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NEUROANATOMIA SOROCABA 2017 RESUMO O tronco encefálico que é dividido em mesencéfalo, ponte e bulbo, possui acúmulos de corpos de neurônios, que por estarem no sistema nervoso central são denominados como núcleos; agrupamento desses núcleos formam estruturas como os fascículos, e os tractos. É possível encontrar também, o IV ventrículo, que tem a principal função do mecanismo do sono. Possui um total de doze pares de nervos cranianos, e destes, dez se originam no tronco encefálico. Sendo exceção somente o nervo olfatório e o nervo óptico. O bulbo tem como função de controlar funções vitais, o mesencéfalo é por onde passa todos os estímulos que saem e vão para o cérebro, além de conter diversas estruturas que controlam a postura e ativação do córtex cerebral, e a ponte, a transmissão desses impulsos. A medula espinal, apresenta duas sustâncias, substância cinzenta que interpreta o impulso nervoso e a substância branca, que transmite os impulsos pelas suas vias Trabalho apresentado à disciplina de APS, como instrumento parcial de nota, sob a orientação do professor Paulo. Universidade Paulista – UNIP. 2 aferentes que são de sensibilidade e eferentes, motoras, em caso de movimento arco reflexo. Cerebelo é dividido por núcleos cerebelares, sendo eles os núcleos fastigial, globo- so, emboliforme e denteado. Há também uma formação de três lobos: floculo- nodular, anterior e posterior. O cerebelo possui diversas funções, entre elas, o principal é o equilíbrio do tônus muscular. Diencéfalo é dividido por tálamo, hipotálamo, epitálamo, sub-tálamo, as principais funções dessas estruturas são: controle de vias motoras, sensoriais, temperatura, comportamentais, entre outros; além de ter o III ventrículo que realiza três ligações, a primeira na terminação caudal até o aqueduto cerebral, os dois forames ventricu- lares na terminação anterior se comunicam com os ventrículos laterais. SOROCABA 2017 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................06 2. DESENVOLVIMENTO.........................................................................................07 2.1 TROCO ENCEFÁLICO......................................................................................07 2.1.1 BULBO...........................................................................................................07 2.1.2 PONTE............................................................................................................09 2.1.3 MESENCÉFALO.............................................................................................10 2.1.4 IV VENTRÍCULO.............................................................................................11 2.2 MEDULA ESPINAL...........................................................................................13 2.2.1 H MEDULAR...................................................................................................14 2.2.2 SUBSTÂNCIA BRANCA................................................................................15 2.3 ANESTESIAS E PATOLOGIAS NA MEDULA ESPINAL.................................17 3 2.4 PATOLOGIAS MEDULARES............................................................................18 2.4 ESTRUTURAS E FUNÇÕES DO CEREBELO.................................................18 2.4.1 GENERALIDADES.........................................................................................18 2.4.2 ASPECTOS FUNCIONAIS.............................................................................20 2.4.3 CONTROLE DO TÔNUS MUSCULAR...........................................................22 2.4.4 CONTROLE DOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS.......................................23 2.4.5 APRENDIZAGEM MOTORA..........................................................................24 2.4.6 CORRELAÇÕES ANATÔMICAS...................................................................25 2.4.7 CONEXÕES INTRÍNSECAS DO CEREBELO...............................................26 2.4.8 CONEXÕES EXTRÍNSECAS DO CEREBELO..............................................27 2.5 ESTRUTURAS DO DIENCÉFALO....................................................................28 2.5.1 TÁLAMO.........................................................................................................28 2.5.2 HIPOTÁLAMO................................................................................................29 2.5.3 EPITÁLAMO...................................................................................................29 2.5.4 SUBTÁLAMO.................................................................................................30 2.6 III VENTRÍCULO ...............................................................................................30 3 CONCLUSÃO ......................................................................................................32 4 REFERÊNCIAS.....................................................................................................33 4 INTRODUÇÃO O Sistema Nervoso. Apenas mencioná-lo, desperta o interesse comum. É de conhecimento de todos a complexidade e ao mesmo tempo a fascinação que o tema desperta. O modo como estruturas anatomicamente pequenas desempenham tarefas gigantescas como o controle total do indivíduo, merece com certeza desta- que no aprendizado. Sendo assim, abordaremos a seguir algumas das inúmeras estruturas do Encéfalo. A medula espinhal, o Tronco encefálico, o cerebelo e o diencéfalo. Essas estruturas, são divididas em partes ainda menores para facilitar o entendi- mento e esclarecer a função de cada uma. Temos como exemplo o tronco encefáli- co. Que é dividido em 3 partes. Elas recebem o nome de Bulbo, ponte e mesencé- falo tendo cada uma suas peculiaridades e funções diferentes. O Bulbo, localizado na região caudal do tronco encefálico faz conexão direta com medula espinhal, possibilitando assim a troca de informações entre ambos. Na medula espinhal. Veremos estruturas como as substâncias branca e cinzenta, H medular e meninges, que protegem a medula. 