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Gestão Ambiental- Meio Ambiente, desenvolvimento sustentável e sustentabilidade

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AT 1
2 3
S
U
M
Á
R
IO
2
3 UNIDADE 1 - Introdução
5 UNIDADE 2 - A relação homem-natureza: histórico e abordagem de progresso sustentável
7 UNIDADE 3 - Desenvolvimento sustentável
9 UNIDADE 4 - Viver de forma sustentável
10 UNIDADE 5 - Passos para se construir uma sociedade sustentável
11 UNIDADE 6 - Respeitar E Cuidar Da Comunidade Dos Seres Vivos
13 UNIDADE 7 - Melhorar a qualidade da vida humana
17 UNIDADE 8 - Conservar a vitalidade e a diversidade do planeta terra
24 UNIDADE 9 - -Permanecer nos limites da capacidade suporte do planeta terra
27 UNIDADE 10 - Modificar atitudes e práticas pessoais
29 UNIDADE 11 - Permitir que as pessoas cuidem do seu próprio meio ambiente
31 UNIDADE 12 - Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação
36 UNIDADE 13- Constituir uma aliança global
39 UNIDADE 14 - Aplicações dos princípios descritos - ações para uma vida sustentável
57 REFERÊNCIAS
2 33
Como definição, desenvolvimento sus-
tentável é o desenvolvimento capaz de 
suprir as necessidades da geração atual, 
sem comprometer a capacidade de aten-
der as necessidades das futuras gerações. 
É o desenvolvimento que não esgota os 
recursos para o futuro.
O enfoque principal de todo o desen-
volvimento sustentável consiste em mo-
dificações de comportamentos e a aquisi-
ção de novas tecnologias para melhorar a 
qualidade de vida para todos e conservar 
o meio ambiente. É preciso compreender 
que conservação não é o oposto de de-
senvolvimento, mas para isso é necessá-
rio assumir compromissos com a nova éti-
ca sustentável e, acima de tudo, colocar 
em prática seus princípios. 
A Gestão e Planejamento Ambiental 
é uma grande aliada nesse processo de 
conscientização ecológica e mobilização 
das organizações, e o setor público tem 
enorme responsabilidade para que o de-
senvolvimento sustentável dê certo, pois 
está diretamente envolvido na formula-
ção e cumprimento das leis tanto para os 
setores públicos como privados.
O planeta Terra tem seus limites, e o 
crescimento populacional aliado ao con-
sumismo irresponsável vem provocando 
impactos ambientais negativos. A vida 
sustentável exige que nos tornemos mais 
conscientes dos efeitos de nossas deci-
sões sobre as sociedades, que entenda-
mos que somos parte de uma grande co-
munidade de vida.
Medidas legais, sociais, econômicas e 
técnicas devem ser integradas no planeja-
mento e ação visando a sustentabilidade. 
Os programas educacionais e campanhas 
informativas têm um papel fundamental 
de orientar as pessoas a essa nova ética.
Buscou-se aqui fazer um levantamento 
dos passos que direcionem para uma vida 
sustentável e, é claro, como as comunida-
des do Planeta Terra são diferentes, é pos-
sível que se faça uma adaptação seguindo 
ações e princípios básicos de conservação 
aliada ao desenvolvimento econômico.
Os princípios aqui descritos e suas res-
pectivas ações nos põe a refletir sobre os 
cuidados que devemos ter com as outras 
pessoas e o respeito com todos os outros 
seres que fazem parte do Planeta Terra.
As questões aqui levantadas devem ser 
consideradas para assegurar o progresso 
da humanidade, e serem encaradas como 
desafios a todos aqueles que levam a sé-
rio a necessidade de caminhar ao encon-
tro da sustentabilidade.
UNIDADE 1 - Introdução
4 54
4 55
UNIDADE 2 - a relação homem-natureza: his-
tórico e abordagem de progresso sustentável
Os problemas ambientais atuais como 
aquecimento global, desmatamentos, 
cultura consumista entre tantos outros 
começam a surgir no momento em que o 
homem se posiciona como “Dominador da 
Natureza”. Com esta mentalidade podia-
-se tirar o máximo possível de recursos 
naturais, acelerar o desenvolvimento eco-
nômico irresponsável e deixar espalhado 
pelo planeta os resíduos desse processo 
produtivo, um depósito de lixo atmosféri-
co, aquático, terrestre, cósmico.
No entanto, essa relação do homem 
com o seu meio ambiente (que caminham 
juntos desde a origem da humanidade), 
nem sempre foi tão devastadora. A liga-
ção íntima com o meio natural, através 
de rituais, mitos, tornava a natureza e o 
homem a mesma coisa. A intervenção no 
meio era respeitosa, mesmo que devido 
ao temor da vingança divina, como Deus-
-Sol, Deus-Chuva, e outros.
 Há mais ou menos 2600 anos atrás, 
na Grécia Antiga, as teorias dos pré-So-
cráticos inclinaram-se ao estudo da natu-
reza de maneira racional, pois esta tinha 
relação direta com os seres.
Mas com o surgimento das Cidades-Es-
tado Gregas, a discussão sobre natureza 
foi substituída pela discussão do compor-
tamento humano (ética, política, costu-
mes). Para completar, na Idade Média, o 
Cristianismo distancia o espírito da maté-
ria, ou seja, a relação homem-natureza e o 
Renascimento, com o Antropocentrismo, 
favorece a perda de integração com a na-
tureza.
A ruptura dessa ligação espiritual com 
a Mãe-Terra, separando o homem da na-
tureza e o desejo pelo poder e dinheiro 
foram ganhando espaço e moldando uma 
nova forma de civilização.
No século XIX, Darwin com sua ousada 
Seleção Natural, aproxima a natureza do 
homem e, no século XX, a Ecologia mostra 
a necessidade de revalorizar a integração 
humana da sua natureza interior com a 
natureza exterior. 
A discussão ecológica entra em cena 
quando se faz necessária achar alternati-
vas entre progresso e meio ambiente, ou 
seja, um progresso sustentável. Ecologia 
e economia caminham juntas, promoven-
do uma análise dos recursos disponíveis e 
seus custos/benefícios.
A atual visão ecológica apresenta uma 
base técnica, racional e lógica buscando 
oportunidades de crescimento econômico 
com responsabilidade ambiental.
Uma outra questão que afeta direta-
mente o meio ambiente é o crescimen-
to populacional. No início da era Cristã, 
a população no mundo era cerca de 250 
milhões. Em 1850 alcançou 1,1 bilhão de 
pessoas e 3 bilhões em 1965. Hoje, somos 
aproximadamente 6,5 bilhões, sendo que 
a previsão para 2012 são 7 bilhões de indi-
víduos, podendo chegar em alguns anos a 
12 bilhões.
Como esse aumento enorme do núme-
ro de vidas humanas poderá ser susten-
tado sem causar prejuízos ao planeta? 
(não nos esquecendo que já degradamos 
e poluímos o suficiente para que a nossa 
qualidade de vida esteja afetada). Claro 
que não é pelo nosso modo de vida atual 
e também não o é por meio das políticas 
rotineiras de empreendimentos.
6 76
O crescimento populacional aliado ao 
consumismo irresponsável vem provocan-
do impactos ambientais negativos. No en-
tanto, devemos observar que o ritmo do 
desenvolvimento capitalista não é igual 
em todos os países, sendo que alguns 
consomem exageradamente e outros não 
tem o que pôr no prato para se alimentar.
 Assim não se pode comparar o consu-
mo de um americano com o de um afri-
cano, que em sua maioria, consome o 
mínimo. Apesar desse vasto assalto à na-
tureza, centenas de milhares de pessoas 
lutam em meio à pobreza, sem o mínimo 
de qualidade de vida, sem água potável e 
uma alimentação suficiente para nutrir as 
necessidades vitais.
Devemos ter o cuidado de não homo-
geneizar a relação homem-natureza, atri-
buindo a culpa de todos os problemas am-
bientais de forma igualitária. Temos que 
lembrar que essa relação acontece dife-
rentemente ao redor do planeta e é in-
fluenciada por vários fatores como classe 
social, cultura, economia, etc.
 No entanto, não podemos ignorar 
que estamos pressionando o planeta Ter-
ra até os limites de sua capacidade. Desde 
a revolução industrial, o crescimento po-
pulacional vem aliado ao do consumismo. 
Isso tem causado enormes impactos ao 
meio ambiente, desde poluição atmosfé-
rica principalmente pelos gases metano e 
gás carbônico, como poluição do ar, solo, 
mananciais de água e oceanos afetando 
diretamente a saúdedos humanos e ou-
tras espécies.
 
