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Rescisória Maira

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL.
MAÍRA BRUNETA DOS SANTOS, brasileira, casada, manicure, portadora do RG nº 001.853.840 SSP/MS e CPF n° 045.525.941-09, residente domiciliada na Rua Rio Pequeno, quadra 21 lote 24, chácara das mansões, Campo Grande/ MS, por meio seu advogado (mandato anexo), vem respeitosamente perante Vossa Excelência, propor:
 AÇÃO RESCISÓRIA
Em face de, ANTONIO ANTÔNIO JOÃO PEREIRA FIGUEIRÓ, brasileiro, advogado, casado, portador da cédula de identidade RG de n° 3.978.079, SSP-SP e do CPF n° 279.792.108-91e sua esposa MARIA MARLENE DE TILLIO FIGUEIRÓ, brasileira, funcionária pública estadual aposentada, portadora da cédula de identidade RG n° 8.915.884-SSP-SP e do CPF n° 456.950.401-91, residentes e domiciliados à Rua Albita, n° 14, Bairro COOPHARÁDIO, CEP 79052-090, nesta cidade, Com fundamento no artigo 966, inciso VII, do novo Código de Processo Civil. 
 
DO OBJETO DA RESCISÓRIA
A presente ação tem como objeto rescindir a Sentença de homologação de acordo, prolatada pelo juízo da Vara da 11ª vara cível da comarca de Campo Grande (MS), cuja cópia da sentença segue anexo, bem como a certidão de transito em julgado, que se deu no dia 18/09/2017, em que foram litigantes as partes preambularmente qualificadas.
Na ação em referência, da qual se acosta cópia da Sentença, e certidão de trânsito em julgado, a demandante, lá na condição de ré, naquela oportunidade pactuou acordo que pagaria pelo imóvel objeto do litígio o valor de R$ 150.000,00 ( cento e cinqüenta mil reais), dentro de 120 dias, cujo prazo se encerra no dia 18 de dezembro próximo.
Ocorre que após a mesma ter firmado o acordo supra, tomou conhecimento de fatos que modificam toda a relação jurídica, como se verá no tópico “DOS FATOS”.
DA TEMPESTIVIDADE DA AÇÃO
O art. 975, do Código de Processo Civil, estabelece:
 “O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo”.
A sentença rescindendo, proferido pelo Juízo da 11ª vara cível, no feito 0819221-30.2017.8.12.0001, teve trânsito em julgado no dia 18 de setembro de 2017, de conformidade com a certidão de transito em julgado, contida as 143 daqueles autos de cópia anexa. A propositura da presente Ação Rescisória é, portanto, tempestiva.
 DA JUSTIÇA GRATUITA
Inicialmente requer que seja deferido ao Autor os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, nos termos da Lei 1.060/50, uma vez que o mesmo é pobre na forma da lei.
Pois, bem cumpre informar que Maíra Bruneta dos Santos é casada com Valmir Ferreira Junior, e este trabalha na Empresa J.C.R Martins –ME, e recebe o salário de R$ 1.500,00 ( um mil e quinhentos reais ) por mês, conforme junta cópias da CTPS, e a requerente não está trabalhando no momento, sendo que seu ultimo emprego foi no de estoquista no Estúdio A3 centro de estética- Ereli-ME, ( salão de beleza) , com salário de R$ 900,00 ( novecentos reais ) mensais conforme cópias da CTPS em anexo, e tem um filho de 3 anos, a saber, Heitor Ferreira Bruneta.( RG anexo). 
Ocorre que atualmente a requerente encontra-se desempregada, e em estudos, tendo trancado sua matricula no 2º semestre de Biomedicina pela Universidade Anhanguera Uniderp - Campo Grande/MS, curso este financiado pelo FIES, programa de financiamento Estudantil do Governo Federal.
Por esclarecer ainda, a requerente é cadastrada no NIS- sob nº 20674047138-01 (Obs. É o mesmo número do cartão cidadão), por ser usuária de benefícios sociais do Governo Federal, conforme Cartão cidadão que junta anexo.
Diante do exposto, e por estar, o seu estado de hipossuficiencia financeira, comprovadamente por documentos fidedignos, pede que seja concedido os beneficio da Assistência Judiciária, por não ter condições de arcar com custos processuais, sem prejuízo seu e de sua família.
