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TCC CAMILA CONCLUÍDO1

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FACULDADE ESTACIO DE SÁ 
CURSO DE PEDAGOGIA
CAMILA MENDES CANUTO MOTA
A IMPORTANCIA DA MÚSICA PARA DESENVOLVIMENTODA CRIANÇA NA EDUCACAÇAO INFANTIL
VILA VELHA
2017�
CAMILA MENDES CANUTO MOTA
A IMPORTANCIA DA MÚSICA PARA DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCACAÇAO INFANTIL
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Estácio de Sá, como requisito obrigatório para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.
Prof.° Orientador: Gelson Luiz Daldegan de Pádua
VILA VELHA
2017
CAMILA MENDES CANUTO MOTA
A IMPORTANCIA DA MÚSICA PARA DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCACAÇAO INFANTIL
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Estácio de Sá, como requisito obrigatório para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.
Aprovado em ___________________________________________________
COMISSÃO EXAMINADORA
__________________________________________________________________________
Gelson Luiz Daldegan de Pádua
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE VILA VELHA
___________________________________________________________________________
Professora convidada
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE VILA VELHA
_______________________________________________________________
Professora de TCC
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE VILA VELHA
SUMARIO
1 INTRODUCÃO................................................................................................... 5
2 MÚSICA: CONCEITOS E ATUALIZAÇÕES.................................................... 7
2.1 ASPECTOS CULTURAIS E SOCIAIS .......................................................... 7
2.2 A MÚSICA E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL ....................................... 9
2.3 A MÚSICA E A EDUCAÇÃO INFANTIL ...................................................... 12
3 A PRÁTICA DOCENTE DA MÚSICA ............................................................. 20
3.1 A MÚSICA E O ESPAÇO DEMOCRÁTICO DA SALA DE AULA ................ 20
3.2 A IMPORTANCIA DA INTENCIONALIDADE DO PROFESSOR ................. 22
3.3 FORMAÇÃO DOCENTE E MÚSICA ........................................................... 23
4 METODOLOGIA ............................................................................................ 25
5 RESULTADOS ............................................................................................... 27
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 32
7 REFERENCIAS ............................................................................................. 34
 APÊNDICES 
�
1 INTRODUÇÃO									
A linguagem musical faz-se presente no Brasil em suas diversas classes sociais e nas diferentes manifestações religiosas e culturais que se espalham por todo território nacional. Toda essa diversidade musical acompanha os indivíduos desde o nascimento, por meio de cantigas de roda, canções de ninar e músicas populares, contribuindo para o desenvolvimento dos aspectos sociais, culturais, motores e emocionais. 
A relação com a música, às vezes, já se inicia no ventre materno, quando o feto é envolvido por sons e ritmos ditados pela mãe e segue no decorrer da vida. Pode-se notar a sua forte presença nas brincadeiras infantis, por exemplo. As crianças também utilizam a música como forma de expressão e também para estabelecer regras, vivenciar relações sociais, momentos de diversão, alegria e aprendizagem (ELARI, 2009). 
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, é um período marcado por enormes transformações e significativo desenvolvimento motor, oral e cognitivo. As crianças de 0 a 6 anos de idade encontram-se num processo de absorção intenso de informações e conceitos sobre o mundo que as cerca e, quanto mais estímulos receberem, mais aprendizado e experiências significativas acumularão (BRASIL, 1998). 
Segundo o RCNEI, as diversas linguagens devem ser exploradas na educação infantil, pois permitem a criança aprender de forma lúdica e significativa. Dentre estas linguagens se encontra a música, importante elemento na vida de todos os sujeitos, presente em todas as etapas da vida. 
É importante perceber que a presença da música na educação infantil não está ligada somente ao aprendizado de instrumentos ou de repetição de canções e cantigas decoradas e descontextualizadas, mas sim do uso deste elemento como recurso que contribui para o desenvolvimento dos diversos aspectos humanos. 
A música leva a criança a desenvolver a autoestima, a autonomia, o conhecimento sobre o mundo e os outros sujeitos, relaxa, diverte e preparar a turma para a rotina diária dentro da escola. Pode estar presente em todos os eixos de aprendizagem, podendo ser trabalhada como uma ferramenta de apoio no processo ensino-aprendizagem. Para tal, o professor tem que conceber a música como linguagem e saber utiliza-la de maneira adequada, planejada e intencional (ILARI, 2009). 
Diante desta temática, esta pesquisa se justifica pelo desejo de realizar uma investigação tendo como foco a importância da música para o desenvolvimento infantil. Tal desejo surge das diversas experiências observacionais obtidas como educadora em projetos de educação não formal, nos quais foram presenciadas situações em que o uso da música ora se dava apenas para reproduzir práticas, sem contexto e sem significado, ora de forma mais abrangente e contextualizada. 
Portanto, este trabalho tem como problema central o seguinte questionamento: “Como a música pode contribuir no desenvolvimento infantil? ”. Na tentativa de responder a esta pergunta, a opção metodológica adotada foi a abordagem qualitativa, respaldada em observações realizadas em uma escola de educação infantil do sistema municipal de ensino da cidade de Vila Velha- ES e entrevistas com as professoras da mesma escola. 
Como objetivos específicos, esta pesquisa pretendeu realizar uma análise sobre os aspectos culturais e sócias da música, investigar a relação entre a música e o desenvolvimento infantil e discorrer sobre a prática docente da música dentro de sala de aula. 
Para respaldar as reflexões acerca da música na educação infantil foram analisados os estudos de autores da área da educação e da Psicologia como Ilari (2009), Gohgn (2010), Gomes (2013), dentre outros. 
2 MÚSICA: CONCEITOS E ATUALIZAÇÕES 
A música está presente em praticamente todas as etapas de nossa vida, tanto que nem nos damos conta de sua presença em alguns momentos. É muito difícil encontrar uma pessoa que não se relaciona com a música, pois quando crianças somos embalados por cantigas de roda, aprendemos a cantar e reproduzir os sons ouvidos; quando mais velhos, adquirimos um gosto musical que nos permite escolher aquilo que queremos ouvir. 
Estando a música presente desde a infância, ela é parte importante que contribui para o desenvolvimento dos indivíduos. Por meio dela aprendemos diversos conceitos, valores e significados do mundo. Como não poderia deixar de ser, ela está viva dentro da sala de aula, nas canções ensinadas pelos professores, nas brincadeiras de roda realizadas no pátio e nas músicas cantadas em vários momentos da rotina escolar. 
Neste cenário, este capítulo se dedica a discorrer sobre os aspectos culturais da música em nossa sociedade, sua importância para o desenvolvimento infantil e a forma como está presenta a educação infantil. 
2.1 ASPECTOS CULTURAIS E SOCIAIS	
	As manifestações culturais fazem parte de todas as culturas e todos os tempos da humanidade. A arte, a dança, o folclore e a música são alguns dos elementos que dão identidade a um país, ajudando a transmitir valores e a história ao longo dos tempos. O povo brasileiro, por exemplo, demonstra prazer em colecionar acervos musicais que atravessam a história. Algumas músicas são esquecidas, outras permanecem na memória das pessoas e passam de geração em geração, tornando-se parte importante da história do Brasil (MACHADO, 2015). 
