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CARBOIDRATOS CLASSIFICAÇÃO • MONOSSACARÍDEOS: Glicose, frutose e galactose • DISSACARÍDEOS: Sacarose, lactose e maltose • POLISSACARÍDEOS Amido, dextrinas, glicogênio, fibras alimentares MONOSSACARÍDEOS DISSACARÍDEOS DISSACARÍDEOS MALTOSE Glicose Glicose POLISSACARÍDEOS AMIDO Amilose Amilopectina Glicogênio Recomendações para adultos • Carboidratos – 45 a 65% do VET Food and Nutrition Board/ Institute of Medicine. Dietary reference intake for energy, carbohydrate, fat, fatty acids, cholesterol, protein and aminoacids. Washington D.C. : National Academies Press, 2005. 1357p. • Carboidratos – 55 a 75% do VET • Carboidratos simples - 10% do VET O termo carboidratos simples refere-se a todos os monossacarídeos e dissacarídeos adicionados aos alimentos pelo fabricante ou consumidor, além de açúcares naturalmente presentes no mel, xaropes e sucos de frutas. World Health Organization. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation. Geneve. WHO, 2003 FIBRAS ALIMENTARES FIBRAS ALIMENTARES • Definição: partes de alimentos de origem vegetal que não são digeridas por enzimas do trato digestivo humano. • Não são nutrientes. • Nem todas as fibras alimentares são carboidratos a lignina é um fenilpropano. • Podem ser parcialmente digeridas e fermentadas pela flora do cólon. Classificação • Insolúveis Não são viscosas, são formadoras de volume e são pouco fermentadas no cólon. Exemplos: Celulose, hemicelulose e a lignina. • Solúveis ao contrário das insolúveis, são viscosas, não formam volume e são fermentáveis no cólon. Exemplos: Pectinas, gomas e mucilagens. FIBRAS ALIMENTARES • OBSERVAÇÃO: segundo o FNB/IOM/DRI – 2005, foi introduzido o conceito de fibras dietéticas e fibras funcionais. As fibras dietéticas são componentes vegetais que não são digeridos pelas enzimas do trato gastrointestinal de humanos. As fibras funcionais são carboidratos não digeridos que foram extraídos de alimentos e utilizados em nutrição humana. Exemplos: quitina, quitosana e inulina. FONTE: Food and Nutrition Board/ Institute Of Medicine. Dietary Reference Intake for energy, carbohydrate, fat, fatty acids, cholesterol, protein and aminoacids. Washington D.C. :National Academies Press, 2005. 1357p. Outras substâncias indigeríveis e fermentáveis • Inulina • Frutooligossacarídeos • Polydextrose • Amido resistente PROPRIEDADES DAS FIBRAS ALIMENTARES Retenção de água Pectinas, gomas, mucilagens e polissacarídeos de depósito possuem grande afinidade pela água e formam complexos gelatinosos no intestino delgado. A hemicelulose A tem capacidade de se ligar com água formando gel. A capacidade hidratante contribui para aumentar o volume fecal, facilitando a excreção das fezes. O aumento do bolo fecal é importante para prevenir constipação, diverticulite e hemorróidas e diluir potencialmente os compostos tóxicos que podem promover a formação de células cancerígenas. RETENÇÃO DE ÁGUA PROPRIEDADES DAS FIBRAS ALIMENTARES Digestibilidade das fibras • As fibras solúveis são hidrolisadas e fermentadas por bactérias no cecum e no cólon. • As fibras insolúveis não são degradadas, embora a celulose possa sofrer uma hidrólise e fermentação parcial. • A inulina e os frutooligossacarídeos são excelentes substratos para a fermentação. • A digestibilidade das fibras alimentares depende da estrutura química, da flora bacteriana, do tempo de trânsito intestinal e das características do bolo fecal que entra no cólon. Digestibilidade das fibras alimentares • As bactérias responsáveis pela fermentação são de vários gêneros: bifidobacterium, clostridium, lactobacillus, bacteróides. Gases Fibras alimentares Bactérias intestinais Ácidos graxos de cadeia curta + Ácido Láctico + Hidrogênio, dióxido de carbono e metano Ácido Láctico Ácidos graxos de cadeia curta Sangue + Digestibilidade das fibras alimentares • A fermentação da inulina e de frutooligossacarídeos produz uma grande quantidade de ácido láctico que reduz o pH do Intestino. • As bifidobactérias produzem uma grande quantidade de ácido láctico que reduz o pH do cólon que colabora para a redução de bactérias putrefativas. • Com a diminuição do pH, bactérias como clostridium perfringens, clostridium