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Língua Portuguesa (EaD) - Aula 02

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Língua Portuguesa
Aula 02:
Nesta aula, vamos conversar um pouco sobre gramática e 
sintaxe. Ao �m desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os 
objetivos abaixo descritos: 1. De�nir noções de sintaxe;
2. Distinguir regência nominal da verbal; 3. Reconhecer verbos 
transitivos e intransitivos.
Tipos de Gramática
Como você percebeu, a personagem Júlia a�rma que o 
namorado de Camila não conhece gramática, porque utiliza 
algumas estruturas consideradas inadequadas em termos de 
norma culta da língua (Exemplo: _A gente fomos). Mas a que 
noção de gramática Júlia se refere? Vejamos...
Há várias formas de de�nirmos gramática, mas vamos 
apresentar aqui somente duas classi�cações. São elas:
-Gramática Internalizada
É o conjunto de regras que a criança internaliza durante o 
processo de aquisição da linguagem. Por que, por exemplo, 
uma criança fala “Eu já fazi” no lugar de “Eu já �z”? Simples: 
porque ela ainda não conhece as exceções à regra de 
manutenção do radical do verbo nas conjugações. Se a criança 
diz “Eu já bebi” e “Eu já comi”, seguindo os radicais dos verbos 
BEBER e COMER, respectivamente, acrescidos de um (i) �nal, ela 
dirá “Eu já fazi” (FAZER). Isso signi�ca que ela criou uma regra 
em que (i) seria uma forma de expressar o passado. 
-Gramática Normativa
Muitos associam esta expressão à imagem de um livro – seja 
impresso, seja virtual. Mas será que devemos interpretar a 
gramática normativa somente dessa forma? A gramática normativa 
é um conjunto de regras gramaticais que estabelece um padrão de 
linguagem, cujo emprego deve se adequar aos contextos formais 
de uso da língua. Na verdade, essa gramática indica a formalidade 
de uso da língua. Observe um exemplo de como a gramática 
normativa indica a formalidade de uso da língua...
Frequentemente, ouvimos na fala do indivíduo considerado 
culto, a seguinte frase: _O livro que eu gosto já esgotou.
No entanto, a gramática normativa prescreve uma construção 
diferente: _O livro de que eu gosto já esgotou.
Essa prescrição é baseada no fato de que, de acordo com a 
norma-padrão, a regência do verbo GOSTAR exige a preposição 
“de”. Exemplo: _Eu gosto disso. 
O estudo da gramática de uma língua divide-se em quatro 
partes, quais sejam: 
Fonologia: Que trata dos fonemas.
Morfologia: Que trata das classes de palavras.
Sintaxe: Que trata das funções e das relações das palavras nas 
sentenças.
Semântica: Que trata dos signi�cados das palavras.
-Sintaxe
Vamos apresentar, agora, alguns aspectos da sintaxe, ou seja, 
da função e da relação entre as palavras de uma sentença. Para 
isso, analise as falas do Mestre Yoda – personagem famoso da 
saga Star Wars (Guerra nas estrelas):
_Poderoso você se tornou. O lado escuro sinto em você.
Você observou como o personagem fala?  Ele não pronuncia as 
palavras em ordem direta: Sujeito + Verbo + Objeto
Mas inverte os termos da oração, o que di�culta seu 
entendimento. Para que possamos comunicar nossas ideias, os 
enunciados da língua devem aparecer em determinada ordem e 
estabelecer uma relação coerente entre si. Em outras palavras, 
nosso discurso precisa ser organizado com base em uma estrutura 
sintática que nos permita formar frases claras e objetivas.
Tipos de Frase
A FRASE é um enunciado que possui sentido completo. Há dois 
tipos de frase:
-Frase Nominal
Aquela que não apresenta verbo: _Socorro! Uma barata.
-Frase Verbal
Também chamada de oração, trata-se daquela que possui 
verbo: _Vou socorrer você.
Modo e Tempos Verbais
Como vimos, o VERBO é a unidade que signi�ca ação ou 
processo organizado para expressar o modo, o tempo, a pessoa 
e o número. Mas o que isso signi�ca? Vamos descobrir a partir 
da análise do diálogo a seguir:
_Felipe! Acertei todas as questões da prova. Estudei muito!
_Eu não estudei nada! Se eu soubesse que você tinha estudado... 
Você podia me ajudar a estudar para as próximas provas? Não vai 
se esquecer dos amigos.
_Conte comigo! Você está salvo! A partir de hoje, melhorará seu 
desempenho, e a professora o aprovará!
O diálogo que acabamos de ver  apresenta os tópicos 
mencionados que envolvem o verbo. São eles: Modo, Tempo, 
Número e Pessoas do discurso.
-Modo:
Indicativo: Nas primeira e segunda falas, Lucas e Felipe 
a�rmam: 
_Acertei todas as questões da prova!
_Eu não estudei nada!
Nesse caso, o conteúdo é tomado pelo falante como certo.
Subjuntivo: Na segunda fala, diante da notícia dada pelo 
amigo, Felipe suspira:
_Se eu soubesse que você tinha estudado...
Nesse caso, o conteúdo é tomado pelo falante como duvidoso.
Imperativo: Na quarta fala, Felipe avisa a Lucas:
_Não vai se esquecer dos amigos.
Nesse caso, o conteúdo expressa uma ordem, uma súplica, um 
conselho. Além disso, ele pode ser:
A�rmativo – “vai se esquecer”;
Negativo – “Não vai se esquecer”.
-Tempo:
Presente: Aquele que indica o momento atual, como na 
penúltima fala:
_Você está salvo!
Passado ou Pretérito: Aquele que é anterior ao momento em 
que se fala, como nas primeiras falas:
_Acertei todas as questões da prova!
_Eu não estudei nada!
Futuro: Aquele que é posterior ao momento que se fala, como 
na última fala:
_A partir de hoje, melhorará seu desempenho, e a professora o 
aprovará!
-Número:
As formas verbais podem se apresentar no singular ou no 
plural. No caso do diálogo, elas aparecem somente no singular. 
Vejamos: “Acertei”, “estudei”, “soubesse”, “tinha estudado”, 
“podia”, “está”, “melhorará”, “aprovará”. 
-Pessoas do Discurso:
1ª Pessoa: Aquela que fala, como em:
_Acertei todas as questões da prova!
_Eu não estudei nada!
2ª Pessoa: Aquela com quem se fala, como em:
_(Você) Não vai se esquecer dos amigos.
3ª Pessoa: Aquela de quem se fala, como em:
_A partir de hoje, melhorará seu desempenho, e a professora (ela) 
o aprovará!
Os pronomes de tratamento “você(s)”, “senhor(a)” e 
“senhores(as)”, que fazem referência à 2ª pessoa, mas que se 
manifestam, formalmente, na 3ª, conjugam-se nesta última. A 
tabela a seguir apresenta essa conjugação:
Transitividade Verbal
A partir deste momento, vamos tratar de outra característica 
dos verbos: a transitividade. Você sabe de�nir esse conceito? A 
transitividade indica se o verbo necessita ou não de 
complemento. O signi�cado do verbo pode precisar ser 
completado por uma estrutura, ou seja, transitar até seu 
complemento. Quer ver um exemplo? Veja a seguir:
_Oi Paulo! Tudo bem?
_Tudo João! Ia procurar você! Estou precisando...
_De quê, Paulo? Se você não disser, não vou adivinhar!
_Calma! O fato é que eu comprei um carro usado! Eu preciso do 
endereço do seu mecânico. Onde ele mora? Quero que ele faça 
uma revisão geral no carro!
Como você percebeu, João �ca irritado com a ausência de 
informação por parte de Paulo, porque este não completa, de 
imediato, a frase que inicia com o verbo PRECISAR, o que a deixa 
momentaneamente sem sentido. Mas por que isso acontece?
Você pode não conhecer o nome técnico do fenômeno 
linguístico que envolve o caso apresentado, mas, 
provavelmente, você sabe que “quem precisa” precisa DE ALGO. 
Essa noção já faz parte de nosso conhecimento enciclopédico 
sobre a Língua Portuguesa. Por isso, se tal verbo não for 
acrescido de uma sequência de ideias que torne seu signi�cado 
completo, não o entenderemos por si só. Você observou que, 
na história, Paulo disse a João que comprou “um carro”? Assim 
como PRECISAR, o verbo COMPRAR também exige complemento. 
A diferença entre eles baseia-se no fato de que COMPRAR não 
exige complemento preposicionado, mas PRECISAR requer o uso 
da preposição. Por isso, esse verbo é transitivo indireto – 
classi�cação sobre a qual discutiremos adiante.
Na verdade, usamos as preposições o tempo todo – como você 
pode observar nos diálogos abaixo –, mas não nos damos 
conta disso. A preposição é a palavra que tem a função de 
relacionar termos ou orações. 
_Gosto de você! Tenho saudade de você!
_E eucom isso?
O diálogo que lemos anteriormente nos mostra que alguns 
verbos precisam de complemento – os chamados transitivos – 
e outros não – os chamados intransitivos. Quanto à 
transitividade, os verbos podem ser:
• Transitivos indiretos.
Aqueles que exigem complemento preposicionado;
• Transitivos diretos.
Aqueles que exigem complemento sem preposição;
• Bitransitivos ou transitivos diretos e indiretos.
Aqueles que exigem os dois tipos de complemento.
_Tomou Doril, a dor sumiu
Na primeira propaganda, o verbo SUMIR é intransitivo, porque 
seu signi�cado não transita para outra estrutura da frase: ele 
traz a ideia completa da ação sem necessitar de complemento. 
O verbo TOMAR, por sua vez, é transitivo direto, pois possui 
complemento sem preposição, e seu signi�cado transita para o 
substantivo Doril, de modo a expressar uma ideia completa.
_Ela mostrou a uma família a leveza da Hortifruti.
Já na segunda propaganda, o verbo MOSTRAR é bitransitivo, 
pois apresenta um complemento direto – “a leveza da 
Hortifruti” – e um indireto – “a uma família”. 
Regência Verbal
Em uma visão bem tradicional, a regência verbal é o estudo da 
relação de dependência entre os verbos e seus complementos. 
Lidamos o tempo todo com verbos que precisam ou não de 
complemento: é tão normal que não nos damos conta disso.  
Agora, parando para re�etir, você já pensou que usar ou não 
uma preposição pode alterar o signi�cado de um verbo?  Por 
exemplo, considere que um juiz diga as frases a seguir:
_Eu assisto o jogo.
Nesta frase, temos o sentido de “prestar assistência, ajudar, 
socorrer”: usa-se sem preposição.
_Eu assisto ao jogo.
Já nesta, temos o sentido de “ver, presenciar” e, nesse caso, a 
preposição é obrigatória. 
Observe os signi�cados do verbo assistir em relação a sua regência:
Transitivo direto -> “prestar assistência, ajudar, acompanhar 
um doente”.
Transitivo indireto -> “presenciar, ver; caber, pertencer”.
Intransitivo -> “morar, residir” – pouco utilizado atualmente.
Assinale a alternativa em que o signi�cado do verbo apontado 
entre parênteses NÃO corresponde à sua regência:
a) _Com sua postura séria, o diretor assistia todos os funcionários 
dos departamentos da empresa. (ajudar).