6 77
UNIDADE 3 - Desenvolvimento sustentável
A definição mais aceita para desen-
volvimento sustentável é o desenvolvi-
mento capaz de suprir as necessidades 
da geração atual, sem comprometer a 
capacidade de atender as necessida-
des das futuras gerações. É o desen-
volvimento que não esgota os recursos 
para o futuro.
Essa definição surgiu na Comissão 
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvol-
vimento, criada pelas Nações Unidas para 
discutir e propor meios de harmonizar dois 
objetivos: o desenvolvimento econômico 
e a conservação ambiental.
O desenvolvimento sustentável tem 
como convicção que as pessoas podem 
modificar comportamentos quando per-
cebem que isso resultará em alguma me-
lhoria, pessoal e para a comunidade. Se 
desejarmos realmente cuidar do planeta 
construir uma melhor qualidade de vida 
para todos, precisamos de valores, eco-
nomias e sociedades diferentes da maio-
ria que existe no mundo hoje.
O enfoque é: conservação não é o 
oposto de desenvolvimento. Enfatiza que 
a conservação engloba tanto a proteção 
quanto o uso racional dos recursos natu-
rais, sendo fator fundamental para o su-
cesso dos povos a obtenção de uma vida 
digna e para a garantia de bem-estar das 
gerações atual e futuras.
Primeiro é necessário assegurar um 
amplo e profundo compromisso com uma 
nova ética sustentável e colocar em prá-
tica seus princípios. Em segundo lugar, 
integrar conservação e desenvolvimento: 
a conservação para limitar as nossas ati-
tudes à capacidade da Terra, e o desen-
volvimento para permitir que as pessoas 
possam levar vidas longas, saudáveis e 
plenas em todos os lugares.
Para que o desenvolvimento sustentá-
vel seja alcançado, temos que reconhecer 
que os recursos naturais são finitos e que 
o planejamento é essencial, pois desses 
recursos dependem a existência humana, 
a diversidade biológica e o próprio cresci-
mento econômico.
8 98
É de vital importância o desenvolvi-
mento econômico para países mais po-
bres, mas não é possível que os modelos 
de crescimento sejam os dos países in-
dustrializados.
Os países do Hemisfério Norte, que 
possuem apenas um quinto da população 
do planeta, consomem 70% de energia, 
75% dos metais e 85% da produção de 
madeira mundial e ainda detêm quatro 
quintos dos rendimentos mundiais.
É curioso o relato que, segundo con-
tam, Mahatma Gandhi faz ao ser pergun-
tado se, depois da independência, a Índia 
perseguiria o estilo de vida britânico. Ele 
responde: “(…)a Grã-Bretanha precisou 
de metade dos recursos do planeta para 
alcançar sua prosperidade; quantos pla-
netas não seriam necessários para que 
um país como a Índia alcançasse o mesmo 
patamar?” Assim, para que o desenvol-
vimento sustentável aconteça de fato, 
deve haver redução do uso de matérias-
-primas e a busca de alternativas ecológi-
cas viáveis, como reciclagem, reutilização, 
entre outros.
A Gestão e Planejamento Ambiental 
é uma grande aliada nesse processo de 
conscientização ecológica e mobilização 
das organizações, pois busca a melhoria 
constante dos produtos, serviços e am-
biente de trabalho, levando em conta o 
fator ambiental. Além de estimular a qua-
lidade do ambiente, também colabora na 
redução de custos, como desperdício de 
água, energia e matérias-primas.
Segundo Barbieri “Os termos adminis-
tração, gestão do meio ambiente, ou sim-
plesmente gestão ambiental serão aqui 
entendidos como as diretrizes e as ativi-
dades administrativas e operacionais, tais 
como, planejamento, direção, controle, 
alocação de recursos e outras realizadas 
com o objetivo de obter efeitos positivos 
sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou 
eliminando os danos ou problemas causa-
dos pelas ações humanas, quer evitando 
que eles surjam.” (BARBIERI, José Carlos. 
GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL – Con-
ceitos Modelos e Instrumentos).
Sabemos que o setor público tem gran-
de responsabilidade na consolidação do 
desenvolvimento sustentável, pois defi-
ne leis e normas que estabelecem crité-
rios ambientais que serão (supostamen-
te) cumpridos tanto pelos órgãos públicos 
como privados. Também tem a função de 
fiscalização, por isso precisa ser coeren-
te ao comprometer-se com o princípio de 
sustentabilidade, adequando suas ações 
à ética socioambiental.
Sustentável é um termo usado com di-
versas combinações, e é preciso diferen-
ciá-las aqui para entendermos sua abran-
gência. Quando dizemos uso sustentável 
aplica-se somente aos recursos renová-
veis em quantidade compatível com sua 
capacidade de renovação. Desenvolvi-
mento sustentável tem como definição 
melhorar a qualidade de vida humana den-
tro da capacidade suporte dos ecossiste-
mas. E economia sustentável é produto 
de um desenvolvimento sustentável.
8 99
UNIDADE 4 - Viver de forma sustentável
Viver de forma sustentável depende da 
aceitação do dever da busca de harmonia 
com as outras pessoas e com a natureza. 
E isso requer uma mudança drástica para 
a maioria das pessoas.
A vida sustentável exige que nos tor-
nemos mais conscientes dos efeitos de 
nossas decisões sobre as sociedades, que 
entendamos que somos parte de uma 
grande comunidade de vida. Mudar hábi-
tos não é tarefa fácil, exige esforço, dedi-
cação, aperfeiçoamento e ética.
Mas como sugerir essa mudança quan-
do muitos vivem na penúria, sem os ele-
mentos básicos da vida? Precisamos de 
um novo tipo de desenvolvimento que 
melhore rapidamente a qualidade de vida 
dos menos afortunados.
O planeta Terra tem seus limites e para 
viver dentro desses limites, admitindo 
que aqueles que hoje têm menos passem 
a ter mais, duas coisas são necessárias: 
reduzir o crescimento populacional e es-
tabilizar e reduzir o consumo de recursos 
dos povos mais ricos.
 A vida sustentável deve ser o novo 
padrão de indivíduos, comunidades, na-
ções, mundo. A mudança deve partir de 
todos e os programas educacionais têm 
grande responsabilidade nas campanhas 
informativas para a difusão dessa ética.
O progresso na direção da sustentabili-
dade tem sido lento devido à ideia de que 
conservação e desenvolvimento são po-
los opostos. Medidas legais, sociais, eco-
nômicas e técnicas devem ser integradas 
no planejamento e ação visando a susten-
tabilidade.
Muito do que há por ser feito, tem 
abrangência mundial e requer uma res-
posta mundial. 
10 11
UNIDADE 5 - Passos para se construir 
uma sociedade sustentável
O objetivo é o desenvolvimento que 
proporcione melhor qualidade de vida hu-
mana e que, ao mesmo tempo, conserve a 
vitalidade e diversidade do planeta Terra. 
Pode parecer utópico, mas é factível.
As sociedades humanas diferem entre 
si, por essas razões, as ações e princípios 
a seguir devem ser adaptados a cada co-
munidade. Os caminhos podem ser dife-
rentes, mas o objetivo é o mesmo: uma 
sociedade sustentável.
Princípios da Sociedade Sustentá-
vel
A regra básica é que a humanidade não 
deve tomar da natureza mais do que ela é 
capaz de repor. Isto significa ter estilos de 
vida e caminhos para o desenvolvimento 
que respeitem e funcionem dentro dos li-
mites da natureza. Não é necessário dei-
xar os muitos benefícios da tecnologia, 
mas a tecnologia também tem que funcio-
nar dentro de tais limites. É um passo ao 
futuro e não uma volta ao passado. 
O primeiro princípio é o que proporciona 
base ética para os outros. Os quatro prin-
cípios seguintes definem critérios e os 
quatro últimos, os caminhos a seguir para 
se chegar à sociedade sustentável, a nível 
individual, local, nacional e internacional.
Esses princípios nos fazem refletir so-
bre os cuidados que devemos ter para 
com as outras pessoas, o respeito e o cui-
dado com a natureza. Muitas culturas e 
religiões do mundo têm reconhecido isso 
há séculos.
10
10 11
UNIDADE6 - Respeitar E Cuidar Da 
Comunidade Dos Seres Vivos
É um princípio ético e significa que o 
desenvolvimento não pode ocorrer em 
detrimento de outros grupos ou de gera-
ções futuras. Deveríamos ter como obje-
tivo a partilha justa de benefícios e custos 
do uso de recursos e da conservação do 
meio ambiente.
 Toda a vida na Terra faz parte de 
um grande sistema interdependente que 
influencia e que está sujeito aos compo-
nentes como rochas, água, solo e ar. O 
prejuízo de uma das partes afeta o todo. 
Essa ética reconhece a interdependên-
cia das comunidades humanas e o dever 
de cada um com seus semelhantes e com 
as gerações futuras. Temos responsabili-
dades com as outras formas de vida que 
compartilhamos com o Planeta.
Conseguir apoio para a ética de viver de 
forma sustentável é importante porque 
está moralmente correto e sem ela o fu-
turo da humanidade está em risco. Os re-
sultados de cada um podem combinar-se 
num todo para haver resultados globais.
A introdução dessa ética requer muitos 
apoios, inclusive das religiões do mundo 
e de grupos preocupados com a natureza 
e os princípios que deveriam guiar as re-
lações entre as pessoas. Tais alianças são 
oportunas e adequadas.
Temos direito aos benefícios da natu-
reza, porém esses não estarão disponí-
veis se não cuidarmos do sistema que os 
fornecem. Além disso, todas as espécies e 
sistemas da natureza merecem respeito.O 
respeito à natureza fica muito evidente 
em sociedades que vivem em contato com 
a natureza e em consonância com suas 
tradições antigas de cuidados para com 
ela.
Ações prioritárias
A proteção dos direitos humanos e do 
restante da natureza é uma responsabili-
dade de âmbito mundial, que transcende 
as fronteiras culturais, ideológicas e geo-
gráficas. A responsabilidade é tanto cole-
tiva quanto individual.
Abaixo, algumas ações para serem di-
vulgadas e aplicadas à filosofia da ética 
mundial:
 Estabelecer verdadeira comunica-
ção entre líderes religiosos e pensadores, 
filósofos, líderes de organizações envol-
11
12 1312
vidas com a conservação e o desenvolvi-
mento, políticos, escritores aliados aos 
princípios de conduta humana;
 Mobilizar pessoas através das or-
ganizações não-governamentais humani-
tárias preocupadas com o meio ambiente;
 Estabelecer novas coalizões a nível 
nacional e ligadas a uma cadeia interna-
cional simples e pouco dispendiosa atra-
vés da qual haverá informação mútua do 
progresso de cada um. Poderiam ser cha-
mados grupos como WWF, UICN (União In-
ternacional para a Conservação da natu-
reza), entre outros;
 Os governos deveriam adotar um 
comprometimento com a ética mundial 
pela vida sustentável e definir respec-
tivos direitos e responsabilidades. Tam-
bém deveriam incorporar esses princípios 
em sua legislação nacional ou nas Cartas 
Constitucionais;
As ações a serem realizadas devem in-
cluir todos os setores da sociedade:
 O ensinamento dos pais aos filhos 
para agir com respeito às outras pessoas 
e espécies;
 Incorporação da ética mundial no 
trabalho dos educadores;
 Envolvimento das crianças na mu-
dança de atitude;
 Utilização dos meios de comunica-
ção para inspirar pessoas ao respeito pelo 
próximo e natureza;
 Ampliação do conhecimento em re-
lação aos ecossistemas e sua capacidade 
suporte;
 Avaliação pelos advogados das im-
plicações legais da ética mundial;
 Novas tecnologias e filosofias em-
presariais e econômicas para implemen-
tar a nova ética;
 Um trabalho simultâneo de políti-
cos, legisladores e administradores para 
avaliar as mudanças e introduzi-las;
A introdução da ética mundial é um tra-
balho lento e árduo. Muitas pessoas não 
perceberão a necessidade de mudar e 
outras resistirão às mudanças, por pen-
sarem que trazem uma ameaça aos seus 
interesses pessoais, portanto precisamos 
de mecanismos para superar os obstácu-
los mais difíceis.
A criação de uma organização mundial 
poderia garantir a observância da ética 
mundial por todos os países. Poderia ser 
um movimento independente, compro-
metido com a ética e fazendo o possível 
para divulgá-la e evitar que houvesse 
violações. O primeiro passo seria definir o 
que seriam as violações à ética. 
Essas ações devem levar à criação de 
códigos de conduta que introduzam com 
a ética mundial no contexto cultural de 
cada sociedade.
12 1313
UNIDADE 7 - Melhorar a qualidade da vida 
humana
É o principal objetivo do desenvolvi-
mento, e torna possível os seres huma-
nos obter autoconfiança, dignidade, sa-
tisfação. O crescimento econômico é um 
importante componente do desenvolvi-
mento, porém não deve ser um objetivo 
isolado. Alguns objetivos das pessoas são 
universais, tais como vida longa e saudá-
vel, educação, acesso aos recursos ne-
cessários para um padrão de vida digno, 
liberdade política, garantia de direitos hu-
manos e de proteção contra a violência. O 
desenvolvimento só é verdadeiro quando 
melhora a nossa vida em todos os aspec-
tos.
Os indicadores de desenvolvimento 
mostram que muitos países de menor ren-
da tiveram melhorias em alguns indicado-
res. No entanto, as necessidades básicas 
de alimentação, moradia e saúde ainda 
não são satisfatórias.
De acordo com o novo Índice de Pobre-
za Multidimensional (MPI), o número de 
pessoas consideradas pobres no mundo 
chega a 1,7 bilhão de pessoas. O Níger é 
o país com maior proporção de pobres no 
mundo (92,7%), seguido da Etiópia (90%), 
Mali (87,1%) e República Centro-Africana 
(86,4%). (Dados da BBC – 14/07/2010) 
Embora a produção mundial de alimen-
tos tenha crescido, o aumento está con-
centrado onde há excesso, enquanto a 
fome espalha sofrimento e morte em paí-
ses onde há carência.
O analfabetismo e o desemprego es-
cravizam o pobre à miséria. A qualidade 
de vida depende de oportunidade e capa-
cidade de se ter um lugar na comunidade.
14 15
O desemprego e o subemprego 
ainda são graves problemas de alguns 
países, e resulta em perda de recursos 
humanos, provocando inquietação social 
e insatisfação pessoal. Os países mais 
pobres e mais endividados são os que têm 
maior dificuldade para o desenvolvimento 
humano e são os que mais necessitam 
dele. O aumento de pressão sobre os 
recursos da natureza, especialmente nos 
países mais pobres, causa degradação 
o que vem a anular perspectivas a longo 
prazo.
Muitos países não podem (ou não 
querem) investir em programas sociais 
ou ambientais nos níveis necessários. 
Muitas são as causas da falta de recursos 
financeiros. Faz-se necessário maior 
auxílio financeiro internacional (com 
fiscalização) para fins sociais e para 
conservação e recuperação da natureza 
e dos recursos naturais essenciais. A 
ajuda na área social é mais importante do 
que a ampliação dos recursos financeiros 
(pelo menos no primeiro momento). O 
cancelamento da dívida e incentivos à 
exportação também são um caminho.
Todos os governos devem rever suas 
prioridades orçamentárias e muitos 
deveriam redistribuir riquezas que 
possuem para financiar o desenvolvimento 
humano e os cuidados para com o meio 
ambiente. As políticas para amparar ou 
recuperar a economia são, portanto, 
essenciais para os países de baixa 
renda. Uma vez que todas as economias 
são baseadas nos recursos naturais e 
sistemas de sustentação da vida, medidas 
e políticas sociais e econômicas devem 
ser complementadas e devem conservar 
o meio ambiente e impedir a perda dos 
recursos naturais.
Políticas sociais dirigidas 
adequadamente se fazem necessárias, 
pois sabemos que a relação aumento 
do Produto Interno Bruto pode não ser 
sinônimo de melhor qualidade de vida. Por 
exemplo, a riqueza de alguns países de 
alta renda não protegem os indivíduos da 
violência, drogas, doenças entre outros.
Os países de maior renda terão como 
metaespecialmente o desenvolvimento 
humano. Atingido tal objetivo, o principal 
desafio é estender qualidade de vida para 
todos, para isso é necessário redução 
do consumo de energia e de recursos. 
Também deverão diminuir a emissão 
de gases poluentes do efeito estufa e 
outros. É uma difícil tarefa, especialmente 
mantendo níveis de emprego e a atividade 
industrial.
Nenhuma nação, que passe por um 
desenvolvimento sustentável ficará 
isenta de sofrer amplos ajustes. E estes 
ajustes devem começar dando ênfase na 
melhoria da qualidade de vida humana. 
Um dos ajustes poderia ser a redução dos 
gastos militares para mínimo necessário 
à segurança. Isso não é tarefa fácil, 
mas deveria ser feito pelo interesse 
das pessoas do mundo todo. O primeiro 
passo é assegurar aos governos que a 
segurança de suas fronteiras e a ordem 
interna podem ser mantidos com menor 
investimento e que sua própria economia 
se beneficiaria com esta mudança. Já 
14 15
os países que ganham com vendas de 
armamentos teriam que ser incentivados 
a investir em outros setores.
Ações prioritárias
 