difficile e a escherichia coli tem o seu número de colônias reduzidas no cólon, diminuindo o risco para o desenvolvimento de infecções e do câncer. Digestibilidade das fibras alimentares • O ácido butírico pode evitar o surgimento de células cancerígenas e reduzir a proliferação destas células da mucosa do cólon, ajudando a reduzir o risco de câncer de cólon. • O significado dos gases tem importância quanto aos sintomas que provocam, sendo expelidos como flatus ou após a absorção pelos pulmões. • Os ácidos graxos produzidos são utilizados como energia pelo organismo ou aumentam o bolo fecal, através de sua ação osmótica. PROPRIEDADES Saciedade e síntese de GLP-1 • A fermentação de fibras produzem ácidos graxos de cadeia curta e este são potentes estimuladores da secreção de Glucagon Like Peptide-1 (GLP-1). • Peptídeo derivado do Proglucagon. • Encontrado em grandes quantidades na mucosa do íleo distal e no intestino grosso. Glucagon like peptide-1 • Estimula a secreção de insulina • Inibe a secreção de glucagon • Retarda o esvaziamento gástrico ( saciedade ) Permitindo melhor controle glicêmico Diminuição da absorção intestinal de carboidratos • Fibras solúveis como pectina, goma guar e -glucan, reduzem a resposta glicêmica em função da viscosidade que conferem ao bolo alimentar. Parte do transporte de glicose na mucosa intestinal é inibida pelo aumento da resistência à difusão através da mucosa, em virtude da viscosidade. • -glucan quando utilizado junto com cereais matinais e leite, reduz em 50% a resposta glicêmica. • -glucan é encontrado no farelo de aveia em uma proporção de 6 a 10%. Fonte: Caruso L, Menezes WL. Índice glicêmico dos alimentos. Nutrire. v.19/20, p.49- 64 , 2000. PROPRIEDADES DAS FIBRAS ALIMENTARES Propriedade adsorvente • A lignina e a pectina adsorvem sais biliares, interferindo no pool de ácidos biliares no ciclo entero-hepático. Recomendações • 25 a 30 g/dia (National Cholesterol Education Program. Adult Treatment Panel III, 2001 ). • Maior que 25 g por dia ( WHO-2003 ). • 14 g para 1000 kcal ( FNB/IOM/DRI-2005 ). ÍNDICE GLICÊMICO É definido como o aumento na área abaixo da curva de glicose sanguínea após o consumo de 50 g de carboidratos de um alimento teste, expresso como um percentual da área da curva de referência, obtida pela ingestão de pão branco ou glicose. FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS.Carbohydrates in human nutrition: report of a joint FAO/WHO Expert Consultation – Roma : FAO, 1998. ÍNDICE GLICÊMICO Fatores que modulam a resposta glicêmica • O tipo de monossacarídeo presente no alimento FATORES QUE MODULAM A RESPOSTA GLICÊMICA Natureza do amido. amilose amilopectina amido resistente AMIDO RESISTENTE O consumo atual é de cerca de 3 g/pessoa/dia e é encontrado em alimentos não processados como cereais e leguminosas, batatas crua, banana verde, ou mesmo em alimentosprocessados e retrogradados como a casca de pão ou a alimentos cozidos e resfriados. Uma característica importante do amido resistente é a maior quantidade de ácido butirico produzido pela fermentação quando comparado a outras fibras alimentares. Teor de amido resistente em 100g de alguns alimentos • Arroz integral cozido e congelado (1 dia) – 1,12 g • Arroz integral cozido e congelado (7 dias) – 1,43 g • Arroz integral cozido e congelado (30 dias)– 1,57 g • Arroz integral cozido e refrigerado ( 1 dia ) - 1,15 g • Arroz polido cozido e congelado (1 dia) – 0,77 g • Arroz polido cozido e congelado (7 dias) – 1,12 g • Arroz polido cozido e congelado (30 dias)– 1,16 g • Arroz polido cozido e refrigerado ( 1 dia ) - 0,55 g Teor de amido resistente em 100g de alguns alimentos • Macarrão cozido ( 9 min ) 0,42 g • Macarrão cozido e congelado ( 1 dia ) 0,45 g • Macarrão cozido e congelado (7 dias ) 0,50 g • Macarrão cozido e congelado (30 dias) 0,66 g • Macarrão cozido e refrigerado ( 1 dia ) 0,52 g • Batata cozida ( 18 min ) 0,48 • Batata cozida e congelada ( 1 dia ) 1,02 g • Batata cozida e congelada (7 dias) 1,12 g • Batata cozida e congelada (30 dias) 1,13 g • Batata cozida e refrigerada ( 1 dia ) 1,02 g • Batata doce crua 2,23 g Fonte: Tabela brasileira de composição de alimentos USP Teor de amido resistente em 100g de alguns