Aula de Ciência Política Mário Luiz Guide

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aCurso de Direito
Semestre 02 – CIÊNCIA POLÍTICA
PROFESSOR: MÁRIO LUIZ GUIDE
CIÊNCIA POLÍTICA
PROGRAMA
Introdução.
Evolução histórica.
Política e poder.
Esquerda e Direita.
Origem da sociedade e do Estado.
Elementos essenciais do Estado: povo, território e soberania.
Constituição.
Estado Absolutista, Totalitário, Liberal e Social.
Democracia.
Divisão dos poderes.
Sistema eleitoral.
Sistema partidário.
Sistema de governo.
Formas de governo.
Estado Federal.
BIBLIOGRAFIA
	Elementos de Teoria do Estado
	Dalmo de Abreu Dallari
	Teoria Geral do Estado
	Sahid Maluf
	Ciência Política
	Reinaldo Dias
	Teoria Geral da Política
	Norberto Bobbio
TRABALHO ESCRITO
	Tema: Os Partidos Políticos brasileiros são representativos?
OBS: há uma crise de representação.
OBS: entregar no dia da prova NP1.
INTRODUÇÃO À POLÍTICA
Ta Polítika = assuntos da cidade - Polis = cidade organizada
Uso generalizado e vago da palavra política: refere-se a toda modalidade de direção de grupos sociais que envolva poder, administração e organização.
Uso específico e mais preciso da palavra política.
O significado de governo, entendido como direção e administração do poder público soba forma de Estado. Estado e Governo.
O significado de atividade realizada por especialistas – os administradores – e profissionais – os políticos – pertencentes aos partidos que disputam o direito de governar.
O significado de conduta duvidosa, não confiável, secreta e cheia de interesses particulares contrários aos interesses gerais.
ESQUERDA e DIREITA
>>> Norberto Bobbio
Concepção Horizontal da Política
Concepção Horizontal da Política
	EXTREMO
	CENTRO MODERADO
	EXTREMO
Relação dos Governantes entre si.
Concepção Vertical da Política
Alto >>> Mando – Governantes
Baixo >>> Obediência – Governados.
Item II
A verdadeira disputa entre Direita e Esquerda repousa em atribuir maior estima à igualdade ou a diversidade (desigualdade).
Item III
Igualitários >>> são aqueles que, embora não ignorando que os homens são tão iguais quanto desiguais, apreciam de modo especial e consideram mais importante para a boa convivência aquilo que os une (as igualdades).
Inigualitários >>> são aqueles que, partindo do mesmo juízo de fato, apreciam e consideram mais importante para a boa convivência a diversidade (as desigualdades).
A Esquerda é igualitária, enquanto a Direita é inigualitária.
Espaço Intermediário
Um centro.
Um centro mais vizinho da esquerda ou centro esquerda.
Um centro mais vizinho da direita ou centro direita.
Uma esquerda extrema que se opõe ao centro.
Uma direita extrema que se opõe ao centro.
Os 05 Critérios de Reveli
>>> 1. Com base no tempo: progresso e conservação.
>>> 2. Com respeito ao espaço: igualdade e desigualdade.
>>> 3. Com respeito aos sujeitos: auto direção e hétero direção.
>>> 4. Com respeito à função: classes inferiores e classes superiores.
>>> 5. Com respeito ao modelo de desenvolvimento: Racionalismo e Irracionalismo.
OBS: PRINCÍPIO FUNDADOR: como princípio fundador a igualdade é o único critério que resiste à usura do tempo.
Critério
Critério para distinguir a ala moderada da ala extremista: liberdade / autoridade.
>>> 1. Extrema Esquerda: igualitária a autoritária.
>>> 2. Centro Esquerda: igualitária e libertária.
>>> 3. Centro Direita: inigualitária e libertária.
>>> 4. Extrema Direita: inigualitária e autoritária. 
	PESQUISA 
Entregar na próxima aula
O que seria a Esquerda e Direita
CONTINUAÇÃO DA AULA ANTERIOR:
SISTEMAS ELEITORAIS
SUFRÁGIO
É o meio pelo qual se manifesta a vontade do povo na formação do governo democrático. É o processo legal de escolhas das pessoas que irão representar o povo no exercício das funções eletivas.
FUNÇÃO DAS ELEIÇÕES
Produzir representação.
Produzi governo.
Produzir legitimidade.
TIPOS DE SUFRÁGIO
Universal, igualitário, direto, secreto, censitário.
Tipos de Voto: >>> protesto, útil, ideológico, partidário.