5 O Cerebelo assim como as demais estruturas tem grande importância, tendo em vista que o equilíbrio, a postura e a coordenação motora, são tarefas de sua função. Por último, porém não menos importante, abordaremos o diencéfalo. Assim como o tronco encefálico, o diencéfalo também é divido em partes, que recebem o nome de Tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. Tendo cada um, sua respec- tiva função, que vão desde controle do sistema nervoso autônomo a funções moto- ras. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 TRONCO ENCEFÁLICO Superiormente à medula espinal, e inferiormente ao diencéfalo, está locali- zada a estrutura denominado tronco encefálico. Ele é dividido em três regiões. A porção cranial do tronco recebe o nome de me- sencéfalo, a região média, é chamada de ponte, e a caudal de bulbo ou medula oblonga. O tronco encefálico possui acúmulos de corpos de neurônios, que por estarem no sistema nervoso central são denominados como núcleos. O agrupamento desses núcleos formam estruturas como os fascículos, e os trac- tos. Os núcleos são de relevante importância tendo em vista que na constituição dos nervos cranianos, as fibras nervosas são recebidas ou emitidas por eles. 6 Possuímos um total de doze pares de nervos cranianos, e destes, dez se originam no tronco encefálico. Sendo exceção somente o nervo olfatório e o nervo óptico. 2.1.1 BULBOComo já dito anteriormente o bulbo está localizado na região caudal do tron- co encefálico, e se conecta com a medula espinal recebendo também o nome de medula oblonga. O Forame Magno delimita a divisão entre o bulbo e a medula espinal, visto que não há uma estrutura de demarcação nítida. Já na região superior do bulbo, podemos observar uma estrutura de delimi- tação, chamada de sulco bulbo-pontino, e como o nome sugere delimita o bulbo da região ventral da ponte. As regiões ventral, lateral e posterior, são delimitadas por sulcos. Na vista ventral, podemos observar a fissura mediana anterior e um feixe compacto de fi- bras nervosas em cada lado da fissura. Esses feixes são chamados de pirâmides, estas formam o tracto das pirâmides, que liga a parte motora do cérebro, aos neu- rônios motores situados na medula, o que justifica o sentido descendentes das fi- bras nervosas, que na altura da região caudal do bulbo seguem em sentido oblíquo à fissura mediana anterior, formando a região chamada de decussação das pirâmi- des. Seguindo na região lateral do bulbo, podemos observar uma protuberância de massa cinzenta, situada mais precisamente entre os sulcos laterais anterior e posterior, essa protuberância recebe o nome de Oliva. O canal central medular continua no bulbo na metade caudal, se abrindo pa- ra formar o IV ventrículo, que será detalhado mais à frente. Na região posterior ou dorsal pode-se observar o sulco intermédio posterior entre os fascículos grácil e cuneiforme, que continuam do funículo posterior da medula para o bulbo, esses fascículos possuem núcleos que levam o nome dos fascículos em que se encon- tram. Podemos observar também que cada núcleo possui um tubérculo, sendo, 7 tubérculo do núcleo grácil e tubérculo do núcleo cuneiforme, na região medial e lateral respectivamente. As fibras dos fascículos são ascendentes e os tubérculos dos núcleos grácil e cuneiforme seguem para cima, afastando-se um do outro e chegando ao pedún- culo cerebelar inferior. O nervo hipoglosso (XII par craniano) tem seus filamentos saindo do bulbo, mais precisamente da região ventral à Oliva, assim como os filamentos dos IX e X par, nervo glossofaríngeo e nervo vago, que também emergem do bulbo, da sua região lateral posterior. Os filamentos do XI par, nervo acessório, também emer- gem do bulbo e são denominados como: raiz bulbar do nervo acessório e raiz espi- nal, que se une à raiz bulbar, formando o nervo. 2.1.2 PONTE Sobre a parte basilar do osso occipital encontra-se a ponte, e assim como na região posterior do osso esfenoide em sua sela túrsica. Em relação ao tronco encefálico, a ponte situa-se entre o bulbo e o mesencéfalo. Encontramos uma estrutura chamada pedúnculo cerebelar médio, também conhecida como braço da ponte. As fibras que o formam, percorrem o corpo da ponte em sentido transversal até formarem dois feixes, um de cada lado, originan- do o pedúnculo cerebelar médio. Cada pedúnculo por sua vez penetra o cerebelo no local correspondente a sua localização, podemos destacar também a artéria 8 basilar, localizada no sulco basilar, que está na região ventral da ponte e tem senti- do longitudinal. Já a parte dorsal da ponte, juntamente com a porção aberta do bulbo forma o assoalho do IV Ventrículo, e não possui linha de delimitação. Dos nervos cranianos, o VI VII e VIII pares emergem da ponte, sendo que o VI par, nervo abducente origina-se entre a ponte e a pirâmide bulbar. Entre o VII e VIII par, emerge o nervo intermédio, que forma a raiz sensitiva do nervo facial. Lateral ao nervo intermédio, próximo ao flóculo do cerebelo emerge o nervo vestíbulo coclear, VIII par e medialmente, emerge o VII par craniano, nervo facial. A emergência do nervo trigêmeo também ocorre na ponte, mais precisamen- te no limite da ponte com o braço da ponte e este V par craniano, possui duas raí- zes, são elas: raiz sensitiva do nervo trigêmeo e raiz motora do nervo trigêmeo, sendo uma maior e outra menor respectivamente. 