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Introdução a economia em PDF

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INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
Ricardo Moysés Resende
FEAD
Belo Horizonte
2010
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
R433i Resende, Ricardo Moysés
Introdução a Economia / Ricardo Moysés 
Resende. Belo Horizonte: EAD/Fead, 2009.
132 p.
ISBN 978-85-99419-23-4
 
I. Título II. Economia
 CDU 331
Publicado por FEAD
Copyright©2010 FEAD
Diretor-Geral
José Roberto Franco Tavares Paes
Capa
Dia de Mercado (1878), de Victor Gabriel Gilbert.
Óleo sobre tela. Coleção particular.
Fonte: Art Renewal Center.
Todos os direitos reservados ao 
Sistema Integrado de Ensino de Minas Gerais – SIEMG
Rua Cláudio Manoel, 1.162 – Savassi – Belo Horizonte – MG
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou 
transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, seja ele eletrônico, 
mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização do SIEMG.
Atenção: pode acontecer de algum desses sites indicados não estar mais 
disponível devido ao dinamismo que caracteriza essa fonte de informação.
A Faculdade FEAD apresenta novo projeto, fundamentado 
em aspectos metodológicos da auto-aprendizagem, e inaugura os 
cursos de graduação na modalidade a distância.
Estudar na modalidade a distância é adquirir, além de conhe-
cimento do conteúdo apresentado, competências hoje exigidas 
no campo profissional e pessoal: autonomia, interação, determi-
nação, gerenciamento da própria formação e atualização conti-
nuada.
A Instituição que se propõe formar empreendedores apresen-
ta atitude inovadora e ensina pelo próprio exemplo. O projeto 
FEAD de Educação a Distância vem sendo desenvolvido desde 
2004 e, agora, torna-se realidade.
Buscar atingir a meta da qualidade em todos os projetos edu-
cacionais é o que move a comunidade FEAD. Projeto de muitas 
mãos e mentes, trabalho conjunto de professores, coordenadores, 
funcionários, empresas parceiras e direção, na busca de produzir 
o que há de consubstancial em aprendizagem na modalidade a 
distância.
Sinta-se, em definitivo, participante e construtor deste novo 
tempo. Faça parte do seu mundo. Bem-vindo ao século XXI! 
Professor José Roberto Franco Tavares Paes 
Direção-Geral
Sou o professor Ricardo Moysés Re-
sende, bacharel em Ciências Econômi-
cas pela Newton Paiva, pós graduado, 
pela PUC/MG, em Política Econômica, 
máster em Economia pela Universida-
de Enrico Matei/Milão/Itália, mestre 
em Economia Rural pela Universidade 
Federal de Viçosa. Fui professor titular 
de economia nas Faculdades Integra-
das Newton Paiva, professor de eco-
nomia na FUMEC para o Curso de 
Engenharia, professor de economia no 
SESI/MG, nos cursos preparatórios para concursos públicos Maurí-
cio Trigueiro, Queiroz e Orville Carneiro e professor de pós gradu-
ação na FACICOM- Faculdade de Ciências Contábeis de Caratin-
ga, na UNA e nas Faculdades Novos Horizontes. Tive participação 
no Centro de Pesquisas da Newton Paiva e da UNA. Fui assessor 
do Departamento de Economia da Newton Paiva, professor no 
curso de graduação na UNA e diretor econômico financeiro da 
SEPLAN MG – Secretaria de Planejamento do Estado de Minas 
Gerais. Fui chefe do Departamento de Economia do Centro Uni-
versitário UNA e coordenador do curso de Ciências Econômicas. 
Estou na FEAD há 5 anos, lecionando economia para os cursos 
de Administração. Espero que você aproveite bastante seu cur-
so e me coloco à sua disposição para qualquer necessidade que 
você tenha em relação ao seu curso e sua disciplina. Pretendo, à 
medida do possível, conhecê-lo pessoalmente, visto que nossos 
encontros serão virtuais. Aproveito a oportunidade para deixá-lo à 
vontade para apresentar sugestões em relação ao curso e ao mate-
rial e desejar-lhe boa sorte.
Abraços carinhosos, Ricardo.
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Sumário
AULA 1 • Por que estudar Economia .....................................................................................9
AULA 2 • Os bens econômicos .......................................................................................... 13
AULA 3 • Os recursos produtivos ....................................................................................... 17
AULA 4 • Sistema Econômico ........................................................................................... 21
AULA 5 • A questão econômica da escassez ......................................................................... 25
AULA 6 •	 Os	agentes	econômicos	/	O	fluxo	circular	da	renda ..................................................... 29
AULA 7 • O mercado em ação ......................................................................................... 33
AULA 8 • Teoria da oferta ............................................................................................... 37
AULA 9 •	 O	equilíbrio	do	mercado ..................................................................................... 41
AULA 10 •	Teoria	das	elasticidades ..................................................................................... 45
AULA 11 •	Elasticidade-renda	e	elasticidade	cruzada	da	demanda ............................................... 51
AULA 12 • Os custos da produção e a Teoria do Lucro ............................................................... 55
AULA 13 • A Macroeconomia ............................................................................................. 59
AULA 14 •	Contabilidade	Social ......................................................................................... 65
AULA 15 •	A	renda	nacional	e	o	Produto	Interno	Bruto .............................................................. 69
AULA 16 •	Aplicando	os	conceitos	do	PIB	e	PNB ...................................................................... 73
AULA 17 •	O	PNB	real,	nominal	e	per	capital ......................................................................... 77
AULA 18 •	Política	monetária ............................................................................................ 81
AULA 19 •	Economia	monetária ......................................................................................... 85
AULA 20 •	A	estrutura	e	o	funcionamento	do	sistema	financeiro .................................................. 89
AULA 21 •	O	sistema	finaceiro	nacional................................................................................ 93
AULA 22 •	O	mercado	de	capitais	e	a	bolsa	de	valores .............................................................. 97
AULA 23 •	A	política	fiscal .............................................................................................. 101
AULA 24 •	O	balanço	de	pagamentos.................................................................................. 105
AULA 25 •	Teoria	da	inflação ........................................................................................... 109
AULA 26 •	Taxa	de	câmbio .............................................................................................. 113
AULA 27 •	O	Brasil	e	a	abertura	comercial ........................................................................... 117
AULA 28 •	Economia	brasileira:	as	crises	do	início	da	década	de	90	e	o	programa	de	privatizações .......121
AULA 29 •	O	custo	Brasil ................................................................................................ 125
AULA 30 •	Risco	país ..................................................................................................... 129
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 1
Por que estudar Economia?
Objetivos
•	 Descrever	alguns	dos	principais	motivos	
pelos	quais	deve-se	estudar	economia.
•	 Descrever	 e	 classificar	 as	 necessidades	
humanas.
•	 Conceituar	Economia.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
10
Por que estudar Economia?
Nesta aula,iniciamos nosso estudo de Economia. O 
objetivo da aula de hoje é entender a importância do seu 
estudo e os motivos pelos quais devemos estudá-la.
Pode-se dizer que este estudo tem diversos motivos:
Para ajudar a compreender melhor o mundo: a apli-
cação das ferramentas da Economia pode ajudá-lo a en-
tender eventos globais e cataclismos como guerras, fome, 
epidemias e depressões, e também a compreender muito 
do que se passa com você local e pessoalmente. A Econo-
mia tem o poder de ajudar a entender esses fenômenos 
porque eles resultam, em grande parte, das escolhas que 
fazemos quando estamos sob condições de escassez.
Mais à frente, você verá que a questão básica da Eco-
nomia é como lidar com o problema humano da escassez 
de recursos.
Proporcionar autoconfiança: as pessoas que jamais 
estudaram Economia muitas vezes têm a impressão de que 
forças misteriosas e inexplicáveis conduzem suas vidas, jo-
gando-as de um lado para outro, como se fossem uma bo-
linha em uma máquina de fliperama, determinando se são 
ou não capazes de conseguir um emprego, qual será seu 
salário, se conseguirão comprar uma casa. Se você é uma 
dessas pessoas, você terá oportunidade de perceber como 
tudo isso mudará. 
Depois de aprender Economia, você poderá se sur-
preender com o fato de não deixar mais de lado a seção 
de economia de seu jornal simplesmente porque ela pare-
ce estar escrita em uma linguagem incompreensível. Você 
poderá se descobrir ouvindo relatórios econômicos com 
espírito crítico, encontrando erros de lógica. 
Quando compreender bem Economia, você terá ad-
quirido um senso de domínio sobre o mundo e, com isso, 
sobre sua própria vida.
Realizar mudanças sociais: se o seu interesse é cons-
truir um mundo melhor, a Economia é indispensável. A 
Economia pode ajudar a entender as raízes de problemas 
sociais graves como desemprego, fome, pobreza, doen-
ça, drogas e crimes violentos, explicar por que os esforços 
dedicados a resolvê-los falharam e permitir criar soluções 
novas e mais eficazes.
Ajudar na preparação para outras carreiras: nos últi-
mos 20 anos, a Economia tornou-se popular também entre 
aqueles que planejam fazer carreira em Política, Relações 
Internacionais, Direito, Medicina, Engenharia, Psicologia 
e outras profissões. E por um bom motivo: os profissionais 
de todas essas áreas muitas vezes se deparam com ques-
tões econômicas. Por exemplo: os advogados cada vez mais 
lidam com sentenças baseadas no princípio de eficiência 
econômica.
Formar economistas: os economistas são contratados 
por bancos para avaliar os riscos de investimentos no exte-
rior; por empresas de manufaturas para ajudar na determi-
nação de novos métodos de fabricação, comercialização e 
formação de preço de seus produtos; por órgãos governa-
mentais para ajudar a criar políticas de combate ao crime, à 
doença, à pobreza e à poluição; por organismos internacio-
nais para ajudar a criar programas de auxílio a países menos 
desenvolvidos; pelos meios de comunicação para comentar 
e ajudar o público a interpretar eventos globais, nacionais 
e locais e até mesmo por organizações sem fins lucrativos 
para oferecer conselhos sobre como obter maior eficiência 
no controle de custos e no levantamento de recursos. 
