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JURISDIÇÃO E COMPETENCIA

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JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
1 JURISDIÇÃO
	Poder atribuído ao Estado, constitucionalmente, para aplicar a lei ao caso concreto, compondo litígios e resolvendo conflitos – DIZER O DIREITO (JULGAR)
	Fazer cumprir a decisão compulsoriamente.
ATIVIDADE JURISDICIONAL
	REGRA: Poder Judiciário
	EXCEÇÃO: a) Senado Federal (CF/88, 52, I e II); b) Câmara Municipal – Prefeitos (Crimes de responsabilidade previstos no Decreto-lei 201/67).
PRINCÍPIOS REGENTES DA JURISDIÇÃO CRIMINAL
	INDECLINABILIDADE – juiz não pode abster-se de julgar os casos a ele apresentados;
	IMPRORROGABILIDADE – as partes não podem subtrair ao juízo natural o conhecimento de determinada causa;
	INDELEGABILIDADE – o juiz não pode transmitir o poder jurisdicional
	UNIDADE – a jurisdição é única, pertence ao poder judiciário.
2 COMPETÊNCIA
	Delimitação (parcela) da jurisdição.
	Princípio constitucional do juiz natural e imparcial
	Vedação de tribunal e juízo de exceção
2.1 COMPETÊNCIA ABSOLUTA E COMPETÊNCIA RELATIVA
	ABSOLUTA – não admite prorrogação, sob pena de nulidade (COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA e COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO)
	RELATIVA – admite prorrogação, não aceita alegação posterior de nulidade (COMPETÊNCIA TERRITORIAL – lugar da infração e domicílio ou residência do réu)
2.2 FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA
# 2.2.1 COMPETÊNCIA TERRITORIAL (ratione loci) – relativa: FIXAÇÃO DO FORO COMPETENTE (COMARCA)
1. LUGAR DA INFRAÇÃO (TEORIA DO RESULTADO: É COMPETENTE PARA APURAR A INFRAÇÃO PENAL, APLICANDO A MEDIDA CABÍVEL AO AGENTE, O FORO ONDE SE DEU A CONSUMAÇÃO DO DELITO) – CPP, 69, I.
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
I - o lugar da infração:
PENA – fim exemplificativo; LOCAL DO CRIME – facilidade na colheita de provas
EXCEÇÕES: a) ratione materiae (III); e b) ratione personae (VII).
CPP, 70 e 71.
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
PREVENÇÃO: O JUIZ QUE PRIMEIRO PRATICOU UM ATO JUDICIAL, AINDA QUE NA FASE DE INQUÉRITO POLICIAL, SE ACHA PREVENTO, CABENDO A ELE O JULGAMENTO (indefinição do território certo, estabelecendo-se a competência pelo primeiro juiz que proferir decisão no feito).
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
	COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU – CPP, 69, II (EXCEÇÃO).
(FORO SUPLETIVO OU FORO SUBSIDIÁRIO)
CPP, 72 e 73
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.
§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
DUAS HIPÓTESES:
1. IGNORADO O LUGAR DA INFRAÇÃO (CPP, 72, CAPUT). 
2.TRATANDO-SE DE AÇÃO PENAL EXCLUSIVAMENTE PRIVADA: MESMO QUE CONHECIDO O LUGAR DA INFRAÇÃO, O QUERELANTE PODERÁ OPTAR POR PROPOR A QUEIXA NO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO QUERELADO (FORO ALTERNATIVO).
DOMICÍLIO (CC, 70, 71 e 72) – LUGAR ONDE A PESSOA ESTABELECE SUA RESIDÊNCIA COM ÂNIMO DEFINITIVO.
# 2.2.2 COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO (RATIONE MATERIAE)
JUSTIÇA COMPETENTE: SE É COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESPECIAL (ELEITORAL, MILITAR, ETC.) OU DA JUSTIÇA COMUM (ESTADUAL OU FEDERAL).
OBS: TRATANDO-SE DE CONTRAVENÇÃO PENAL, MESMO QUE ATINJA INTERESSE DA UNIÃO, A COMPETÊNCIA É DA JUSTIÇA ESTADUAL (SÚMULA 38, STJ).
OBS: LATROCÍNIO (CP, 157, §3º): CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO - JULGADO PELO JUIZ SINGULAR (SÚMULA 603, STF).
CPP, 74
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1o e 2o, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados.
DESCLASSIFICAÇÃO
§ 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.
§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410 (REMETER OS AUTOS AO JUIZ SINGULAR); mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2o).
(HOJE: 410 EQUIVALE AO 419).
# 2.2.3 DISTRIBUIÇÃO (sorteio do juiz – processo seletivo casual, determinado pela sorte)
CPP, 75
Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente.
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.
