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 ANDERSON GYORFI Aula 01 
ADVOGADO 
07/05/2015 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
Ementa; 
Seguridade Social. 
 
1. Ementa: 
Da Seguridade Social; Organização da Seguridade Social: - 
Saúde, Assistência e Previdência. Princípio da Seguridade 
Social; Evolução Mundial dos Sistemas de Previdência Social; 
Histórico da Previdência Social no Brasil; Técnicas de Proteção 
Social; Autonomia do Direito Previdenciário; Regimes de 
Previdência social;- Regime Geral de Previdência Social; 
Segurados; Dependentes; Inscrição x Filiação; Período de 
Graça; Carência; Plano de Benefícios da Previdência Social; 
Benefícios em Espécie; Prescrição e Decadência em Matéria 
Previdenciária; Infrações e Disposições Penais; Plano de 
Custeio da Previdência Social; Processo Administrativo 
Previdenciário; 
 
2. Da Seguridade Social: 
1.1 Previsão Constitucional 
A seguridade social vem regulada na CF nos arts. 194 a 204. 
São nestes artigos que encontramos as normas fundamentais da Seguridade 
Social. 
 
1.2 Conceito de Seguridade Social: - Art. 194 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto 
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da 
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social. 
 
Entendendo: - 
A seguridade social é um sistema de 
ampla proteção social que visa amparar as 
contingencias sociais (naturais), ora 
necessidades da sociedade como um todo. 
Assegurando o mínimo essencial para a 
preservação da vida, atuando sobre a saúde, a 
previdência e a assistência. 
 
São Características da Seguridade Social: 
A. Integração: - 
Não se trata de uma ação exclusiva do Poder Publico, mas 
envolve também a sociedade que contribui, principalmente, por 
contribuição social. 
 
 
B. Almeja alcançar as Contingências Sociais: - 
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A Seguridade Social destina-se a fazer frente às contingencias ou 
eventos sociais, ou seja, situações em que o indivíduo não pode prover a 
seu próprio sustento, em razão de impossibilidade de trabalhar ou 
porque não é desejável que ele trabalhe, por exemplo, doença, acidente, 
maternidade, idade avançada, etc. 
Atenção: Contingência Social. 
Contudo, não são todos os eventos sociais protegidos pela Seguridade Social, 
mas apenas aqueles mais relevantes, escolhidos pelo Legislador como tal. 
Por esta razão dispõe o art. 201 da CF; 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de 
regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, 
e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade 
avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998) 
II - proteção à maternidade, especialmente à 
gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego 
involuntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998) 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes 
dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao 
cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 
2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
 
Cada uma destas contingências enseja uma prestação ou um serviço, a exemplo 
do inciso primeiro, que ensejará um benefício previdenciário de aposentadoria ou 
auxilio doença. 
 
C. Existem três esferas de proteção à Seguridade Social, saber: 
A. Saúde:- 
Previsto nos arts. 196 a 200 da CF, constitui um 
direito de todos e dever do Estado, prestados a todos os 
brasileiros e estrangeiros, residentes ou em trânsito, 
gratuitamente. Lei 8.080/90; 
Trata-se de direito extremamente 
amplo, devendo ser aferida todas as 
suas possibilidades, a exemplo de uma 
cirurgia reparadora por conta de um 
câncer; ou mesmo tratamento em outro 
país, se necessário, cabendo Mandado 
de Segurança em caso de negativa. 
 
Não há tempo para adentrar especificamente no 
Estudo da Saúde, porém, é extremamente interessante a 
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análise da Lei, bem como de seus princípios, a exemplo 
dos seguintes; 
Lei 8080/90 - Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde 
e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o 
Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as 
diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo 
ainda aos seguintes princípios: 
 I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos 
os níveis de assistência; 
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto 
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, 
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de 
complexidade do sistema; 
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua 
integridade física e moral; 
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou 
privilégios de qualquer espécie; 
 
B. Previdência Social:- 
Prevista nos arts. 201 e 202 da CF, a Previdência 
constitui um sistema contributivo (adotou-se o sistema 
alemão), de filiação obrigatória e Regime Geral. 
É atualmente regulamentado pelas Leis: 
a) Leis 8.213/91 – Plano de Benefícios da 
Previdência Social; 
b) Leis 8.212/91 – Plano de Custeio da 
Previdência Social; 
c) Regulamento da Previdência Social: - 
Aprovado pelo Decreto 3.048/99; 
d) Instrução Normativa 77/2015: - “lei 
interna” do INSS; 
 
C. Assistência Social: - 
Previsto nos arts. 203 e 207, a Assistência constitui 
um sistema não contributivo, prestado apenas a quem dela 
necessitar (pessoas de extrema miserabilidade). 
Tem-se como exemplo, a Lei Orgânica da 
Assistência Social - Lei 8.742/93 - LOAS. 
Exemplos: a Assistência Social dá os 
benefícios de auxilio funeral; auxilio 
natalidade no valor de 659,25 – ano de 
2017; transporte de retorno para a casa; etc. 
desde que haja necessidade. 
 
Por outro exemplo, temos o chamado benefício 
de prestação continuada (Art. 20e seguintes da referida 
lei), no valor de 1 salário mínimo destinado ao idoso (65 
anos) e ao deficiente que demonstrem estarem em 
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situação de miserabilidade (1/4 de SM), não podendo ter 
seu sustento provido por sua família. 
 
3. Princípios da Seguridade Social: 
Para o prof. Sérgio Pinto Martins temos os chamados Princípios Explícitos e o 
Princípio Implícito da Solidariedade, da Seguridade Social. 
Os Princípios explícitos vêm previstos, sobretudo, no art. 194, parágrafo único 
da CF/88. 
Já os Princípio Implícitos da Solidariedade são extraído da interpretação da 
Constituição Federal. 
3.1 Princípios Explícitos: 
I. Princípio da Universalidade da Cobertura e Atendimento: - 
Por este princípio, todas as pessoas que 
residem no Brasil (inclusive estrangeiro 
residentes no Brasil) são cobertos pela 
seguridade (aspectos subjetivos), em relação 
a todas as contingências sociais (aspectos 
objetivos). 
 
Em relação à saúde, não só o estrangeiro residente, mas também o estrangeiro 
em trânsito terá direito à saúde. 
Tem-se, como exemplo, a campanha de vacinação que deveria ser igual em todo 
território nacional. 
 
Existe, no entanto, uma crítica a este princípio:Na verdade, só são cobertas as contingencias sociais previstas em lei e não de 
forma universal. 
 
Portanto, pode-se classificar a Seguridade em Contributiva e Não Contributiva, 
a saber: 
A) Contributiva – Previdência; 
Na Previdência Social o Princípio da Universalidade da 
Cobertura e do Atendimento é mitigado pelo Princípio Contributivo 
(origem alemão), haja vista que somente estará coberto pela 
previdência aquele que contribuir (for segurado). 
 
B) Não Contributivo: 
a. Saúde; 
b. Assistência. 
 
Observação: - 
Embora a assistência social exija o preenchimento de certas condições, a Saúde 
constitui um direito incondicionado, não necessitando preencher requisitos. 
II. Uniformidade e Equivalência das Prestações Concedidas as Populações 
Urbanas e Rurais: - 
Inicialmente, a palavra prestação refere-se aos benefícios e serviços prestados 
pela previdência social. 
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A CF prevê a necessidade de uma equivalência 
e uniformidade de prestações, ou seja, não é 
possível haver distinções entre os 
trabalhadores rurais e urbanos. 
 
Este princípio decorre de um período anterior a CF/88 em que o trabalhador 
rural sequer era considerado segurado da previdência. 
Há, no entanto, distinções entre o urbano e o rural, a exemplo do requisito idade 
para a aposentadoria dos empregados urbanos e rurais. 
Tratam-se das chamadas discriminações positivas. 
Os benefícios devem ser equivalentes, ou seja, 
aplica-se o conceito de Aristóteles acerca da isonomia, 
tratando o rural desigual para alcançar a igualdade. Trata-
se de discriminação positiva. 
 
A própria CF, no art. 195, §8º da CF traz uma diferença interessante, 
consagrando a figura do segurado especial. 
Este segurado é, a grosso modo, o pequeno produtor rural que goza de, por 
exemplo, uma contribuição especial diferente do trabalhador urbano. 
Portanto, trata-se de equivalência e 
não igualdade absoluta. 
 
 
 
III. Princípio da Seletividade e Distributividade: - 
Este princípio é também chamado de Princípio da Reserva do Possível. 
Segundo o professor Fábio Zambitte Ibrain, 
este princípio significa selecionar para 
melhor distribuir. 
 