DA PARTE ATIVA
A demandante é tão semente a pessoa de MAIRA BRUNETA DOS SANTOS, visto que no feito de n. 0819221-30.2017.8.12.0001, o autor Sr. Antonio João Figueiró, intitulou como ré a demandante Maíra, e a Advogada Elza Paião Bruneta.
O fato Excelência é que a advogada Elza Paião Bruneta é sua mãe, e tão somente a defendeu naquele feito, uma vez que dita advogada é residente e tem seu escritório profissional na cidade de Paranaíba/MS, não tendo nenhuma possibilidade de ser parte no litígio instalado no processo em questão, pois se trata de ação de reintegração de posse, sendo posseira somente Maíra e seu esposo. 
Portanto, esclarece que a demandante é maior de idade, casada e responsável pelos seus atos.
 
DOS FATOS
A autora Maíra Bruneta dos Santos tomou conhecimento de uma área de terras que se encontrava em abandono, na chácara das mansões, nesta cidade de Campo Grande/MS, também tomou conhecimento que naquela região há muitos abandonos de imóveis, uma vez que a imobiliária que administrava aquela região faliu a mais de 20 anos, deixando ali vários imóveis ao total abandono.
Desta feita, procurou saber quem seria o proprietário daquele imóvel, junto à prefeitura Municipal, e lá constatou que dito imóvel pertencia ao Sr. Hectore Ocampo, proprietário da Imobiliária Ocampo, imobiliária esta, desativada a quase 2 décadas.
Verificou ainda que os impostos (IPTU) encontravam-se todos em aberto dede o ano de 1993, corroborando com o abandono do imóvel.
Diante disto, a demandante passando por dificuldades financeiras com o aluguel de R$ 500,00, decidiu apossar do imóvel, onde afetuou limpeza do terreno, e construiu uma peça com um banheiro, em alvenaria sem acabamento.
Passado alguns meses, compareceu em seu endereço a pessoa que disse se chamar Telmo Figueiró, dizendo que seu pai o Sr. Antonio João Pereira Figueiró era o proprietário daquela área toda.
Com a informação supra a autora procurou o cartório de registro de Imóveis da Cidade de Campo Grande e lá constatou que o Sr. Antonio João Figueiró, havia adjudicado 50% (cinqüenta por cento de referido imóvel), conforme certidão que acosta a presente.
Ciente desta situação a demandante informou que não sairia do imóvel, vez que não ocupara o imóvel todo, e que os 50% da área estava livre, visto que a meação do imóvel pertencia à pessoa de Laura Armade Ocampo, pois pretendia localizar a mesma para assim negociar aquele quinhão.
 Ocorre que o Sr. Antonio João Pereira Figueiró ajuizou ação de reintegração de posse contra a demandante, a saber, a ação de nº 0819221-30.2017.8.12.0018, alegando ser proprietário da área toda, e para tanto juntou um contrato de compra e venda, afirmando que adquirira os outros 50% do imóvel do Sr. Hectore Ocampo, mesmo não sendo este o proprietário dos 50%, que pertencem a Laura Armade Ocampo.
Mesmo com todas as contradições surgidas, fora marcado audiência de justificação de posse para o dia 18 de agosto de 2017, e sendo aí fora transacionado um acordo de compra do imóvel por parte da demandante Maira, e que seria pago em 120 dias, que tal prazo se encerra no dia 18 de dezembro de 2017, visto que referido acordo fora homologado por sentença, cujo transito em julgado se deu na data de 18 de setembro de 2017.
Estes são os fatos na integra, tal qual como ocorrem, pelos quais se extraiu a sentença, ora rescindenda.
DOS FATOS NOVOS APÓS O TRANSITO EM JULGADO DA SENTENÇA
Após o transito em julgado da sentença que homologou o acordo da compra da totalidade do imóvel em questão, a demandante tomou conhecimento através de certidão extraída da 2ª circunscrição do registro de imóveis de Campo Grande/MS, conforme junta anexo, de que existem 4 averbações no mesmo, a saber:
1º Averbação- penhora de 50% do imóvel, salvando a meação de Laura Armade Ocampo, em favor de Habitat, cujo advogado è Antonio João Pereira Figueiró, tal registro de penhora se deu na data de 02/08/2015.
2º Averbação- Penhora de 50% do imóvel, salvando a meação de Laura Armade Ocampo, em ação de execução de nº 0011124-07.1999.8.12.0001, da 10ª Vara cívelda Comarca de Campo grande /MS, em favor de João Marcos da Silva, o registro da penhora se deu na data de 19 de maio de 2015.