O economista pode atuar, também, como consultor 
autônomo.
O conceito de Economia
Agora que iniciamos nosso estudo de Economia, você 
deve estar se perguntando: o que é Economia?
É de senso comum que a Economia lida com questões 
como:
•	 por	que	existe	desemprego	em	um	país?
•	 qual	a	função	do	governo	em	uma	sociedade?
•	 o	que	é	a	bolsa	de	valores?
•	 por	que	devemos	pagar	imposto	de	renda?	
Mas o que é exatamente Economia? O que ela estuda, 
na realidade? Quais são os seus métodos?
A ciência econômica estuda a interação entre os in-
divíduos e a sociedade quando ambos decidem utilizar 
recursos escassos na produção de bens e serviços, a fim 
de distribuí-los na sociedade, satisfazendo a necessidade 
de todos.
A essência desta aula é discutir o problema da escas-
sez dos recursos, as necessidades humanas e como a eco-
nomia procura satisfazê-las.
O problema central da economia gira em torno da 
escassez.
Você sabe o que é escassez?
Escassez é uma falta. Recursos escassos são aqueles 
que não são abundantes na natureza.
AULA	1	•	Por que estudar Economia?
11
As pessoas e a sociedade têm necessidades. Entretan-
to, como os recursos utilizados na produção dos produtos 
e serviços que serão utilizados para satisfazer essas neces-
sidades são escassos, é preciso desenvolver uma maneira 
de alocá-los convenientemente, sob pena de não haver 
disponibilidade desses recursos para todos os indivíduos, 
pois com os recursos existentes no mundo não é possível 
produzir tudo que as pessoas e as sociedades necessitam. 
A Economia, então, se ocupa da questão da satisfação das 
necessidades dos indivíduos e da sociedade.
Os principais elementos da atividade econômica são:
•	as	necessidades	humanas;
•	os	recursos	produtivos	(ou	fatores	de	produção).
Assim, para entender o que é Economia, precisamos 
entender o que são necessidades humanas e o que são 
recursos produtivos. Estudaremos agora estes dois tópi-
cos; depois retornaremos à definição de Economia.
Necessidades humanas
Você sabe o que e quais são as necessidades huma-
nas?
Necessidade humana é a carência de algo aliada ao 
desejo de satisfazê-la. Por exemplo: alimentação, vestuá-
rio, eletrodomésticos, educação etc.
A sociedade como um todo também apresenta neces-
sidades específicas, como: justiça, forças de defesa externa 
e polícia, infra-estrutura de transportes etc.
Como você viu, as necessidades humanas podem ser 
divididas em dois grandes grupos: as necessidades do indi-
víduo e as necessidades da sociedade.
As necessidades do indivíduo podem ser naturais:
•	 comer
•	 ter	um	local	para	morar
•	 etc.	
Podem ser também sociais, aquelas que decorrem da 
vida em sociedade:
•	 vestir	roupas	da	moda
•	 ter	um	carro	de	certo	tipo	
•	 etc.
As necessidades sociais, por sua vez, podem classifica-
das em coletivas ou públicas. 
Coletivas são aquelas que partem do indivíduo e pas-
sam a ser da sociedade na medida em que têm de ser sa-
tisfeitas para um grupo grande de indivíduos, como trans-
porte público, educação etc. 
Públicas são aquelas que surgem da própria socieda-
de, como defesa nacional e ordem pública.
Observe que essa classificação leva em conta apenas 
aquele	que	tem	a	necessidade	(o	indivíduo	ou	a	socieda-
de),	isto	é,	o	requerente.	Outra	forma	de	classificar	as	ne-
cessidades humanas é quanto à sua natureza. Neste caso, 
podemos dividi-las em necessidades vitais ou primárias e 
necessidades civilizadas ou secundárias.
As necessidades vitais ou primárias são aquelas es-
senciais à própria vida, como alimentação, enquanto as 
necessidades secundárias ou civilizadas são aquelas que 
aumentam o bem-estar do indivíduo, como as atividades 
de lazer. 
Toda essa classificação está descrita no quadro abai-
xo:
Tipos de necessidades
Segundo o requerente
natural
comer e dormir
Necessidades do indivíduo
coletivas
transporte e educação
Necessidades da sociedade
social
convívio social
públicas
ordem pública ou 
defesa nacional
conservação da vidaNecessidades vitais e primárias
aumentam o bem-estar 
do indivíduo
Necessidades civilizadas ou secundárias
Segundo a natureza
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
12
A satisfação das necessidades humanas força os mem-
bros de uma sociedade a organizarem-se em torno de ati-
vidades produtivas, isto é, as pessoas devem produzir bens 
e serviços que atendam às necessidades dos membros da 
sociedade. Essa produção deve ser, de alguma forma, dis-
tribuída aos membros da sociedade para seu consumo.
Você acabou de ver dois conceitos fundamentais na 
Economia:produção e consumo, que levam aos proble-
mas básicos de como a produção é organizada – seja em 
uma empresa ou em uma sociedade como um todo –, e 
de como esses bens produzidos são distribuídos.
Definição de Economia
Agora podemos conceituar Economia.
Economia pode ser definida como a ciência social 
que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem uti-
lizar recursos produtivos escassos na produção de bens e 
serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas 
e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer as 
necessidades humanas.
Podemos dizer que a Economia estuda a melhor ma-
neira de utilizar os recursos disponíveis – que, como vimos, 
são escassos – para satisfazer da melhor maneira possível 
as necessidades dos indivíduos e das sociedades, ou seja, 
de aproveitar os recursos de maneira a obter o máximo de 
bem-estar para todos.
A Economia é o estudo da escolha sob condições de 
escassez.
Ao lado do conceito de Economia está o conceito de 
sistema econômico, que é, em poucas palavras, a organi-
zação econômica de uma sociedade. 
Um sistema econômico pode ser entendido como o 
conjunto de relações técnicas, básicas e institucionais que 
caracterizam a organização econômica de uma sociedade. 
Independentemente do seu tipo, todo sistema econômico 
deve, de algum modo, desempenhar cinco funções bási-
cas, determinando:
•		o	que	se	deve	produzir;
•		 como	se	deve	organizar	a	produção;
•		 como	devem	ser	distribuídos	os	produtos;
•		 como	 devem	 ser	 racionados	 os	 bens	 no	 período	
em que a oferta é fixa;
•		 como	se	deve	sustentar	e/ou	expandir	a	capacida-
de produtiva.
Resumo
Nesta aula você viu diversos motivos pelos quais de-
vemos estudar Economia: ajuda a compreender o mundo, 
proporciona auto-confiança, ajuda a realizar mudanças 
sociais, ajuda na preparação para outras carreiras e forma 
economistas, que são profissionais de grande demanda no 
mercado.
Viu que o problema básico da Economia é a escassez 
de recursos para satisfazer as necessidades, o que obriga 
as sociedades a organizar a produção de bens e serviços 
de forma a satisfazer, da melhor maneira possível, essas 
necessidades.
Atividades
1. Enumere algumas razões para estudar Economia e 
descreva quais destas razões são mais relevantes para 
você.
2. Por que se diz que os recursos são escassos?
3. Conceitue Economia.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 2
Os bens econômicos
Objetivos
•	 Conceituar	bem	econômico	e	diferenciá-
lo	de	bem	livre.
•	 Classificar	 os	 bens	 econômicos	 segundo	
seu	caráter,	sua	natureza	e	sua	função.
•	 Conceituar	serviços.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
14
Bens econômicos
Na primeira aula você viu que o problema fundamen-
tal da Economia é o problema da escassez. Trata-se do fato 
de que a necessidade humana por bens e serviços é ilimita-
da, enquanto os recursos econômicos são limitados. 
Observe que escassez é um conceito relativo; quando 
falamos em necessidade humana, queremos dizer o de-
sejo de obter alguma coisa, isto é, a vontade de satisfazer 
uma certa sensação de carência, mesmo que para outra 
pessoa essa carência possa parecer um luxo.
Recursos produtivos são os fatores ou elementos bá-
sicos utilizados para produzir os bens e serviços
Há bens que estão disponíveis em quantidade suficien-
te para todos, como o ar que respiramos. Bens escassos são 
aqueles que não existem em quantidade suficiente para sa-
tisfazer os desejos dos indivíduos. Estes últimos são os bens 
que interessam à Economia, no sentido de que ela se ocupa 
com o problema de encontrar a melhor forma de produzi-los 
e distribui-los a fim de atender as necessidades humanas. 
A Economia, portanto, se ocupa com a problema do 
emprego eficiente dos recursos disponíveis para resolver o 
dilema entre:
•	a	escassez	dos	bens	econômicos	e
•	os	desejos	ilimitados	da	sociedade.
O antagonismo entre essas duas realidades é a razão 
de existir da Economia. Se todos os bens necessários fos-
sem abundantes e os desejos da sociedade fossem limita-
dos, todos poderiam ser atendidos livremente. A realida-
de, no entanto, é que poucos bens são livres. 
Observe que mesmo bens considerados livres podem 
se tornar, aos poucos, bens econômicos. A água potável, 
por exemplo, poderia ser considerada abundante em mui-
tos locais do planeta. Hoje, entretanto, a água potável é 
um bem escasso e há uma preocupação mundial com ela. 
O ar que respiramos ainda é considerado livre, mas a cres-
cente poluição do ar força as sociedades a empregarem 
recursos para despoluição, o que irá transformar o próprio 
ar em um bem econômico, pois exigirá o emprego de re-
cursos para não chegar à escassez. 
Tipos de bens
Você já viu que os bens podem ser classificados, quan-
to ao ser caráter, em:
•	 bens	 econômicos:	 têm	 utilidade,	 escassez	 e	 são	
transferíveis. Por exemplo: matérias-primas, má-
quinas, capital.
•		bens	 livres:	bens	disponíveis	 em	quantidade	 sufi-
ciente para satisfazer a todos; são abundantes na 
natureza e não têm preço. Por exemplo: a água.