Este princípio se acopla no momento de criação da Lei, pois o contribuinte 
confia ao legislador a matéria de selecionar para poder distribuir melhor os benefícios. 
Refere-se, portanto, as “Escolhas Trágicas do Legislador”. 
É por força deste princípio que o legislador pode criar condições para conceder 
benefícios ou serviços, por exemplo, “só tem direito ao LOAS a família que possui renda 
per capita inferior a ¼ do salario mínimo”. 
A própria CF estabelece dois benefícios 
que evidenciam este princípio, pois os dois só 
são garantidos ao segurado de baixa 
renda1. Tratam-se dos benefícios Salário 
Família e Auxilio Reclusão. 
 
IV. Irredutibilidade do Valor dos Benefícios: - 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
 
1 Aquele que tem salário de contribuição menor ou igual a R$1.292,43 – Valor ano 2017 
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ATENÇÃO: - Não pode ser reduzido o 
valor dos benefícios. Porém, os serviços podem 
ser reduzidos. 
 
Segundo entendimento do STF, esta irredutibilidade 
se refere ao valor nominal do benefício e não ao valor real. 
 
O valor real é o que garante o efetivo valor de compra. Já o valor nominal é o 
previsto em lei. 
Logo, o que se garante é a irredutibilidade do valor previsto em lei e não do valor 
de compra, que poderá ser reduzido. 
Não obstante, o art. 201, § 4º da CF 
assegura o reajuste dos benefícios para que 
seja preservado o valor real, a saber: 
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para 
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme 
critérios definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 1998) 
 
Segundo a doutrina majoritária, a 
Irredutibilidade do Valor dos Benefícios da 
Seguridade Social se refere ao valor 
nominal. Todavia, o Reajustamento do Valor 
dos Benefícios da Previdência Social se refere 
ao valor real. 
 
Incialmente, a irredutibilidade refere-se à Seguridade Social, ao passo que o 
Reajustamento refece a previdência social. Ademais, na hora de reduzir, considera-se o 
valor nominal, porem, na hora de majorar/reajustar, deve ser considerado o valor da 
inflação. 
Portanto, somente há reajustamento para os benefícios previdenciário, enquanto 
que os benefícios da saúde e assistência, estes serão preservados os valores nominais, 
porem, não serão reajustados. 
 
Critica: - 
O atual índice utilizado para reajustamento de benefícios é INPC, índice este 
que, no momento de sua criação, foi inspirado em uma família formado por um casal 
de 20 a 30 anos, com dois filhos de 04 a 07 anos. Por evidente, não reflete as reais 
necessidades daqueles que, atualmente, recebem benefício previdenciário (na maioria, 
doentes e idosos). 
O índice de reajustamento, para preservar o valor de compra, deve ser inspirado 
naquelas pessoas que busca abarcar. 
É por esta razão que, embora haja previsão do reajustamento, não há um efetivo 
reajustamento, o que tem ocasionado na redução do poder de compra (real) dos 
benefícios previdenciários. 
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Trata-se da chamada Tese do Poder de Compra ou do Poder Aquisitivo, o que 
permite uma revisão de benefício. 
 
V. Princípio da Equidade na Forma de Participação no Custeio: - 
Também chamado de Princípio da 
Capacidade Contributiva, constitui a regra de que 
“quem tem melhores condições de contribuir, 
deverá contribuir com mais; Quem possui menos 
condições de contribuir, deverá contribuir com 
menos”. 
Por força deste princípio, o principal contribuinte é a empresa, haja vista 
que ela possui melhores condições financeiras. 
O art. 195, § 9º da CF traz uma regra que demonstra a incidência do 
Princípio da Equidade no Custeio, a saber: 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput 
deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, 
em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-
obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de 
trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
 
Logo, as contribuições da empresa poderão ter alíquotas ou base de 
cálculos diferenciadas, conforme a atividade, o porte da empresa, a utilização de 
mão de obra e as condições estruturais do mercado de trabalho. 
Assim sendo, quanto maior a empresa, maior a contribuição dele, por 
exemplo, um banco. 
 
Ademais, as contribuições das empresas também são determinadas pelo 
risco social que elas geram. Trata-se do Fator Acidentário de Prevenção- FAP, 
fator este que aumenta a contribuição da empresa conforme os acidentes de 
trabalho que ela possui. 
 
VI. Princípio da Diversidade da Base de Financiamento: - 
Também relacionado com o custeio, este princípio encontra previsão no 
art. 195, “caput” da CF, a saber: 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a 
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante 
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições 
sociais: 
 
Por este artigo, o custeio na seguridade não será feito por uma única 
fonte, mas sim por várias. 
A seguridade social será custeada de forma direta e indireta pela 
sociedade e pelos poderes públicos.A. O Custeio Direito da Seguridade é feito por meio das 
contribuições. Espécies de Custeio Direito: 
a. Contribuição do Empregador, Empresa ou 
Equiparado; 
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b. Contribuição do Segurado; 
c. Contribuição sobre a Receita dos Concursos de 
Prognósticos; 
d. Contribuições do Importador. 
 
B. Já o Custeio Indireto é feito, em primeiro lugar, pelo repasse 
de receitas orçamentárias. 
Há, no entanto, uma segunda forma de custeio 
indireto. Trata-se das isenções ou imunidades tributárias, por 
exemplo, as entidades beneficentes de assistências sociais que 
são isentas de contribuição social. 
Nota-se que este serviço deveria ter sido prestado pelo 
Estado, porem, como é prestado por outra pessoa, acaba 
custeando também a seguridade. 
VII. Princípio do Caráter Democrático e Descentralizado da Seguridade Social, com 
Gestão Quadripartite; 
a. Caráter Descentralizado: - Constitui na atuação conjunto da União, dos 
Estados, DF e Municípios na seguridade social; 
b. Gestão Quadripartite: - Toda sociedade possuem a participação no custeio, 
a saber: 
i. Segurado; 
ii. Empregador; 
iii. Governo; e 
iv. Aposentados. 
 
4. Demais Princípios Previstos na CF: 
VIII. Princípio da Solidariedade Social: 
Por este princípio, tanto o setor publico quanto o privado angariam 
contribuições pra a proteção das contingencias sociais. 
É por esta razão que o aposentado que continua trabalhando deve 
também continuar a contribuir para o Regime Geral. Afinal, não se contribui 
especificamente para o agente, mas sim para um fundo Coletivo. 
Adota-se do Regime de Repartição Simples, ou 
seja, os atuais contribuintes contribuem para 
que o atual inativo gozem de benefícios, da 
mesma forma que os futuros trabalhadores 
contribuirão para que os atuais gozem de 
benefícios no futuro. 
 
5. Segurados: 
É Segurado do Regime Geral de Previdência Social a Pessoa Física que contribui 
para o sistema e, por contribuir, tem direito a benefícios e serviços. 
 
Atenção: - 
A pessoa jurídica nunca será segurada da previdência social, sendo apenas um 
contribuinte. 
 
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A idade mínima para ser segurado da previdência social é 16 anos, salvo na 
condição de aprendiz, nos termos do art. 7º, XXXIII da CF. 
Esta idade para ser segurado coincide com a idade para trabalhar. 
 
E se o menor de 16 ou 14 anos trabalhar? 
Embora haja discussões doutrinárias, segundo o Posicionamento Majoritário da 
Jurisprudência é possível a contagem deste tempo exercido ilegalmente (contrato de 
trabalho nulo por objeto proibido) como tempo de contribuição para fins 
previdenciários, porem, desde que a criança prove que ela trabalhou. 
Ademais, o reconhecimento do vinculo na justiça do trabalho irá determinar o 
recolhimento das contribuições previdenciárias incidentes sobre aquele contrato. 
Caso esta criança sofra um acidente de trabalho, é pacifico que ela terá direito a 
prestações acidentárias. 
 
 
5.1. Classes de Segurados: (Classificação da doutrina clássica) 
5.1.1. Segurados Obrigatórios: 
A. Comum: 
a. Empregado: - Possui vínculo de emprego; 
b. Empregado Domestica: - Possui vínculo de emprego para com 
empregador doméstico. 
c. Trabalhador Avulso: É equiparado ao empregado, nos termos do art. 
7º XXXIV da CF:- 
B. Individual: (simplesmente contribuinte individual): - Não possui vínculo de 
emprego. 
C. Especial 
 
Sempre que alguém exerce uma atividade remunerada, ela será um segurado 
obrigatório do regime geral da previdência. 
 
