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Departamento de Engenharia Química LABORATÓRIO PARA ENGENHARIA QUÍMICA PRÁTICA 08: CINÉTICA DA REAÇÃO ENTRE O VERDE DE MALAQUITA E HIDRÓXIDO DE SÓDIO EM OPERAÇÃO BATELADA EM CSTR (Cinética das Reações Químicas) OBJETIVO Determinar a constante cinética de reação, o fator de frequência, a energia de ativação e a ordem de reação, do verde de malaquita em hidróxido de sódio partir de um ensaio em batelada em CSTR. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O reator químico é um equipamento onde ocorrem fenômenos onde espécies moleculares são transformadas. No reator, o meio reacional pode ser aquecido ou arrefecido e também trocar massa e/ou calor com fases. Na indústria, o reator químico é tido como o "coração” das unidades de fabricação/produção e os três principais são: reator descontínuo (batelada), aplicado a processos em pequena escala; reator em escoamento contínuo tipo tanque, que são mais comumente aplicados em processos de grande escala de produção; e o reator contínuo tubular, também conhecido como reator ideal de fluxo empistonado. A reação proposta para esta prática no reator CSTR é a do verde de malaquita com hidróxido de sódio, de acordo com a relação estequiométrica: (1) Para o procedimento será utilizado o módulo de reatores ideais, no qual a vazão dos rotâmetros é volumétrica, caso necessário, deverá ser feita a conversão manualmente para vazão molar com as massas específicas e massas molares de cada reagente envolvido na reação. Caso a solução seja muito diluída pode-se considera que a massa específica de cada reagente é a mesma que a da água pura. Embora representada de forma simples, esta é uma reação complexa, pois possui uma série de etapas intermediárias de reações elementares. A partir do mecanismo de reação apresentado na literatura, obtém-se a expressão da taxa da reação dada por: b B a A C Ck r (2) onde: r é a taxa de reação; CA e CB são as concentrações de A e B, respectivamente, em mol/L; k é a constante cinética da reação e; a’ e b’ são as ordens parciais da reação em relação aos componentes A e B, respectivamente, sendo n = a’ + b’ a ordem global da reação. Departamento de Engenharia Química LABORATÓRIO PARA ENGENHARIA QUÍMICA A constante k é função da temperatura e assume-se que é válida a Lei de Arrhenius, segundo a qual a constante cinética apresenta uma variação exponencial com a temperatura de acordo com a expressão: RT E expkk A0 (3) onde: k0 é o fator de frequência; EA é a energia de ativação; R a constante universal dos gases; T a temperatura medida em escala absoluta. Para testar o modelo proposto para a taxa da reação e determinar os parâmetros cinéticos, pode-se utilizar um reator tanque descontínuo operando isotermicamente. A análise dos resultados experimentais para este tipo de reator é feita de acordo o modelo de mistura perfeita, que conduz a seguinte equação de balanço de massa: rVνrV dt dn jj j (4) onde: nj é o número de moles do componente j presente no reator no instante t, V é o volume da massa reacional; rj é a taxa de formação do componente j; νj coeficiente estequiométrico do componente j na reação. Nos casos em que a massa específica da massa reagente não se altera significativamente (permanece constante), a equação (4) se torna: rν dt dC j j (5) Para acompanhar a progressão da reação com o tempo, recorrer-se-á, nesta experiência à medida da concentração dos íons ácidos ao longo do tempo, empregando-se a titulação volumétrica. EXPERIMENTAL A) Visão Geral Nesta prática o sistema do módulo de reatores ideais será utilizado em modo batelada e será utilizado o reator CSTR. Nos quadros abaixo são informadas as características básicas sobre os itens que compõem o módulo de reatores ideais. Departamento de Engenharia Química LABORATÓRIO PARA ENGENHARIA QUÍMICA Características Técnicas Medidas Valores Tanque de Alimentação – TQ-01 Material --- Polipropileno Diâmetro Mm 320 Altura Mm 420 Capacidade Nominal L 30 Configuração --- Vertical Topo --- Removível Produtos Água Verde de Malaquita Concentrações 100% 0,014 M Temperatura de Operação Projeto Máxima °C 25 60 Conexões 1” Fundo Características Técnicas Medidas Valores Tanque de Alimentação – TQ-02 Material --- Polipropileno Diâmetro Mm 320 Altura Mm 420 Capacidade Nominal L 30 Configuração --- Vertical Topo --- Removível Produtos Água NaOH Concentrações 100% 0,03 M Temperatura de Operação Projeto Máxima °C 25 60 Conexões 1” Fundo Características Técnicas Medidas Valores Tanque de Produtos da Drenagem – TQ-03 Material --- Polipropileno Diâmetro Mm 320 Altura Mm 420 Capacidade Nominal L 30 Configuração --- Vertical Topo --- Removível