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Impedimento e suspeição

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Gustavo Afonso Martins – OABPR 62217 
 
Endereço Rua. Des. Isaias Bevilaqua, 350, Merces, Curitiba, Estado do Paraná, 
CEP: 80430-040 - fone: (41) 3233 – 9822 – (41)9910-5616 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções 
no processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, 
funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como 
testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou 
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive; 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou 
companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, 
até o terceiro grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de 
pessoa jurídica parte no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer 
das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha 
relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu 
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por 
advogado de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o 
defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava 
o processo antes do início da atividade judicante do juiz. 
§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar 
impedimento do juiz. 
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de 
mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus 
quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, 
mesmo que não intervenha diretamente no processo. 
 
Gustavo Afonso Martins – OABPR 62217 
 
Endereço Rua. Des. Isaias Bevilaqua, 350, Merces, Curitiba, Estado do Paraná, 
CEP: 80430-040 - fone: (41) 3233 – 9822 – (41)9910-5616 
1. Impedimentos. Juiz impedido de julgar tem o dever de abster-se (art. 144, 
CPC). As hipóteses de impedimento dão conta de situações em que se proíbe 
o juiz de atuar no feito. Os impedimentos são de índole pessoal, no sentido de 
que afastam a pessoa física do juiz do julgamento da causa, não tendo o 
condão de deslocar a competência para outro órgão jurisdicional (STJ, 5.ª 
Turma, REsp 731.766/RJ, rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 
15.09.2005, DJ 10.10.2005, p. 425), e são objetivos, bastando a configuração do 
caso para caracterização do impedimento (STJ, 5.ª Turma, REsp 298.439/RS, rel. 
Min. Gilson Dipp, j. 18.04.2002,DJ 10.06.2002, p. 244). Os atos processuais 
praticados por juiz impedido são passíveis de invalidação (STJ, 4.ª Turma, REsp 
230.009/RJ, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, j. 08.02.2000, DJ 27.03.2000, p. 
113). 
2. Hipóteses. Os motivos de impedimento dizem respeito à vida pessoal do 
magistrado (art. 144, I, II, V, VI, VII e IX, CPC) ou ao fato de funcionarem no 
processo seu cônjuge, companheiro, companheira ou seus parentes (arts. 144, 
III, IV e VIII, e 147, CPC). Se o juiz é parte no processo, obviamente não pode 
julgar a causa (nemo iudex in causa propria). Igualmente não pode fazê-lo se 
interveio no processo como mandatário de alguma das partes, se oficiou 
como perito, funcionou como órgão do Ministério Público ou colaborou como 
testemunha. É impedido o juiz que conheceu da causa em primeiro grau de 
jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão. Já se decidiu que não 
configura hipótese de impedimento a prática de atos de impulso oficial pelo 
magistrado no primeiro grau de jurisdição (STJ, 4.ª Turma, REsp 649.062/ES, rel. 
Min. Cesar Asfor Rocha, j. 28.06.2005, DJ 10.10.2005, p. 379), que a participação 
anterior do magistrado na causa na esfera administrativa não constitui causa 
de impedimento (STJ, 1.ª Turma, RMS 18.923/PR, rel. Min. Teori Zavascki, j. 
27.03.2007, DJ 12.04.2007, p. 210), salvo se atuou como mandatário ou no 
interesse de alguma das partes, e que “na ação rescisória, não estão 
impedidos juízes que participaram do julgamento rescindendo” (Súmula 252, 
STF). É impedido o juiz quando na causa estiver postulando, como advogado 
da parte, seu cônjuge, companheira ou qualquer parente, consanguíneo ou 
afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau. É vedado o 
ingresso superveniente no feito de advogado capaz de gerar o impedimento 
do juiz. Também está impedido o juiz se cônjuge, companheira, parente, 
consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta, ou, na colateral, 
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até o terceiro grau, ou se é órgão de direção ou administração de pessoa 
jurídica que é parte na causa. 
3. Alegação de Impedimento. As partes podem alegar impedimento e 
suspeição do juiz por petição própria (art. 146, CPC). Podem fazê-lo ainda, a 
qualquer tempo, por requerimento nos autos, não estando a alegação de 
impedimento sujeita à preclusão. Se o impedimento é causa suficiente para 
ação rescisória (art. 966, II, CPC), com maior razão pode ser examinada a 
matéria quando em curso o processo em que se aponta a atuação de juiz 
impedido. O Ministério Público, participando do processo como custos legis, 
tem legitimidade para alegar impedimento do juiz em face de uma das 
partes, porquanto o direito fundamental ao processo justo é indisponível (STJ, 
1.ª Turma, REsp 498.280/CE, rel. Min. Luiz Fux, j. 09.09.2003, DJ 29.09.2003, p. 159; 
contra, STJ, 2.ª Turma, REsp 516.487/CE, rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 
15.02.2007, DJ11.05.2007, p. 387). 
 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes 
ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca 
do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do 
litígio; 
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu 
cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro 
grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das 
partes. 
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem 
necessidade de declarar suas razões. 
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta 
aceitação do arguido. 
 
