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Direito Civil III (1)

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Direito Civil III
ATO JURÍDICO ESTRITO SENSU – Chamado de ATO NÃO NEGOCIAL. Seria aquele que os efeitos jurídicos estão previstos em lei. Existe uma manifesta vontade, mas não pode obrigar a outra parte assim fazer. Note que os efeitos jurídicos não são controlados por quem assim expressa a vontade.
NEGOCIO JURÍDICO – Aqui se possui vontade e tem controle sobre os efeitos ao qual pretende. Diverge do ato jurídico estrito sensu evidentemente no que concerne aos efeitos, na medida em que aqui se tem controle sobre os efeitos o que não ocorre com o ato jurídico estrito sensu.
O contrato eh um instrumento de isonomia que ocorre entre as partes. Seria a reprodução da própria ideia do negocio jurídico, seria a manifestação de vontade direcionada ao objetivo que as partes estão realizando. 
REQUISITOS DE VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
PLANO DE EXISTENCIA
MANIFESTAÇÃO DE VONTADE – É necessário a manifestação da vontade, na medida em que o desejo não causa efeito jurídico e somente o COGITATION.
AGENTES – É necessário que se possua agentes em um negocio jurídico (partes).
OBJETO
FORMA – A forma é livre, salvo quando prevista em lei Note que seria a expressão que se coaduna com a manifestação da vontade.
VALIDADE
Aqui se tem as características evidentes para que o negocio jurídico seja válido, dentro do que temos no plano de existência. Como assim? Fazendo uma analogia em relação a uma frase podemos dizer que o plano de existência seria o sujeito da frase e a validade o adjetivo desta frase. O plano de existência determina a existência do negocio jurídico, enquanto que a validade determina as características que coaduna para que o negocio jurídico seja licito, valido, leal.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Após o que foi supracitado podemos inferir que através da validade podemos determinar se a existência do negocio jurídico seria dentro dos parâmetros existenciais legais. Vamos por parte:
A manifestação da vontade é lícita? Existe? É valida? É de boa fé e livre? Seriam algumas das perguntas a serem efetuadas.
O agente é capaz e legitimado? E o que seria legitimado? Seria aquele que preenche certos pré-requisitos necessários para a realização do negocio jurídico. Seria uma temática subjetiva para que se tenha o negocio jurídico efetuado. Para melhor elucidação vamos a um exemplo que seria o casamento. Dois jovens adultos acima dos 18 anos podem casar? A resposta seria depende. São capazes, mas é necessário a analise da legitimidade. Se forem irmãos serão capazes mas não legitimados para tal ato, na medida em que o ordenamento jurídico não permite tal ato.
O objeto tem que ser lícito, possível, determinado ou ao menos determinável.
A forma, em regra, é livre, entretanto quando descrita em lei tem que ser determinada para que se tenha um negocio jurídico válido.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; LEIA “MANIFESTAÇÃO DA VONTADE”
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
EFICÁCIA
PRINCIPIOS DO DIREITO CONTRATUAL
Antes de adentrarmos ao tema ora exposto iremos descrever de forma sucinta o que seria NORMA. A norma é composta de regras e princípios. E o que seria ambos citados? O principio é dotado de alta carga valorativa de generalidade, servindo de norte para as demais normas e para o próprio interprete. Em contrapartida, as regras seriam aquelas que possuem baixa carga valorativa de generalidade, fazendo com que os interpretes possuam somente algumas condutas a serem seguidas ou mesmo aquela conduta especifica determinada.
Dentre os princípios do contrato possuímos 03 que são tradicionais e 04 que são modernos. Ainda de forma mais especifica sabemos que temos os princípios liberais e sociais. Os princípios liberais seriam AUTONOMIA DA VONTADE (ou chamada de autonomia privada para aqueles que seguem a corrente Alemã), PACTA SUNT SERVANDA e RELATIVIDADE DOS CONTRATOS (ou chamado de eficácia inter partes). Já os princípios sociais seriam a FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO, PRINCÍPIO DA BOA FÉ OBJETIVA e EQUILÍBRIO CONTRATUAL.
PRINCIPIOS TRADICIONAIS DO DIREITO CONTRATUAL
AUTONOMIA DA VONTADE (A LIBERDADE CONTRATUAL)
Também denominada de AUTONOMIA PRIVADA (DOUTRINA ALEMÁ). Seria a possibilidade trazida pelo ordenamento jurídico, ao qual está sob égide, das partes determinarem quais seus efeitos jurídicos dentro da relação estabelecida contratual. Atente que seria o direito de reger suas próprias leis. Vale ressaltar que a autonomia da vontade está embasada pelo INDIVIDUALISMO e pela TEORIA LIBERAL, fazendo com que essas duas premissas possibilitem ordenar o REGIME JURIDICO DO CONTRATO, sendo que este se estabelece por alguns princípios que seriam: LIBERDADE CONTATUAL (AUTONOMIA DA VONTADE), FORÇA OBRIGATORIA DO CONTRATO (PACTA SUNT SERVANDA) e EFEITO RELATIVO (RELATIVIDADE CONTRATUAL – EFICÁCIA INTER PARTES). Note que os princípios ao qual rege as premissas que estabelece o regime jurídico contratual nada mais é do que os princípios liberais do contrato.
Vale pincelar sobre o que seria normas cogentes e normas dispositivas, sendo esta ultima verdadeiramente ligada a autonomia privada. As normas cogentes, ou também denominadas de normas imperativas ou de ordem pública, sendo bastante vista no CDC, seriam aquelas em que teria a obrigatoriedade de serem seguidas e não podem ser alteradas pelas partes, somente pelo Estado. Em contrapartida, as normas dispositivas, como o próprio nome relata, seria aquelas que podem dispor, ou seja, podem ser alteradas pelas partes, tendo como exemplo a lei de locação.