Redirecionar as prioridades do 
desenvolvimento é uma estratégia para 
melhorar a qualidade de vida as pessoas 
de forma a proporcioná-las:
 Acesso aos recursos necessários 
para um padrão de vida digna em bases 
sustentáveis;
 Vida longa e saudável com nutrição 
de qualidade;
 Educação que permita cada pessoa 
explorar seu potencial intelectual e se 
torne capaz de contribuir para a sociedade;
 Oportunidade de empregos que 
sejam compensadores.
 A melhoria da qualidade de 
vida depende também do aumento e 
manutenção de produtividade, qualidade 
do ambiente e da estabilização da 
população humana e de recursos.
Ações imediatas para os países de 
menor renda
 Serviços básicos de saúde e 
educação para todos;
 Complementação de renda; 
subsídios par alimentação; programas 
especiais de nutrição; programas de 
conservação e serviços de educação que 
serão mais detalhados em outros itens;
 Aumentar o crescimento econômico 
para acelerar o desenvolvimento humano 
aliado a conservação ambiental. Uma das 
estratégias é a abertura de mercados 
nacionais;
 Abertura de mercados 
internacionais;
 Investimento em ciência, 
tecnologia, educação e treinamento;
 Destinação de mais recursos para 
áreas rurais;
 Incentivo à educação e saúde 
pública com programas de nutrição para 
escolas, por exemplo;
 Especial atenção às comunidades 
nativas. A tomada de decisões deve 
acontecer em conjunto com estas 
comunidades;
 Investimento para melhorar o plano 
institucional e regulador de administração 
do meio ambiente;
 Assegurar à mulher condições de 
participar plenamente no processo de 
desenvolvimento nacional;
 Oportunidades de emprego para 
aumento de renda. A industrialização 
deve ser implementada de forma a 
salvaguardar o meio ambiente;
 Incentivo ao crescimento de 
pequenos e médios negócios;
 Transferência de tecnologia de 
países mais avançados para viabilizar uma 
industrialização que agrida menos o meio 
ambiente;
 Controle da situação do meio 
ambiente, saúde e educação.
Ações para os países de maior 
renda
 
Nesses países as pessoas desfrutam de 
um alto padrão de vida material que não é 
sustentável em termos globais.
O desafio para estes países também é 
grande. Devem-se encontrar meios para 
garantir a qualidade de vida e, ao mesmo 
tempo, reduzir o consumo de recursos, 
o uso de energia e seu impacto no meio 
ambiente. Também têm a obrigação de 
ajudar os países de menor renda a atingir 
16 1716
o desenvolvimento de que necessitam.
 Os governos deveriam adaptar as 
políticas nacionais de desenvolvimento 
para assegurar a sustentabilidade. Os 
itens abaixo são ações que poderiam 
contribuir para isso:
 Melhoria no padrão de vida dos 
mais pobres;
 Reduções na poluição das águas e 
do ar e, principalmente, impor restrições 
à emissão dos gases do efeito estufa que 
contribuem para a mudança climática;
 Conservação da diversidade 
biológica e cultural;
 Informações ao público e 
campanhas educativas voltadas à 
sustentabilidade;
 Novas filosofias de relações 
internacionais econômicas, políticas e de 
comércio que possam ajudar países mais 
pobres a atingir seu desenvolvimento;
 Progresso na conservação e 
utilização de energia, bem como mudança 
para fontes de energia renováveis;
 Campanha para reciclagem e menor 
perda de materiais na produção;
 Industrialização com tecnologia 
menos ou nada poluente;
 Usos de meios de comunicação 
como Internet, telefones e outros ao 
invés de viagens a negócio.
 
16 1717
UNIDADE 8 - Conservar a vitalidade e a 
diversidade do planeta terra
A conservação somente proporciona-
rá benefícios duradouros se estiver inte-
grada com formas corretas de desenvol-
vimento.
 Deve incluir providências no sen-
tido de proteger a estrutura, as funções 
e a diversidade dos sistemas naturais do 
planeta. Para isso devemos:
Conservar os sistemas de susten-
tação da vida.
 