	EXCEÇÕES LEGAIS:
	MATERIAL: Júri; Execuções Penais; e JECrim;
	CONEXÃO E CONTINÊNCIA – CPP, 69, V;
	PREVENÇÃO.
	EXCEÇÃO ADMINISTRATIVA:
	COMPENSAÇÃO
2.3 REGRAS DE PRORROGAÇÃO DE FORO
PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA – modificação das regras de competência, previamente fixadas por conveniência legal.
2.3.1 PRORROGAÇÃO DE FORO – substituição de um juiz pelo outro.
	NECESSÁRIA:
	Conexão e continência;
	Desclassificação para infração de outra competência;
	Exceção da verdade em caso de calúnia (CP,138), quando houver competência originária – DESLOCA-SE O JULGAMENTO PARA A CORTE ESPECIAL.
	
VOLUNTÁRIA:
	TÁCITA: COMPETÊNCIA TERRITORIAL – as partes não oferecem exceção de incompetência
2.3.2 DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA – transmissão de atividades de um juiz para outro, autorizado por lei.
	SITUAÇÕES POSSÍVEIS:
	Precatória ou Carta de Ordem
	Rogatória
2.3.3 DESAFORAMENTO – alteração de competência do Júri, após a pronúncia.
	SITUAÇÕES POSSÍVEIS:
	Reclamo do interesse da ordem pública;
	Dúvida quanto à imparcialidade dos jurados;
	Impossibilidade de garantir a segurança do réu;
	Demora na realização do julgamento (mais de um ano a contar da pronúncia).
2.4 FIXAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE COMPETÊNCIA EM VIRTUDE DE CONEXÃO
CONEXÃO – nexo entre delitos quando houver pluralidade de infrações e pluralidade de agentes
OBS: A CONEXÃO E A CONTINÊNCIA NÃO SERVEM PARA FIXAR A COMPETÊNCIA, MAS PARA ALTERÁ-LA.
# 2.4.1 – INTERSUBJETIVA – várias pessoas praticam várias infrações:
1. SIMULTÂNEA (OU OCASIONAL) – infrações praticadas ao mesmo tempo, no mesmo lugar (CPP, 76, I). NÃO SE EXIGE NENHUM AJUSTE PRÉVIO ENTRE OS AGENTES (NENHUM PLANEJAMENTO ANTERIOR).
EX: VÁRIAS PESSOAS, APÓS O TOMBAMENTO DE UM CAMINHÃO NA RODOVIA, CORREM PARA SAQUEAR SUA MERCADORIA.
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, (1ª PARTE)/ ou por várias pessoas em concurso, embora diversoo tempo e o lugar (2ª PARTE)/, ou por várias pessoas, umas contra as outras (3ª PARTE);
2. CONCURSAL – duas ou mais infrações cometidas por agentes em concurso, não importando tempo e lugar (CPP, 76, I);
I - ... por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar...
EX: COM O OBJETIVO DE ROUBAR UM BANCO, UM AGENTE FURTA UM VEÍCULO PARA FUGA, OUTRO ADQUIRE ARMAS E OUTRO INGRESSA NO BANCO.
3. RECÍPROCA – agressões de uns contra os outros (CPP, 76, I, última parte).
I - (...) por várias pessoas, umas contra as outras;
EX: LESÕES CORPORAIS RECÍPROCAS DECORRENTES DE UMA BRIGA ENVOLVENDO VÁRIAS PESSOAS.
# 2.4.2 – CONEXÃO OBJETIVA
1.	TELEOLÓGICA – infrações cometidas visando facilitar ou ocultar a execução da outra (CPP, 76, II, 1ª parte);
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas ocultar as outras, (...);
2.	CONSEQUENCIAL – infrações cometidas para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas (CPP, 76, II, 2ª parte).
II - (...) ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
2.4.3 – CONEXÃO PROCESSUAL (INSTRUMENTAL)
	CONVENIÊNCIA DE UM JULGAMENTO CONJUNTO (CPP, 76, III) – pode dar-se em qualquer situação que o juiz repute necessária.
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
2.5 FIXAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE COMPETÊNCIA EM VIRTUDE DE CONTINÊNCIA
CONTINÊNCIA – hipótese de um fato delituoso conter outros (JULGAMENTO DE TODOS EM CONJUNTO) - CPP, 77;
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal. (OBS: A REFERÊNCIA AQUI É FEITA A DISPOSITIVOS ORIGINAIS DO CP. VIDE ARTS. 70, 73 E 74 DA NOVA PARTE GERAL DO MESMO CÓDIGO)
	CUMULAÇÃO OBJETIVA (CPP, 77, II):
(CP, 70, 73, 74)
 CP, 70 - CONCURSO FORMAL: UNIDADE DO FATO E DE AGENTE + DOIS OU MAIS RESULTADOS;
Concurso formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. 