2.1.3 MESENCÉFALO O mesencéfalo está na parte superior, ou cranial do tronco, encontra- se entre o cérebro e a ponte. O aqueduto cerebral, canal que liga o III ao IV ventrículo, atravessa o me- sencéfalo, dorsalmente ao aqueduto cerebral, temos o tecto o mesencéfalo, este, apresenta os colículos superiores e inferiores, que são protuberâncias arredonda- das também chamadas de corpos quadrigêmeos, temos dois sulcos que os sepa- ram, e se cruzam formando uma cruz, na parte anterior da cruz, em seu ramo longi- 9 tudinal está uma estrutura conhecida como corpo pineal, porém esta, é pertencente ao epitálamo do diencéfalo. Os colículos do mesencéfalo se ligam no corpo geniculado do diencéfalo, a- través do braço, que nada mais é do que um feixe de fibras superficial. O braço do colículo inferior, se liga ao corpo geniculado medial e o braço do colículo superior, se liga ao corpo geniculado lateral. Ventralmente ao aqueduto cerebral, temos dois grandes feixes de fibras, chamados de pedúnculos cerebrais, a parte dorsal recebe o nome de tegmento e é predominantemente celular e a parte ventral, recebe o nome de base do pedúncu- lo, formada por fibras. Na parte dorsal, ou seja, no tegmento, encontramos a substância negra, que é constituída por neurônios que contém mielina. A base e o tegmento dos pedúnculos cerebrais, é limitada pelos sulcos late- ral do mesencéfalo e medial do pedúnculo cerebral. Entre os pedúnculos existe a fossa interpeduncular, que nada mais é do que uma depressão triangular profunda, seus limites são, anteriormente, os corpos mamilares do diencéfalo, e no fundo encontramos a substância perfurada posterior, que permite a passagem de vasos. Quanto aos nervos cranianos, o IV par, nervo troclear, emerge caudalmente do colículo inferior, contorna o mesencéfalo e a ponte, sendo esta uma peculiarida- de, o IV par, é o único dos nervos cranianos a emergir dorsalmente. E o nervo ócu- lomotor, III par emerge do sulco medial. 2.1.4 IV VENTRÍCULO Seguindo o aqueduto cerebral do mesencéfalo, ou o canal central do bulbo, chegamos ao IV ventrículo, que está localizado ventralmente ao bulbo e a ponte, dorsalmente ao cerebelo. Na região superior dorsal do pedúnculo cerebelar, temos os recessos late- rais, comunicantes com o espaço subaracnóide, por meio dos forames de Luschka, 10 que são aberturas laterais do IV ventrículo, como abertura medial temos o forame de Magendie, este, está na porção caudal do tecto do ventrículo. O conjunto dessas cavidades, permite a passagem do líquor (líquido céfalor- raquidiano), da cavidade ventricular para o espaço subaracnóide. O IV ventrículo é também chamado de fossa rombóide, e tem seu assoalho constituído pela parte dorsal da ponte, e canal aberto do bulbo, seus limites são: inferiormente: pedúnculos cerebelares inferiores e tubérculos do núcleo grácil e cuneiforme; superiormente: pelo pedúnculo cerebelar superior. Entre o canal central do bulbo e o aqueduto cerebral, está o sulco mediano, percorrendo toda extensão do ventrículo. Na região medial do sulco, podemos ob- servar a eminência medial e o sulco limitante, sendo este de grande destaque para o estudo em embriologia, pois separa os núcleos motores da lâmina basal (medial), dos núcleos sensitivos da lâmina alar (lateralmente). Proveniente do alargamento do sulco limitante, resultam-se as fóveas supe- rior e inferior, na depressão na porção caudal e cranial do assoalho do IV ventrícu- lo. Na dilatação da Eminência medial, surge o colículo facial, medialmente à fó- vea superior,é constituído por fibras do nervo facial e contorna o núcleo do nervo abducente. A eminência medial, tem em sua região caudal, o trígono do nervo hipoglos- so, que corresponde ao núcleo do XII par craniano. O trígono é uma pequena área triangular, existe outra área também triangular, localizada na região caudal da fó- vea inferior, recebe o nome de trígono do nervo vago, possui coloração levemente acinzentada, sendo o núcleo do X par craneano. O núcleo vestíbulo do nervo coclear corresponde à área vestibular que e a região triangular lateral do sulco limitante, sentido do recesso laterais. A área vestibular é cruzada pelas estrias medulares do IV ventrículo essas fibras cruzam a área vestibular em sentido transversal e são limitadas pelo sulco mediano. 11 Temos também uma estrutura de importante função nessa região, lateral- mente à iminência medial, desde a fóvea superior ao aqueduto cerebral, encontra- mos os lócus cerullus, caracterizado pela coloração levemente escura, e pela sua função, como dito anteriormente, relacionada com o mecanismo do sono. Partindo para o tecto do IV ventrículo, é dividido entre metade cranial e cau- dal. O véu medular superior constituído de uma camada fina de substância branca, se estende entre os pedúnculos cerebelares superiores e forma a metade cranial, enquanto que na metade caudal encontramos o nódulo do cerebelo, véu medular inferior e tela corióide do IV ventrículo. O nódulo e o véu medular inferior são for- mados por substância branca, o primeiro por uma parte pequena, enquanto que o segundo é uma fina lâmina, que se encontra presa as bordas laterais do nódulo do cerebelo. A tela corióide por sua vez liga ambas as estruturas, uma à outra, além de formar o plexo corióide do IV ventrículo, através das invaginações na cavidade ven- tricular, ao longo das linhas verticais, em sentido horizontal, o que origina a forma de T. O líquor ou líquido cefalorraquidiano, é produzido nos plexos corióides, ocu- pando a cavidade ventricular. E através das aberturas laterais e mediana, percorre o espaço subaracnóide, tendo como uma de suas primordiais funções a proteção mecânica, amortecendo impactos no sistema nervoso central. 