PRINCÍPIOS ELEITORAIS
Princípio da Maioria ou Majoritário: ganha quem fizer o maior número de votos.
Princípio da Proporcionalidade: é estabelecida uma proporção entre o número de vagas (deputados, etc), e o número de votos do partido.
SISTEMAS ELEITORAIS MAJORITÁRIOS
DISTRITAL
*** SP elege 70 Deputados Federais.
*** Divide o Estado em 70 distritos eleitorais.
*** Cada partido lança um candidato por distrito.
*** Ganha o que fizer o maior número de votos. 
DISTRITÃO
*** O Estado de SP e considerado um distritão.
*** Cada partido lança até 100 deputados.
*** SP elege 70 deputados federais.
*** São eleitos os 70 mais votados.
DISTRITAL MISTO
*** Metade dos 70 Deputados Federais de SP – 35 são eleitos pelo distrito e os outros 35 por lista partidária.
*** SP é dividido por 35 distritos. Cada partido lança um por distrito e os mais votados são eleitos.
*** O eleitor vota no deputado do distrito e no deputado da lista partidária.
SISTEMA PROPORCIONAL DE VOTAÇÃO
*** Cada partido pode lançar até 100 candidatos a Deputado Federal (SP).
*** Separa os votos brancos e nulos e chega aos votos válidos – 21 milhões SP, votos de candidatos e partidos.
*** Divide os votos válidos pelo número de cadeiras e chega ao quociente eleitoral, ou seja:
21.000.000 – 70 = 300.00 de quociente eleitoral.
*** Divide os votos do partido pelo quociente eleitoral, ou seja:
PMDB com 3 milhões de votos, ou seja:
3.000.000 – 350.000 = 10 cadeiras.
*** São eleitos os 10 mais votados do PMDB. E assim com os outros.
CONTINUAÇÃO DE AULA
POLÍTICA E PODER
É a questão atual da política
ARISTÓTELES – tipos de poder
Do pai sobre os filhos >>> poder paterno, governo patriarcal como forma de obrigação. Exemplo: decorre do fato do pai ter gerado aquele filho. A figura do pai é o chefe.
Do senhor sobre os escravos >>> poder despótico, forma de obrigação. Exemplo: capricho pessoal do governante que não segue regras.
Dos governantes sobre os governados >>> poder político, governo civil. Exemplo: como se estabelece um contrato entre governantes e governados.
CONTINUAÇÃO DE AULA
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO
I – Povo
Povo e o conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado.
É o Direito que determina se alguém faz ou não arte do povo. A nacionalidade é um vínculo jurídico.
Povo é o conjunto de nacionais de um Estado.
Dois critérios para se definir os nacionais de um Estado:
JUS SANGUINIS: filhos de pais nacionais é um nacional. Países que exportam população como por exemplo a Itália.
JUS SOLI: é aquele que nasce no território do Estado. Países que importam população coo por exemplo Brasil ou EUA.
Nação: é um conjunto de seres humanos, aglutinados em função de um elemento agregador que pode ser tanto histórico, cultural ou biológico.
Comunidade de Língua
Comunidade de Cultura
Comunidade Estável.
Cidadania – Direitos Políticos.
II – TERRITÓRIO
É a base física do Estado. É espaço no qual se circunscreve a validade da ordem jurídica estatal.
O território engloba
O supra solo – (espaço aéreo).
O subsolo – (mar territorial).
>>> Ano de 1944 em Chicago, EUA. Ocorre uma convenção sobre Aviação Civil Internacional em caráter de passagem inofensiva.
>>> Ano de 1982 – Ocorre uma convenção sobre o Direito do Mar.
>>> Limite do mar territorial: 12 milhas ou 19,3 kilometros.
>>> Limita da plataforma continental: 200 milhas ou 321,8 kilometros.
Fronteiras
Naturais – estabelecidas por acidentes geográficos.
Artificiais – fixadas por meio de tratados.
III – SOBERANIA
Super Omnia >>> Acima de tudo o poder máximo.
Jean Bodin >>> 06 livros da República – França em 1576
Soberania como poder absoluto e perpétuo de uma República.
Características:
Uma – Não há 02 soberanias.
Indivisível: Não se divide.
Inalienável: Não se transfere.
Imprescritível: Não tem prazo de duração.
CONTINUAÇÃO DA AULA ANTERIOR
Estado Liberal
LIBERALISMO
LIBERALISMO CLÁSSICO– 1680 – 1860
Escola Inglesa >>> Liberdade significa independência. Ausência de coerção.