Para Wazlawick, Camargo e Maheirie (2007)a música é um elemento cultural, criado pelos homens que exerce uma ação sobre a própria cultura a qual se está inserido. Ela está presente nas mais diversas atividades dentro de uma sociedade, podendo ter diferentes significados. Ao experimentar experiências musicais, o ser humano entra em um relação que mistura o fazer musical (construção dos elementos que compõe uma música, como ritmo, letra e melodia) com seus significados (expressão de sentimentos, protesto etc.). 
Segundo Ilari (2009, p.25):
A música sempre esteve presente na vida das pessoas, seja em forma de letras simples desde a infância, ou cantaroladas e até pelos cantos dos pássaros. Os sons podem ser ouvidos de várias formas e cada qual interpreta do seu modo e a sua maneira. 
	É preciso considerar que, embora a música esteja presente na cultura humana, ele representa significados diferentes para cada pessoa. As experiências vividas, as aspirações, os desejos e outros aspectos dos indivíduos influenciam nos gostos musicais e na maneira como a música é percebida. 
Nesta perspectiva, é preciso atentar para os aspectos que permitem compreender que a música tem significado para cada pessoa na medida em que se vincula à experiência vivida, passada e/ou presente, também em relação a um devir, e quando proporciona articular o vivido junto aos sentimentos e emoções à própria música (WAZLAWICK; CAMARGO; MAHEIRIE, 2007, p. 110).
	Certo é que a música é um elemento cultura que traduz a cultura de um povo nas suas mais variadas manifestações. Exatamente por isso, ela está presente desde o começo dos tempos e em todas as faixas etárias, servindo como um veículo de transmissão da cultura e modificada pela própria cultura existente. 
O envolvimento das crianças com a música acontece desde que são bem pequenas e essa presença musical ajuda a desenvolver novos conhecimentos, contribui na formação do vocabulário, na socialização e na autonomia. Já no ventre materno, o feto é envolvido por sons e ritmos ditados pelo próprio corpo e pelo corpo da mãe. Algumas pesquisas revelam que até mesmo as músicas cantadas pela mãe durante a gestação são ouvidas e ajudam a acalmar o feto (ILARI, 2009). 
Sabe-se que esta relação segue no decorrer de toda nossa vida. Muito presente nas brincadeiras infantis, a música funciona como forma de expressão dos sentimentos e desejos, como também para estabelecer regras, relações sociais, se divertir e aprender (ALMEIDA, 2014). 
Maffioletti (2001) nos mostra que mesmo muito pequenas as crianças já conhecem várias músicas, muitas vezes as aprenderam na televisão, no rádio, na rua e com seus familiares. Desde bem novas já dançam e gritam tentando acompanhar as canções dos adultos e isso é já pode ser considerado uma manifestação da reprodução cultural. 
Em cada sociedade a linguagem musical é muito diversificada, se modificando de acordo com as tradições e costumes do povo. Neste aspecto, a música acompanha o desenvolvimento e as relações interpessoais em suas comunidades, bairros e cidades (ILARI, 2009). 
Conforme traduz Almeida (2014), a música é uma linguagem que se traduz na forma sonora e possui a capacidade de fazer com que as pessoas expressem sentimentos, pensamentos, se comuniquem e experimentem sensações diferentes. 
E difícil alguém que não se relacione com música de um ou de outro modo: ouvindo, cantando, dançando ou tocando um instrumento. Cada um tem uma forma de relacionamento com ela. Chegamos, às vezes, a pensar que existia algo inato nesta nossa predileção humana pelos sons. O fato de sermos educados ouvindo um e outro som, o fato de observamos na cultura brasileira uma enorme quantidade de variedades tão ricas (ALMEIDA, 2014, p. 70)
Fica claro que a música faz parte de nossa cultura e contribui de forma positiva para as manifestações de um povo. Mais do que um simples acervo de letras e melodias, a música é um elemento que caminha junto ao povo, sendo por ele modifica e modificando-os. 
2.2 O DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A MÚSICA
Visto os aspectos culturais e socais da música em nossa sociedade, faz-se necessário estabelecer uma relação entre a música e o desenvolvimento infantil. Como visto, a música está presente desde os primeiros dias de vida, ou até mesmo no período uterino, por meio de sons e ritmos ditados pelo nosso próprio corpo. Durante toda nossa existência, ela se faz presente nas manifestações culturais e como forma de expressão dos sentimentos e desejos humanos. Dessa forma, este tópico se dedica a relacionar a música com o desenvolvimento infantil. 
Para Fernandes (2017) o desenvolvimento se constitui como um conjunto de alterações ocorridas no organismo e no comportamento dos indivíduos durante a vida que levam a progressão de habilidades e pensamentos. Essas mudanças dependem da maturação do organismo e da influência do meio externo. Dessa forma, o desenvolvimento acontece pela interação dos sujeitos e pelo seu crescimento biológico.
Segundo a Revista Nova Escola (2009), a criança vai se desenvolvendo à medida que vai compreendendo a realidade, o que acontece por meio das interações entre a criança e os objetos e signos do mundo. De acordo com seu crescimento biológico, o cérebro é capaz de adquirir novas estruturas de conhecimento que vão se unindo e formando novas aprendizagens. 
A criança se desenvolve em quatro áreas distintas, mas complementares: cognitiva, emocional, social e física. Todas essas áreas precisam se desenvolver juntas. O que nem sempre acaba acontecendo. Às vezes é possível encontrar crianças que possuem um bom desenvolvimento cognitivo, mas por ficarem muito tempo à frente da televisão ou em vídeo games, acabam ficando defasadas no aspecto físico, por exemplo (FERNANDES, 2017). 
Dessa forma, o desenvolvimento da criança entre zero e seis anos de idade engloba aspectos físicos, emocionais, sociais e cognitivos. Para que o indivíduo tenha um bom desenvolvimento nessa fase é muito importante que ele viva em um ambiente acolhedor e repleto de estímulos. Esses cuidados devem ocorrer desde o período pré-natal no ambiente familiar e logo depois na escola. 
Nesta faixa etária a aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos. A partir dos dois meses as crianças já possuem firmeza na cabeça e apoiam o peso das pernas, mas a maioria faz isso somente aos quatro. Em relação à oralidade, as crianças vocalizam espontaneamente partir dos 4 meses, começando a imitar alguns sons que ouvem à sua volta. A partir do 6º mês compreendem algumas palavras familiares como o nome, o nome do pai, da mãe e de pessoas que estão mais próximas, virando a cabeça quando são chamadas (ILARI 2009 p.32). 
 De acordo com Ilari (2009), sabe-se que as crianças usam os sons como uma forma de se comunicar com os adultos, sendo o choro a sua principal forma de comunicação nos primeiros meses de vida. É por meio dele que expressam sono, fome, desconforto, dor e medo diante de situações ou pessoas estranhas. 
A autora destaca que nessa fase inicial é muito importante que as crianças recebam um bom acompanhamento familiar, sendo cuidadas e acolhidas. Dessa forma chegarão na fase escolar com mais autonomia e confiança em suas capacidades de aprender e conviver. 
 A música chega na vida de uma criança por diversas atividades do cotidiano e da cultura humana, desde cedo se faz presente, contribuindo em diversos aspectos do aprendizado como a memória, a percepção, a construção dos pensamentos e significados, dentre outros. As crianças são ouvintes em potencial desde pequenas, com capacidade e percepção surpreendente. Elas reagem aos estímulos sonoros levando para a escola suas próprias vivencias musicais, suas preferências e seus estilos (ILARI, 2009). 