São processos ecológicos que deter-
minam o clima, eliminam resíduos do ar 
e água, regula o fluxo de água, reciclam 
elementos essenciais, permitem a autor-
renovação do ecossistema. Enfim, são 
estes sistemas que mantêm o planeta 
adequado para vida.
As atividades humanas estão provo-
cando mudanças radicais nesses proces-
sos através da poluição global e destrui-
ção ou modificação dos ecossistemas. De 
acordo com modelos climáticos, a tempe-
ratura média da Terra deve aumentar 1ºC 
até 2025 e 3ºC antes do final do século.
Pode não parecer muito, mas pode fa-
zer mudanças consideráveis, por exem-
plo, regiões climáticas vão mudar, assim 
como os índices de precipitação. Haverá 
aumento do nível dos oceanos e inten-
sificação de secas e tempestades anor-
mais.
Acompanhado essas consequências 
do efeito estufa, também temos a elimi-
nação da camada de ozônio que contribui 
para novas ameaças mundiais. Fora os 
velhos problemas de poluição das águas, 
do solo, desmatamentos de florestas e 
várzeas, represamento e canalização da 
água corrente e introdução de espécies 
não-nativas.
Os ecossistemas costeiros estão se 
deteriorando rapidamente devido ao 
controle deficiente do desenvolvimento 
urbano, industrial, comercial, turístico, 
agrícola e a falta de controle da disposi-
ção dos resíduos.
18 19
Conservar a biodiversidade
 
Diversidade biológica é a variedade 
total de classes genéticas, espécies e 
ecossistemas. Está em contínua mudan-
ça. À medida que a evolução traz novas 
espécies, novas condições ecológicas 
causam o desaparecimento de outras. 
Isto sempre ocorre, pois a natureza é mu-
tável, mas as atividades humanas vêm 
acelerando o esgotamento e a extinção 
das espécies e modificando as condições 
para a evolução. A diversidade biológi-
ca deve ser conservada porque todas são 
componentes de sustentação da vida e, 
por princípio, merece respeito, indepen-
dentemente da sua utilização pela huma-
nidade.
As plantas e os animais, evoluindo por 
centenas de milhares de anos, torna-
ram o planeta adequado para as formas 
de vida que conhecemos hoje. Ajudam a 
manter o equilíbrio químico da Terra e a 
estabilizar o clima.
Sabemos pouco acerca da importância 
dos diferentes ecossistemas e das espé-
cies que os compõem. E todas as socieda-
des, rurais e urbanas, continuam a lançar 
mão de vários ecossistemas para satisfa-
zer suas necessidades.
A diversidade biológica é fonte de toda 
riqueza, nos fornece o alimento, muitas 
das matérias-primas, variedades de bens 
e serviços. O material genético usado na 
agricultura, medicina e indústria vale bi-
lhões de dólares ao ano. E muitas pesso-
as gastam bilhões de dólares para apre-
ciarem a beleza da natureza através do 
turismo e recreação.Embora não saibamos exatamente 
quantas espécies existam, alguns espe-
cialistas calculam que, se persistir a ten-
dência atual, pode haver redução de até 
25% das espécies do mundo até meados 
deste século. Muitas espécies estão per-
dendo uma parte considerável de sua va-
riação genética.
Assegurar o uso sustentável de re-
cursos renováveis
Recursos renováveis são a base de to-
das as economias, incluem o solo, a água, 
produtos que retiramos de seu estado 
natural, tais como madeira, castanhas, 
plantas medicinais, peixe, carne e couro 
de animais selvagens, espécies domes-
ticadas criadas pela agricultura, aquicul-
tura e silvicultura; e ecossistemas, tais 
como os dos campos, florestas e águas. 
Se forem usados de forma sustentável, 
tais recursos renovar-se-ão perpetua-
mente.
No entanto, devido à atual insustenta-
bilidade de grande parte da pesca, explo-
ração de florestas, entre outros, o futuro 
de muitas comunidades está ameaçado.
Erosão, irrigação mal administrada, 
salinização, alcalinização já destruíram 
enormes áreas de solo que antes eram 
férteis.
A retirada de água no mundo tem au-
mentado cada vez mais, sendo que mui-
tas áreas áridas e semiáridas já sofrem 
com a escassez de água. A concorrência 
crescente de usuários de água ameaça 
a capacidade administrativa que cuida 
da água e sua distribuição. Em países de 
menor renda, a causa principal de morta-
lidade são elementos patogênicos prove-
nientes da água.
O desmatamento de florestas tropi-
cais para algum tipo de cultivo ou pasta-
gem está reduzindo a diversidade bioló-
gica, e assim, aniquilando com fontes de 
riquezas e beleza ainda desconhecidos. 
18 19
As florestas temperadas e boreais são 
altamente estáveis, todavia a poluição 
do ar, a derrubada de madeira e a urbani-
zação estão fragmentando tais recursos.
A pesca excessiva combinada com os-
cilações naturais têm resultado na dimi-
nuição de algumas áreas de pesca. Mui-
tas áreas de pesca são exploradas além 
dos níveis considerados sustentáveis a 
longo prazo. Podemos dizer que o uso é 
sustentável quando se mantêm dentro 
da capacidade de renovação daquele re-
curso.
Ações prioritárias
 
Para conservar a vitalidade e diver-
sidade do Planeta Terra em seu próprio 
direito e como fator fundamental do ser 
humano, é necessário a prática das se-
guintes ações:
 impedir a poluição;
 recuperar e manter a integridade 
dos ecossistemas do nosso planeta;
 conservar a diversidade biológica;
 assegurar que os recursos renová-
veis sejam usados de forma sustentável.
A seguir detalhes de cada ação:
Impedir a poluição
A poluição é o processo de sobrecarga 
dos ecossistemas da Terra com materiais 
prejudiciais ou energia desperdiçada. 
Evoluiu de um incômodo local para uma 
ameaça mundial. Portanto, governos, 
municípios e indústrias, de todos os pa-
íses do mundo, devem tomar providên-
cias. 
As emissões para o ar, as descargas 
nos rios e oceanos e a disposição dos 
resíduos sólidos deveriam ser controla-
das por um único órgão governamental 
ou ligado a ele, investido de poderes e 
recursos para impor a execução de me-
lhores padrões. O controle integrado da 
poluição evita o risco de que os materiais 
poluentes simplesmente sejam transfe-
ridos de um meio para outro.
Municípios e empresas de utilidade pú-
blica deveriam ser investidos de poder, 
recursos e orientação para manter a boa 
qualidade do ar e saneamento básico efi-
ciente em suas áreas. As indústrias po-
dem fazer muito para impedir a poluição, 
usando melhor a tecnologia disponível e 
desenvolver processos que não emitam 
gases poluentes. Devem também utilizar 
métodos mais eficientes de reaproveita-
mento de recursos úteis e descartar ade-
quadamente produtos perigosos.
Fazendeiros deveriam diminuir consi-
deravelmente ou totalmente a quantida-
de de fertilizantes e defensivos que são 
carregados pelas águas das chuvas. A 
Europa e América do Norte são os maio-
res responsáveis pela emissão mundial 
de gases poluentes causadores do efeito 
estufa e chuva ácida. À medida que paí-
ses de menor renda forem se industriali-
zando os problemas se agravarão.
Veículos motorizados são a principal 
fonte emissora de monóxido de carbono, 
hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio. 
Conversores catalíticos podem ajudar 
muito, mas as indústrias devem intensi-
ficar seus esforços na produção de mo-
20 21
tores menos poluentes (queima limpa). 
A mudança climática é uma das maiores 
ameaças à sustentabilidade. A respon-
sabilidade pela redução das emissões de 
dióxido de carbono cabe, especialmente, 
aos países industrializados, uma vez que 
são eles a maior fonte de emissão total 
do dióxido de carbono, além de possuí-
rem recursos econômicos e capacidade 
técnica para providenciarem a ação cor-
retiva.
 A indústria e serviços públicos de-
vem, quando possível, substituir o carvão 
por gás natural ou outras fontes menos 
poluidoras. Governo e indústria devem 
acelerar a utilização de energia solar, eó-
lica e outros sistemas de energia renová-
vel.
 É recomendável o fechamento de 
instalações antigas e mais poluentes, e 
também o plantio de árvores em número 
suficiente para retenção de uma quanti-
dade equivalente de carbono. As flores-
tas devem ser mantidas, ou se possível, 
expandidas. Para proteção da camada de 
ozônio devem ser eliminadas a produção 
e utilização do clorofluocarboneto.
 Governantes e instituições devem 
trabalhar juntos para reduzirem emis-
sões de gás metano, como por exemplo: 
melhorar a manutenção dos sistemas de 
produção de petróleo e gás natural, para 
reduzirem vazamentos de metano; reci-
clagem de resíduos incineráveis; melho-
rem a manutenção dos aterros sanitá-
rios.
Os governantes também devem de-
senvolver e implementar planos nacio-
nais para redução das emissões de gás 
estufa pela atividade agrícola. Uma das 
providências é reduzir emissões de óxido 
nitroso pelo uso de adubos e compostos 
animais. Também áreas cultivadas que 
sejam adequadas apenas a uma colheita 
anual, deveriam ser convertidas em plan-
tações perenes.
Há um amplo consenso de que, mesmo 
tomando providências imediatas para di-
minuição de emissão de gases “estufa”, 
é inevitável um aquecimento do clima do 
planeta Terra, portanto, há que se estu-
dar urgentemente medidas de adapta-
ção a essa nova situação.
Os governantes devem rever seus 
planos de desenvolvimento e conserva-
ção com base nas mudanças climáticas. 
Deve fazer ajustes focando o uso da ter-
ra, aumento do nível do mar, mudanças 
na agricultura (reservando as plantas de 
culturas mais adequadas para gerações 
futuras), adotar medidas para manter as 
defesas naturais como recifes de corais e 
mangues, rever planos para atendimen-
to de calamidades e situações de emer-
gências. Os órgãos internacionais devem 
oferecer ajuda na preparação de tais re-
visões e assistência em caso de calami-
dades.
Recuperação e manutenção da in-
tegridade dos ecossistemas da Terra
 