Vamos destrinchar as premissas que estabelecem o regime jurídico do contrato? O que seria o individualismo e a teoria liberal? O individuo através da sua vontade e de forma liberal pode estabelecer o que pactuar, respeitando o que determina a lei (leia-se lei em sentido amplo). Note que na ultima premissa falo que deve ser respeitado a lei, fazendo com que passemos de um estado omisso e inerte para atuante para que se possa ter uma igualdade material evidente.
A autonomia da vontade se confunde com a LIBERDADE CONTRATUAL (liberdade das partes celebrar o contrato). Essa possui duas dimensões que seria a FORMAL e a de FUNDO. A formal seria o que foi dito assim no qual não existe forma prevista para os contratos estabelecidos somente se a lei estabelecer. Já a de fundo seria:
LIBERDADE DE CONTRATAR
LIBERDADE DE ESTABELECER O QUE CONTRATAR (CONTEUDO)
LIBERDADE DE ESTABELECER COM QUEM CONTRATAR (CO CONTRATANTE – PARCEIRO DO CONTRATO)
Estes 03 eixos ao qual acabei de descrever sofreram mitigações ao longo do tempo. Vamos por parte! Na liberdade de contratar sabemos que ao longo do tempo e evolução do direito existem certas situações e certos objetos que passaram a não mais serem possíveis ao objeto do contrato (relativiza); No que tange o que contratar sabemos que existem situações, como no contrato de adesão, ao qual o objeto em si não pode ser discutido. Vamos ao contrato de adesão para melhor elucidação. Nesse apenas estabelece-se quem oferece o serviço sendo o conteúdo impossível de ser discutido. Outro exemplo seria que no CDC não se estabelece o conteúdo e somente o nexo de causalidade e as partes envolvidas dentro das responsabilidades devidas. De forma oposta a seara civil estabelece-se e discuti o conteúdo envolvido; No que tange a quem contratar quando se tem situações de fornecedores exclusivos e únicos não sepode nada fazer. Temos como exemplo o setor energético ao qual se tem um único fornecedor.
E pergunta-se: Com estas mitigações a autonomia da vontade desapareceu? Logicamente que não a partir da ideia de que a manifestação da vontade, esta advinda da autonomia da vontade ser o cerne basilar do contrato. Apenas ocorreram mitigações que fizeram mudar a ótica sobre tal situação. 
Uma coisa de extrema importância a ser dita seria a diferenciação do CDC para o CC no que se refere a liberdade contratual. No primeiro é estabelecido por normas cogentes, sendo a liberdade contratual extremamente engessada, note que se tem desigualdades entre as partes da relação (VENDEDOR E CONSUMIDOR), o que não ocorre no civil que temos paridade e por isto sendo regido por normas dispositivas.
Uma observação se faz pertinente na medida em que alguns doutrinadores diferenciam o conceito de autonomia da vontade e privada. Para estes autonomia da vontade parte do cerne intimo da manifestação de vontade das partes de pactuarem o contrato. Em contrapartida, autonomia privada seria referente as normas inerentes existentes no contrato, ou seja, a manifestação da vontade das partes de aderirem as normas inerentes ao contrato, existente na lei (ordenamento jurídico). A autonomia da vontade decorre da manifestação da vontade das partes. Autonomia privada é o poder de criar, no termo das leis, normas contratuais.
 FORÇA OBRIGATORIA “PACTA SUNT SERVANDA”
Seria o fato de que o contrato ao ser pactuado promove vínculos entre as partes que devem ser obrigatoriamente cumprido, em outras palavras, o pacto faz servo entre as partes. Pensamento muito evidente outrora, em virtude do pensamento econômico e politico em época, que ao longo do tempo sofreu mitigações. 
A alusão de que em um contrato existem, em regra, a não paridade entre as partes faz com que a autonomia da vontade de um prevaleça sobre o outro. Surgi ideias controvérsias a total liberdade assumida nesta seara privada. A boa fé objetiva funciona como limitador da autonomia da vontade, bem como a teoria do vicio de consentimento, atrelando a isto temos também a função social ao qual o contrato se propõe.
A boa fé objetiva tem como pressuposto limitação da autonomia da vontade, criação de deveres e direitos, norma de integração e complementação contratual.
Trazer um trecho do artigo ao qual fala sobre o assunto: “Em primeiro lugar, em face da desigualdade (material) existente entre as partes contratantes, há uma grande probabilidade de que o predisponente (fornecedor) – não importa de que tipo de contrato se trate – tenha usado o contrato – normalmente de adesão – como instrumento de opressão econômica (49), já que a contratação estandardizada possui como finalidade, também, o deslocamento dos riscos do negócio para a outra parte contratante, no caso o aderente (50), de modo a eliminar o risco de perdas financeiras (51) para quem predispõe os termos do contrato a ser aceito”.
EFICACIA RELATIVA DOS CONTRATOS
A teoria tradicional relatava que os efeitos jurídicos dos contratos eram concernentes somente às partes envolvidas nestes (teoria romana). A doutrina Belga divide os efeitos do contrato em INTERNO e EXTERNO. A interna relaciona-se às partes envolvidas, não atingindo terceiros estranhos a relação. A externa, partindo da função mais abrangente do contrato e sabendo-se que a sociedade como um todo não vive somente de relações interpessoais, atinge terceiros. Deste pensamento temos o TERCEIRO OFENSOR. E o que seria isto? O terceiro ofensor seria aquele que mesmo não fazendo parte diretamente da relação contratual, através de seus atos proporcionaria efeitos deletérios ao contrato pactuado anteriormente. Seria uma seara superveniente. A esse relatamos “não estaria obrigado a respeitar o conteúdo do contrato, exigindo somente que este não interferisse na relação contratual”.
Vamos a outro caso que representa a eficácia relativa do contrato. Seria o caso de ZECA PAGODINHO. Nesse o principio da boa fé preponderou apesar de que não existia clausula de exclusividade.