A música é uma grande auxiliadora no crescimento de qualquer ser humano. Nos primeiros anos de vida, ela ajuda no desenvolvimento da coordenação motora, aguça a sensibilidade auditiva, estimula a sociabilidade, o contato com diversos instrumentos e estilos musicais. A maioria das crianças que possui uma educação musicaldentro do pré-natal consegue obter essas habilidades com maior flexibilidade (ILARI, 2009). 
A música pode auxiliar em diversas áreas de aprendizagem. Aliados a ela estão os espaços necessários para o desenvolvimento sadio e rico em experiências. Entende-se então, que a criança no seu processo de desenvolvimento corporal necessita de um espaço livre, cuja ela possa desenvolver suas habilidades. 
Mesmo muito pequena as crianças conhecem várias músicas, trazendo para escola aquilo que aprenderam com seus pais ou assistiram na televisão. As manifestações de alegria como sorrir, bater palmas, movimentar o corpo, balançar os braços gritar e uma manifestação cultural povos diferentes riem de coisas diferentes e preciso compreender o contexto no qual ‘’rebolar o bumbum’ ’passa a ser um divertimento para a criança pequenas (MAFFIOLETTI, 2001 p.127).
Inúmeras pesquisas, desenvolvidas em diferentes países e em diferentes épocas, principalmente nas décadas finais do século XX, confirmam que a influência da música no desenvolvimento da criança é incontestável. Algumas delas demonstraram que o bebê, ainda no útero materno, desenvolve reações a estímulos sonoros. Ao comparar cérebros de músicos e não músicos, os do primeiro grupo apresentavam maior quantidade de massa cinzenta, particularmente nas regiões responsáveis pela audição, visão e controle motor. Tocar um instrumento exige muito da audição e da motricidade fina das pessoas, e que mesmo não tocando um instrumento e simplesmente ouvindo com atenção, os estímulos cerebrais também são bastante intensos (NOGUEIRA, 2013).
Portanto, certo é que a música é um importante elemento cultural que está presente em todas as fases do desenvolvimento infantil e que contribui enormemente para a formação de aspectos importantes da criança. Sua presença se faz de forma natural e estimula o conhecimento sobre o mundo físico e cultural dos sujeitos. 
2.3 A MÚSICA E A EDUCAÇÃO INFANTIL
Como já visto, as manifestações musicais fazem parte da cultura de um povo, expressando sentimentos e valores dos indivíduos de determinado local e servindo como “válvula de escape” que ajuda a extravasar emoções e pensamentos. Por ser uma linguagem extremamente comunicativa, deve fazer parte da educação infantil para que se possa desenvolve nas crianças a sensibilidade, a socialização e a comunicação (BRASIL, 1996). 
Por outro lado, as transformações constantes ocorridas na sociedade criam uma nova identidade para a educação ao longo do tempo. A educação infantil ainda parece ser um subsetor nas políticas públicas e carrega o estigma do assistencialismo. Todavia, ao longo dos anos tem-se pensado na criança desta etapa com mais respeito e cientificidade, o que tem fomentado estudos sobre propostas de ensino e novas metodologias que atendam das necessidades da infância (BRASIL, 1998). 
Diante desses dois fatos, Gomes (2013, p.21) em seus estudos sobre a educação infantil descreve que “a música tem um importante papel no processo de formação de um indivíduo. É muito valioso que as crianças tenham contato com esta arte desde pequenas e que ela seja inserida no currículo escolar”.
A música faz parte do convívio escolar na educação infantil e pode-se encontra-la em diversas situações: na entrada dos alunos, no momento do lanche nas apresentações e até mesmo em brincadeiras. Existem muitas possibilidades de inserção da música dentro da rotina escolar diária e esta inserção ocorre de forma mais proveitosa quando se faz de forma planejada e intencional (ILARI, 2009). 
A música ajuda no desenvolvimento do aluno e, se trabalhada de diferentes formas, ela pode ser inserida no contexto escolar de maneira pedagógica, sendo mais significativa para a criança. É muito importante estimular a criatividade dos alunos, usando a música como um recurso no processo ensino-aprendizagem. O trabalho com a música na educação infantil não se restringe ao aspecto musical, mas também aos aspectos cognitivo, social e motor. A música envolve dança e movimento, o que promove o desenvolvimento do sujeito no todo (ILARI, 2009). 
O uso da música na educação infantil não deve estar ligado somente ao aprendizado de instrumentos ou de repetição de canções e cantigas decoradas e descontextualizadas. Também não se deve restringir a música apenas para eventos escolares, cujo as crianças aprendem a cantar para realizar uma apresentação às famílias, por exemplo. Mais interessante seria se as escolas utilizassem a música de forma planejada, buscando as suas contribuições para o desenvolvimento infantil diariamente na rotina escolar (NOGUEIRA, 2013). 
Para Dormelles (2012), a música na educação infantil é muito importante para estimular o cérebro, contribuindo no desenvolvimento de outras linguagens. Ela contribui para a capacidade de concentração e exercita a memória, por isso pode ser usada como recurso pedagógico. 
De acordo com Dornelles (2012 P.45)
As crianças quando estão cantando, trabalham sua concentração, memorização, consciência corporal e coordenação motora, porque junto com o cantar ocorre, com frequência, o desejo ou a sugestão para mexer o corpo acompanhando o ritmo e criando novas formas de dança e expressão corporal. 
Ainda segundo a autora, existem professores que preparam aulas que não despertam o interesse dos alunos, muitas vezes com aprendizados mecânicos cujo as crianças não são estimuladas. Neste cenário, a música pode ser um recurso didático que proporciona uma aula mais dinâmica. 
Gomes (2013) esclarece que as crianças usam os sons de maneira espontânea, cantando e criando músicas o tempo todo. Uma forma interessante de utilizar a música nas aulas da educação infantil é trabalhar os sons, realizar atividades que explorem e exercite os movimentos do próprio corpo, o ritmo. Por exemplo, pedir que as crianças batam palmas, batam em suas barrigas, encham as bochechas de ar e depois batam em suas próprias bocas. Esses tipos de sons são graves, outros mais agudos e este conhecimento pode ajudar até mesmo no processo de alfabetização posteriormente. 
As crianças podem ainda conhecer o alfabeto a partir dos sons que cada letra faz. As descobertas de novos sons são muitos importantes e não é preciso investir em materiais caros para trabalhar com eles. Pode-se usar latinhas com pedras dentro, uma caixa de pizza com areia, chaves velhas amarradas a um suporte de madeira e penduradas para que as crianças passem as mãos, chocalhos construídos de garrafas pet, enfim, uma infinidade de materiais baratos e comuns que ajudam na exploração de diversos sons (GOMES, 2013).
Pedir que as crianças cantem músicas cujo citam o próprio nome e dos colegas, as partes do seu corpo, o nome dos animais, das cores, dos alimentos. Isto possibilitara uma interação muito grande entre eles e uma socialização que ajudará em todo processo de aprendizagem. Além de estimular o desenvolvimento, a música também facilita na liberação das fantasias, na imaginação e na criatividade, tornando-o a criança mais felizes enquanto aprende. De acordo com Dornelles “os professores não podem ficar alheios aos estudos sobre o desenvolvimento infantil e precisam conhecer sobre os processos de construção do conhecimento [...]”. 
Gordon (2000) enfatiza que por intermédio da música, as crianças passam a se conhecer melhor e também aos outros. Músicas que tratam do nome e de outros conceitos pessoais ajudam o indivíduo a conhecer as propriedades do mundo físico e cultural, bem como sobre suas próprias características e das pessoas com quem convive. 
