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S U S P E N S Ã O E I N T E R R U P Ç Ã O D O C O N T R AT O D E T R A B A L H O Cabe enfatizar que os usos das expressões “suspensão do contrato de trabalho” e “interrupção do contrato de trabalho” citadas na doutrina, na jurisprudência e na legislação está tecnicamente incorreto, isto porque não há como interromper ou suspender um contrato, o que se pretende com o uso dessas expressões é suspender ou interromper algumas ou todas as obrigações decorrentes do contrato de trabalho. • Nossa legislação, no entanto faz distinção entre suspensão e interrupção do contrato de trabalho, tanto que o Capítulo IV, do Título IV da CLT, é denominado "Da suspensão e da interrupção", referindo-se ao contrato de trabalho. • Entretanto, não há suspensão do contrato de trabalho, que permanece íntegro, mas do trabalho, da execução do pacto ou de seus efeitos. • Na suspensão a empregador não deve pagar salários, nem contar o tempo de serviço do empregado que se encontra afastado. • Na interrupção, há necessidade do pagamento dos salários no afastamento do empregado e, também, a contagem do tempo de serviço. Dito isso, salienta-se que a principal obrigação do empregado é prestar serviço, enquanto que a do empregador é pagar salário. Quando o empregado deixa de prestar serviço mas mantem o recebimento dos salários se está diante de uma hipótese de interrupção do contrato de trabalho. Assim, na interrupção do contrato de trabalho há a contagem como tempo de efetivo serviço, salvo disposição legal expressa em sentido diverso. • Na interrupção, há a cessação temporária e parcial do contrato de trabalho, porém há a produção de efeitos. • Apesar de o obreiro não prestar serviços, são produzidos efeitos em seu contrato de trabalho. Quando o empregado deixa temporariamente de prestar serviço e também perceber seus salários haverá a hipótese de suspensão do contrato de trabalho. Na suspensão do contrato de trabalho o período de afastamento do empregado não integra o tempo de serviço. • A suspensão envolve a cessação temporária e total da execução e dos efeitos do contrato de trabalho. • Na suspensão o empregado não trabalha temporariamente, porém nenhum efeito produz em seu contrato de trabalho. • São suspensos as obrigações e os direitos. O contrato de trabalho ainda existe, apenas seus efeitos não são observados. INTERRUPÇÃO • Cessação temporária e parcial dos efeitos do cont. de trabalho. • São produzidos efeitos em seu contrato de trabalho. • O empregado recebe salário e o tempo de serviço é contado, embora o empregado não trabalhe. SUSPENSÃO • Cessação temporária e total da execução e dos efeitos do cont. de trabalho. • São suspensas as obrigações e os direitos. • Não recebe salário e nem conta-se seu tempo de serviço. INTERRUPÇÃO SSCS SEM SERVIÇO COM SALÁRIO SUSPENSÃO SSSS SEM SERVIÇO SEM SALÁRIO INTERRUPÇÃO Inúmeras são as causas de interrupção do contrato de e trabalho que tem suporte legal trabalhista e previdenciário. Para identificar essas possibilidades basta observar que há a determinação de pagamento de salário, como pode-se vislumbrar nas seguintes situações: a) Férias; b) Repouso semanal remunerado; c) Intervalos intrajornadas especiais (digitador, câmara frigorífica, entre outros...); INTERRUPÇÃO d) Redução da jornada no período do aviso prévio; e) Ausências decorrentes da participação do empregado no conselho curador do FGTS (art. 3º, § 7º da Lei 8.036/90); f) Licenças remuneradas concedidas pelo empregador; g) Afastamento do empregado estável para apuração de falta grave com sentença de improcedência; h) Tempo gasto nas consultas médicas e exames complementares da gestante (art. 392, § 4º , II da CLT); i) Licença para a candidatura eleitoral do servidor público celetista (Resolução 18.019/92 do TSE). INTERRUPÇÃO j) Faltas ao serviço nos termos do art. 473 da CLT – ausência justificada