O verbo ASSISTIR é transitivo direto, ou seja, possui 
complemento sem preposição quando signi�ca 'prestar 
assistência' ou  'ajudar.
b) _No grande auditório, o público assisiu às apresentações da 
Orquestra Experiemtal. (ver).
O verbo ASSISTIR é transitivo indireto com o signi�cado de 
presenciar, ver.
c) _Esta é uma medida que assite aos moradores da Vila Olímpia. 
(caber).
O verbo ASSISTIR é transitivo indireto, ou seja, possui 
complemento com preposição quando signi�ca' caber'.
d) _Estudantes brasileiros assistem na Europa durante um ano. 
(observar).
O verbo ASSISTIR é intransitivo com o signi�cado de morar, residir 
('na Europa' é adjunto adverbial de lugar). Assim, seguindo o que 
se prescreve deveríamos ter como signi�cado MORAR.
Resposta: D
_Não pise na grama
Aqui, há o uso de: NA = preposição EM + artigo A 
Embora vejamos a preposição “em” regendo o verbo “pisar”, sob 
o olhar normativo, existe um problema na sentença. A 
prescrição indica que o adequado seria: _Não pise a grama.
Tim Maia canta: [...] Pensei até em me mudar, lugar qualquer que 
não exista o pensamento em você [...]
Mas a norma prescreve “lugar qualquer em que não exista”.
Veja o que aconteceu na campanha da Mercedes Benz de 2011: 
A propaganda destaca: _Mercedes-Benz: A marca que todo 
mundo con�a.
No entanto, o verbo “con�ar” é regido pela preposição EM. 
Logo, a frase deveria ser escrita desta forma: _Mercedes-Benz: A 
marca EM que todo mundo con�a.
_Ai, Amor! Se lembra de que você me prometeu uma vida de 
princesa quando casamos? Pois é... Meu conto de fadas está mais 
para conto de terror!
O verbo “lembrar” possui duas regências. Sendo assim, ele pode ser:
• Transitivo direto – lembrar algo;
• Transitivo indireto – lembrar-se de algo.
Nesta fala, há um problema quanto à colocação pronominal. 
Vejamos:
• “Se lembra de” -> linguagem coloquial;
• “Lembra-se de” -> norma-padrão prescrita pela gramática.
Embora isso aconteça, a regência do verbo está correta, pois, em 
sua fala, a esposa usa a preposição “de” associada à partícula “se”. 
_Ih, Ana. Minha mãe esqueceu de comprar seu presente...''
_Sem problemas, Ju!
_Ah! Não vai me dizer que o importante é minha presença, não é?
_Não! Mas o presente pode esperar!
Assim como o verbo “lembrar”, o verbo “esquecer” possui duas 
regências. Sendo assim, ele pode ser:
• Transitivo direto – esquecer algo;
• Transitivo indireto – esquecer-se de algo.
Nesta fala, a regência do verbo está incorreta, pois a menina 
usa a preposição “de” SEM a partícula “se”. A prescrição indica 
que o correto é: 
_Minha mãe se esqueceu de comprar seu presente...
_O que você vai querer, Luíza? Pizza ou cachorro quente?
_Eu pre�ro pizza do que zachorro quente.
O verbo “preferir” tem o sentido de “escolher” e possui dois 
objetos. São eles:
• Objeto direto, sem preposição – aquilo que escolhemos;
• Objeto indireto, com preposição “a” – aquilo que deixamos 
em segundo plano.
Nesta fala, então, a sentença deveria ter sido redigida da 
seguinte forma:
_Eu pre�ro pizza a cachorro quente.
Exercícios:
1. (UNIMEP-SP) Quando ''implicar'' tem sentido de ''acarretar'', 
''produzir como consequência'', constrói-se a oração com objeto 
direto, como se vê em:
a) Quando era pequeno, todos sempre implicaram comigo.
b) Muitas patroas costumam implicar com as empregadas 
domésticas.
c) Pelo que diz o assessor, isso implica em gastar mais dinheiro.
d) O banqueiro implicou-se em negócios escusos.
e) Um novo congelamento de salários implicará uma reação 
dos trabalhadores.
Resposta: E
Resolução: O verbo “implicar” é transitivo direto com o sentido 
de “acarretar”, “ocasionar”, e seu complemento – um objeto 
direto – não deve ser introduzido por preposição. O uso correto 
desse verbo pode ser observado no seguinte fragmento:
“GETÚLIO VARGAS tornou-se muito popular por vários motivos, 
mas, sobretudo, por saber utilizar a palavra como ferramenta 
política. O uso implicou, também, silenciamento dos 
discordantes. O rádio serviu-lhe de meio e�caz para consolidar 
seu prestígio junto aos mais pobres. Ele gostava de ser 
conhecido como pai dos pobres, mas foi quali�cado, também, 
como mãe dos ricos”.
2. (FGV-SP) Assinale a alternativa em que há ERRO de regência 
verbal:
a) Os padres das capelas que mais dependiam do dinheiro 
des�zeram-se em elogios à garota.
b) As admoestações que insisti em fazer ao rábula acabaram 
por não produzir efeito algum.
c) Nem sempre, o migrante, em cujas faces se re�etia a angústia 
que lhe ia na alma, tinha como resolver a situação.
d) Era uma noite calma que as pessoas gostavam, nem fria nem 
quente demais.
e) Nem sempre, o migrante, cujas faces re�etiam a angústia que 
lhe ia na alma, tinha como resolver a situação.
Resposta: D
Resolução: O verbo GOSTAR é regido pela preposição DE. 
Embora o apagamento da preposição nesse tipo de oração 
aconteça com frequência na fala de indivíduos considerados 
cultos, a gramática normativa nos prescreve o uso da 
preposição DE: 
Era uma noite calma DE que as pessoas gostavam, nem fria nem 
quente demais. 
Há, ainda, uma terceira possibilidade, considerada como forma 
marcada por ser utilizada por indivíduos de menor 
escolaridade:
Era uma noite calma que as pessoas gostavam DELA, nem fria 
nem quente demais.
3. (UFSCar-SP) Assinale a alternativa CORRETA quanto à 
regência verbal:
a) A peça que assistimos foi muito boa.
b) Estes são os livros que precisamos.
c) Esse foi um ponto que todos se esqueceram.
d) Guimarães Rosa é o escritor que mais aprecio.
e) O ideal que aspiramos é conhecido por todos.
Resposta: D
Resolução: a) A peça a que assistimos foi muito boa. (O verbo 
“assistir” é regido pelapreposição “a”.)
b) Estes são os livros de que precisamos. (O verbo “precisar” é 
regido pela preposição “de”.)
c) Esse foi um ponto de que todos se esqueceram. (O verbo 
“esquecer”, quando pronominal, é regido por preposição.)
d) O verbo “apreciar” é transitivo direto. Logo, não é regido por 
preposição.
e) O ideal a que aspiramos é conhecido por todos. O verbo 
“aspirar” é regido pela preposição “a”. 
Assim como acontece com os verbos, os nomes também 
podem ser transitivos, ou seja, podem necessitar de 
complementos para que apresentem signi�cação completa. 
Observe a transitividade dos nomes a seguir:
_Esse �lme é impróprio para menores. (IMPRÓPRIO para quem?)
_Nossos pais estão contentes por você. (CONTENTES por quê/quem?)
_Os membros da diretoria votaram favoravelmente ao projeto. 
(FAVORAVELMENTE a quê?) 
Uso das preposições: casos especiais 
Em SILVA (2003), há diversos casos interessantes acerca do uso 
das preposições. Escolhemos apenas alguns para discutir nesta 
aula. 
1. A expressão correta é EM NÍVEL
Exemplo: _Essa questão será resolvida em nível federal.
Lembramos que a expressão “a nível de” é um modismo a ser evitado.
2 . DELE ou DE ELE?
DELE quando corresponde a um pronome possessivo.
Exemplo: _A paciência dele acabou, e ele saiu da sala.
DELE quando corresponde à combinação da preposição de 
com o pronome pessoal oblíquo tônico ele, na função de 
objeto indireto.
Exemplo: _Ana gosta muito dele, mas prefere �car em silêncio. 
DE ELE = preposição de mais o pronome pessoal reto ele. Essa 
combinação só pode ser usada quando ele for sujeito de uma 
oração reduzida de in�nitivo.
Exemplos: _Conversamos sobre isso de ele sair.  (= de que ele saísse)
_Apesar de ele ter comprado o carro, foi de táxi à festa.
O segredo é o verbo no INFINITIVO. Só podemos usar DE ELE 
quando houver esse verbo.
Exemplo: _Fizemos a surpresa antes de ele chegar ao curso.
Essa regra também se aplica em outros casos, tais como: 
PREPOSIÇÃO + ARTIGO:
Exemplo: _As contratações cessaram depois de a polícia ter 
descoberto todo o golpe. 
PREPOSIÇÃO + PRONOME DEMONSTRATIVO:
Exemplo: _O médico comprou o equipamento, apesar de essa 
empresa não garantir a troca.
3. A forma prescrita é TEM DE. 
Embora o uso da forma “tem que” esteja consagrado e muitos 
autores considerem as duas formas aceitáveis, devemos utilizar, 
preferencialmente, a forma “tem de”.
Exemplo: _A família tem de pagar todas as dívidas.  
4. PARA MIM ou PARA EU?
Devemos observar que:
a) “Eu” é um pronome pessoal do caso reto e exerce a função de 
sujeito;
b) “Mim” é um pronome pessoal oblíquo tônico, NUNCA exerce a 
função de sujeito e, obrigatoriamente, deve ser usado com 
preposição: “a mim”, “de mim”, “entre mim”, “para mim”, “por mim” etc.
Exemplos: _Ana trouxe o livro PARA EU ler. (= sujeito)
_Ana trouxe o livro para MIM. (= não é sujeito)
No primeiro caso, há duas orações: “Ana trouxe o livro” = oração 
principal “para EU ler” = oração reduzida de in�nitivo (= para 
que eu lesse). 
Nesse caso, devemos usar o pronome pessoal do caso reto (EU), 
porque este exerce a função de sujeito do verbo in�nitivo (LER).  
Em síntese, a diferença entre PARA MIM e PARA EU está na presença 
ou não de um verbo (sempre no in�nitivo) após o pronome.
Portanto, sempre que houver um verbo no in�nitivo, devemos 
usar os pronomes pessoais retos. Isso ocorrerá com qualquer 
preposição.
Exemplos: _Minha irmã saiu da festa antes DE MIM.
_Ela voltou para o escritório antes DE EU chegar.
_Nossos professores �zeram isso POR MIM.
_Mariana fez isso POR EU estar cansada.
Observe, no entanto, a mudança no signi�cado trazida pelo uso 
da vírgula:
_PARA EU sair de casa, foi preciso organizar minhas �nanças.
_PARA MIM, vender meu primeiro imóvel foi uma grande conquista.
Na primeira frase, o pronome pessoal reto (EU) é o sujeito do 
in�nitivo (SAIR). Já na segunda frase, a vírgula indica que PARA 
MIM está deslocado. Nesse caso, devemos usar o pronome 
oblíquo (MIM), pois este não é o sujeito do verbo VENDER.
