DIREITO CIVIL 24082017

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DIREITO CIVIL- 24/08/2017
DOMICILIO (ART. 70 A 78)
A caracterização do domicilio, é fundamental porque o código civil a todo momento o menciona como se extrai do artigo 1785 por exemplo mas principalmente é utilizado como critério de fixação de competência para a propositura de ações civis na forma do artigo 46 do cpc. O domicílio em regra é voluntário podendo livremente ser escolhido pela pessoa natural e geral na medida em que diz respeito a todas as relações jurídicas daquele indivíduo. Na forma do artigo 70 o domicilio é composto de um elemento objetivo, a residência, e outro subjetivo que venha ser a intenção de ali permanecer com estabilidade. A residência é o local onde o individuo tem o centro de suas atividades profissionais, educacionais, de lazer de maneira que é perfeitamente possível que uma pessoa tenha mais de uma residência como aquele que possui casa de praia. O ânimo definitivo pode ser percebido pela coletividade porque ali o individuo tem a sua família estabelecida, passa a maior parte do tempo, declara perante a receita federal que ali é seu domicilio dentre outras condutas. Muito embora qualquer pessoa possa escolher seu domicilio alguns possuem o chamado domicilio necessário não podendo assim escolher seu domicilio ora pela total impossibilidade de fazê-lo como incapaz e o preso ora por conta de uma questão profissional como servidor publico tudo na forma do artigo 76. 
O artigo 78 prevê o chamado foro ou domicilio de eleição que é estabelecido expressamente no contrato com o objetivo de afastar o domicilio geral de uma ou de ambas as partes regendo assim as duvidas provenientes com a sua celebração. É percebida através da clausula que contém os seguintes dizeres "as partes elegem a comarca de Nova Friburgo para decidir as questões provenientes do presente contrato". A clausula que afasta o domicílio geral só não será valido se preenchidos três requisitos em conjunto. Se o contrato entre as partes for de adesão, se a relação entre os envolvidos é de consumo e por fim se a escolha daquele local coloca o individuo em extrema dificuldade ou total impossibilidade de acesso a justiça. Preenchidas esses requisitos, a clausula de eleição do foro é nula valendo domicílio geral do consumidor para regular essa relação em específico. 
Os artigos 71 a 73 tratam das exceções concernentes ao domicilio. Inicialmente aquele indivíduo que não tem um lugar específico como centro de suas atividades como a pessoa de rua o membro de circo e o nômade, poderão ser exigidos no local aonde for encontrado. Aquele indivíduo que possua residência em duas localidades dividindo igualitariamente o seu tempo entre elas terá como seu domicilio qualquer uma delas. Por fim, é comum que a pessoa tenha um domicilio voluntário em uma localidade e exerça suas atividades profissionais nela mas também em outra, nesse contexto se um dentista que tem seu domicilio em Friburgo atende também em bom jardim e algum cliente daquela localidade pretenda aciona-lo valerá o domicilio profissional em detrimento do domicilio geral na forma do artigo 73. 
O código civil atual deixou de resolver a questão da aquisição de personalidade pelo nascituro existindo 3 teorias sobre o assunto. A TEORIA NATALISTA, a mais tradicional, defende a ideia de que só o nascimento com vida confere personalidade e antes disso a norma simplesmente cria o sistema de proteção em favor desse ser impontencial. A TEORIA CONDICIONALISTA defende que a personalidade está sujeita a um evento futuro incerto, o nascimento com vida porém apenas no que diz respeito aos direitos de caráter patrimonial na medida em que alguns direitos da personalidade como direito a vida e o direito a gestação saudável ja são concedidos ao nascituro. A punição do aborto e a lei dos alimentos gravídicos revelam essa proteção. A TEORIA CONCEPCIONISTA defende que desde a fecundação possui personalidade argumentando que se a norma confere direitos ao nascituro mesmo que eventuais já que ficam na dependência do nascimento com vida é preciso reconhecer a capacidade de direito dos mesmos pela possibilidade de ser titular de um direito e por consequência de sua personalidade na medida em que apenas pessoas podem ser titulares de direitos e obrigações. 
Caso concreto aula 3: 
O Dr. Carlos Henrique é Médico e reside com sua mulher Jurema e seus dois filhos, Ricardo e Rodrigo de 8 e17 anos respectivamente, na Tijuca – Município do Rio de Janeiro – RJ, às quarta e quinta-feiras, das 8h às 16h leciona na Universidade Rural no Município de Seropédica- RJ, às segunda e quarta-feiras, atende, como médico plantonista num Hospital Privado em Piraí – RJ, Na sexta-feira à tarde e aos sábados pela manhã atende em um consultório de sua propriedade localizado em Simão Pereira – MG, cidade mineira localizada a duas hora de distância do Rio de Janeiro onde há muitos anos mantém seu consultório e passa seus fins de semana com a família em sua belíssima casa de campo. Diante do exposto responda: 
Pode-se afirmar que o Dr. Carlos Henrique tem como único domicílio a cidade do Rio de Janeiro onde reside com sua família com ânimo definitivo? Justifique sua resposta indicando os dispositivos legais pertinentes. 
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B) No caso em tela há hipótese(s) de domicílio necessário? Fundamente e Justifique sua resposta conceituando este tipo de domicílio.
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