Buscar

AULA 7 colinergicos, ANTICOLINERGICO E BLOQUEADORES

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO RECIFE 
DISCIPLINA FARMACODINAMICA I 
FÁRMACOS COLINÉRGICOS, 
ANTICOLINÉRGICOS E 
BLOQUEADORES 
NEUROMUSCULARES 
Profª Dra. Andréa Apolinário 
S N C 
C 
T 
L 
S 
S N S 
S N P 
SN Autônomo - Divisão Anatômica 
14/05/2009 SNA: Fármacos colinérgicos 
Sistema Nervoso Periférico 
O sistema nervoso parassimpático 
Caracteriza-se por ter a ACETILCOLINA (ACh) como 
neurotransmissor 
É a sinapse mais comum no SN 
Localizações: 
1. Sinapses entre neurônios no SNC 
2. Sinapses ganglionares, entre neurônios pré e pós ganglionares do 
sistema nervoso autônomo simpático como parassimpático 
3. Sinapses pós ganglionares do sistema nervoso parassimpático (com o 
órgão efetor) 
4. Sinapses musculares (entre os neurônios e o músculo esquelético) 
 
SINAPSE COLINÉRGICA 
Sinapse Colinérgica - Liberação da ACh 
ACh 
T
e
ci
d
o 
pó
s-
si
ná
pt
ic
o 
- - - - - 
+ + + + 
P A 
+ + + + 
- - - - - 
despolarização 
Ca2+ 
exocitose 
ACh 
ACh 
Ca2+ 
(+) 
VOC 
• Envolve 6 etapas 
– Síntese de ACh 
– Estocagem 
– Liberação 
– Ligação da ACh ao receptor 
– Degradação do neurotransmissor na fenda 
sináptica 
– Reciclagem da colina 
A neurotransmissão dos neurônios 
Colinérgicos 
Ligação com receptores: 
 
 NICOTÍNICOS 
1. Sinapse colinérgica entre neurônio e músculo esquelético 
2. Sinapse colinérgica ganglionar 
 MUSCARÍNICOS 
1. Neuromiocárdica 
2. Neuromuscular lisa 
3. Neuroglandular 
4. Neuro-neuronal 
 
Receptores da Acetilcolina 
Receptores Localização 
 
M1 neurônios 
 
M2 células cardíacas, músculo liso e neurônios 
 
M3 glândulas exócrinas, músculo liso e endotélio 
 
Nm Junção muscular do músculo esquelético 
 
Nn neurônios 
Localização dos Receptores 
Colinérgicos 
Sinapse Colinérgica - Ações da Acetilcolina 
SNC 
Estômago 
Receptores Muscarínicos 
M1 
 Ca2+ 
Excitação 
Secreção HCl 
ACh 
ACh 
ACh ACh 
PLC 
IP3 
DAG 
G 
Sinapse Colinérgica - Ações da Acetilcolina 
ACh 
ACh 
ACh 
Coração 
 
ACh 
Receptores Muscarínicos 
M2 
Hiperpolarização 
Inibição neural 
Inibição cardíaca 
Ca2+ 
cond.K+ 
AC 
AMPc 
Gi 
Sinapse Colinérgica - Ações da Acetilcolina 
Glândulas 
Músc. liso 
Receptores Muscarínicos 
M3 
 Ca2+ 
Secreção 
Contração 
Síntese NO 
ACh 
ACh 
ACh ACh 
PLC 
IP3 
DAG 
G 
Sinapse Colinérgica - Ações da Acetilcolina 
ACh 
ACh 
ACh 
Receptores Nicotínicos 
Nic. 
JNM 
Neur.Gânglios 
Despolariz. 
Excitação Neur. 
Contração M.Esq. 
Na+ 
K+ 
Inativação da Acetilcolina 
• Acetilcolinesterase: promove a hidrólise 
da acetilcolina em ácido acético e colina, 
em seus sítios aniônicos e esterásicos 
COLINÉRGICOS 
 