5. Não há nada ENTRE EU E VOCÊ ou ENTRE MIM E VOCÊ?
Como explicamos anteriormente, “Eu” é pronome pessoal do 
caso reto e só pode ser usado na função de sujeito:
Com verbo no in�nitivo – _Não há nada ENTRE EU sair e você 
�car em casa;
Sem verbo no in�nitivo – _Não há nada ENTRE MIM E VOCÊ. 
6. A QUEM
Quando o substantivo que antecede o pronome relativo é 
pessoa, podemos usar o pronome “quem”.
Exemplo: _Aquele é o professor A QUEM enviei o trabalho.
7. DE QUE, DE QUEM ou DO QUAL?
_Estes são os processos DE QUE (ou DOS QUAIS) o escritório 
dispõe. (= o escritório dispõe DOS PROCESSOS).
_Estes são os advogados DE QUEM ou DOS QUAIS o escritório 
dispõe.(= a empresa dispõe DOS ADVOGADOS)
ATENÇÃO! O pronome relativo QUAL deve ser usado sempre 
que vier antecedido de preposição que não seja monossílaba 
(“após”, “contra”, “desde”, “entre”, “para”, “perante”, “sobre” etc.).
Exemplos: _Este é o livro SOBRE O QUAL falei ontem.
_Esta é a ocasião PARA A QUAL eles se prepararam tanto.
8. CUJO
O pronome relativo “cujo” deve ser usado sempre que houver 
ideia de posse.
Exemplos: _Ali está o cozinheiro DE CUJO bolo ninguém gostou. 
A preposição “de” é exigência do verbo “gostar”.
_Este é o autor A CUJA obra eu me referi. 
A preposição “a” é regida pelo verbo “referir”.
_Aquele é o �lósofo COM CUJAS ideias eu não concordo.
A preposição “com” é regida pelo verbo “concordar”. 
_Veja a revista EM CUJAS páginas li sobre aquela nova dieta. (= eu 
li sobre aquela nova dieta NAS PÁGINAS)
_Encontrei na livraria o romancista CUJA obra foi premiada. (= A 
OBRA foi premiada -> sem preposição)
ATENÇÃO! Não usamos artigo de�nido entre o pronome “cujo” 
e o substantivo. 
Exemplo: _Na próxima rua, temos a universidade CUJO aluno 
inventou o novo chip.
9. Pronomes relativos
Os pronomes relativos aparecem precedidos de preposição 
quando os verbos que acompanham são regidos por 
preposições.
Exemplos: _Compro sempre naquela loja os doces DE QUE eu 
gosto tanto.
_O mecânico A QUEM eu chamei mais cedo já chegou.
_Dr. Jorge é o médico EM QUEM meus avós tanto con�am.
10. Pronome QUE
O pronome “que” pode aparecer: Com ou sem preposição – 
quando substituir coisa; Sem preposição – quando substituir 
pessoa (equivale a QUEM);
Exemplos: _Os refrigerantes QUE compramos acabaram rápido.
_Os refrigerantes DE QUE precisávamos para a festa não chegaram.
_As senhoras QUE cumprimentamos eram muito simpáticas.
_As senhoras A QUEM convidamos para a festa não vieram.
Resumo do conteúdo
Nesta aula, estudamos:
• O conceito de gramática;
• A estrutura sintática das palavras;
• Os tipos de frase;
• Os modos e tempos verbais;
• A transitividade verbal;
• As regências verbal e nominal.
Língua Portuguesa
Aula 02:
Nesta aula, vamos conversar um pouco sobre gramática e 
sintaxe. Ao �m desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os 
objetivos abaixo descritos: 1. De�nir noções de sintaxe;
2. Distinguir regência nominal da verbal; 3. Reconhecer verbos 
transitivos e intransitivos.
Tipos de Gramática
Como você percebeu, a personagem Júlia a�rma que o 
namorado de Camila não conhece gramática, porque utiliza 
algumas estruturas consideradas inadequadas em termos de 
norma culta da língua (Exemplo: _A gente fomos). Mas a que 
noção de gramática Júlia se refere? Vejamos...
Há várias formas de de�nirmos gramática, mas vamos 
apresentar aqui somente duas classi�cações. São elas:
-Gramática Internalizada
É o conjunto de regras que a criança internaliza durante o 
processo de aquisição da linguagem. Por que, por exemplo, 
uma criança fala “Eu já fazi” no lugar de “Eu já �z”? Simples: 
porque ela ainda não conhece as exceções à regra de 
manutenção do radical do verbo nas conjugações. Se a criança 
diz “Eu já bebi” e “Eu já comi”, seguindo os radicais dos verbos 
BEBER e COMER, respectivamente, acrescidos de um (i) �nal, ela 
dirá “Eu jáfazi” (FAZER). Isso signi�ca que ela criou uma regra 
em que (i) seria uma forma de expressar o passado. 
-Gramática Normativa
Muitos associam esta expressão à imagem de um livro – seja 
impresso, seja virtual. Mas será que devemos interpretar a 
gramática normativa somente dessa forma? A gramática normativa 
é um conjunto de regras gramaticais que estabelece um padrão de 
linguagem, cujo emprego deve se adequar aos contextos formais 
de uso da língua. Na verdade, essa gramática indica a formalidade 
de uso da língua. Observe um exemplo de como a gramática 
normativa indica a formalidade de uso da língua...
Frequentemente, ouvimos na fala do indivíduo considerado 
culto, a seguinte frase: _O livro que eu gosto já esgotou.
No entanto, a gramática normativa prescreve uma construção 
diferente: _O livro de que eu gosto já esgotou.
Essa prescrição é baseada no fato de que, de acordo com a 
norma-padrão, a regência do verbo GOSTAR exige a preposição 
“de”. Exemplo: _Eu gosto disso. 
O estudo da gramática de uma língua divide-se em quatro 
partes, quais sejam: 
Fonologia: Que trata dos fonemas.
Morfologia: Que trata das classes de palavras.
Sintaxe: Que trata das funções e das relações das palavras nas 
sentenças.
Semântica: Que trata dos signi�cados das palavras.
-Sintaxe
Vamos apresentar, agora, alguns aspectos da sintaxe, ou seja, 
da função e da relação entre as palavras de uma sentença. Para 
isso, analise as falas do Mestre Yoda – personagem famoso da 
saga Star Wars (Guerra nas estrelas):
_Poderoso você se tornou. O lado escuro sinto em você.
Você observou como o personagem fala?  Ele não pronuncia as 
palavras em ordem direta: Sujeito + Verbo + Objeto
Mas inverte os termos da oração, o que di�culta seu 
entendimento. Para que possamos comunicar nossas ideias, os 
enunciados da língua devem aparecer em determinada ordem e 
estabelecer uma relação coerente entre si. Em outras palavras, 
nosso discurso precisa ser organizado com base em uma estrutura 
sintática que nos permita formar frases claras e objetivas.
Tipos de Frase
A FRASE é um enunciado que possui sentido completo. Há dois 
tipos de frase:
-Frase Nominal
Aquela que não apresenta verbo: _Socorro! Uma barata.
-Frase Verbal
Também chamada de oração, trata-se daquela que possui 
verbo: _Vou socorrer você.
Modo e Tempos Verbais
Como vimos, o VERBO é a unidade que signi�ca ação ou 
processo organizado para expressar o modo, o tempo, a pessoa 
e o número. Mas o que isso signi�ca? Vamos descobrir a partir 
da análise do diálogo a seguir:
_Felipe! Acertei todas as questões da prova. Estudei muito!
_Eu não estudei nada! Se eu soubesse que você tinha estudado... 
Você podia me ajudar a estudar para as próximas provas? Não vai 
se esquecer dos amigos.
_Conte comigo! Você está salvo! A partir de hoje, melhorará seu 
desempenho, e a professora o aprovará!
O diálogo que acabamos de ver  apresenta os tópicos 
mencionados que envolvem o verbo. São eles: Modo, Tempo, 
Número e Pessoas do discurso.
-Modo:
Indicativo: Nas primeira e segunda falas, Lucas e Felipe 
a�rmam: 
_Acertei todas as questões da prova!
_Eu não estudei nada!
Nesse caso, o conteúdo é tomado pelo falante como certo.
Subjuntivo: Na segunda fala, diante da notícia dada pelo 
amigo, Felipe suspira:
_Se eu soubesse que você tinha estudado...
Nesse caso, o conteúdo é tomado pelo falante como duvidoso.
Imperativo: Na quarta fala, Felipe avisa a Lucas:
_Não vai se esquecer dos amigos.
Nesse caso, o conteúdo expressa uma ordem, uma súplica, um 
conselho. Além disso, ele pode ser:
A�rmativo – “vai se esquecer”;
Negativo – “Não vai se esquecer”.
-Tempo:
Presente: Aquele que indica o momento atual, como na 
penúltima fala:
_Você está salvo!
Passado ou Pretérito: Aquele que é anterior ao momento em 
que se fala, como nas primeiras falas:
_Acertei todas as questões da prova!
_Eu não estudei nada!
Futuro: Aquele que é posterior ao momento que se fala, como 
na última fala:
_A partir de hoje, melhorará seu desempenho, e a professora o 
aprovará!
-Número:
As formas verbais podem se apresentar no singular ou no 
plural. No caso do diálogo, elas aparecem somente no singular. 
Vejamos: “Acertei”, “estudei”, “soubesse”, “tinha estudado”, 
“podia”, “está”, “melhorará”, “aprovará”. 
-Pessoas do Discurso:
1ª Pessoa: Aquela que fala, como em:
_Acertei todas as questões da prova!
_Eu não estudei nada!
2ª Pessoa: Aquela com quem se fala, como em:
_(Você) Não vai se esquecer dos amigos.
3ª Pessoa: Aquela de quem se fala, como em:
_A partir de hoje, melhorará seu desempenho, e a professora (ela) 
o aprovará!
Os pronomes de tratamento “você(s)”, “senhor(a)” e 
“senhores(as)”, que fazem referência à 2ª pessoa, mas que se 
manifestam, formalmente, na 3ª, conjugam-se nesta última. A 
tabela a seguir apresenta essa conjugação:
Transitividade Verbal
A partir deste momento, vamos tratar de outra característica 
dos verbos: a transitividade. Você sabe de�nir esse conceito? A 
transitividade indica se o verbo necessita ou não de 
complemento. O signi�cado do verbo pode precisar ser 
completado por uma estrutura, ou seja, transitar até seu 
complemento. Quer ver um exemplo? Veja a seguir:
_Oi Paulo! Tudo bem?
_Tudo João! Ia procurar você! Estou precisando...
_De quê, Paulo? Se você não disser, não vou adivinhar!
_Calma! O fato é que eu comprei um carro usado! Eu preciso do 
endereço do seu mecânico. Onde ele mora? Quero que ele faça 
uma revisão geral no carro!
Como você percebeu, João �ca irritado com a ausência de 
informação por parte de Paulo, porque este não completa, de 
imediato, a frase que inicia com o verbo PRECISAR, o que a deixa 
momentaneamente sem sentido. Mas por que isso acontece?
Você pode não conhecer o nome técnico do fenômeno 
linguístico que envolve o caso apresentado, mas, 
provavelmente, você sabe que “quem precisa” precisa DE ALGO. 