Os governantes e os órgãos devem, na 
medida do possível, usar as bacias hidro-
gráficas como unidades naturais de ge-
renciamento de terra e da água.
A água interliga as atividades das co-
munidades humanas entre si e com as de 
animais e plantas. A política para a água 
deve ser baseada na capacidade supor-
te de bacias hidrográficas, e deve prever 
todos os tipos de uso adequado. A utili-
zação dos recursos hídricos deve ser alia-
da à manutenção dos ecossistemas que 
20 21
desempenham um papel fundamental no 
ciclo da água, tais como as florestas.
Dentro da conservação, a tarefa mais 
difícil é chegar ao correto equilíbrio entre 
os usos alternativos do meio ambiente. A 
sustentabilidade depende da conversão, 
para uso intensivo do homem, somente 
daquelas áreas que possam suportar tal 
uso, conservandoos sistemas naturais 
onde possam proporcionar benefícios 
maiores, ou seja, essenciais à manuten-
ção da diversidade e das funções ecoló-
gicas.
Os governantes devem proteger os 
ecossistemas naturais remanescentes; 
recuperar ecossistemas degradados; de-
senvolver formas de utilização sustentá-
vel dos ecossistemas; considerar todos 
os custos sociais e benefícios ao analisar 
a conversão de terras para agriculturas 
ou sistemas urbanos.
Devido ao aumento populacional, as 
terras usadas na agricultura terão que 
ser cultivadas mais intensamente. Mos-
tra-se como prioridade o desenvolvimen-
to de técnicas para uma atividade agríco-
la mais intensiva e sustentável. O manejo 
engloba ações como: melhoramento das 
condições do solo; controle de pestes e 
pragas de forma economicamente efi-
ciente e ecologicamente saudável; con-
servar habitats dos polinizadores de cul-
turas e inimigos naturais das pestes.
Quanto ao desmatamento, é impres-
cindível que os governantes tenham 
como meta detê-lo, revendo a política na-
cional de concessões para exploração de 
madeira em cada região. Devem proteger 
grandes áreas de florestas antigas, bus-
cando uma negociação internacional que 
apoie a ação conjunta para conservar as 
florestas do mundo e buscar manejo sus-
tentável de áreas para reflorestamento 
para uso da madeira.
A ação global conjunta para conserva-
ção de florestas torna-se crucial devido 
ao valor das florestas com seus recursos, 
biodiversidade e manutenção do equilí-
brio do clima.
Conservar a diversidade biológica
 
As áreas protegidas são estabelecidas 
para salvaguardar exemplares importan-
tes da herança natural ou cultural, tem 
como finalidade a conservação dos siste-
mas de sustentação da vida e da diversi-
dade biológica e para apreciação huma-
na. Há muitos tipos de áreas protegidas, 
cada uma com seus benefícios próprios.
Cabe ao governo estabelecer ou man-
ter órgãos especializados com a finalida-
de de fornecer orientação, infraestru-
tura administrativa, pessoal treinado e 
fundos para planejamento e cuidados da 
rede nacional de áreas protegidas.
Os sistemas nacionais de áreas pro-
tegidas devem ser regidos por uma clara 
política e pessoas especializadas, asse-
gurando que haja um plano administrati-
vo eficiente, que envolva a comunidade 
22 23
local e assegure que estas sejam partici-
pantes da conservação e dos benefícios 
(com retorno financeiro) da economia 
sustentável da área protegida.
As áreas protegidas podem ter espe-
cial importância para o desenvolvimento, 
quando proporcionam:
 conservação da água e do solo em 
zonas propensas a grande erosão, caso a 
vegetação original seja removida, princi-
palmente encostas íngremes de cabecei-
ras e as margens de rios;
 controle e purificação do fluxo de 
água;
 defesa às pessoas contra desas-
tres naturais, tais como enchentes, au-
mento do nível do mar;
 manutenção da vegetação natural 
essencial em solos de baixa produtivida-
de;
 manutenção dos recursos genéti-
cos selvagens ou espécies importantes 
para a medicina;
 proteção de espécies e populações 
altamente sensíveis à influência huma-
na;
 criação de habitats para reprodu-
ção, alimentação ou descanso para aque-
las espécies migratórias usadas pelo ho-
mem ou ameaçadas de extinção;
 rendimentos e oportunidades de 
emprego, provenientes principalmente 
do turismo, o chamado atual ecoturismo.
 As espécies ameaçadas merecem a 
devida atenção dos governantes e ONGs. 
Cada país deve fazer o possível para evi-
tar sua extinção. 
 As espécies invasivas causam im-
portantes perdas da biodiversidade e seu 
controle é difícil e às vezes impossível, 
por isso, as espécies não-nativas (exó-
ticas) de animais, plantas e elementos 
patógenos devem passar por rigorosas 
medidas e sua liberação deve ser impedi-
da. 
 O conhecimento das espécies e 
sua inter-relação é fator importante para 
a conservação do ecossistema. A pes-
quisa biológica e o monitoramento de-
vem ser voltados principalmente para a 
conservação da diversidade, buscando 
promover o intercâmbio entre universi-
dades nacionais e internacionais. O re-
censeamento aéreo e terrestre de áreas 
protegidas é outro recurso que deve ser 
mais implantado, de modo a estruturar 
um banco de dados de conservação na-
cionais, que possa ser de fácil acesso a 
todos e estar interligado com o Centro 
Mundial para Monitoramento da Con-
servação. Este Centro tende a se tornar 
o repositório mundial de todos os dados 
relativos à diversidade biológica.
 A maior prioridade da conservação 
da diversidade biológica é a conservação 
in situ de espécies em seus habitats na-
turais. No entanto, em alguns casos os 
habitats tornaram-se tão degradados 
ou o tamanho da população diminuiu a 
tal ponto que não é possível garantir 
a sobrevivência da espécie em estado 
selvagem. Sob essas circunstâncias, um 
programa de conservação genética pode 
abranger tais espécies, podendo ser in 
situ ou ex situ.
 Muitos grupos de espécies, parti-
cularmente pássaros, peixes, répteis e 
certas plantas ameaçadas de extinção 
mundial, são mantidos em coleções par-
ticulares, em razoáveis quantidades de 
população. Esse fato deve constar dos 
acordos regionais e internacionais e de-
vem ser inspecionados e aprovados.
22 23
Assegurar que os recursos reno-
váveis sejam usados de forma sus-
tentável
Os incentivos para uso dos recursos 
naturais de forma sustentável depen-
dem dos direitos de propriedade dos 
usuários. Pessoas com direito específico 
para a pesca têm incentivo para limitar 
sua retirada, de forma a conservar o re-
curso. Portanto, a exclusividade, a du-
ração e outros direitos de propriedade 
têm profunda influência no incentivo dos 
usuários para conservar os recursos.
Governantes e comunidades locais de-
veriam desenvolver conjuntamente uma 
política para a administração do recurso 
renovável. A comunidade local ser atu-
ante, criar instituições e ser encorajada a 
participar do processo. Deve estar incluso 
suporte aos projetos de desenvolvimen-
to rural, conservação e uso sustentável 
das espécies e ecossistemas selvagens.
Em muitos países as espécies selva-
gens e ecossistemas são recursos que 
podem ser usados com controle, ou seja, 
sustentavelmente. Para isso, é preciso 
que a pesquisa e o controle sejam prio-
rizados pelos governantes. Deve-se dar 
ênfase às espécies economicamente im-
portantes. Assegurar que a retirada de 
um determinado recurso não exceda sua 
capacidade de sustentar a exploração.
Minimizar o esgotamento de re-
cursos não-renováveis.
São recursos não-renováveis os miné-
rios, petróleo, gás e carvão. Usá-los de 
forma sustentável não é possível, mas 
podemos “prolongar sua vida” através de 
processos como reciclagem, redução de 
consumo ou substituição (quando possí-
vel) por um recurso renovável.
24 2524
UNIDADE 9 - -Permanecer nos limites da ca-
pacidade suporte do planeta terra
O impacto máximo que o Planeta ou 
qualquer ecossistema pode tolerar é sua 
capacidade suporte. Se o homem não che-
gar ao equilíbrio entre o nível de explora-
ção dos recursos e a capacidade suporte da 
Terra a obtenção de sustentabilidade será 
impossível.
Mesmo sendo difícil ter a exatidão da ca-
pacidade suporte dos ecossistemas, sabe-
mos com toda certeza que há limites para 
a capacidade que ecossistemas e biosfera 
conseguem tolerar sem uma deterioração 
arriscada. E, se por um lado sabemos que 
tais limites existem, por outro, não sabe-
mos exatamente onde estão tais limites. E 
acima de tudo, é importante ressaltar que 
buscamos melhoria sustentável na qua-
lidade de vida de bilhões de pessoas, não 
somente a sobrevivência.
Essa capacidade suporte varia de região 
para região e está diretamente relacionada 
com a quantidade de pessoas, quantidadede alimentos, água, energia e matérias-pri-
mas que cada pessoa utiliza ou desperdiça. 
Poucas pessoas consumindo muito podem 
causar tanto prejuízo quanto muitas pes-
soas consumindo pouco.
 As providências para nos manter-
mos dentro da capacidade suporte da Ter-
ra vão variar de país para país, e mesmo 
de uma comunidade para outra dentro do 
próprio país. Mas, no planejamento da es-
tratégia do desenvolvimento devem ser 
considerados:
 Uma minoria de pessoas, localizada 
principalmente em países de maior ren-
da, consomem exageradamente energia, 
alimentos e outros recursos. Essa mino-
ria tem condições de reduzir seu consumo 
com qualidade de vida. Sabemos que não 
será fácil fazê-las reduzir espontaneamen-
te;
 A maioria das pessoas, habitantes 
principalmente em países de menor renda, 
tem padrão de vida que varia do miserável 
ao tolerável. Usam apenas uma pequena 
parcela dos recursos da Terra;
 As taxas de crescimento populacio-
nal são mais altas onde a pobreza é maior.
A esta situação, devemos nos posicio-
nar para que as disparidades no consumo 
de recursos e taxas de crescimento popu-
lacional sejam superados. Esforços conjun-
tos são necessário para reduzir o consumo 
de recursos e energia nos países de maior 
renda. A redução pode ser favorecida pelo 
desenvolvimento de tecnologias que oti-
mizem a produção de energia e materiais, 
incluindo reciclagem, e pela demanda de 
produtos com menores impactos.
O consumo de energia comercial por 
pessoa é uma medição útil do impacto am-
biental. Isto porque é a energia que possi-
bilita a retirada dos recursos renováveis e 
24 2525
não-renováveis dos ecossistemas para re-
tornar aos ecossistemas na forma de resí-
duos. Quanto mais poluente for a fonte de 
energia, maior será o impacto.
Em média, o habitante de um país de 
“alto consumo” gasta 18 vezes a energia 
comercial usada por um habitante de um 
país de “baixo consumo”.
A maioria dos países de alta renda tem 
populações quase estáveis, mas o consu-
mo de recursos continua aumentando. Já a 
maioria dos países de baixo consumo tem 
altas taxas de fertilidade. O crescimento 
populacional rápido prejudica as perspec-
tivas de um crescimento sustentável, pois 
os governos precisam suprir as necessida-
des básicas da população.
Um dos maiores desafios para a susten-
tabilidade está na estabilização das popu-
lações humanas e o consumo de recursos 
em bases mais equitativas e sustentáveis. 
Precisamos, para isso, mudar nossos es-
tilos de vida (principalmente países com 
maior renda) em benefício de um padrão 
de vida digno para todos e um futuro digno 
para nossos descendentes.
Ações prioritárias
 A seguir, algumas ações para nos 
mantermos dentro dos limites da capaci-
dade de suporte do Planeta Terra:
 Manejar seus recursos ambientais 
de forma sustentável;
 Tratar de forma integrada assuntos 
como crescimento populacional e consumo 
de recursos;
 Reduzir consumo e desperdício ex-
cessivo;
 Fornecer melhores serviços de in-
formação, planejamento familiar e assis-
tência médica.
Governantes, órgãos educativos e gru-
pos não-governamentais devem dar su-
porte e promover a educação formal e 
informal no sentido de conscientizar as 
pessoas que a capacidade de suporte do 
Planeta não é ilimitada. 
A introdução de impostos muito bem es-
truturados para energia deve vir a incenti-
var tecnologias mais eficientes e o uso de 
fontes alternativas que emitam menos 
dióxido de carbono e outros poluentes. A 
fonte de energia mais limpa deveria ser 
tributada somente em grau que permita 
sua eficiência, ao passo que outras fontes 
devem ser tributadas em taxas progressi-
vamente maiores, de forma a deter a po-
luição. Os impostos sobre matérias-primas 
poderiam seguir o mesmo procedimento 
para incentivar o uso de tecnologias mais 
eficientes, de recursos renováveis e de 
produtos mais duráveis.
Os consumidores (especialmente de pa-
íses de maior renda) podem usar seu po-
der de compra para fortalecer produtos 
que causem menos prejuízo ao ambiente. 
Podem se tornar “consumidores verdes”. 
Mas, também para isso, há necessidade de 
informação segura acerca de produtos e 
serviços.
Para estabilizar a população, alguns fa-
tores precisam ser trabalhados, como: in-
formações sobre serviços de planejamen-
to familiar e acesso a estes serviços; renda 
e segurança familiar; assistência médica à 
gestante e à criança; condição da mulher 
na sociedade; educação para homens e 
mulheres; fatores religiosos e culturais. 
As pessoas limitam o tamanho das famí-
lias quando isto lhes convém social e eco-
26 2726
nomicamente. A educação para as mulhe-
res precisam ser melhoradas, pois quanto 
maior o grau de escolaridade, menos filhos 
elas possuem.
O planejamento familiar é altamente de-
sejável, pois estima-se que poderia salvar 
200.000 mulheres e 5 milhões de crianças, 
através de assistências aos casais para es-
paçar seus filhos e evitar gestações de alto 
risco. Mulheres de localidades com menor 
renda como África, Ásia e América Latina 
sofrem constantemente por falta desta 
assistência e enfrentam situações desas-
trosas onde muitas das gestações acabam 
em aborto.
Onde as unidades de assistência ao pla-
nejamento familiar foram instaladas, hou-
ve considerável redução da fertilidade. 
Cabe ao governo, administração local e ór-
gãos de ajuda ao desenvolvimento assegu-
rar a inclusão do planejamento familiar em 
todos os programas urbano e rural, alocan-
do recursos para isso em seus orçamentos.
 