A classificação anterior leva em conta o caráter do 
bem. Os bens livres são aqueles cujo consumo não possui 
restrições, ou seja, existem com tal abundância que não se 
submetem a um sistema de preços. Os bens classificados 
como econômicos, por sua vez, são de consumo restrito 
e têm preço, que é, a princípio, estipulado pelas leis de 
mercado vigentes.
A Economia trata apenas dos bens econômicos, devi-
do ao fato de sofrerem o problema da escassez. Os bens 
livres, por existirem em grande quantidade na natureza, 
não fazem parte do objeto de estudo da Economia.
Uma outra divisão dos bens tem como critério sua 
natureza; distingue-os entre os que atendem diretamente 
as necessidades humanas e aqueles que são usados para 
produzir outros bens.
Bens de capital são aqueles que permitem a amplia-
ção da capacidade produtiva, levando ao próprio funcio-
namento do sistema econômico. Bens de consumo são 
aqueles que se destinam ao consumo final por parte dos 
indivíduos. 
Um mesmo bem pode ser considerado de capital 
ou de consumo, de acordo com a sua utilização: se for 
usado como insumo, é um bem de capital; do contrário, 
pode ser considerado um bem de consumo. Veja o caso 
do automóvel. Quando é utilizado estritamente como 
instrumento	de	prestação	de	serviços	(por	um	taxista,	por	
exemplo),	é	um	bem	de	capital;	contudo,	o	mesmo	veícu-
lo utilizado, se usado por uma família para seu lazer, é um 
bem de consumo.
Os bens de consumo podem ser classificados como 
duráveis ou não duráveis. Como a própria denominação 
sugere, os bens de consumo duráveis têm maior tempo de 
utilização; é o caso do veículo de uso particular, eletrodo-
mésticos etc. Já os não-duráveis são os de curta vida útil, 
como alimentos e vestuário.
Em resumo:
•		bens	de	consumo	são	aqueles	que	atendem	direta-
mente às necessidades humanas. São classificados 
como duráveis os que permitem uso prolongado, 
como carros, eletrodomésticos etc.; e não-duráveis 
AULA	2	•	Os	bens	econômicos
15
os que acabam em pouco tempo, como os alimen-
tos.
•		bens	de	capital	são	aqueles	utilizados	na	fabricação	
de outros bens, ou seja, não atendem diretamente 
às necessidades das pessoas, como as máquinas e 
ferramentas. 
Uma terceira classificação dos bens é quanto à sua 
função: se eles estão prontos para uso ou consumo ou se 
devem ainda sofrer algum processo de transformação.
•		bens	 intermediários	são	aqueles	que	são	 transfor-
mados ou agregados na produção de outros bens. 
São consumidos para se converterem em outro 
bem de consumo ou capital, ou seja, são as maté-
rias-primas que serão processadas para a produção 
de um bem final. O trigo na produção do pão e 
outros alimentos é um ótimo exemplo de bem in-
termediário, assim como o cimento na produção 
de umacasa.
•		bens	 finais	 são	 aqueles	 que	 já	 sofreram	 as	 trans-
formações necessárias e estão prontos para uso ou 
consumo. Estão nesse grupo os alimentos já prepa-
rados ou a casa do grupo anterior.
Essa classificação está descrita no quadro a seguir:
Tipos de bens
Os bens podem ainda ser classificados em privados 
e públicos. Bens privados são aqueles usados ou consu-
midos privadamente, como eletrodomésticos e peças de 
vestuário. Bens públicos são usados coletivamente por um 
grupo, como um parque ou uma piscina pública.
Devemos considerar também as atividades que não se 
destinam diretamente à criação de bens físicos, isto é, não 
produzem um bem material: são os serviços. Atualmen-
te, este segmento vem crescendo, ocupando boa parte da 
parcela produtiva da economia e envolvendo grande par-
cela dos trabalhadores.
Serviços são as atividades que se destinam a satis-
fazer as necessidade humanas mas não criam objetos 
materiais.
A atividade de serviços pode estar relacionada à dis-
tribuição de produtos, como os setores de distribuição e 
vendas;	 à	 educação	 (professores)	 e	 entretenimento	 (ato-
res,	músicos	etc.);	à	área	de	saúde	(médicos,	dentistas,	en-
fermeiros	etc.);	à	área	financeira	(bancos,	financeiras	etc.)	
e muitas outras.
Resumo
Nesta aula voltamos ao tema da escassez de recursos; 
você viu o antagonismo existente entre essa escassez e as 
necessidades humanas, que são ilimitadas. Desse antago-
nismo surge a necessidade do estudo econômico.
Viu também o conceito de bem econômico, que é o 
objeto básico de estudo da Economia. Os bens econômi-
cos podem ser classificados de várias formas: quanto ao 
seu	 caráter	 (em	bens	 livres	 e	 bens	 econômicos),	 quanto	
à	sua	natureza	(em	bens	de	capital	e	bens	de	consumo),	
quanto	 à	 sua	 função	 (em	bens	 intermediários	 e	 bens	 fi-
nais).
Os serviços são as atividades que não criam objetos 
materiais, mas atuam para satisfazer, direta ou indireta-
mente, as necessidades humanas.
Atividades
1. Conceitue bem econômico. Por que a Economia não 
se preocupa com os bens livres?
2. Um artigo de luxo pode ser considerado uma necessi-
dade humana? Sua produção e distribuição são objeto 
da Economia?
3. Imagine uma fábrica de tecidos. Relacionar seus bens 
intermediários e seus bens finais.
4. O que são serviços? Como eles se diferenciam dos 
bens?
Segundo seu caráter
Bens livres
Bens econômicos
Segundo sua natureza
Bens de capital
DuráveisBens de consumo
Segundo sua função
Bens intermediários
Bens finais
Não-duráveis
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 3
Os recursos produtivos
Objetivos
•	 Conceituar	recurso	produtivo.
•	 Classificar	população	em	ativa	e	inativa	
em empregados.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
18
Definição e características
Vamos iniciar esta aula com a definição de recursos 
produtivos. Como você já viu, a sociedade deve produzir 
os bens e serviços de que necessita. Para tal, emprega re-
cursos como terra, máquinas, trabalho etc.
Recursos produtivos são os fatores ou elementos bá-
sicos utilizados para produzir os bens e serviços. 
Os recursos também são chamados fatores de produ-
ção.
Portanto, trabalho, máquinas, matérias-primas, di-
nheiro, todos são recursos produtivos. Enfim, tudo aquilo 
que é utilizado para produzir é um recurso produtivo.
Os recursos produtivos possuem três características 
básicas:
1. São escassos: por isso, devem ser alocados crite-
riosamente para atender às necessidades. A escas-
sez torna necessária uma avaliação cuidadosa de 
quais necessidades devem ser satisfeitas, em que 
medida e em que ordenação.
2. São versáteis: os recursos podem ser aproveitados 
de variadas formas. O trabalho, por exemplo, pode 
ser empregado em quase todos os tipos de pro-
dução. Entretanto, quanto mais especializado for, 
maiores serão as restrições ao seu uso. Em outras 
palavras: quanto maior a especificidade de um fa-
tor de produção, maiores serão suas limitações de 
utilização. 
3. Podem ser combinados: na maioria das vezes, 
para produzir um mesmo bem deve-se combinar 
diversos fatores de produção. 
Classificação dos 
recursos produtivos
Os recursos produtivos são tradicionalmente classifi-
cados em três grandes segmentos:
•	terra;
•	capital;
•	trabalho.
O recurso terra
Este recurso deve ser entendido em um sentido am-
plo. Incluímos aqui não só a terra cultivável e urbana como 
também todos os recursos minerais que a terra contém. Os 
recursos oriundos da natureza estão na base de todos os 
bens produzidos em um sistema econômico. Compõem o 
fator terra todos os recursos minerais, hídricos, energéticos 
e o próprio espaço físico utilizado pela empresa. 
O recurso capital
O recurso capital indica a participação de instrumen-
tos de transformação dos recursos primários de produção 
e envolve toda a gama de máquinas e equipamentos, ins-
talações e edificações destinados à finalidade de produzir 
(transformar).
O recurso trabalho
O recurso trabalho é capacidade produtiva física e 
intelectual dos trabalhadores presente, direta ou indireta-
mente, na produção de todo tipo de bens. Mesmo aque-
les que aparentemente não o envolvem, por terem uma 
produção extremamente mecanizada, têm na sua origem 
o trabalho intelectual humano como fonte de elabora-
ção.
População
Denomina-se população de uma região o conjunto 
de seres humanos que vivem nessa região. É preciso dis-
tinguir população ativa e população inativa.
A população inativa é formada por aquelas pessoas 
que somente consomem, isto é, não participam do proces-
so produtivo. Incluem-se aqui os aposentados, estudantes, 
pessoas que não estão em idade de trabalhar e os fisica-
mente incapacitados para trabalhar.
A população ativa é formada pelas pessoas que 
participam do processo produtivo. Divide-se em em-
pregados – os que estão efetivamente trabalhando – e 
desempregados – aqueles que reúnem todas as con-
dições para trabalhar, mas que no momento não estão 
trabalhando.
É possível ainda dividir os empregados em emprega-
dos no sentido estrito – aqueles que têm trabalho remu-
nerado fixo – e empregados ativos marginais – aqueles 
que fazem serviços periódicos.
O quadro a seguir resume estas classificações de po-
pulação. 
AULA	3	•	Os	recursos	produtivos
19
O contingente da população em idade de trabalhar é 
delimitado em geral pela faixa etária que vai dos 14 aos 60 
anos. A taxa de ocupação compreende o quociente entre 
o número de pessoas ocupadas e o total de habitantes, o 
que aponta para a proporção da população que, com seu 
trabalho, é responsável pelo total da produção dos bens da 
comunidade. Segundo Castro & Lessa1, a taxa de ocupa-
ção no Brasil é próxima a 32%; em países mais maduros, 
como a França e a Inglaterra, é de cerca de 42%. Cabe 
observar também que o Brasil é um país em que cerca de 
30% da população encontra-se entre 0 e 14 anos2, fora, 
portanto,	da	faixa	de	população	ativa	(IBGE,	2000).