Autores: Hobbes, Locke, Humr, Adam Smith, Bentam, Stuart Mill.
Escola Francesa >>> Liberdade é autonomia da personalidade e também uma auto-determinação. 
Autores: Bodin, Montesquieu, Rousseau, Benjamin Constant, Tocqueville.
Escola Alemã >>> Liberdade é realização pessoal, autotelia.
Autores: Kant, Hegel.
Elementos Comuns
Teoria dos Direitos Naturais
Constitucionalismo
Economia de Mercado
LIBERALISMO CONSERVADOR – 1860 – 1914
Inclinação contra a democracia. A única função do Estado é garantir a segurança dos cidadãos.
Autores: 
Bagehot – A Constituição Inglesa de 1867.
Spencer – O Homem vs Estado de 1884.
NOVO LIBERALISMO – 1914 – 1970
Propõe a intervenção do Estado para regular o mercado e diminuir as desigualdades sociais.
Autores: 
Kelsen – Teoria Geral do Direito e do Estado.
Keynes – O Fim do Laissez Faire – Salvar a Democracia Renovando o Capitalismo
Dewey – O Novo e o Velho Individualismo de 1930
NEOLIBERALISMO – 1970
Retorno ao Estado mínimo. 
Garantir segurança e validade dos contratos.
Autores: 
Hayek – A Teoria Pura do Capital de 1941 e Direito, Legislação e Liberdade de 1979.
Friedman – Capitalismo e Liberdade e Privatização, Desregulamentação e Terceirização.
DUPLO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO ESTADO LIBERAL
Emancipação do poder político do poder religioso (Estado Laico).
Emancipação do poder econômico do poder político (Livre Mercado).
O Liberalismo é a doutrina do Estado mínimo: o Estado é um mal necessário.
CONTINUAÇÃO DE AULA
ESTADO SOCIAL
SOCIALISMO
SOCIALISMO UTÓPICO
Thomas Morus – (1480 - 1535): “Uma Ilha: Utopia”.
Povo feliz e instituições governamentais sábias.
Saint Simon – (1760 - 1825): Fábrica Coletiva.
Organização racional da produção e livre associação dos homens.
Charles Fourrier – (1772 - 1837): Associação de Famílias.
Nos bens, no trabalho e no pequeno talento, em pequenas comunidades.
ANARQUISMO
Extinção do Estado.
Importância da ação do movimento, contra os partidos.
Proudhon – “O que é a propriedade? Ou a pesquisa sobre o princípio do direito e do governo”.
SOCIALISMO CIENTÍFICO
Método Dialético
Tese, antítese e síntese.
Tudo se relaciona.
Tudo se transforma.
Mudança de qualidade.
Motor da mudança: luta e unidade dos contrários.
Concepção Materialista
O mundo é matéria em movimento que se compõe e decompõe.
As condições materiais da vida determinam a consciência.
Objetivos
Fusão do socialismo com o movimento operário.
Importância da organização e do partido.
Sociedade e Direito
Base econômica: forças produtivas e relações de produção.
Estrutura econômica e superestrutura politica, jurídica e ideológica.
Socialização: trabalho cada vez mais social e apropriação privada do lucro.
Planejamento.
SOCIALISMO DEMOCRÁTICO ou SOCIAL DEMOCRACIA
Atingir o socialismo pela democracia.
Democracia Social: democratização do poder, da riqueza e do saber.
Sociedade mais igualitária.
SOCIALISMO SOVIÉTICO – 1917 – 1991.
Estatização.
Partido único.
Burocratização.
CONTINUAÇÃO DE AULA.
Partidos Políticos
Qual a diferença entre agrupamentos políticos e partidos políticos?
Partido político é um grupo organizado, legalmente formado, com base em formas voluntárias de participação numa associação orientada para ocupar o poder político.
Qual a origem dos partidos?
Sua primeira convenção critou o Partido Republicano Paulista (PRP). A maior parte dos partidos republicanos dirigiu os governos estaduais no período 1889 – 1930. De fato, a idéia de organizar e dividir os políticos em partidos se alastrou muito, no mundo todo, a parte da segunda metade do século XVIII, e, sobretudo, depois da Revolução Francesa e da independência dos Estados Unidos.
Quais são as organizações de base dos partidos?
Os partidos se organizam através de diretórios municipais e coligações. Vale ressaltar os diretórios estaduais e nacionais. Os partidos tem também o núcleo de base, organizado em empresas, bairros, escolas, etc. Tal medida visa expandir a força do partido, angariando mais afiliados que possivelmente acreditam em seus ideais.