Vale ressaltar que a FORÇA OBRIGATÓRIA DO CONTRATO (pacta Sunt Servanda) decorre da promessa atribuída pela lei e não pela promessa em si, isso nos remete a ideia de que a lei pode abranger mais ainda os que se integram na relação contratual.
Código Civil reconhece duas figuras contratuais que
produzem efeitos com relação a terceiros: promessa de fato de terceiro (arts.
439 e 440, CC) e estipulação em favor de terceiro (arts. 436 a 438, CC). Como
também reconhece-se eficácia externa ao se estipular a função social dos contratos
como princípio orientador da prática contratual (art. 421, CC).
PRINCÍPIO DO CONSENSUALISMO
Seria o principio que rege as relações contratuais no que tange a forma. Sabe-se que em regra os contratos possuem a forma livre, podendo este ser escrito ou verbal, ou mesmo público ou privado, a não ser que haja forma prevista em lei para ser executado, como forma de prevenção do mesmo a ser emanado. Logo, sabe-se que o formalismo é a exceção e o consensualismo a regra.
CONTRATO DE ADESÃO
Seria aquele contrato determinado de forma unilateralmente, sendo que ao aderente só lhe cabe uma única coisa que seria a aceitação. As cláusulas não podem ser objeto de discussão, sendo aceito em bloco pela parte aderente. Temos como características o rigidez contratual, a unilateralidade, pré-disposição das cláusulas contratuais.
CONTRATO
Antigamente os contratos, baseado exclusivamente pelo individualismo e liberalismo, possuíam efeitos necessariamente entre as partes, possuindo o Estado uma abstenção de interferência no mesmo. Entretanto com o advindo de uma politica social e atuação mais evidente do Estado percebemos que o contrato passou a possuir um efeito mais efetivo não somente as partes, como a terceiros fora da relação contratual, como a sociedade. Na lição do Livro da Estacio podemos dizer “O contrato passa a ser compreendido como complexo de atos econômicos e sociais que geram efeitos não só entre as partes contratantes, mas também geram reflexos ao meio social”.
Obs: O contrato é autônomo e heterônomo. Autônomo na medida em que possui abrangência da vontade das partes envolvidas e heterônomo pois é parte de um conjunto ao qual participa.
FUNÇÕES DO CONTRATO
FUNÇÃO ECONÔMICA
Instrumento responsável pela circulação de riqueza e transmissão de bens, sendo com isto propulsor da economia.
FUNÇÃO REGULATORIA
Regula as relações entre as partes na ordem privada. Atente que parte de duas premissas que seria a autodeterminação existente entre as partes de pactuarem suas cláusulas, desde que em conformidade com a lei (lei em sentido amplo) e segundo que partindo do pressuposto de um Estado social, sua interferência no contrato quando existente cláusulas que comprometem tanto a sociedade, quanto a porção mais fraca de algumas relações contratuais (revisão judicial de cláusulas contratuais).
FUNÇÃO SOCIAL
Promove a interação entre os interesses individuais e coletivos, através de suas acepções internas e externas.
FUNÇÃO AMBIENTAL
Certas clausulas são de ordem cogentes fazendo com que as partes nada possam fazer se não segui-las.
A melhor conceituação de contrato seria “Todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitando os pressupostos de existência, validade e eficácia, imposto pela norma jurídica que sobre ele incide”.
CONVENÇÃO – Seria o acordo entre as partes que pode ser de ordem econômica ou não;
PACTO – Negócio jurídico acessório (pacto de retrovenda).
15/08/16
PRINCÍPIOS SOCIAIS DO CONTRATO
O contrato, que já exerceu uma função individual, vinculada à ideologia do liberalismo, deve ser reestruturado "para atender e exercer uma função social, segundo a ideologia que, em nosso tempo, parece ser dominante: o igualitarismo, com suas demandas de justiça social", pontifica Paulo Lôbo.
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO (Art. 421)
Art. 421. A liberdade de contratar será exercidaem razão e nos limites da função social do contrato.
Percebe-se que o contrato, mesmo que de forma repetitiva, sai da seara do individualismo e adentra em um panorama mais social de um Estado prestacional ao qual temos. Um Estado em que o principio da igualdade torna-se evidente e tenta, com esta ótica, proteger os mais desfavorecidos na relação contratual fazendo com que tenhamos uma paridade entre as partes, e indo além, tenta não somente promover um não prejuízo ao outro mas que possam de forma dialética se beneficiarem da relação estabelecida. Em linhas populares podemos instar “o contrato é bom quando se torna bom para ambos”.
Vale ressaltar que o principio da função social não promove uma abstenção dos princípios liberais do contrato e sim uma modelação aos mesmos proporcionando que o contrato possua efeitos mais igualitários diante das varias relações estabelecidas.
A função social é princípio que se preocupa com os efeitos dos contratos
junto à ordem econômica e social, pois as preocupações com o comportamento
ético das partes contratantes é problema de outro princípio (o da eticidade ou
boa-fé objetiva).
Apesar da indagação acima percebe-se o interligar, na medida em que a parte ao atuar com má fé proporcionará efeitos deletérios no principio da função sociaç. Observe a dialética existente.
Adimplemento substancial – O devedor de boa fé que cumpriu parcela significativa do contrato terá um abrandamento sobre o contrato. Para melhor elucidação podemos dizer que o devedor que pagou 80 % do contrato o credor terá o direito a executar algumas medidas, contudo, em relação às outras não. Ex. O carro não poderá ser tomado pelo credor (Banco/Financeira).
BOA FÉ OBJETIVO
Tradicionalmente sempre foi tratada a boa fé no plano subjetivo. Como o direito saiu de uma perspectiva individualista para uma visão mais socializante, o direito começou a ser visto mais social. A boa fé foi modificada a partir do CDC e atente que não surgiu com o mesmo. 
A boa fé objetiva é um padrão médio de conduta a ser observado em toda relação contratual para que se alcancem as justas e legitimas expectativas dos contratantes naquela relação contratual.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
A boa fé permeia o contrato desde sua formação, até posteriormente a conclusão do mesmo.