 
 
5.1.2. Segurado Facultativo: 
Por sua vez, o segurado facultativo é a pessoa que não exerce atividade ou até 
exerce, porem, não remunerada. 
 
Qual a idade mínima do segurado facultativo? 
A idade mínima do segurado facultativo é 16 anos, não admitindo a contribuição 
a partir dos 14, já que não há segurado facultativo aprendiz que, mas apenas segurado 
obrigatório aprendiz, na qualidade de empregado. 
 
5.2. Análise dos Segurados Obrigatórios:- 
5.2.1. Considera-se Empregado: - Art. 9º, I do RPS, Art. 11, I do PBPS, e Art. 12, I 
do PCPS ; 
Considera-se segurado empregado para fins previdenciários: 
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A. Empregado Urbano: - Art. 3º da CLT: - Mesmas características utilizadas 
pelo Direito do Trabalho; 
B. Empregado Rural:- Lei 5889/73: - Empregado + Prestação de serviços a 
empregador rural. 
C. Diretor Empregado: - Art. 62, II e paragrafo único da CLT; 
D. Trabalhador Temporário: - Lei 6019/74; 
E. Servidor Público:- 
a. Quando não estiver vinculado a regime próprio de previdência; 
b. Servidor Ocupante de Cargo de Confiança:- De livre nomeação ou 
exoneração; 
CF - § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo 
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem 
como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o 
regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
 
Esta regra deverá ser estendida também aos Estados e 
Municípios, desde que não haja regime próprio de previdência. 
Tal ocorre com o fim de evitar que o servidor, ainda que com 
vinculo efetivo, acabe ficando em um limbo jurídico. 
 
c. Empregado Público Celetista; 
d. Servidor Público Temporário; Art. 37, 
e. Servidor Público exercente de Mandado Eletivo Municipal, Estadual 
ou Federal não vinculado a Regime Próprio:- O servidor eleito, a 
exemplo de um vereador ou deputado, quando eleito será segurado 
obrigatório do regime geral. Todavia, se este servidor, antes da sua 
eleição, já for servidor estando vinculado a regime próprio, não irá 
para o regime geral, permanecendo no seu regime mesmo. 
 
Curiosidade: 
Esta alínea, porem, teve sua eficácia suspensa pela Resolução 26/2005 do 
Senado. 
O STF, no RE 351.717, julgou inconstitucional esta alínea “h”, 
pois restou instituída uma nova fonte de custeio não prevista no artigo 
195, da CRFB, que exige lei complementar para tanto: 
I. - A Lei 9.506/97, § 1º do art. 13, acrescentou a alínea h ao 
inc. I do art. 12 da Lei 8.212/91, tornando segurado obrigatório do 
regime geral de previdência social o exercente de mandato eletivo, 
desde que não vinculado a regime próprio de previdência social. 
II. - Todavia, não poderia a lei criar figura nova de segurado 
obrigatório da previdência social, tendo em vista o disposto no art. 
195, II, C.F.. Ademais, a Lei 9.506/97, § 1º do art. 13, ao criar figura 
nova de segurado obrigatório, instituiu fonte nova de custeio da 
seguridade social, instituindo contribuição social sobre o subsídio de 
agente político. A instituição dessa nova contribuição, que não estaria 
incidindo sobre "a folha de salários, o faturamento e os lucros" (C.F., 
art. 195, I, sem a EC 20/98), exigiria a técnica da competência residual 
da União, art. 154, I, ex vi do disposto no art. 195, § 4º, ambos da C.F. 
É dizer, somente por lei complementar poderia ser instituída 
citada contribuição. 
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III. - Inconstitucionalidade da alínea h do inc. I do art. 12 
da Lei 8.212/91, introduzida pela Lei 9.506/97, § 1º do art. 13. IV. - 
R.E. conhecido e provido”. 
 
Posteriormente, o Senado suspendeu a sua eficácia erga 
omnes ao editar a Resolução 26/2005: 
“Art. 1º É suspensa a execução da alínea "h" do inciso I do 
art. 12 da Lei Federal nº 8.212, de 24 de julho de 1991, acrescentada 
pelo § 1º do art. 13 da Lei Federalnº 9.506, de 30 de outubro de 1997, 
em virtude de declaração de inconstitucionalidade em decisão 
definitiva do Supremo Tribunal Federal, nos autos do Recurso 
Extraordinário nº 351.717-1 – Paraná”. 
 
Porem, em 2004, pela Lei 10.887, foi inserida a alínea h, com a mesma redação 
da anterior, porem, não há inconstitucionalidade, uma vez que esta, por sua vez, é 
embasada na Emenda 20, fundamentação esta que não existia na época da redação 
antiga. 
 
Observação: - Servidor Militar ou Civil que faz bicos; 
O Servidor Civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos 
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas 
autarquias e fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência Social 
consubstanciado nesta Lei, desde que amparados por regime próprio de previdência 
social; porém se caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomitantemente, 
uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social, este se 
tornará Segurado Obrigatório em relação às essas atividades. 
 
F. Estagiário Irregular: - Estagiário contratado em desacordo com a Lei do 
Estágio. 
G. Escrevente e Auxiliar de Serviços Notariais:- Tratam-se de funcionários de 
um cartório notarial que são considerados empregados se contratados após 
21/11/94 (lei dos cartórios –sempre empregado) ou, antes desta data, desde 
que tenha optado pelo Regime Geral. 
 
 
 
Atenção: - 
Os titulares de serviços notariais, para fins previdenciários, são Contribuintes 
Individuais, porem, desde que tenham recebido a delegação após 21/11/1994 e desde 
que não seja remunerado pelos cofres públicos. 
 
H. Trabalhador Rural a Pequeno Prazo: - Trata-se de uma figura nova, criada 
em 2008 pela Lei do Trabalhador Rural que só pode ser contratado por 
produtor rural pessoa física, só podendo trabalhar por, no máximo, dois 
meses (continuo ou não) para o mesmo empregador dentro do período de 
01 ano. 
Para o Direito do Trabalho, tem prevalecido que não se trata de 
empregado, mas sim um eventual. Todavia, para o Direito Previdenciário, 
ele será um empregado. 
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I. Hipóteses de Extraterritorialidade: - Considera-se empregado: 
a. Brasileiro ou estrangeiro contratado e domiciliado no Brasil que 
presta serviços no Exterior para agência ou sucursal de empresa 
brasileira; 
b. Brasileiro ou estrangeiro contratado e domiciliado no Brasil que 
presta serviços no exterior para empresa domiciliada no exterior, 
porem, com maioria do capital votante pertencente à empresa 
brasileira. Por exemplo, a AMBEV, que tem a maioria do capital 
votante da empresa Estel Atua. 
c. Brasileiro (não precisa ser domiciliado) ou Estrangeiro (deve ser 
domiciliado) que presta serviços no Brasil para uma missão 
diplomática, repartição consular ou membros dessa missão 
diplomática ou repartição consular. 
 
Observação: 
Em regra, será empregado, salvo se o estrangeiro não possuir residência 
permanente no Brasil ou o brasileiro amparado pelo regime previdenciário do 
país da repartição. 
 
d. Brasileiro ou Estrangeiro que trabalha no Brasil para um organismo 
oficial interacional em funcionamento no Brasil. Por exemplo, um 
brasileiro que trabalho no escritório da ONU em Brasília. Por 
exceção, não será considerado empregado da Previdência Social se 
amparado por regime próprio de previdência social (regime próprio 
do organismo internacional). 
 
e. Brasileiro civil (só civil) que presta serviços no exterior para: 
Repartição oficial brasileira; ou Para Organismo oficial internacional 
do qual o Brasil seja membro. 
Somente será empregado se prestar serviços para a União e não 
estiver abrangido por regime próprio. Do contrário, será contribuinte 
individual. 
 
f. Auxiliar Local brasileiro: - Trata-se do brasileiro ou estrangeiro que 
é contratado por uma embaixada ou consulado pra prestar serviços 
eventuais. 
 
5.2.2. Empregado Doméstico:- Art. 1º da Lei Complementar nº 150/15 
Art. 1o Ao empregado doméstico, assim considerado aquele 
que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e 
pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito 
residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o 
disposto nesta Lei. 
 
