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Aula 04 Penal ll

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DIREITO PENAL III
Daniela Duque-Estrada
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
 
CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
DELITO DE FURTO: ART.155, CÓDIGO PENAL
→ QUESTÕES CONTROVERTIDAS SOBRE O DELITO DE FURTO.
→ Abrangência da expressão “repouso noturno”. (Art. 155, §1º, CP) – causa de aumento de pena ( um terço) 
 Divergem doutrina e jurisprudência acerca da necessidade de que a casa esteja habitada: já decidiu o Superior Tribunal de Justiça no sentido de que é irrelevante se a casa está habitada ou estarem os moradores repousando, face à vulnerabilidade para residências, lojas e veículos. 
 
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
→ Furto Privilegiado (Art. 155, §2º, CP
causa de diminuição de pena ( de um a dois terços) 
Requisitos: a primariedade do agente e que a coisa seja de “pequeno valor” (controvérsia).
→ Furto de Energia Elétrica (Art. 155, §3º, CP)
Interpretação analógica, pois o legislador equiparou a energia elétrica à coisa alheia móvel que tenha valor econômico. 
→Furto qualificado (Art. 155, §4º, CP)
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
 I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
 II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
 III - com emprego de chave falsa;
 IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Verbete de Súmula n. 442, do Superior Tribunal de Justiça - .É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo.
Possibilidade da ocorrência de furto qualificado praticado durante o repouso noturno.
A causa de aumento de pena prevista no § 1° do art. 155 do CP - que se refere à prática do crime durante o repouso noturno - é aplicável tanto na forma simples (caput) quanto na forma qualificada (§ 4°) do delito de furto (Informativo n.554, STJ)
Possibilidade do concurso de crimes entre o furto qualificado pelo concurso de pessoas e o crime de associação criminosa (art.288, CP).
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Possibilidade da ocorrência de furto qualificado-privilegiado nos casos de pequeno valor da res furtiva e primariedade do agente.
Verbete de Súmula n. 511, do Superior Tribunal de Justiça –É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
Verbete de Súmula 567, STJ, do Superior Tribunal de Justiça - Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.
→ FURTO QUALIFICADO pela subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
DISTINÇÃO ENTRE O DELITO DE FURTO E DEMAIS FIGURAS TÍPICAS:
 
FURTO QUALIFICADO E ROUBO
No furto qualificado a violência é praticada contra a coisa, enquanto no roubo, a violência é praticada contra a pessoa.
FURTO MEDIANTE FRAUDE E ESTELIONATO
No furto há a subtração da coisa no momento em que a vigilância sobre o bem é desviada em face do ardil; no estelionato a fraude é empregada para obter a entrega voluntária do próprio bem pelo proprietário em decorrência do induzimento a erro.
FURTO E APROPRIAÇÃO INDÉBITA.
Na apropriação indébita a coisa é entregue licitamente ao agente e a sua posse sobre a coisa é desvigiada, no furto o agente não tem a posse do bem, apoderando-se deste contra a vontade da vítima.
 
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
 
OS DELITOS DE ROUBO E EXTORSÃO – art. 157, 158 e 159, CP
ROUBO. ART.157, CÓDIGO PENAL.
→ Aplicáveis os ensinamentos afetos ao delito de furto acrescidos dos meios executórios: 
 mediante emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa.
→ Roubo como crime complexo: furto + constrangimento ilegal e/ou lesão corporal.
→ Impossibilidade de aplicação do princípio da insignificância.
→ Interpretação analógica ao elencar o elemento “qualquer meio” como modo de reduzir ou impossibilitar a resistência da vítima.
→ROUBO PRÓPRIO E ROUBO IMPRÓPRIO – DISTINÇÃO (Art. 157, caput e §1º, CP)
No roubo próprio (caput), a violência (ou grave ameaça) é empregada antes ou durante a subtração. No roubo impróprio (§ 1º), é empregada após a subtração, em relação de imediatidade. 
 
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
→ CONSUMAÇÃO E TENTATIVA. 
 
ROUBO PRÓPRIO : Aplicáveis os ensinamentos afetos ao delito de furto.
ROUBO IMPRÓPRIO:
Entendimento dominante pela impossibilidade de aplicação do instituto da tentativa ao roubo impróprio.
O crime se consuma no momento do emprego da violência ou da grave ameaça e, por conseguinte, não admite tentativa (Assis Toledo; Hungria; Damásio; Moura Teles; Luiz Regis Prado).
AS FIGURAS TÍPICAS DE ROUBO SIMPLES, ROUBO MAJORADO E ROUBO QUALIFICADO: QUESTÕES RELEVANTES.
→ ROUBO (ART. 157, CP)
A utilização de arma de brinquedo.
Possibilidade do concurso material de crimes entre o delito de roubo majorado pelo concurso de pessoas e o delito de associação criminosa (art. 288, CP). 
 