3º Averbação- Adjudicação, de 50% do imóvel, salvando a meação de Laura Armade Ocampo, pelo qual se cancela a averbação de nº 01, ou seja, a penhora em favor de Habitat, sendo a adjudicante o Sr. Antonio João Pereira Figueiró e sua mulher Maria Marlene de Tilio Figueiró, datado de 24 de agosto de 2015.
4º Averbação- Retificação- para constar que a adjudicação R3, refere se somente a 50% da área, preservada a meação de Laura Armade Ocampo.
 O fato, Excelência, é que a demandante quando do acordo na ação de reintegração de posse proposta por Antonio João Pereira Feiguiró, ignorava a existência de penhora anterior a adjudicação em feito em andamento, sem nenhum vicio.
Pelo Processo de nº 0011124-07.1999.8.12.0001, o exeqüente assegurou o juízo, pois registrou a penhora junto ao CRI, e processo encontra-se em regular estado, inclusive com despacho do dia 19 de outubro de 2017.
Em analise ao feito supra, constatou que a pessoa de Laura Armade Ocampo é Falecida, (doc. anexo), portanto não há possibilidade de Antonio João Pereira Figueiró ter adquirido os 50% que lhe pertencem através de contrato de compra e venda pelo se. Hectrore Ocampo.
Os fatos novos, ignorados pela demandante quando do acordo, impossibilita ao seu cumprimento, vez que não tem segurança jurídica para tal.
 Veja Excelência que situação ora se encontra a requerente, se não cumpre o acordado em audiência, perde tudo, inclusive as benfeitorias por ela efetuada, mas, se por outro lado, cumpre o acordado, ou seja, paga o valor estipulados em audiência, pode ver o imóvel ir a leilão pelo exeqüente João Marcos da Silva, que será o próximo passo daquele feito, e, ainda os herdeiros de Laura Armade Ocampo poderão requerer o quinhão de 50%, por inventario, visto que a mesma possui herdeiros.
Portanto, não há outra saída para a postulante, a não ser a anulação da sentença proferida nos autos 0819221-30.2017.8.12.0001.
DO DIREITO
A presente Ação Rescisória vai amparada legalmente no art. 966, inciso VII, do novo Código de Processo Civil admitido à propositura de ação rescisória quando: Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; 
Conforme demonstrado no tópico acima. 
DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Tendo em consideração que a sentença rescindenda faz coisa julgada material e que o autor deve suportar a execução do julgado, o que lhe ocasionará prejuízos irreversíveis face à impossibilidade de reaver o que eventualmente tiver de pagar ou lhe for expropriado, é coerente que lhe seja deferida a antecipação parcial dos efeitos da sentença, ao menos para suspender a execução da rescindenda enquanto não julgar esta Ação.
A impossibilidade de reaver o que for pago ao requerido, no caso da execução do julgado, confirma a imediatidade do pedido de antecipação dos efeitos da tutela pretendida.
Presentes os requisitos autorizadores da concessão da antecipação da tutela, e ante o iminente risco de dano irreparável que pode advir da execução daquela sentença rescindenda, deve ser deferido o pedido de antecipação da tutela, para suspender a execução do julgado até decisão desta Rescisória.
DOS PEDIDOS
Em razão do exposto, requer:
a) antecipar em parte, mediante a concessão de liminar, os efeitos da sentença desta Ação Rescisória para o fim específico de suspender a execução da sentença rescindenda, a fim de evitar dano irreparável ou de difícil reparação, que está o autor na iminência de sofrer;
b) mandar citar o demandado, no endereço preambularmente declinado, para contestar, querendo, os termos da presente Ação Rescisória, no prazo legal, sob pena de revelia;
c) A assistência judiciária, nos termos do art. 4º da Lei 1060/50.
d) que a presente ação seja julgada totalmente procedente, rescindindo-se a sentença com a prolação de novo julgamento nos termos do art. 968, I, do Código de Processo Civil;
e) a condenação do réu nas custas e honorários que forem arbitrados;
Por fim, requer-se a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, sem exceção.
Dá-se à causa para fins de alçada o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais)
Termos em que,
Pede Deferimento
Campo grande/MS 30 de outubro de 2017.
MAICON PABLO FRANCO PASCOA
OAB/ Nº 22416

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