1. DIRETOS 
2. INDIRETOS OU 
INIBIDORES DA 
COLINESTERASE 
 
 
Grupos Farmacológicos 
• COLINÉRGICOS DIRETOS 
– MUSCARÍNICOS: 
• Ésteres da colina: acetilcolina, betanecol 
,metacolina e carbacol 
• Alcalóides: muscarina e pilocarpina 
• Oxitremorina 
– NICOTÍNICOS: 
• Nicotina, lobelina e dimetilfenilpiperazínio 
 
Colinérgicos Diretos 
Mecanismos de ação: estimulação de receptores 
colinérgicos – muscarínicos ou nicotínicos. 
1. A acetilcolina não possui ações terapêuticas: 
sofre hidrólise rápida e efeito difuso 
2. Foi sintetizada por Baeyer em 1867 
***Derivados da Ach com aplicação clínica: 
betanecol, carbacol e metacolina 
Propriedades Farmacológicas 
◦ Cardiovasculares: 
1. Vasodilatação (todos os leitos 
vasculares) mediado pelo NO 
2. Redução da frequência cardíaca - 
efeito cronotrópico negativo 
3. Redução da condução cardíaca - 
efeito dromotrópico negativo. 
4. Redução da força de contração - 
efeito inotrópico negativo 
Propriedades Farmacológicas 
◦ Efeitos no TGI: 
1. Aumento do peristaltismo e da motilidade intestinal, 
náuseas, vômitos e diarréia 
2. Aumento da secreção glandular 
◦ Sistema urinário: 
1. Aumento da contração ureteral, aumento da pressão 
miccional e redução da capacidade vesical 
◦ Outros: Aumento da secreção de todas as glândulas, 
broncoespasmo e miose 
PILOCARPINA 
 Não é hidrolisado pela acetilcolinesterase. 
 Ação muscarínica 
 Colinérgico menos potente que a acetilcolina 
 Ação: Oftalmologia – aplicação tópica 
 Uso: oftalmológico: diminuição da pressão ocular – glaucoma 
(glaucoma) e miose depois de cirurgias 
 A redução máxima da pressão intraocular ocorre em 2 a 4 
horas / pode durar até 14 horas – 2 a 3 gts 4 a 6 vz por dia 
 Nome comercial: Pilocarpina – colirio – 1%, 2%, 3% e 4% 
 
 
normal Após 5 min da 
instilação de um Agonista Colinérgico 
 Miose provocada por agonistas 
colinérgicos 
Agentes Anticolinesterásicos ou 
Colinérgicos Indiretos 
 São fármacos responsáveis pela inibição das 
colinesterases, ou seja são fármacos que inibem 
o metabolismo da acetilcolina, exercem seu 
efeito primário no sítio ativo dessa enzima, 
embora alguns também possuam ações diretas 
nos receptores nicotínicos 
 
 
 
 
 
Conceito 
 
 
 
 
 
 
 
1. Butirilcolinesterase (pseudocolinesterase) 
 
2. Acetilcolinesterase 
 
 Liga-se a membrana basal na fenda sináptica 
 
 Específica para Ach 
 
 Sua função consiste em hidrolisar o 
transmissor liberado 
Os tipos de Colinesterases 
• CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA: 
AMINAS mono* e biquaternárias: edrofônio*, 
ambenônio, demecário – ação mais rápida 
 CARBAMATOS: neostigmina, fisostigmina, 
piridostigmina – ação mais demorada – várias 
horas 
COMPOSTOS ORGANOFOSFORADOS: 
paration, malation, isofluorofato – ação muito 
demorada – vários dias 
Anticolinesterásicos 
(agonistas indiretos) 
AChE 
Neurotransmissão Colinérgica na 
Ausência de Drogas 
 
 
 
Receptor Receptor 
ACh 
ACh 
ACh 
ACh 
ACh 
Captação 
Colina e ác. acético 
AChE 
Neurotransmissão Colinérgica 
Inibição da AChE 
 
 
 
Receptor Receptor 
ACh 
ACh 
ACh 
ACh 
ACh 
Difusão 
ACh 
• São substâncias tóxicas utilizadas como 
armas químicas e/ou inseticidas 
 