Bens de capital
Na aula passada, você viu que os bens econômicos 
podem ser divididos em bens de consumo e bens de ca-
pital. Estes últimos, também chamados bens de produção, 
são os bens que não atendem diretamente às necessidades 
humanas mas são utilizados na produção de outros bens.
Vamos estudar agora com mais detalhes os bens de 
capital.
Observe que, em Economia, o termo capital se refere 
a capital físico, isto é, máquinas, equipamentos e edifí-
cios, e não capital financeiro. Um ativo bancário de uma 
empresa não constitui recurso produtor de bens; portanto, 
não é capital no sentido que se dá em Economia.
O capital empregado na produção é dividido em ca-
pital fixo e capital circulante.
Capital fixo são os instrumentos, máquinas, equipa-
mentos, edifícios etc. empregados na produção; tipica-
mente duram vários ciclosde produção.
Capital circulante são os bens em processo de pre-
paração para consumo, como matérias-primas e estoques 
disponíveis.
Como você pode ver, em Economia é importante dis-
tinguir capital ou capital físico de capital financeiro. Da 
mesma forma, deve distinguir capital de capital humano.
Capital humano envolve tudo que diz respeito ao 
aprimoramento da capacidade produtiva dos trabalhado-
res, como educação e formação profissional. As empresas 
investem na formação profissional de seus empregados 
para incrementar sua capacidade produtiva.
Completa o quadro de tipos de capital o capital finan-
ceiro, que pode ser definido como os fundos disponíveis 
para a compra de capital físico. Um dinheiro guardado 
que pode ser utilizado para a compra de uma máquina, 
por exemplo.
O quadro a seguir classifica os vários tipos de recurso 
capital existentes.
População
População inativa
População ativa
Desempregados
Empregados ou 
população ocupada
Empregados ativos marginais
Empregados no sentido estrito
Tipo de capital
Capital físico
Capital humano
Capital financeiro
Capital fixo
Capital circulante
1.	A.	Castro	&	C.	Lessa,	Introdução	à	Economia	–	uma	abordagem	estruturalista.	Editora	Forense	Universitária,	37ª	edição.						
2.	Dados	do	IBGE	de	2000	–	ver	http://www.ibge.gov.br/brasil_em_sintese.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
20
Resumo
Nesta aula você estudou o conceito de recurso produ-
tivo e a classificação tradicional em recurso terra, recurso 
trabalho e recurso capital. Em seguida, analisou cada um 
desses recursos.
Viu o conceito de população ativa e inativa, emprega-
dos e desempregados, empregados propriamente ditos e 
empregados ativos marginais.
Estudou ainda os bens de capital, diferenciando capi-
tal fixo e capital circulante. Conceituamos também capital 
humano e capital financeiro.
Atividades
1. Conceitue os três fatores de produção que constituem 
os recursos produtivos.
2. Dê exemplos de recursos terra, trabalho e capital en-
volvidos na produção de algum produto. Você conhece 
algum produto que possa ser produzido sem utilizar 
conjuntamente estes três fatores produtivos?
3. O que é taxa de ocupação de uma população?
4. Conceitue e diferencie capital físico, capital financeiro 
e capital humano.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 4
Sistema Econômico
Objetivos
•	 Identificar	e	responder	às	questões	eco-
nômicas	fundamentais:
•	 Quais	são	três	as	maneiras	pelas	quais	
as	 sociedades	 se	 organizam	a	fim	de	
resolver	 suas	 questões	 econômicas	
fundamentais:	a	economia	de	merca-
do,	 a	 economia	 planificada	 central-
mente e a economia mista. 
•	 O	 que,	 quanto,	 como	 e	 para	 quem	
produzir.
•	 Explicitar	por	que,	em	razão	da	escas-
sez,	a	Economia	é	uma	ciência	ligada	
a	problemas	da	escolha.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
22
Introdução
Na aula anterior procuramos conceituar Economia. 
Você se lembra de que é uma ciência que estuda a melhor 
administração dos recursos escassos, a fim de satisfazer as 
ilimitadas necessidades humanas?
Nesta aula você irá estudar um pouco sobre os siste-
mas econômicos. 
Como funciona 
o Sistema Econômico
Antes de iniciarmos o estudo do funcionamento do 
sistema econômico, vale a pergunta: você saberia concei-
tuar um sistema econômico?
Sistema econômico é a forma política e social em que 
está organizada a sociedade, a fim de organizar a produ-
ção, a distribuição e o consumo dos bens e serviços produ-
zidos de modo a aumentar o bem-estar da sociedade.
Ou seja, é através do sistema econômico que a socie-
dade define como se processa a produção dos recursos 
para atender as necessidades humanas.
 São elementos básicos do sistema econômico:
•	 Fatores de Produção: terra, capital e trabalho. 
•		Unidades de Produção: empresas e famílias que 
produzem e consomem os bens.
•		Governo: conjunto de instituições políticas, jurídi-
cas e sociais que normatizam o funcionamento da 
sociedade.
Estes são os elementos básicos de um sistema econô-
mico. Os sistemas econômicos podem ser divididos em 
três tipos principais, com relação à forma em que ele or-
ganiza sua produção.
Sistema de Economia Capitalista ou 
Economia de Mercado
Este	 sistema	é	 regido	pelas	 forças	de	mercado	 (ofer-
ta	 e	 demanda),	 predominando	 a	 livre	 iniciativa;	 nele,	 e	
a propriedade dos fatores de produção é privada. A eco-
nomia norte-americana e a inglesa, entre outras, são bons 
exemplos. 
Este é um tipo de sistema que deixou para o mercado 
definir como resolver o problema da escassez de recursos, 
quem produz, o que é produzido e quem consome.
Sistema Socialista, Economia 
Centralizada ou Economia Planificada
As questões econômicas fundamentais são resolvidas 
pôr um órgão central de planejamento; nesse sistema, a 
propriedade dos fatores de produção é pública.
Como exemplo temos a economia da antiga União 
Soviética e de Cuba.
Neste tipo de sistema, é o governo quem define a pro-
dução e o consumo.
Sistema de economia mista
A partir dos anos 30, passaram a predominar os sis-
temas de economia mista, com forte atuação do Estado 
na alocação e distribuição dos recursos, bem como na 
produção de bens e serviços. A Suécia, a Dinamarca e a 
Finlândia são referência desse tipo de sistema.
Esta é uma classificação dada por alguns autores, que 
entendem que é um sistema capitalista mas com forte par-
ticipação do governo.
Definição de 
Sistema Econômico
Como você já viu, um sistema econômico pode ser 
entendido como o conjunto de relações sociais e insti-
tucionais que caracterizam a organização econômica de 
uma sociedade. Independentemente do seu tipo, todo 
sistema econômico deve, de algum modo, desempenhar 
cinco funções básicas, determinando:
1. O que se deve produzir;
2. Como se deve organizar a produção;
3. Como devem ser distribuídos os produtos;
4. Como devem ser racionados os bens no período 
em que a oferta é fixa;
5. Como deve ser sustentada e expandida a capacida-
de produtiva.
Vamos analisar agora cada uma destas funções.
Determinação do que se deve produzir
É, basicamente, determinar quais são as necessidades 
dos consumidores; em essência, a economia deve estabe-
lecer um conjunto de valores para os diferentes tipos de 
bens e serviços considerando, essencialmente, sua escas-
sez e sua utilidade para os consumidores.
AULA	4	•	Sistema Econômico
23
Organização da produção 
A organização da produção envolve:
•		procurar	canalizar	os	 recursos	disponíveis	para	as	
atividades produtoras dos bens mais desejados;
•		usar	os	recursos	eficientemente.
Distribuição do produto
a)		A	questão	da	renda:	a	renda	de	um	indivíduo	de-
pende de duas coisas:
•	 das	 quantidades	 dos	 diferentes	 recursos	 que	
pode empregar no sistema produtivo;
•		do	quanto	recebe	por	eles.
b)		Assim,	 a	 distribuição	 total	 da	 renda	 depende	 da	
forma como os indivíduos podem dispor dos recur-
sos que possuem.
Racionamento no curto prazo
O	racionamento	 (controle	 temporário	 sobre	algo	es-
casso)	deve	ser	feito	de	duas	formas:
•		deve	distribuir	o	suprimento	entre	os	diversos	con-
sumidores; 
•		deve	 repartir,	 pelo	 período	 de	 tempo	 entre	 uma	
“oferta” e outra, o suprimento dado.
Manutenção do crescimento do 
sistema econômico
A manutenção refere-se a conservar intacta a força 
produtiva da máquina econômica, através de uma provi-
são	para	depreciação	 (reposição	de	algo	que	 foi	desgas-
tado	 por	 sua	 utilização);	 a	 ampliação	 diz	 respeito	 a	 um	
aumento contínuo das espécies e quantidades de recursos 
disponíveis dentro da economia, juntamente com a cons-
tante melhora das técnicas de produção.
A diferença ente a sociedade capitalista e a socialista 
é que no modelo capitalista o mercado é quem define as 
cinco características citadasacima; no socialista, é o gover-
no quem o faz.
Com isso, pode-se afirmar, em síntese, que a Econo-
mia deve responder a três grandes questionamentos:
1. O que produzir e em que quantidade? Deve-se es-
colher entre as possibilidades de produção de uma 
economia de modo a satisfazer o mais adequada-
mente à sociedade.
2. Como produzir tais bens e serviços? Toda socie-
dade deve determinar quem vai ser o responsável 
pela produção, qual a tecnologia a ser empregada, 
qual o tipo de organização da produção etc.
3. Para quem produzir, ou em outras palavras: quem 
será o consumidor? Devem ser definidos o públi-
co-alvo e as maneiras através das quais o produto 
deverá atingi-lo. 
