Buscar

Revisada Processo Penal I

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

DIREITO Processual penal i
Prof. Rodrigo Roli - rodrigorolli72@gmail.com
 06/02/17
Bibliografia
Auri Lopes Junior
Nestor Tavora 
Eugênio Pacelli ideal para quem vai prestar concurso federal (complexo)
Renato Brasileiro ideal para área militar 
Conteúdo programático
Introdutória (art. 1° ao 3°)
Sistemas processuais penais (acusatório, inquisitório, misto)
Princípios do Processo Penal
Inquérito policial (4° ao 22)
Ação Penal (Denuncia ou queixa) 23° ao 67°
Jurisdição e competência
Prisão (flagrante, preventiva, temporária, decorrente de sentença condenatória recorrível e decorrente de sentença de pronuncia)
Liberdade provisória (com fiança ou sem fiança)
Provas 
Capitulo I – Introdução
Conceito
Segundo José Federico Marques o Direito Processual Penal é um Conjunto de princípios de conceitos e normas:
Que visa regulamentar a atividade jurisdicional de aplicar o direito penal ao caso concreto, 
Que regulamenta a atividade persecutória (buscar autoria de um crime) da policia judiciária, 
Regulamenta a estrutura organizacional e competência dos órgãos jurisdicionais e seus auxiliares.
O direito processual penal é a ferramenta que o Estado dispõe para punir ou não alguém.
Direito de Punir (Jus puniendi)
l- Genérico ou abstrato ou impessoal: é o direito de punir do Estado imposto pelo código a todos. 
II- Especifico ou concreto ou pessoal: quando alguém descumpre direito genérico imposto pelo código este direito passa a ser Especifico e pessoal.
Finalidade
Trazer uma solução jurídica mais adequada/justa ao conflito de interesse entre direito de punir do Estado versus o direito de liberdade do sujeito através de um Processo que se configura com o Procedimento (sequencia de atos) mais Relação Jurídica Processual.
Autonomia
O direito processual penal possui autonomia, contudo deve ser analisado segundo todo o ordenamento jurídico. Tendo em vista que Constituição Federal é garantista e dá norte até a todo ordenamento.
 13/02/17
Lei Penal- no Tempo (art. 2) e no Espaço (art.1)
Vigor - nem sempre a eficácia da lei se inicia com sua publicação podendo ter vacacio legis.
Locus Regit actum O lugar rege o ato. – Princípio da territorialidade absoluta e só existe um único código de processo penal podendo existir outras leis, contudo código será apenas um.
  Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
Tempus Regit actum o tempo rege o ato – sistema unicidade dos atos, diferente do direito penal que conta da data do fato e que no surgimento de uma nova lei, ela retroage para beneficiar. O processo penal configura o ato onde cada ato é valido, não retroage, não é preciso refazer os atos.
 Art. 2o  A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
Fonte do Direito Processual Penal
Primária ou Material - fonte de produção – União – art. 22, CF
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Secundário ou Formal – fonte de revelação ou cognição se subdivide em:
l- Direta - por meio da lei;
ll- Indireta – Súmulas, princípios, costume, jurisprudência. 
Ex: Sumula Vinculante 11- Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
Sumula vinculante 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Interpretação 
Quanto ao sujeito
Autentica - quem interpreta é o legislador.
Jurisprudencial - quem interpreta é o juiz.
Doutrinária - quem interpreta é o Doutrinador.
Quanto ao meio
Gramatical - é a interpretação através da linguagem ou gramatica, como está escrito.
Teleológica - é a interpretação através da busca da finalidade da lei, qual o objetivo do legislador ao criar aquela lei.
Sistemática - é a interpretação através da leitura da lei como um todo, utilizando todo o sistema jurídico.
Histórica – é a interpretação através do olhar no momento em que a lei foi criada.
Quanto ao resultado
Declarativa - A lei é clara, alcança seu objetivo, não precisa do interprete ampliar ou restringir a lei.
Restritiva – a lei diz de fatos a mais do que ele deveria, dessa forma o interprete deve restringir o alcance dessa lei.
Extensiva – a lei diz de fatos a menos do que ela deveria, dessa forma o interprete deve estender seu alcance.
Obs.: O direito penal não admite analogia, devido ao princípio da legalidade. Para ser crime a conduta tem que estar tipificado na lei. Já o Direito Processual Penal admite a analogia.
Art. 3o  A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
CAPITULO II - Dos Sistemas Processuais Penais
 Breve apontamento
São os sistemas adotados no decorrer da história da humanidade para respaldar ou pautar o sistema penal.
