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petição aula 3

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.
ANTÔNIO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador do RG nº..., inscrito no CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na rua..., nº..., bairro..., CEP..., cidade de Vila Velha, estado do Espírito Santo e MARIA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador do RG nº..., inscrito no CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na rua..., nº..., bairro..., CEP..., cidade de Vila Velha, estado do Espírito Santo, ambos por intermédio de seu advogado legalmente constituído conforme instrumento procuratório em anexo, com endereço profissional..., endereço eletrônico..., endereço que indica para fins do artigo 106 do CPC, vem a este juízo propor:
AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO,
pelo rito COMUM, em face de JAIR, nacionalidade.., estado civil..., profissão..., portador do RG nº..., inscrito no CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na rua..., nº..., bairro..., CEP..., cidade de Vitória, estado do Espírito Santo e FLÁVIA, nacionalidade.., estado civil..., profissão..., portador do RG nº..., inscrito no CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na rua..., nº..., bairro..., CEP..., cidade de Vitória, do Espírito Santo e FLÁVIA, nacionalidade.., estado civil..., profissão..., portador do RG nº..., inscrito no CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na rua..., nº..., bairro..., CEP..., cidade de Vitória, estado do Espírito Santo, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.
I- DOS FATOS
Informa os autores que no dia 20 de dezembro de 2014 foi celebrado negócio jurídico de compra e venda de bem imóvel, situado em Vitória, sendo o bem pertencente aos réus Jair e Flávia e alienado ao réu Jair. O negócio foi realizado através de escritura pública lavrada no Cartório de Ofício de Notas da Comarca de Vitória e devidamente transcrita no respectivo registro geral de imóveis.
O valor ajustado para a celebração do negócio jurídico foi de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) e o valor de mercado do imóvel, na época da venda era de R$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais). Os réus Antônio e Maria alegaram querer ajudar o filho mais novo, réu Joaquim, que não possuía casa e passou a residir no local.
Contudo, a venda causou real prejuízo aos autores da presente ação, porquanto Antônio e Maria, filhos dos réus Jair e Flávia e irmãos do réu Joaquim, não assentiram ao negócio jurídico realizado entre os réus. 
II- DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Os fatos narrados demonstram que o negócio jurídico realizado é passível de anulação, uma vez que que a venda do imóvel dos Réus Jair e Flávia para o Réu Joaquim não respeitou os requisitos legais. Assim sendo, a demanda encontra-se legalmente amparada no art 496 do CC/2002 que reconhece ser anulável a venda de imóvel de ascendente para descendente, se esta for realizada sem o consentimento dos demais descendentes, sendo esse o ocorrido. 
Deve-se respeitar essa limitação que tem como objetivo evitar que, através de uma simulação fraudulenta, o ascendente altere a igualdade dos quinhões hereditários de seus descendentes. No mesmo sentido temos os ensinamentos de Caio Mário da Silva Pereira: 
 “Não podem os ascendentes vender ao descendente, sem que os demais descendentes expressamente o consintam. Com essa proibição, pretendeu a Lei resguardar o princípio da igualdade das legítimas contra a defraudação de que resultaria de dissimular, sob a forma de compra e venda, uma doação que beneficiaria a um, em prejuízo dos outros” (PEREIRA, Instituições de direito Civil: Noção Geral de Contrato, Forense, 2001, p.113). 
Maria Helena Diniz também ratifica esse pensamento:
 “Os ascendentes não podem vender aos descendentes, sem que os demais descendentes consintam, porque essa venda de bens móveis ou imóveis poderia simular uma doação em prejuízo dos demais herdeiros necessários. Por isso, é preciso resguardar a igualdade das legítimas contra defraudações” (DINIZ, Tratado Teórico e Prático dos contratos, Saraiva, 1996, p.135).
Ressalta-se, ainda, que o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) pago pelo imóvel foi muito inferior ao seu valor de mercado, que na época era de R$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais). Por conseguinte, comprova-se um real prejuízo ao patrimônio dos autores da lide.
Nesse sentido também se manifesta a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, no recurso de Apelação, n. 10549100013958001: Relator: José Marcos Vieira - Julgamento: 28/08/2014 – Publicação: 08/09/2014 16ª Câmara Cível:
APELAÇÃO. AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO. ALIENAÇÃO DE IMÓVEL. VENDA DE ASCENDENTE A DESCENDENTE. AUSÊNCIA DE CONSENTIMENTO DOS DEMAIS DESCENDENTES. REQUISITOS DA ANULAÇÃO PRESENTES. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. SENTENÇA MANTIDA. 1 - A venda de bem imóvel de ascendente a descendente, sem o consentimento dos demais descendentes, torna anulável o negócio jurídico, notadamente in casu, em que o adquirente não provou a anuência dos demais descendentes, entre eles a Autora, para a realização do negócio. 2 - Preliminar Rejeitada. Apelo Improvido.
Assim, conclui-se que os autores tem completo respaldo legal em sua demanda, uma vez que ficou demostrado que o negócio jurídico foi realizado em confronto com a norma Civil e com o entendimento jurisprudencial. Portanto pede-se a resposta positiva do juízo para os pedidos expostos. 
III- DOS PEDIDOS
Diante do exposto, é que requer de vossa Excelência:
1 – a citação da Ré para comparecer à audiência de conciliação designada ou, querendo, apresentar contestação, sob pena de revelia;
2 – seja realizada a audiência de conciliação ou mediação, nos termos do artigo 334 do CPC;
3 – seja averbado na matrícula do imóvel, junto ao Cartório de Registro de Imóveis, o presente litígio, possibilitando o conhecimento de terceiros de boa-fé;
4 – seja julgado procedente o pedido de anulação do negócio jurídico celebrado entre as partes Rés, sem o consentimento necessário dos autores da demanda; retornando, portando, as partes ao status quo ante.
5 – que a Ré seja condenado ao pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios.
IV- DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal dos Réus.
V- DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);
	Nestes termos pede deferimento.
Vitória, 04 de setembro de 2016.
ADVOGADO....
OAB/UF nº ...

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