26 2727
UNIDADE 10 - Modificar atitudes e práticas 
pessoais
 
Reexaminar valores e alterar compor-
tamentos são pontos de partida para vi-
ver com sustentabilidade. Apoiar atitudes 
que promovam a modificação de atitudes 
é fundamental e a difusão de informações 
por meio de sistemas formais e informais 
de educação se faz necessário para que 
essa nova ética seja explicada e entendi-
da por todas as pessoas.
Muitas pesquisas demonstram que a 
preocupação com a deterioração ambien-
tal está largamente difundida em todos 
os países. Entretanto, outras pesquisas 
demonstram que as pessoas “cansam-se” 
rapidamente dessas mensagens destru-
tivas e seguem com seus estilos de vida, 
seja o consumo excessivo (países com 
maior renda) ou a retirada de matérias-
-primas dos ecossistemas para sobrevi-
vência (países com menor renda). Outras 
pessoas simplesmente não veem como 
a modificação de seu comportamento 
poderia ajudar outras pessoas. Algumas 
pessoas mudam seus estilos de vida em 
alguns aspectos. 
Até mesmo governantes conscientes 
da importância do meio ambiente são 
tentados a abrandar as regras quando 
enfrenta uma recessão ou desemprego 
crescente. As pessoas adotarão a ética da 
vida sustentável quando forem persuadi-
das de que é necessário e correto fazê-lo.
A educação é um importante fator na 
consecução dessas mudanças, seja ela 
formal ou informal. A educação formal 
deveria não somente ser proporcionada 
de forma ampla, mas também modificada 
em seu conteúdo. Deveriam ser iniciados 
no conhecimento e nos valores que per-
mitirão viver de forma sustentável. Isso 
requer que a Educação Ambiental esteja 
aliada à Educação Social. Quanto à edu-
cação informal deve haver o aproveita-
mento do poder e influência dos meios de 
comunicação, como jornais, programas de 
televisão, rádio, revistas e lugares de en-
tretenimento.
Ações prioritárias
Os planos de ação devem constituir-se 
em iniciativas conjuntas de governantes, 
instituições educacionais, ONGs, meios de 
comunicação e o setor de negócios e ter 
como objetivo difundir os princípios da 
28 2928
sustentabilidade, como:
 Identificar as características espe-
cíficas de cada sociedade como a história 
local, traços culturais, ecossistemas, sím-
bolos eplanejar os programas educacio-
nais com base na cultura e meio ambiente 
desta sociedade em questão.
 Inserir a educação ambiental na 
educação formal em todos os níveis de 
escolaridade. O ensino nas escolas deve-
ria ser prático e teórico, e estar ligado a 
projetos de campo. Ter como meta a lição 
de que a sustentabilidade vale a pena ser 
levada para casa;
 Professores treinados nas Ciências 
Sociais deveriam trabalhar juntos com 
educadores ambientais, usando métodos 
para incluir a conscientização no contexto 
da sustentabilidade. Já os cursos de nível 
secundário e superior deveriam fornecer 
treinamento nas habilidades técnicas e 
administrativas para se viver em uma eco-
nomia sustentável. É crucial que todas as 
escolas ensinem técnicas corretas para a 
vida sustentável;
 Oficinas de treinamento de novas 
técnicas e como usar os recursos de forma 
sustentável e lucrativa para trabalhado-
res como agricultores, pescadores, entre 
outros.
 
28 2929
UNIDADE 11 - Permitir que as pessoas 
cuidem do seu próprio meio ambiente
As comunidades organizadas e bem in-
formadas podem contribuir em muito para 
decisões que as afetam diretamente e ao 
mesmo tempo desempenham papel indis-
pensável na formação de uma sociedade 
sustentável
É necessário se organizar para traba-
lhar pela sustentabilidade em sua própria 
comunidade representando uma força po-
derosa e eficaz, independente e ser uma 
comunidade rica, pobre, urbana ou rural.
Uma comunidade sustentável cuida 
do seu próprio ambiente e não danifica o 
alheio. Utiliza os recursos de forma sus-
tentável, recicla materiais, conserva os 
sistemas de sustentação da vida e a di-
versidade dos ecossistemas locais, dimi-
nui resíduos e reconhece a necessidade 
de trabalhar em conjunto com outras co-
munidades.
O principal objetivo é promover a sus-
tentação do meio ambiente local produ-
tivo, administrando o solo, a água, e a di-
versidade biológica de modo a favorecer a 
população. 
No plano da comunidade deve estar 
inserido a conservação, o controle da po-
luição e a recuperação de ecossistemas 
degradados. Para que as ações sejam 
efetivas, a comunidade deve ser orienta-
da para a ética da vida sustentável e ter 
acesso a recursos para a administração 
local. Todos os cidadãos da comunidade 
têm direito de participar das decisões que 
os afetam.
As comunidades apresentam variações 
em sua capacidade de cuidar do meio am-
biente. Deve-se levar em consideração a 
falta de habilidades, conhecimentos, prá-
ticas adequadas e outros recursos que 
podem prejudicar essa capacidade.
30 3130
Os problemas para o desenvolvimento 
sustentável na comunidade podem ser 
decorrentes das políticas locais, nacio-
nais, internacionais, legislação e situação 
econômica. Também podem aparecer con-
flitos entre os indivíduos da própria comu-
nidade.
Ações prioritárias
 Proporcionar às comunidades um 
maior controle de suas próprias vidas, in-
cluindo acesso aos recursos, direito de 
participação nas decisões, educação e 
treinamento.
 Permitir que as comunidades su-
pram suas necessidades de forma susten-
tável;
 Permitir as comunidades conservar 
o seu meio ambiente.
Os órgãos governamentais deveriam 
dar suporte à administração comunitária 
de recursos. Se as normas locais forem in-
suficientes para assegurar a sustentabili-
dade, os governantes podem precisar in-
terferir, por exemplo, no estabelecimento 
de padrões de administração comunitária. 
As autoridades ligadas à administração da 
terra deveriam dar suporte à concessão 
de direitos de propriedade em cada comu-
nidade, legalizando a posse e fornecendo 
registro de propriedade.
É imprescindível fazer uso do conheci-
mento local, integrando-o aos resultados 
dos estudos científicos. É preciso envol-
ver a comunidade fazendo com que essa 
perceba a utilidade de compartilhar co-
nhecimentos. As tecnologias saudáveis 
ao meio ambiente são melhores quando 
desenvolvidas em conjunto com a comu-
nidade.
A participação plena é essencial, deve 
ser assegurada por todos no processo, 
especialmente nas decisões administrati-
vas dos recursos naturais. Os governates 
locais são elementos-chave para o cuida-
do com o meio ambiente. Suas responsa-
bilidades incluem o planejamento de uso 
da terra, controle de desenvolvimento, 
suprimento de água, tratamento de esgo-
to, assistência médica, transporte público 
e educação. São os que possuem maior 
contato com os cidadãos locais e por isso 
deveriam encabeçar o desenvolvimento 
sustentável junto à comunidade.
As ações em comunidades de menor 
renda poderiam estar centradas em pro-
jetos comunitários nas áreas de agroeco-
logia, agroflorestas, conservação do solo 
e água, artesanato, recuperação do solo 
degradado, ecoturismo. Esses projetos 
deveriam ser constantemente avaliados 
e os objetivos, se necessário, reexamina-
dos e redefinidos. A avaliação se torna útil 
para que as pessoas desenvolvam suas 
experiências, que podem ser repassadas 
a outras pessoas.
Governos, ONGs, grupos religiosos, uni-
versidades nacionais e internacionais de-
veriam melhorar as condições e dar supor-
te para as ações comunitárias pelo meio 
ambiente. Incentivos econômicos podem 
motivar as comunidades a usarem os re-
cursos de forma sustentável.
 