1. Suspeições. Juiz suspeito tem o dever de abster-se do julgamento da 
causa. Verificando-se quaisquer das hipóteses de suspeição, está o órgão 
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jurisdicional proibido de participar do processo. Os motivos de suspeição são 
de índole pessoal, no sentido de que afastam a pessoa física do juiz do 
julgamento da causa, não tendo o condão de deslocar a competência para 
outro órgão jurisdicional (STJ, 5.ª Turma, REsp 731.766/RJ, rel. Min. Arnaldo 
Esteves Lima, j. 15.09.2005, DJ 10.10.2005, p. 425). O interessado tem de alegar 
e provar a hipótese de suspeição do magistrado(STJ, 1.ª Seção, AgRg na 
ExSusp 19/PR, rel. Min. Teori Zavascki, j. 09.06.2004, DJ 28.06.2004, p. 176). 
Admite-se prova em contrário da suspeita de parcialidade em face da 
suspeição. Reconhecida a suspeição do magistrado, nulos são os atos 
decisórios por ele praticados no processo. 
2. Hipóteses. Se o juiz é amigo íntimo ou inimigo de qualquer as partes ou 
de seu advogado. A amizade ou a inimizado, especialmente em relação ao 
advogado, deve ser significativa, a ponto de abalar a imparcialidade do 
magistrado. Não basta, por isso, que o juiz conheça a parte ou o seu 
advogado (fato até corriqueiro especialmente em cidades do interior). O 
fundamental é o grau de parcialidade que essa amizade ou inimizado opera 
no julgador. É suspeito o juiz se alguma das partes for credora ou devedora 
sua, de seu cônjuge ou companheira ou de parentes seu ou de seu cônjuge 
ou companheira. Se o juiz recebe presentes, lembranças ou homenagens de 
uma das partes, ou de quem tenha interesse na causa, pode ser considerado 
suspeito. É de se reconhecer a sua suspeição, ainda, se recebeu doação de 
alguma das partes, pura ou gravada por encargo, porquanto uma e outra são 
feitas por liberalidade (art. 539, CC), ou se o juiz, seu cônjuge ou companheira 
empregam a parte. Diga-se o mesmo se aconselha uma das partes a respeito 
de sua situação jurídica. O conselho dado a ambas as partes, em audiência, 
todavia, não caracteriza a suspeição do juiz (STJ, 3.ª Turma, REsp 307.045/MT, 
rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, j. 25.11.2003, DJ19.12.2003, p. 451). Também 
não caracteriza a sua suspeição se o juiz responde determinada questão 
jurídica em abstrato, sem qualquer referência à situação concreta da parte, 
em palestras, aulas, entrevistas ou se, doutrinariamente, manifesta-se sobre 
determinado problema jurídico em tese. Considera-se suspeito o juiz se 
subministrou meios à parte para atender às despesas do litígio. Considera-se 
igualmente suspeito, se tem interesse no julgamento da causa a favor de 
alguma das partes, qualquer que seja o interesse. Já se decidiu, por exemplo, 
que é suspeito o juiz se é parte em demanda idêntica à outra que lhe foi 
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distribuída, cessando a sua suspeição, porém, se o processo em que figura 
como parte foi extinto sem resolução de mérito (STJ, 1.ª Turma, REsp 23.007/DF, 
rel. Min. Demócrito Reinaldo, j. 05.05.1993, DJ28.06.1993, p. 12.859). Pode o juiz, 
ademais, declarar-se suspeito por motivo íntimo, sem qualquer necessidade de 
motivação, haja vista a proteção que se despende à sua intimidade e vida 
privada (art. 5.º, X, CF). As causas de suspeição deixam de incidir se forem 
provocadas por quem as alega ou se a parte que as invoca houver praticado 
ato que implique aceitação do juiz suspeito (art. 145, § 2.º, CPC). 
3. Alegação de Suspeição. As partes podem arguir a suspeição do juiz por 
alegação própria (art. 146, CPC). Não alegando no prazo legal, preclui a 
possibilidade de fazê-lo. O Ministério Público, participando do processo 
como custos legis, tem legitimidade para alegar suspeição do juiz em face de 
uma das partes, porquanto o direito fundamental ao processo justo é 
indisponível (STJ, 1.ª Turma, REsp 498.280/CE, rel. Min. Luiz Fux, j. 
09.09.2003, DJ 29.09.2003, p. 159; contra, STJ, 2.ª Turma, REsp 516.487/CE, rel. 
Min. João Otávio de Noronha, j. 15.02.2007, DJ11.05.2007, p. 387). 
 