O funcionamento 
da economia
É a produção de bens e serviços para satisfazer as ne-
cessidades humanas, levando em conta a eficiência produ-
tiva, isto é, o aproveitamento ótimo dos recursos existentes 
de produção, e a eficiência alocativa, que diz respeito a 
uma combinação adequada de produtos finais gerados no 
sentido de otimizar a satisfação das necessidades de con-
sumo e as exigências do processo de acumulação de uma 
sociedade.
Em síntese, a Economia demonstra à sociedade como 
esta deve se organizar para melhor utilizar e aproveitar os 
recursos produtivos, pois desta forma mais bens serão pro-
duzidos e mais necessidades humanas serão atendidas.
O mundo econômico: 
macro e micro
Uma questão importante que surge na esfera do estu-
do econômico diz respeito às distinções entre as preocu-
pações macro e microeconômicas. Contudo, vale salientar 
que, embora aparentemente distantes, no fundo ambas 
tratam do mesmo objeto: o sistema econômico. Como os 
nomes já sugerem, a Microeconomia trata do compor-
tamento das unidades econômicas individuais, enquanto 
a Macroeconomia trata do conjunto da economia como 
um todo. 
A Microeconomia ocupa-se da análise do comporta-
mento das unidades econômicas, como as famílias – ou 
consumidores – e as empresas. Estuda também os mer-
cados em que operam os demandantes e ofertantes de 
serviços.
Ela considera a atuação das diferentes unidades eco-
nômicas	 (famílias	 e	empresas)	 como	 se	 fossem	unidades	
individuais.
A Macroeconomia, ao contrário, ocupa-se do com-
portamento global do sistema econômico refletido em um 
número reduzido de variáveis, como o produto total de 
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
24
uma economia, o emprego, o investimento, o consumo, 
o nível geral de preços etc. Por exemplo, se o Ministério 
da Fazenda anuncia que a inflação caiu 2% em relação ao 
mês anterior e que o número de empregos aumentou, está 
destacando o que, em sua opinião, são os aspectos mais 
significativos da evolução global da economia.
De qualquer forma, deve-se ressaltar que a Microe-
conomia e a Macroeconomia são dois ramos da mesma 
disciplina, a Economia, e, como tal, ocupam-se das mes-
mas questões, ainda que se fixem em aspectos distintos, 
pois uma trabalha com o aspecto individual e a outra com 
o coletivo.
Resumo
Um sistema econômico se orienta pela percepção de 
que as necessidades humanas são ilimitadas enquanto, por 
outro lado, os recursos econômicos e de produção são es-
cassos	(limitados).	Daí	advêm	os	três	problemas	econômi-
cos fundamentais que qualquer tipo de economia tem de 
responder: o quê, como e para quem produzir.
Esses problemas fundamentais existem devido ao fato 
de que os recursos produtivos são escassos. 
Você se lembra do que já foi falado sobre o problema 
da escassez para a Economia?
Como em uma sociedade as pessoas necessitam e de-
sejam consumir bens e serviços, a Economia, através do 
sistema	econômico	(que	é	uma	forma	de	organização	da	
sociedade	 para	 a	 produção),	 busca	 atender	 ao	máximo	
possível esses desejos e necessidades, definindo o que é 
produzido e em que quantidade, evitando assim o des-
perdício, visto que os recursos são escassos, mas as neces-
sidades não.
A Microeconomia: trabalha com o comportamento 
econômico de forma individualizada. Estuda, por exem-
plo, o comportamento de um consumidor individual, 
como ele gasta sua renda etc. Também trata a empresa 
de forma individual, estudando seus custos de produção, 
seu lucro etc.
Por sua vez, a Macroeconomia trata do comportamen-
to coletivo da economia. Estuda o problema da inflação, 
da dívida externa etc. Na Macroeconomia não importa o 
que um consumidor ou uma empresa fazem, mas a socie-
dade como um todo.
Atividades
1. Explique de que consiste um sistema econômico.
2. Procure explicar as principais diferenças entre as socie-
dades capitalista e socialista.
3. Em sua opinião, algum destes sistemas conseguiu atin-
gir seus objetivos?
4. Considere algumas questões econômicas atuais e iden-
tifique se devem ser estudadas pela Microeconomia ou 
pela Macroeconomia.
5. Dê exemplos de um problema microeconômico e de 
um macroeconômico.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 5
A questão econômica da escassez
Objetivos
•	 Entender	como	lidar	com	o	problema	da	
escassez	dos	recursos	produtivos	através	
do	 estudo	 das	 curvas	 de	 possibilidades	
de produção.
•	 Conhecer	 o	 problema	 da	 escassez	 na	
economia.
•	 Conhecer	 a	 curva	 de	 possibilidades	 de	
produção.
•	 Verificar	como	se	dá	o	crescimento	eco-
nômico de uma sociedade.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
26
Introdução
O problema econômico fundamental é a questão da 
escassez, que surge porque as necessidades humanas são 
ilimitadas, enquanto os recursos econômicos utilizados 
para produzir os produtos e serviços a serem utilizados na 
satisfação das necessidades humanas acabam se tornando 
(e	alguns	são)	limitados.	Esse	é	um	problema	de	disparida-
de entre os desejos humanos e os meios disponíveis para 
satisfazê-los.
O problema econômico 
da escassez
A escassez é um conceito relativo, pois existe em uma 
sociedade o desejo das pessoas em adquirir uma quanti-
dade de bens e serviços maior que a sua disponibilidade. 
Desta forma, afirmamos ser relativa a escassez dos recursos 
em relação aos desejos e às necessidades humanas.
Escassez do ponto 
de vista econômico
A Economia considera o problema de falta de bens e 
serviços como uma escassez relativa, uma vez que os bens 
e serviços são escassos em relação ao desejo dos indivídu-
os, que são ilimitados.
A curva de possibilidade 
de produção
A necessidade de escolha
Normalmente os agentes econômicos têm que optar 
entre o que consumir e o que produzir. Nesse contexto, 
surge o conceito de custo de oportunidade de um bem 
ou serviço, que nada mais é do que a quantidade de um 
bem que deve ser sacrificada no consumo para que as 
pessoas possam obter outro bem, mantendo-se o mesmo 
grau de satisfação.
Não se preocupe se esse conceito não ficou muito 
claro, pois ele será mais explicado através das curvas de 
possibilidades de produção.
A curva ou fronteira de possibilidades 
de produção
Uma curva – também denominada fronteira – de 
possibilidades de produção mostra as diversas opções de 
consumo que são fornecidas à sociedade. Essa curva re-
presenta o limite máximo de produção de uma sociedade 
em um certo período de tempo, dadas as condições de 
produção. 
Uma	economia	está	situada	sobre	a	fronteira	(produ-
ção	máxima)	quando	todos	os	fatores	de	produção	de	que	
ela dispõe estão sendo utilizados para a produção de bens 
e serviços.
Para você entender melhor, suponha uma determina-
da situação em uma economia que tenha uma certa tec-
nologia disponível e uma quantidade fixa de fatores de 
produção. Nessa economia podem ser produzidos dois 
tipos de bens: alimentos e máquinas. Se, em um deter-
minado momento, opta-se por produzir mais alimentos, 
é preciso que se desloquem fatores produtivos da outra 
atividade – produção de máquinas – para que seja possível 
tal expansão. Portanto, aumentar a produção de um bemtem seu custo para a sociedade em termos das quantida-
des do outro que deixaram de ser produzidas. Este é o 
custo de oportunidade.
Para sua melhor visualização vamos analisar o gráfico 
a seguir.
Tabela 1
Opção Alimentos Máquinas Custo de Oportunidade
A 0 10 -
B 1 9 1
C 2 7 2
D 3 4 3
E 4 0 4
Máquina
Alimento
A
E
B
C
Z
Y
D
O
AULA	5	•	A	questão	econômica	da	escassez
27
Essa curva que se forma a partir da ligação entre os 
pontos A, B, C, D e E representa as opções oferecidas à 
sociedade para consumo dos bens e a necessidade de es-
colha entre elas. Como você pode notar, um aumento na 
produção de alimentos, passando do ponto A para o ponto 
B, implica necessariamente uma redução na produção de 
máquinas e vice-versa. O fato de os pontos estarem sobre 
a curva mostra que a produção é eficiente, ou seja todos 
os recursos estão sendo empregados eficientemente.
Assim surge o conceito de custo de oportunidade, 
mostrando a quantidade de um bem que deverá ser sa-
crificada para que se possa produzir outro tipo de bem. O 
custo de oportunidade é crescente, pois quando é aumen-
tada a produção de um determinado bem os fatores de 
produção transferidos dos outros produtos se tornam cada 
vez menos aptos para a nova finalidade, isto é, a transfe-
rência vai ficando cada vez menos produtiva. 
Você pode, então, analisar os pontos daquela curva da 
seguinte forma: no ponto O, chamado de pleno desem-
prego, a economia não está usando nenhum dos recursos 
de produção de que dispõe, ou seja, produção zero.
O ponto Y significando que a economia está operando 
com capacidade ociosa, isto é, alguns recursos disponíveis 
não estão sendo utilizados. Neste caso, a produção fica 
abaixo da capacidade disponível.
Os pontos A, B, C, D e E são chamados de pleno em-
prego. É a situação ideal para a economia, em que todos 
os recursos disponíveis estão sendo utilizados.
O ponto Z, ou ponto futuro, representa um nível im-
possível de produção no momento, pois está acima da 
capacidade de recursos disponíveis. Esse ponto só será 
alcançável em períodos futuros, quando houver aumento 
ou melhora dos recursos disponíveis.
Devido ao fato de a necessidade de escolha estar re-
lacionada ao problema da escassez, que impõe limites à 
capacidade produtiva de uma sociedade, esta por sua vez 
terá de fazer escolhas entre as alternativas de produção.
O crescimento da Economia
Para que possamos entender como ocorre o cresci-
mento econômico, torna-se necessária a utilização de 
duas premissas básicas:
•		Em	 um	 “país”	 em	 que	 a	 maioria	 da	 capacidade	
produtiva é utilizada na satisfação das necessida-
des	 correntes	 (consumo),	 pouco	 se	 investe	 e	 há	
um crescimento lento na capacidade de produção 
para o futuro. Isso ocorre geralmente nos países 
mais pobres, onde a população possui maior ne-
cessidade de consumo e sobram poucos recursos 
para a poupança.