Com o advento da Lei Complementar nº 150/15, o empregador passou a 
ser responsável pelo recolhimento de sua cota patronal, a contribuição do seu 
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empregado, o FGTS, um percentual incidente sobre o salário do empregado a 
titulo de indenização e um percentual a título de seguro acidente de trabalho. 
Para tanto, nos termos do art. 34, criou-se o chamado Simples Doméstico, 
a saber: 
Art. 34. O Simples Doméstico assegurará o recolhimento 
mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes 
valores: 
I - 8% (oito por cento) a 11% (onze por cento) de contribuição 
previdenciária, a cargo do segurado empregado doméstico, nos 
termos do art. 20 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; 
II - 8% (oito por cento) de contribuição patronal previdenciária 
para a seguridade social, a cargo do empregador doméstico, nos 
termos do art. 24 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; 
III - 0,8% (oito décimos por cento) de contribuição social para 
financiamento do seguro contra acidentes do trabalho; 
IV - 8% (oito por cento) de recolhimento para o FGTS; 
V - 3,2% (três inteiros e dois décimos por cento), na forma do 
art. 22 desta Lei; e 
VI - imposto sobre a renda retido na fonte de que trata o inciso 
I do art. 7o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, se incidente. 
§ 1o As contribuições, os depósitos e o imposto arrolados nos 
incisos I a VI incidem sobre a remuneração paga ou devida no mês 
anterior, a cada empregado, incluída na remuneração a gratificação 
de Natal a que se refere a Lei no 4.090, de 13 de julho de 1962, e a Lei 
no 4.749, de 12 de agosto de 1965. 
§ 2o A contribuição e o imposto previstos nos incisos I e VI 
do caput deste artigo serão descontados da remuneração do 
empregado pelo empregador, que é responsável por seu 
recolhimento. 
§ 3o O produto da arrecadação das contribuições, dos 
depósitos e do imposto de que trata o caput será centralizado na 
Caixa Econômica Federal. 
§ 4o A Caixa Econômica Federal, com base nos elementos 
identificadores do recolhimento, disponíveis no sistema de que trata 
o § 1o do art. 33, transferirá para a Conta Única do Tesouro Nacional 
o valor arrecadado das contribuições e do imposto previstos nos 
incisos I, II, III e VI do caput. 
§ 5o O recolhimento de que trata o caput será efetuado em 
instituições financeiras integrantes da rede arrecadadora de receitas 
federais. 
§ 6o O empregador fornecerá, mensalmente, ao empregado 
doméstico cópia do documento previsto no caput. 
§ 7o O recolhimento mensal, mediante documento único de 
arrecadação, e a exigência das contribuições, dos depósitos e do 
imposto, nos valores definidos nos incisos I a VI do caput, somente 
serão devidos após 120 (cento e vinte) dias da data de publicação 
desta Lei. 
 
Portanto, a alíquota previdenciária do empregador doméstico passou de 
12% para 8%, porem, acrescida de 0,8% (SAT) 8,0% (FGTS) e 3,2 % (Indenização) 
totalizando: - 20%. 
Já o empregado doméstico recolhe 8, 9 ou 11% do salário de contribuição, 
dependendo do valor do SC. 
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No tocante ao prazo para o recolhimento que, antes era até o dia 20 do 
mês subsequente ao mês de competência, estapassou para o dia 07 do mês 
seguinte ao da competência, nos termos do art. 35, a saber: 
Art. 35. O empregador doméstico é obrigado a pagar a 
remuneração devida ao empregado doméstico e a arrecadar e a 
recolher a contribuição prevista no inciso I do art. 34, assim como a 
arrecadar e a recolher as contribuições, os depósitos e o imposto a 
seu cargo discriminados nos incisos II, III, IV, V e VI do caput do art. 
34, até o dia 7 do mês seguinte ao da competência. 
§ 1o Os valores previstos nos incisos I, II, III e VI do caput do 
art. 34 não recolhidos até a data de vencimento sujeitar-se-ão à 
incidência de encargos legais na forma prevista na legislação do 
imposto sobre a renda. 
§ 2o Os valores previstos nos incisos IV e V, referentes ao 
FGTS, não recolhidos até a data de vencimento serão corrigidos e 
terão a incidência da respectiva multa, conforme a Lei no 8.036, de 11 
de maio de 1990. 
 
Caso no dia do vencimento (7) não haver expediente bancário, o prazo é 
prorrogado. 
Todavia, se o prazo for dia 20, sempre antecipa. 
 
Observação: - 
Se, por ventura, o recolhimento ocorrer em valor mínimo, ele poderá ser 
trimestral. Assim, se o empregado doméstico receber o salário mínimo, poderá o 
empregador doméstico recolher de três em três meses, observado o trimestre civil. 
Essa regra vale, também, para o contribuinte individual e para o facultativo. 
Assim, o recolhimento do primeiro trimestre (janeiro, fevereiro e março) 
ocorrerá até o dia 07 de abril. 
Todavia, verificar se essa regra será possível em razão do simples 
doméstico. 
 
5.2.3. Avulso: - Regulamentado pela Lei 12.815/2013. 
De acordo com o art. 9º, VI, do Decreto 3.048/99, é o 
trabalhador sindicalizado ou não, que presta serviço por intermédio 
de órgão gestor de mão-de-obra ou do sindicato da categoria. 
 
É o trabalhador que, sem se fixar definitivamente 
a um tomador de serviços, coloca a sua força de trabalho, 
por curtos períodos a disposição de diferentes tomadores 
e por intermédio de órgão gestor de mão de obra (no caso 
do avulso que trabalha no porto); ou de um sindicato (no 
caso do avulso que trabalha fora do porto). 
Não há continuidade na prestação de serviços, 
uma vez que este presta serviços a vários empregadores 
(navios) distintos e por curtos períodos. 
 
Já o trabalho realizado fora do porto será arregimentado pelo sindicato. 
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A título de curiosidade, tenho várias funções de trabalhadores avulsos, a 
saber: 
A) Capatazia: - É a função de movimentação de mercadorias nas 
instalações dentro do porto. 
A Capatazia fará o carregamento e descarga de 
mercadorias quando efetivados por aparelhamento portuário. 
Se o produto for retirado ou colocado por fora do 
navio, por exemplo, guindaste, será feito pela capatazia. 
 
B) Estiva: - Movimento de mercadorias dentro do navio (convés 
ou porões das embarcações); 
Já a estiva fará o carregamento e descarga de 
mercadorias quando realizados com equipamentos de bordo. 
Assim sendo, se a mercadoria for retirada por 
equipamento de dentro do navio, será o estivador que fará. 
 
Atenção: 
Ambas as funções são muito semelhantes, diferenciando-se 
apenas em ralação a localização da carga, ou seja, se dentro do navio, será 
estiva; se fora, será capatazia. 
 
C) Conferência de Carga: - 
O conferente fará: Contagem de volumes; Anotação 
de suas características; Verificação do Estado das 
Mercadorias; Assistência a pesagens e serviços correlatos; nas 
operações de carregamento e descarga. 
D) Conserto de Carga: 
São pequenos reparos nas mercadorias, etiquetagem, 
embalagem, etc. 
E) Vigilância de Embarcações: 
Trata-se da atividade de fiscalização da entrada e saída 
de pessoas nas embarcações, bem como a movimentação de 
mercadorias. 
F) Função de Bloco: 
Trata-se da função relacionada à limpeza e 
conservação das embarcações. 
 
O Avulso não possui vinculo de emprego, todavia, o art. 7º, XXXIV da CF 
assegura a ele os mesmos direitos de um empregado. 
 