Essa noção já faz parte de nosso conhecimento enciclopédico 
sobre a Língua Portuguesa. Por isso, se tal verbo não for 
acrescido de uma sequência de ideias que torne seu signi�cado 
completo, não o entenderemos por si só. Você observou que, 
na história, Paulo disse a João que comprou “um carro”? Assim 
como PRECISAR, o verbo COMPRAR também exige complemento. 
A diferença entre eles baseia-se no fato de que COMPRAR não 
exige complemento preposicionado, mas PRECISAR requer o uso 
da preposição. Por isso, esse verbo é transitivo indireto – 
classi�cação sobre a qual discutiremos adiante.
Na verdade, usamos as preposições o tempo todo – como você 
pode observar nos diálogos abaixo –, mas não nos damos 
conta disso. A preposição é a palavra que tem a função de 
relacionar termos ou orações. 
_Gosto de você! Tenho saudade de você!
_E eu com isso?
O diálogo que lemos anteriormente nos mostra que alguns 
verbos precisam de complemento – os chamados transitivos – 
e outros não – os chamados intransitivos. Quanto à 
transitividade, os verbos podem ser:
• Transitivos indiretos.
Aqueles que exigem complemento preposicionado;
• Transitivos diretos.
Aqueles que exigem complemento sem preposição;
• Bitransitivos ou transitivos diretos e indiretos.
Aqueles que exigem os dois tipos de complemento.
Número
Singular
 
Plural
Pessoa
1ª
2ª
3ª
1ª
2ª
3ª
Sujeito
Eu
Tu
Ele, Ela [Você, Senhor(a)]
Nós
Vós
Eles, Elas [Vocês, Senhores(as)]
_Tomou Doril, a dor sumiu
Na primeira propaganda, o verbo SUMIR é intransitivo, porque 
seu signi�cado não transita para outra estrutura da frase: ele 
traz a ideia completa da ação sem necessitar de complemento. 
O verbo TOMAR, por sua vez, é transitivo direto, pois possui 
complemento sem preposição, e seu signi�cado transita para o 
substantivo Doril, de modo a expressar uma ideia completa.
_Ela mostrou a uma família a leveza da Hortifruti.
Já na segunda propaganda, o verbo MOSTRAR é bitransitivo, 
pois apresenta um complemento direto– “a leveza da 
Hortifruti” – e um indireto – “a uma família”. 
Regência Verbal
Em uma visão bem tradicional, a regência verbal é o estudo da 
relação de dependência entre os verbos e seus complementos. 
Lidamos o tempo todo com verbos que precisam ou não de 
complemento: é tão normal que não nos damos conta disso.  
Agora, parando para re�etir, você já pensou que usar ou não 
uma preposição pode alterar o signi�cado de um verbo?  Por 
exemplo, considere que um juiz diga as frases a seguir:
_Eu assisto o jogo.
Nesta frase, temos o sentido de “prestar assistência, ajudar, 
socorrer”: usa-se sem preposição.
_Eu assisto ao jogo.
Já nesta, temos o sentido de “ver, presenciar” e, nesse caso, a 
preposição é obrigatória. 
Observe os signi�cados do verbo assistir em relação a sua regência:
Transitivo direto -> “prestar assistência, ajudar, acompanhar 
um doente”.
Transitivo indireto -> “presenciar, ver; caber, pertencer”.
Intransitivo -> “morar, residir” – pouco utilizado atualmente.
Assinale a alternativa em que o signi�cado do verbo apontado 
entre parênteses NÃO corresponde à sua regência:
a) _Com sua postura séria, o diretor assistia todos os funcionários 
dos departamentos da empresa. (ajudar).
O verbo ASSISTIR é transitivo direto, ou seja, possui 
complemento sem preposição quando signi�ca 'prestar 
assistência' ou  'ajudar.
b) _No grande auditório, o público assisiu às apresentações da 
Orquestra Experiemtal. (ver).
O verbo ASSISTIR é transitivo indireto com o signi�cado de 
presenciar, ver.
c) _Esta é uma medida que assite aos moradores da Vila Olímpia. 
(caber).
O verbo ASSISTIR é transitivo indireto, ou seja, possui 
complemento com preposição quando signi�ca' caber'.
d) _Estudantes brasileiros assistem na Europa durante um ano. 
(observar).
O verbo ASSISTIR é intransitivo com o signi�cado de morar, residir 
('na Europa' é adjunto adverbial de lugar). Assim, seguindo o que 
se prescreve deveríamos ter como signi�cado MORAR.
Resposta: D
_Não pise na grama
Aqui, há o uso de: NA = preposição EM + artigo A 
Embora vejamos a preposição “em” regendo o verbo “pisar”, sob 
o olhar normativo, existe um problema na sentença. A 
prescrição indica que o adequado seria: _Não pise a grama.
Tim Maia canta: [...] Pensei até em me mudar, lugar qualquer que 
não exista o pensamento em você [...]
Mas a norma prescreve “lugar qualquer em que não exista”.
Veja o que aconteceu na campanha da Mercedes Benz de 2011: 
A propaganda destaca: _Mercedes-Benz: A marca que todo 
mundo con�a.
No entanto, o verbo “con�ar” é regido pela preposição EM. 
Logo, a frase deveria ser escrita desta forma: _Mercedes-Benz: A 
marca EM que todo mundo con�a.
_Ai, Amor! Se lembra de que você me prometeu uma vida de 
princesa quando casamos? Pois é... Meu conto de fadas está mais 
para conto de terror!
O verbo “lembrar” possui duas regências. Sendo assim, ele pode ser:
• Transitivo direto – lembrar algo;
• Transitivo indireto – lembrar-se de algo.
Nesta fala, há um problema quanto à colocação pronominal. 
Vejamos:
• “Se lembra de” -> linguagem coloquial;
• “Lembra-se de” -> norma-padrão prescrita pela gramática.
Embora isso aconteça, a regência do verbo está correta, pois, em 
sua fala, a esposa usa a preposição “de” associada à partícula “se”. 
_Ih, Ana. Minha mãe esqueceu de comprar seu presente...''
_Sem problemas, Ju!
_Ah! Não vai me dizer que o importante é minha presença, não é?
_Não! Mas o presente pode esperar!
Assim como o verbo “lembrar”, o verbo “esquecer” possui duas 
regências. Sendo assim, ele pode ser:
• Transitivo direto – esquecer algo;
• Transitivo indireto – esquecer-se de algo.
Nesta fala, a regência do verbo está incorreta, pois a menina 
usa a preposição “de” SEM a partícula “se”. A prescrição indica 
que o correto é: 
_Minha mãe se esqueceu de comprar seu presente...
_O que você vai querer, Luíza? Pizza ou cachorro quente?
_Eu pre�ro pizza do que zachorro quente.
O verbo “preferir” tem o sentido de “escolher” e possui dois 
objetos. São eles:
• Objeto direto, sem preposição – aquilo que escolhemos;
• Objeto indireto, com preposição “a” – aquilo que deixamos 
em segundo plano.
Nesta fala, então, a sentença deveria ter sido redigida da 
seguinte forma:
_Eu pre�ro pizza a cachorro quente.
Exercícios:
1. (UNIMEP-SP) Quando ''implicar'' tem sentido de ''acarretar'', 
''produzir como consequência'', constrói-se a oração com objeto 
direto, como se vê em:
a) Quando era pequeno, todos sempre implicaram comigo.
b) Muitas patroas costumam implicar com as empregadas 
domésticas.
c) Pelo que diz o assessor, isso implica em gastar mais dinheiro.
d) O banqueiro implicou-se em negócios escusos.
e) Um novo congelamento de salários implicará uma reação 
dos trabalhadores.
Resposta: E
Resolução: O verbo “implicar” é transitivo direto com o sentido 
de “acarretar”, “ocasionar”, e seu complemento – um objeto 
direto – não deve ser introduzido por preposição. O uso correto 
desse verbo pode ser observado no seguinte fragmento:
“GETÚLIO VARGAS tornou-se muito popular por vários motivos, 
mas, sobretudo, por saber utilizar a palavra como ferramenta 
política. O uso implicou, também, silenciamento dos 
discordantes. O rádio serviu-lhe de meio e�caz para consolidar 
seu prestígio junto aos mais pobres. Ele gostava de ser 
conhecido como pai dos pobres, mas foi quali�cado, também, 
como mãe dos ricos”.
2. (FGV-SP) Assinale a alternativa em que há ERRO de regência 
verbal:
a) Os padres das capelas que mais dependiam do dinheiro 
des�zeram-se em elogios à garota.
b) As admoestações que insisti em fazer ao rábula acabaram 
por não produzir efeito algum.
c) Nem sempre, o migrante, em cujas faces se re�etia a angústia 
que lhe ia na alma, tinha como resolver a situação.
d) Era uma noite calma que as pessoas gostavam, nem fria nem 
quente demais.
e) Nem sempre, o migrante, cujas faces re�etiam a angústia que 
lhe ia na alma, tinha como resolver a situação.
Resposta: D
Resolução: O verbo GOSTAR é regido pela preposição DE. 
Embora o apagamento da preposição nesse tipo de oração 
aconteça com frequência na fala de indivíduos considerados 
cultos, a gramática normativa nos prescreve o uso da 
preposição DE: 
Era uma noite calma DE que as pessoas gostavam, nem fria nem 
quente demais. 
Há, ainda, uma terceira possibilidade, considerada como forma 
marcada por ser utilizada por indivíduos de menor 
escolaridade:
Era uma noite calma que as pessoas gostavam DELA, nem fria 
nem quente demais.
3. (UFSCar-SP) Assinale a alternativa CORRETA quanto à 
regência verbal:
a) A peça que assistimos foi muito boa.
b) Estes são os livros que precisamos.
c) Esse foi um ponto que todos se esqueceram.
d) Guimarães Rosa é o escritor que mais aprecio.
e) O ideal que aspiramos é conhecido por todos.
Resposta: D
Resolução: a) A peça a que assistimos foi muito boa. (O verbo 
“assistir” é regido pela preposição “a”.)
b) Estes são os livros de que precisamos. (O verbo “precisar” é 
regido pela preposição “de”.)
c) Esse foi um ponto de que todos se esqueceram. (O verbo 
“esquecer”, quando pronominal, é regido por preposição.)
d) O verbo “apreciar” é transitivo direto. Logo, não é regido por 
preposição.
e) O ideal a que aspiramos é conhecido por todos. O verbo 
“aspirar” é regido pela preposição “a”. 
Assim como acontece com os verbos, os nomes também 
podem ser transitivos, ou seja, podem necessitar de 
complementos para que apresentem signi�cação completa. 
Observe a transitividade dos nomes a seguir:
_Esse �lme é impróprio para menores. (IMPRÓPRIO para quem?)
_Nossos pais estão contentes por você. (CONTENTES por quê/quem?)
_Os membros da diretoria votaram favoravelmente ao projeto. 
(FAVORAVELMENTE a quê?) 
Uso das preposições: casos especiais 
Em SILVA (2003), há diversos casos interessantes acerca do uso 
das preposições. Escolhemos apenas alguns para discutir nesta 
aula. 
1.A expressão correta é EM NÍVEL
Exemplo: _Essa questão será resolvida em nível federal.
Lembramos que a expressão “a nível de” é um modismo a ser evitado.
2 . DELE ou DE ELE?
