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Aula de Direitos Humanos Luiz Antônio

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Curso de Direito
Semestre 02 – DIREITOS HUMANOS
PROFESSOR: LUIZ ANTÔNIO
Direitos Humanos 
O que é?
>>> Direitos Humanos são os direitos (obrigações), básicas de todos os seres humanos.
Os Direitos Humanos tem o conceito também ligado com a idéia de liberdade de pensamento, de expressão, e a igualdade perante a lei.
Para exercer a cidadania, os membros de uma sociedade devem usufruir dos direitos humanos, direitos tanto individuais, quanto no coletivo ou institucional.
Assim também cumprir os seus deveres, e o bem da sociedade.
A base desta aula será a CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
O maior direito do ser humano é justamente o DIREITO À DIGNIDADE HUMANA. Este inclusive, está até acima do próprio DIREITO À VIDA. 
Exemplo: uma pessoa em estado vegetativo, que depende de todos para as necessidades mais básicas.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
>>> É um conjunto de Normas Jurídicas. Estas normas são impositivas, e quando não obedecidas, o Estado determina uma sanção. 
Toda Norma Jurídica tem 3 coisas:
>>> uma hipótese – a determinação em forma da lei.
>>> um mandamento – idéia que surgiu de uma hipótese.
>>> uma sanção – punição prevista em lei vigente.
As Normas Jurídicas são do tipo COGENTE.
>>> COGENTE é aquela que constrange à quem se aplica, tornando seu cumprimento obrigatório de maneira coercitiva.
NORMAS JURÍDICAS – ORGANIZACIONAIS – por exemplo as Forças Armadas que defendem o território brasileiro.
NORMAS PRINCÍPIOS ELEMENTARES – dizem respeito ao cidadão e seus direitos.
São classificados como CLÁUSULAS PÉTREAS.
São dispositivos da Constituição que não podem ser revogados, não podem ter emenda, e nem podem ser restringidos.
>>> OBS: dentro de nossa CONSTITUIÇÃO, temos os SOBREPRINCÍPIOS, que nada mais são que os DIREITOS FUNDAMENTAIS, que visam dar razoabilidade à vários princípios.
As Cláusulas Pétreas, contam no Art. 60, §4 da Constituição Federal.
1ª CLÁSULA PÉTREA - Dentro disto há também a separação dos 03 Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário.
2ª CLÁSULA PÉTREA - Tem também a questão do FEDERALISMO, o contrário de ESTADO UNITÁRIO – a divisão do território brasileiro em Estados.
3ª CLÁSULA PÉTREA – O voto.
4ª CLÁSULA PÉTREA – Direitos e Garantias Individuais.
	ART. 60 - §4 da CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A Constituição poderá ser emendada mediante proposta.
§4 – Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir.
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal, e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.
DEFINIÇÕES SOBRE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
CAPUT >>> é um termo em latim que significa “cabeça”. Refere-se à cabeça do artigo de lei quando este contiver incisos e/ou parágrafos. É a parte inicial, ou seja, o enunciado primordial do artigo.
ARTIGO >>> cada artigo enuncia uma regra geral sobre um determinado assunto. É precedido de um algarismo arábico. Cada uma das divisões, respectivamente numeradas em ordem, de uma lei, decreto, código, capítulos das réplicas, solicitações e outros documentos forenses.
INCISO >>> subdivisão de um artigo ou de um parágrafo. É precedido de um algarismo romano.
ALÍNEA >>> constitui uma subdivisão de inciso, empregada quando este contém uma numeração ou discriminação extensa. A alínea é precedida de uma letra minúscula. 
PARÁGRAFO (§) >>> serve para detalhar o assunto tratado naquele artigo. Se tem um único parágrafo, não se usa o símbolo §, mas escreve-se por extenso, a expressão PARÁGRAFO ÚNICO.
ITEM >>> cada uma das partes em que se divide um artigo de lei, um documento, etc.
Pesquisar:
>>> Cotas Afirmativas <<< 
>>> Cotas Para Índios <<<
>>> Cotas Para Mulheres <<<
>>> Cotas Para Afro-Descendentes <<<
>>> Cotas Para Deficientes Físicos <<< 
>>> Cotas Raciais Para Afro-Descendentes <<<
Objetivo do Trabalho: 
Próxima Aula na segunda feira.
Defender o programa de Cotas Raciais. Deveremos nos mostrar a favor, nos embasando apenas no que está na lei vigente na Constituição Federal.