Nesta perspectiva, a música é um recurso didático na sala de aula e possibilita diversas atividades para se trabalhar com os alunos. Ela se torna uma atividade indispensável no processo de desenvolvimento da criança e pode auxiliar no seu desenvolvimento cognitivo. Por isso, deve ser valorizada na escola a fim de potencializar a imaginação, a linguagem, a atenção, a memória e outras habilidades, além de contribuir de forma eficaz no processo de ensino-aprendizagem. 
De acordo com Dornelles,(2012 P.77)
 [...] educação infantil não pode desconhecer a natureza do conhecimento infantil ou como ele se processa. Precisa conhecer como as crianças pequenas constroem sua inteligência, faixa marcada pela possibilidade de representar (dois a seis anos). Só então as crianças são respeitadas em seu modo de falar brincar simbolicamente imaginar. 
A música torna capaz o desenvolvimento da imaginação e da criatividade, e não deve se dar apenas para reproduzir práticas, que muitas vezes os alunos já conhecem, mas não compreenderem ao certo o significado. Na hora do lanche, por exemplo, as crianças e professores fazem o uso de canções repetitivas, tornando esse momento mecânico e eliminando qualquer possibilidade de usar a música em uma proposta de socialização, desenvolvimento e aprendizagem. Não que seja proibido cantar nestes momentos, mas o uso da música na educação infantil não deve se restringir apenas nestas situações (ILARI, 2009). 
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1988), é muito importante valorizar o que os alunos gostam e querem cantar e dançar na escola. A instituição de ensino deve estimular tais manifestações, oferecendo oportunidades para o aluno mostrar aquilo que sabe e conhece fora dos muros da escola. Neste ponto, a música surge como mediadora do processo ensino-aprendizagem, auxiliando nas trocas afetivas. 
Para o referencial curricular nacional para educação infa (1988.)
Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, jogos de mão, são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem às necessidades de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva (BRASIL, 1998).
É certo que o percurso da aprendizagem não é o mesmo para todos, variando de criança para criança. Todavia, ele pode ser estimulado por meio do trabalho com a música e outros recursos dentro na escola. O RCNEI ressalta a importância de se trabalhar na educação infantil com propostas que envolvam música e movimento para desenvolver não apenas os aspectos motores, como a coordenação motora e o equilíbrio, como também os aspectos emocionais e sociais como a autoestima, a autonomia e as relações entre os pares (BRASIL, 1998). 
Para Jeandot (1993) o trabalho com a música na educação infantil não deve se bastar apenas na transmissão de técnicas vocais ou no ensino de instrumentos. Ao contrário, deve buscar o desenvolvimento da habilidade sensitiva, isto é, a capacidade de captar os elementos transmitidos pela música, saber selecionar e apreciar diferentes gêneros musicais, bem como conseguir se expressar por meio da música e adquirir o conhecimento socialmente construído nas manifestações musicais. 
Cabe ressaltar que o professor possui a responsabilidade de introduzir estes gêneros musicais para as crianças, sempre de forma intencional e planejada, sendo crítico e criativo nessa escolha afim de garantir o maior número possível de experiências musicais e sensoriais aos pequenos (JEANDOT, 1993). 
As vivencias que as crianças adquirem em casa e da sala de aula proporciona a capacidade de seleção e apreciação de diversos gêneros musicais, fazendo com que o educando aprecie e escute novos sons e ritmos e amplie seu repertório musical. Essas novas experiências musicais que a escola irá oferecer fará com que ele amplie seus conhecimentos, convivendo com diferentes gêneros e diferentes gostos de músicas (ILARI, 2009). 
Ouvir e aprender novas músicas, dançar, brincar de roda, recitar parlendas e quadrinhas populares ajuda a ampliar o conhecimento sobre a cultura ao mesmo tempo que desperta a curiosidade e desenvolve o gosto pela música. Enquanto estão aprendendo, os alunos também extravasam emoções, expressam necessidades e desejos e vivem situações de interação com os outros. Cantar e dançar então, proporciona novas experiências de interação sensoriais e a reflexão sobre diversos conceitos e valores (JEANDOT, 1993). 
Em relação a esta função da música, o RCNEI (1998, p.65) dispõe:
É importante oferecer, também, a oportunidade de ouvir música sem texto, não limitando o contato musical da criança com a canção que, apesar de muito importante, não se constitui em única possibilidade. Por integrar poesia e música, a canção remete, sempre, ao contexto da letra, enquanto o contato com a música instrumental ou vocal sem um texto definido abre a possibilidade de trabalho com outras maneiras. As crianças podem perceber sentir e ouvir, deixando-se guiar pela sensibilidade, pela imaginação e pela sensação que a música lhes sugere e comunica. Poderão ser apresentadas partes de composições ou peças breves, danças, repertório da música chamada descritiva, assim como aquelas que foram criadas visando a apreciação musical infantil. 
Como já dito, desde pequenas as crianças vivenciam experiências com a música com sua família e grupos sociais. Dessa forma, o professor de educação infantil pode explorar estes conhecimentos, trabalhando diversos sons por meio de recursos e atividades diversificadas. Até mesmo o silencio é um elemento importante para explorar com toda turma. Pedir que os alunos fiquem em silêncio e prestem atenção aos sons e ruídos ao seu redor, pedindo que elas verbalizem ou representem de outras formas o que observaram. Passeios e visitas pela escola também podem favorecer a exploração de diversos sons e ruídos, estimulando a capacidade de observação e escuta (ILARI, 2009). 
Chiarelli e Barreto (2005 p. 97) confirmam com esta afirmação quando afirma que: 
As atividades de exploração sonora devem partir do ambiente familiar da criança, passando depois para ambientes diferentes. Por exemplo, o educador pode pedir para que as crianças fiquem em silêncio e observem os sons ao seu redor, depois elas podem descrever, desenhar ou imitar o que ouviram. Também podem fazer um passeio pelo pátio da escola para descobrir novos sons, ou aproveitar um passeio fora da escola e descobrir sons característicos de cada lugar. [...]
Gomes (2013) ressalta que as brincadeiras musicais são de extrema importância para a educação infantil. Além de ser um recuso lúdico e de grande poder de sedução para os pequenos, ajuda na criação de diversas habilidades importantes para todo o processo acadêmico do aluno, como o saber ouvir, a desinibição frente à grupos maiores, dentre outras. 
A brincadeira musical na Educação Infantil deve focar ações como: a escuta de músicas e diferenciações de sons e silêncio, a expressão corporal em diferentes ritmos musicais, o cantar em diversas alturas e intensidades sonoras, a exploração dos sentimentos por meio da música, a criação musical livre e com regras (GOMES, 2013, p. 25). 
Para Freire (2014), a música deve ser trabalhada dentro da escola sempre de forma lúdica e prazerosa. Este processo deve ser dinâmico, expressivo e afetivo. Quanto maior o trabalho com a música, maior será a compreensão das crianças à cerca do mundo físico e social. Até mesmo na alfabetização a música pode exercer contribuições. Pode-se, por exemplo, trabalhar as vogais por meio de músicas e sons. Portanto, música e processos pedagógicos podem caminhar juntos, perpassando toda rotina escolar. 