DELE quando corresponde a um pronome possessivo.
Exemplo: _A paciência dele acabou, e ele saiu da sala.
DELE quando corresponde à combinação da preposição de 
com o pronome pessoal oblíquo tônico ele, na função de 
objeto indireto.
Exemplo: _Ana gosta muito dele, mas prefere �car em silêncio. 
DE ELE = preposição de mais o pronome pessoal reto ele. Essa 
combinação só pode ser usada quando ele for sujeito de uma 
oração reduzida de in�nitivo.
Exemplos: _Conversamos sobre isso de ele sair.  (= de que ele saísse)
_Apesar de ele ter comprado o carro, foi de táxi à festa.
O segredo é o verbo no INFINITIVO. Só podemos usar DE ELE 
quando houver esse verbo.
Exemplo: _Fizemos a surpresa antes de ele chegar ao curso.
Essa regra também se aplica em outros casos, tais como: 
PREPOSIÇÃO + ARTIGO:
Exemplo: _As contratações cessaram depois de a polícia ter 
descoberto todo o golpe. 
PREPOSIÇÃO + PRONOME DEMONSTRATIVO:
Exemplo: _O médico comprou o equipamento, apesar de essa 
empresa não garantir a troca.
3. A forma prescrita é TEM DE. 
Embora o uso da forma “tem que” esteja consagrado e muitos 
autores considerem as duas formas aceitáveis, devemos utilizar, 
preferencialmente, a forma “tem de”.
Exemplo: _A família tem de pagar todas as dívidas.  
4. PARA MIM ou PARA EU?
Devemos observar que:
a) “Eu” é um pronome pessoal do caso reto e exerce a função de 
sujeito;
b) “Mim” é um pronome pessoal oblíquo tônico, NUNCA exerce a 
função de sujeito e, obrigatoriamente, deve ser usado com 
preposição: “a mim”, “de mim”, “entre mim”, “para mim”, “por mim” etc.
Exemplos: _Ana trouxe o livro PARA EU ler. (= sujeito)
_Ana trouxe o livro para MIM. (= não é sujeito)
No primeiro caso, há duas orações: “Ana trouxe o livro” = oração 
principal “para EU ler” = oração reduzida de in�nitivo (= para 
que eu lesse). 
Nesse caso, devemos usar o pronome pessoal do caso reto (EU), 
porque este exerce a função de sujeito do verbo in�nitivo (LER).  
Em síntese, a diferença entre PARA MIM e PARA EU está na presença 
ou não de um verbo (sempre no in�nitivo) após o pronome.
Portanto, sempre que houver um verbo no in�nitivo, devemos 
usar os pronomes pessoais retos. Isso ocorrerá com qualquer 
preposição.
Exemplos: _Minha irmã saiu da festa antes DE MIM.
_Ela voltou para o escritório antes DE EU chegar.
_Nossos professores �zeram isso POR MIM.
_Mariana fez isso POR EU estar cansada.
Observe, no entanto, a mudança no signi�cado trazida pelo uso 
da vírgula:
_PARA EU sair de casa, foi preciso organizar minhas �nanças.
_PARA MIM, vender meu primeiro imóvel foi uma grande conquista.
Na primeira frase, o pronome pessoal reto (EU) é o sujeito do 
in�nitivo (SAIR). Já na segunda frase, a vírgula indica que PARA 
MIM está deslocado. Nesse caso, devemos usar o pronome 
oblíquo (MIM), pois este não é o sujeito do verbo VENDER.
5. Não há nada ENTRE EU E VOCÊ ou ENTRE MIM E VOCÊ?
Como explicamos anteriormente, “Eu” é pronome pessoal do 
caso reto e só pode ser usado na função de sujeito:
Com verbo no in�nitivo – _Não há nada ENTRE EU sair e você 
�car em casa;
Sem verbo no in�nitivo – _Não há nada ENTRE MIM E VOCÊ. 
6. A QUEM
Quando o substantivo que antecede o pronome relativo é 
pessoa, podemos usar o pronome “quem”.
Exemplo: _Aquele é o professor A QUEM enviei o trabalho.
7. DE QUE, DE QUEM ou DO QUAL?
_Estes são os processos DE QUE (ou DOS QUAIS) o escritório 
dispõe. (= o escritório dispõe DOS PROCESSOS).
_Estes são os advogados DE QUEM ou DOS QUAIS o escritório 
dispõe.(= a empresa dispõe DOS ADVOGADOS)
ATENÇÃO! O pronome relativo QUAL deve ser usado sempre 
que vier antecedido de preposição que não seja monossílaba 
(“após”, “contra”, “desde”, “entre”, “para”, “perante”, “sobre” etc.).
Exemplos: _Este é o livro SOBRE O QUAL falei ontem.
_Esta é a ocasião PARA A QUAL eles se prepararam tanto.
8. CUJO
O pronome relativo “cujo” deve ser usado sempre que houver 
ideia de posse.
Exemplos: _Ali está o cozinheiro DE CUJO bolo ninguém gostou. 
A preposição “de” é exigência do verbo “gostar”.
_Este é o autor A CUJA obra eu me referi. 
A preposição “a” é regida pelo verbo “referir”.
_Aquele é o �lósofo COM CUJAS ideias eu não concordo.
A preposição “com” é regida pelo verbo “concordar”. 
_Veja a revista EM CUJAS páginas li sobre aquela nova dieta. (= eu 
li sobre aquela nova dieta NAS PÁGINAS)
_Encontrei na livraria o romancista CUJA obra foi premiada. (= A 
OBRA foi premiada -> sem preposição)
ATENÇÃO! Não usamos artigo de�nido entre o pronome “cujo” 
e o substantivo. 
Exemplo: _Na próxima rua, temos a universidade CUJO aluno 
inventou o novo chip.
9. Pronomes relativos
Os pronomes relativos aparecem precedidos de preposição 
quando os verbos que acompanham são regidos por 
preposições.
Exemplos: _Compro sempre naquela loja os doces DE QUE eu 
gosto tanto.
_O mecânico A QUEM eu chamei mais cedo já chegou.
_Dr. Jorge é o médico EM QUEM meus avós tanto con�am.
10. Pronome QUE
O pronome “que” pode aparecer: Com ou sem preposição – 
quando substituir coisa; Sem preposição – quando substituir 
pessoa (equivale a QUEM);
Exemplos: _Os refrigerantes QUE compramos acabaram rápido.
_Os refrigerantes DE QUE precisávamos para a festa não chegaram.
_As senhoras QUE cumprimentamos eram muito simpáticas.
_As senhoras A QUEM convidamos para a festa não vieram.
Resumo do conteúdo
Nesta aula, estudamos:
• O conceito de gramática;
• A estrutura sintática das palavras;
• Os tipos de frase;
• Os modos e tempos verbais;
• A transitividade verbal;
• As regências verbal e nominal.
Língua Portuguesa
Aula 02:
Nesta aula, vamos conversar um pouco sobre gramática e 
sintaxe. Ao �m desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os 
objetivos abaixo descritos: 1. De�nir noções de sintaxe;
2. Distinguir regência nominal da verbal; 3. Reconhecer verbos 
transitivos e intransitivos.
Tipos de Gramática
Como você percebeu, a personagem Júlia a�rma que o 
namorado de Camila não conhece gramática, porque utiliza 
algumas estruturas consideradas inadequadas em termos de 
norma culta da língua (Exemplo: _A gente fomos). Mas a que 
noção de gramática Júlia se refere? Vejamos...
Há várias formas de de�nirmos gramática, mas vamos 
apresentar aqui somente duas classi�cações. São elas:
-Gramática Internalizada
É o conjunto de regras que a criança internaliza durante o 
processo de aquisição da linguagem. Por que, por exemplo, 
uma criança fala “Eu já fazi” no lugar de “Eu já �z”? Simples: 
porque ela ainda não conhece as exceções à regra de 
manutenção do radical do verbo nas conjugações. Se a criança 
diz “Eu já bebi” e “Eu já comi”, seguindo os radicais dos verbos 
BEBER e COMER, respectivamente, acrescidos de um (i) �nal, ela 
dirá “Eu já fazi” (FAZER). Isso signi�ca que ela criou uma regra 
em que (i) seria uma forma de expressar o passado. 
-Gramática Normativa
Muitos associam esta expressão à imagem de um livro – seja 
impresso, seja virtual. Mas será que devemos interpretar a 
gramática normativa somente dessa forma? A gramática normativa 
é um conjunto de regras gramaticais que estabelece um padrão de 
linguagem, cujo emprego deve se adequar aos contextos formais 
de uso da língua. Na verdade, essa gramática indica a formalidade 
de uso da língua. Observe um exemplo de como a gramática 
normativa indica a formalidade de uso da língua...
Frequentemente, ouvimos na fala do indivíduo considerado 
culto, a seguinte frase: _O livro que eu gosto já esgotou.
No entanto, a gramática normativa prescreve uma construção 
diferente: _O livro de que eu gosto já esgotou.
Essa prescrição é baseada no fato de que, de acordo com a 
norma-padrão, a regência do verbo GOSTAR exige a preposição 
“de”. Exemplo: _Eu gosto disso. 
O estudo dagramática de uma língua divide-se em quatro 
partes, quais sejam: 
Fonologia: Que trata dos fonemas.
Morfologia: Que trata das classes de palavras.
Sintaxe: Que trata das funções e das relações das palavras nas 
sentenças.
Semântica: Que trata dos signi�cados das palavras.
-Sintaxe
Vamos apresentar, agora, alguns aspectos da sintaxe, ou seja, 
da função e da relação entre as palavras de uma sentença. Para 
isso, analise as falas do Mestre Yoda – personagem famoso da 
saga Star Wars (Guerra nas estrelas):
_Poderoso você se tornou. O lado escuro sinto em você.
Você observou como o personagem fala?  Ele não pronuncia as 
palavras em ordem direta: Sujeito + Verbo + Objeto
Mas inverte os termos da oração, o que di�culta seu 
entendimento. Para que possamos comunicar nossas ideias, os 
enunciados da língua devem aparecer em determinada ordem e 
estabelecer uma relação coerente entre si. Em outras palavras, 
nosso discurso precisa ser organizado com base em uma estrutura 
sintática que nos permita formar frases claras e objetivas.
Tipos de Frase
A FRASE é um enunciado que possui sentido completo. Há dois 
tipos de frase:
-Frase Nominal
Aquela que não apresenta verbo: _Socorro! Uma barata.
-Frase Verbal
Também chamada de oração, trata-se daquela que possui 
verbo: _Vou socorrer você.
Modo e Tempos Verbais
Como vimos, o VERBO é a unidade que signi�ca ação ou 
processo organizado para expressar o modo, o tempo, a pessoa 
e o número. Mas o que isso signi�ca? Vamos descobrir a partir 
da análise do diálogo a seguir:
_Felipe! Acertei todas as questões da prova. Estudei muito!
_Eu não estudei nada! Se eu soubesse que você tinha estudado... 
Você podia me ajudar a estudar para as próximas provas? Não vai 
se esquecer dos amigos.
_Conte comigo! Você está salvo! A partir de hoje, melhorará seu 
desempenho, e a professora o aprovará!