OBS: o intuito é promover o debate e o raciocínio jurídico dos grupos envolvidos.
Artigos 3º, 4º e 5º da CF.
GERAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS E COMO EVOLUÍRAM
Direitos Humanos de 1ª Geração: são os direitos individuais.
Direitos Humanos de 2ª Geração:
Direitos Humanos de 3ª Geração:
Direitos Humanos de 4ª Geração: 
DIREITOS SOCIAIS: aqueles que surgiram para melhorar e colaborar com a sociedade.
CONTINUAÇÃO DA AULA ANTERIOR
O Art. 1º da CF nos dá uma noção elementar para o conhecimento dos Direitos Humanos. 
>>> A universalidade dos Direitos Humanos Fundamentais. 
Ela diz assim: 
A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania – o poder de impor e fazer valer sua autoridade moral, jurídica, ou política. É o poder de dispor sobre sua própria vida, o próprio destino, à própria sorte.
II – a cidadania – Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país. A cidadania também pode ser definida como a condição do cidadão, indivíduo que vive de acordo com um conjunto de estatutos pertencentes a uma comunidade politicamente e socialmente articulada.
III – a dignidade da pessoa humana - Os seres humanos optam voluntariamente por viver em grupos e constituem sobre si Estados cuja função é ordenar a convivência coletiva e pacificar os litígios. Conforme as coletividades evoluem, direitos são reconhecidos e criados, e a complexidade das relações cresce exponencialmente. Dentre os direitos essenciais está a dignidade da pessoa humana, um valor fundamental constitucional que norteia todas as atividades realizadas nos âmbitos nacional e internacional e sem o qual a convivência em coletividade se tornaria inviável. Até o presente momento inúmeros autores buscaram identificar o que seria a dignidade da pessoa humana, entretanto, todos se limitaram a uma identificação externa, baseada em exemplos - deveras insuficiente, razão pela qual muitos dizem que o referido do instituto não teria como possuir uma definição adequada. Deste modo, o presente estudo qualitativo foi realizado através do método dedutivo, tendo sido utilizada a revisão bibliográfica de normas vigentes, livros e ensaios correlatos, cujo objetivo é formar uma definição mais completa e adequada sobre o que seria o princípio da dignidade da pessoa humana.
DIGNIDADE = um valor que não ofende um direito natural, como por exemplo, algum pedinte que come lixo para se manter vivo. Isto ofende um direito natural. 
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa – Está previsto como fundamento da República Federativa do Brasil e os fundamentos são princípios estruturantes, ou seja, são os pilares que sustentam toda a constituição (no sentido normal e não jurídico) do Estado brasileiro.
No caso dos valores sociais e da livre iniciativa se começa a perceber a democracia social, embora o nosso texto constitucional seja um texto com abertura capitalista como sistema de produção, a Constituição não esquece de valorar o lado social, mormente do trabalhador, trabalhador subordinado e o autônomo porque o trabalho dignifica a pessoa e a insere no conceito de cidadão, participativo do crescimento do Estado e da sociedade.
No entanto, nossa Constituição também se preocupa com a livre iniciativa, ou seja, também se fundamenta no sentido de que o empregador, enquanto empreendedor do crescimento do país merece valorização, reporto o leitor para o art. 170 e ss (seguintes), além do estudo do capítulo referente aos Princípios Gerais da Ordem Econômica.
