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TEXTO 10 OBESIDADE

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1 
 
 
 CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA GERAL E ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 
PSICOLOGIA CLÍNICA NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 
 
Obesidade 
 
Anna Carla Takano 
 Daniele Sita 
 Jéssica Pereira de Mello 
 
 Definir o que caracteriza uma pessoa obesa não é tarefa fácil, 
embora assim o pareça. A obesidade é habitualmente definida, no âmbito 
clinico, como excesso de peso corporal, no entanto uma definição mais exata 
seria a de excesso de gordura corporal, pois um atleta pode ter excesso de 
peso por conta da massa muscular. A tarefa de caracterização se torna 
realmente difícil por conta dos métodos indiretos, complicados e pouco práticos 
para medir a gordura corporal (Guerrero, 2008). 
 A obesidade, quando entendida como excesso de peso, tem uma 
incidência estatística muito alta e com tendência a aumentar. Dois fatores 
potencializam esse aumento dos últimos anos: primeiramente, a mudança do 
estilo de vida ativo para sedentário e em segundo lugar, a mudança de hábitos 
alimentares, incentivada pela incorporação da mulher no mercado de trabalho. 
O movimento social deve ser levado em consideração também, pois o culto ao 
corpo está em evidência, o que leva as pessoas cada vez mais se 
considerarem com excesso de peso (Guerrero, 2008). 
2 
 
 De acordo com Guerrero (2008), a obesidade é um transtorno 
complexo no qual intervêm múltiplas variáveis, como a genéticas, biológicas 
psicológicas, comportamentais e sociais. Para um planejamento adequado de 
tratamento, o importante é avaliar até que ponto essas variáveis incidem em 
seu problema. O primeiro passo da avaliação é o diagnóstico diferencial, em 
que se descarta a presença de sintomas indicativos de outras doenças como 
bulimia e anorexia. É preciso identificar a obesidade como o principal problema 
que o paciente apresenta, sendo importante perceber até que ponto ele se 
encontra obcecado com o peso. Um dos objetivos dessa etapa é a auto-
aceitação, é necessário que o paciente aceite seu corpo, pois de outro modo, 
estaríamos reforçando a obsessão. Após essa etapa, se faz necessário 
determinar o grau de obesidade que a pessoa em questão apresenta. Esse 
diagnóstico inicial pode ser realizado através de entrevistas, na qual se obtém 
informações do estado geral de saúde do paciente. 
 Por ser um problema complexo em que diversos fatores intervêm, 
faz-se necessário determinar quais são os mais relevantes em cada caso 
específico, para dessa forma, determinar qual a intervenção mais adequada. 
Entre esses fatores estão os genéticos e biológicos no qual se deve dar 
atenção para duas teorias. A primeira, do ponto fixo, que assinala a tendência 
do organismo a manter seu peso, retardando o metabolismo se houver uma 
restrição calórica ou acelerando se houver ingestão em excesso, com 
finalidade de manter esse peso. A segunda teoria, da celularidade, refere-se a 
distinção entre obesos com células adiposas alongadas e obesos com maior 
número de células adiposas (hiperplástico). A importância em levar em 
consideração essas teorias se revela no fato de que a primeira nos adverte 
3 
 
sobre o perigo de submeter os pacientes a dietas restritas, uma vez que, se 
essa teoria for certa, tendo-se retardado o metabolismo os ganhos de peso 
seriam maiores que os iniciais, estabelecendo o ciclo de perda e ganho de 
peso, o chamado efeito sanfona. A segunda teoria nos leva a uma reflexão 
acerca dos objetivos terapêuticos, pois tentar levar um obeso hiperplástico até 
um peso estabelecido por tabelas padronizadas somente conseguiria fracasso 
e frustração (Guerrero, 2008). 
 A aprendizagem pode ser outro fator importante a ser levado em 
consideração. Acreditava-se que pessoas obesas tinham aprendizado incorreto 
de uma série de hábitos alimentares, ingerindo maior quantidade de alimentos 
de maneira mais rápida. Atualmente não se sustenta mais a teoria de que 
existe um estilo próprio de comer do obeso. Existem diferenças individuais 
quanto às pautas alimentares, por esse motivo faz-se necessário uma 
avaliação individualizada para verificar até que ponto esse fator é relevante em 
casos específicos. Outro mito está relacionado ao fator exercício físico. 
Acredita-se que o peso corporal é uma função da energia consumida versus a 
energia gasta. Entretanto, não pode se generalizar dizendo que o obeso realiza 
menos exercícios físicos que o não obeso, levando-se em conta ainda que ele 
gasta mais energia ao realizar a mesma atividade, posto que tem que deslocar 
mais massa corporal (Guerrero, 2008). 
 Os fatores psicológicos são de grande importância dentro desse 
grupo. Alguns estudos apontam que obesos comem mais quando estão 
entediados e que fatores emocionais representam os antecedentes principais 
de seus excessos alimentares. Por último, o fato social, que por um lado 
promove o aumento de peso, favorece o sedentarismo e o consumo de 
4 
 