alimentos • Banana verde, liofilizada 31,55 g • Banana verde 10,31 g • Feijão cozido por 53 minutos 1,02 • Feijão cozido por 53 minutos e congelado por 7 dias 1,23 • Pão francês 1,34 g Fonte: Tabela brasileira de composição de alimentos USP Alimentos Amilose (%) Amilopectina (%) Arroz 18,5 81,5 Batata 20 80 Milho 24 76 Trigo 25 75 TEOR DE AMILOSE E AMILOPECTINA EM ALGUNS ALIMENTOS AMIDO RESISTENTE RS3 (Resistant starch 3) ou amilose retrograda A amilose e a amilopectina sofrem o processo de retrogradação após o amido ter sido gelatinizado/coccionado. A amilose pode retroceder a uma forma que resiste a dispersão na água e a digestão pelas -amilases. AMIDO RESISTENTE • Os três tipos de amido resistente podem coexistir em um mesmo alimento: • - O feijão contem os tipos 1 e 3; • - Na banana verde são encontrados os tipos 1 e 2 Fatores que modulam a resposta glicêmica • O processo de cocção dos alimentos o grau de gelatinização do amido o tamanho da partícula a forma do alimento • O teor de gorduras nos alimentos ou na refeição. • A presença de ácidos orgânicos. • As fibras alimentares. Grau de gelatinização do amido Esvaziamento gástrico (A) e distribuição intragástrica [estômago proximal (B) e estômago distal (C) de uma refeição de batata triturada quando foram consumidos 30 ml de azeite antes da refeição (óleo), 30 ml de água antes da refeição (água ) ou 30 ml de água foi consumida antes de uma refeição que também continha 30 ml de azeite (água e óleo) Concentração pós-prandial de glicose no sangue das refeições A e B, em três condições experimentais: controle, amendoim, vinagre. CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE GLICÊMICO DE ALIMENTOS • Alto índice glicêmico: > 70 • Médio índice glicêmico: 55 – 69 • Baixo índice glicêmico: < 55 BRAND-MILLER, J. BURANI, J. FOSTER-POWELL, K.,HOLT, S. The new glicose revolution: complete guide to glycemic index values. 3 ed. Marlowe & Company. New York, 2003. ÍNDICE GLICÊMICO DOS ALIMENTOS ( PÃO BRANCO = 100 ) ÍNDICE GLICÊMICO DOS ALIMENTOS ( PÃO BRANCO = 100 ) ÍNDICE GLICÊMICO DOS ALIMENTOS ( PÃO BRANCO = 100 ) DIGESTÃO DE CARBOIDRATOS • Boca -amilase salivar ou ptialina amido • -amilase salivar amilose maltose • -amilase salivar amilopectina maltose e dextrina Amilopectina Amilose DIGESTÃO DE CARBOIDRATOS Obs: Em humanos a hidrólise do amido só ocorre nas ligações lineares 1-4. DIGESTÃO DE CARBOIDRATOS • INTESTINO DELGADO - -amilase pancreática dextrinas oligossacarídeos com 8 unidades de glicose e com no mínimo uma ligação 1-6. - Glicoamilases ou dextrinases com terminação oligosssacarídeos maltose e isomaltose. - Na membrana dos enterócitos maltase e isomaltase maltose e isomaltose glicose. DIGESTÃO DE CARBOIDRATOS MALTASE GLICOSE GLICOSE MALTOSE DIGESTÃO DE CARBOIDRATOS • Na borda em escova sacarase e lactase sacarose e lactose glicose, frutose e galactose. LACTASE SACARASE ABSORÇÃO DE MONOSSACARÍDEOS CO-TRANSPORTE DE SÓDIO E GLICOSE (SODIUM GLUCOSE TRANSPORTER 1 – SGLT1) Os SGLT1 são encontrados nas células epiteliais absortivas da membrana apical e transportam a glicose e a galactose paralelamente a quantidades equimolares de sódio. ABSORÇÃO DE MONOSSACARÍDEOS • A glicose e a galactose são absorvidas por um mecanismo de transporte ativo mediado por carreadores que envolve o co- transporte de Na+ (transportador SGLT-1). • A saída da glicose do citosol para o espaço intracelular predominantemente se deve a um carreador independente do Na+ (transportador de GLUT-2), localizado na membrana basolateral. • A frutose é absorvida do lúmen intestinal através da difusão facilitada. O carreador envolvido é o GLUT-5, que está localizado na membrana apical do enterócito. Este processo de transporte não depende do Na+, ou de energia. • A frutose sai da membrana basolateral por outro processo de difusão facilitada que envolve o transportador GLUT-2. GLICOGÊNESE Glicogênio é formado por unidades de glicose ligadas linearmente ( 1 4) e com ramificações ( 1 6). O glicogênio hepático armazena glicose, distribui para tecidos extra-hepáticos e utiliza para a manutenção da glicemia. O glicogênio muscular armazena e utiliza a glicose. Glicólise Energia
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