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Logística vive escassez de talentos 
Segmento deixou de ser operacional e virou estratégico; estudo aponta 
necessidade de investir em capacitação da força de trabalho. 
20 Agosto 2017 | 07h14 
A empresa DHL, gigante da área de logística, realizou pesquisa com mais de 350 profissionais da 
cadeia de suprimentos e operações logísticas de cinco regiões do mundo e identificou que todos 
enfrentam déficit de talentos no setor. Segundo o estudo, a demanda excede a oferta na proporção 
de 6:1, sendo que alguns afirmam que a proporção pode chegar a 9:1. 
Os organizadores do estudo avaliam que mudanças nos requisitos de competências estão entre as 
justificativas, pois o funcionário ideal deve ter conhecimentos operacionais e habilidade analítica. 
Para 58% das empresas é difícil encontrar profissional com esse perfil. Além disso, o talento do 
futuro também deverá se destacar em termos de liderança, pensamento estratégico, inovação e 
capacidade tecnológica de alto nível. 
Vice-presidente de RH da DHL Supply Chain Brasil, Eduardo Batista não considera o resultado 
uma surpresa, porque a falta de mão de obra qualificada para o segmento é um problema 
recorrente. “Em relação ao Brasil, nos últimos 15 anos vivemos um período de crescimento que 
acentuou as dificuldades, deixando a área de logística sob pressão.” 
Ao mesmo tempo, ele afirma que nos últimos dois anos a desaceleração da economia favoreceu o 
segmento. “Hoje, conseguimos achar alguns profissionais no mercado que não encontrávamos há 
cinco anos, por conta do momento do País.” 
Segundo ele, aí está o grande desafio. “Não podemos nos acomodar, porque não há dúvida de que o 
País vai retomar o crescimento e se nos acomodarmos nesse momento de baixa, teremos surpresas 
no médio prazo”. 
O estudo também aponta que os trabalhos na cadeia de logística não proporcionam e que essa 
indústria ainda luta contra a impressão de que outros setores são mais prestigiados e têm mais 
oportunidades. 
Batista afirma que a visão se deve a um contexto histórico, já que há poucos anos a logística era 
uma área de apoio e entregar era uma etapa sem grande importância. 
“A boa notícia é que isso está mudando. As companhias perceberam que boa parte de sua vantagem 
competitiva está na cadeia de suprimentos, seja fazendo uma compra bem feita ou pensando na 
entrega. Com o desenvolvimento tecnológico e o surgimento do e-commerce, as pessoas 
começaram a receber os produtos em casa e a logística foi valorizada.” 
Segundo ele, a cadeia de suprimentos passou a ter um peso muito maior e virou o centro do 
negócio. “Hoje, o segmento é um elo chave do negócio, além de ser uma grande oportunidade de 
crescimento para as companhias, porque a logística pode significar o sucesso ou o fracasso da 
organização.” 
A pesquisa também identificou que os talentos do segmento não acompanham a evolução dos 
requisitos profissionais, que passam por constantes mudanças decorrentes da evolução tecnológica. 
Isso, no entanto, não ocorre na VLI Logística, empresa que opera interligando ferrovias, terminais e 
portos. “Ao longo do tempo, aprendemos que a saída é selecionar os empregados pelo perfil 
comportamental. A formação técnica, suprimos internamente. Acreditamos e investimos nos 
programas de portas de entrada, como estágio para nível técnico e superior, jovem aprendiz, 
trainee operacional e trainee superior, com investimentos bem robustos em treinamento”, diz o 
gerente geral de recursos humanos, Ederson Almeida. 
Segundo ele, a área de educação corporativa da VLI planeja o desenvolvimento dos empregados 
atrelados às necessidades do negócio, aquisição de novas tecnologias e aumento de produtividade. 
“Dessa forma, identificamos os treinamentos internos necessários que são desenvolvidos pelo 
nosso Centro de Especialização e Desenvolvimento (CED), além de treinamentos externos.” 
O engenheiro Jésus Jonatan Santos, de 31 anos, diz que na VLI o ambiente é propício para que os 
profissionais continuem buscando desenvolvimento técnico dentro e fora do Brasil. 
“Em 2014, quando assumi o cargo de supervisor, tive a oportunidade de realizar benchmarking 
(avaliação comparativa para incorporar os melhores desempenhos de outras companhias e 
aperfeiçoa os seus próprios métodos). “Durante 15 dias visitei ferrovias americanas e empresas que 
fabricam locomotivas e componentes, bem como as que fazem manutenção. Foi extremamente 
gratificante. Voltei com muita vontade de colocar várias ideias em prática”, ressalta. 
O engenheiro diz que repassou o conhecimento adquirido à equipe de 16 pessoas. “Depois disso, 
quatro funcionários da minha área já foram aos EUA participar de congressos e fazer 
benchmarking para observar processos mais específicos, pois na minha viagem conheci o segmento 
como um topo.” 
Segundo ele, com base no que foi observado eles construíram, em parceria com um fabricante 
nacional, o primeiro vagão articulado de bitola elétrica feito no País. “Também desenvolvemos um 
pit stop para troca de rodas de vagões que pode ocorrer logo após descarregar as mercadorias no 
porto. Antes, essa troca levava alguns dias. O aprendizado não foi só de processos, mas também de 
tecnologia, melhorando muito nossa produtividade.” 
Santos conta que entrou na empresa como estagiário e até então, não conhecia o mercado 
ferroviário. “Quando comecei a trabalhar na VLI, me apaixonei pelo mundo ferroviário. Hoje, 
minha área é responsável por definir a estratégia de manutenção de 24 mil vagões.” 
 