Por último alerto o leitor que aqui começa a colisão dos princípios, posto que em tese, o valor do trabalho poderia ser colidente com o valor da livre iniciativa, no entanto, cabe ao intérprete e ao aplicador do direito conciliar e em casos concretosbuscar aquele valor que melhor se adapta ao bem comum e atende ao princípio da dignidade da pessoa humana. Neste sentido o STF já decidiu que a livre iniciativa não pode ser invocada para afastar regras de regulamentação do mercado e de defesa do consumidor e também não obsta que o Estado faça política de controle (tabelamento) de preços para proteger a livre concorrência, a defesa do consumidor e a redução das desigualdades sociais, tudo em conformidade com os ditames da justiça social. Veja esse julgado da nossa Suprema Corte:
ADIn 1.950 (STF): "É certo que a ordem econômica na Constituição de 1.988 define opção por um sistema no qual joga um papel primordial a livre iniciativa. Essa circunstância não legitima, no entanto, a assertiva de que o Estado só intervirá na economia em situações excepcionais. Mais do que simples instrumento de governo, a nossa Constituição enuncia diretrizes, programas e fins a serem realizados pelo Estado e pela sociedade. Postula um plano de ação global normativo para o Estado e para a sociedade, informado pelos preceitos veiculados pelos seus artigos 1º, 3º e 170. A livre iniciativa é expressão de liberdade titulada não apenas pela empresa, mas também pelo trabalho. Por isso a Constituição, ao contemplá-la, cogita também da ‘iniciativa do Estado’; não a privilegia, portanto, como bem pertinente apenas à empresa. Se de um lado a Constituição assegura a livre iniciativa, de outro determina ao Estado a adoção de todas as providências tendentes a garantir o efetivo exercício do direito à educação, à cultura e ao desporto [artigos 23, inciso V, 205, 208, 215 e 217, § 3º, da Constituição]. Na composição entre esses princípios e regras há de ser preservado o interesse da coletividade, interesse público primário. O direito ao acesso à cultura, ao esporte e ao lazer, são meios de complementar a formação dos estudantes." (ADI 1.950, Rel. Min. Eros Grau, DJ 02/06/06). No mesmo sentido: ADI 3.512, DJ 23/06/06.
V – o pluralismo político - é a possível e garantida existência de várias opiniões e idéias com o respeito por cada uma delas. O pluralismo político, como base do Estado democrático de direito, aponta o reconhecimento de que a sociedade é formada por vários grupos.
OBSERVAÇÃO:
DEFINIÇÃO DE “REPÚBLICA”
RES = bem ou coisa
PÚBLICA = do povo
No entanto, não somos apenas uma República, mas sim uma República Federativa, ou seja, a união de vários Estados que formam um país.
A SOBERANIA por exemplo, tem muito a ver com a OMC – Organização Mundial do Comércio. Por exemplo, no governo Collor quando este decidiu abrir a importações de veículos para o Brasil. 
TPI – Tribunal Penal Internacional >>> se algum país cometer algum crime que fere os Direitos Humanos (genocídio por exemplo), o Presidente daquele país, pode ser preso por crimes contra a humanidade. 
PESQUISAR:
PRINCÍPIO DE TERRITORIALIDADE
>>> Art. 5°, CP: "aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional".
O artigo referido dispõe a regra da territorialidade.
O que se entende por "território nacional" ?
Em sentido jurídico, é: âmbito espacial sujeito ao poder soberano do Estado.
Em sentido efetivo ou real, são: superfície terrestre (solo e subsolo), águas territoriais (fluviais, lacustres e marítimas) e espaço aéreo correspondente.
Princípio da territorialidade: a lei penal só tem aplicação no território do Estado que a editou, pouco importando a nacionalidade do sujeito ativo ou passivo.
No Brasil não se adotou uma teoria absoluta da territorialidade, mas sim uma teoria conhecida como territorialidade temperada, haja vista que o Estado, mesmo sendo soberano, em determinadas situações, pode abrir mão da aplicação de sua legislação em virtude de convenções, tratados e regras de direito internacional, tal como dispõe o 'caput' do artigo referido.
Obs: §1° e 2° do art. 5°, CP.
PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE
>>> Ao contrário do princípio da territorialidade, cuja regra é a aplicação da lei brasileira àqueles que praticarem infrações penais dentro do território nacional, incluídos aqui os casos considerados fictamente como sua extensão, o princípio da extraterritorialidade preocupa-se com a aplicação da lei brasileira às infrações penais cometidas além de nossas fronteiras, em países estrangeiros.
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA.
>>> É a possibilidade de aplicação da lei brasileira a fatos ocorridos no estrangeiro, sem que, para tanto, seja necessário o concurso de qualquer condição.
Hipóteses: art. 7°, inciso I do CP.
Em qualquer das hipóteses elencadas no art. 7°, inciso I do CP, o agente será punido segundo a lei penal brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. Em caso de condenação, aplica-se o art. 8° do CP, o que evita o bis in idem (ser o agente punido duas vezes pelo mesmo fato).
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA
>>> As condições para a aplicação da lei penal brasileira nos casos do art. 7°, inciso II estão no §2° do mesmo artigo.
Obs: art. 7°, §3° revela o princípio da defesa ou da personalidade passiva.