•		Em	 um	 “país”	 em	 que	 a	 maioria	 da	 capacidade	
produtiva é utilizada na produção de bens de ca-
pital, o resultado é um crescimento mais rápido da 
capacidade de produção, pois as pessoas, por te-
rem um melhor padrão de vida, não têm tanta ne-
cessidade de consumo e podem poupar mais.
Essas situações podem ser visualizadas no seguinte 
gráfico: 
Considere a situação atual desse “país” através da cur-
va A0/B1. O ponto w representa o máximo que se pode 
produzir de bens de consumo e capital ao mesmo tempo 
com os atuais recursos disponíveis. A curva A1/B2 somente 
será atingida se surgirem novos recursos produtivos ou se a 
população tivesse reduzido o consumo de bens de consu-
mo no passado, visando ao aumento dos bens de capital. 
Resumo
O problema econômico por excelência é a escassez. 
Esta surge porque as necessidades humanas são ilimitadas 
e os recursos produtivos são limitados, impondo assim à 
sociedade uma escolha no consumo. 
A escassez é um conceito relativo, pois existe o desejo 
de adquirir uma quantidade de bens e serviços maior que 
a sua disponibilidade. Para que esse problema fosse iden-
tificado, foram criadas as curvas de possibilidades de pro-
dução, que mostram as quantidades de bens que podem 
ser consumidos pela população.
Bens de capital
Bens de consumo
B2
A1A-1 A0
B0
B1
w
O
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
28
A curva de possibilidade de produção, também co-
nhecida como curva de fronteira, reflete as opções que se 
oferecem à sociedade e a necessidade de escolher entre 
elas. Uma economia está situada sobre a curva quando 
todos os fatores de que dispõe estão sendo utilizados para 
a produção de bens e serviços. 
Se todos os recursos estão sendo plena e eficiente-
mente utilizados, a produção de uma quantidade maior 
de um bem significa necessariamente produção menor de 
outro bem, isto é, tenderá a um custo de oportunidade, 
que é a quantidade de outros bens ou serviços a que se 
deve renunciar para obter o bem ou serviço desejado ou 
necessário.
Atividades
1. Relacione algumas situações que podem causar deslo-
camento positivo ou negativo em uma curva de possi-
bilidade de produção.
2. Elabore um orçamento mensal relacionando todas as 
suas despesas.
3. Você lembra de alguma situação em que teve de abrir 
mão de alguma coisa para conseguir outra?
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 6
Os agentes econômicos /
O	fluxo	circular	da	renda
Objetivos
•	 Definir	os	agentes	econômicos	e	os	seto-
res da Economia.
•	 Entender	o	funcionamento	do	sistema	de	
mercado	através	dos	fluxos	real	e	mone-
tário.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
30
Introdução
Os agentes econômicos são aqueles que participam 
do processo de funcionamento do sistema econômico. 
São as empresas, as pessoas, o governo etc.; enfim, todos 
os membros de uma sociedade.
Os agentes econômicos são classificados em:
•		Unidades familiares: são representados pelas fa-
mílias que consomem bens e serviços produzidos 
pelas empresas. A Economia considera família todo 
recurso de produção de trabalho, ou seja as pesso-
as	(a	mão-de-obra	e	intelectual	humana).
•		Empresas: são agentes econômicos para os quais 
convergem os recursos de produção disponíveis, 
com o objetivo de atender às necessidades de con-
sumo. As empresas são os agentes que mobilizam 
os recursos e contratam as pessoas para iniciar o 
processo produtivo.
•		Setor Público: é o agente coletivo que contrata 
o trabalho de unidades familiares e que adquire 
uma parcela da produção das empresas para pro-
porcionar bens e serviços úteis à sociedade como 
um todo. Existem nos níveis municipal, estadual e 
federal. Além disso, é o setor público quem norma-
tiza o funcionamento de uma sociedade econômi-
ca.
As famílias ou 
unidades familiares
Dentro de um sistema econômico, os agentes podem 
ser classificados basicamente como econômicos e priva-
dos. Os agentes econômicos privados básicos são as em-
presas e as unidades familiares.
As atribuições essenciais das famílias consistem em, de 
um lado, consumir os bens e serviços oferecidos pelas em-
presas, dentro dos limites de sua disponibilidade financeira 
(orçamento);	de	outro,	em	oferecer	seus	recursos	produ-
tivos, quase sempre a sua força de trabalho e qualidade 
intelectual, às empresas.
As empresas
Nas sociedades primitivas, a produção era feita de 
modo artesanal e muitas vezes realizada individualmente. 
Atualmente, praticamente toda produção é desenvolvida 
por empresas dos mais variados tipos e estruturas. Assim 
sendo, pode-se dizer que empresa é a unidade de pro-
dução básica que contrata trabalho e recursos produtivos 
com o fim de fabricar e vender bens e serviços. Além dis-
so, as empresas modernas contam com possibilidades de 
organizar os complexos processos de produção e distri-
buição exigidos pelas sociedades atuais, contando cada 
vez maiscom as possibilidades de produção em massa e 
ganhos de escala.
O setor público
A esfera governamental, composta de órgãos e de ad-
ministrações públicas, pode ser classificada em pelo menos 
três esferas: as administrações municipais, as estaduais e a 
central	(federal).	Além	dessa	classificação	básica,	existe	ou-
tra,	um	pouco	mais	abrangente	(descrita	no	quadro	abai-
xo),	que	detalha	as	várias	classificações	do	setor	público:
Setor público
a) Setor público produtivo
 1) Empresas estatais financeiras
 2) Empresas estatais não-financeiras
b) Administração pública
1) Entes territoriais: estados, municípios e territó-
rios;
2) Previdência social: sistema de previdência social 
e outras administrações;
3) Administração central: governo da União e demais 
organismos de caráter nacional.
A partir deste quadro, podemos tomar como exemplo 
o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, que é uma 
entidade pública financeira, e a CEMIG, que é uma em-
presa estatal não-financeira.
As funções do setor público, qualquer que seja a sua 
instância, são muito importantes e diversificadas. Na atu-
alidade, a participação do Estado na sociedade desenvol-
ve-se das mais variadas formas, estendendo-se para além 
da função de guardião do bom desempenho da atividade 
econômica para converter-se em verdadeiro empresário.
Como empresário, o setor público oferece à comuni-
dade certos bens com características particulares: os bens 
públicos. Tais bens podem ser entendidos como aqueles 
que são proporcionados a todas as pessoas sem distinção 
de necessidade. O custo do bem público é pago através 
dos impostos que recolhemos. Por eles, o governo ofere-
AULA	6	•	Os	agentes	econômicos	/	O	fluxo	circular	da	renda
31
ce o bem público sem perguntar quem o utiliza ou não, 
quem quer ou não, mas todos o pagam via sistema tributá-
rio. Como exemplo, podemos citar a defesa nacional.
O Estado desempenha, ainda, um papel regulador na 
economia; através de suas políticas econômicas, procura 
permitir o crescimento estável e contínuo da economia, o 
pleno aproveitamento dos recursos escassos etc.
Os setores da Economia
Para melhor análise e acompanhamento, a Economia 
é geralmente dividida em 4 setores. São eles: 
•	 setor	 Primário:	 agricultura,	 mineração,	 extrativis-
mo.
•	 setor	Secundário:	indústrias
•	 setor	Terciário:	serviços,	comércio.
•	 setor	 Quaternário:	 novo	 setor	 da	 economia,	 diz	
respeito à educação, faculdades, institutos de pes-
quisa.
E você, pertence a qual setor econômico?
O fluxo circular da renda
A economia capitalista funciona através do mercado. É 
através deste que os preços são determinados.
O funcionamento de uma economia de mercado é 
baseado em um conjunto de regras pelas quais se com-
pram e vendem os bens e serviços, assim como os recursos 
produtivos. A ação conjunta dos agentes econômicos é 
que determina os preços de mercado dos bens e serviços 
transacionados na economia.
Por exemplo, caso exista algum bem cuja procura seja 
maior	que	sua	disponibilidade	de	venda	(oferta),	seu	preço	
de mercado aumenta. Dessa forma, é a ação dos agen-
tes familiares e empresas que determinam o preço de um 
bem no mercado.
Mercado: local onde são negociados os bens, servi-
ços e fatores produtivos. É no mercado que os indivíduos 
se reúnem para realizar as operações de oferta e deman-
da (compra e venda).
Como em todo tipo de mercado existem os dois tipos 
de agentes econômicos, compradores e vendedores, estes 
se dividem em dois tipos: mercado de produtos e merca-
do de fatores.
O mercado de produtos
Os mercados de produtos são fundamentais para de-
terminar o que será produzido na economia. É represen-
tado pelo fluxo real.
O fluxo real apresenta as unidades familiares forne-
cendo recursos às empresas, que por sua vez suprem as 
unidades familiares de bens e serviços finais. 
Mercado de recursos 
de produção
Esses mercados são os mais relevantes para determinar 
como e para quem serão produzidos os bens e serviços. 
Este mercado é representado pelo fluxo monetário. 
Quanto ao fluxo monetário, ele se baseia no fato de 
que existe a moeda como meio de pagamento, que fará 
o papel de intermediação entre as empresas e as famí-
lias. As empresas remuneram as famílias pelos recursos de 
produção empregados; estas transferem para as empresas 
os ganhos recebidos ao pagarem pelos bens e serviços ad-
quiridos.
Podemos sintetizar os fluxos conforme o diagrama 
abaixo
 Fluxo real 
 Fluxo monetário 
Como você pode ver no diagrama, existe uma inter-
relação entre as famílias e as empresas no sistema econô-
mico. No sistema de mercado, é importante que todos os 
bens e serviços tenham seus preços definidos, e estes serão 
sempre dados pelo mercado. Essa definição será dada, en-
tão, através da interação entre os mercados de bens de 
Família
Remunera os fatores de produção
Fornece fatores de produção
$ pelos bens e serviços
Consome os bens e serviços produzidos
Empresa
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
32
consumo	(mercado	de	produtos)	e		os	mercados	de	fatores	
de	produção	(mercado	de	fatores).