30 3131
 UNIDADE 12 - Gerar uma estrutura nacional para a 
integração de desenvolvimento e conservação
Para que uma sociedade seja susten-
tável, é necessário haver a integração do 
desenvolvimento humano com a conser-
vação ambiental. É importante que haja 
um enfoque no âmbito nacional, devendo 
os governantes fornecer uma estrutura 
nacional, abrangendo as instituições polí-
ticas econômicas, leis e regulamentos na-
cionais, e um banco de informações.
Muitos dos órgãos especiais estabeleci-
dos pelo governo para a proteção do meio 
ambiente têm orçamentos inadequados 
e poderes limitados. A política ambiental 
tem sido reativa, respondendo a proble-
mas somente após a sua ocorrência, sen-
do o custo da reparação muito mais alto 
do que as medidas preventivas.
As leis relativas ao meio ambiente são 
ferramentas importantes na implementa-
ção da política necessária para a susten-
tabilidade. Uma importante função da lei 
é a aplicação de sanções aos infratores e 
desencorajamento do comportamento 
antisocial. A lei fortalece a ação dos admi-
nistradores ambientais, dando-lhes poder 
ou obrigando-os a desempenhar as suas 
funções, além de equipá-los com mandato 
e autoridade para que possam agir. 
A legislação ambiental determina os pa-
drões de comportamento social e a vigên-
cia das políticas. A legislação ambiental, 
baseada, por sua vez, no entendimento 
científico e na análise clara dos objetivos 
sociais, deveria estabelecer normas de 
conduta humana para levar as comunida-
des a viverem dentro dos limites de capa-
cidade da Terra.
Os governantes deveriam assegurar 
que suas nações tenham sistemas amplos 
de legislação ambiental abrangendo, no 
mínimo, os seguintes itens:
 planejamento de uso da terra e 
controle do desenvolvimento;
 uso sustentável de recursos reno-
váveis e consumo sem desperdício de re-
cursos não-renováveis;
 prevenção da poluição, salvaguar-
dando a saúde humana e os ecossistemas;
 uso eficiente de energia;
32 33
 controle de substâncias perigosas;
 descarga de resíduos, minimizando 
perdas e promovendo a reciclagem;
 conservação das espécies e dos 
ecossistemas através da administração 
do uso da terra;
 uso da melhor tecnologia disponí-
vel, quando tiverem sido estabelecidos os 
padrões para prevenção da poluição;
 auditoria ambiental periódica para 
indústrias, departamentos e órgãos do 
governo;
 garantir acesso público aos dados 
de auditoria ambiental, resultados de mo-
nitoração, informações sobre produção,uso e descarga de substâncias perigosas.
As leis e medidas devem ser efetiva-
mente cumpridas, sendo que sanções, 
punições devem ser severas o bastante 
para desestimular as contravenções. A 
implementação da legislação ambiental 
dependem da educação e do treinamento 
dos advogados, administradores, indus-
triais, homens de finanças e cientistas. Tal 
treinamento deveria ser prioridade nos 
sistemas educacionais nacionais.
Embora os padrões nacionais deves-
sem ser estabelecidos e seguidos, as na-
ções deveriam aceitar que medidas de 
proteção ambiental pudessem ser pro-
mulgadas a nível local. As autoridades lo-
cais deveriam ser incentivadas a fazer uso 
de seus próprios poderes para proteger o 
meio ambiente, especialmente quando o 
envolvimento da comunidade na formula-
ção e implementação das medidas possa 
torná-las mais eficazes.
A política econômica pode ser um eficaz 
instrumento para a sustentação dos ecos-
sistemas e dos recursos naturais. Todas 
as economias dependem do meio ambien-
te como fonte de serviços de sustentação 
da vida e de matérias-primas. Os sistemas 
convencionais lidam com o meio ambiente 
como sendo ilimitados ou gratuitos; des-
sa forma, incentivam as pessoas a exaurir 
os recursos e a degradar os ecossistemas. 
Por isso, novos modelos que incorporam 
valores éticos, humanos e considerações 
econômicas estão sendo criados para en-
frentarmos o desenvolvimento humano 
sustentável. 
A causa pela conservação ganha força 
quando os recursos ambientais são cor-
retamente valorizados e incluídos nos 
levantamentos nacionais, e os custos de 
seu esgotamento tornam-se evidentes.
Os governos deveriam adotar e imple-
mentar taxas, impostos sobre recursos, 
licenças negociáveis para que a indústria 
opere dentro dos padrões ambientais da 
forma mais eficiente em termos de custos. 
Na verdade, tais incentivos fazem uso das 
forças de mercado para que produtores e 
consumidores sintam-se motivados a per-
seguir os objetivos ambientais. Estimulam 
o desenvolvimento da tecnologia e práti-
ca sustentáveis. 
As políticas, padrões e subsídios de 
preços, podem ser usados para motivar a 
indústria a adotar tecnologias que utili-
zem recursos com maior eficiência. Ener-
gia, água e matérias-primas a preços altos 
podem estimular a conservação de recur-
sos.
Os instrumentos regulamentares e eco-
nômicos, tais como impostos, taxas, sub-
sídios, licenças negociáveis, etc. ajudam a 
32 33
corrigir os desvios causados pela fixação 
de preços que subavaliam os sistemas de 
suporte à vida e recursos naturais, podem 
estimular o desenvolvimento de novos 
produtos saudáveis ao meio ambiente e 
gerar renda. Os instrumentos econômicos 
e reguladores são vários e podem ser ade-
quados às circunstâncias.
Se os governos estiverem dispostos 
a entender os efeitos de suas políticas, 
terão que adotar procedimento para a 
contabilidade ambiental e de recursos. É 
necessário incluir os custos do prejuízo 
ambiental e do esgotamento de recursos 
para se obter um demonstrativo da verda-
deira (e sustentável) renda. Um problema 
a resolver é a conversão dos valores de 
certos bens naturais para termos mone-
tários, para possibilitar a adequada com-
paração de valores. 
A economia e a lei devem trabalhar 
juntas. A lei estabelece as regras e os pa-
drões. O mercado assegura que a socie-
dade opere dentro das regras e padrões, 
com a máxima eficiência possível. É pre-
ciso que a base do conhecimento relativo 
ao meio ambiente seja fortalecida e este-
ja acessível a todos.
As instituições de pesquisa deveriam 
ser revistas e providenciar os seguintes 
itens:
 identificar e definir as tarefas prin-
cipais;
 planejar e realizar as investigações 
apropriadas;
 criar um ambiente de estimulo à 
pesquisa;
 participar de programas internacio-
nais;
 difundir e aplicar os resultados da 
pesquisa.
Nos últimos anos, as instituições de 
pesquisa têm sofrido redução de apoio. É 
preciso reverter este processo, em espe-
cial nas ciências do meio ambiente e nos 
países de menor renda. 
As políticas e os programas pela sus-
tentabilidade devem ser baseados no 
conhecimento científico dos fatores que 
serão afetados. A pesquisa deve ser cons-
tante, pois aumentará a compreensão do 
meio ambiente.
A informação aumenta as oportunida-
des. Trata-se de um bem essencial e um 
dos principais meios de fortalecer as pes-
soas, contanto que sejam comunicadas de 
forma facilmente inteligível. O acesso às 
informações relativas ao meio ambiente 
deve estar disponível.
Os governantes deveriam estabelecer 
os sistemas nacionais de monitoração, 
que poderiam abranger as principais ca-
racterísticas físicas, químicas e biológicas 
do meio ambiente e a condição dos re-
cursos naturais. Todos esses fatores são 
importantes por sua própria natureza ou 
como indicadores do bem-estar e da qua-
lidade de vida do meio ambiente.
É necessária uma cooperação interna-
cional para se desenvolver métodos pa-
dronizados, promover o estabelecimento 
de monitoração e centros de dados na-
cionais, em especial nos países de menor 
renda. Também é necessária uma rede 
mundial para a monitoração do meio am-
biente, com pontos de transferência de 
dados; dessa forma, as informação de ní-
vel nacional podem contribuir para uma 
visão mundial. No nível internacional, 
34 35
implantar sistemas baseados em satélites 
para contínua monitoração do meio am-
biente, como distribuição das principais 
formações ecológicas, da biomassa e da 
produtividade da vegetação, como tam-
bém mudanças nos padrões de uso da ter-
ra. Embora esses sistemas sejam caros e 
de interpretação nem sempre fácil, são o 
meio mais barato de se obter uma visão 
ampla do estado dos ecossistemas da Ter-
ra. 
Poderia ser instituído um programa na-
cional de auditoria ambiental, com rela-
tórios apresentados regularmente pelos 
governantes sobre a situação de seu meio 
ambiente.
Ações prioritárias
 Estas ações estão voltadas para a 
integração do desenvolvimento humano 
com a conservação ambiental:
 instituições que ofereçam condi-
ções para que as decisões sejam tomadas 
de forma integrada e participativa, consi-
derando os fatores presentes e futuros;
 políticas eficazes e planos legais 
amplos que salvaguardem os direitos hu-
manos, os interesses das gerações futu-
ras, a produtividade e a diversidade do 
Planeta Terra;
 políticas econômicas e tecnologias 
aperfeiçoadas que aumentem os benefí-
cios de um determinado grupo de recur-
sos e mantenham, ou até aumentam, as 
riquezas naturais;
 conhecimento comprovado basea-