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Sobre a concorrência de mais de uma majorante ao delito de roubo. 
“O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes” (Verbete de Súmula n.443, STJ).
→ Roubo qualificado pelo resultado morte (LATROCÍNIO).
Incidência da Lei 8.072/90. Crimes Hediondos.
Competência para julgamento- Verbete de Súmula n. 603, do Supremo Tribunal Federal. 
Consumação e Tentativa. Verbete de Súmula n. 610, do Supremo Tribunal Federal. 
 Morte consumada, subtração consumada, gera latrocínio consumado, estando o tipo perfeito. 
 Morte consumada, subtração tentada, latrocínio consumado, consoante verbete de Súmula n. 610, STF.
 Morte tentada, subtração tentada, latrocínio tentado.
 Morte tentada, subtração consumada, latrocínio tentado.
 
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
→ EXTORSÃO (ART. 158, CP)
 Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
→ ANÁLISE DA FIGURA TÍPICA.
→ CONSUMAÇÃO E TENTATIVA. DELITO FORMAL.
Verbete de Súmula n.96 , do Superior Tribunal de Justiça
. O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida.
→ Sobre a possibilidade do reconhecimento da tentativa ao delito de extorsão, previsto no art.158, do Código Penal, haja vista tratar-se de delito formal plurissubsistente.
→ EXTORSÃO MAJORADA – ART.158, §1º, CP.
 cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
 
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
 
→ EXTORSÃO QUALIFICADA PELO RESULTADO MORTE – ART.158, §2º, CP.
Incidência da lei de crimes hediondos ao ART.158, §2º, CP .
→ EXTORSÃO QUALIFICADA PELA RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA (SEQUESTRO RELÂMPAGO)
ART.158, §3º, CP – pena -reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa;
 - se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. 
Inaplicabilidade da lei de crimes hediondos ao ART.158, §3º, CP , ainda que advenha a morte da vítima – princípio da legalidade.
→Possibilidade da ocorrência de concurso de crimes com os demais delitos contra o patrimônio. 
Extorsão e roubo.
 A diferença entre os tipos se verifica a partir da prescindibilidade ou não do comportamento da vítima, bem como à sua classificação doutrinária quanto ao resultado e, consequentemente, quanto ao momento consumativo do delito.
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
DISTINÇÃO ENTRE OS DELITOS DE ROUBO, EXTORSÃO E DEMAIS FIGURAS TÍPICAS.
EXTORSÃO E CONSTRANGIMENTO ILEGAL
 A extorsão é uma espécie de constrangimento ilegal; se a vantagem almejada for moral trata-se de constrangimento ilegal; ao contrário, se a vantagem for material será extorsão.
 
EXTORSÃO E ESTELIONATO
Em ambos a vítima entrega a coisa ao agente; na extorsão a entrega se dá por meios coativos (violência ou grave ameaça), enquanto que no estelionato a entrega se dá em decorrência da fraude.
 
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (ART. 159, CP)
→ ANÁLISE DA FIGURA TÍPICA.
 Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:
 Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
→ CONSUMAÇÃO .
Verbete de Súmula n.96, do Superior Tribunal de Justiça, in verbis:
O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida.
→ INCIDÊNCIA DA LEI 8.072/90.
 Em decorrência de expressa previsão legal, o delito de extorsão mediante seqüestro, ainda que na modalidade simples, prevista no caput do dispositivo legal, é tipificado como delito hediondo.
 
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
→ FIGURAS QUALIFICADAS.
ART.159, §2º, CP - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave.
ART.159, §3º, CP - Se resulta a morte.
ART.159, §1º, CP
Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. 
Possibilidade de incidência de concurso material de crimes entre os delitos previstos nos art.288, CP e 159,§1º, CP face à distinção entre os bens jurídicos tutelados.
→ DELAÇÃO EFICAZ.
 § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
  causa especial de diminuição de pena criada pela lei n.8072/1990 (crimes hediondos);
Imprescindível a efetiva colaboração na libertação da vítima.
 