 Das espécies
No período da alta república o cognicio ou acusatio que era a função de acusar e julgar pertencia somente ao Magistrado. Após esse período passou a existir o seguinte:
Sistema Acusatório - Passou a existir o acusator, Função de um acusador, que fosse qualquer pessoa do povo, e o juiz não age de ofício, tem que ser provocado. É público, feito em praça pública, tem contraditório e ampla defesa. Até Sec. XII. 
Sistema Inquisitório – sistema criado pela igreja como forma de punir o herege, o Tribunal do Santo Ofício. Dessa forma os legisladores da época Baseados na Inquisição da Igreja trouxeram o direito canônico para a forma de punir do Estado tornando os juízes inquisidores, investigadores, acusadores e julgadores, o processo não é publico, não tem contraditório e ampla defesa sendo que o único direito que o réu tinha era sofre apenas um tipo de tortura por dia, dando ao advogado a função de induzir a confissão do investigado.
Sistema Misto – Poder continua no Estado, mas em órgãos separados para Acusação e Julgamento.
 No Brasil
No Brasil o sistema adotado é o Sistema Acusatório Impróprio ou Impuro – os que defendem o sistema como Misto no Brasil, afirma a existência de inquérito, separação de funções (MP ou Particular), e um órgão julgador como pressupões o Sistema Misto. Contudo o sistema é diferente pois o juiz preside o processo, mas não produz prova salvo algumas exceções.
 06/03/17
Capitulo III - Dos princípios no Direito Processual Penal
Constitucionalização do Processo
Devido ao advento da Constituição Federal, não é possível a utilização do Processo Penal sem um olhar garantista da Constituição. O que se mostra evidente ao notar que os princípios constitucionais estão observados na legislação Processual Penal sem anotar no texto da lei tendo em vista que estão dispostos na Constituição.
Introdução 
Do juiz natural Art. 5o XXXVII, e LIII da C.F.
Somente o Juiz devidamente investido e competente pode dizer o direito e nem ser criado tribunal pós-fato. Deve ser lembrado que a vontade das partes não pode mudar a competência para acusar ou julgar.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
 XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
 LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
Do promotor natural 
Ao colocar que “ninguém poderá ser processado”, o legislador quis dizer que além do juiz natural é preciso que haja um acusador (promotor) natural.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
Contudo existe a discussão do (RE 387974/DF) que afirma que não vigora o entendimento do promotor natural. Porém esse entendimento foi pacificado com o entendimento de que vigora o Principio do Promotor Natural.
Da busca da verdade real
É buscar através das provas necessárias e licitas recriar o crime da forma como ocorreu. Contudo alguns doutrinadores afirmam que a verdade real é uma utopia, pois o que se consegue é a verdade do inquérito e do processo.
De um lado o direito de punir do Estado e do outro lado o direito a Liberdade do sujeito, e o processo penal irá buscar solucionar esse impasse, solucionar o “conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida”. 
Diferente do Processo Civil a defesa no Processo Penal é irrenunciável, pois se o acusado não contesta os fatos não são presumidos como verdadeiros, tendo em vista a busca pela verdade real.
Da publicidade art. 5o, LX da C.F. 
A publicidade do processo é regra importante ao zelo da constituição, bem como faz parte a publicidade do Sistema Acusatório Impuro utilizado pelo Brasil.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
 LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Da Legalidade ou Obrigatoriedade
Nos crimes de ação penal pública incondicionada que não dependem da vontade da vitima, os órgãos do Estado responsáveis pela Persecução Criminal (composta pelo delegado de policia responsável pela investigação mais o M.P responsável pela acusação) ao tomar conhecimento do crime de ação penal publica incondicionada deve obrigatoriamente agir, não possuindo discricionariedade e sim obrigatoriedade de agir.
Da imparcialidade do juiz 
Deve o Juiz presidir o processo, observando as regras do processo, se colocando de forma imparcial a cima das partes ou mesmo entre elas. Sua imparcialidade de dará através de garantias e vedações.
Garantias art. 95 da C.F.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.              
Vedações Arts. 252 a 254 CPP: Impedimentos e Suspeições.
Art. 254.  O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
        I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
        II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
        III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
        IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
        V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
        Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
        Art. 255.  O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo.
        Art. 256.  A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la.
 13/03/2017
Da oficialidade
Os órgãos responsáveis pela Persecução criminal (investigação (Polícia Judiciária +Órgãos de Polícia+ Acusação (MP+Federal)) são órgãos oficiais, órgãos públicos.