2.2 MEDULA ESPINAL A medula espinal, que apresenta uma forma cilíndrica de tecido nervoso, na qual se limita com o bulbo ao nível do forame magno do osso occipital, já o limite caudal, situa-se na segunda vértebra lombar, na terminação forma um "cone", o cone medular que continua com filamentos, mais conhecido como cauda equina 12 e depois filamentos terminais. Na medula, encontra-se o líquido cefalorraquidia- no que banha todo o SNC. Nela, tem duas dilatações denominadas intumescência cervical e intumescência lombar, que correspondem às áreas em que fazem cone- xão com a medula. A formação destas intumescências se deve à maior quantidade de neurônios, portanto, as fibras nervosas são necessárias para a inervação dos membros superiores e inferiores. São duas as principais funções medulares, a de enviar impulsos sensoriais de receptores periféricos ao encéfalo e a de trazer dele impulsos motores aos ór- gãos, também periféricos. Os neurônios que fazem estas funções são ditos de pro- jeção e os sensitivos, por possuírem seus corpos nos cornos da substância cinzen- ta, são ditos cordonais. A medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas meninges (du- ra-máter, aracnóide e pia-máter). A meninge mais externa é a dura-máter, formada por fibras colágenas, que as tornam espessas e resistentes. A membrana aracnói- de espinal se fica entre a membrana dura-máter e a pia-máter, pode-se dizer que é um "emaranhado"; a pia-máter é a meninge mais delicada e mais interna, ela une- se ao tecido nervoso da superfície da medula e aprofunda-se na fissura mediana anterior. Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua caudal- mente, formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal, este filamento permeia o fundo-de-saco dural e continua caudalmente até o hiato sacral, ao atravessar o saco dural, o filamento terminal recebe vários prolongamentos da dura-máter e passa a ser denominado filamento da dura-máter espinal, este, ao inserir-se no periósteo da superfície dorsal do cóccix constitui o ligamento coccí- geo. Em relação com as meninges que envolvem a medula existem três cavida- des ou espaços, epidural, subdural e subaracnóideo, o espaço epidural, se localiza entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral; o espaço subdural contém te- cido adiposo e veias e se encontra entre a dura-máter e a aracnoide, sendo um espaço muito estreito, contém uma pequena quantidade de líquido, apenas para evitar aderência das paredes, e o espaço subaracnóideo é o mais importante e contém uma quantidade razoavelmente grande de líquor. Encontramos também os 13 31 pares de nervos espinhais medulares, sendo eles 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e geralmente 1 coccígeo. O primeiro par cervical emerge acima da primeira vértebra cervical (entre ela e o osso occipital). Já o oitavo par (C8) emerge abaixo da sétima vértebra, o mes- mo acontecendo com os nervos espinhais abaixo de C8, que emergem, de cada lado, sempre abaixo da vértebra correspondente. 2.2.1 H MEDULAR Na medula, existe uma a substância cinzenta que apresenta a forma de um H. Nela distinguimos de cada lado três colunas que aparecem nos cortes como cornos e que são as colunas anterior, posterior e lateral. A coluna lateral, só apare- ce na medula torácica e parte da medula lombar. No centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da medula. A substância branca, no qual é localizada em torno do H medular, é formada por fibras, a maioria delas mielínicas, que sobem e descem na medula e que podem ser ligadas nos funículos: funículo anterior que se localiza entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior, funículo late- ral que se encontra entre os sulcos laterais anterior e posterior, funículo posteri- or está entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, este último é li- gado à substância cinzenta pelo septo mediano posterior. Na parte cervical da me- dula, o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil e fascículo cuneiforme. Nos sulcos laterais, anterior e posterior fazem conexão pequenos filamentos nervosos denominados filamentos radiculares, que se unem para formar, respecti- vamente, as raízes ventral e dorsal dos nervos espinais, ocorrendo à união nos gânglios espinais. 2.2.2 SUBSTÂNCIA BRANCA 14 A substância branca da medula são diversas fibras mielinizadas, no qual, formam "trajetos", onde os impulsos nervosos sobem e descem, também é possível encontrar células de neuroglia. Como não tem uma limitação exata dessas fibras, são formados então trac- tos e fascículos, que são formados durante o desenvolvimento corporal, descen- dentes e ascendentes, onde constituem as vias ascendentes e vias descendentes da medula. As fibras ascendentes da medula espinal têm função da informação aferen- te, tipo sensitiva e a descendente informação eferente, do tipo motora. Vias Ascendentes: As fibras ascendentes da medula espinal organizam-se em tractos, que são conjuntos de fibras nervosas, com a mesma origem, mesmo destino, mesmo trajeto e mesma função, cada filamento, divide-se em dois grupos de fibras: fibras laterais e fibras mediais. As fibras do grupo lateral são mais finas e são direcionadas ao ápice da coluna posterior, enquanto as fibras mediais são voltadas à face medial da coluna posterior, cadauma desta fibras se dividem, surgindo ramos descendente e ascendente, todos estes ramos terminam na coluna posterior da medula. Estes ramos estabelecem as fibras dos fascículos grácil e cuneiforme, que ocupam os funículos posteriores da medula e terminam fazendo sinapse nos nú- cleos grácil e cuneiforme. O fascículo grácil inicia-se no limite caudal da medula e é formado por fibras que penetram na medula pelas raízes coccígea, sacrais, lombares e torácicas bai- xas, terminando no núcleo grácil. Conduz, portanto, impulsos vindos dos membros inferiores e da metade inferior do