Dessa forma, a música pode ser utilizada como instrumento para o professor alfabetizador, pois contribui de forma lúdica e prazerosa para o aprendizado. Para tal, o docente precisa pesquisar, buscar novas metodologias e aprimorar cada vez mais a sua aula. Fica claro que a música é uma importante ferramenta que deve ser usada e que só tem a somar aos outros recursos já utilizados na educação infantil (MAFFIOLETTI, 2001). 
Como afirma Freire (2014 p.39)
Um simples gesto do professor pode impulsionar o educando em sua formação e auto formação. A experiência informal de formação ou deformação que se vive na escola, pode ser negligenciada e exige reflexão. Experiências vividas nas ruas, praças trabalho e salas de aula pátio e recreiossão cheias de significação.
A música como recurso na educação infantil não deve buscar a formação de músicos, mas possibilitar e mediar o desenvolvimento das crianças em seus diversos aspectos. Sua importância se faz também na contribuição que oferece na formação de indivíduos com habilidade de compreender e analisar as diversas situações cotidianas, buscando resolver as situações-problemas de forma criativa e autônoma (GOHGN, 2010). 
A música contribui também para a formação de hábitos, atitudes e comportamentos. É importante que o professor entenda que este recurso também influencia nos aspectos sociais a culturais das crianças. Esta percepção ajuda no momento do planejamento, quando se deve ter clara a intenção de se trabalhar determinada música (BRASIL, 1998). 
Diante do exposto, entende-se que a música na educação infantil deve ser utilizada de forma a colaborar com o desenvolvimento da criança, almejando que essa não seja apenas uma prática descontextualizada, mas um complemento, um meio para o melhor entendimento e trabalho das muitas atividades realizadas na educação infantil, que além de desenvolver a sensibilidade musical pode ainda ajudar no desenvolvimento de outras potencialidades da criança. Ela pode ser trabalhada em várias áreas da educação e é muito importante no processo de ensino-aprendizagem. Aprender música na idade escolar ajuda as crianças a se tornarem críticos musicais e isso é fundamental nos tempos atuais (ILARI, 2009). 
	
3 A PRATICA DOCENTE DA MUSICA
Visto a importância da música no processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças na educação infantil, é necessária uma reflexão sobre a forma como os educadores podem usar essa ferramenta. A música só tem espaço em uma sala de aula cujo professor é democrático e afetivo, permitindo que as crianças tenham espaço para expressar-se e demonstrar suas preferências. 
Dessa forma, este capítulo visa aprofundar-se na questão da postura democrática do professor em sala de aula, na importância do planejamento intencional deste profissional e na formação necessária para atuar com segurança em sala de aula diante da música e sua importância. 
3.1 A MÚSICA E O ESPAÇO DEMOCRÁTICO DA SALA DE AULA
Não existe uma “receita pronta” para o uso da música e sua utilização fica a cargo de cada docente. Certo é que não se pode negar às crianças na educação infantil a música no seu cotidiano escolar e que os professores precisam conhecer e entender sobre a sua importância para a infância (GOMES, 2013). 
Como afirma Gomes (2013, p.19)
Muitos professores usam a música para ensinar conteúdos em sala de aula, enfim, ao processo de alfabetização, porque brincando com letras em forma de música chama a atenção dos alunos isso acontece mais na educação infantil, o que o professor exerce um papel importante nesse contexto e cabe a ele intermedia esta comunicação, podendo assim, encaminhar os alunos para enxergarem a questão da beleza estética da música e seus valores.
	Durante muito tempo as escolas exerceram uma pedagogia rígida e opressora, cujo as práticas não priorizavam recursos lúdicos e prazerosos. Atualmente, a educação tem buscado novas metodologias, considerando a criança como um sujeito de direitos, capaz de aprender de diversas formas, inclusive cantando e brincando (REVISTA NOVA ESCOLA, 2009). 
Nesse cenário, o professor não é mais autoritário, mas sim democrático e afetivo, que dá possibilidades das crianças se expressarem de diversas formas. 
Para Freire (2014, p.72)
O espaço do educador democrático, que aprende a falar escutando e cortado pelo silencio intermitente de quem falando cala para escutar a quem silencioso e não silenciado, fala. Não a inteligência da realidade sem a possibilidade de ser comunicada. O professor autoritário que recusa escuta os alunos, impede a afirmação do educando como sujeito de conhecimento. Como arquiteto de sua própria cognoscitiva. 
Para Ilari (2009), o professor deve respeitar os saberes socialmente construído de cada criança, ouvindo-as e valorizando os momentos de troca e diálogo entre professores e alunos, alunos e alunos, escola e comunidade. A música, na perspectiva de ferramenta lúdica e prazerosa, só tem espaço em um ambiente democrático e afetivo. 
Tal postura do professor e o uso da música como ferramenta pedagógica contribuem para a formação de indivíduos capazes de viver ativamente na sociedade de forma criativa e crítica. Valores como respeito, gentileza e civilidade também são possíveis por meio da música e muito importantes para a formação da sociedade. O docente precisa ter clareza de seus objetivos ao escolher uma música intencionalmente para se trabalhar tais valores e conceitos, mantendo o cuidado de respeitar a cultura dos alunos e da comunidade (ILARI, 2009). 
Em relação à cultura, Gomes (2013) sinaliza que é muito importante que o professor valorize as músicas que as crianças trazem de casa, evitando comentários carregados de preconceitos. Algumas crianças, por exemplo, cantam músicas ligadas à religião e a escola acaba cortando tais expressões por considerarem inapropriadas para o ambiente escolar. 
Cabe ao educando ser o mediador destas manifestações em sala de aula, deixando que as crianças expressem seus gostos musicais. Obviamente, estes momentos devem acontecer de forma organizada e articulada com a rotina escolar, para que todas as atividades sejam realizadas com qualidade (GOMES, 2013). 
O professor é fundamental na vida do aluno e, se este profissional for capaz de associar uma metodologia diversificada, que considera as brincadeiras, as interações e as diversas linguagens como as artes visuais e música, é possível que o processo ensino-aprendizagem seja mais prazeroso e significativo. 
3.2 A IMPORTANCIA DA INTENCIONALIDADE DO PROFESSOR 
Gonzalez–Mena (2015) descreve que o adulto pode estimular a criatividade das crianças quando as ajuda a inventar um jogo, uma música, uma brincadeira, quando cria espaços com materiais alternativos, instrumentos musicais e objetos que produzem sons, como sucatas. Por meio de diversos diálogos, de forma coerente e respeitosa, o indivíduo vai construindo conceitos e aprendendo a fazer relações entre o que sente, o que vê, o que escuta e o que canta. 
Gomes (2013) destaca que é de responsabilidade do professor também conscientizar a família sobre a importância dessas linguagens artísticas e musicais para o desenvolvimento da criança. É necessário haver um diálogo entre pais e escola para que ocorra a percepção sobre os aspectos que são favorecidos pela música e outras ferramentas utilizadas na educação infantil. 
É sabido que o planejamento é de extrema importância para um trabalho de excelência. Ele nada mais é do que um conjunto de ações pré-estabelecidas pelo professor que visam o desenvolvimento da turma. Esse plano deve ter como base as observações e resultado já alcançados em sala de aula, enfim, é o plano para alcançar a aprendizagem e ajudar a estabelecer novas metas no curso da aprendizagem (LIBÂNEO, 2004). 
Libâneo (2004) destaca que sem o planejamento corre-se risco de o trabalho pedagógico ficar “solto”, sem intencionalidade e metas a seguir. Quando se elabora um plano, tende-se a buscar aplicar o que foi planejado tendo em vista os recursos e metodologias já pensadas para cada atividade. A intencionalidade então está explicita em cada proposta planejada.