Da oficiosidade
Agem de oficio, na ação penal publica incondicionada, não precisão ser provocados, independe da vontade ou de representação da vítima.
Da autoritariedade
Significa dizer que os representantes dos órgãos da persecução criminal são autoridades públicas.
Da indisponibilidade art. 17 e 42 C.P.P.
Este princípio vigora na ação penal publica, a investigação tem que ser levada ao fim, não pode o delegado arquivar o inquérito e nem o MP desistir da ação, somente o Juiz poderá dar fim à investigação.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Na ação penal Privada prevalece o Principio da Disponibilidade através da decadência de 6 meses da autoria, a perempção, a renuncia e o perdão.
Da presunção de inocência art. 5o LVII.
Da presunção da inocência, não culpabilidade e ainda a nomenclatura estado de inocência, tendo em vista que não há presunção no art. 5º, LVII da CF, e sim uma afirmação da inocência que aduz que até o transito e julgado existe o estado de inocência.
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Em contrapartida a este inciso está o inciso LXI, que permite a prisão cautelar antes do transito em julgado.
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
DO “Favor rei” Art. 386 CPP 
Este princípio é também conhecido como o “Indubio pro réu”, ou seja, na dúvida em favor do réu, absolvição.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
VII - não existir prova suficiente para a condenação.
E ainda cabe a quem alega provar o alegado, ou seja, é o MP quem deve provar o que alegou e não o acusado, que somente deverá provar quando alegar fatos modificativos, impeditivos e extintivos.
Art. 156.  A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:  
Da inadmissibilidade das provas obtidas por meio ilícito (art. 5o, LVI)
Este princípio é um freio a produção de provas feita de qualquer forma, não aceitando as provas ilegítimas (contraria a norma processual), nem ilícitas (contraria a lei material e os princípios constitucionais) e nem ilícita por derivação (é a prova licita, mas está ligada ou foi produzida de uma ilegalidade).
Teoria do fruto da árvore envenenada é a prova ilícita que deu base a uma prisão licita, contudo essa prisão será irregular.
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
   § 1o  São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras.  
A que se salientar que se houver apenas uma prova no processo e esta é ilegítima ou ilícita, ela pode ser utilizada para absolver o réu, contudo não pode ser utilizada para condenar salvo entendimento do juiz segundo o principio da razoabilidade.
Do devido processo legal (art. 5o LV)
O devido processo legal é o somatório do contraditório, da ampla defesa e da duração razoável do processo. Sendo uma garantia para acusação, para a defesa, para as partes e para a jurisdição, sendo assim admitido pela sociedade.
LV - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Do contraditório 
Acesso à informação: através da citação, ter a informação para atuar no processo, inclusive na fase de inquérito policial.
Sumula Vinculante – STF – n°14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Possibilidade de reação: ou possibilidade legitima de defesa.
Igualdade de condições: principio da “par conditio” devendo o tratamento dado no processo ser igual para as partes. Contudo o que ocorre hoje é uma disparidade entre a estrutura dada ao M.P. e a Defensoria Pública.
O contraditório deve ser pleno, ou seja, durante todo o processo e ainda ser efetivo dando a possibilidade de reação, e ainda que o juiz valore e se manifeste sobre as provas produzidas. Existe ainda o contraditório diferido, postergado ou retardado, ou seja, é uma situação em que naquele dado momento não pode ser dado o contraditório, com pena de o ato perder a função, como exemplo as prisões cautelares e etc.
 20/03/2017
Da ampla defesa
A ampla defesa é um mecanismo pleno que vai legitimar a jurisdição, trazendo reconhecimento social, devendo estar presente durante todo o processo. Que se desdobra em:
Acesso à informação: através da citação, ter a informação para atuar no processo, inclusive na fase de inquérito policial.
Possibilidade de reação: ou possibilidade legitima de defesa. Direito de ficar calado e falar por ultimo. Direito de não auto incriminar-se.
Defesa técnica: é a possibilidade de escolha de um advogado, com capacidade técnica, devidamente inscrito na OAB. Ou caso não haja condições econômicas o juiz nomeara um defensor. Não pode o réu abrir mão da defesa. 
Sumula vinculante 523. No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
Possibilidade de recorrer: contra todos os atos que são desfavoráveis.
Autodefesa: direito de estar presente em todos os atos do processo (direito de presença) mais o direito de estar em audiência. 