Princípios quer servem de fundamento para os Direitos Humanos
>>> Historicidade: os direitos humanos que se modificam e crescem de acordo com a história, ou seja, são evolutivos. Um dos primeiros direitos do homem, foi o direito a propriedade, à liberdade, de ir e vir, de habeas corpus (tenha o seu corpo), etc. Em resumo, uma evolução histórica dos Direitos Humanos. A evolução histórica dos Direitos Humanos, ocorre através de costumes, uso, etc.
Na Inglaterra por exemplo, não há a existência de um Constituição escrita. No entanto, existem leis que são embasadas através de uso e costumes, pelo uso da jurisprudência.
Outra forma de evolução histórica dos Direitos Humanos é a CONSTITUCIONALIZAÇÃO, ou seja, trazer para o corpo de uma Constituição já formada. Isto pode ocorrer por emendas ou pela própria jurisprudência (interpretação conforme).
ESCRITORES SOBRE DIREITOS HUMANOS
>>> Fábio Konder Comparato
>>> Flávia Piovesan
CONTINUAÇÃO DA AULA ANTERIOR
DIREITOS HUMANOS – CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
Característiscas dos Direitos Humanos
>>> Historicidade:
	Os Direitos Humanos evoluem na sequencia da história da humanidade e no decorrer da história, mesmo que nenhuma lei ou legislação seja alterada.
Exemplo: Lei do Anencéfalo, Lei de Cotas Raciais, União Homo Afetiva. Foram criadas sem alteração da CF. Costuma-se fazer isso através da exegese, ou seja, através da interpretação.
>>> Concorrência:
	Os Direitos Humanos concorrem entre si, ou seja, disputam no sentido de um ser contraponto do outro. Eles concorrem, mas prevalece aquele que tem mais peso.
Exemplo: o direito à vida, à dignidade humana, porém a dignidade humana está acima de qualquer princípio. Questão de princípio e sobreprincípio (princípio maior, acima do princípio). Cada direito humano, está inserido em um princípio ou fundamento, que é o que dá embasamento ao próprio direito ou princípio.
>>> Indisponibilidade:
	Os Direitos Humanos são indisponíveis.
Exemplo: pedir $100,00 emprestado à alguém e na hora de devolver, este mesmo alguém simplesmente não querer receber. Direito daquele cidadão. Outro exemplo é estar devendo os mesmos $100,00 de IPTU e o Prefeito da Cidade, resolver por conta própria isentar este ou aquele do pagamento. Neste caso, ele não pode fazer isso, por se tratar de um bem público.
Direito Indisponível: não há como tirar isto da pessoa humana.
Direito Disponível: há possibilidade de se retirar
>>> Inalienabilidade:
	É um direito que não pode ser negociado, pois nenhum cidadão poderá fazê-lo. 
>>> Irrenunciabilidade:
	A detentora daquele direito não pode simplesmente renunciá-lo.
>>> Imprescritibilidade:
	É o direito de se peticionar meu próprio direito em juízo. Porém, para exercer isto, tem-se um prazo. O Direito de Ação faz parte dos Direitos Humanos (Art. 5º CF). Quando um direito prescreve,este não acaba, porém não há instrumentos para que se requeira isto, pois seu prazo chegou ao fim. É diferente da Decadência do Direito. Neste caso sim, o Direito acabou, ou seja, decaiu. 
Exemplo de Decadência do Direito: uma instituição tem 05 anos para cobrar uma determinada dívida e não o faz. Passado este prazo, não caberá mais nenhum pedido para isso.
>>> Indivisibilidade:
	É um só, não podendo ser dividido. São unos em sua totalidade.
>>> Interdependência:
	Pode-se encontrar um direito que dialoga com outro. Um direito que depende do outro para existir.
Exemplo: o direito à inviolabilidade de correspondência. Este está ligado ao direito ao sigilo. Um outro exemplo é o direito de ir e vir (Habeas Corpus), que é um direito individual.
>>> Complementariedade:
	Um direito complementa o outro. Por exemplo, o direito à vida, saúde, lazer, alimentação, etc
>>> Universalidade:
	Os Direitos Humanos valem em todos os lugares. Existe aqui uma discussão doutrinária, pois embora a Convenção de Genebra diga que os Direitos Humanos são universais, há quem discorde devido os usos e costumes. Há quem diga que a universalidade é relativa, ou seja, não é absoluta.
Exemplo: uma regra moral que vale aqui no Brasil, pode não valer em outro país. Diz-se inclusive que isto está ligado ao Cristianismo. Este princípio tem variação entre os locais onde são aplicados.