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
→ APROPRIAÇÃO INDÉBITA. Art.168, do Código Penal.
→ ANÁLISE DA FIGURA TÍPICA.
→ CONSUMAÇÃO
 Ocorre no momento em que o agente inverte o “animus” sobre a posse ou detenção da res e passa a tratá-la como se proprietário fosse.
DISTINÇÃO ENTRE FURTO E APROPRIAÇÃO INDÉBITA
 
 Na apropriação indébita a coisa é entregue licitamente ao agente e a sua posse sobre a coisa é desvigiada, no furto o agente não tem a posse do bem, apoderando-se deste contra a vontade da vítima, ou seja, na apropriação indébita há que se ter posse lícita prévia, o que é incompatível com o verbo subtrair. 
 
 DISTINÇÃO ENTRE APROPRIAÇÃO INDÉBITA E ESTELIONATO.
 
 No estelionato o agente atua dolosamente desde o inicio, enquanto neste ultimo, o dolo é posterior a posse ou a detenção.
 
AULA 3. CRIMES CONTRA HONRA. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO..
→ APROPRIAÇÃO INDÉBITA DE PEQUENO VALOR. 
Neste caso, por expressa previsão legal, aplica-se o disposto no art.155,§2º, do CP - Art. 170, CP. 
 → APROPRIAÇÃO INDÉBITA MAJORADA. §1º, do art. 168, CP. 
→ APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA: acrescida pela Lei. 9983/2000 - Art. 168-A, CP.
Extinção de punibilidade. Art. 168-A, §2º, CP – Conduta espontânea anterior ao início da ação fiscal.
Perdão Judicial. Art. 168-A, §3º, CP. - agente primário e de bons antecedentes,
 - após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia [...]
 - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou
 inferior àquele estabelecido pela previdência social,
 administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento
 de suas execuções fiscais. 
 
AULA 3. CRIMES CONTRA HONRA. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO..
→ ESTELIONATO. Art. 171, CP
 → REQUISITOS a) emprego de fraude (para induzir ou manter a vítima em erro; 
 b) vantagem ilícita;
 c) prejuízo alheio;
 “ Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”
A vantagem ilícita não necessita ser patrimonial (econômica), mas, SIM, o prejuízo alheio.
→ O especial fim de agir configura-se pelo dolo de obter lucro ou proveito indevido.
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
→ CONSUMAÇÃO : delito material consuma-se com a obtenção da vantagem ilícita e produção de prejuízo alheio .
 Tentativa quando, ainda que tenha induzido a vítima a erro, no momento da obtenção da vantagem indevida é impedido por circunstâncias alheias à sua vontade 
→ MOMENTO DO DOLO EM RELAÇÃO À OBTENÇÃO DA VANTAGEM ILÍCITA.
 a) anterior à conduta: induzimento a erro (art.171, CP);
 b) concomitante à conduta: manutenção em erro (art.171, CP);
 c) posterior à conduta de obtenção da vantagem ilícita: apropriação indébita (art.168, CP);
. 
→FIGURA PRIVILEGIADA. Art. 171, §1º, CP.
→ FIGURAS EQUIPARADAS. Art. 171, §2º, CP.
 
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
DISTINÇÃO COM OUTROS CRIMES. 
ESTELIONATO E APROPRIAÇÃO INDÉBITA: esta pressupõe posse inicialmente lícita. Se, desde logo, já há intenção fraudulenta, a constituição da posse é ilícita e, por conseguinte, há estelionato.
 ESTELIONATO E CURANDEIRISMO (art.284, CP) neste, “há a prática criminosa por indivíduo inculto, completamente ignorante acerca das práticas curativas eficientes (...)”. Naquele, “há, para a consecução da vantagem ilícita, o uso de um meio fraudulento apto a ludibriar a vítima, o que se mostra incompatível com a cultura rasteira do curandeiro”.
 
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ESCUSAS (IMUNIDADES ABSOLUTAS E RELATIVAS)
→ Não se comunicam no caso de concurso de agentes. 
 
→ ESPÉCIES. ATENÇÃO
 
 Imunidades Absolutas: excluem a imposição de pena
(art.181, CP).
 Imunidades Relativas: condições de procedibilidade da
 ação penal (art.182, CP).
EXCEÇÕES ÀS IMUNIDADES. Art. 183 do CP.
 
AULA 4. CONTINUAÇÃO CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Art. 181, CP - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Art. 182, CP - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita
III- A idade da vítima será considerada à época da conduta. Não se aplica a presente exceção se o agente supunha justificadamente ter a vítima menos de sessenta anos.
 
Professora Daniela de Oliveira Duque-Estrada de La Peña. 
 
Link Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5839954147890620.

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