Qual a função social dos partidos políticos?
É tentar gerar uma racionalidade política e ordenamento para a sociedade. Tem também a capacidade de mobilização das pessoas envolvidas, como por exemplo, em 1983 quando ainda vivíamos a ditadura militar, quando nasceu o movimento Diretas Já.
Qual a função institucional dos partidos políticos?
Operacionalizar o sistema político, fezendo-o “andar”. Nisto, temos as Assémbleias Legislativas, Câmara dos Deputados, Prefeituras, etc. Outra função é selecionar e recrutar a elite governante. 
Quais os sistemas partidários brasileiros?
É o conjunto de partidos. Pode haver o sistema de um partido apenas como Cuba e Rússia, ou seja, unipartidarismo, ou mais partidos, ou seja, o pluralismo político, como no caso do Brasil. 
CONTINUAÇÃO DE AULA ANTERIOR
FORMAS DE GOVERNO
ARISTÓTELES
Utilizava dois critérios para classificar as formas de governo:
Quantos governam e qual o número de governantes:
Um >>> Monarquia
Poucos >>> Oligarquia
Muitos >>> Democracia
OBS: Teoria das Formas de Governo de Norberto Bobbio
Governa para o bem da cidade: formas boas:
Um >>> Monarquia
Poucos >>> Aristocracia
Muitos >>> Poliarquia
B1. Governo para benefício próprio:
Um >>> Tirania
Poucos >>> Oligarquia
Muitos >>> Democracia
Ele não tem uma visão positiva da democracia.
MAQUIAVEL
Principados >>> Monarquia ou Tirania
República >>> Aristocrática ou Democrática
Critério: legitimação pelo resultado.
Teoria do Ciclo de Governo:
Da Monarquia à Tirania
Da Aristocracia à Oligarquia
Da Democracia à Anarquia
MONTESQUIEU
Critério: 
Governa de acordo com o espírito das leis: monarquia e república.
Governa de acordo com o arbítrio pessoal: despotismo.
*** Todo poder tendo ao abuso.
*** Só o poder controla o poder.
KELSEN
Critério:
O povo participa do processo de elaboração das normas, das leis: democracia.
O povo não participa do processo de elaboração das normas, das leis: autocracia.
CARACTERÍSTICAS
Monarquia
Vitaliciedade >>> governa enquanto vive.
Hereditariedade >>> vínculos de sangue.
Irresponsabilidade >>> não dá explicações ao povo. 
República
Temporariedade >>> mandato certo.
Eletividade >>> eleição pelo povo.
Responsabilidade >>> deve prestar contas ao povo.
	OUTRAS OBSERVAÇÕES
Constituição de Atenas
A Constituição dos Atenienses (em grego antigo, Ἀθηναίων πολιτεία, translit.Athēnaion politeia) é uma obra antiga, atribuída a Aristóteles e seus discípulos, que descreve o regime político de Atenas.
Escrita provavelmente entre 332 a.C. e 322 a.C., só se tornou mais conhecida, ainda que em fragmentos, no final do século XIX, quando foi encontrada, ainda em sua forma original, no Egito. O livro registra as várias formas e alterações constitucionais pelas quais passou a cidade de Atenas, por obra dos seus grandes legisladores, tais como Drácon, Sólon, Pisístrato, Clístenes e Péricles.
A obra também pode ser lida como uma história política da cidade.
Politéia
Politeia (do grego antigo: Πολιτεία ou Πολίτευμα, transl. Politeía ou Políteuma) era originalmente um termo usado na Grécia Antiga para se referir às muitas cidades-estado (pólis) que possuíam uma assembleia de cidadãos como parte de seu processo político.
O sufrágio em tais democracias não incluía mulheres, escravos, servos ou estrangeiros. Assim, os cidadãos votantes geralmente eram apenas uma minoria de homens adultos. Segundo o historiador Tucídides, a pólis são os homens. A ideia de um Estado separado dos cidadãos era inconcebível na antiga Atenas. Embora quase sempre traduzido como constituição, o significado do termo é bem mais amplo e complexo.
Hoje em dia o termo geralmente é usado em referência a organização política de um grupo ou uma sociedade frouxamente organizada, tal como uma tribo ou comunidade,mas pode significar qualquer grupo político, incluindo um governo, império, corporação ou academia. Também é usado como sinônimo de comunidade eclesiástica. 
A República de Platão tem o termo como seu título original em grego, com a versão que hoje conhecemos decorrendo de uma tradução do diálogo para o latim por Cícero.