>>> Limitabilidade:
	Existem restrições nos Direitos Humanos. O Art. 5º da CF, estabelece a garantia dos direitos fundamentais. É um conjunto de normas jurídicas constitucionais. Determina normas, direitos e garantias. Porém, existe a Classificação das Normas Constitucionais Quanto à sua Eficácia.
Temos Normas Constitucionais de eficácia plena, contida e limitada.
Normas Constitucionais de Eficácia Plena >>> são irrestringíveis. São irregulamentáveis. São normas auto aplicáveis, ou seja, aplicam-se automaticamente. 
Normas Constitucionais de Eficácia Contida >>> são normas auto aplicáveis, porém, admitem limitação do legislador. 
Normas Constitucionais de Eficácia Limitada >>> são as não auto aplicáveis, e seu conteúdo só prevalece se houver uma lei.
As Normas Constitucionais de Eficácia Plena e Contida, estabelecem direitos e garantias constitucionais.
Exemplo: o legislador pode regrar o direito dentro da eficácia contida, porém não poderá fazê-lo dentro da eficácia plena.
O Art. 5º, VI, da CF, diz que é livre a consciência e pleno exercício de crença religiosa.
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS QUANTO ÀS GERAÇÕES – (CRIAÇÃO)
>>> A Constituição Federal pode ser:
Outorgada >>> quando se impõe.
Promulgada >>> quando se tem uma assembleia nacional constituinte.
>>> Direitos Humanos de 1ª Geração <<<
	Foram os elementares a serem criados. Os Direitos Naturais, Bíblicos. 
O mandamento que diz “não matarás”, garante a vida, um direito fundamental. Eles começaram a ser normatizados com base nos Direitos Fundamentais ou Individuais. São os direitos basilares de todos os outros direitos. 
O primeiro direito fundamental é o direito à vida. Em cima disto, temos seus desdobramentos, como o direito de propriedade, direito de ir e vir, direito à inviolabilidade do domicílio, de sigilo de correspondência, de crença, etc. São direitos inerentes à própria pessoa cujo Estado não pode interferir. Surgiram por exemplo com a Lei João Sem Terra e também com a Revolução Francesa.
>>> Direitos Humanos de 2ª Geração <<<
	São os direitos transindividuais, ou seja, vai além do próprio indivíduo. São os chamados Direitos Sociais. Neste caso, o Estado era o maior interventor, como por exemplo a Constituição Alemã (Weimar) de 1919. Está é até hoje referência de uma Constituição com foco social. Os Direitos Individuais estão previstos, mas o foco é o Estado operando em prol do indivíduo. Temos a Constituição Mexicana de 1917, que passou a ser exemplo de Constituições Mistas, com direitos sociais e individuais. Aqui, já vemos direitos como: direito à saúde, segurança, moradia, etc, com participação ativa do Estado. A Constituição Federal de 1937, já inseria os Direitos Humanos de 2ª Geração através do ex-Presidente Getúlio Vargas. Porém, vale ressaltar que essa Constituição de 1937, suprimia os Direitos Humanos de 1ª Geração.
>>> Direitos Humanos de 3ª Geração <<<
	Referem-se aos direitos da sociedade, mas vale ressaltar que não se trata de direitos sociais. Conhecidos como direitos difusos, ou coletivos, ou seja, que se estendem à sociedade como um todo. 
Exemplo: direito à moradia, transporte, segurança. São direitos da sociedade
>>> Direitos Humanos de 4ª Geração <<<
	São direitos modernos, como por exemplo o acesso à informática, à informação, à globalização, ao livre trânsito entre países, etc. Não são direitos universais.
>>> Direitos Humanos de 5ª Geração <<<
	Temos aqui os Direitos Transcendentais, ou seja, Direitos Ideais.
Exemplo: Art. 4º da CF.
>>> A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios (ideais):
VI. defesa da paz
VII. solução pacífica dos conflitos.
Conhecido como Direitos Programático.
Exemplo: Art. 3º da CF.
>>> Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
Construir uma sociedade livre, justa e solidária.
Erradicar a pobreza.
CONTINUAÇÃO DE AULA
<<< Art. 5º da CF - Estabelece Direitos e Garantias Fundamentais >>>
>>> Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Direito = é o bem que pode ser usufruído, pois a lei não proíbe, não veda.
Garantia = proteção do Estado para que tal direito não seja transgredido.