5.2.4. Segurado Contribuinte Individual:- Art. 9º, § 15 do Regulamento da Previdência 
Social; 
A principal diferença entre o segurado empregado e o contribuinte 
individual é o vinculo de emprego. 
Têm-se os seguintes exemplos de contribuintes individuais: 
i. O brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo 
oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, 
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ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando 
coberto por regime próprio de previdência social; 
Difere da anterior (categoria de 
empregado), pois, caso trabalhar para a União, 
ainda que fora do Brasil, será segurado 
empregado. Caso trabalho para organismo 
internacional, por exemplo, será contribuinte 
individual. 
ii. Autônomo: - Trata-se do trabalhador que presta serviços a 
diversas empresas, porem, sem vínculo de emprego. 
 
iii. Equiparado a autônomo: - 
1. Cooperado: - Tanto de cooperativa de produção 
quanto de cooperativa de serviços. 
2. Diarista-Faxineira – Aquele que não se encaixa no 
conceito de empregado doméstico – laborar até 02 
dias por semana; 
 
Aquele que presta serviço de natureza não contínua, por 
conta própria, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, sem 
fins lucrativos; 
 
3. Aquele que edifica obra da construção civil – 
Pedreiro ou Empreiteiro; 
4. Médico Residente: - de que trata a Lei nº 6.932, de 7 
de julho de 1981; 
5. Comerciante Ambulante: - Por Exemplo, Camelô; 
 
iv. Aquele que não se enquadra como Segurado Especial – 
Perda da qualidade de Segurado Especial; 
A pessoa física, proprietária ou não, que 
explora atividade agropecuária, a qualquer título, em 
caráter permanente ou temporário, em área superior 
a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área 
igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou 
atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou 
por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses 
dos §§ 10 e 11 deste artigo; 
 
v. Empresário:- Titular de firma individual, rural ou urbana; 
 
 
O titular de firma individual urbana ou rural, o dire-tor não 
empregado e o membro de conselho de administração de sociedade 
anônima, o sócio soli-dário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o 
sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho 
em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de 
direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer 
natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito 
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para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam 
remuneração; 
 
vi. Diretor não empregado: - Trata-se do empregado eleito 
para ocupar um cargo de direção e tem seu contrato de 
trabalho suspenso – Súmula 269 do TST; 
vii. Síndico ou Administrador de Condomínio Quando 
Remunerado: - não sendo remunerado, ele será facultativo. 
 
 
 
Atenção: - Isenção de taxa condominial do Síndico; 
A isenção ou redução da taxa condominial é considerada remuneração, ou seja, 
o sindico que não paga condomínio é considerado contribuinte individual, conforme 
entendimento do STJ. 
 
viii. Titular de Cartório: - O titular de cartório que recebeu a 
delegação após 21/11/1994 é contribuinte individual, pois 
passou a ser remunerado pela população. 
ix. Diretor de Cooperativa: - Também é considerado 
contribuinte individual, desde que remunerado. Se ele não 
receber remuneração, ele será facultativo. 
x.Garimpeiro: - Até 1991, o garimpeiro era considerado 
segurado especial. Após 1991, o garimpeiro deixa de ser 
segurado especial e passa a ser contribuinte individual, em 
qualquer hipótese. 
xi. Ministro da Confissão Religiosa ou Membro de Instituto de 
Vida Consagrada: - Padres, Pastores, Rabinos, etc., quando 
recebem remuneração pelos serviços prestados são 
considerados contribuintes individuais. 
O STJ entende que o período em que o religioso 
está aprendendo (noviço), na escola, já gera a filiação a 
previdência social. 
 
Observação: - Art. 214, § 16 do RPS: - 
§ 16. Não se considera remuneração direta ou indireta os 
valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de 
ensino vocacional com ministro de confissão religiosa, membros de 
instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa 
em face do seu mister religioso ou para sua subsistência, desde que 
fornecidos em condições que independam da natureza e da 
quantidade do trabalho executado. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, 
de 2001) 
 
Não se considera remuneração para fins de contribuição da empresa, ou seja, a 
igreja não terá que pagar contribuições sociais sobre o valor pago para o padre, por haver 
uma imunidade constitucional. Entretanto, o padre é contribuinte individual e deve 
pagar. 
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xii. Aposentado de qualquer regime que seja nomeado 
magistrado da justiça eleitoral ou classista da Justiça do 
Trabalho. 
Não se trata de qualquer pessoa, mas apenas o 
aposentado. Assim, se uma juíza estadual em atividade é 
nomeada magistrada eleitoral, ela não virará contribuinte 
individual. 
 
xiii. MEI: - Micro Empreendedor Individual: - O MEI que 
optar pelo simples é um contribuinte individual, conforme 
previsão nos art. 18-A a 18-C da LC 123. 
Para ser MEI, só é possível ter uma receita bruta 
anual de, no máximo, R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). 
 
Observação: hipóteses de segurados contribuintes individuais contemplados no art. 9, V 
e §15 do RPS:- 
 
 
xiv. Notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de 
cartório, que detêm a delegação do exercício da atividade notarial 
e de registro, não remunerados pelos cofres públicos, admitidos a 
partir de 21 de novembro de 1994; 
xv. Bolsista da Fundação Nacional do Exército contratado na forma da 
Lei 6.855/80; 
xvi. Árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com a Lei nº 
9.615, de 24 de março de 1998; 
xvii. Membro de conselho tutelar de que trata o art. O 132 da Lei nº 
8.069, de 13 de julho de 1990, quando remunerado 
xviii. O condutor autônomo de veículo rodoviário, assim considerado 
aquele que exerce atividade profissional sem vínculo empregatício, 
quando proprietário, coproprietário ou promitente comprador de um 
só veículo; 
xix. Aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor autônomo de 
veículo rodoviário, em automóvel cedido em regime de 
colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974; 
xx. Aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exerce 
pequena atividade comercial em via pública ou de porta em porta, 
como comerciante ambulante, nos termos da Lei nº 6.586, de 6 de 
novembro de 1978; 
xxi. Aquele que, na condição de pequeno feirante, compra para 
revenda produtos hortifrutigranjeiros ou assemelhados; 
xxii. O pescador que trabalha em regime de parceria, meação ou 
arrendamento, em embarcação de médio ou grande porte, - nos 
termos da Lei nº 11.959, de 2009; (Redação dada pelo Decreto nº 
8.424, de 2015), pois caso se trate de embarcação e pequeno 
porte, será segurado especial. 
xxiii. O incorporador de que trata o art. 29 da Lei nº 4.591, de 16 de 
dezembro de 1964. 
xxiv. O trabalhador associado a cooperativa que, nessa qualidade, 
presta serviços a terceiros; 
xxv. O membro de conselho fiscal de sociedade por ações; 
 
Observação: Dirigente Sindical. 
§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo, 
o mesmo enquadramento no Regime Geral de Previdência Social-RGPS de antes 
da investidura. 
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5.2.5. Segurado Especial: - 
Segurado especial é a pessoa física residente no imóvel 
rural ou em aglomera mento urbano ou rural próximo a ele, que 
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que 
com o auxílio eventual de terceiros, retira dele o seu sustento na 
condição de produtor rural ou pescador artesanal; 
 
Observação: - Características do Segurado Especial: 
A) Regime de Economia Familiar: - 
É a pessoa que trabalha em regime de economia familiar ou 
individualmente. 
Trata-se do regime em que todos os membros da família trabalham em 
regime de colaboração. 
Art. 9º,§ 5o - Dec. 3048 - Entende-se como regime de 
economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da 
família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento 
socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de 
mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados 
permanentes. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
 
B) Residência: 
Deve a familiar residir no imóvel rural, ou em aglomerado urbano ou 
rural próximo ao imóvel, no mesmo município ou município vizinho. 
 
C) Espécies: 
a. Produtor Rural: 
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, 
assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou 
arrendatário rurais, que explore atividade: 
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos 
fiscais; 
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça 
suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º 
da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas 
atividades o principal meio de vida; 
 
 
b. Pescador Artesanal: 
b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da 
pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e 
 
D) Regras Diferenciadoras: 
• Em relação às Contribuições: 
a. Base de Cálculo das Contribuições: - Receita bruta da 
comercialização da produção rural; Só haverá contribuição se 
houver produção e se houver comercialização da produção. 
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b. Periodicidade: - A contribuição do segurado especial não é 
necessariamente mensal, só ocorrendo se ele produzir e 
vender. 
c. Alíquota: - A alíquota de contribuição do segurado especial é 
de 2% da receita bruta da comercialização rural + 0,1% para 
o chamado GILRAT ou SAT. 
• Em relação aos Benefícios: - 
a. Não tem direito a aposentadoria por tempo de contribuição: 
- 
b. Carência: - A carência será contada pelo numero de meses de 
efetiva atividade rural e não por numero de meses de 
contribuição como ocorre para os demais segurados; 
c. Benefício no valor de 01 salário Mínimo, em regra; 
 
Observação 03: Empregados do Segurado Especial; 
§7º O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por 
prazo determinado ou de trabalhador de que trata a alínea g do inciso V do 
caput, à razão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas, em períodos corridos 
ou intercalados -por dia no ano civil ou, ainda, por tempo equivalente em horas 
de trabalho, não sendo computado nesse prazo o período de afastamento em 
decorrência da (...) percepção de auxílio-doença. (Redação dada pela Lei nº 
12.873, de 2013). 
 