tronco. O fascículo cuneiforme é formado por fibras que penetram pelas raízes cer- vicais e torácicas superiores, terminando no núcleo cuneiforme, conduzindo, impul- sos originados nos membros superiores e metade superior do tronco. Os fascículos, conduzem impulsos relacionados com: propriocepção consci- ente, que permite, sem o auxílio da visão, localizar uma parte do corpo ou perce- ber o seu movimento, tato discriminativo que permite localizar e descrever as ca- 15 racterísticas táteis de um objeto, sensibilidade vibratória – percepção de estímulos vibratórios repetitivos, a perda da sensibilidade vibratória é um dos sinais precoces de lesão do funículo posterior e estereognosia – capacidade de perceber com as mãos a forma e o tamanho de um objeto. As Vias descendentes são formadas pelas fibras que se originam no córtex cerebral e terminam fazendo sinapse com os neurônios medulares, contudo, o mais importante, termina diretamente nos neurônios motores somáticos, constituindo as vias motoras descendentes somáticas. Essas vias dividem-se em dois grupos: vias piramidais e vias extrapiramidais, as vias piramidais, são responsáveis pela execu- ção dos movimentos voluntários, realizados através dos músculos estriados, fibras estabelecem sinapses com os neurônios motores de núcleos do tronco encefálico e neurônios motores da coluna cinzenta anterior da medula, chamados neurônios motores inferiores ou neurônios alfa; as vias extrapiramidais, são responsáveis pe- los movimentos involuntários, se ligam aos neurônios motores da coluna anterior e assim exercem sua função motora. Os tractos extrapiramidais da medula são: tec- to-espinal tendo origem no tecto mesencefálico – colículo superior, vestíbulo- espinal tem como origem os núcleos vestibulares, situados na área vestibular do IV ventrículo, rubro-espinal sua origem é no núcleo rubro, retículo-espinal é na forma- ção reticular. Um exemplo mais comum nas vias descendentes, é no arco-reflexo, numa situação em que encostamos a mão numa chapa quente, provocando um estímulo, que é transformado em impulsos, conduzido por um nervo sensitivo, através de uma única sinapse, chega ao neurônio motor do mesmo segmento medular, este motoneurônio é responsável pela ação reflexa de contração do músculo localizado na área estimulada. 2.3 ANESTESIAS E PATOLOGIAS NA MEDULA ESPINAL A anestesias nos espaços meníngeos da medula, tem como finalidade bloquear as raízes nervosas que os atravessam, todas em procedimentos médicos, especialmente em cirurgias das extremidades inferiores, do períneo da cavidade pélvica e em algumas cirurgias abdominais, usualmente são feitas anestesias ra- quidianas e anestesias epidurais ou peridurais 16 Na anestesia raquidiana, o anestésico é introduzido no espaço subaracnói- deo por meio de uma agulha que penetra no espaço entre as vertebras L2-L3, L3- L4 ou L4-L5. A agulha perfura a pele e a tela subcutânea, o ligamento interespino- so, o ligamento amarelo, a dura-máter e a aracnóide. Quando a agulha atinge o espaço subaracnóideo, o líquor goteja de sua extremidade. Já nas anestesias peridurais, são feitas geralmente na região lombar, intro- duzindo o anestésico no espaço peridural, onde atinge os forames intervertebrais, onde passam as raízes dos nervos espinais. Quando a ponta da agulha atinge o espaço epidural, podemos observar uma súbita baixa de resistên- cia, indicando que a agulha acaba de perfumar o ligamento amarelo. 2.3.1 PATOLOGIAS MEDULARES Síndrome do Neurônio Motor Superior: Fraqueza ou paralisia de mús- culos específicos, hiperreflexia e hipertonia (paralisia espástica), de- corrente de lesão das áreas motoras do córtex ou nas vias motoras descendentes. FONTE: Slideshare Anestesias na medula espinhal Síndrome do Neurônio Motor Inferior: Fraqueza (paresia) ou paralisia de músculos individuais com hiporreflexia, hipotonia e hipotrofia (paralisia flácida), decor- rente da lesão dos neurônios motores da co- 17 luna anterior da medula. Poliomelite: Doença viral, caracterizada pela destruição dos neurônios motores da coluna anterior, levando à Síndrome do neurônio motor in- ferior. Esclerose Múltipla: lesão do fascículo cuneiforme da medula cervical, levando à perda da propriocepção das mãos e dos dedos Paraparesia Espástica Hereditária: Distúrbio hereditário, levando à ri- gidez da marcha, paraparesia, hiper-reflexia e resposta plantar exten- sora. 2.4 ESTRUTRAS E FUNÇÕES DO CEREBELO 2.4.1 – GENERALIDADES Conseguimos localizar o cerebelo na porção inferior do lobo occipital, poste- riormente a medula oblonga e posicionado na fossa craniana posterior, ao quarto ventrículo e a protuberância. Podemos identificar a formação de três lobos: floculo- nodular, anterior e posterior. Neste exibe uma região superficial, sendo o córtex cerebelar, estando implícito a substância branca, nela há núcleos cerebelares profundos, sendo eles os núcleos fastigial, globoso, emboliforme e denteado. Fastigial – Localizado mais medialmente no vérmis, próximo ao quarto ven- trículo, recebendo aferentes, especialmente do vérmis e envia para os nú- cleos vestibulares e formação reticular; Globoso e Emboliforme – Ocupa posição ligeiramente mais lateral em rela- ção ao núcleo fastigial, colocação intermediária, também recebe aferentes, exclusivamente da região paravermiana e envia para o núcleo rubro (núcleo vermelho), núcleos talâmicos e outros núcleos do tronco cerebral; Denteado – Colocação mais lateral, similar aos núcleos Globoso e Emboli- forme, este recebe aferentes dos hemisférios cerebelares e envia para o nú- cleo vermelho, núcleos talâmicos e outros núcleos do troco cerebral, a dife- rença é que este se trata do maior dentre os núcleos. 