Exemplo: existe o direito e a garantia de pleno acesso ao Poder Judiciário. 
Art. 5º CF
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade, nos termos seguintes:
OBS: quando a lei diz que somos todos iguais perante a lei, ela diz que não se pode prejudicar um, em favorecimento de outro e vice-versa.
Toda lei deve ser impessoal e genérica, ou seja, uma lei não pode ser feita para um único indivíduo e deve alcançar gêneros dentro de seu contexto, sem especificação.
O Princípio da Igualdade visa evitar que a lei seja pessoal. 
	LIVRO:
DO CONTEÚDO JURÍDICO DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE
AUTOR: Celso Antônio Bandeira de Melo
Editora: Malheiros
CONTINUAÇÃO DE AULA
Art. 5º da CF
Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País o inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. OBS: crime imprescritível. Se for menor de idade, não há crime porque o menor de idade é inimputável de acordo com a lei. A tortura física pode ser provada por exame de corpo de delito, enquanto a psicológica pode ser provadas por meios de laudos expedidos por médicos especializados. Há 03 coisas:
>>> Tortura: física ou psicológica.
>>> Tratamento Desumano: trabalho escravo, alimentar de restos, dormir em ambientes insalubres, etc.
>>> Tratamento Degradante: tratamento que humilha a pessoa, que inferioriza pela cor, sexo, raça, posição social, etc.
Estes itens ferem o PRINCÍPIO DA DIGNDADE HUMANA.
É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. Nenhuma lei pode impedir uma pessoa de expor seu pensamento, seja qual for a natureza dele. Porém, a fonte, deve ser identificada.
É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem.
É inviolávela liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de cultos e suas liturgias. OBS: pode-se cultuar o que se bem entende, e o Estado deve garantir a proteção do local destinado aos cultos, etc.
É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. 
Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.
São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
É livre o exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
É assegurado à todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte quando necessário ao sigilo profissional.
É livre a locomoção no território nacional em tempos de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
OBS: neste Inciso II, temos o Princípio da Estrita Legalidade ou Reserva Legal e também o Princípio da Legalidade (Art. 5º, Inciso XXXIX da CF – Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal).
No Princípio da Estrita Legalidade, apenas a lei pode fazer algo, e não pode ser algo infra-legal, ou seja, abaixo da lei.
Temos o Princípio da Legalidade dentro da Sociedade e também dentro do Poder Público.
Na SOCIEDADE é o que está na CF.
No PODER PÚBLICO ele só pode fazer o que a lei lhe permite fazer.
Os 05 principios da Administração Pública – L.I.M.P.E.
>>> Legalidade
>>> Impessoalidade
>>> Moralidade
>>> Publicidade
>>> Eficiência
Esquema de Entendimento
Constituição Federal >>> lei fundamental de um Estado ou País, que contém normas sobre a formação dos poderes públicos, direitos e deveres dos cidadão, etc, 
Emenda Constitucional >>> projeto de lei que altera um dispositivo incluído na CF. Pode ser proposta por 1/3 dos membros da Câmara ou do Senado, pelo Presidente da República ou por mais da metade das Assembléias Legislativas estaduais. A EC é aprovada apenas se obtiver três quintos (60%) dos votos em cada uma das Casas (Senado e Câmara dos Deputados), em dois turnos de votação.
Leis >>> Podem ser complementares ou ordinárias.
Lei Complementar – lei criada para complementar as normas constitucionais.
Lei Ordinária – 
Podem ser criadas de duas formas: MATERIAL ou FORMAL.
As leis geram direitos e obrigações.
Decretos >>> Decisão de uma autoridade superior, com força de lei, para disciplinar um fato ou uma situação. Só existe quando uma lei pede um decreto. Serve para regulamentar uma lei.
Existe o Decreto Executivo e Decreto Legislativo.
Decreto Legislativo – Feito pelo Poder Legislativo. Serve para disciplinar matérias e assuntos internos do próprio Poder Legislativo.
Decreto Executivo – Ato do Poder Executivo que estabelece regras de caráter geral de competências do Poder Legislativo. Ele dá as minúcias da lei em vigor.
Conforme Art. 59 da CF.
Art. 59 – CF
Seção VIII – Do Processo Legislativo
Subseção I – Disposição Geral
Art. 59 >>> O Processo legislativo compreende a elaboração de:
Emendas à Constituição.
Leis complementares.
Leis ordinárias.
Leis delegadas.
Medidas provisórias.