Com isso são definidos os três problemas básicos do 
sistema econômico: o que será produzido, como será a 
produção e para quem será direcionada.
O processo de alocação de recursos
Uma das mais importantes atividades do sistema eco-
nômico é a alocação de seus recursos produtivos, ou seja, 
como eles serão utilizados e combinados para a produção 
dos	bens	e	serviços,	pois,	por	serem	escassos	(como	vimos	
anteriormente),	temos	que	aproveitá-los	ao	máximo	possí-
vel e da melhor forma.
A alocação de recursos do sistema econômico se divi-
de em três etapas distintas: 
a) O que produzir
A partir do momento que os consumidores revelam 
suas preferências ao comprar determinados bens e servi-
ços, as empresas se orientam para definir o que será então 
produzido. São as empresas que definem os produtos que 
serão produzidos. Por exemplo, que tipos de carros, de 
roupas etc.
b) Como produzir
A definição de como será realizada a produção é feita 
pelas empresas, que concorrem entre si em busca de um 
lucro cada vez maior. Com isso, a concorrência impulsiona 
as	empresas	a	buscar	a	melhor	alocação	(combinação)	dos	
recursos produtivos, o que lhes permitirá produzir com 
aproveitamento máximo, ou seja, um mínimo de custo.
Dessa forma, é então escolhido o processo mais ade-
quado de produção, quer dizer, quais máquinas e maté-
rias-primas são utilizadas na produção.
c) Para quem produzir
A distribuição do fruto do processo produtivo depen-
de da capacidade de cada um dos agentes para obter a 
maior parcela possível da produção. Por exemplo, quais 
pessoas irão adquirir os bens e em quais quantidades. 
Resumo
No sistema econômico existem três agentes que reali-
zam a tarefa de gerenciar a utilização dos recursos produ-
tivos e executar a produção dos bens e serviços que serão 
consumidos pelas pessoas a fim de satisfazerem suas ne-
cessidades. São eles as famílias, as empresas e o governo.
Além destes agentes, a economia é dividida em quatro 
setores que classificam todas as atividades econômicas: o 
setor primário, o secundário, o terciário e o quaternário.
Atividades
1. O que é transacionado no mercado de fatores de pro-
dução e no mercado de bens?
2. Em qual dos mercados a empresa participa como ofer-
tante de bens e serviços?
3. Você acha que o sistema de mercado é justo?
4. Você conhece outro sistema que possa substituir o sis-
tema de mercado?
5. Qual a função das famílias na sociedade? E a das em-
presas? E a do governo?
6. Por que o governo intervém no sistema econômico?
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 7
O mercado em ação
Objetivos
•	 Definir	demanda.
•	 Diferenciar	 os	 conceitos	 de	 demanda	 e	
quantidade demandada.INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
34
Teoria da demanda
Demanda são as várias quantidades de bens ou 
serviços que os consumidores estão dispostos e ap-
tos a adquirir no mercado, em função de vários níveis 
de preços possíveis, em um determinado período de 
tempo, coeteris paribus.
Você percebeu que no final da definição de demanda 
aparece uma expressão em latim, coeteris paribus. Não se 
preocupe, não vamos estudar latim. Essa expressão signi-
fica: tudo o mais permanecendo constante ou inalterado. 
Isso quer dizer que, para efeito de análise, consideram-se 
mantidas constantes todas as demais variáveis que pode-
riam afetar a demanda/consumo – como a renda do con-
sumidor, a vontade, a moda etc. Supõe-se, assim, que o 
consumidor está disposto a comprar o produto apenas em 
função do seu preço, e qualquer outra variável que possa 
afetar seu consumo naquele momento foi mantida cons-
tante.
Para que serve isto? Como você verá a seguir, a deman-
da pode sofrer influência de diversas variáveis ao mesmo 
tempo. Fazendo isso, isolamos algumas delas para saber 
exatamente o efeito do preço sobre o consumo e, assim, 
podermos construir o gráfico da função demanda.
Fatores que determinam a demanda
Dx = f (Px, R, Py,V, N...) 
Onde: 
Dx: demanda por um produto x
Px: é o preço do bem em questão; 
R: é a renda do consumidor; 
Py:	é	o	preço	dos	bens	correlatos	(substitutos	ou	com-
plementares);	
V: é a vontade do consumidor de comprar
N: é sua necessidade. 
Tabelas e curva de demanda
Uma tabela de demanda descreve as diferentes com-
binações entre as quantidades de bens e serviços que os 
consumidores estão dispostos a adquirir, aos vários preços 
possíveis, num certo período de tempo. 
Tabela 1: Demanda por carne
Preço (R$/kg) Quant. (kg/mês)
1,00 12
2,00 10
3,00 6
4,00 2
Gráfico 1: curva de demanda por carne 
O gráfico mostra que, à medida que o preço do pro-
duto aumenta, a quantidade demandada diminui. Assim, 
a curva de demanda é dada pela representação gráfica da 
relação entre a quantidade demandada de um bem em 
um dado período de tempo e o seu preço.
Lei da demanda: existe uma relação inversa entre 
preço e quantidade demandada.
Você percebeu o que é a demanda?
Nada mais é do que uma curva que representa as 
quantidades adquiridas de um produto pelos consumido-
res em função dos diversos preços possíveis.
A quantidade demandada
A quantidade demandada por um produto X está rela-
cionada somente ao preço desse produto.
QDx = f (Px)
Em que:
QDx: quantidade demandada por um produto x
Px : é o preço do produto x
Q
P
2
1
10 12
Demanda
AULA	7	•	O	mercado	em	ação
35
Pelo que você viu, podemos conceituar melhor a lei 
da demanda, que diz que: 
“A quantidade demandada varia única e exclusiva-
mente em função do preço e de forma inversa em rela-
ção a ele, ou seja, se o preço de um produto aumenta, 
sua quantidade demandada diminui, se o preço dele di-
minui, sua quantidade demandada aumenta”.
Dessa forma, há uma relação indireta entre preço e 
quantidade demandada.
Mudança na quantidade 
demandada versus mudança 
na demanda
Existe uma pequena diferença entre demanda e quan-
tidade demandada.
Acredito que você vá entender com facilidade.
Mudança na quantidade demandada 
Mudança na quantidade demandada é um desloca-
mento ao longo de uma mesma curva de demanda.
A variação no preço de um produto, tudo o mais per-
manecendo constante, pode ser mostrado como um movi-
mento ao longo da curva de demanda, ou seja, quando o 
preço do produto varia, ocorre uma variação ao longo da 
curva de demanda, porém a curva permanece a mesma.
Damos o nome de quantidade demandada a esse des-
locamento ao longo de uma curva de demanda, causado 
pelo efeito preço.
Gráfico 2. Curva de demanda pelo bem Y
Na situação exposta no gráfico, quando o preço do 
produto y passou de 3 para 4, a quantidade que o consumi-
dor estava disposto a adquirir diminuiu de 6 para 2. A esta 
quantidade damos o nome de quantidade demandada.
Não se esqueça de que toda vez que nos referimos 
a gráficos de demanda, oferta e equilíbrio de mercado 
(que serão vistos nas próximas aulas) o eixo P do gráfi-
co representa o preço do produto e o eixo Q representa 
as quantidades.
Mudanças (deslocamentos) 
da demanda
A	demanda	(que	também	pode	ser	chamada	de	pro-
cura)	por	uma	mercadoria	não	é	influenciada	apenas	por	
seu preço. Existe uma série de outras variáveis que podem 
fazer com que ela se altere. Estas alterações, ou desloca-
mentos da curva de demanda podem acontecer devido a:
•	renda;
•	preço	de	bens	correlacionados;
•	hábitos,	gostos	e	preferências;
•	moda;
•	número	de	consumidores.
Quando alguns dos fatores que estavam sendo man-
tidos	 constantes	 (coeteris paribus)	 na	 definição	 da	 curva	
de demanda sofrem alterações, há mudanças da própria 
curva de demanda. Essas mudanças são denominadas alte-
ração da demanda, e ocorrem através do deslocamento da 
curva,	para	a	direita	(deslocamento	positivo	ou	aumento	
da	demanda)	ou	para	a	esquerda	(deslocamento	negativo	
ou	diminuição	da	demanda).
Exemplos de alterações 
da demanda
Deslocamento da curva de demanda 
por aumento na renda do consumidor 
Q
P
4
3
2 6
Q/t
P	(R$)
P
Q0 Q1
D0
D1
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
36
Nesta situação, mesmo com o preço constante, a 
quantidade	demandada	passou	de	Q0	para	Q1	(aumen-
tou).	Isso	pode	indicar	que	o	consumidor	passou	a	com-
prar mais do produto não em função do preço, mas sim 
devido a um aumento em sua renda.
Mudança na preferência ou gosto do 
consumidor 
A curva de demanda se deslocou de D0, curva ini-
cial, para D1, nova curva de demanda. O preço continuou 
constante, mas o consumidor passou a comprar mais do 
produto em função de sua vontade.
Resumo
Nesta aula, definimos demanda e quantidade deman-
dada. Vimos que a demanda é uma curva que represen-
ta todas as possíveis quantidades de um produto que o 
consumidor esteja disposto a comprar em função de uma 
série de fatores, como preço, renda etc. Quantidade de-
mandada é aquilo que o consumidor compra apenas em 
função do preço.
Assim, mudança na demanda é um deslocamento na 
curva devido a diversos fatores, e mudança na quantidade 
demandada é um deslocamento ao longo de uma mesma 
curva de demanda apenas em função do preço.
Atividades
1. Você concorda que o tamanho do mercado consumi-
dor pode ser considerado como um fator que afeta a 
demanda por um produto?