3 18 Os núcleos cerebelares profundos associados com o lobo floculo-nodular po- dem ser julgados como parecidos e funcionalmente próximos ás estruturas dos nú- cleos vestibulares. Dentre essas generalidades podemos perceber também que no cerebelo há três grupos de feixes proporcionais, sendo eles os pedúnculos superior, médio e inferior fazendo com que o mesmo permaneça ligado à face posterior do tronco cerebral. O cerebelo atua de modo específico na função motora. FONTE: Slideshare – Cerebelo 19 FONTE: CEREBELO – SECÇÃO NO PLANO DO PEDÚNCULO CEREBELAR SUPERIOR 2.4.2 ASPECTOS FUNCIONAIS O cerebelo por meio de ligações com o sistema vestibular faz com que ocor- ra o aperfeiçoamento do equilíbrio e da postura mesmo com o corpo em movimen- to, sendo realizado no arquicerebelo, localizado no vérmis, gerando a contração apropriada dos músculos axiais e proximais dos membros; nos movimentos volun- tários quem atua é o paleocerebelo, que se encontra na porção anterior dos hemis- férios cerebelosos e ao vérmis; a coordenação motora fina quem participa é o neo- cerebelo, fazendo parte do restante do cerebelo. Este possui três partes, com diferentes utilidades de complexidade variada, cogniti- va, comportamental,autônoma, motora e afetiva, estas três partes são: Vestibulocerebelo – se encontra no lobo floculo-nodular, controla especifi- camente o equilíbrio entre as contrações musculares agonistas e antagonis- tas dos quadris, coluna e ombros e movimentos oculares ao decorrer de 20 mudanças rápidas das posições corpóreas, de acordo com a exigência pelo sistema vestibular; Espinocerebelo – desempenha movimentos coordenador e homogêneos dos músculos agonistas e antagonistas dos limites distais fazendo com que ocor- ra movimentos agudos com objetivo, controla o movimento no momento em que está sendo executado; Cerebrocerebelo – atua na programação motora, funções afetivas e cogniti- vas, recebendo aferências de diferentes áreas do córtex cerebral mediante aos núcleos pontinos, e encaminha fibras para o núcleo rubro e o tálamo, depois para o córtex cerebral, áreas pré-motoras, e pré-frontais, com o início dos núcleos cerebelares, atua na programação prévia do movimento que se- rá realizado. FONTE: Bio-Neuro Psicologia PUC-Rio 21 2.4.3 CONTROLE DO TÔNUS MUSCULAR Desta maneira o cerebelo também consegue colocar em prática o equilíbrio do tônus muscular por meio de conexões com a medula espinal, com participação dos tractos córtico-espinal e rubro-espinal. No vérmis há o controle da coordenação e tônus muscular axial, e os hemisférios cerebelosos o tônus muscular apendicular. FONTE: Slideshare Lesões do Cerebelo Amiromar 22 FONTE: Blogão de Fisio: MEDULA ESPINAL 2.4.4 CONTROLE DOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS Quando há uma lesão cerebelar, um sintoma grave que se pode observar é a falta de coordenação dos movimentos voluntários por conta de erros na força, extensão e direção do movimento. Há duas maneiras de o cerebelo controlar os movimentos: Planejamento do Movimento – a via córtico-ponto-cerebelar leva in- formações das regiões do córtex cerebral, conectadas a área de as- 23 sociação e que emitem a “intenção” do movimento para a zona lateral do órgão onde é efetuado esse planejamento; Plano motor – este é encaminhado para as áreas do córtex cerebral e posto em efetivação por meio do estímulo dos neurônios próprios dessas regiões, por conseguinte, estimulam os neurônios motores medulares pelo tracto córtico-espinal. No início do movimento, quem passa a controlar é a zona intermédia do ce- rebelo. Nesta zona entram infinitas aferências sensoriais, principalmente as que passam por meio dos tractos espino-cerebelares, sendo notificada das característi- cas do movimento em andamento e, pela via interpósito-tálamo-cortical favorece os devidos reparos, operando sobre as regiões motoras e o tracto córtico-espinal. Continuando com a zona intermédia, ela assemelha as características do movimento em andamento com o plano motor, realizando a regulação e os reparos fundamentais, fazendo com que o movimento saia de acordo. O núcleo denteado é estimulado antes que o movimento comece, e o núcleo interpósito após o início do movimento, ou seja, primeiro acontece o planejamento motor, logo após a correção do movimento. 2.4.5 APRENDIZAGEM MOTORA Enquanto estamos realizando um ato motor há uma comunicação entre os córtices cerebral e cerebelar, por meio de transferência e interpretação de mensa- gens de erros e sinais proprioceptivos. Antes de realizarmos um movimento há to- da uma preparação para que possamos ter o menor número de erros possível, por esse motivo temos de repetir várias vezes o mesmo movimento para adquirirmos a aprendizagem motora, assim o cerebelo saberá quando e quais músculos deverão movimentar e em que velocidade será a locomoção. 24 No entanto o cerebelo contribui nessa realização por meio das fibras olivo- cerebelares, entrando pelo córtex cerebelar como fibras trepadeiras e efetuam si- napses com as células de Purkinje. 