A boa fé baseia-se e traz 03 princípios, a saber:
Limitação da autonomia da vontade (limitação do exercício dos direitos subjetivos);
Proporciona que as partes respeitem o outro fazendo com que atos que venham a ofender a boa fé objetiva sejam passiveis de invalidação do contrato.
Base hermenêutica e integrativa do contrato;
O interprete da norma, bem como seu aplicador (seja na esfera judicial ou mesmo extrajudicial) utiliza-se da boa fé objetiva para que a norma tenha uma aplicação mais efetiva e igualitária frente as várias mudanças sociais que ocorrem. Através da boa fé observa-se os costumes em época e região e tem-se a norma aplicada de forma mais efetiva. Atente que não relato que o costume revogará a lei e sim que servirá de norte para que a mesma seja aplicada.
Cria deveres e direitos para quem assim integra o contrato.
Partindo da premissa que atualmente o contrato tem que proporcionar igualdade e beneficio para ambos os direitos e deveres criados proporcionam e reforçam mais ainda a força obrigatória do contrato, sem mudanças de forma unilaterais deletérias para o outro, faz com que ocorra uma vinculação proporcional e igualitária as partes.
Método de Aplicação
Sabe-se que a subsunção seria a adequar da norma ao caso concreto. Nota-se que o principio da boa fé não pode ser aplicado por tal método. E qual seria então? Teremos que analisar o caso concreto em si para que se possa de forma integrativa e interpretativa ocorrer a aplicação do mesmo. O método ao qual irei descrever abaixo 
não se aplica a boa fé.
Observação – Aquele que cometeu ato ilícito (art. 186) tem o dever de reparar o dano (art. 927) pela extensão ao qual foi efetuado (art. 944).
EQUILIBRIO CONTRATUAL
Equilíbrio existente na relação contratual para que não se tenha de forma excessiva o desfazer de uma das partes da relação. Através deste principio permite, por exemplo, que o magistrado diminua multas cominatórias existentes no contrato que torne abusiva e excessiva a uma das partes, ou mesmo, que tente de forma legitima e proporcional adequar o contrato quando este se torne abusivo.
APLICAÇÃO PRÁTICA DOS NOVOS PRINCÍPIOS
DEVER DE REDUZIR AS PRÓPRIAS PERDAS - Situação em que a parte ao realizar ato para com a outra parte promove prejuízo a esta. A parte causadora do prejuízo tem o dever de ressarcir este prejuízo, em contrapartida, se aquele que sabendo que o ato ainda irá lhe provocar prejuízo assim fizer uso deste ato não terá mais o direito de cobrar novamente o ressarcimento do prejuízo.
Observação – A multa contratual não poderá exceder o valor do contrato o que diverge da multa judicial.
VENIRE CONTRA PACTUM PROPRIO (Vedação contra um comportamento contraditório) – A parte não pode adotar um comportamento e posteriormente assumir outro.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
SUPRESSIO – Perda o direito. A conduta do credor (inercia) aliado aos seus atos irão fazer com que ele abra mão do seu direito. Perda do próprio direito.
INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO
Art. 112
O contrato, ou seja, a literalidade que se porta no mesmo não representa em verdade absoluta a intenção das partes. Partindo desta ótica valora mais a intenção das partes do que o que relata o contrato em si.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113
A interpretação do negocio jurídico deve ser realizado pelo o que é de costume na região, logicamente respeitando o ordenamento pátrio ao qual estamos sob égide.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 114
O negocio jurídico benéfico e a renuncia se interpreta de forma restritivamente. Como exemplo, para elucidação, podemos citar o contrato de comodato. Neste o comodante, já que não auferi tamanho beneficio, responde somente se assim praticar dolo, diferentemente do comodatário que responde simplesmente pela culpa simples. A ideia é que a pessoa que esta no polo de comodante não seria justo que respondesse de forma tão extensiva (culpa simples – já que nada ganha).
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
Art. 423
O contrato de adesão é uma forma de contratação e não um tipo de contrato. Teremos vários tipos de contrato por adesão (saúde, cartão de credito, prestação do serviço educacional). O predisponente estabelece o conteúdo do contrato sendo aderido pelo aderente, sendo que a este não tenha possibilidade de alterar o conteúdo do contrato. Havendo contradição (ambiguidade) a interpretação far-se-á em favor do aderente.
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO A GERAÇÃO DE EFEITOS
UNILATERAL
Seria aquele tipo de contrato no qual as partes adquirem somente um efeito jurídico, em resumo, cria obrigação apenas para uma das partes. Como assim? Uma parte da relação contratual adquire direitos e a outra apenas deveres. Para exemplificar nos temos o contrato de DOAÇÃO, COMODATO, MULTO, DEPÓSITO. Na doação observe que uma parte recebe o bem a ser doado e a outra parte apenas lhe entrega este bem não tendo reciprocamente direitos e deveres conexos.
Em regra os contratos unilaterais são gratuitos.
BILATERAL
Seria o tipo de contrato em que cria direitos e deveres para as duas partes da relação contratual, sendo um contrato SINALAGMÁTICO. Uma coisamerece destaque na medida em que os direitos e deveres criados não necessariamente são recíprocos, podendo existir mas não sendo como uma regra obrigatória.
Na compra e venda de um carro existem direitos e deveres recíprocos entre o comprador e devedor. No caso do comprador tem o dever de pagar o valor do bem em questão e o vendedor, em contra partida, de entregar o bem ao receber o pagamento. Entretanto existe um dever do vendedor que não necessariamente tem um correspondente recíproco no que tange o comprador. E qual seria? A entrega do veículo em perfeito estado, corroborando com o principio da boa fé. Não existe uma correspondência reciproca para com o comprador, o que não desconstitui o contrato sinalagmático.
OBSERVAÇÕES
Em regra os contratos bilaterais são onerosos.