Neste cenário, a intencionalidade diante das atividades elaboradas pelo professor é de extrema importância. Ao planejar o trabalho com uma música, o professor deve ter clareza dos objetivos que pretende alcançar. É necessário elencar quais habilidades/conteúdos serão explorados com determinada música: conteúdos atitudinais, valores, habilidades motoras, sociais ou musicais como ritmo e conhecimento dos instrumentos musicais, por exemplo. 
Sabe-se que a música apresenta infinita possibilidades de trabalho. Pode-se trabalhar diversos eixos como linguagem oral e escrita, matemática, natureza, sociedade, dentreoutros. Por este motivo, os objetivos devem estar claramente explícitos para que seja garantido o trabalho concreto, evitando-se o uso da música de forma mecânica e descontextualizada (ILARI, 2009). 
3.3 FORMAÇÃO DOCENTE E MÚSICA 
Em relação à formação, Goghg (2010) destaca que o professor de educação infantil deve buscar formação continuada sempre, inclusive na área da música. Apesar de poder exercer práticas com a música dentro de sala sem especialização própria na área musical, a formação é de extrema importância para o aperfeiçoamento das práticas pedagógicas. 
O próprio autor destaca que a falta de formação afeta diversas áreas, inclusive na musicalização. Sem esta formação, corre-se o risco de o professor utilizar as músicas de forma mecânica, sem intencionalidade e desconexa dos contextos trabalhados em sala de aula. 
Para Araújo (2006) o professor que atua na educação infantil é aquele profissional que necessita ter múltiplos saberes. Dentre esses saberes se encontram-se aqueles que surgem da formação acadêmica e outros que nascem da própria experiencia dentro de sala de aula. A música está muitas vezes no segundo grupo de saberes, pois o docente tem contato com a música quando já está atuando. Nesta prática inicial acaba utilizando-se de músicas e cantigas conhecidas da própria infância e aquelas que ouve de outros professores. 
Os saberes experienciais são os saberes que, diversamente dos grupos anteriores, encontram suas raízes na prática cotidiana da atividade docente. Eles não provêm das instituições de formação nem dos currículos. São baseados no próprio exercício prático da profissão docente, no trabalho cotidiano e no conhecimento de seu meio. Brotam da experiência e são validados por ela (ARAÚJO, 2006, p. 144). 
Em geral, a musicalização na educação infantil é pouco explorada no curso de graduação, deixando os futuros professores com pouco conhecimento sobre a importância da música para o desenvolvimento infantil. Na realidade, cantar e dançar são atividades tão presentes dentro das escolas de educação infantil que não se reflete sobre este assunto de forma mais sistematizada. 
Neste aspecto, é necessário que os professores busquem formação continuada dentro da musicalização infantil. Seja para trabalharem diretamente com a música ou para incorporá-la como ferramenta no processo de ensino aprendizagem. O primeiro passo é compreender, por meios dos documentos oficiais que tratam da educação básica, o papel da música na educação infantil. 
No referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, por exemplo, a música é reconhecida como linguagem que possui suas características próprias e tem como função a reflexão e a apreciação, além disso deve ser utilizada para o trabalho com diversas áreas do conhecimento, sem esquecer também os conteúdos próprios da música (BRASIL, 1998). 
Segundo o próprio texto do Referencial os objetivos da música na Educação Infantil em relação a estes conhecimentos específicos são:
(a) de 0 a 3 anos – desenvolver capacidade de ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros diversos, fontes sonoras e produções musicais; brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais; 
(b) de 4 a 5 anos - explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento do mundo; perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio de improvisações, composições e interpretações musicais (RCNEI, 1998, p.55). 
Este conhecimento é de suma importância para os professores que atuam na educação infantil e pode ser buscado nos documentos e referenciais brasileiros sobre educação. Além disso, formação específica na área da música deve ser buscada para garantir aprimoramento do uso da música no processo de ensino. 
4 METODOLOGIA
Para complementar as fundamentações teóricas deste trabalho e com o objetivo de analisar a forma como a música está presente na sala de aula, optou-se por realizar uma pesquisa do tipo qualitativo de observação em uma escola do sistema público de ensino de Vila Velha. 
A pesquisa qualitativa busca aprofundamento sobre determinado assunto, evitando o interesse excessivo por números e percentagens. Especificamente neste trabalho, a pesquisa qualitativa buscou compreender onde, quando e porque ocorre o uso da música na educação infantil. Para Chizzotti (1991, p.79) neste tipo de pesquisa “os pesquisadores se dedicam a análise dos significados que os indivíduos dão as suas ações”. 
Segundo Gerhardt e Silveira (2009), quando se usa a pesquisa qualitativa, busca-se explicar o porquê das coisas sem exprimir números, exatamente porque não é possível mensurar tais valores. Este tipo de pesquisa tem por foco aprofundar-se nas relações dentro de um espaço. Neste ponto, o pesquisador é também objeto de sua pesquisa, pois não pode retirar-se deste contexto. 
Os registros das observações foram realizados pela observadora por meio da escrita em material próprio e fotografias. As observações foram transcritas no trabalho, fornecendo um leque amplo de dados ao leitor. 
Os critérios para a observação foram:
A forma como a professora regente desenvolve o trabalho com as crianças em relação a música;
A interação entre as crianças e a professora quando participam das atividades na sala de aula onde a música se faz presente;
A postura da professora na mediação de desentendimentos ou conflitos entre as crianças durante essas vivências; 
O planejamento de atividades que envolveu a música como meio de aprendizagem. 
Todos esses critérios serviram de base para a pesquisa e subsidiaram a análise sobre a importância da música para o desenvolvimento infantil. 
5 RESULTADOS 
As observações foram realizadas em uma turma de faixa etária entre quatro e cinco anos, com número total de vinte alunos, durante as segundas e terças-feiras de setembro no período vespertino. A escola escolhida para a observação fica localizado em Vila Velha e pertencente a Rede de Ensino Municipal. Atualmente, a escola atende 150 crianças (matutino e vespertino) entre três e cinco anos e conta com quatro salas da aula, parquinho, pátio, refeitório e uma sala multiuso. 
Para fins didáticos, adotou-se uma postura de observação, cujo posição foi de expectadora diante das atividades propostas e da rotina escolar. A professora da sala observada foi solícita e permitiu as anotações das observações realizadas, bem como respondeu aos questionamentos e dúvidas surgidas das observações. 
De imediato, observou-se que a professora da turma usou músicas todos os dias, sempre de maneira bem contextualizada, com algum objetivo pedagógico. Em algumas de suas aulas a professora apresentou para a turma canções e instrumentais típicos dos povos indígenas, portugueses e africanos com o objetivo de trabalhar a cultura desses povos. Os alunos usaram os instrumentos, cantaram as canções propostas e experimentaram os instrumentos.
Esta postura vai de acordo com o entendimento de Ilari (2009) que destaca a importância do professor utilizar a música de forma contextualizada, ou seja, atrelada a objetivos que visam o trabalho com habilidades e/ou conteúdos específicos. 
As crianças receberam com empolgação cada música proposta, cantando e fazendo gestos como bater palmas e pés. Notou-se que a aula ficou mais dinâmica e divertida com a interação dos alunos. Eles responderam de maneira positiva a expectativa da professora em relação as aulas e a sala era sempre tomada por um clima da diversão quando cantavam e dançavam com as músicas propostas pela professora. 