 CP, 73 - ABERRATIO ICTUS (ERRO NA EXECUÇÃO)
Erro na execução
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
 CP, 74 - ABERRATIO CRIMINIS (RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO)
Resultado diverso do pretendido
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
	CUMULAÇÃO SUBJETIVA (CPP, 77, I):
 CONCURSO DE AGENTES (CP, 29): UNIDADE DE INFRAÇÃO + PLURALIDADE DE AGENTES.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
REGRAS PARA DEFINIR QUAL O JUIZ COMPETENTE (CPP, 78)
1. CONCURSO ENTRE A COMPETÊNCIA DO JÚRI E DE OUTRO ÓRGÃO DE JURISIDIÇÃO COMUM - PREVALECERÁ A COMPETÊNCIA DO JÚRI (INC. I)
JÚRI EXERCE VIS ATTRACTIVA: ATRAI TODOS OS DELITOS CONEXOS.
EX: HOMICÍDIO E OCULTAÇÃO DE CADÁVER.
2. CONCURSO DE JURISDIÇÕES DA MESMA CATEGORIA - PREPONDERARÁ A DO LUGAR DA INFRANÇÃO À QUAL FOR COMINADA A PENA MAIS GRAVE (INC. II, “a”)
EX: FURTO QUALIFICADO PRATICADO EM SÃO LUÍS E A RECEPTAÇÃO SIMPLES PRATICADA EM SÃO JOSÉ DE RIBAMAR (DEVERÁ O PROCESSO TRAMITAR PERANTE O JUÍZO DE SÃO LUÍS, POIS A PENA DO FURTO QUALIFICADO É MAIS GRAVE QUE DA RECEPTAÇÃO SIMPLES).
3. CONCURSO DE JURISDIÇÕES DA MESMA CATEGORIA - PREVALECERÁ A DO LUGAR EM QUE HOUVER OCORRIDO O MAIOR NÚMERO DE INFRAÇÕES (INC. II, “b”).
EX: DOIS FURTOS SIMPLES FORAM COMETIDOS EM SÃO LUÍS E UMA RECPTAÇÃO SIMPLES EM SÃO JOSÉ DE RIBAMAR. AS PENAS DOS TRÊS DELITOS SÃO IGUAIS. PREVALECE, NESSE CASO, O JUÍZO DE SÃO LUÍS, ONDE HÁ UM NÚMERO MAIOR DE DELITOS PRATICADOS.
4. CONCURSO DE JURISDIÇÕES DA MESMA CATEGORIA - SE A GRAVIDADE DAS PENAS IMPOSTAS AOS DELITOS FOR A MESMA E O NÚMERO DE INFRAÇÕES TAMBÉM, RESOLVE-SE PELA PREVENÇÃO.
5. CONCURSO DE JURISDIÇÕES DE DIVERSAS CATEGORIAS - PREDOMINARÁ A DE MAIOR GRADUAÇÃO (TRIBUNAIS) (INC. III).
EX: SE UM PREFEITO MUNICIPAL COMETE UM CRIME DE PECULATO, ELE SERÁ JULGADO PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, POIS GOZA DA CHAMADA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO OU FORO PRIVILEGIADO. SE ESSE PREFEITO COMETEU O CRIME EM CONCURSO COM TERCEIRA PESSOA, ESTA, APESAR DE NÃO GOZAR DE PRIVILÉGIO, SERÁ TAMBÉM JULGADA PELO TRIBUNAL, NUM ÚNICO PROCESSO, LEVANDO-SE EM CONTA, AQUI, A MAIOR GRADUAÇÃO DO ÓRGÃO DE 2º GRAU.
6. CONCURSO ENTRE A JURISDIÇÃO COMUM E ESPECIAL - PREVALECERÁ A JURISDIÇÃO ESPECIAL (INC. IV)
JUSTIÇA ESPECIAL: CRIADA PARA CONHECER DE QUESTÕES ESPECÍFICAS (JUSTIÇA ELEITORAL, MILITAR, TRABALHISTA, ETC.).
EX: NO DIA DA ELEIÇÃO O AGENTE FURTA UM ÔNIBUS (COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM), PARA FORNECER TRANSPORTE GRATUITO A ELEITORES (CRIME ELEITORAL - CE, 301): AMBOS OS DELITOS DEVEM SER JULGADOS EM UM ÚNICO PROCESSO, QUE TRAMITARÁ PERANTE A JUSTIÇA ELEITORAL.
OBS: A JUSTIÇA FEDERAL É CONSIDERADA ESPECIAL EM RELAÇÃO À JUSTIÇA ESTADUAL (SÚMULA 122, STJ).
122. Compete à Justiça Federal no processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal.
SITUAÇÕES EM QUE AS INFRAÇÕES PENAIS SÃO JULGADAS SEPARADAMENTE - SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA (CPP, 79).