Somente nos contratos bilaterais é possível a EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO (EXCEPTIO NON ADIMPLECTI CONTRACTUS). Esta exceção seria um meio indireto de defesa, ao qual a parte que sinta-se prejudicada pela omissão da outra parte assim o levante como meio de defesa. Falamos que somente no contrato bilateral na medida em que existem interesses opostos em questão. No caso do plurilateral os interesses são todos direcionados a uma finalidade em comum e no caso do unilateral não existem interesses opostos. 
Assevere que este tipo de arguição possui natureza material e processual.
Outro exemplo de exceção, como sistema de defesa, seria a compensação. Como todos sabem compensar seria através de um ato suplantar algo existente. Em um processo no qual uma das partes deva a outra e esta tenha que pagar algo a esta parte que esta devendo pode ocorrer a compensação, se arguida, como sistema de “abatimento”.
Somente nos contratos bilaterais é possível aplicar a TEORIA DA CONDIÇÃO RESOLUTIVA TÁCITA, uma vez que se uma obrigação esta vinculada a outra, o não cumprimento de uma delas faz com que se percam o sentido do cumprimento da outra parte.
CONDIÇÃO – Seria aquela em que a eficácia do negócio jurídico estaria atrelado a um negócio futuro e incerto que pode ser resolutivo ou suspensivo.
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
A condição seria um elemento facultativo, acidental (pode existir ou não), que deriva exclusivamente da vontade das partes. Não confundir com a CONDIÇÃO IURIS. Essa seria uma determinada condição trazida pela lei e atente que não seria em virtude da vontade das partes.
Na condição resolutiva a parte já goza do direito e a suspensiva isto não ocorre. Em relação a um exemplo da resolutiva nos teríamos uma ajuda de custo que é dada com frequência e posteriormente seria cortada em virtude de ter arrumado um emprego.
PLURILATERAL
Seriam aqueles em que todas as partes estão direcionadas para o alcance de objetivos comuns. Temos como exemplo o contrato de sociedade. Quando se constitui uma cooperativa nos temos todos os esforços para alcançar o objetivo da sociedade então formada. Veja que nos demais contratos existem sempre interesses opostos, em que existe um ponto de equilíbrio que seria a intenção de que os interesses opostos sejam alcançados como se de forma em conjunto. Como assim? Na compra e venda do veiculo existem interesses nitidamente opostos, que seria a venda e a compra do bem ofertado. Entretanto o ponto de ajuste seria a concretização do “negócio”. 
OBSERVAÇÃO
BILATERAL INPERFEITO – tem sido entendido como um contrato que nasce unilateral porem se torna bilateral em razão de algumas circunstancias ocorrida durante a execução do contrato. Para o exemplo seria o contrato de deposito gratuito no qual durante a execução do contrato surgi algo, como por exemplo, o conserto de um carro pelo dono do terreno que faz surgir no dono do carro a restituição do conserto ao dono do estacionamento, e faz este virar de unilateral para sinalagmático.
ATENTE QUE TAL CONTRATO TEM O REGIME DE CONTRATO UNILATERAL, EM VIRTUDE DA BILATERALIDADE SER DE FATO SUPERVENIENTE
A doutrina ainda considera como BILATERAL IMPERFEITO o caso do contrato bilateral que não tem sinalagma. Existe obrigações para ambas as partes mas não correspondentes (recíprocas). Exemplo seria o contrato de comodato.
Atente que em regra os contratos bilaterais imperfeitos saem de um contrato unilateral para um sinalagmático, entretanto, a doutrina considera alguns contratos bilaterais imperfeitos que não são sinalagmáticos (COMODATO).
OBS 2: EFEITO DESTA DIVISÃO 
Os contratos gratuitos ou benéficos são interpretados estritamente para não causar prejuízo naquele que efetua a liberalidade; 
Nos contratos benéficos ou gratuitos o contratante onerado (aquele que efetua a liberalidade) só responde por dolo; 
Só haverá evicção dos contratos onerosos ou nas doações onerosas; 
Só haverá a aplicação dos vícios redibitórios nos contratos onerosos; 
As situações de fraudes contra credores serão analisadas com mais rigor nos contratos gratuitos.
Os contratos gratuitos podem ser anulados pela ação pauliana independente de má fé.
QUANTO A VANTAGEM PATRIMONIAL
GRATUITOS – Seria aquele em que apenas uma das partes possui vantagem patrimonial ou adquire um direito sem que haja uma contrapartida patrimonial (serviço, dinheiro...). A doutrina ainda divide em dois:
PROPRIAMENTE DITOS – Seria aquele em que ocorre uma diminuição do patrimônio de um em face ao outro. Note que ainda uma parte adquire vantagem patrimonial. Ex. doação pura.
DESINTERESSADO – Seria aquele em que não ocorre diminuição patrimonial em uma das partes. Ex. comodato.
ONEROSOS – São aqueles em que há vantagem patrimonial para ambas as partes.
COMUTATIVOS – é aquele em que as partes sabem previamente os riscos envolvidos na relação jurídica havendo um EQUILÍBRIO entre a prestação e a contra prestação.
É possível a aplicação da sistemática dos vícios redibitórios. O vicio redibitório é a coisa percebida no qual possui um vicio oculto.
Somente nos contratos bilaterais um dos polos da relação contratual pode negar-se a cumprir a prestação ao qual lhe cabe em virtude de fato superveniente que possa gerar duvida quanto ao cumprimento da obrigação da outra parte.
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
Partindo do principio da BASE ECONÔMICA DO CONTRATO se o equilíbrio contratual é rompido caberá rescisão contratual.
CLÁUSULA SOLVE ET REPETE – É uma clausula que permite a renuncia ao direito de suscitar (apresentar) a exceção de contrato não cumprido. Só valerá nos contratos cíveis paritários, logo se exclui os contratos de consumo (no qual não existe paridade entre as partes) na medida em que seria uma clausula abusiva.