do na pesquisa e no controle.
Os governantes deveriam estabelecer 
como principal objetivo a criação de uma 
sociedade sustentável, assegurando que 
setores e órgãos componentes do gover-
no, deem a devida consideração às mu-
danças para o desenvolvimento susten-
tável, adotando uma política ambiental 
integrada. Promover ações conjuntas pela 
instituição de fóruns para a discussão de 
políticas, reunindo representantes do go-
verno, grupos ambientalistas, comércio e 
indústria, povos indígenas e outros inte-
ressados, todos em condição igualitária e 
cooperativa. Tais fóruns podem tornar-se 
órgãos permanentes de consulta e ter po-
deres amplos, ou grupos de trabalho for-
mados para lidar com uma questão espe-
cífica.
Outra meta a ser alcançada é o desen-
volvimento de estratégias para a susten-
tabilidade através de planejamento re-
gional e local. Cada plano deveria ser um 
projeto conjunto do governo e dos mora-
dores da região. Também os planos de-
veriam integrar políticas rurais e urbanas 
que estão intimamente ligados.
 O EIA (Estudo de Impacto Ambiental) é 
o termo usado para prever e identificar as 
prováveis consequências ambientais de 
uma determinada atividade proposta. Po-
deriasignificar “Avaliação do impacto do 
desenvolvimento”, já que os efeitos so-
ciais e econômicos também deveriam ser 
examinados. O EIA é um meio importante 
de identificação e prevenção de proble-
mas, sendo uma etapa fundamental do 
planejamento. Poderia ser aplicado em 
projetos de desenvolvimento demons-
trando uma probabilidade prévia de im-
pactos ambientais, sociais ou econômicos 
e estar sujeito à revisão.
Os órgãos de ajuda internacional de-
veriam dar prioridade à assistência aos 
34 35
países para que possam desenvolver sua 
capacidade de implementar e avaliar os 
EIAs.
Informação e conhecimento são im-
prescindíveis para o progresso de forma 
racional. Um programa nacional deve ser 
flexível, capaz de redirecionar seu curso 
com base na experiência e novas necessi-
dades. Para que medidas de âmbito nacio-
nal sejam incorporadas, devem-se levar 
em consideração os seguintes pontos:
 considerar cada região como um 
sistema integrado;
 reconhecer que cada sistema in-
fluencia e é influenciado por outros sis-
temas, sejam ecológicos, econômicos, so-
ciais ou políticos;
 considerar o indivíduo como o cen-
tro do sistema;
 promover tecnologias que possibi-
litem uma utilização mais eficaz dos re-
cursos.
36 3736
UNIDADE 13- Constituir uma aliança global
 É imperativo que as nações reco-
nheçam seu interesse comum no meio am-
biente mundial. A sustentabilidade de uma 
nação depende frequentemente de acor-
dos internacionais para administração de 
recursos compartilhados.
A mudança climática, a destruição da ca-
mada de ozônio e a poluição do ar, dos rios 
e dos oceanos constituem-se em ameaças 
globais. Riqueza e poder não são proteção 
contra essas ameaças e por isso Estados 
soberanos devem parar de olhar para si 
próprios como unidades autossuficientes 
e aceitar a condição futura de serem peças 
componentes de um sistema global.
A interdependência é um dos fenôme-
nos atuais de maior impacto no destino das 
nações. A civilização humana está a cami-
nho de se tornar uma nação mundial, em 
várias dimensões como social, econômica, 
cultural e política. Mas a transição não é 
tranquila, ao contrário, é cheia de conflitos 
e turbulências.
Para que possamos evoluir da condição 
nacional para a global, precisamos reorga-
nizar as leis, de tal forma que reflitam a ne-
cessidade da vida sustentável para todos 
os povos, como também os deveres das na-
ções com relação ao planeta que compar-
tilham. A nova aliança deve conter em seu 
âmago o entendimento de que todos têm 
um papel a desempenhar na salvaguarda 
do Planeta Terra, e aqueles que possuem 
maiores recursos econômicos e sociais de-
vem dar uma contribuição maior.
A dívida externa de alguns países é gi-
gantesca e forçam os países a movimentos 
simultâneos de redução do padrão de vida, 
aceitação da pobreza crescente e expor-
tação de quantidades maiores de recursos 
escassos, o que acelera a destruição am-
biental. Apesar dessas pressões, muitos 
países de menor renda investem mais na 
conservação ambiental, proporcionalmen-
te ao seu PNB, do que países de maior ren-
da.
A maioria dos países de baixa renda ob-
tém 3/4 ou mais de sua receita de exporta-
ção, a partir de commodities primárias. Os 
preços desses produtos, incluindo cobre, 
minério de ferro, açúcar, borracha, algo-
dão e madeira têm decrescido nos últimos 
anos. Tais preços não incluem os custos 
de usuário e os custos ambientais decor-
36 3737
rentes da produção dos recursos. Assim, 
a riqueza natural dos países exportadores 
está subsidiando os importadores.
Para aumentar a capacidade de autos-
sustentação econômica dos países de bai-
xa renda – e, desta forma, promover seu 
desenvolvimento sustentável e proteger 
seu meio ambiente – devem ser reduzidas 
as dívidas desses países e melhoradas as 
suas condições de comércio.
A ética do cuidado com a Terra aplica-se 
em todos os níveis, internacional, nacional 
e individual. Todas as nações têm a ganhar 
com a sustentabilidade mundial e todas 
estão ameaçadas caso não consigamos 
essa sustentabilidade.
Ações prioritárias
 Para que se obtenha uma verdadei-
ra aliança global, cada país deve aceitar sua 
parcela de responsabilidade e ter compro-
misso de agir na proporção de seus meios 
disponíveis. A aliança exigirá a existência 
de instituições internacionais, intergover-
namentais e não governamentais adequa-
damente organizadas. Além disso, devem 
ser tomadas as seguintes providências:
 cada nação deveria aceitar o dever 
de viver sustentavelmente, apoiando no-
vas leis internacionais;
 deve se chegar a um acordo sobre 
como conservar os bens comuns mundiais, 
e como dividir seus benefícios de forma 
equitativa;
 os países de maior renda deveriam 
reduzir seu consumo de recursos, especial-
mente através do aumento de sua eficiên-
cia; 
 a dívida dos países de menor renda 
deveriam ser reduzidas e melhoradas suas 
condições de negociação.
Já existe um conjunto importante de leis 
ambientais internacionais. É fundamental 
que tais medidas sejam apoiadas e imple-
mentadas. É preciso fortalecer os acordos 
internacionais existentes sobre a conser-
vação dos sistemas de sustentação da vida 
e da diversidade biológica, ficando claro 
que a existência de recursos financeiros 
adequados é essencial para o sucesso des-
ses acordos e convenções. 
A Antártica e Oceano Austral são uma 
das poucas vastas áreas em estado selva-
gem que ainda restam no mundo, sendo 
também uma zona internacional de paz e 
cooperação, por ser desmilitarizada e livre 
da presença nuclear. A atividade científica 
e o turismo têm se expandido rapidamente 
e estão causando uma poluição importan-
te em termos locais. Tais atividades devem 
ser devidamente controladas. 
O Sistema do Tratado Antártico tem di-
versas lacunas, além de necessitar de me-
lhoria em várias das medidas previstas, é 
necessário regulamentar a administração 
logística, científica, de descarga de resídu-
os e turística, como também a administra-
ção de áreas protegidas.
Uma aliança global eficaz tem que fazer 
uso de todos os recursos da humanidade 
para enfrentar os enormes desafios das 
próximas décadas. Todos devem trabalhar 
juntos: órgão intergovernamentais, orga-
nizações não-governamentais, o mundo 
dos negócios, a indústria e o comércio. En-
tidades como a UICN (União Internacional 
para a Conservação da Natureza), com-
postas por membros dos setores governa-
mentais e não-governamentais e também 
o WWF com seus fortes vínculos com a co-
munidade empresarial podem dar impor-
38 3938
tantes contribuições.
É imprescindível também o fortaleci-
mento e envolvimento do sistema das 
Nações Unidas para que se tenha atuação 
efetiva na sustentabilidade mundial.
A filosofia tradicional da administração 
do meio ambiente tem sido setorial, lidan-
do com agricultura, administração flores-
tal, zonas pesqueiras, conservação natural, 
prevenção da poluição, uso e conservação 
de energia, indústria, planejamento de 
assentamentos humanos e outros com-
ponentes do sistema mundial, como se 
fossem entidades independentes. Toda-
via, muitos dos problemas ambientais que 
enfrentamos hoje decorrem do excesso de 
setorialismo na administração de recursos 
e na divisão de responsabilidades entre de-
partamentos de governo e entre agências 
internacionais. Devemos entender o meio 
ambiente como um sistema interativo que 
fornece o alicerce para o desenvolvimento 
e como o determinante máximo da susten-
tabilidade e da qualidade de vida.
Por tais razões os princípios descritos se-
guiram uma filosofia de integração, explo-
rando suas implicações na ética e na con-
duta pessoal, na ação social para melhorar 
a qualidade de vida, conservar a biosfera e 
manter o Planeta Terra dentro dos limites 
de sua capacidade de suporte,

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