1. CONCURSO ENTRE A JURISDIÇÃO COMUM E A MILITAR (INC. I) - HAVENDO CONEXÃO ENTRE UM CRIME MILITAR E UM CRIME COMUM, OU, AINDA, HAVENDO DOIS AUTORES DO DELITO, UM MILITAR E UM CIVIL (SÚMULA 90, STJ).
90. Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela prática do crime militar, e à Comum pela prática do crime comum simultâneo àquele. 
2. CONCURSO ENTRE A JURISDIÇÃO COMUM E A DO JUÍZO DE MENORES (INC. II) - SE DOIS AGENTES COMETEM UMA INFRAÇÃO PENAL, UM IMPUTÁVEL E O OUTRO MENOR DE 18 ANOS, O PRIMEIRO SERÁ JULGADO PELA JUSTIÇA COMUM E, O MENOR, PERANTE A VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE.
AVOCAÇÃO (CPP, 82)
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.
DOIS CRIMES CONEXOS TRAMITAM EM JUÍZOS DIVERSOS, E AO TOMAR CONHECIMENTO DO FATO, O JUIZ PREVALENTE DEVERÁ AVOCAR O PROCESSO, A FIM DE PROPICIAR UM ÚNICO JULGAMENTO.
EX: DOIS FURTOS SÃO OBJETO DE UM PROCESSO NO JUÍZO DE SÃO LUÍS E UMA RECEPTAÇÃO ESTÁ SENDO PROCESSADA NO JUÍZO DE SÃO JOSÉ DE RIBAMAR - CABE AO JUIZ PREVALENTE, IN CASU, O JUIZ DE SÃO LUÍS AVOCAR O PROCESSO QUE TRAMITA EM SÃO JOSÉ DE RIBAMAR, A FIM DE QUE OS TRÊS CRIMES TENHAM UM JULGAMENTO ÚNICO.
OBS: A AVOCAÇÃO É POSSÍVEL ATÉ ANTES DE PROLATADA A SENTENÇA DEFINITIVA, ISTO É, A SENTENÇA DE 1º GRAU (SÚMULA 235, STJ).
235. A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.
COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO(CPP, 84 a 87)
EM DETERMINADAS SITUAÇÕES, COMETIDO UM CRIME A COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO NÃO É DO LOCAL ONDE SE DEU O FATO, MAS SIM DE UM TRIBUNAL (EM VIRTUDE DO CARGO OCUPADO).
EX: PROMOTOR DE JUSTIÇA PRATICA UM CRIME NA CIDADE DE SATUBINHA, ELE SERA JULGADO NÃO NO LOCAL DA INFRAÇÃO, MAS PERANTE O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO (COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA).
GARANTIA À SOCIEDADE - BUSCA UM JULGAMENTO MAIS IMPARCIAL E ISENTO.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (CF/88, 102, I, b e c)
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
(omissis)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente- Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I - processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
CF/88, 29, X
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
(omissis)
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
CF/88, 96, III
Art. 96. Compete privativamente:
(omissis)
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
OBS: EXCEÇÃO DA VERDADE
CPP, 85
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade.
NOS PROCESSOS POR CRIME CONTRA A HONRA, EM QUE FOREM QUERELANTES AS PESSOAS QUE GOZEM DE FORO PRIVILEGIADO, CASO OPOSTA A EXCEÇÃO DA VERDADE, O JULGAMENTO CABERÁ AO TRIBUNAL E NÃO AO JUÍZO ONDE CORRER O PROCESSO.
EXCEÇÃO DA VERDADE (EXCEPTIO VERITATIS): FACULDADE ATRIBUÍDA AO SUPOSTO AUTOR DO CRIME DE CALÚNIA DE DEMONSTRAR QUE EFETIVAMENTE, OS FATOS POR ELE NARRADOS SÃO VERDADEIROS, AFASTANDO-SE, PORTANTO, COM ESSA COMPROVAÇÃO, A INFRAÇÃO PENAL A ELE ATRIBUÍDA.
EX: UM SENADOR PROMOVE UMA QUEIXA-CRIME CONTRA O AUTOR DE UMA CALÚNIA PROFERIDA NA CIDADE DE SÃO LUÍS (FORO COMPETENTE: SÃO LUÍS); O QUERELADO OPÕE EXCEÇÃO DA VERDADE - O JULGAMENTO DA EXCEÇÃO DA VERDADE CABERÁ AO STF, QUE PODE:
1. JULGAR PROCEDENTE: ABSOLVE O QUERELADO;
2. JULGAR IMPROCEDENTE: DETERMINA O RETORNO DOS AUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM PARA QUE SEJA JULGADO O CRIME DE CALÚNIA.
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