O diálogo que acabamos de ver  apresenta os tópicos 
mencionados que envolvem o verbo. São eles: Modo, Tempo, 
Número e Pessoas do discurso.
-Modo:
Indicativo: Nas primeira e segunda falas, Lucas e Felipe 
a�rmam: 
_Acertei todas as questões da prova!
_Eu não estudei nada!
Nesse caso, o conteúdo é tomado pelo falante como certo.
Subjuntivo: Na segunda fala, diante da notícia dada pelo 
amigo, Felipe suspira:
_Se eu soubesse que você tinha estudado...
Nesse caso, o conteúdo é tomado pelo falante como duvidoso.
Imperativo: Na quarta fala, Felipe avisa a Lucas:
_Não vai se esquecer dos amigos.
Nesse caso, o conteúdo expressa uma ordem, uma súplica, um 
conselho. Além disso, ele pode ser:
A�rmativo – “vai se esquecer”;
Negativo – “Não vai se esquecer”.
-Tempo:
Presente: Aquele que indica o momento atual, como na 
penúltima fala:
_Você está salvo!
Passado ou Pretérito: Aquele que é anterior ao momento em 
que se fala, como nas primeiras falas:
_Acertei todas as questões da prova!
_Eu não estudei nada!
Futuro: Aquele que é posterior ao momento que se fala, como 
na última fala:
_A partir de hoje, melhorará seu desempenho, e a professora o 
aprovará!
-Número:
As formas verbais podem se apresentar no singular ou no 
plural. No caso do diálogo, elas aparecem somente no singular. 
Vejamos: “Acertei”, “estudei”, “soubesse”, “tinha estudado”, 
“podia”, “está”, “melhorará”, “aprovará”. 
-Pessoas do Discurso:
1ª Pessoa: Aquela que fala, como em:
_Acertei todas as questões da prova!
_Eu não estudei nada!
2ª Pessoa: Aquela com quem se fala, como em:
_(Você) Não vai se esquecer dos amigos.
3ª Pessoa: Aquela de quem se fala, como em:
_A partir de hoje, melhorará seu desempenho, e a professora (ela) 
o aprovará!
Os pronomes de tratamento “você(s)”, “senhor(a)” e 
“senhores(as)”, que fazem referência à 2ª pessoa, mas que se 
manifestam, formalmente, na 3ª, conjugam-se nesta última. A 
tabela a seguir apresenta essa conjugação:
Transitividade Verbal
A partir deste momento, vamos tratar de outra característica 
dos verbos: a transitividade. Você sabe de�nir esse conceito? A 
transitividade indica se o verbo necessita ou não de 
complemento. O signi�cado do verbo pode precisar ser 
completado por uma estrutura, ou seja, transitar até seu 
complemento. Quer ver um exemplo? Veja a seguir:
_Oi Paulo! Tudo bem?
_Tudo João! Ia procurar você! Estou precisando...
_De quê, Paulo? Se você não disser, não vou adivinhar!
_Calma! O fato é que eu comprei um carro usado! Eu preciso do 
endereço do seu mecânico. Onde ele mora? Quero que ele faça 
uma revisão geral no carro!
Como você percebeu, João �ca irritado com a ausência de 
informação por parte de Paulo, porque este não completa, de 
imediato, a frase que inicia com o verbo PRECISAR, o que a deixa 
momentaneamente sem sentido. Mas por que isso acontece?
Você pode não conhecer o nome técnico do fenômeno 
linguístico que envolve o caso apresentado, mas, 
provavelmente, você sabe que “quem precisa” precisa DE ALGO. 
Essa noção já faz parte de nosso conhecimento enciclopédico 
sobre a Língua Portuguesa. Por isso, se tal verbo não for 
acrescido de uma sequência de ideias que torne seu signi�cado 
completo, não o entenderemos por si só. Você observou que, 
na história, Paulo disse a João que comprou “um carro”? Assim 
como PRECISAR, o verbo COMPRAR também exige complemento. 
A diferença entre eles baseia-se no fato de que COMPRAR não 
exige complemento preposicionado, mas PRECISAR requer o uso 
da preposição. Por isso, esse verbo é transitivo indireto – 
classi�cação sobre a qual discutiremos adiante.
Na verdade, usamos as preposições o tempo todo – como você 
pode observar nos diálogos abaixo –, mas não nos damos 
conta disso. A preposição é a palavra que tem a função de 
relacionar termos ou orações. 
_Gosto de você! Tenho saudade de você!
_E eu com isso?
O diálogo que lemos anteriormente nos mostra que alguns 
verbos precisam de complemento – os chamados transitivos – 
e outros não – os chamados intransitivos. Quanto à 
transitividade, os verbos podem ser:
• Transitivos indiretos.
Aqueles que exigem complemento preposicionado;
• Transitivos diretos.
Aqueles que exigem complemento sem preposição;
• Bitransitivos ou transitivos diretos e indiretos.
Aqueles que exigem os dois tipos de complemento.
_Tomou Doril, a dor sumiu
Na primeira propaganda, o verbo SUMIR é intransitivo, porque 
seu signi�cado não transita para outra estrutura da frase: ele 
traz a ideia completa da ação sem necessitar de complemento. 
O verbo TOMAR, por sua vez, é transitivo direto, pois possui 
complemento sem preposição, e seu signi�cado transita para o 
substantivo Doril, de modo a expressar uma ideia completa.
_Ela mostrou a uma família a leveza da Hortifruti.
Já na segunda propaganda, o verbo MOSTRAR é bitransitivo, 
pois apresenta um complemento direto – “a leveza da 
Hortifruti” – e um indireto – “a uma família”. 
Regência Verbal
Em uma visão bem tradicional, a regência verbal é o estudo da 
relação de dependência entre os verbos e seus complementos. 
Lidamos o tempo todo com verbos que precisam ou não de 
complemento: é tão normal que não nos damos conta disso.  
Agora, parando para re�etir, você já pensou que usar ou não 
uma preposição pode alterar o signi�cado de um verbo?  Por 
exemplo, considere que um juiz diga as frases a seguir:
_Eu assisto o jogo.
Nesta frase, temos o sentido de “prestar assistência, ajudar, 
socorrer”: usa-se sem preposição.
_Eu assisto ao jogo.
Já nesta, temos o sentido de “ver, presenciar” e, nesse caso, a 
preposição é obrigatória. 
Observe os signi�cados do verbo assistir em relação a sua regência:
Transitivo direto -> “prestar assistência, ajudar, acompanhar 
um doente”.
Transitivo indireto -> “presenciar, ver; caber, pertencer”.
Intransitivo -> “morar, residir” – pouco utilizado atualmente.
Assinale a alternativa em que o signi�cado do verbo apontado 
entre parênteses NÃO corresponde à sua regência:
a) _Com sua postura séria, o diretor assistia todos os funcionáriosdos departamentos da empresa. (ajudar).
O verbo ASSISTIR é transitivo direto, ou seja, possui 
complemento sem preposição quando signi�ca 'prestar 
assistência' ou  'ajudar.
b) _No grande auditório, o público assisiu às apresentações da 
Orquestra Experiemtal. (ver).
O verbo ASSISTIR é transitivo indireto com o signi�cado de 
presenciar, ver.
c) _Esta é uma medida que assite aos moradores da Vila Olímpia. 
(caber).
O verbo ASSISTIR é transitivo indireto, ou seja, possui 
complemento com preposição quando signi�ca' caber'.
d) _Estudantes brasileiros assistem na Europa durante um ano. 
(observar).
O verbo ASSISTIR é intransitivo com o signi�cado de morar, residir 
('na Europa' é adjunto adverbial de lugar). Assim, seguindo o que 
se prescreve deveríamos ter como signi�cado MORAR.
Resposta: D
_Não pise na grama
Aqui, há o uso de: NA = preposição EM + artigo A 
Embora vejamos a preposição “em” regendo o verbo “pisar”, sob 
o olhar normativo, existe um problema na sentença. A 
prescrição indica que o adequado seria: _Não pise a grama.
Tim Maia canta: [...] Pensei até em me mudar, lugar qualquer que 
não exista o pensamento em você [...]
Mas a norma prescreve “lugar qualquer em que não exista”.
Veja o que aconteceu na campanha da Mercedes Benz de 2011: 
A propaganda destaca: _Mercedes-Benz: A marca que todo 
mundo con�a.
No entanto, o verbo “con�ar” é regido pela preposição EM. 
Logo, a frase deveria ser escrita desta forma: _Mercedes-Benz: A 
marca EM que todo mundo con�a.
_Ai, Amor! Se lembra de que você me prometeu uma vida de 
princesa quando casamos? Pois é... Meu conto de fadas está mais 
para conto de terror!
O verbo “lembrar” possui duas regências. Sendo assim, ele pode ser:
• Transitivo direto – lembrar algo;
• Transitivo indireto – lembrar-se de algo.
Nesta fala, há um problema quanto à colocação pronominal. 
Vejamos:
• “Se lembra de” -> linguagem coloquial;
• “Lembra-se de” -> norma-padrão prescrita pela gramática.
Embora isso aconteça, a regência do verbo está correta, pois, em 
sua fala, a esposa usa a preposição “de” associada à partícula “se”. 
_Ih, Ana. Minha mãe esqueceu de comprar seu presente...''
_Sem problemas, Ju!
_Ah! Não vai me dizer que o importante é minha presença, não é?
_Não! Mas o presente pode esperar!
Assim como o verbo “lembrar”, o verbo “esquecer” possui duas 
regências. Sendo assim, ele pode ser:
• Transitivo direto – esquecer algo;
• Transitivo indireto – esquecer-se de algo.
Nesta fala, a regência do verbo está incorreta, pois a menina 
usa a preposição “de” SEM a partícula “se”. A prescrição indica 
que o correto é: 
_Minha mãe se esqueceu de comprar seu presente...
_O que você vai querer, Luíza? Pizza ou cachorro quente?
_Eu pre�ro pizza do que zachorro quente.
O verbo “preferir” tem o sentido de “escolher” e possui dois 
objetos. São eles:
• Objeto direto, sem preposição – aquilo que escolhemos;
• Objeto indireto, com preposição “a” – aquilo que deixamos 
em segundo plano.
Nesta fala, então, a sentença deveria ter sido redigida da 
seguinte forma:
_Eu pre�ro pizza a cachorro quente.
Exercícios:
1. (UNIMEP-SP) Quando ''implicar'' tem sentido de ''acarretar'', 
''produzir como consequência'', constrói-se a oração com objeto 
direto, como se vê em:
a) Quando era pequeno, todos sempre implicaram comigo.
b) Muitas patroas costumam implicar com as empregadas 
domésticas.
c) Pelo que diz o assessor, isso implica em gastar mais dinheiro.
d) O banqueiro implicou-se em negócios escusos.
e) Um novo congelamento de salários implicará uma reação 
dos trabalhadores.
Resposta: E
Resolução: O verbo “implicar” é transitivo direto com o sentido 
de “acarretar”, “ocasionar”, e seu complemento – um objeto 
direto – não deve ser introduzido por preposição. O uso correto 
desse verbo pode ser observado no seguinte fragmento:
“GETÚLIO VARGAS tornou-se muito popular por vários motivos, 
mas, sobretudo, por saber utilizar a palavra como ferramenta 
política. O uso implicou, também, silenciamento dos 
discordantes. O rádio serviu-lhe de meio e�caz para consolidar 
seu prestígio junto aos mais pobres. Ele gostava de ser 
conhecido como pai dos pobres, mas foi quali�cado, também, 
como mãe dos ricos”.