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a 
parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida 
ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo 
instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de 
testemunhas. 
§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o 
juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso 
contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 
(quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de 
rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal. 
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo 
que, se o incidente for recebido: 
I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr; 
II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o 
julgamento do incidente. 
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou 
quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será 
requerida ao substituto legal. 
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§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é 
improcedente, o tribunal rejeitá-la-á. 
§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta 
suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu 
substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão. 
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o 
momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado. 
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando 
já presente o motivo de impedimento ou de suspeição. 
 
1. Alegação de Impedimento. Podem as partes arguir, por petição própria, 
os motivos de impedimento do órgão jurisdicional arrolados na legislação 
processual (arts. 144 e 147, CPC). Trata-se de matéria intimamente ligada ao 
direito fundamental ao juízo natural (art. 5.º, XXXVII e LIII, CF), haja vista que a 
sua alegação concerne à imparcialidade judicial. A não alegação de 
impedimento no prazo de quinze dias, na forma do art. 146, contudo, não faz 
precluir a faculdade da parte de levantá-lo a qualquer tempo e grau de 
jurisdição, porque, sendo possível propor até mesmo ação rescisória por conta 
de eventual alegação de decisão prolatada por juiz impedido (art. 966, II, 
CPC), tem-se de admitir, naturalmente, a arguição da matéria enquanto em 
curso o processo em que se verificou o impedimento judicial (contra, 
entendendo que a alegação de impedimento de membro de Tribunal só 
pode ser levantada até o início do julgamento da causa, sob pena de 
preclusão, STJ, 2.ª Turma, REsp 520.026/CE, rel. Min. Francisco Peçanha Martins, 
j. 09.11.2004, DJ 01.02.2005, p. 481). 
2. Alegação de Suspeição. As partes podem arguir por meio de petição 
própria os motivos de suspeição do magistrado (art. 145, CPC). O assunto liga-
se igualmente à imparcialidade judicial e, daí, ao direito fundamental ao juízo 
natural (art. 5.º, XXXVII e LIII, CF). Diferentemente do que ocorre quanto aos 
motivos de impedimento, contudo, a não alegação pela parte dos motivos de 
suspeição no prazo legal (art. 146, CPC) gera preclusão temporal, não 
podendo a parte alegá-la em momento posterior. Note-se que a decisão 
prolatada por juiz suspeito, ao contrário do que se passa com aquela 
prolatada por juiz impedido, não dá lugar à ação rescisória. Segue-se, 
portanto, quanto ao regime de alegação, a regra geral do art. 146, CPC, com 
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o prazo de quinze dias do conhecimento do fato para a alegação da 
suspeição, sob pena de preclusão. 
3. Legitimidade. Ambas as partes têm legitimidade para arguir o 
impedimento e a suspeição. O assistente litisconsorcial (art. 124, CPC), porque 
se trata em realidadede verdadeiro litisconsorte da parte, igualmente pode 