Obs. O multo federatício (empréstimo) é contrato unilateral e oneroso. O contrato de mandato (contrato de advogado, sendo a procuração apenas um instrumento do mesmo).
ALEATORIOS – São aqueles em que NÃO existe necessariamente EQUILÍBRIO entre prestação e contraprestação uma vez que o risco é a pedra de toque da realização do contrato. Atente que neste tipo de contrato é originado pelo risco, contudo este risco pode recair sobre um ou ambos os contratantes, em contrapartida, a incerteza do negocio tem que ser conhecido por ambos os polos da relação contratual. E porque? Se tivermos somente uma das partes com o conhecimento da incerteza a outra estará em síntese sendo “enganada” e teremos fraude. Esse tipo de contrato no qual somente uma das partes tem o conhecimento da incerteza este será nulo de pleno direito.
Através do risco, que pode recai sobre ambas ou uma das partes, o contrato oneroso aleatório pode ser:
TOTAL OU ABSOLUTO – Quando recai sobre uma das partes;
PARCIAL OU RELATIVO – Quando recai sobre ambas as partes.
Noscontratos ALEATÓRIOS não se confundem com os contratos CONDICIONAIS. O aleatório não necessita ser evento futuro, sendo o condicional sim. O aleatório o ganho de um representa a perda de outro, enquanto que no condicional ambos podem ganhar.
Obs. Doutrina majoritária entende que não é possível falar em LESÃO (art. 157 CC) em contrato aleatório, pois, neste não existe necessariamente a ideia de equilíbrio entre prestação e contra prestação
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
NATURALMENTE – Aqui o risco é da própria natureza do contrato (contrato de seguro, Aposta – jogo oficial).
ACIDENTALMENTE – Se tornam aleatório por vontade das partes. Temos como exemplo comodites (mercado futuro).
* EMPTIO SPEI – Admite a possibilidade de tudo perder. 
A presunção não se pode ser elencada para contratos onerosos aleatórios. O desequilíbrio não pode ser presumido, o que se presume é o equilíbrio o que nos vemos nos contratos onerosos comutativos.
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
* EMPTIO REI (art. 459) – Tem a esperança de alguma coisa seja produzida. 
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
* COMPRA DE COISA PRESENTE EXPOSTA A RISCO (460/461) – Nos tipos de contrato acima dito (EMPTIO SPEI E REI) a coisa é futura. Essa não existe ainda, tendo uma previsão de ter ou não. Entretanto aqui a coisa existe e poderá, por causas supervenientes, não ser entregue como devido.
Pois bem! Neste tipo de contrato só valerá se o adquirente souber que o produto realmente existe e assuma o risco. Como exemplo, temos uma importadora que compra uma carga da exportadora Y e que esta venha a se destruir na viagem.
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO A PREVISÃO LEGAL
TÍPICA – São também denominados de CONTRATOS NONIMADOS. São aqueles previstos em lei.
ATÍPICAS – São também denominados de CONTRATOS INONIMADOS. São aqueles que não possuem previsão em lei. A vontade das partes, ou seja, o animus das partes faz com que tal contrato exista. Assevere que tem que respeitar os princípios gerais dos contratos como o da BOA FÉ. Como exemplo nós temos o contrato de hospedagem (mescla entre o contrato de locação, contrato de depósito, prestação de serviço).
QUANTO A FORMAÇÃO 
CONSENSUAIS – Seria aquele contrato que é concluído com apenas uma manifestação de vontade das partes. Isto não pressupõe que seja instantâneo, podendo ser futuro (evento futuro). Como exemplo nós temos o contrato de compra e venda.
REAIS – É aquele contrato que para a sua conclusão tem que ter a entrega da coisa (tradição). Atente que o que diferencia do consensual seria a entrega, tendo ambos a vontade (lógico, na medida em que a vontade seria pressuposto de qualquer contrato). Observe que seria a entrega da “rés”, no qual deriva o seu nome (real).
Atente que a entrega da coisa não é obrigação do contratante, mas sim elemento formador do contrato. Em regra, os contratos reais são unilaterais. Temos como exemplo o penhor, depósito, mútuo, comodato. Quando relato que em regra são unilaterais não quer dizer que não possua contratos bilaterais. Isso ocorre quando a parte exige que a outra parte execute uma prestação, tendo com isto uma bilateralidade (direitos e deveres para ambas as partes). Temos como exemplo os contratos bilaterais imperfeitos.
QUANTO A FORMALIDADE
FORMAIS – É aquele que a lei exige o atendimento a uma determinada forma para a sua validade. 
NÃO FORMAIS – É aquele que não exige certa formalidade. Compra e venda, locação, prestação de serviço.
OBS. SOLENES (Formal que exige um requisito a mais, sendo um ato por instrumento público (escritura)). 
QUANTO A EXISTÊNCIA
PRINCIPAIS – Seria aquele que existe por si só sem dependência em nada. Compra e venda, transporte, locação.
ACESSÓRIOS –	 Seria aquele que existe na pendencia de outro, do qual são dependentes. Fiança, sublocação. O acessório segue a sorte do principal, se anula o principal ocorrerá a anulação do acessório, o que não ocorre com o inverso.
OBS. OS CONTRATOS COLIGADOS – Seriam contratos que possuem independência mas se encadeiam. Como assim? Seriam unidos por uma finalidade em comum. Note que se unem pela finalidade, mas, possuem independência, diferenciando-se logicamente do acessório que gravita em torno do principal (não possui independência). Nesta ótica, como formam uma cadeia a anulação de um pressupõe a anulação dos demais. Assevere que a diferença entre o acessório e coligado esta na independência.
Segundo Carlos Gonçalves estes contratos embora distintos e independentes possuem clausulas acessórias implícitas ou explicitas. Temos como exemplo cartão de credito, plano de saúde.
QUANTO AO MOMENTO DE EXECUÇÃO
INSTANTÂNEO – Seriam aqueles que são executados em um só ato. Obrigação pura seria aquela que não estaria ligada a nenhum termo, condição.
