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Processos de conformação mecânica: Laminação dos Metais Universidade Federal do Rio Grande do Sul Processos Discretos de Produção Prof. Cíntia Mazzaferro Cursos de Graduação em Design de Produto, em Engenharia de Produção e em Engenharia de Controle e Automação Processo de conformação mecânica que consiste na passagem de um material entre cilindros que giram em sentido contrário, alterando suas dimensões e formas. Podem ser produzidos produtos planos e não-planos através deste processo. Laminação X (RD = direção de laminação) Y (ND = direção normal à de laminação) Z (TD = direção transversal à de laminação) Características do Processo • A passagem do material pelos cilindros se dá através da força de atrito que atua entre as superfícies do material e dos cilindros. Essa força é proporcional ao coeficiente de atrito entre o material e os cilindros e à força normal na superfície de contato. • Anisotropia: Após a laminação, o material usualmente fica “com textura”: Percebe-se uma diferença entre a forma dos grãos e também entre as propriedades mecânicas em distintas orientações do material em relação à direção de laminação. Fonte: www.dtic.mil/cgi-bin/GetTRDoc?AD=ADA562290 Esquema mostrando a forma dos grãos em diferentes orientações em relação à de laminação (RD). Laminação: características Exemplo de anisotropia: Efeito da orientação do corpo de prova nas propriedades (em tração) de uma liga de magnésio, submetida à compressão em diferentes temperaturas, após laminação. Adaptado de Man e al. 2013. M et o d o lo g ia Direção de Compressão 30 m 30 m 30 m Direção de Laminação (RD) Tr an sv er sa l à D ir eç ão d e La m in aç ão ( TD ) 30 m Compressão 350 0C Compressão 400 0C Compressão 500 0C Como laminado Anisotropia nas propriedades mecânicas Microestruturas resultantes de acordo com a temperatura Laminação a quente A operação inicial dos lingotes, conhecida como laminação de desbaste, é realizada a quente (no laminador desbastador), pois dessa forma pode-se obter grandes reduções de seções transversais, uma vez que se trabalha a temperaturas acima da temperatura de recristalização do material. Observação: na produção contínua de lingotes (lingotamento contínuo), se produzem placas diretamente da máquina, evitando-se uma série de operações de laminação. Fo n te : h tt p :/ /w w w .u fr g s. b r/ ld tm /p o ss ib ili d a d es /l a m in a ca o /l a m in a ca o .h tm Esquema da evolução microestrutural de um material sendo laminado a quente. Laminação a quente Normalmente utilizada nas operações finais (de acabamento). Comparada com a laminação a quente, são obtidas menores reduções de seção transversal, mas melhores propriedades mecânicas (maiores resistências) e melhor acabamento superficial (utiliza cilindros mais lisos e, além disso, como não são utilizadas temperaturas elevadas, não há formação de óxidos superficiais), assim como grande precisão dimensional. Laminação a frio Laminação a frio Microestruturas típicas obtidas após a laminação a frio de um aço austenítico. Após o mesmo grau de deformação, as amostras foram recozidas durante 30 min em temperaturas de : (a) 600 0C; (b) 700 0C; (c) 800 0C; (d) 900 0C. De acordo com Shakhova et al. 2012. Esquema mostrando etapas de laminação efetuadas em diferentes temperaturas para otimizar a microestrutura e propriedades mecânicas resultantes em um aço. (Tnr=temperatura de não-recristalização). De acordo com Gorni & Mei (2003). Laminação: controle da microestrutura final São constituídos basicamente por: • Cilindros (de ferro fundido coquilhado superficialmente ou aço endurecido superficialmente); • Mancais (suportam os cilindros); • Carcaça (gaiola ou quadro) para fixar os elementos; • Motor (fornece potência aos cilindros e controla a velocidade de rotação). Laminadores Laminadores: tipos -Laminador duo não-reversível: material só pode ser laminado em um sentido (sentido do giro dos cilindros não pode ser invertido) -Laminador duo reversível: a inversão da rotação dos cilindros permite que a laminação ocorra nos dois sentidos de passagem entre os rolos. Laminador duo: composto por dois cilindros. Pode ser classificado como: Os cilindros sempre giram no mesmo sentido. Porém, o material pode ser laminado nos dois sentidos, passando-o alternadamente entre o cilindro superior e o intermediário e entre o intermediário e o inferior. Laminadores: tipos Laminador trio: composto por três cilindros. Laminador quádruo (pode ser reversível ou não); utilizado para a laminação de materiais finos. Como os cilindros de trabalho são de pequeno diâmetro,eles podem fletir em operação, e devem então ser apoiados por cilindros de encosto. Laminador agrupado: quando os cilindros de trabalho são muito finos, podem fletir tanto na direção vertical quanto na horizontal e devem ser apoiados em ambas as direções; um deste tipo de laminador é o Sendzimir. Com ele podem ser produzidas folhas de aço inox com espessuras entre 5 e 50 m. Laminadores: tipos •Trem de laminação: série de laminadores; para produção em larga escala. Cada cadeira produz uma redução diferente, com sincronismo de velocidades. Esquema da laminação de tiras em um laminador contínuo de quatro cadeiras. Laminadores: tipos Arranjo dos rolos em um laminador planetário: par de rolos pesados de apoio envolvido por um grande número de rolos planetários. •Laminador planetário: reduz a quente uma placa diretamente para uma fita em um único passe através do laminador. Laminadores: tipos Com costura •Chapa laminada é dobrada e então soldada. Laminação de Tubos Sem costura •Diâmetro interno é produzido através da passagem de um mandril. Laminação de Barras e Perfis • São utilizados rolos ranhurados para transformar lingotes em barras de seção circular e hexagonal e perfis estruturais como vigas em I, calhas e trilhos. A laminação é realizada a quente. • A seção transversal do metal é reduzida em suas direções; entretanto, em cada passe o metal é normalmente comprimido em uma direção (no passe subseqüente é girado em 90o). Laminação de barras e perfis estruturais Laminação: barras e perfis Laminadores: tipos Laminação de Roscas • Maior aproveitamento de material, maior produtividade e melhores propriedades mecânicas das roscas quando comparado à usinagem. Esquema do processo de laminação de roscas Vantagens da laminação • Possibilidade de produção de placas, chapas, tiras e diferentes barras e perfis • Alta produtividade • Bom a excelente controle dimensional • Boas a excelentes propriedades mecânicas dos produtos obtidos • M.P. Groover, Fundamentals of modern manufacturing. 4th ed., New Jersey, Prentice Hall, 2010. • Mechanical Metallurgy (SI Metric Edition). George E. Dieter. McGraw-Hill. 2001. • W. Callister Jr. Fundamentals of materials science and engineering. • L. Van Vlack. Princípios de ciências dos materiais. Editora Edgar Blücher. 1981. • J. Ma, X. Yang, H. Sun,Q. Huo, J.Wang, J. Qin. Anisotropy in the mechanical properties of AZ31 magnesium alloy after being compressed at high temperatures (up to 823 K). MaterialsScience & Engineering A 584 (2013) 156-162. • I. Shakhova, V. Dudko, A. Belyakov, K. Tsuzaki, R. Kaibyshev. Effect of large strain cold rolling and subsequent annealing on microstructure and mechanical properties of an austenitic stainless steel. Materials Science and Engineering A 545 (2012) 176-186. • A.A. Gorni, P.R. Mei. Aços alternativos ao HY-80 sem a necessidade de aplicação de têmpera e revenido. REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 56 4 (2003) p. 287-293. Bibliografia
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