2.4.6 CORRELAÇÕES ANATÔMICAS Observamos três sintomas quando há uma lesão ou alguma doença no ce- rebelo: Ataxia e perda de equilíbrio – é quando o indivíduo apresenta proble- mas na marcha, havendo ausência de estabilidade, assim fazendo com que que a pessoa ande com as pernas abertas, deste modo au- mentando a base de sustentação, o paciente também exibe dificulda- de na fala, proferindo palavras com a voz arrastada; Redução do tônus muscular esquelético – hipotonia, que geralmente acontece quando é uma lesão cerebelar. Algumas patologias do cerebelo, ou na maioria das vezes os tumores, aca- bam afetando determinadas áreas do cerebelo causando os sintomas citados e indicando estas síndromes cerebelares: Síndrome do arquicerebelo – geralmente acontece por volta do dez (10) anos de idade, ocorrendo o crescimento de um tumor no teto do IV ventrículo, obstruindo o espaço onde o nódulo e o pedúnculo se lo- calizam, havendo perda de equilíbrio, mas sem perda de tônus mus- cular, sendo assim quando a criança permanece deitada não há qua- se nenhuma alteração; Síndrome do Paleocerebelo – ocorre deterioração do córtex do lobo anterior, causando ataxia dos membros inferiores, distasia e disbasia, havendo alguma perda de tônus muscular, isso acontece geralmente por conta de alcoolismo crônico; Síndrome do Neocerebelo – sabemos que o neocerebelo se respon- sabiliza pela coordenação fina, portanto essa síndrome irá causar in- 25 coordenação motora, assim sendo, iremos observar os seguintes sin- tomas: Dismetria – Se trata de uma desregulação de movimento, fazendo com que o paciente não consiga acertar um alvo, impedindo que a pessoa controle de maneira adequada seus movimentos. Para verifi- carmos este sintoma temos de pedir para que o paciente posicione o dedo na ponta do nariz, para que possamos identificar se o mesmo consegue realizar o ato. Decomposição – É quando o paciente não consegue realizar um mo- vimento simples de maneira automática, ele efetua um movimento por vez, cada movimento é pensado antes de ser operado, tornando este complexo. Verificamos este sintoma de maneira bem simples, pedi- mos ao paciente para que pegue algo em uma mesa, e ele dividirá os movimentos estendendo a mão, pegando o objeto, elevando o braço e levando o objeto até ele. 2.4.7 CONEXÕES INTRÍNSECAS DO CEREBELO As conexões intrínsecas do cerebelo são mais complexas o circuito forma a união das células granulares com as células de Purkinje pela ação de três células inibidoras: célula de golgi, célula em cesto, células estreladas. Assim as células atuam através da liberação de ácido gama amino butérico (GAMA). A célula granular única célula excitadora do córtex cerebelar, tem como neu- rotransmissor o glutamato. As fibras que penetram no cerebelo se dirigem ao córtex e possuem dois ti- pos: fibras musgosas e fibras trepadeiras, as fibras musgosas representam a ter- minação dos feixes de fibra que penetram no cerebelo e emitem ramos colaterais; as fibras trepadeiras cuja origem se dá na oliva inferior bulbar possuem um pico complexo de potencial de ação: início de transmissão sináptica intensa com diminu- ição subsequente da intensidade do sinal e exerce uma potente ação excitadora. 26 Os impulsos nervosos que entram no cerebelo pelas fibras musgosas ativam os neurônios dos núcleos centrais, células granulares e células de Purkinje inibem os próprios neurônios dos núcleos centrais. Os impulsos excitatórios das fibras musgosas fazem exclusivamente através de suas conexões no glomérulo cerebelar, ondeexcitam as células granulares, que excitarão outras células do córtex cerebelar. As informações chegam ao cerebelo de vários setores do sistema nervoso, chega inicialmente nos neurônios dos núcleos centrais de onde saem as respostas eferentes do cerebelo. 2.4.8 CONEXÕES EXTRÍNSECAS DO CEREBELO Essas conexões chegam ao cerebelo trazendo informações dos mais di- versos setores do sistema nervoso, onde são processadas pelo órgão, cuja respos- ta, veiculada através de um complexo sistema de vias eferentes, vai influenciar os neurônios motores. No geral é que, ao contrário do cérebro, o cerebelo influencia os neurônios motores, ou seja, tanto suas vias aferentes como eferentes, sofrem um duplo cruzamento, ou seja, vão para o lado oposto e voltam para o mesmo la- do. As fibras eferentes partem dos núcleos centrais, onde recebem axônios das células de Purkinje de cada uma das três zonas longitudinais do córtex cerebelar. Algumas células de Purkinje (os únicos neurônios do cerebelo capazes de transmitir impulsos eferentes formados no córtex cerebelar) do arquicerebelo envi- am axônios diretamente para os núcleos cerebelares através do pedúnculo inferior, devido a isso, os núcleos cerebelares são considerados equivalentes anatomica- mente aos núcleos cerebelares profundos. As fibras aferentes são fibras trepadeiras ou musgosas; as fibras trepadeiras se distribuem a todo o córtex cerebelar e se originam no núcleo olivar inferior e as fibras musgosas são o maior tipo individual de estímulo para o cerebelo, embora, individualmente, influenciem apenas uma pequena área do córtex cerebelar. 27 FONTE: Slideshare Lesões do Cerebelo Amiromar 2.5 ESTRUTURAS DO DIENCÉFALO O diencéfalo, que pode ser visto na face inferior do cérebro, no qual tem se- guintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo e sub-tálamo todas em relação com o III ventrículo. 2.5.1 TÁLAMO Os tálamos são duas "estruturas" volumosas de substância cinzenta, dispos- tas uma de cada lado, na porção laterodorsal do diencéfalo, pode se dividir em nú- cleos posteriores e dorsais, metatálamo, núcleos laterais do tálamo, núcleo ventral póstero-lateral, núcleo ventral póstero-medial, núcleo reticular, núcleos medianos e mediais do tálamo e núcleo anterior do tálamo. A extremidade anterior de cada tálamo apresenta uma eminência, o tubércu- lo anterior do tálamo, que participa na delimitação do forame interventricular. A extremidade posterior, consideravelmente maior que a anterior, apresenta uma grande eminência, o pulvinar, que se projeta sobre os corpos geniculados late- ral e medial. As funções que o tálamo realiza são: sensoriais sendo portal de entrada pa- ra o córtex e modulação das aferências sensitivas; motoras (somáticas, estação 28 entre núcleos da base, cerebelo e córtex); comportamento emocional sendo cone- xões entre o sistema límbico e o córtex; e ativação cortical, juntamente com forma- ção reticular. A maior parte dos núcleos do tálamo possui conexões recíprocas com o córtex através dos feixes de fibras denominado de radiações talâmicas, que fa- zem parte da cápsula interna. 