Decretos legislativos.
Resoluções.
Parágrafo Único >>> Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
4º BIMESTRE
CONTINUAÇÃO DA AULA ANTERIOR
Art. 5º da CF.
Inciso XVI – trata do direito de reunião a manifestação pública, independentemente e prévia licença, ou seja, para ser ter uma reunião/manifestação não é necessário uma autorização ou alvará.
O ALVARÁ (LICENÇA) diz respeito ao chamado Poder de Polícia, ou seja, a anuência ou concordância do poder público para que alguém pratique uma atividade ou dela se abstenha. Pode existir o Alvará Positivo ou Alvará Negativo. 
A licença decorre do poder vinculado do Estado.
Alvará Positivo – o governo dá a devida autorização, como por exemplo, construir uma casa.
Alvará Negativo – A lei determina que se faça, mas o poder público autoriza a não fazer, como por exemplo, a lei diz que as farmácias deveriam funcionar todos os dias, salvo alvará que diz para não fazer isso aos domingos.
Alvará de Licença >>> poder vinculado ao Estado. Tal licença só é emitida, se estiver em conformidade com a lei vigente. Se o Estado nega autorização de forma ilegal, cabe neste caso, o Mandado de Segurança. 
Alvará de Autorização >>> poder discricionário do Estado. Este tem a liberdade de dar ou não uma autorização. Ela é facultativa. Aqui a lei não estabelece requisitos. Prevalece a conveniência e oportunidade. 
OBS >>> A licença se perdura, enquanto a autorização é algo momentâneo.
Inciso XVII e XVIII >>> aqui pode-se criar qualquer tipo de associação, desde que não seja algo paramilitar (milícia). 
Inciso XIX >>> dissolução ou suspensão de uma associação, através da vontade dos próprios associados ou por forma compulsória, como por exemplo, de forma obrigatória. Isto somente ocorre por meio judicial, se houver o trânsito em julgado, ou seja, uma decisão definitiva do Poder Judiciário. 
Inciso XX >>> liberdade de fazer ou não parte de uma associação ou sindicato. 
Inciso XXI >>> as entidades associativas tem legitimidade processual com seus associados, e podem litigar judicialmente ou administrativamente seus associados, desde que autorizadas. 
Inciso XXII >>> propriedade de bens adquiridos de forma legítima, por meio de compra e venda, herança, sucessão, uso capião... 
Inciso XXIII >>> (Art. 182) relacionado ao inciso anterior, porém com ressalvas, pois é necessário cumprir sua função social, ou seja, quando ele é utilizado, não é edificado, ou é subutilizado. Verificar Lei 10257 – Estatuto da Cidade.
Inciso XXIV – relacionado com o inciso anterior. 
Verificar o Estatuto da Terra
PESQUISAR - Formas de Desapropriação de Bens
CONTINUAÇÃO DE AULA
Constituição Federal 
Art. 5º
Inciso I ao XXXVI – explicado na íntegra.
Verificar definições de:
>>> Outorga Uxsória
Para ser eficaz, a fiança prestada por um dos cônjuges deve ter o consentimento expresso (escrito) do outro cônjuge. A outorga uxória é utilizada como forma de impedir a dilapidação do patrimônio do casal por um dos cônjuges. Por isso, a fiança prestada sem a anuência do cônjuge do fiador é nula.
>>> Ato Jurídico Perfeito
O 'ato jurídico perfeito' é aquele já realizado, acabado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou, pois já satisfez todos os requisitos formais para gerar a plenitude dos seus efeitos, tornando-se portanto completo ou aperfeiçoado.
>>> Direito Adquirido
É um direito fundamental, alcançado constitucionalmente, sendo encontrando no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, bem como na Lei de Introdução ao Código Civil, em seu art. 6º,§ 2º.
>>> Contencioso Administrativo
De modo geral, o Contencioso Administrativo é o sistema que busca solucionar conflitos de ordem administrativa – de recursos humanos a receitas e tributos; enquanto que o Contencioso Civil abrange a maioria dos problemas da vidacotidiana, como contestações ligadas a violações de contratos.
>>> Princípio da Irretroabilidade da Norma Jurídica
A validade indica que a norma pertence ao ordenamento jurídico, pois foi criada por autoridade competente, veiculada por instrumento adequado e relaciona-se de modo coerente com as demais normas jurídicas superiores. A vigência indica que a norma pode, em tese, produzir efeitos.

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