• São representados pelos 
organofosforados: paration, malation, 
sarin, soman e tabun 
 
• Apenas o ecotiofato é utilizado na 
terapêutica 
Anticolinesterásicos de ação 
irreversível 
São altamente lipossolúveis 
 
Sofrem hidrólise lenta no plasma, rins, 
fígado e pulmões sendo excretados 
principalmente pela urina 
 
Normalmente interagem apenas com o 
sítio esterásico, exceto o ecotiofato 
Anticolinesterásicos de ação 
irreversível 
Medidas para o tratamento de intoxicação 
por Inibidores da Colinesterase 
• Manutenção dos sinais vitais: respiração em 
particular 
• Descontaminação para impedir qualquer 
absorção posterior: 
-remoção das roupas, lavagem da pele, lavagem 
gástrica, uso de laxantes 
 
Medidas para o tratamento de intoxicação 
por Inibidores da Colinesterase 
• Administração de oxigênio 
• Em caso de convulsões administração de 
diazepam (5 a 10 mg/kg) 
• Atropina parenteral em altas doses para 
controlar os sinais de excesso muscarínico 
• A terapia inclui tratamento com PralidoximaReativadores da Colinesterase 
PRALIDOXIMA 
 
Reativa a ACh-E bloqueada 
 
 Tem alta afinidade pelo fósforo formando 
uma fosforiloxima - desloca o 
organofosforado, desde que administrada 
antes do envelhecimento da ligação 
 
BLOQUEADORES 
COLINÉRGICOS 
1) Alcalóides naturais atropina e escopolamina; 
 
2) Derivados semi-sintéticos desses alcalóides; 
 
3) Congêneres sintéticos, dentre os quais alguns 
mostram seletividade para determinados subtipos de 
receptores muscarínicos. 
BLOQUEADORES COLINÉRGICOS 
 Grupo de fármacos que reduzem a atividade da 
Ach e/ou agonistas colinérgicos. 
ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS 
Atropa belladonna (erva-moura 
mortal) 
ÁTROPOS + BELLADONNA = 
Atropa belladonna 
Datura stramonium 
Figueira-do-inferno ou estramônio 
 
Hyoscyamus niger 
Meimendro negro 
ATROPINA ESCOPOLAMINA 
Antagonistas Muscarínicos 
Atropina Escopolamina Homatropina Pirenzepina 
Ipratrópio Tiotrópio Tolterodina Ciclopentolato 
MECANISMO DE AÇÃO 
0,5 mg –RED. DA F.C.; RES. 
DE BOCA; INIB. DA 
TRANSPIRAÇÃO 
1,0 mg -R. DA BOCA; SEDE; 
ACELERAÇÃO DO CORAÇÃO; 
DILATAÇÃO PUPILAR SUAVE 
2,0 mg –FREQUÊNCIA CARDÍACA RÁPIDA; 
PALPITAÇÃO; RESSECAMENTOACENTUADO DA 
BOCA; PUPILAS DILATADAS; TURVAMENTO DA 
VISÃO 
5,0 mg –ACENTUAÇÃO DE TODOS OS SINTOMAS ACIMA; 
DIFICULDADE DE FALAR E DEGLUTIR; AGITAÇÃO E FADIGA; 
CEFALÉIA; PELE SECA E QUENTE; DIFICULDADE DE URINAR; 
REDUÇÃO DA PERISTALSE INTESTINAL 
Propriedades farmacológicas 
ATROPINA 
•10 mg– TODOS OS SINTOMAS ACIMA, PORÉM MAIS ACENTUADOS; 
•PULSO RÁPIDO E DÉBIL; 
•ÍRIS PRATICAMENTE FECHADA, VISÃO MUITO EMBAÇADA; 
•PELE RUBORIZADA , QUENTE E SECA; 
•AGITAÇÃO; EXCITAÇÃO; ALUCINAÇÃO; DELÍRIO E COMA. 
Composto Propriedade farmacológica Usos Clínicos 
Atropina •Antagonista não seletivo; 
•Bem absorvido por v.o.; 
•Em dose clínicas, pequena 
penetração da BHE; 
•Estimulante do SNC. 
•Adjuvante na anestesia (redução das 
secreções, broncodilatação); 
•Envenenamento por 
anticolinesterásicos; 
•Bradicardia; 
•Hipermotilidade gastrointestinal. 
Escopolamina •Similar à atropina; 
•Maior penetração da BHE; 
•Depressor do SNC. 
•Como a atropina; 
•Cinetose. 
Metonitrato de 
atropina 
•Similar à atropina; 
•Pouco absorvido; 
•Não possui efeitos sobre o SNC; 
•Bloqueio ganglionar significativo. 
•Hipermotilidade gastrointestinal. 
Ipratrópio •Similar ao anterior; 
•Não inibe a depuração mucociliar 
dos brônquios. 
•Para asma e bronquite por via 
inalatória. 
Antagonistas Muscarínicos 
Composto Propriedade farmacológica Usos Clínicos 
Tropicamida Similar à atropina; 
Pode elevar a pressão intra-ocular. 
 