produtos ricos em gorduras e açucares. Por outro lado, lança o valor supremo 
da magreza, fazendo com que as pessoas queiram se enquadrar em tabelas 
padronizadas de peso, objetivos inatingíveis em caso de obesidade severa. Os 
obesos devem realizar esforços para baixar peso, mas até o limite razoável, 
tentando atingir o peso saudável, aquela mudança mínima de peso, mas que 
reduz os índices de algum fator de risco para saúde. 
 Duschene et.al. (2007) afirma que a obesidade pode estar ligada 
também ao transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP). Tal transtorno 
se caracteriza pela recorrência de episódios de compulsão alimentar, no qual o 
individuo ingere uma quantidade de comida maior do que a maioria das 
pessoas consumiria num período similar. Durante tal episódio, o individuo 
sente falta de controle sobre o comportamento de ingestão de grandes 
quantidades de alimento, gerando um grande desconforto, um mal-estar 
subjetivo (angustia, tristeza, culpa, vergonha , repulsa, entre outros). O 
diagnóstico consiste na ocorrência de pelo menos dois dias por semana num 
período de seis meses. A TCAP não está associada a frequência de 
comportamentos compensatórios inadequados nem a ocorrência da anorexia 
nervosa e da bulimia. 
 O TCAP está frequentemente associado ao sobrepeso e à 
obesidade. Estima-se que aproximadamente 30% dos indivíduos obesos 
apresentam esse transtorno. E os obesos com TCAP apresentam mais 
sintomas psicopatológicos quando comparados aos que não apresentam o 
transtorno. 
5 
 
 Portanto, a obesidade é um problema complexo e multicausal, se 
fazendo necessário avaliar individualmente e a partir dessa avaliação traçar os 
objetivos para o tratamento (Guerrero, 2008). 
 De acordo com Guerrero, atualmente os tratamentos 
comportamentais da obesidade consistem em programas que incluem a 
questão da aprendizagem, exercícios físicos, informação dietética, 
reestruturação cognitiva e o apoio social do companheiro. Os tratamentos 
comportamentais são mais indicados para os casos de excesso de peso ou 
obesidade leve a moderada, enquanto os casos de obesidade severa é 
necessário associar ao tratamento dietas severas prescritas por um médico, 
revelando ser mais eficaz. Segundo Duschene et al. (2007), a Terapia 
cognitivo-comportamental (TCC) foi considerada a intervenção psicoterápica 
mais investigada no TCAP e tem ganhado espaço no tratamentos. Além de 
utilizar as técnicas cognitivas, a TCC utiliza as técnicas comportamentais para 
ajudar na modificação dos hábitos alimentares, tais como: a automonitoração, 
as técnicas de controle de estímulos, treinamento em resolução de problemas, 
além das estratégias para prevenção de recaídas. De acordo com os estudos 
realizados, os programas deTCC têm resultados positivos significativos nos 
sintomas psicopatológicos do TCAP, porém não apresentam reduções 
significativas no peso corporal. 
De acordo com Laloni (2004), a obesidade também pode ser analisada 
através da análise de contingências, ou seja, estudar a relação entre o 
comportamento, os estímulos que o antecedem e as consequências que o 
seguem. 
6 
 
Observações feitas or meio de pesquisas que usam como método a 
analise de contingências demonstram que o comportamento de comer em 
excesso foi adquirido durante a história de vida das pessoas obesas e que a 
manutenção de tais comportamentos está sob controle das contingências 
reforçadoras, sejam elas positivas ou negativas, (Laloni, 2004). 
Laloni (2004) sugere uma forma de intervenção que é feita a partir da 
análise dos comportamentos de comer em excesso e à discriminação das 
contingências mantenedoras deste comportamento e conduzida por equipe 
disciplinar composta por médicos, nutricionistas e o psicólogo. 
Também é importante ressaltar que os resultados da observação com 
obesos em tratamento sugerem que quando há intervenção cirúrgica, após 
uma analise de comportamento e plano de manutenção dos comportamentos 
relevantes, tem sucesso, pois cria uma condição que favorece o aprendizado e 
a manutenção do controle do comportamento de comer em excesso que por 
vezes não acontece no controle do comportamento por terapia (Laloni, 2004). 
A partir de pesquisas feitas com obesos, ficou evidenciado, que é de 
extrema importância a presença do psicólogo analista do comportamento para 
o tratamento da obesidade, pois, ele fica encarregado de fazer a descrição das 
variáveis que estão presentes no comportamento alimentar dos obesos, 
subsidiando os programas médicos na redução de peso, processo que é 
essencial ao tratamento da obesidade (Laloni, 2004). 
 
Referências: 
DUCHESNE, M. et al. Evidências sobre a terapia cognitivo-comportamental no 
tratamento de obesos com transtorno da compulsão alimentar periódica. Revista de 
Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, vol. 29, nº1, jan./abr. 2007 
7 
 
 
GUERRERO, M. N. V. Evolução e tratamento da obesidade. In: CABALLO, V. E. (dir.) 
Manual para o tratamento cognitivo-comportamental dos transtornos 
psicológicos. Espanha: Siglo XXI, vol. 2, 2008. 
 
LALONI, D. T. Transtorno alimentar: obesidade, análise das contingências do 
comportamento de comer. In: BRANDÃO, M. Z. da S. et al. (Orgs.) Sobre 
comportamento e cognição. Santo André: ESETec Editores Associados, vol. 13, 
2004.

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