Atenção: - Não descaracteriza a qualidade de segurado especial: - §8º - Negócios 
Jurídicos firmados pelo segurado especial sem prejuízo de sua filiação; 
• I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meaçãoou comodato, 
de até 50% (cinqüenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja 
superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado 
continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de 
economia familiar; 
• II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com 
hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano; 
• III – a participação em plano de previdência complementar instituído por 
entidade classista a que seja associado, em razão da condição de trabalhador 
rural ou de produtor rural em regime de economia familiar; 
• IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum 
componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de 
governo; 
• V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de 
processo de beneficiamento ou industrialização artesanal, na forma do § 11 
do art. 25 desta Lei; e 
• VI – - a associação em cooperativa agropecuária ou de crédito rural; 
e (Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015) 
• VII - a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI sobre o 
produto das atividades desenvolvidas nos termos do § 12. (Incluído pela Lei 
nº 12.873, de 2013)(Produção de efeito) 
 
§ 10. O segurado especial fica excluído dessa categoria; 
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I – a contar do primeiro dia do mês em que: (Incluído pela Lei nº 
11.718, de 2008) 
a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no inciso VII 
do caput deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei, ou 
exceder qualquer dos limites estabelecidos no inciso I do § 8o deste 
artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
b) enquadrar-se em qualquer outra categoria de segurado obrigatório 
do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto nos incisos III, 
V, VII e VIII do § 9o e no § 12, sem prejuízo do disposto no art. 15;(Redação 
dada pela Lei nº 12.873, de 2013) 
c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime previdenciário; 
e (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) 
d) participar de sociedade empresária, de sociedade simples, como 
empresário individual ou como titular de empresa individual de 
responsabilidade limitada em desacordo com as limitações impostas pelo § 
12; (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Produção de efeito) 
II – a contar do primeiro dia do mês subseqüente ao da ocorrência, quando o 
grupo familiar a que pertence exceder o limite de: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 
2008) 
a) utilização de terceiros na exploração da atividade a que se refere o 
§ 7o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso III do § 
9o deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 8o deste 
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
 
5.3. Análise do Segurado Facultativo: 
5.3.1. Introdução: 
Inicialmente, a figura do segurado facultativo decorre do Princípio da 
Universalidade da Participação nos Planos Previdenciários, desde que, 
facultativamente, contribua com a previdência social. 
Ninguém poderá ser, ao mesmo tempo, segurado obrigatório e facultativo, 
uma vez que é pressuposto normativo infestável par aa filiação do segurado 
facultativo não se enquadrar como segurado obrigatório. 
 
5.3.2. Fundament Legal: - Art. 13 do PBPS; Art. 14 do PCPS e Art 11 do RPS; 
Art. 13. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze) anos 
que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante 
contribuição, desde que não incluído nas disposições do art. 11 
 
 Art. 11. É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de 
idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante 
contribuição, na forma do art. 199, desde que não esteja exercendo 
atividade remunerada que o enquadre como segurado 
obrigatório da previdência social. 
 § 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros: 
 I - a dona-de-casa; 
 II - o síndico de condomínio, quando não remunerado; 
 III - o estudante; 
 IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta 
serviço no exterior; 
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 V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório da 
previdência social; 
 VI - o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando não esteja vinculado 
a qualquer regime de previdência social; 
 VII - o bolsista e o estagiário que prestam serviços a 
empresa de acordo com a Lei nº 6.494, de 1977; 
 VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a 
pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, mestrado ou 
doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a 
qualquer regime de previdência social; 
IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada nem 
esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; (Redação 
dada pelo Decreto nº 7.054, de 2009) 
X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se 
filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha 
acordo internacional; e (Redação dada pelo Decreto nº 7.054, de 
2009) 
XI - o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou 
semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da 
unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação 
da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade 
artesanal por conta própria. (Incluído pelo Decreto nº 7.054, de 2009) 
§ 2º É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência 
Social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante 
de regime próprio de previdência social, salvo na hipótese de 
afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nesta 
condição, contribuição ao respectivo regime próprio. 
 § 3º A filiação na qualidade de segurado facultativo 
representa ato volitivo, gerando efeito somente a partir da 
inscrição e do primeiro recolhimento, não podendo retroagir e não 
permitindo o pagamento de contribuições relativas a 
competências anteriores à data da inscrição, ressalvado o § 3º do 
art. 28. 
 § 4º Após a inscrição, o segurado facultativo somente 
poderá recolher contribuições em atraso quando não tiver ocorrido 
perda da qualidade de segurado, conforme o disposto no inciso VI do 
art. 13. 
 
5.3.3. Definição: 
Trata-se da pessoa que não exerce atividade ou não exerce atividade remunerada 
e, por almejar a proteção previdenciária, começa a pagar contribuição previdenciária. 
Nos temos da Lei, a idade mínima para ser segurado facultativo é 14 anos. 
Porem, este texto é originário e tinha como base a redação da CF antes da Emenda 
20/98, que elevou a idade mínima para o trabalho aos 16 anos, salvo aos 14 na condição 
e aprendiz. 
Por esta razão, o RPS que, por sua vez, é de 1999, entendeu que a idade de 14 
anos ficou defasado. Portanto, para o entendimento atual, a idade mínima para a 
inscrição do segurado facultativo é se 16 anos. 
Há, no entanto, pensamentos minoritários no sentido de que, como o facultativo 
não trabalha, a alteração da idade para o trabalho na CF não teve reflexos para o 
segurado previdenciário, de modo que o regulamento extrapolou sua função 
regulamentar. 
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Atentar-se ao que pede a prova, isto é, se pedir conforme a lei, deve-se marcar 
14 anos. 
 
Atenção: - 
Um segurado obrigatóriodo RGPS não pode ser segurado facultativo ao mesmo 
tempo. 
Por exceção, o segurado especial poderá contribuir também facultativamente, 
com o fim de ter direito a aposentadoria por tempo de contribuição, bem como para 
poder majorar o valor do beneficio, nos termos do art. 200, § 2º do RPS, a saber: 
 § 2o O segurado especial referido neste artigo, além da 
contribuição obrigatória de que tratam os incisos I e II do caput, 
poderá contribuir, facultativamente, na forma do art. 199.(Redação 
dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007). 
 Art. 199. A alíquota de contribuição dos segurados 
contribuinte individual e facultativo é de vinte por cento aplicada sobre 
o respectivo salário-de-contribuição, observado os limites a que se 
referem os §§ 3º e 5º do art. 214.(Redação dada pelo Decreto nº 
3.265, de 1999) 
 
Ademais, o segurado obrigatório do RPPS não pode se filiar como facultativo 
do RGPS, nos termos do art. 201, § 5º da CF. 
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, 
na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de 
regime próprio de previdência. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998). 
Por exceção, servidor afastado sem vencimentos que não possa se filiar como 
facultativo no próprio regime próprio, poderá se filiar como facultativo no RGPS. Logo, 
deve o servidor estar afastado sem remuneração + o seu regime não permitir que ele se 
filie como facultativo. 
§ 2º É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência 
Social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante 
de regime próprio de previdência social, salvo na hipótese de 
afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nesta 
condição, contribuição ao respectivo regime próprio. 
 
Advertência: 
Este caso não se confunde com a hipótese de o servidor público que, 
paralelamente, desenvolve outras atividades econômicas, a saber: 
§ 2º É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência 
Social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante 
de regime próprio de previdência social, salvo na hipótese de 
afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nesta 
condição, contribuição ao respectivo regime próprio. 
 
§ 1o Caso o servidor ou o militar venham a exercer, 
concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime 
Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios em 
relação a essas atividades 
§ 2o Caso o servidor ou o militar, amparados por regime 
próprio de previdência social, sejam requisi-tados para outro órgão ou 
(...) entidade cujo regime previdenciário não permita a filiação, nessa 
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condição, permanecerão vinculados ao regime de origem, 
obedecidas as regras que cada ente estabeleça acerca de sua 
contribuição. 
 
5.3.4. Espécies de Segurados Facultativos: - 
I) Estudante; 
II) O sindico de condomínio, quando não remunerado; 
III) Dona de Casa; 
IV) Estagiário: - 
V) Desempregado: 
VI) Bolsista: - que prestam serviços a empresa de acordo com a Lei nº 6.494, 
de 7 de dezembro de 1977; 
VII) O bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de 
especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no 
exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência 
social; 
 
VIII) Brasileiro residente ou domiciliado no exterior, ainda que filiado 
ao regime do país, salvo se o Brasil mantiver acordo internacional 
com o país. 
IX) O brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior; 
X) Aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social; 
XI) O membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 
de julho de 1990, quando não esteja vinculado a qualquer regime de previ-
dência social; 
XII) Presidiário: - O trabalho do preso não é regido pelo Direito do 
Trabalho, por ausência de consensualidade na formação do 
contrato de trabalho, uma vez que a LEP estabelece como um 
dever do preso o trabalho. Logo, por receber remuneração 
inferior ou, as vezes, apenas a detração da pena, será segurado 
facultativo. 
XI- o segurado recolhido à prisão sob regime fechado 
ou semi-aberto, que, nesta condição, preste ser- viço, dentro 
ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou 
sem intermediação da organização carcerária ou entidade 
afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria 
(inserido pelo Decreto 7.054/2009). 
 