DE EXECUÇÃO DIFERIDA – São aqueles que executam em um só ato porem no futuro.
DE EXECUÇÃO CONTINUADA – Seria aquele de trato sucessivo. Se protrai ao longo do tempo, se repetindo ao longo do tempo. Contrato de aluguel, plano de saúde, cartão.
Obs. Só nos contratos de execução diferida ou continuada pode se falar na aplicação da teoria da imprevisão (art. 478). E o que seria a teoria da imprevisão? Ao ocorrer fatos supervenientes imprevisíveis e extraordinários pode ser requisitada a resolução do contrato. E porque somente nestes dois contratos? LÓGICA. Em virtude de que os contratos instantâneos se conclui com um só ato, não possuindo nada no futuro e consequentemente não possuindo causas supervenientes. 
QUANTO AO PRAZO 
DETERMINADO – Seria aquele em que se possui um lapso temporal para ser cumprido, ou seja, temos um termo inicial e final. Observe que como existe uma previsibilidade de cumprimento do contrato, por certo, temos uma expectativa criada efetivamente neste contrato. Isso implica que o não cumprimento do contrato (“quebra do contrato”) promoverá a frustração e consequentemente promoverá a formação da MULTA. 
INDETERMINADO – Pode ser indeterminado inicialmente ou por momento superveniente. Nesse é usual a possibilidade das partes notificarem a rescisão contratual (resilição).
QUANTO A PESSOALIDADE 
PESSOAIS – Seria aquele contrato formado em razão de determinada pessoa, seja ela física ou jurídica (capacidade técnica, cultural, religiosa).
IMPESSOAIS – Seria aquele formado a nenhuma pessoa determinada, podendo com isto serem executados por terceiros. Atente que a execução por terceiro tem que ser com a anuência do credor, em virtude de possuir uma cessão de contrato.
FORMAÇAO E CONCLUSAO DOS CONTRATOS
Possuímos 04 fases de formação do contrato, a saber:
PRELIMINAR – Chamada de TRATATIVAS ou PUNTUAÇÃO. Aqui seria a fase em que as partes tratamsobre os pontos a serem fechados no contrato, sendo com isto a fase da negociação. Assevere que a boa fé objetiva esta presente anteriormente ao contrato, e um dos pilares seria a informação (explicitação). Logo, mesmo ainda não existindo o contrato em si se for criada a justa e razoável expectativa na parte contratante e contratada a frustação irá promover a genesis das perdas e danos. Temos como exemplo o contato de trabalho que não é assinada ao ser criada a expectativa de emprego para com aquele empregado.
Uma observação se faz pertinente quando se tem uma cláusula civil não é necessário comprovar o prejuízo (estabelece-se o percentual sobre o relacionado ao contrato caso ocorra a frustração. EX. 20 %), em contrapartida, quando se possui uma clausula penal é necessário comprovar o prejuízo.
OBSERVAÇÃO
A responsabilidade pode ser CONTRATUAL ou EXTRA CONTRATUAL; bem como pela prova de ressarcimento do dano poderá ser OBJETIVA (responsabilidade sem culpa) ou SUBJETIVA (aquiliana).
A responsabilidade CONTRATUAL seria aquela originada em virtude do inadimplemento do contrato. Vamos falar da responsabilidade SUBJETIVA. Esta seria em virtude do animus do agente (conduta do agente), sem que tal falta decorra do contrato. Nesta precisa-se provar 04 elementos:
CONDUTA – AÇÃO OU OMISSÃO;
DANO;
NEXO CAUSAL;
CULPA.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
A responsabilidade OBJETIVA seria aquela em que não há necessidade da comprovação da culpa para ocorrer o ressarcimento. Exemplo seria aquela proveniente do CDC. Possui 03 elementos:
CONDUTA – AÇÃO OU OMISSÃO;
DANO;
NEXO CAUSAL.
Obs. Ressalte-se que a responsabilidade dos profissionais liberais seria a subjetiva
; policitação ou oblação – oferta; contratos preliminares – fase opcional na medida em que a parte pode fazer esta parte ou não; contrato definitivo – momento em que se termina).
ENUNCIADO 25 I JORNADA 
ENUNCIADO 170 III JORNADA
FASE DA OFERTA (policitação/oblação) – Policitante ou oblato será aquele que lança a proposta. A proposta vincula o proponente (é posterior a tratativa). Caso a proposta não seja cumprida no caso do CC teremos a perda e danos, em contrapartida, no caso do CDC possibilitará que o consumidor exija que o credor assim realize a proposta. E qual a duração da proposta.
A FORÇA OBRIGATORIA DA PROPOSTA
A DURAÇÃO DA PROPOSTA
ENTRE PRESENTES
ENTRE AUSENTES
TEORIAS 
EXPEDIÇÃO - Quando a resposta é expedida já teria o contrato realizado.
RECEPÇÃO – O contrato é formado quando ele é recebido.
FASE DO CONTRATO PRELIMINAR (ART. 462 A 466) – Fase optativa, não acontecendo em todo contrato. O contrato preliminar é aquele cujo objetivo é de vincular as partes à realização de um contrato futuro objetivo (pacto de contraendo).
COMPROMISSO
UNILATERAL
BILATERALA 
PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL
LIVIOJAQUES@HOTMAIL.COM
26/09/16
VICIO REDIBITORIO – São vícios ocultos na coisa que por sua gravidade a coisa não se preste ao fim pretendido ou se diminua sensivelmente seu valor. Com isso temos a ideia de que o emitente redimbir o bem ou ficar com a coisa tendo diretio ao abatimento proporcional a diminuição devida.