 2. Qual a importância do estudo da demanda para uma 
empresa?
3. De que maneira a moda pode afetar a demanda por 
um produto?
4. Explique por que quando o preço de um produto dimi-
nui, a quantidade demandada aumenta mas a deman-
da permanece a mesma.
Q/t
P
Q1 Q0
D0
D1
P0
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 8
Teoria da oferta
Objetivos
•	 Definir	oferta.
•	 Diferenciar	oferta	de	quantidade	oferta-
da.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
38
Introdução
Na aula anterior, trabalhamos o conceito de demanda. 
A demanda atua sempre a partir da ótica do consumidor, 
ou seja, é tudo aquilo que as pessoas desejam adquirir.
Nesta aula, iremos trabalhar com a ótica do vendedor, 
ou seja, a oferta, que representa tudo aquilo que as pesso-
as desejam vender.
Teoria da oferta
Oferta são as várias quantidades de um bem ou ser-
viço que os vendedores desejam e são capazes de vender 
(ofertar),	durante	um	período	de	tempo,	a	todos	os	possí-
veis preços alternativos, coeteris paribus.
Você se lembra da condição coeteris paribus?
Significa que as demais variáveis que podem afetar 
a oferta de um bem, exceto seu preço, foram mantidas 
constantes ou inalteradas.
Fatores que determinam 
a oferta
A oferta por um bem ou serviço pode ser definida 
como:
Sx = f (Px,Pr, Cc, T, ...)
Onde: 
Sx é a oferta do bem 
Px é o preço do bem em questão; 
Pr é o preço dos recursos produtivos; 
Cc refere-se às condições climáticas; 
T é o estado da tecnologia, 
Tabela e a curva de oferta
Mostra as quantidades máximas que os vendedores 
colocarão no mercado, por unidade de tempo, em função 
dos vários preços. Diferentemente da curva de demanda, 
a curva de oferta é inclinada positivamente, indicando que 
quanto maior o preço, maior a quantidade de bens que os 
produtores estarão dispostos a colocar no mercado.
Tabela de oferta por carne
Preço (R$/kg) Quant. (kg/mês)
1,00 2
2,00 4
3,00 6
4,00 10
Portanto, a lei da oferta diz que:
A quantidade ofertada de um produto cresce se o 
preço dele aumenta, e cai se o preço diminui. Assim, 
se há uma relação indireta entre preço e quantidade de-
mandada, há uma relação direta entre preço e quantidade 
ofertada.
A curva de oferta
À medida que o preço da carne aumenta de 1 para 2, 
sua quantidade ofertada passa de 2 para 4, pois quando há 
um nível maior de preço o vendedor terá maior interesse 
em ofertar seu produto. Note bem, dizemos que ele tem 
maior interesse em vender, e não que ele conseguirá ven-
der. Somente depois que unirmos a demanda com a oferta 
e chegarmos ao mercado é que saberemos a quantidade e 
o preço que serão efetivados.
Quantidade ofertada
A quantidade ofertada por um produto X está relacio-
nada ao preço desse produto.
QSx = f (Px)
Onde:
QSx é a quantidade ofertada por um produto x
Px é o preço do produto x
Voltemos então à lei da oferta:
A quantidade ofertada varia única e exclusivamente 
em função do preço e de forma direta em relação a ele, 
ou seja, se o preço de um produto aumenta, sua quan-
tidade ofertada aumenta; se o preço dele diminui, sua 
quantidade ofertada também diminui. 
Q
P
2 4
1
2
Curva da oferta
AULA	8	•	Teoria	da	oferta
39
Mudanças na curva de oferta 
versus mudanças da curva de 
oferta
Mudanças na quantidade ofertada 
(ao longo da curva de oferta)
 Somente as variações no preço do produto em ques-
tão podem gerar variações ao longo da curva de oferta, 
mantendo a curva de oferta constante.
A isto chamamos alterações na quantidade ofertada.
Veja o exemplo a seguir.
Nesta situação, o preço do produto aumentou, pas-
sando de P0 para P1; sua quantidade ofertada aumentou, 
passando de Q0 para Q1, mas a curva de oferta permane-
ceu constante.
A este deslocamento ao longo de uma curva de oferta, 
causado devido ao efeito preço, damos o nome de quan-
tidade ofertada.
Mudança da curva de oferta 
(deslocamento da curva)
Os principais fatores que podem levar ao deslocamen-
to ou alterações da curva de oferta são: 
1. Tecnologia - Uma inovação tecnológica geralmente 
reduz o custo de produção, o que gera aumento da oferta, 
com conseqüente aumento na quantidade ofertada. 
Por exemplo, uma empresa dispõe de certa quantida-
de de recursos financeiros para produzir certa quantidade 
de uma mercadoria. Caso ocorra uma inovação tecnológi-
ca, essa empresa poderá, com os mesmos recursos, produ-
zir mais unidades dessa mercadoria.
Graficamente temos
Veja que, ao mesmo preço P0, a curva se desloca de 
S0 para S1.
Neste caso houve um deslocamento positivo ou um 
aumento da oferta, com as quantidades ofertadas passan-
do de Q0 para Q1. Este aumento NÃO foi devido ao pre-
ço do produto, mas sim à nova tecnologia.
2. Impostos e/ou subsídios: 
2.a. Aumento dos impostos e/ou redução de subsí-
dios governamentais aumento dos custos
 redução da oferta
Veja que a curva de oferta se reduz de S0 para S1.
Q
P1
P0
P
Q1Q0
Q
P
Q0 Q1
S0
S1
P0
Q
P
Q1 Q0
S1
S0
P0
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
40
2.b. Redução dos impostos e/ou aumento dos subsí-
dios redução dos custos aumento da oferta.
Neste caso, a curva de oferta aumentou de S0 para 
S1.
3. Preços dos fatores de produção:
3.a. Aumento do preço dos fatores aumento nos 
custos redução da oferta.
A curva de oferta reduziu de S0 para S1.
3.b. Redução dos preços dos fatores aumento 
da oferta.
4. Mudanças no clima - um clima ruim pode gerar 
quebra de safra e reduzir a oferta de algum bem agrícola, 
por exemplo.
Quando alguns dos fatores que estavam sendo manti-
dos	constantes	(coeteris paribus)	na	definição	da	curva	de	
oferta sofrem alterações, há mudanças da própria curva 
de oferta. Essa mudança na curva de oferta é denominada 
alteração da oferta e ocorre através do deslocamento da 
curva,	para	a	direita	(deslocamento	positivo	ou	aumento	
da	demanda)	ou	para	a	esquerda	(deslocamento	negativo	
ou	diminuição	da	oferta).
Resumo
Nesta aula definimos oferta e quantidade ofertada. 
Vimos que a oferta é uma curva que representa todas as 
possíveis quantidades de um produto que o produtor ou 
vendedor está disposto a oferecer em função de uma série 
de fatores, como preço, clima, tecnologia etc. A quanti-
dade ofertada é aquilo que o vendedor vende apenas em 
função do preço.
Assim, mudança da oferta é um deslocamento da cur-
va devido aos diversos fatores; mudança na quantidade 
ofertada é um deslocamento ao longo de uma mesma cur-
va de oferta apenas em função do preço.
Atividades
1. Explique por que quando o preço de um produto au-
menta a quantidade ofertada também aumenta.
2. Explique como e por que mudanças climáticas podem 
afetar a oferta de um bem.
3. Qual a diferença entre demanda e oferta de um bem?
Q/u.t.
P
Q1 Q0
S1 S0
P0
Q/u.t.
P
Q0 Q1
S0 S1
P0
Q/u.t.
P
Q0 Q1
S0 S1
P0
Q/u.t.
P
Q1 Q0
S1 S0
P0
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 9
O	equilíbrio	do	mercado
Objetivos
•	 Determinar	o	equilíbrio	de	um	mercado.
•	 Diferenciar	excesso	e	escassez	de	produ-
tos no mercado.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
42
Introdução
Nesta aula você vai começar a entender o funciona-
mento do mercado. Para começar, você saberia definir 
mercado?
Mercado é oferta e procura. É compra e venda. É 
onde se reúnem compradores e vendedores para realizar 
transações.
O equilíbrio do mercado
Embora seja relevante o estudo em separado da oferta 
e demanda para compreender com maior profundidade 
os fatores que exercem influência sobre elas, é de extrema 
relevância	analisar	as	duas	óticas	(do	vendedor	e	do	com-
prador)	conjuntamente,	a	fim	de	determinar	o	preço	e	a	
quantidade de equilíbrio do mercado.
Graficamente temos
O gráfico mostra a determinação do preço de equi-
líbrio de um mercado, onde Pe representa o preço que 
equilibra o mercado e Qe as quantidades transacionadas 
em um mercado em equilíbrio. Observe que ao preço P1 
(acima	 do	 preço	 de	 equilíbrio	 Pe),	 os	 vendedores	 estão	
dispostos a vender 0qb da mercadoria, mas os comprado-
res somente estão dispostos a comprar 0qa. O diferencial 
representado entre os pontos a e b no gráfico representa 
excesso de oferta no mercado, e a tendência, nesse caso, 
é de queda do preço do produto. Por outro lado, ao preço 
P2, os consumidores estarão dispostos a comprar 0qd, mas 
somente encontrarão 0qc no mercado. Analogamente à 
análise precedente, o diferencial entre c e d representa 
escassez	do	produto	(ou	excesso	de	demanda),	o	que	pro-
picia a elevação de preço. 
Assim, o preço Pe é o chamado preço de equilíbrio; 
representa uma situação em que QD = QO, ou seja, as 
quantidades demandadas e ofertadas são iguais.
Excesso e escassez de 
produtos no mercado
Podem ocorrer algumas situações em que o mercado 
de um produto não opere em equilíbrio. Neste caso pode-
mos ter excesso ou escassez deste produto no mercado.
Excesso: se os vendedores tentarem estabelecer um 
preço acima de Pe, surgirá um excedente de bens não 
vendidos	(excesso	de	oferta).
Para eliminar esse excedente, o mercado reduzirá seus

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