinam-se com o segundo elemento do termo composto. Marque a alternativa em que, segundo as novas regras, há erro de ortografia: a) posdatar – predatar – proamericano – progermânico; b) predefinir – predestinar – predizer – preexistência; c) prejulgar – prelecionar – prenomear – preordenar; d) preanunciar – preaquecer – preconcebido – precognição; e) preposto – procônsul – procriação – prolação. 7 – O uso do acento diferencial, consoante as novas regras, é facultativo nos seguintes casos, exceto em: a) fôrma (significando molde) b) pôde (no pretérito perfeito do indicativo); c) cantámos (no pretérito perfeito do indicativo); d) amámos (no pretérito perfeito do indicativo); e) dêmos (no presente do subjuntivo). 8 – Identifique a alternativa em que todas as palavras compostas estão grafadas de acordo com as novas regras: a) miniquadro – minissubmarino – minirretrospectiva – mini-saia; Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 50 b) sub-bibliotecário – sub-humano – sub-hepático – sub-região; c) infra-assinado – infra-estrutura – infra-hepático – infravermelho; d) hiperácido – hiperespaço – hiper-humano – hiperrealista; e) contra-acusação – contra-indicação – contraespionagem – contra-harmônico PROPOSTA 9. Assinale a alternativa corretamente acentuada. a) Ela mantêm no sótão os três gatinhos de pelo cinzento. b) Ela mantém no sotão os três gatinhos de pelo cinzento. c) Ela mantêm no sotão os tres gatinhos dc pêlo cinzento. d) Ela mantem no sotão os três gatinhos de pelo cinzento. e) Ela mantém no sótão os três gatinhos de pelo cinzento. 10. Assinale a série em que todas as palavras estão acentuadas corretamente. a) juíza – urubú – item – tórax b) ímã – virús – interíni – nínha c) polén – lons – paúl – bônus d) climax – saci – almôço – caráter e) amém – tríceps – jóquei – pôr (verbo) 11. Os pais_______ na tv que os desenhos animados______ grande influência sobre seus filhos, mas_________ , também, que faz parte da infância. a) vêm, tem, crêm b) veem, tem, creem c) vem, tem, crêem d) veem, têm, creem e) vêm, têm, crêem Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 51 12. Assinale o uso correto quanto ao acento diferencial: a) O menino nervoso pára de repente. b) Toda manhã, ela côa o café. c) Gosto de pêra madura. d) Preciso pôr as coisas em ordem. e) n.d.a. 13. Assinale a forma incorreta quanto à acentuação: a) Eles leem o jornal todos os dias. b) As meninas têm muitos brinquedos. c) Os jovens crêem no futuro. d) Sempre que ando de ônibus, eu enjoo. e) n.d.a. 14. Assinale a alternativa que completa corretamente as frases. 1 – Ele sempre___________a calma. II – Os turistas_________ informações pela lnternet. III – As polícias civil e militar_________ nos motins do presídio. a) mantêm, obtém, intervém b) mantém, obtêm, intervêm c) mantêm, obtêm, intervêm d) mantém, obtêm, intervém e) mantém, obtém, intervém 15. Assinale a alternativa correta quanto à acentuação: a) herói b) heróico c) jóia d) centopéia e) n.d.a. Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 52 16. (Med. Barbacena-MG) Assinale a opção em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de “alguém”, “inverossímil”, “caráter”, respectivamente: a) hífen, também, impossível b) armazém, útil, açúcar c) têm, anéis, éter d) há, impossível, crítico e) pólen, magnólias, nós 17. (FESP-SP) Em que alternativa as palavras devem ser acentuadas pelo mesmo motivo? a) tambem – refém b) velocidade – rubrica c) aniversario – fortuito d) fortuito e) ceu – tambem 18. (Fuvest-SP) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente acentuadas. a) Tietê, órgão, chapéuzinho, estréia, advérbio b) fluido, anzóis, Tatuí, armazém, caráter c) saúde, melâúcia, gratuíto, amendoim d) inglês, cipó, cafézinho, útil, Itú e) canôa, heroismo, crêem, Sergípe, bambu 19. Nenhum vocábulo deve receber acento gráfico, exceto: a) abacaxi b) idéia c) assembleia d) heroi e) voo Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 53 20. Identifique a alternativa em que há um vocábulo cuja grafia não atende ao previsto no Acordo ortográfico: a) aguentar – tranquilidade – delinquente – arguir – averiguemos; b) cinquenta – aguemos – linguística – equestre – eloquentemente; c) apaziguei – frequência – arguição – delinquência – sequestro; d) averiguei – inconsequente – bilíngue – linguiça – quinquênio; e) sequência – redargüimos – lingueta – frequentemente – bilíngue. 21. Identifique a alternativa em que um dos vocábulos, segundo o Acordo Ortográfico, recebeu indevidamente acento gráfico: a) céu – réu – véu; b) chapéu – ilhéu – incréu; c) anéis – fiéis – réis; d) mói – herói – jóia; e) anzóis – faróis – lençóis. 22. As sequências abaixo contêm paroxítonas que, segundo determinada regra do Acordo Ortográfico, não são acentuadas. Deduza qual é essa regra e assinale a alternativa a que ela não se aplica: a) aldeia – baleia – lampreia – sereia; b) flavonoide – heroico – reumatoide – prosopopeia; c) apoia – corticoide – jiboia – tipoia; d) Assembleia – ideia – ateia – boleia; e) Crimeia – Eneias – Leia – Cleia Profs. Roberto Ferreira e Renata Bortolini 54 23. O uso do acento diferencial, consoante as novas regras, é facultativo nos seguintes casos, exceto em: a) fôrma (significando molde) b) pôde (no pretérito perfeito do indicativo); c) cantámos (no pretérito perfeito do indicativo); d) amámos (no pretérito perfeito do indicativo); e) dêmos (no presente do subjuntivo). 24. Preencha as lacunas com as palavras corretas,
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