MODIFICAÇÃO DA GARANTIA – Pode abrir mao da garantia? Em um contrato civil alguns doutrinadores pode abrir mão da garantia (Cristiano Chaves) por conta da igualdade entre as partes ( o CC regula a vontade entre as partes com igual poder de vontade sendo uma autonomia das partes). Isto não eh um posicionamento uniforme, na media em que constitui uma tutela as partes envolvidas. A suscitação do abrir mão da garantia somente nos contratos cíveis (paritária – igualdade de forças entre os contratantes/oneroso comutativo e não houver dolo. Se não respeitar será absolutamente nula), enquanto que no CDC não seria possível. 
E se quiser aumentar a garantia? O ato seria perfeitamente válido pois não houve qualquer prejuízo para as partes.
AÇÕES EDILÍCIAS – São as ações relativas na possibilidade em que o adquirente devolver o bem (redimbir o bem) ou ficar com o bem diminuindo a parte proporcional do prejuízo.
REDIBITORIA – O adquirente devolve o bem e recebe o valor pago corrigido monetariamente.
ESTIMATÓRIA – Tambem chamada quantiminores. O adquirente permanece com o bem mas lhe sendo assegurado o direito potestativo de pedir o abatimento do valor pago pelo bem (art. 442).
E se o alienante souber do vicio? Nesta situação havendo dolo este responderá por perdas e danos. Note que não informa pois se informar não haverá vicio redibitório.
O fato do problema ter se manifestado em momento posterior e ocorra o perecimento deste bem o alienante não ficará isento de ressarcimento devidos. Se conhecia, paga perdas e danos, se não teremos as duas opções acima (redibitório ou estimativa).
Contudo alguns doutrinadores (Flávio TARTUCE) diz que esta liberdade não seria total. Na medida em que o principio seria a conservação dos atos e negócios jurídicos a ideia seria preserva (mantido). Haveria primeiro a opção pelo abatimento e depois a redibimção. Essa ideia não seria a corrente não tradicional. Atente que seria a imposição do outro ficar com bem o que vai de encontro a liberalidade do contrato.
PRAZOS
1° CASO – SE O ADQUIRENTE NÃO ESTAVA NA POSSE
	POSSE
	PRAZO
	MONTAGEM
	MÓVEL
	30 DIAS
	ENTREGA EFETIVA
	IMÓVEL
	1 ANO
	ENTREGA EFETIVA
2° CASO – AQUIRIRENTE JÁ NA POSSE DO DEM (ART. 445, PARTE FINAL)
	NATUREZA DO BEM
	PRAZO
	MONTAGEM
	MÓVEL
	15 DIAS
	ALIENAÇÃO
	MÓVEL
	6 MESES
	ALIENAÇÃO
O prazo é reduzido na medida em que já estava em contato com o bem. Como assim? O móvel estava alugado e o imóvel também fazendo com o adquirente tenha conhecimento do estado do bem. Ao adquirente caberá provar que não teve conhecimento do vicio quando estava em posse.
3° CASO – VICIOS QUE POR SUA NATUREZA SÓ PODEM SER CONHECIDOS POSTERIORMENTE. A contagem seria comutativo. Tem um prazo para ocorrer que seria este aqui apresentado abaixo e não aparecendo decai o direito. Se aparecer vamos aos prazos acima (apenas o prazo que não esta na posse) – 30 dias ou 01 ano). Note que quanto mais tem o espaçamento entre a transferência a o aparecer o defeito torna-se mais evidente que o adquirente promoveu o vicio.
	NATUREZA DO BEM
	PRAZO
	MONTAGEM
	MÓVEL
	180 DIAS
	CIÊNCIA DO VICIO
	MÓVEL
	1 ANO
	CIÊNCIA
Não confundir alienação com locação no qual a primeira temos a transferência da propriedade o que não ocorre na locação no qual temos a transferência da posse direta.
Não confundir vicio redibitório com vicio de consentimento no qual muito se assemelham mas no primeiro ...
4° CASO – SEMOVENTE – 445 &2° - 
COSTUME DO LUGAR
180 DIAS
GARANTIA CONTRATUAL
VICIO REDIBITORIO EM LEILÕES – Leilão pode ocorrer de uma atividade judicial (penhora de bem através de processo – são levados a praça pública). O credor tem o direito de ficar com o bem como forma de abatimento. Cristiano chaves entende que sim. Mas como o estado vai garantir a perfeição do bem? Esta garantido a venda mas que não é proprietário do bem. A ideia seria que o estado não teria como garantir isto. E de quem seria a responsabilidade? A única concordância seria que no leilão extra judicial ele responderia (o alienante). Note que a empresa tem a possibilidade de fiscalizar. Responde dentro dos prazos ditos acima.
EVICÇÃO 447 a 457 – 
CONCEITO - A perda parcial ou total de um bem em virtude de decisão administrativa ou judicial que reconhece que o alienante não tinha poderes (legitimidade) para efetuar a transferência do domínio.
FUNDAMENTO – Principio da garantia (sobre o direito – no acima seria sobre a coisa).
INCIDENCIA – Em regra acontece no contrato de compra e venda. Pode ocorer na troca (permuta). Nas doações onerosas também temos evicção.
EXLCUSÃO E REFORÇO DE GARANTIA – Haverá para o adquirente o direito de ser ressarcido. Nada impede que as partes aumentem esta garantia.So é possível excluir o direito da evicção caso o adquirente tenha exata noção do risco pela evicção não valendo clausula genérica de isenção de responsabilidade. Isto para saber se o adquirente avalie o risco do negocio pactuado. Note que se ele não souber, uma clausula genérica de responsabilidade ao mesmo (o cara nada falar a ele), ele não poderá avaliar o risco e com isto não poderá ter a exata noção se arrisca ou não saporrraaaaa. Note que pode ser suscitado fraude contra credor e ser resolvido por ação pauliana.
REQUISITOS
BENFEITORIAS E RESSARCIMENTOS
Quando o adquirente da evicção assim deteriorar a coisa de forma dolosa o alienante se exime da obrigação. So ficando responsável se a coisa se deteriorar se for por culpa do aquirente da evicção. Vale ressaltar que a culpa grave equivale o dolo aqui.

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