e abonada; k) Lockout - (art. 17 da Lei 7.783/89); l) Incapacidade para o trabalho por até 15 dias (Súmula 15 do TST); m) Membro de comissão de conciliação prévia (Art. 625-B, §2º da CLT). SUSPENSÃO Suspende-se a execução do contrato de trabalho, sem cômputo do tempo de serviço, sempre que o empregado não prestar serviços e o empregador deixar de pagar a remuneração devida. Hipóteses: a) Suspensão disciplinar do empregado; b) Aposentadoria por invalidez (art. 47 e 118 da Lei 8.213/91, Súmula 160 do TST, art. 475 § 1º e 2º da CLT); c) Incapacidade para o trabalho não decorrente de doença ocupacional ou de acidente de trabalho por tempo superior a 15 dias( art. 15, § 6º da Lei 8.036/90); d) Mulher em situação de violência familiar ou doméstica (art. 9º, § 2º da Lei 11.340/06); e) Licença não remunerada; f) Afastamento de exonerado estável para apuração de falta grave com sentença de procedência; g) Desempenho de encargo público (art. 472 da CLT) no qual não há obrigatoriedade de pagamento de salário; h) Retorno de empregado público ao serviço por conta de concessão de anistia concedida pela Lei. 8.878/94. SITUAÇÕES ESPECIAIS Existem algumas situações legalmente previstas que não se pode definir, de forma prévia , se a hipótese e/ou de interrupção do contrato de trabalho como: a) Participação em movimento grevista; b) Acidente de trabalho; c) Serviço militar obrigatório; d) Suspensão para qualificação profissional; e) Licença-maternidade; f) Dirigente sindical. Acidente do trabalho - doença ocupacional a) 15 dias – interrupção (MP 664/2014) b) 16º dia em diante – Suspensão - pagamento pelo INSS; - conta-se o tempo de serviço para fins de estabilidade, FGTS e férias, exceto se tiver percebido prestações por acidente por mais de 6 meses (art. 134, IV, CLT) Auxílio-doença (art.476 da CLT) a) 15 primeiros dias – interrupção - pagamento do salário pelo empregador; - computa-se o tempo de serviço; b) 16º dia em diante –suspensão - conta-se o tempo para férias - pagamento realizado pelo INSS; - cessa a obrigação de depósitos de FGTS; Serviço-militar – INTERRUPÇÃO (art. 472 da CLT) - não há pagamento de salário pelo empregador; - é contado o tempo de serviço, havendo depósito do FGTS; (Súmula 463 do STF) - a prestação do serviço militar obrigatório é contado como de efetivo serviço, representa exceção à regra geral. FÉRIAS – INTERRUPÇÃO - há pagamento de salário pelo empregador; - é contado o tempo de serviço, havendo depósito do FGTS; Efeitos da suspensão e da interrupção do contrato de trabalho O afastamento do empregado do serviço, com ou sem percepção de salários, produz efeitos no contrato de emprego, seja durante o período de ausência do empregado, seja quando do seu retorno. Merecem destaque: a) Impossibilidade de extinção do contrato de trabalho; Em regra, durante o prazo em que a execução do contrato de trabalho estiver suspensa ou interrompida o empregador não poderá dispensar o empregado. b) Garantias quando do retorno ao serviço; Quando cessar aos efeitos do motivo que deu ensejo ao afastamento do serviço, o empregado tem direito a reassumir o exercício de suas funções em condições idênticas aquelas anteriormente estabelecidas, acrescidas das vantagens que por ventura tiverem sido concedidas a sua categoria; Acidente do trabalho - doença ocupacional a) 15 dias – interrupção b) 16º dia em diante – Suspensão - pagamento pelo INSS; - conta-se o tempo de serviço para fins de estabilidade, FGTS e férias, exceto se tiver percebido prestações por acidente por mais de 6 meses (art. 134, IV, CLT) Serviço-militar – INTERRUPÇÃO (art. 472 da CLT) - não há pagamento de salário pelo empregador; - é contado o tempo de serviço, havendo depósito do FGTS; (Súmula 463 do STF) - a prestação do serviçomilitar obrigatório é contado como de efetivo serviço, representa exceção à regra geral.
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