Machado (2015) declara que todas as crianças têm contato com a música desde o nascimento por meio da cultura vinculada em seu meio social. Desde bem pequenas expressar sentimentos diante das músicas quando mexem braços e pernas ao ouvi um som. Dessa forma, para as crianças, cantar e dançar é sempre um ato de diversão e alegria. 
A professora mostrou-se tranquila e afetuosa com os alunos, aparentandoter domínio dos conteúdos e da turma. As crianças participam das aulas de maneira produtiva e foi percebido que houve troca de aprendizagens, pois elas interagiram com a professora e entre si. 
Notou-se que a professora explorou diversos sons em suas aulas, como o som das palmas, das mãos batendo pelo corpo, sons feitos pela boca e até o som de alguns instrumentos como pandeiros e chocalhos. 
Dornelles (2012) mostra que este tipo de comportamento condiz com uma postura democrática e afetiva do professor diante da sua turma. Segundo a autora, apenas numa sala de aula cujo a alegria e leveza coexistem e onde os alunos tem chance de se expressarem verbal e corporalmente música pode entrar. 
Ao final de todas as observações, concluiu-se que a utilização diária da música funciona como aliada no processo no ensino aprendizagem. Toda vez que a música foi utilizada como recurso pedagógico, as crianças interagiram melhor e participaram com alegria das atividades
As músicas utilizadas todos os dias na roda funcionaram como marcadores para organizar a rotina da turma e as crianças demonstraram domínio sobre essa rotina de acordo com cada música cantada. 
Por meio de músicas ora lentas, ora mais agitadas a professora conseguiu ditar o ritmo de cada atividade, conseguindo acionar a atenção e a concentração das crianças nos momentos necessários. Notou-se que as músicas funcionaram como recurso pedagógico para se trabalhar diversos conteúdos, tornando seu entendimento mais fácil e agradável. 
É interessante destacar que a música pode ser usada também como elemento de marcação entre as atividades da rotina escolar e para ditar o ritmo das atividades, assim como fez a professora em questão. A música pode contribuir para que as crianças compreendam as regras e rituais de cada atividade dentro da escola, sabendo a forma como devem se portar e agir por meio da música (NOGUEIRA, 2013). 
Na escola observada as professoras possuem horários específicos para planejamento que são realizados em documento próprio da instituição e averiguado pela pedagoga posteriormente. As músicas planejadas pela professora para serem trabalhadas em sala de aula são descritas neste instrumento, bem como os objetivos ao ser trabalhar com elas. Todavia, das professoras entrevistadas, apenas uma declarou inserir as músicas como forma de se trabalhar algum conceito e/ou habilidade com as crianças em seu planejamento. As outras apenas as utilizam em momentos aleatórios em sala de aula. 
Este fato não condiz com a orientação de Libâneo (2004), quando o autor destaca a importância do planejamento para guiar as ações dentro de sala. Embora as professoras planejem suas atividades, as músicas utilizadas, bem como os conceitos trabalhados a partir delas não estavam registrados no planejamento, o que dá uma certa insegurança ao processo pedagógico. 
Participaram da entrevista os seguintes participantes: 
	IDENTIFICAÇÃO
	IDADE
	SEXO
	TEMPO DE ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO
	PROFESSORA A
	58 ANOS
	FEMININO
	DE 16 A 20 ANOS
	PROFESSORA B
	56 ANOS
	FEMININO
	DE 6 A 10 ANOS
	PROFESSORA C
	36 ANOS
	FEMININO
	ATÉ 5 ANOS
Todas as professoras entrevistadas possuem graduação em pedagogia, com especialização a título de pós-graduação em áreas diversas da educação. Nenhuma com especialização na área da música. Nenhuma professora mencionou nas entrevistas quaisquer documentos ou respaldos legais que tratam da música em sala de aula, como o RCNEI, por exemplo. 
Segundo Ilari (2009) é necessário que os professores desta etapa da educação básica busquem formação continuada e respaldo nos documentos legais que regem a educação infantil. 
Quando questionadas sobre a utilização da música em sala de aula na prática docente, todas as professoras declararam que utilizavam a música diariamente para realizar atividades da rotina escolar. 
	Em relação ao tipo de música utilizadas em sala, todas disseram que utilizam músicas infantis. A professora C destacou que também faz uso de sons característicos como de índios, portugueses e africanos. Nota-se, com esta resposta, que a docente tem o objetivo de resgatar a cultura formadora de nosso país. A mesma professora C ainda ressaltou que usa músicas para construir a rotina escolar com a turma e gosta de cantar com seus alunos cantigas de roda e usar instrumentos musicais. 
	Na pergunta “Qual papel você considera que as músicas têm na aprendizagem e no desenvolvimento das crianças na escola? ” A professora A destacou que a música contribui para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo, enquanto as professoras A e B só responderam que ela contribui para a interação e aprendizado. A primeira docente também destacou a importância da música para o relaxamento e para a concentração das crianças. 
	Apesar das respostas das professoras se mostrarem incompletas, stão de acordo com o entendimento de autores como ILARI (2009), FERNANDES (2017), NOGUEIRA (2013), dentre outros estudiosos da área que respaldam esta pesquisa. Todos concordam que a música tem grande influência no desenvolvimento infantil, não apenas no aspecto cognitivo, como também nos aspectos motor, social e emocional. 
Sobre as preferências dos alunos, a professora A declarou que as escolhas das músicas pelas crianças “depende da motivação da professora e do objetivo que se tem com o trabalho” Por essa fala, nota-se que a professora sabe da influência que exerce sobre as crianças. Ainda assim, ela destacou que em alguns momentos os alunos cantam “por diversão”, ou seja, fora das atividades. Nesses momentos, as músicas mais cantadas são do ritmo funk e louvores. Neste ponto, todas as professoras disseram que as crianças cantam funk e louvores nos momentos livres. 
Mais uma vez, Ilari (2009) surge orientando sobre a importância de respeitar a preferência dos alunos. As professoras mostraram conhecer os gostos musicais dos alunos e não manifestaram contrariedade diante das canções trazidas por eles. 
As professoras A, B e C declararam que sempre usam a música na rotina diária. A professora A revelou que “não só canto para elas, como canto com elas todos os dias, começando pela rodinha”. A professora B destacou que canta após a rodinha e a professora C disse que canta todos os dias, usando músicas para a rotina, para trabalhar o alfabeto e cantigas de roda. 
Em relação a percepção das professoras sobre a socialização das crianças nos momentos musicais, a professora A destacou que a música contribui para a interação dos alunos, principalmente quando a canção trata especificamente deste aspecto. A professor B relatou que percebe que as crianças dançam e brincam nos momentos musicais e a professora C diz que percebe uma devolutiva positiva e que seus objetivos são alcançados. 
Por fim, resta dizer que, diante das observações realizadas e das entrevistas coletadas, as professoras estão no caminho certo para o bom trabalho com música. Falta ainda um pouco de formação na área musical para que a ideia da importância da música para o desenvolvimento infantil seja solidificado e ampliado para que o trabalho seja cada vez mais intencional e respaldado dentro de sala de aula. 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Fica claro que a música é um importante elemento para o desenvolvimento infantil. As observações comprovaram que os professores de educação infantil usam a música no cotidiano escolar diariamente, todavia, ainda é necessário formação na área afim de ter clareza dessa importância da música 
Diante das observações e entrevistas realizadas, notou-se que a música faz parte do cotidiano da escola, mas nem sempre dos saberes do professor. Isto quer dizer que, embora os professores cantem e dancem com as crianças em sala de aula, muitas vezes o fazem de forma mecânica, sem refletir sobre sua importância para o desenvolvimento infantil e como podem utilizar a música para ampliar as possiblidades de aprendizagem. 