2.5.2 HIPOTÁLAMO É uma área pequena do diencéfalo, abaixo do tálamo, com funções impor- tantes principalmente relacionadas à atividade visceral, constituído fundamental- mente de substância cinzenta que se agrupa em núcleos se compõem em quatro estruturas: corpos mamilares, quiasma óptico, túber cinéreo e Infundíbulo. Percorrendo o hipotálamo existem, ainda, sistemas variados de fibras, como o fórnix, terminando no respectivo corpo mamilar. O hipotálamo é parte do diencéfalo e se localiza nas paredes do III ventrícu- lo, abaixo do sulco hipotalâmico. Dentre as funções.do.hipotálamo temos algumas mais importantes, como: Controle do sistema nervoso autônomo; Regulação da temperatura corporal; Regu- lação do comportamento emocional; Regulação do sono e da vigília; Regulação da ingestão de alimentos; Regulação da ingestão de água; Regulação da diurese; Re- gulação do sistema endócrino; Geração e regulação de ritmos circadianos. 2.5.3 EPITÁLAMO Epitálamo possui formação das seguintes estruturas, Trígono da Habênula, Corpo Pineal e Comissura Posterior. Corpo Pineal – a glândula pineal secreta o hormônio melatonina, que é considerada a promotora do sono e também parece contribuir para o ajuste do relógio biológico do corpo; Comissura Posterior – marca o limite entre o mesencéfalo e diencéfa- lo. 29 Possui funções como a secreção de melatonina pela glândula pineal I, en- volvida no rítmo circadiano, a regulação de vias motoras e a regulação emocional no qual está ligado ao sistema límbico e aos núcleos da base. 2.5.4 SUB-TÁLAMO O sub-tálamo apresenta formações de substância branca e cinzenta, sendo a mais importante o núcleo subtalâmico. Lesões no núcleo subtalâmico provocam uma síndrome conhecida como hemibalismo, caracterizada por movimentos anor- mais das extremidades Sua visualização é melhor em cortes frontais do cérebro, se localiza abaixo do tálamo, sendo limitado lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo hipotálamo. O subtalâmico tem como funções motoras, pertencendo ao sistema extrapi- ramidal, recebe aferências do lobo globo pálido externo e manda eferências ao globo pálido interno, com o qual está separado pela substância branca. 2.6 III VENTRÍCULO O III ventrículo, pode se dizer que é uma cavidade no diencéfalo, que se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral; possui um teto, um assoalho e contem quatro paredes, duas laterais, uma anterior e outra posterior. O "assoalho" é formado pelo quiasma óptico, tuber cinério, infundíbulo, cor- pos mamilares, substância perfurante posterior e parte superior do tegmento me- sencefálico, as paredes laterais são formadas pelos dois tálamos e a parede lateral inferior e o assoalho do ventrículo é formado pelo hipotálamo e a parede anterior formada pela lâmina terminal, fina lâmina de tecido nervoso, que une os dois he- misférios e localiza entre o quiasma óptico e a comissura anterior. A pequena pa- rede posterior é formada pela haste da glândula pineal e comissura habenular. 30 O III ventrículo realiza três ligações, a primeira na terminação caudal até o arqueduto cerebral, os dois forames ventriculares na terminação anterior se comu- nicam com os ventrículos laterais. FONTE: Gerardo Cristino – Neurologia Diencéfalo 31 3 CONCLUSÃO Nesse trabalho, podemos concluir que em geral, são temas muito importan- tes para neuroanatomia, dentre os temas, podemos destacar o tronco encefálico, formado por três estruturas, bulbo, mesencéfalo e ponte; é com ele que recebemos informações sensitivas de estruturas cranianas, que transmitem informações da medula espinal até outras regiões encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinal, além de regular a atenção, equilíbrio, entre outros. Sobre a medula espinal, que é de importante sabedoria, pois ela que contro- la principalmente os reflexos, como por exemplo, arco reflexo, onde ocorre uma resposta rápida e involuntária, que é a contração do músculo, para sair da "zona de perigo". No entanto, encontra-se o "responsável" por essa ação involuntária, o H medular ou substância cinzenta, contudo, o responsável pela "transmissão" desse impulso, é a substância branca, que se divide em vias aferentes e eferentes, sendo que as vias aferente são do tipo sensitivo e a descendente informação eferente, do tipo motor também. E por final, duas grandes e importantes estruturas, o cerebeloque estabele- ce o equilíbrio do tônus muscular por meio de conexões com a medula espinal, co- ordenação dos movimentos voluntários; E o diencéfalo que é formado por: tálamo, hipotálamo, epitálamo e sub-tálamo, no qual cada "divisão" tem sua função; o tála- mo possui funções sensoriais, e comportamento emocional; hipotálamo tem função de controle do sistema nervoso autônomo, da temperatura corporal e o principal, controle do sono e da vigília; epitálamo que tem função de secreção de melatonina pela glândula pineal, vias motoras e emocionais; e por fim, o sub-tálamo que tem como principal o controle das funções motoras. 32 4 REFERÊNCIAS 1. Burt, Alvin M. – Neuroanatomia – Ed. Guanabara Koogan S.A. ,1995 - RJ 2. Machado, Ângelo – Neuroanatomia Funcional – Ed. Ateneu, 1993 – SP 3. Neuroanatomia – 2ª Edição, Angelo Machado; 4. Aspectos Neuropsiquiátricos do cerebelo – Salomé Xavier e Berta Ferreira, Revista do Serviço de Psiquiatria do Hospital Dr. Fernando Fonseca, EPE; 5. Cerebelo e suas principais conexões: estudo com tensor de difusão – Revis- ta Brasileira de Neurologia, Vol. 45, nº 3; 6. Angelo B. M. MACHADO. Neuroanatomia Funcional - Ed. Atheneu - Rio de Janeiro, 1993 7. COTRAN, Robbins. Patologia Estrutural e Funcional, Rio de Janeiro: Intera- mericana, 1983. 8. Slideshare – Ventrículos Neuroanatomia
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