Duração razoável do processo
Processo muito rápido passa por cima das garantias individuais
Processo muito lento passa a sensação de impunidade
Unidade IV – Do inquérito policial
Introdução
Policia é uma instituição de direito publico que tem objetivo de manter a paz publica e a segurança individual.
a) Polícia Preventiva: também chamada de Ostensiva ou administrativa, que tem por escopo evitar que o crime ocorra, União (PRF e Policia Federal), Estado (PM).
b) Polícia Repressiva: ou Policia Judiciária, tem por fim investigar o ato criminoso praticado União (Policia Federal) e Estado (Policia Civil).
Conceito
O Inquérito Policial ou fase pré-processual, é o procedimento investigatório de caráter administrativo, realizado pela polícia judiciária, que procede a uma serie de diligencias, com o escopo de apurar a autoria e materialidade de uma infração penal, fornecendo subsídios para o titular da ação penal.
Destinatário
Indireto Juiz
Direto (teoricamente) MP ou Querelante
Na pratica é destinado ao juiz que abre vista ao MP
Quem investiga
Art. 4.º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Características
Obrigatório: crimes de ação penal pública incondicionada o delegado é obrigado a instaurar o inquérito.
Indisponível (art.17) 
Somente o juiz pode arquivar autos de inquérito.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Escrito (art. 9°)
Art. 9.º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Dispensável (art. 12)
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
Não há necessidade do inquérito quando já há documentação comprobatória da materialidade do crime, crime fiscal, abandono material e etc.
Autoritariedade
Significa dizer que os representantes dos órgãos da persecução criminal são autoridades públicas.
Peça Administrativa
Ligado a administração pública (executivo) 
Sigiloso (art. 20)
Pode ser requerido sigilo sobre o inquérito policial, contudo não pode ser resguardado do advogado com procuração nos autos conforme art. 7º, XlV, XV e XVL da 8906/94.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Inquérito Inquisitivo
Ser inquisitivo quer dizer que não tem contraditório e ampla defesa, porém a jurisprudência vem alterando isso. 
Sumula vinculante 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
 27/03/2017
1- Instauração do Inquérito Policial (art. 5° do CPP)
 Nos crimes de ação penal pública incondicionada (art. 5° §2 e 3) a instauração do inquérito policial pelo delegado de policia pode se dar:
De oficio. Nas ações penais incondicionadas.
 Por requisição do MP ou do Juiz. É obrigatório a instauração.
Por requerimento da parte ou de seu representante. Não é obrigatório a instauração podendo ser indeferido o pedido pelo delegado, contudo o autor pode recorrer ao superior do delegado.
Art. 5.º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - De ofício;
II - Mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério
Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1.º O requerimento a que se refere o n. II conterá sempre que
Possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2.º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
Nem toda noticia de crime será instaurado o inquérito e sim uma diligencia preliminar, pois o paragrafo terceiro da essa discricionariedade ao delegado. Porém pode ao surgir fato novo ser realizada a instauração.
§ 3.º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
 Nos crimes de Ação penal pública condicionada (art. 5° § 4)
§ 4.º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação,
não poderá sem ela ser iniciado.
Nos crimes de ação penal privada (art.5° §5)
§ 5.º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
2- Peças que iniciam o Inquérito Policial
l- Portaria
a) investigado não foi preso em flagrante.
b) narra os fatos a serem apurados na primeira parte.
c) determina diligencias investigatórias.
ll- Auto de Prisão em Flagrante Delito
a) Oitiva do condutor – PM
b) Oitiva de testemunhas
c) Oitiva das vitimas
d) Oitiva do conduzido
* Ao final o delegado faz o despacho ratificando (encaminhando ao presídio) ou não ratificando (liberando).
3- Diligências investigatórias (art.6° e 7°) 
Rol exemplificativo, varia de crime para crime, Discricionariedade do delegado na utilização.
Art. 6.º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II - Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais.
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - Ouvir o ofendido; vítima presta declarações (não tem dever da verdade, pode ser conduzida coercitivamente).
V - Ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por 2 (duas) testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura;( investigado presta interrogatório policial nos mesmo moldes do interrogatório judicial art. 186 e 187, CPP (não tem dever da verdade podendo até mesmo ficar em silêncio). (testemunha presta depoimento e compromisso com a verdade).
VI - Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; (226,227 e 228 CCP)
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; Corpo de delito pode ser em objetos ou pessoas (auto corpo de delito) art.158 CPP
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;(as pessoas já devidamente identificadas civilmente não podem ser identificadas penalmente, salvos nos casos de RG malcuidado, ou lapso temporal longo ou suspeita de integrar organização criminosa)
IX - Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
Art. 7.º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
11

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando