Buscar

RESUMO Globalization and the Nation-State: Reasserting Policy Autonomy for Development

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Globalization​ ​and​ ​the​ ​Nation-State:​ ​Reasserting​ ​Policy​ ​Autonomy 
for​ ​Development 
Kevin​ ​P. ​ ​Gallagher 
 
Introdução 
A comunidade global entendeu a necessidade de se estipularem metas para que o mundo 
saísse do contexto de pobreza, desigualdade e degradação ambiental em que se encontrava. 
Por esse motivo, desenvolveram as Metas de Desenvolvimento do Milênio, assinada na Cúpula 
Mundial para o Desenvolvimento Sustentável. Ao mesmo tempo, muitos Estados entraram 
numa​ ​nova​ ​rodada​ ​de​ ​negociações​ ​comerciais​ ​internacionais,​ ​a​ ​Rodada​ ​Doha,​ ​a​ ​partir​ ​da​ ​OMC. 
A crítica da Rodada Uruguai, que antecedeu a Doha, foi de que países em desenvolvimento 
ganharam pouco com a rodada anterior, entrando em consenso de que deveria haver outra, 
mas com a condição de que o desenvolvimento seria peça central. Mesmo com a criação da 
nova rodada, havia a premissa de que essa não seria benéfica, uma vez que esses comitês não 
dão espaço político para países em desenvolvimento, assim como dão para países 
industrializados. 
Alguns especialistas afirmam que a intervenção estatal nas economias nacionais foi a chave 
para os processos de desenvolvimento. Dentre esses autores, há o consenso de que as regras 
propostas para a economia global restringem os espaços políticos para desenvolvimento das 
nações​ ​que​ ​mais​ ​precisam​ ​se​ ​desenvolver. 
A​ ​Commitment​ ​to​ ​Development 
O séc. XX foi marcado por um contexto de disponibilidade de tecnologia como nunca se viu, 
mas o séc. XXI ainda foi repleto de desigualdade e pobreza. Para o Banco Mundial (BM), a 
definição de pobreza se dá pelo ganho diário de alguém ser menor que $2, e extrema pobreza 
como menos de $1. Usando essa definição, quase metade da população mundial encontra-se 
em estado de pobreza. ¼ dos pobres do mundo estão em países desenvolvidos, ao contrário 
do​ ​que​ ​se​ ​pensa.​ ​½​ ​dos​ ​pobres​ ​moram​ ​na​ ​China​ ​ou​ ​na​ ​Índia. 
Para 2015, as Metas do Milênio foram: 1) erradicar a fome e a extrema pobreza; 2) reduzir 
mortalidade infantil; 3) atingir educação primária universal; 4) promover equidade de gênero; 
5) combater doenças como HIV e AIDS e malária; 6) assegurar sustentabilidade ambiental. As 
metas reconhecem que as políticas comerciais podem ajudar no alcance desses objetivos, mas 
que apenas se for feita de maneira especial e com tratamento diferenciado para países em 
desenvolvimento. 
70% dos ganhos da Rodada Uruguai foram para países desenvolvidos, e somente o resto 
para​ ​países​ ​em​ ​desenvolvimento. 
Trade,​ ​Growth​ ​and​ ​Development 
Meta principal da OMC: aumentar comércio e investimento. Muitos países desenvolvidos 
argumentam que o livre comércio através da OMC vai automaticamente conduzir a um 
crescimento e desenvolvimento. Entretanto, a evidência empírica entre a relação positiva do 
comércio​ ​e​ ​do​ ​crescimento​ ​é​ ​bastante​ ​limitada. 
David Ricardo​: porque países enfrentam diferentes custos para produzir um mesmo 
produto, se cada país produzir e aí exportar os bens para quem ele tem comparativamente 
menos custos, então todas as partes se beneficiam. Os efeitos dessa ​teoria de vantagem 
comparativa​ ​​foram​ ​desenvolvidas​ ​no​ ​​modelo​ ​de​ ​Heckescher-Ohlin​. 
Heckescher-Ohlin​: esse modelo assume que em todos os países a competição é perfeita, a 
tecnologia é constante e sempre disponível, que há o mesmo mix de produtos e serviços e que 
os​ ​fatores​ ​de​ ​produção​ ​(capital​ ​e​ ​trabalho)​ ​podem​ ​se​ ​mover​ ​livremente​ ​entre​ ​indústrias. 
Stolper-Samuelson​: dentro da ótica de H-O, adicionam o teorema de que o comércio 
internacional pode aumentar o preço dos produtos (e assim o bem-estar) no qual um país tem 
vantagem​ ​competitiva. 
Em um mundo ideal, então, o livre comércio e o aumento das exportações poderão ser de 
fato benéficos para todas as partes. Teóricos como Rodriguez e Rodrik mostraram que não há 
sistemática relação entre o nível médio de nações com barreiras tarifárias e não-tarifárias e 
suas​ ​taxas​ ​de​ ​crescimento​ ​econômico. 
Nenhuma região do mundo experimentou mais integração econômica do que a América 
Latina. Nos anos 1980, muitos países latino-americanos introduziram um pacote de densas 
reformas, como redução de tarifas e barreiras para os investimentos externos, retomada de 
disciplina fiscal para redução de gastos governamentais e promoção do setor de exportação da 
economia. Depois de 20 anos das reformas, a região não presenciou o prometido crescimento 
econômico. Segundo a CEPAL, o crescimento foi mais rápido durante os anos da década de 
1990 do que os de 1980, mas ainda assim não houve comparação com o período antes das 
reformas (com exceção do Chile, onde o crescimento alcançou quase o dobro nos últimos 20 
anos, do que em comparação a 1960 até 1980). Para a Comissão, a conclusão foi de que as 
reformas​ ​contribuíram​ ​para​ ​aumentar​ ​a​ ​desigualdade​ ​da​ ​região. 
- Chile: não se abriu completamente para o portfólio de investimentos, mas ao contrário, 
cobrou uma taxa sobre o capital de curto prazo. Essa medida foi chave no protecionismo 
chileno, que possibilitou um escape da crise que assolou a América Latina na década de 90. O 
país​ ​ainda​ ​realizou​ ​um​ ​processo​ ​de​ ​privatização​ ​altamente​ ​seletivo. 
É claro que nenhum país se desenvolveu com sucesso se afastando do comércio global. O 
que a vasta gama de estudos mostra, porém, é que a relação positiva entre comércio e 
investimento e crescimento depende de inúmeros outros fatores institucionais. Alguns estudos 
encontraram uma relação positiva entre liberalização e crescimento, mas eles foram logo 
questionados. Apesar de diferentes países terem abordado a abertura de maneiras muito 
diferentes, a definição de "abertura" em muitos estudos inclui nações nas quais o Estado 
desempenhou​ ​um​ ​papel​ ​fundamental​ ​no​ ​desenvolvimento​ ​econômico. 
Ao contrário da América Latina, que foi negligente em termos de restrições aos 
investimentos externos diretos, a Coreia do Sul incentivou fortemente as exportações e fundos 
emprestados no exterior, mas era muito restritiva em termos de investimentos externos 
diretos. Mesmo assim, Coreia do Sul e os países da América Latina são tratadas como dentro 
do​ ​mesmo​ ​modelo,​ ​como​ ​economias​ ​abertas. 
Estudos mais recentes têm mostrado que a liberalização do comércio somente não é 
condição suficiente para o crescimento econômico. Inovação institucional juntamente com 
estabilidade macroeconômica e política são fundamentais para o processo de crescimento. 
Enquanto a teoria clássica do comércio internacional enfatiza a obtenção de ganhos de 
bem-estar por meio da especialização, abordagens institucionais enfatizam a obtenção de 
ganhos de bem-estar a partir do aumento da produtividade, não necessariamente baseada na 
especialização​. 
Em contraste com a evidência empírica, praticamente todas as estimativas quantitativas 
dos benefícios da liberalização do comércio prevêem que a integração desenfreada no modo 
América Latinatrará crescimento e desenvolvimento para os países que mais necessitam. 
Essas estimativas são derivadas e são construídas em ​modelos de equilíbrio geral computável 
(modelos​ ​EGC). 
- Modelos de equilíbrio geral computável: Um dos pressupostos mais controversos necessários 
para modelos EGC funcionarem corretamente é a premissa que não há nenhuma mudança 
tecnológica na economia. O pressuposto mais irrealista é o qual assume que há uma 
competição perfeita na economia. Em essência, não há espaço para as corporações 
multinacionais oligopolistas nesses modelos. Esses modelos só examinam os efeitos da 
redução de tarifas, e não fatores de investimento e de mobilidade dos fatores, relacionados a 
uma maior liberalização. Na verdade, as políticas distributivas que formam as próprias 
instituições que são fundamentais para o crescimento econômico, se introduzidos em um 
modelo​ ​CGE,​ ​causaria​ ​distorções​ ​e​ ​estimaria​ ​efeitos​ ​negativos. 
 