2. (FGV-SP) Assinale a alternativa em que há ERRO de regência 
verbal:
a) Os padres das capelas que mais dependiam do dinheiro 
des�zeram-se em elogios à garota.
b) As admoestações que insisti em fazer ao rábula acabaram 
por não produzir efeito algum.
c) Nem sempre, o migrante, em cujas faces se re�etia a angústia 
que lhe ia na alma, tinha como resolver a situação.
d) Era uma noite calma que as pessoas gostavam, nem fria nem 
quente demais.
e) Nem sempre, o migrante, cujas faces re�etiam a angústia que 
lhe ia na alma, tinha como resolver a situação.
Resposta: D
Resolução: O verbo GOSTAR é regido pela preposição DE. 
Embora o apagamento da preposição nesse tipo de oração 
aconteça com frequência na fala de indivíduos considerados 
cultos, a gramática normativa nos prescreve o uso da 
preposição DE: 
Era uma noite calma DE que as pessoas gostavam, nem fria nem 
quente demais. 
Há, ainda, uma terceira possibilidade, considerada como forma 
marcada por ser utilizada por indivíduos de menor 
escolaridade:
Era uma noite calma que as pessoas gostavam DELA, nem fria 
nem quente demais.
3. (UFSCar-SP) Assinale a alternativa CORRETA quanto à 
regência verbal:
a) A peça que assistimos foi muito boa.
b) Estes são os livros que precisamos.
c) Esse foi um ponto que todos se esqueceram.
d) Guimarães Rosa é o escritor que mais aprecio.
e) O ideal que aspiramos é conhecido por todos.
Resposta: D
Resolução: a) A peça a que assistimos foi muito boa. (O verbo 
“assistir” é regido pela preposição “a”.)
b) Estes são os livros de que precisamos. (O verbo “precisar” é 
regido pela preposição “de”.)
c) Esse foi um ponto de que todos se esqueceram. (O verbo 
“esquecer”, quando pronominal, é regido por preposição.)
d) O verbo “apreciar” é transitivo direto. Logo, não é regido por 
preposição.
e) O ideal a que aspiramos é conhecido por todos. O verbo 
“aspirar” é regido pela preposição “a”. 
Assim como acontece com os verbos, os nomes também 
podem ser transitivos, ou seja, podem necessitar de 
complementos para que apresentem signi�cação completa. 
Observe a transitividade dos nomes a seguir:
_Esse �lme é impróprio para menores. (IMPRÓPRIO para quem?)
_Nossos pais estão contentes por você. (CONTENTES por quê/quem?)
_Os membros da diretoria votaram favoravelmente ao projeto. 
(FAVORAVELMENTE a quê?) 
Uso das preposições: casos especiais 
Em SILVA (2003), há diversos casos interessantes acerca do uso 
das preposições. Escolhemos apenas alguns para discutir nesta 
aula. 
1. A expressão correta é EM NÍVEL
Exemplo: _Essa questão será resolvida em nível federal.
Lembramos que a expressão “a nível de” é um modismo a ser evitado.
2 . DELE ou DE ELE?
DELE quando corresponde a um pronome possessivo.
Exemplo: _A paciência dele acabou, e ele saiu da sala.
DELE quando corresponde à combinação da preposição de 
com o pronome pessoal oblíquo tônico ele, na função de 
objeto indireto.
Exemplo: _Ana gosta muito dele, mas prefere �car em silêncio. 
DE ELE = preposição de mais o pronome pessoal reto ele. Essa 
combinação só pode ser usada quando ele for sujeito de uma 
oração reduzida de in�nitivo.
Exemplos: _Conversamos sobre isso de ele sair.  (= de que ele saísse)
_Apesar de ele ter comprado o carro, foi de táxi à festa.
O segredo é o verbo no INFINITIVO. Só podemos usar DE ELE 
quando houver esse verbo.
Exemplo: _Fizemos a surpresa antes de ele chegar ao curso.
Essa regra também se aplica em outros casos, tais como: 
PREPOSIÇÃO + ARTIGO:
Exemplo: _As contratações cessaram depois de a polícia ter 
descoberto todo o golpe. 
PREPOSIÇÃO + PRONOME DEMONSTRATIVO:
Exemplo: _O médico comprou o equipamento, apesar de essa 
empresa não garantir atroca.
3. A forma prescrita é TEM DE. 
Embora o uso da forma “tem que” esteja consagrado e muitos 
autores considerem as duas formas aceitáveis, devemos utilizar, 
preferencialmente, a forma “tem de”.
Exemplo: _A família tem de pagar todas as dívidas.  
4. PARA MIM ou PARA EU?
Devemos observar que:
a) “Eu” é um pronome pessoal do caso reto e exerce a função de 
sujeito;
b) “Mim” é um pronome pessoal oblíquo tônico, NUNCA exerce a 
função de sujeito e, obrigatoriamente, deve ser usado com 
preposição: “a mim”, “de mim”, “entre mim”, “para mim”, “por mim” etc.
Exemplos: _Ana trouxe o livro PARA EU ler. (= sujeito)
_Ana trouxe o livro para MIM. (= não é sujeito)
No primeiro caso, há duas orações: “Ana trouxe o livro” = oração 
principal “para EU ler” = oração reduzida de in�nitivo (= para 
que eu lesse). 
Nesse caso, devemos usar o pronome pessoal do caso reto (EU), 
porque este exerce a função de sujeito do verbo in�nitivo (LER).  
Em síntese, a diferença entre PARA MIM e PARA EU está na presença 
ou não de um verbo (sempre no in�nitivo) após o pronome.
Portanto, sempre que houver um verbo no in�nitivo, devemos 
usar os pronomes pessoais retos. Isso ocorrerá com qualquer 
preposição.
Exemplos: _Minha irmã saiu da festa antes DE MIM.
_Ela voltou para o escritório antes DE EU chegar.
_Nossos professores �zeram isso POR MIM.
_Mariana fez isso POR EU estar cansada.
Observe, no entanto, a mudança no signi�cado trazida pelo uso 
da vírgula:
_PARA EU sair de casa, foi preciso organizar minhas �nanças.
_PARA MIM, vender meu primeiro imóvel foi uma grande conquista.
Na primeira frase, o pronome pessoal reto (EU) é o sujeito do 
in�nitivo (SAIR). Já na segunda frase, a vírgula indica que PARA 
MIM está deslocado. Nesse caso, devemos usar o pronome 
oblíquo (MIM), pois este não é o sujeito do verbo VENDER.
5. Não há nada ENTRE EU E VOCÊ ou ENTRE MIM E VOCÊ?
Como explicamos anteriormente, “Eu” é pronome pessoal do 
caso reto e só pode ser usado na função de sujeito:
Com verbo no in�nitivo – _Não há nada ENTRE EU sair e você 
�car em casa;
Sem verbo no in�nitivo – _Não há nada ENTRE MIM E VOCÊ. 
6. A QUEM
Quando o substantivo que antecede o pronome relativo é 
pessoa, podemos usar o pronome “quem”.
Exemplo: _Aquele é o professor A QUEM enviei o trabalho.
7. DE QUE, DE QUEM ou DO QUAL?
_Estes são os processos DE QUE (ou DOS QUAIS) o escritório 
dispõe. (= o escritório dispõe DOS PROCESSOS).
_Estes são os advogados DE QUEM ou DOS QUAIS o escritório 
dispõe.(= a empresa dispõe DOS ADVOGADOS)
ATENÇÃO! O pronome relativo QUAL deve ser usado sempre 
que vier antecedido de preposição que não seja monossílaba 
(“após”, “contra”, “desde”, “entre”, “para”, “perante”, “sobre” etc.).
Exemplos: _Este é o livro SOBRE O QUAL falei ontem.
_Esta é a ocasião PARA A QUAL eles se prepararam tanto.
8. CUJO
O pronome relativo “cujo” deve ser usado sempre que houver 
ideia de posse.
Exemplos: _Ali está o cozinheiro DE CUJO bolo ninguém gostou. 
A preposição “de” é exigência do verbo “gostar”.
_Este é o autor A CUJA obra eu me referi. 
A preposição “a” é regida pelo verbo “referir”.
_Aquele é o �lósofo COM CUJAS ideias eu não concordo.
A preposição “com” é regida pelo verbo “concordar”. 
_Veja a revista EM CUJAS páginas li sobre aquela nova dieta. (= eu 
li sobre aquela nova dieta NAS PÁGINAS)
_Encontrei na livraria o romancista CUJA obra foi premiada. (= A 
OBRA foi premiada -> sem preposição)
ATENÇÃO! Não usamos artigo de�nido entre o pronome “cujo” 
e o substantivo. 
Exemplo: _Na próxima rua, temos a universidade CUJO aluno 
inventou o novo chip.
9. Pronomes relativos
Os pronomes relativos aparecem precedidos de preposição 
quando os verbos que acompanham são regidos por 
preposições.
Exemplos: _Compro sempre naquela loja os doces DE QUE eu 
gosto tanto.
_O mecânico A QUEM eu chamei mais cedo já chegou.
_Dr. Jorge é o médico EM QUEM meus avós tanto con�am.
10. Pronome QUE
O pronome “que” pode aparecer: Com ou sem preposição – 
quando substituir coisa; Sem preposição – quando substituir 
pessoa (equivale a QUEM);
Exemplos: _Os refrigerantes QUE compramos acabaram rápido.
_Os refrigerantes DE QUE precisávamos para a festa não chegaram.
_As senhoras QUE cumprimentamos eram muito simpáticas.
_As senhoras A QUEM convidamos para a festa não vieram.
Resumo do conteúdo
Nesta aula, estudamos:
• O conceito de gramática;
• A estrutura sintática das palavras;
• Os tipos de frase;
• Os modos e tempos verbais;
• A transitividade verbal;
• As regências verbal e nominal.
Língua Portuguesa
Aula 02:
Nesta aula, vamos conversar um pouco sobre gramática e 
sintaxe. Ao �m desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os 
objetivos abaixo descritos: 1. De�nir noções de sintaxe;
2. Distinguir regência nominal da verbal; 3. Reconhecer verbos 
transitivos e intransitivos.
Tipos de Gramática
Como você percebeu, a personagem Júlia a�rma que o 
namorado de Camila não conhece gramática, porque utiliza 
algumas estruturas consideradas inadequadas em termos de 
norma culta da língua (Exemplo: _A gente fomos). Mas a que 
noção de gramática Júlia se refere? Vejamos...
Há várias formas de de�nirmos gramática, mas vamos 
apresentar aqui somente duas classi�cações. São elas:
-Gramática Internalizada
É o conjunto de regras que a criança internaliza durante o 
processo de aquisição da linguagem. Por que, por exemplo, 
uma criança fala “Eu já fazi” no lugar de “Eu já �z”? Simples: 
porque ela ainda não conhece as exceções à regra de 
manutenção do radical do verbo nas conjugações. Se a criança 
diz “Eu já bebi” e “Eu já comi”, seguindo os radicais dos verbos 
BEBER e COMER, respectivamente, acrescidos de um (i) �nal, ela 
dirá “Eu já fazi” (FAZER). Isso signi�ca que ela criou uma regra 
em que (i) seria uma forma de expressar o passado. 