Os documentos legais respaldam o uso da música como linguagem que deve estar presente nas escolas nãoapenas em seu aspecto cultural, mas também técnico e social. Dessa forma, além de utilizar as músicas para desenvolver conceitos e conteúdos com os alunos é necessário também explorar aquilo que é próprio da musicalização como ritmo, rimas, entonação, dentre outros aspectos. 
 A formação do professor durante a graduação geralmente não oferece base para esse conhecimento mais aprofundado, forçando o docente a buscar formação continuada em diversas áreas. Especificamente na música, esta formação pode ocorrer por meio dos estudos dos documentos legais como o RCNEI que discorre sobre a musicalização na escola. Todavia, o professor deve ser um pesquisador por excelência, isto é, aquele profissional que está em constante formação e sabe que o trabalho em sala de aula depende de muito estudo de dedicação. 
Fica claro que a utilização da música deve constar no planejamento do professor, auxiliando na execução das atividades e no monitoramento sobre o alcance dos objetivos propostos. Quanto mais o professor planejar suas atividades tendo como base o recurso da música, mais seus conhecimentos sobre essa linguagem vão se ampliando e fornecendo retorno na aprendizagem e desenvolvimento de seus alunos. 
Esta pesquisa respondeu ao questionamento inicial à medida que comprovou, por meio do referencial teórico pesquisado, que a música auxilia no desenvolvimento dos diversos aspectos do ser humano. Cantar e dançar estimula a criatividade, o movimento, a interação social, o conhecimento de mundo e de diversos conceitos e significados do mundo. 
A pesquisa também mostrou o quão importante é a formação nesta área e quanto se faz necessária para professores de educação infantil. Os profissionais que atuam nesta etapa da educação básica possuem um diferencial próprio: devem ser afetivos e criativos, usando de diversos elementos para promover a aprendizagem e o desenvolvimento. Assim, a música surge como ferramenta deste processo, cujo só pode existir num ambiente democrático e alegre. 
A música observada na escola é aquela que alegra o dia das crianças, transforma a sala de aula num ambiente afetivo e estimulante. Nota-se que o cantar e o dançar estão presentes na sala de educação infantil, resta aos professores intencionalidade e planejamento bem estruturado para se trabalhar com a música de forma mais sistematizada afim de alcançar a construção de conceitos e habilidades nas crianças. 
Dessa forma, outros estudos baseados na formação dos professores de educação infantil na área da música se fazem importantes para dar continuidade ao tema desta pesquisa, tão importante para a área. 
 
7 REFERENCIAS
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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a pratica educativa. Rio de Janeiro: paz e terra,2014
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GOHGN, Maria da Gloria. O papel da Musica na educação infantil. Revista da ECCOS, São Paulo: Universidade nove de julho, nº2, dez 2010.PP 85-101
GOMES, Bianca Ferraz, SANTOS Eliene Rodrigues dos, MORAES Heliete Aparecida de. Musicalização no ensino-aprendizagem. Serra: Faculdade Capixaba da Serra, Trabalho de Conclusão de Curso (Pedagogia) 2013.
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APÊNDICES
APÊNDICE I – Apresentação da pesquisadora 
Sou concluinte do Curso de Pedagogia da Faculdade Estácio de Sá de Vila Velha e estou realizando uma pesquisa de campo nesta escola. Este questionário tem por objetivo auxiliar na realização da pesquisa que aborda A IMPORTANCIA DA MUSICA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Solicitamos a sua colaboração no sentido de responder por completo este questionário, pois suas opiniões e observações serão de grande importância para a realização desta pesquisa. Para responder este instrumento, não é necessário que se identifique, pois, os dados serão Tabulados e analisados em seu conjunto.
Agradecemos sua colaboração e disponibilidade.
CAMILA MENDES CANUTO MOTA
APÊNDICE II – Questionário entregue aos professores 
1) IDENTIFICAÇÃO
1.1 Nome: _______________________________________
1.2 Idade _______________
1.3 Sexo (). Feminino (). Masculino
2). Quanto tempo atua na educação:
() Até 5 anos () 6-10 anos () 11-15 anos () 16-20 anos () Mais de 21 anos
3). Qual sua formação profissional?
() Ensino médio/ magistério. (). Superior completo.
(). Superior incompleto. () Pós-graduação.
4) você utiliza música na realização de suas atividades com as crianças?
() sim () não () algumas vezes
4.1 Se você respondeu “sim” ou “algumas vezes”, indique qual a frequência que você realiza
O uso da música com suas crianças:
() mensalmente
() quinzenalmente
() semanalmente
() diariamente
() esporadicamente, ou seja, não há uma regularidade
Outros ___________________________________________
4.2. Indique também quais tipos de músicas você costuma trabalhar com as crianças:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________5). Qual o papel você considera que as músicas têm na aprendizagem e
Desenvolvimento das crianças na escola?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6). Quando as crianças estão usando o recurso da música, quais são as preferidas delas?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7). Com que frequência você costuma cantar para as crianças?
() Sempre. () Muitas vezes () Poucas vezes (). Raramente (). Nunca
9.1 justifique:
_______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
8) Como você percebe a socialização das crianças durante a musica
Considerando as situações de interação que elas vivenciam?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
APÊNDICE III - Roteiro de observação da pesquisa
 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
 Turma ou turmas observadas: 5 anos
 Quantidade de crianças: 20
 Faixa etária das crianças: 5
 Quantidade de profissionais envolvidos no momento da observação: 2
 Dias e horários em que ocorreram os momentos de observação:
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS:
1. Como a professora desenvolve o trabalho com as crianças em relação a música?
2. . Como é a interação entre as crianças e a professora quando participam das atividades na sala de aula onde a música se faz presente?
3. Qual a postura das professoras na mediação de desentendimentos ou conflitos entre as crianças durante essas vivências?
4. Como se manifestam situações de desenvolvimento e aprendizagem das crianças?
5. Como ocorre o planejamento de atividades que envolve a música como meio de aprendizagem?
APÊNDICE IV – Carta de apresentação
������
FACULDADE ESTÁCIO DE VILA VELHA
Vila Velha, ___ de____________ de _______.
De: Gelson Luiz D. de Pádua
Coordenador do Curso de Pedagogia
Para: Delsa Zanette
Função na Instituição: Diretora
Assunto: Solicitação para realização de pesquisa
Prezado/a Senhor/a,
Pelo termo presente, vimos solicitar autorização para a que o/a acadêmico/a Camila Mendes Canuto, matrícula 201403307377, realize pesquisa de campo nesta conceituada instituição. A pesquisa tem por tema a importância da música para o desenvolvimento da criança na educação infantil e se caracteriza como uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de campo .
Informamos que, de acordo com o projeto desta pesquisa, a coleta de dados se dará por meio dos seguintes instrumentos: observação e questionário. Tal coleta será realizada no segundo semestre de 2017.
Certos de sua valiosa colaboração, aproveitamos o ensejo para manifestar nossos agradecimentos.
Cordialmente,
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Gelson Luiz D. de Pádua
 Coordenação do Curso de Pedagogia

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