fazê-lo. O assistente simples (art. 121, CPC) poderá também apontar o vício 
desde que não haja inequívoca manifestação de vontade do assistido em 
sentido contrário (arts. 121-122, CPC). O Ministério Público, quer atue como 
parte, quer atue como fiscal da lei, pode arguir o impedimento ou a suspeição 
(STJ, Corte Especial, AgRg no EDiv no REsp 223.142/MG, rel. Min. Eliana Calmon, 
j. 01.02.2001, DJ04.02.20002, p. 251). 
4. Prazo. A parte dispõe do prazo de 15 (quinze) dias para alegar o 
impedimento ou a suspeição. O prazo para arguição flui do conhecimento do 
fato que motivou a causa de parcialidade, sendo contado a partir do primeiro 
dia útil subsequente (art. 224, § 3.º, CPC). Se a parte só tomar ciência do fato 
em momento posterior àquele em que ocorreu, o prazo só começa a correr a 
partir daí, do dia em que se deu a ciência pela parte, contando-se igualmente 
a partir do primeiro dia útil subsequente (art. 224, § 3.º, CPC). 
5. Qualquer Tempo e Grau de Jurisdição. O motivo de suspeição pode 
acontecer a qualquer tempo e grau de jurisdição; acontecendo e dele tendo 
ciência a parte, flui o prazo para a alegação do defeito, contando-se a partir 
do primeiro dia útil subsequente. Escoado o prazo dá-se a preclusão e a parte 
resta impedida de alegar a matéria em momento posterior. Rigorosamente, só 
se pode alegar em qualquer tempo e grau de jurisdição a ocorrência de 
impedimento judicial, seja porque o motivo de impedimento pode ocorrer a 
qualquer tempo, seja porque é lícita a sua alegação a qualquer tempo e grau 
de jurisdição (contra, registre-se novamente, entendendo que a alegação de 
impedimento de membro de Tribunal só pode ser levantada até o início do 
julgamento da causa, sob pena de preclusão, STJ, 2.ª Turma, REsp 520.026/CE, 
rel. Min. Francisco Peçanha Martins, j. 09.11.2004, DJ 01.02.2005, p. 481). 
6. Juiz do processo. A alegação de impedimento e suspeição é feita 
diretamente ao juiz do processo. Se esse reconhece sua parcialidade, deve 
afastar-se do processo e remeter os autos ao seu substituto legal. Do contrário, 
determinará a autuação em apartado da alegação de impedimento ou 
suspeição, apresentará suas razões em quinze dias – instruídas com 
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documentos e rol de testemunhas que entenda cabíveis – e determinará a 
remessa do incidente ao tribunal, que julgará a questão. 
7. Suspensão. O incidente de suspeição ou de impedimento – quando a 
alegação não for aceita pelo juiz arguido e a matéria deva ser decidida pelo 
tribunal – pode ou não gerar a suspensão do processo enquanto tramita. 
Caberá ao relator do incidente decidir sobre se concede ou não esse efeito 
suspensivo (art. 146, § 2.º, CPC). Suspenso o processo, suspende-se igualmente 
eventual prazo em curso (art. 221, CPC). Durante a suspensão do processo é 
vedada a prática de atos processuais, salvo os urgentes (art. 314, CPC). 
Enquanto o relator não declare os efeitos em que recebe o incidente, ou 
depois de recebido o incidente no efeito suspensivo, eventual pedido de 
tutela de urgência deve ser requerido ao substituto legal do juiz arguido. 
Decidido o incidente e acolhida a alegação, os autos serão encaminhados 
ao substituto legal, devendo o tribunal fixar o momento a partir do qual o juiz 
não deveria ter atuado no processo e decretar a nulidade dos atos por ele 
praticados a partir daquele instante. Chegando os autos ao substituto, 
eventual prazo antes iniciado volta a contar pelo restante ao que faltava para 
sua complementação (STJ, 4.ª Turma, REsp 111.404/ES, rel. Min. Cesar Asfor 
Rocha, j. 17.09.2002, DJ 18.11.2002, p. 218). 
 
Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou 
afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro que 
conhecer do processo impede que o outro nele atue, caso em que o segundo 
se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal. 
1. Impedimento no Tribunal. O art. 147, CPC, é causa de impedimento que 
tende a não ocorrer, por conta do que prevê o art. 128 da Lei Orgânica da 
Magistratura (LC 35, de 1979): “Nos Tribunais, não poderão ter assento na 
mesma Turma, Câmara ou Seção, cônjuges e parentes consanguíneos ou afins 
em linha reta, bem como em linha colateral até o terceiro grau”. No parágrafo 
único, diz-se que “nas sessões do Tribunal Pleno ou órgão que o substituir, onde 
houver, o primeiro dos membros mutuamente impedidos, que votar, excluirá a 
participação do outro no julgamento”. Nesse caso, o segundo tem de remeter 
os autos para o seu substituto legal. Nada impede que dois irmãos, pai e filho, 
sobrinho e tio ou marido e mulher tenham assento no mesmo tribunal: o que se 
veda é que participem do mesmo órgão fracionário. De todo modo, se 
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ocorrer a situação de dois juízes parentes comporem o mesmo quórum, a 
participação do primeiro impede a do outro, que deverá remeter os autos ao 
seu substituto legal. 
 
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: 
I - ao membro do Ministério Público; 
II - aos auxiliares da justiça; 
III - aos demais sujeitos imparciais do processo. 
§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em 
petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em 
que lhe couber falar nos autos. 
§ 2º O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão 
do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a 
produção de prova, quando necessária. 
§ 3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1º será disciplinada pelo 
regimento interno. 
§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica à arguição de impedimento ou 
de suspeição de testemunha. 
 
1. Extensão de Impedimentos e Suspeições. Os motivos de impedimentos e 
suspeições aplicam-se também ao Ministério Público, ao auxiliar da justiça e a 
qualquer outro sujeito imparcial do processo. 
2. Perito e Intérprete. Ao perito e ao intérprete aplicam-se os motivos de 
impedimento e suspeição. Ao assistente técnico da parte não. O fato de o 
perito ter posicionamento conhecido e favorável à tese de uma das partes 
não caracteriza a sua parcialidade (STJ, 4.ª Turma, REsp 571.669/PR, rel. Min. 
Cesar Asfor Rocha, j. 14.09.2006, DJ 25.09.2006). Já se decidiu que, à vista da 
taxatividade das hipóteses de impedimento e suspeição, não se pode 
considerar o perito suspeito por simplesmente já ter trabalhado, em época 
anterior, para uma das partes do processo (STJ, 1.ª Turma, Ag 430.547/PR, rel. 
Min. Luiz Fux, j. 09.05.2002, DJ23.05.2002). 
3. Procedimento. A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a 
suspeição em requerimento fundamentado e devidamente instruído na 
primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos, dentro do prazo de 
15 (quinze) dias (STJ, 2.ª Turma, REsp 539.595/RJ, rel. Min. Eliana Calmon, j. 
Gustavo Afonso Martins – OABPR 62217 
 
Endereço Rua. Des. Isaias Bevilaqua, 350, Merces, Curitiba, Estado do Paraná, 
CEP: 80430-040 - fone: (41) 3233 – 9822 – (41)9910-5616 
21.06.2005, DJ 30.06.2005). O incidente será autuado em separado e não 
suspenderá o processo. O impugnado terá o prazo de 15 (quinze) dias para se 
manifestar, facultando-se a admissão de prova quando necessária ao 
julgamento do requerimento (art. 148, § 1.º, CPC). A decisão que encerra o 
incidente é interlocutóriae, embora dela não caiba agravo de instrumento 
(art. 1.015), a matéria pode ser discutida em preliminar da apelação (art. 
1.009, § 1.º, CPC). 
4. Procedimento nos Tribunais. Nos tribunais, cabe ao regimento interno a 
disciplina deste incidente, em relação a esses sujeitos imparciais. 
5. Impedimento e suspeição da testemunha. Eventuais vícios de 
impedimento e suspeição da testemunha sujeitam-se ao regime da contradita 
(art. 457, § 1.º, CPC), e não ao incidente descrito pelo art. 148, CPC.

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