Filiação e Inscrição; 
Manutenção da Qualidade de Segurado 
Perda da Qualidade de Segurado (completear) 
Dependentes: 
 
6. Filiação x Inscrição: - 
6.1. Filiação: 
Inicialmente, a Filiação é o ato material por meio do 
qual a pessoa se torna segurada da previdência social, 
gerando obrigações (por exemplo, recolher a contribuição 
previdenciária) e direitos (prestações previdenciárias). 
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Assim dispõe o art. 20 do RPS: 
Art. 20. Filiação é o vínculo que se estabelece entre pessoas 
que contribuem para a previdência social e esta, do qual decorrem 
direitos e obrigações. 
§ 1º A filiação à previdência social decorre automaticamente 
do exercício de atividade remunerada para os segurados obrigatórios, 
observado o disposto no § 2º, e da inscrição formalizada com o 
pagamento da primeira contribuição para o segurado facultativo. 
 
Em regra, para os segurados obrigatórios, a filiação será automática e 
decorrerá do exercício de atividade laborativa remunerada (sendo considerado 
o seu termo inicial), com a idade mínima de 16 anos (salvo atividades insalubres, 
perigosas ou noturnas) ou excepcionalmente de 14 anos, na condição de 
aprendiz. 
 
Por sua vez, para o segurado facultativo, a filiação apenas ocorrerá com 
a inscrição formalizada (mero cadastro de dados na Previdência Social) + o 
efetivo pagamento da primeira contribuição previdenciária, decorrendo 
necessariamente da sua manifestação de vontade, pois não é compulsória. 
De acordo com o artigo 14, da Lei 8.212/91, a idade mínima para a 
filiação como segurado facultativo será de 14 anos de idade. 
Contudo, o artigo 11 do RPS prevê a idade mínima de 16 anos de idade 
para a filiação como segurado facultativo, disposição regulamentar 
aparentemente desprovida de fundamento legal, vez que a Constituição Federal 
veda o trabalho do menor de 16 anos, em regra, dispositivo que não alcança o 
segurado facultativo, pois este não trabalha. 
Vale ressaltar que a doutrina majoritária e o próprio INSS entendem que 
a idade mínima para a filiação do segurado facultativo é de 16 anos de idade. 
Questão interessante é saber se o desenvolvimento de atividade 
clandestina enseja a filiação como segurado obrigatório do RGPS, a exemplo da 
pessoa que se sustenta do produto dos roubos que pratica habitualmente. 
 
6.2. Inscrição: 
Já Inscrição é o ato formal de cadastro do segurado 
no INSS. Trata-se simplesmente do fornecimento dos 
dados pessoais ao INSS. 
INSCRIÇÃO 
LEI 8.213/91 
Art. 17. O Regulamento disciplinará a forma de inscrição do 
segurado e dos dependentes. 
 
Atualmente a inscrição é feita no Cadastro Nacional 
de Informações Sociais – CNIS, um sistema responsável 
pelo controle das informações de todos os segurados e 
contribuintes da Previdência Social, criado em 1989. 
A pessoa física é identificada no CNIS por intermédio 
de um NIT – Número de Identificação do Trabalhador, que 
poderá ser NIT Previdência ou NIT PIS/PASEP/SUS ou 
outro NIS – Número de Identificação Social, emitido pela 
Caixa Econômica Federal - CEF.Página 26 de 36
 
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§ 1º Incumbe ao dependente promover a sua inscrição 
quando do requerimento do benefício a que estiver habilitado. 
(Redação dada pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002) 
 
Não há inscrição prévia de dependente previdenciário, estando o § 1º, 
acima estudado, desatualizado. Quando do requerimento do beneficio, deverá 
o dependente fazer prova de sua condição. 
 
Art. 18. Considera-se inscrição de segurado para os efeitos 
da previdência social o ato pelo qual o segurado é cadastrado no 
Regime Geral de Previdência Social, mediante comprovação dos 
dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis a sua 
caracterização, observado o disposto no art. 330 e seu parágrafo 
único, na seguinte forma: 
I - o empregado e trabalhador avulso - pelo 
preenchimento dos documentos que os habilitem ao exercício da 
atividade, formalizado pelo contrato de trabalho, no caso de 
empregado, observado o disposto no § 2º do art. 20, e pelo 
cadastramento e registro no sindicato ou órgão gestor de mão-
de-obra, no caso de trabalhador avulso; 
§ 1º A inscrição do segurado de que trata o inciso I será 
efetuada diretamente na empresa, sindicato ou órgão gestor de 
mão-de-obra e a dos demais no Instituto Nacional do Seguro Social. 
II - empregado doméstico - pela apresentação de 
documento que comprove a existência de contrato de trabalho; 
III - contribuinte individual - pela apresentação de 
documento que caracterize a sua condição ou o exercício de atividade 
profissional, liberal ou não; 
IV - segurado especial - pela apresentação de documento 
que comprove o exercício de atividade rural; e 
V - facultativo - pela apresentação de documento de 
identidade e (...) declaração expressa de que não exerce atividade 
que o enquadre na categoria de segurado obrigatório. 
 
Da mesma forma, compete ao empregador doméstico efetuar a 
inscrição do segurado empregado doméstico, assim como compete a 
empresa efetuar a inscrição do segurado contribuinte individual que lhe 
presta serviços. 
 
Por Conclusão: 
• Para os Segurados Empregado, Doméstico e Avulso: - Entrega da documentação 
comprobatória a cargo do empregador; 
• Para os demais: - Entrega da documentação a cargo do segurado; 
 
7. Período de Graça: - 
7.1. Previsão Legal 
• Art. 15 do PBPS; 
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, 
independentemente de contribuições: 
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; 
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, 
o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida 
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pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem 
remuneração; 
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o 
segurado acometido de doença de segregação compulsória; 
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido 
ou recluso; 
V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado 
incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; 
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o 
segurado facultativo. 
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e 
quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) 
contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da 
qualidade de segurado. 
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 
(doze) meses para o segurado desempregado, desde que 
comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do 
Ministério do Trabalho e da Previdência Social. 
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva 
todos os seus direitos perante a Previdência Social. 
§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia 
seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da 
Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao 
mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste 
artigo e seus parágrafos. 
 
7.2. Definição: 
Trata-se do período em que segurado não contribui 
para o sistema, porém, mantem a qualidade de segurado. 
Durante o período de graça o segurado tem 
direito a todos os benefícios. 
 
7.3. Prazos: - Art. 13 do RPS: - 
Situação Período 
Quem está em gozo de benefício 
previdenciário: 
Mantem a qualidade de segurado por prazo 
indeterminado; 
Segurado obrigatório que deixa de 
contribuir; ou em caso de cessação de 
benefício por incapacidade: 
Mantem a qualidade de segurado por 12 
meses; 
 
Segregação (afastamento) compulsória 
do convívio social, em razão de doença; 
Não se trata de qualquer doença, mas 
aquela que afaste do convívio social. 
Mantem a qualidade de segurado por 12 
meses a contar da cessação da segregação. 
Detenção ou Reclusão Mantem a qualidade de segurado pelo 
período de 12 meses após o livramento 
(qualquer hipótese). 
Serviço Militar (qualquer) Após o afastamento da corporação, tem-se 
03 meses de graça. 
Segurado Facultativo Mantem a qualidade pelo prazo de 06 
meses. 
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Observação 01: - Acréscimo de 12 + 12 meses; 
Ao segurado desempregado e ao segurado que tiver 
cessado seu benefício por incapacidade (desde que 
segurado obrigatório), poderá ser acrescido 12 meses se o 
ele contar com mais de 120 contribuições (desde que não 
tenha havido a perda da qualidade de segurado no 
período). 
Atenção: 
A prorrogação de 12+12 não se aplica ao segurado facultativo. 
 
Poderá, ainda, ser também acrescido de mais 12 
meses se comprovar a situação de desemprego. 
 