-Gramática Normativa
Muitos associam esta expressão à imagem de um livro – seja 
impresso, seja virtual. Mas será que devemos interpretar a 
gramática normativa somente dessa forma? A gramática normativa 
é um conjunto de regras gramaticais que estabelece um padrão de 
linguagem, cujo emprego deve se adequar aos contextos formais 
de uso da língua. Na verdade, essa gramática indica a formalidade 
de uso da língua. Observe um exemplo de como a gramática 
normativa indica a formalidade de uso da língua...
Frequentemente, ouvimos na fala do indivíduo considerado 
culto, a seguinte frase: _O livro que eu gosto já esgotou.
No entanto, a gramática normativa prescreve uma construção 
diferente: _O livro de que eu gosto já esgotou.
Essa prescrição é baseada no fato de que, de acordo com a 
norma-padrão, a regência do verbo GOSTAR exige a preposição 
“de”. Exemplo: _Eu gosto disso. 
O estudo da gramática de uma língua divide-se em quatro 
partes, quais sejam: 
Fonologia: Que trata dos fonemas.
Morfologia: Que trata das classes de palavras.
Sintaxe: Que trata das funções e das relações das palavras nas 
sentenças.
Semântica: Que trata dos signi�cados das palavras.
-Sintaxe
Vamos apresentar, agora, alguns aspectos da sintaxe, ou seja, 
da função e da relação entre as palavras de uma sentença. Para 
isso, analise as falas do Mestre Yoda – personagem famoso da 
saga Star Wars (Guerra nas estrelas):
_Poderoso você se tornou. O lado escuro sinto em você.
Você observou como o personagem fala?  Ele não pronuncia as 
palavras em ordem direta: Sujeito + Verbo + Objeto
Mas inverte os termos da oração, o que di�culta seu 
entendimento. Para que possamos comunicar nossas ideias, os 
enunciados da língua devem aparecer em determinada ordem e 
estabelecer uma relação coerente entre si. Em outras palavras, 
nosso discurso precisa ser organizado com base em uma estrutura 
sintática que nos permita formar frases claras e objetivas.
Tipos de Frase
A FRASE é um enunciado que possui sentido completo. Há dois 
tipos de frase:
-Frase Nominal
Aquela que não apresentaverbo: _Socorro! Uma barata.
-Frase Verbal
Também chamada de oração, trata-se daquela que possui 
verbo: _Vou socorrer você.
Modo e Tempos Verbais
Como vimos, o VERBO é a unidade que signi�ca ação ou 
processo organizado para expressar o modo, o tempo, a pessoa 
e o número. Mas o que isso signi�ca? Vamos descobrir a partir 
da análise do diálogo a seguir:
_Felipe! Acertei todas as questões da prova. Estudei muito!
_Eu não estudei nada! Se eu soubesse que você tinha estudado... 
Você podia me ajudar a estudar para as próximas provas? Não vai 
se esquecer dos amigos.
_Conte comigo! Você está salvo! A partir de hoje, melhorará seu 
desempenho, e a professora o aprovará!
O diálogo que acabamos de ver  apresenta os tópicos 
mencionados que envolvem o verbo. São eles: Modo, Tempo, 
Número e Pessoas do discurso.
-Modo:
Indicativo: Nas primeira e segunda falas, Lucas e Felipe 
a�rmam: 
_Acertei todas as questões da prova!
_Eu não estudei nada!
Nesse caso, o conteúdo é tomado pelo falante como certo.
Subjuntivo: Na segunda fala, diante da notícia dada pelo 
amigo, Felipe suspira:
_Se eu soubesse que você tinha estudado...
Nesse caso, o conteúdo é tomado pelo falante como duvidoso.
Imperativo: Na quarta fala, Felipe avisa a Lucas:
_Não vai se esquecer dos amigos.
Nesse caso, o conteúdo expressa uma ordem, uma súplica, um 
conselho. Além disso, ele pode ser:
A�rmativo – “vai se esquecer”;
Negativo – “Não vai se esquecer”.
-Tempo:
Presente: Aquele que indica o momento atual, como na 
penúltima fala:
_Você está salvo!
Passado ou Pretérito: Aquele que é anterior ao momento em 
que se fala, como nas primeiras falas:
_Acertei todas as questões da prova!
_Eu não estudei nada!
Futuro: Aquele que é posterior ao momento que se fala, como 
na última fala:
_A partir de hoje, melhorará seu desempenho, e a professora o 
aprovará!
-Número:
As formas verbais podem se apresentar no singular ou no 
plural. No caso do diálogo, elas aparecem somente no singular. 
Vejamos: “Acertei”, “estudei”, “soubesse”, “tinha estudado”, 
“podia”, “está”, “melhorará”, “aprovará”. 
-Pessoas do Discurso:
1ª Pessoa: Aquela que fala, como em:
_Acertei todas as questões da prova!
_Eu não estudei nada!
2ª Pessoa: Aquela com quem se fala, como em:
_(Você) Não vai se esquecer dos amigos.
3ª Pessoa: Aquela de quem se fala, como em:
_A partir de hoje, melhorará seu desempenho, e a professora (ela) 
o aprovará!
Os pronomes de tratamento “você(s)”, “senhor(a)” e 
“senhores(as)”, que fazem referência à 2ª pessoa, mas que se 
manifestam, formalmente, na 3ª, conjugam-se nesta última. A 
tabela a seguir apresenta essa conjugação:
Transitividade Verbal
A partir deste momento, vamos tratar de outra característica 
dos verbos: a transitividade. Você sabe de�nir esse conceito? A 
transitividade indica se o verbo necessita ou não de 
complemento. O signi�cado do verbo pode precisar ser 
completado por uma estrutura, ou seja, transitar até seu 
complemento. Quer ver um exemplo? Veja a seguir:
_Oi Paulo! Tudo bem?
_Tudo João! Ia procurar você! Estou precisando...
_De quê, Paulo? Se você não disser, não vou adivinhar!
_Calma! O fato é que eu comprei um carro usado! Eu preciso do 
endereço do seu mecânico. Onde ele mora? Quero que ele faça 
uma revisão geral no carro!
Como você percebeu, João �ca irritado com a ausência de 
informação por parte de Paulo, porque este não completa, de 
imediato, a frase que inicia com o verbo PRECISAR, o que a deixa 
momentaneamente sem sentido. Mas por que isso acontece?
Você pode não conhecer o nome técnico do fenômeno 
linguístico que envolve o caso apresentado, mas, 
provavelmente, você sabe que “quem precisa” precisa DE ALGO. 
Essa noção já faz parte de nosso conhecimento enciclopédico 
sobre a Língua Portuguesa. Por isso, se tal verbo não for 
acrescido de uma sequência de ideias que torne seu signi�cado 
completo, não o entenderemos por si só. Você observou que, 
na história, Paulo disse a João que comprou “um carro”? Assim 
como PRECISAR, o verbo COMPRAR também exige complemento. 
A diferença entre eles baseia-se no fato de que COMPRAR não 
exige complemento preposicionado, mas PRECISAR requer o uso 
da preposição. Por isso, esse verbo é transitivo indireto – 
classi�cação sobre a qual discutiremos adiante.
Na verdade, usamos as preposições o tempo todo – como você 
pode observar nos diálogos abaixo –, mas não nos damos 
conta disso. A preposição é a palavra que tem a função de 
relacionar termos ou orações. 
_Gosto de você! Tenho saudade de você!
_E eu com isso?
O diálogo que lemos anteriormente nos mostra que alguns 
verbos precisam de complemento – os chamados transitivos – 
e outros não – os chamados intransitivos. Quanto à 
transitividade, os verbos podem ser:
• Transitivos indiretos.
Aqueles que exigem complemento preposicionado;
• Transitivos diretos.
Aqueles que exigem complemento sem preposição;
• Bitransitivos ou transitivos diretos e indiretos.
Aqueles que exigem os dois tipos de complemento.
_Tomou Doril, a dor sumiu
Na primeira propaganda, o verbo SUMIR é intransitivo, porque 
seu signi�cado não transita para outra estrutura da frase: ele 
traz a ideia completa da ação sem necessitar de complemento. 
O verbo TOMAR, por sua vez, é transitivo direto, pois possui 
complemento sem preposição, e seu signi�cado transita para o 
substantivo Doril, de modo a expressar uma ideia completa.
_Ela mostrou a uma família a leveza da Hortifruti.
Já na segunda propaganda, o verbo MOSTRAR é bitransitivo, 
pois apresenta um complemento direto – “a leveza da 
Hortifruti” – e um indireto – “a uma família”. 
Regência Verbal
Em uma visão bem tradicional, a regência verbal é o estudo da 
relação de dependência entre os verbos e seus complementos. 
Lidamos o tempo todo com verbos que precisam ou não de 
complemento: é tão normal que não nos damos conta disso.  
Agora, parando para re�etir, você já pensou que usar ou não 
uma preposição pode alterar o signi�cado de um verbo?  Por 
exemplo, considere que um juiz diga as frases a seguir:
_Eu assisto o jogo.
Nesta frase, temos o sentido de “prestar assistência, ajudar, 
socorrer”: usa-se sem preposição.
_Eu assisto ao jogo.
Já nesta, temos o sentido de “ver, presenciar” e, nesse caso, a 
preposição é obrigatória. 
Observe os signi�cados do verbo assistir em relação a sua regência:
Transitivo direto -> “prestar assistência, ajudar, acompanhar 
um doente”.
Transitivo indireto -> “presenciar, ver; caber, pertencer”.
Intransitivo -> “morar, residir” – pouco utilizado atualmente.
Assinale a alternativa em que o signi�cado do verbo apontado 
entre parênteses NÃO corresponde à sua regência:
a) _Com sua postura séria, o diretor assistia todos os funcionários 
dos departamentos da empresa. (ajudar).
O verbo ASSISTIR é transitivo direto, ou seja, possui 
complemento sem preposição quando signi�ca 'prestar 
assistência' ou  'ajudar.
b) _No grande auditório, o público assisiu às apresentações da 
Orquestra Experiemtal. (ver).
O verbo ASSISTIR é transitivo indireto com o signi�cado de 
presenciar, ver.
c) _Esta é uma medida que assite aos moradores da Vila Olímpia. 
(caber).
O verbo ASSISTIR é transitivo indireto, ou seja, possui 
complemento com preposição quando signi�ca' caber'.
d) _Estudantes brasileiros assistem na Europa durante um ano. 
(observar).
O verbo ASSISTIR é intransitivo com o signi�cado de morar, residir 
('na Europa' é adjunto adverbial de lugar). Assim, seguindo o que 
se prescreve deveríamos ter como signi�cado MORAR.
Resposta: D
_Não pise na grama
Aqui, há o uso de: NA = preposição EM + artigo A 
Embora vejamos a preposição “em” regendo o verbo “pisar”, sob 
o olhar normativo, existe um problema na sentença. A 
prescrição indica que o adequado seria: _Não pise a grama.
Tim Maia canta: [...] Pensei até em me mudar, lugar qualquer que 
não exista o pensamento em você [...]
Mas a norma

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