 
Coordenadora das áreas de logística e comércio exterior do Senac, Naiana Guimarães Souza e Silva 
Campos afirma que a vem sofrendo muitas mudanças em velocidade acelerada. 
“Podemos destacar a automatização da cadeia logística, sendo que no Brasil, algumas empresas já 
utilizam tecnologia de ponta nos processos. O profissional da área precisa estar em sintonia com as 
principais inovações do segmento.” 
Professor de logística do Centro Universitário Eniac, Centro Paula Souza e Fatec Mauá, Alexandre 
Guimarães também considera que há grande interesse pelo curso e por atualização na área. “Em 
média, 70% do corpo discente retorna em busca de atualização e aprimoramento profissional.” 
Naiana considera que houve mudança na preocupação destes profissionais em relação à busca de 
atualização constante, justamente porque antes a logística era considerada uma área operacional e 
hoje, tem se tornado cada vez mais estratégica para empresas que buscam melhorar os serviços 
prestados, fidelizar clientes e reduzir custos. 
Guimarães diz que o ‘apagão profissional’ representa gargalo importante para o mercado atual que 
precisa crescer e ficar mais competitivo perante o mercado internacional. “Investir no 
desenvolvimento de talentos é uma forma de reverter esse cenário e um ótimo meio de crescimento 
tanto para a empresa como para o profissional”, avalia. 
A coordenadora tem a percepção de que muitas pessoas desconhecem ou têm dúvidas sobre a área 
de logística e sua relevância, assim como quais são os setores que fazem parte desta cadeia, onde os 
profissionais atuam e sobre quais são os processos envolvidos. 
“O estudo Guia Salarial 2016, elaborado pela Robert Ralf, aponta que nos cargos de gestão há 
expectativa de aumento nas médias salariais em índices que variam de 3% a 6,9%. Logo, podemos 
considerar que a logística está sendo cada vez mais valorizada e considerada como uma área 
estratégica”, afirma. 
 
O professor acredita que muitas companhias já enxergam a logística como uma estratégia 
competitiva bastante eficaz. “Essas organizações planejam e coordenam suas ações gerenciais de 
forma integrada, avaliando todo o processo, desde o fornecimento de suprimentos até ter a certeza 
de que os clientes externose internos tiveram suas necessidades e expectativas atendidas pelo 
produto ou serviço entregue.” 
Naiana lembra que a área de logística também foi muito afetada pela crise. “Principalmente o setor 
de transporte. Porém, o mercado para este profissional está, gradativamente, sendo aquecido e a 
procura por mão de obra qualificada e diferenciada tem aumentado.” 
Segundo ela, as companhias começam a oferecer salários e benefícios mais atrativos. “Elas também 
estão investindo na formação e atualização de seus colaboradores. Vale destacar que a formação 
acadêmica influência cada vez mais na remuneração deste profissional, que deve estar alinhado aos 
avanços tecnológicos e às necessidades de mercado, que exige o desenvolvimento de soluções 
logísticas integradas e de alto desempenho”, afirma. 
 
	Logística vive escassez de talentos
	Segmento deixou de ser operacional e virou estratégico; estudo aponta necessidade de investir em capacitação da força de trabalho.

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