Entende-se, atualmente, que o desemprego deve ser provado por qualquer meio, 
por exemplo, o recebimento do seguro desemprego ou o cadastro no CINE – Cadastro 
de Desemprego do MTE. 
Sobre o tema, dispõe a Súmula 27 da TNU: 
Súmula 27, TNU: “a ausência de registro em órgão do 
Ministério do Trabalho não impede a comprovação do desemprego 
por outros meios admitidos em Direito”. 
 
 A 3ª Seção do STJ aderiu ao entendimento da TNU ao admitir que a 
comprovação do desemprego seja feita por outros meios de prova além do registro em 
órgão do Ministério do Trabalho e Previdência Social, para fins de prorrogação do 
período de graça do segurado obrigatório em 12 meses (Pet 7.115, DE 10.03.2010). 
 
Observação 02: - Preso: 
O preso, se estivesse em período de graça quando da sua prisão, será descontado 
o período já cumprido do novo período de graça, ao sair. 
Da mesma forma, se ele fugir, o período de graça será descontado no período 
em que ele estiver em fuga. 
 
Observação 03: - 
O militar, diferente dos outros segurados, não precisava ser filiado ao RGPS 
antes de ingressar no militarismo. Quando sair, terá esses 03 meses. 
Esse período é menor do que o do preso, pois, normalmente, o militar opta por 
permanecer no regime próprio, ora mais vantajoso que o regime geral. 
 
Atenção: - 
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O período de graça não conta para fins de aposentadoria por tempo de 
contribuição por não ter o segurado vertido contribuições ao sistema durante o período 
de graça. 
Por exceção, tem-se o Salário Maternidade que, embora seja período de graça 
(gozo de beneficio), há o pagamento de contribuições. 
Por outra exceção, tem-se o auxilio doença e a aposentadoria por invalides, que 
para contar como tempo de contribuição, deve ocorrer em períodos intercalados entre 
atividade e afastamento. 
Ressalvado o acidente de trabalho que não necessitará ser entre períodos 
intercalados.Por fim, a perda da qualidade de segurado implicará na perda de quatro 
benefícios, ressalvados 04 benefícios, a saber: 
a) Aposentadoria por idade, Aposentadoria por tempo de contribuição 
e Aposentadoria especial: - Se o segurado provar que preencheu os 
requisitos antes da perda da qualidade de segurado, em razão do 
direito adquirido, poderá se aposentar. 
b) Pensão por morte: - Por regra geral, os dependentes tem direito a 
pensão se o de cujos era segurado na data do óbito. Por exceção, a 
Súmula 416 do STJ permite a concessão de pensão por morte se o 
de cujos, embora não possuísse mais a condição de segurado, já 
tivesse preenchido os requisitos para se aposentar. – Direito 
Adquirido. 
7.4. Perda da Qualidade de Segurado: 
§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia 
seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da 
Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao 
mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste 
artigo e seus parágrafos. 
 
O início do prazo para definir o momento da perda da qualidade ocorrerá no 
dia seguinte ao término do prazo do recolhimento da competência do mês anterior. O 
RPS, no seu artigo 14, fixou uma data única para todos os segurados, que é o dia seguinte 
à data final de recolhimento do contribuinte individual, que se operará até o dia 15 do 
mês seguinte ao da competência, ou, se não houver expediente bancário, no dia útil 
posterior, na forma do artigo 30, inciso II, da Lei 8.212/91. 
Logo, o termo inicial do período de graça não será a data de cessação do 
exercício de atividade laborativa remunerada, e sim o dia seguinte à data máxima de 
recolhimento de contribuição previdenciária não promovida. 
Como exemplo, suponha-se o caso de um segurado contribuinte individual que 
tenha deixado de trabalhar em 31.03.2007. Nesta hipótese, partindo da premissa que a 
competência de março foi recolhida até o dia 15 de abril, conforme determina a 
legislação previdenciária, o dies a quo do período de graça será 16 de maio, pois a 
competência de abril não foi recolhida até o dia 15 de maio. 
 
Tabela: 
 
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8. Dependentes: 
8.1. Previsão Legal: - Art. 16 do PPS, com redação dada pela Lei 13146/15. 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência 
Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não 
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos 
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou 
deficiência grave; (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
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II - os pais; 
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor 
de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência 
intelectual ou mental ou deficiência grave; (Vide Lei nº 13.146, de 
2015) (Vigência) 
§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes 
deste artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes. 
§ 2º. O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho 
mediante declaração do segurado e desde que comprovada a 
dependência econômica na forma estabelecida no 
Regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) 
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa 
que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com 
a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal. 
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no 
inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada. 
 
8.2. Introdução: 
Inicialmente, a relação de dependência estabelecida pela Lei de Benefícios 
garante aos dependentes do segurado dois benefícios, a pensão por morte e auxilio 
reclusão. 
Na verdade, a dependência previdenciária é acessória a filiação, isto é, quando o 
segurado filia-se ao regime previdenciário, seja pelo exercício de atividade remunerada, 
seja pelo pagamento da primeira contribuição em dia, automaticamente o dependente 
passará a estar protegido também, sem que este efetue o pagamento de qualquer 
contribuição previdenciária. 
 
8.3. Espécies de Dependentes: 
Existem três classes de dependentes no RGPS, a saber: 
A) 1ª Classe: - O Cônjuge, a companheira ou companheiro e o filho não 
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos 
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou 
deficiência grave; (Estatuto do Deficiente Físico) 
Dependência Presumida – 
Presunção Absoluta. 
B) 2ª Classe:- Pais; 
C) 3ª Classe: - O irmão não emancipado, de qualquer condição, menor 
de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência 
intelectual ou mental ou deficiência grave; 
 
8.3.1. Primeira Classe: - Comentários: 
 
8.3.1.1. Cônjuge; 
Embora no passado houvesse distinção entre homens e mulheres, atualmente, 
ambos são considerados dependentes. 
No tocante à perda da qualidade de dependente, havendo divórcio ou separação 
(de fato ou judicial), haverá a perda da qualidade de dependente, salvo se estiver 
recebendo alimentos. Nesta hipótese, continuará sendo dependente e receberá 
benefícios previdenciários. 
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Caso porem, tenha a mulher divorciada renunciado aos alimentos, ainda sim, 
poderá ser considerada dependente previdenciária quando comprovar a necessidade 
econômica superveniente, uma vez que os alimentos são, de fato, irrenunciáveis 
totalmente, conforme dispõe a Sumula 336 do STJ, a saber: 
SÚMULA 336 DO STJ - “A mulher que renunciou aos 
alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária 
por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica 
superveniente”. 
 
Entretanto, com o fim de evitar tratamento desigual entre homens e mulheres, 
crê-se que o enunciado do STJ deverá ser interpretado da seguinte forma: 
“A pessoa que não exerceu o direito à prestação alimentícia 
na separação judicial, no divórcio, na dissolução de união estável ou 
de relação homoafetiva, terá direito à pensão por morte em 
decorrência do falecimento do respectivo segurado, desde que 
demonstrada a necessidade econômica superveniente, até a data do 
óbito, através da prestação de alimentos in natura ou de qualquer 
outro auxílio substancial que conduzisse à dependência econômica”. 
 
Na hipótese de separação de fato, resta afastada a presunção de dependência 
econômica, devendo o cônjuge ou companheiro (a) que postular benefício comprová-
la, na forma do artigo 76, §1º, da Lei 8.213/91. 
 
 
8.3.1.2. Companheiro; 
Nos termos da Lei 8213/91, o companheiro é a pessoa que não é casada. 
O disposto no § 3º encontra-se parcialmente revogado, tendo em vista que o CC 
atual possibilita a união estável de pessoas ainda casadas, porém, separadas de fato. 
O RPS exige, de forma ilegal, prova documental para a comprovação da União 
Estável, sendo que não há lei exigindo tal tipo de prova. Por esta razão, o STJ e a TNU, 
no entanto, admitem a comprovação por meio de prova testemunhal, a exemplo do 
Enunciado 63 da TNU: - 
Súmula 63, TNU - A comprovação de união estável para 
efeito de concessão de pensão por morte prescinde de início de prova 
material. 
 
No que tange a uniões simultâneas, o STJ decidiu não ser possível a configuração 
simultânea de duas uniões estáveis, devendo um dos relacionamentos ser tratado como 
sociedade de fato, pois também existe o dever de lealdade entre os companheiros: REsp 
1.157.273, de 18.05.2010. 
 
8.3.1.3. União Homoafetiva: - 
O mesmo