Colírio (midríase e cicloplegia; 
Ação curta. 
 
Ciclopentolato Similar à tropicamida Como a tropicamida (ação 
prolongada). 
Pirenzepina Seletiva para receptores M1; 
Inibe a secreção gástrica por ação 
sobre células ganglionares; 
Pouco efeito sobre a musculatura lisa 
ou SNC 
Úlcera péptica 
Antagonistas Muscarínicos 
Bloqueadores ganglionares 
Mecanismos dos Bloqueadores Ganglionares 
• Interferência na liberação de Ach (tb ocorre na 
junção neuromuscular) - toxina botulínica 
• Desporalização prolongada nicotina 
• Interferência na ação pós-sináptica da Ach - 
Hexametônio 
 - Trimetafan 
 
Efeito dos bloqueadores 
ganglionares 
•Bloqueio dos gânglios autônomos e entéricos 
 -hipotensão 
 - perda dos reflexos cardiovasculares 
 - inibição das secreções 
 - paralisia gastrointestinal 
 - comprometimento da micção 
 - pouca utilidade clínica - exceção ao 
trimetafan - produz hipotensão controlada na 
anestesia 
Bloqueadores 
Neuromusculares 
• Bloqueio despolarizante: 
– por despolarização prolongada 
 
• Bloqueio não-despolarizante: 
– por interferência na ação pós-sináptica da 
acetilcolina. 
Bloqueadores 
Despolarizante 
• Succilcolina: 
 
 
– IV ou IM 
– Duração da ação: 5-10 
min 
14/05/2009 
Efeitos Adversos da 
Succinilcolina 
• Arritmias cardíacas durante anestesia com halotano 
 
• Hipercalemia em pacientes com queimaduras, lesão 
nervosa ou doença neuromuscular 
 
• Aumento transitório da pressão intra-ocular 
 
• Aumento da pressão intragástrica (vômitos) 
 
• Dor muscular pós-operatória 
Bloqueadores Não-Despolarizantes 
SNA: Fármacos colinérgicos 
14/05/2009 SNA: Fármacos colinérgicos 
Hipotensão Taquicardia 
relativa 
Ver 
bloqueadores 
ganglionares 
Farmacologia Clínica de 
Bloqueadores Neuromusculares 
I. Relaxamento Cirúrgico: 
I. 0,1-0,4mg/Kg iv tubocuranina (45-
60min): 
Músculos faciais, dos pés e das mãos > 
abdominais, do tronco, eretores da 
espinha > diafragma 
 
II. 0,75-1,5mg/Kg iv SCh (5-10min): 
Músculos dos braços, pescoço e pernas > 
faciais e faríngeos 
Fraqueza muscular respiratória aos 60 seg 
Farmacologia Clínica de Bloqueadores 
Neuromusculares 
I. Controle da Ventilação 
 
II. Tratamento das manifestações periféricas 
das convulsões

Continue navegando