Em resumo, a evidência empírica mostra que a relação entre comércio e crescimento 
econômico é muito limitada na ausência de mecanismos institucionais adequados para fazer 
aumentar​ ​as​ ​importações​ ​e​ ​exportações​ ​como​ ​força​ ​para​ ​o​ ​crescimento​. 
 
 
The​ ​Developmental​ ​State 
 
No pós 2GM, os países em desenvolvimento se encontraram muito atrás da fronteira 
tecnológica e numa economia global com falhas de mercado. A ​competição imperfeita era uma 
dessas falhas. Com essas falhas, apenas alguns países conseguiram com sucesso orquestrar um 
ramo de instituições e políticas que levaram a um crescimento. Esses Estados foram 
determinados​ ​como​ ​​desenvolvidos​. 
 
Taiwan, Coreia do Sul, Brasil e até México focaram na dependência dos grandes gastos 
públicos para infraestrutura, planejamento, tarifas, importações, cotas e direto investimento 
governamental em setores-chave. O motor de crescimento desses países foi o 
desenvolvimento de um ​forte setor de manufaturas. ​Foi oferecido às indústrias, em troca de 
resultados concretos, ​subsídios governamentais, proteção internacional e empréstimo de 
bancos nacionais de desenvolvimento. ​A partir desse processo, as nações criaram líderes 
nacionais. 
 
Rodrik: exigências de desempenho do IED são muitas vezes necessários para maximizar os 
benefícios​ ​de​ ​bem-estar​ ​no​ ​contexto​ ​de​ ​concorrência​ ​imperfeita. 
 
Amsden e Krugman​: algumas proteções estatais podem pagar o preço errado, mas podem ser 
benéficas​ ​para​ ​países​ ​que​ ​visam​ ​a​ ​entrada​ ​em​ ​novos​ ​mercados. 
 
Políticas intervencionistas sozinhas, entretanto, não garantem sucesso. A noção de 
“reciprocidade”​ ​tem​ ​se​ ​mostrado​ ​uma​ ​chave​ ​para​ ​o​ ​sucesso. 
 
Evans: sucesso requer ​autonomia incorporada ​onde Estados e setores privados agem 
conjuntamente​ ​mas​ ​com​ ​certa​ ​distância,​ ​para​ ​não​ ​corroerem​ ​inovação​ ​e​ ​desenvolvimento. 
 
O segredo do crescimento econômico está nas inovações institucionais que são específicas dos 
países,​ ​e​ ​que​ ​vem​ ​com​ ​experiência​ ​e​ ​conhecimento​ ​locais. 
 
The​ ​shrinking​ ​of​ ​policy​ ​space 
 
Os regimes de comércio restringem a capacidade dos países de desenvolvimento para 
colocarem em prática as políticas adequadas para elevar os padrões de vida em seus países. Na 
Rodada Doha, os países desenvolvidos propuseram aprofundar restrições aos investimentos, 
propriedade intelectual e serviços. As políticas orçamentais e monetárias preconizadas pelo 
FMI também restringem o espaço de políticas nos países em desenvolvimento. Políticas fiscais 
apertadas proibiram nações de moldar seus gastos para seu caminho para fora da recessão, 
que foram muitas vezes foi causada em parte pela abertura de mercados de capital muito 
rapidamente. Outros economistas argumentam que as medidas impostas pelo FMI e 
investidores estrangeiros são necessárias para manter a inflação sob controle gerar altas taxas 
de juros e uma taxa de câmbio sobrevalorizada que inevitavelmente pode levar a déficits em 
conta​ ​corrente.

Continue navegando