Produtos Água Produtos da Reação Concentrações 100% ---- Temperatura de Operação Projeto Máxima °C 25 60 Conexões 1” Fundo N° Características Técnicas Quantidades Range Reator CSTR- R-01 Material --- Vidro Diâmetro mm 1200 Altura Total mm 160 O fluxograma do módulo de reatores ideais pode ser observado na figura 01. Departamento de Engenharia Química LABORATÓRIO PARA ENGENHARIA QUÍMICA Figura 01: Fluxograma do processo B) Materiais e reagentes: Os materiais e reagentes a serem utilizados estão relacionados na tabela a seguir. MATERIAL POR GRUPO QUANTIDADE Reagentes Verde de Malaquita 0,014 M (reagente A) 2,5 L/operação Solução padronizada de hidróxido de sódio 0,03 M (reagente B) 2,5 L/operação Solução padronizada de hidróxido de sódio 0,02 M 1L Solução de ácido clorídrico padronizada 0,095 M 1L Fenolftaleína 1% 200 mL Equipamento Módulo de Reatores Ideais contendo o CSTR 1 Departamento de Engenharia Química LABORATÓRIO PARA ENGENHARIA QUÍMICA Vidraria Bequer 250 mL 3 a 6 Pipeta volumétrica de 10 mL; 1 Pipeta volumétrica de 25 mL; 2 Bureta de 50 mL; 2 Erlenmeyers de 250 mL ou 125mL 5 a 15 Demais materiais Agitador magnético 2 Pera de sucção 1 a 3 Cronômetro 1 B) Procedimento Experimental: Estudar cuidadosamente a técnica experimental; Os tanques de reagentes do módulo de reatores ideais devem conter uma solução de verde de malaquita 1,4x10 -2 mol/L (TQ-01) e outra de hidróxido de sódio 3,0 x 10 -2 mol/L (TQ-02). Em cada um dos erlenmeyers disponíveis, adicionar 10 mL do HCl 0,095 M padronizado com 5 gotas de fenolftaleína e 30 mL de água destilada; A experiência deverá ser realizada a três temperaturas diferentes: a temperatura ambiente, e mais duas acima da ambiente que dependerá da temperatura de equilíbrio térmico que deverá obtida pelo aquecimento do verde de malaquita e posterior mistura com o NaOH, conforme será descrito nos passos seguintes; Usar o CSTR para operar como reator batelada. À temperatura ambiente: Fechar as saídas do reator, ligar a bomba B-1 e alimentar 750 mL da solução de verde de malaquita (reagente A); Após atingir a marca de 750 mL no reator, desligar B-1 e ligar a B-2 para alimentar 750 mL do NaOH (reagente B); Imediatamente após o enchimento completo do reator com os dois reagente, desligar B-2, acionar o cronômetro, acionar o agitador do CSTR, retirar a primeira alíquota de 25 mL a serDepartamento de Engenharia Química LABORATÓRIO PARA ENGENHARIA QUÍMICA considerada a do instante inicial (t = 0) e transferi-la para um dos erlemeyers contendo 10 mL de HCl 0,095 M e fenolftaleína para titulação; Ligar o TIC-02 e anotar a temperatura da reação (temperatura ambiente) lida neste indicador de temperatura. Com agitação constante, continuar a retirar alíquotas de 25 mL nos tempos posteriores de 5, 10, 15, 20 e 25 min (serão 6 pontos no total) e as titulações deverão ser realizadas em duplicata; Cada alíquota deverá ser retirada com uma pipeta de 25 mL de escoamento rápido, anotando o tempo de reação. Imediatamente a seguir, transferi-la para um dos erlemeyers contendo 10 mL de HCl 0,095 M e fenolftaleína - ATENÇÃO - Esta operação deve ser a mais rápida possível. Titular as amostras acidificadas com soda padronizada 0,02 M usando fenolftaleína como indicador e anotar os resultados; Desligar o TIC-02 e drenar o sistema. À primeira temperatura superior à ambiente: Fechar as saídas do reator, ligar a bomba B-1 e alimentar 750 mL da solução de verde de malaquita (reagente A); Após atingir a marca de 750 mL no reator, desligar B-01, ligar o TIC-02 e ajustar o set point do CSTR para 10ºC acima da temperatura ambiente (considerar como ambiente, a temperatura utilizada no procedimento à temperatura ambiente); Após atingir a igualdade entre a temperatura medida e a do set point, ligar a B-2 para alimentar 750 mL do NaOH (reagente B); Imediatamente após o enchimento completo do reator com os dois reagentes, realizar os seguintes procedimentos: desligar a B-2, acionar o cronômetro, acionar o agitador do CSTR e retirar a primeira alíquota de 25 mL a ser considerada a do instante inicial da reação (t = 0) e transferi-la para um dos erlemeyers contendo 10 mL de HCl 0,095 M e fenolftaleína para titulação; ajustar a temperatura do set point do CSTR para a mesma temperatura indicada no momento inicial da reação e manter toda aproximadamente àquela lida no instante inicial da reação (lembre-se de anotar a temperatura da reação lida no TIC-02); Com agitação constante, continuar a retirar alíquotas de 25 mL nos tempos posteriores de 5, 10, 15, 20 e 25 min (também serão 6 pontos no total) e as titulações deverão ser realizadas em duplicata; Departamento de Engenharia Química LABORATÓRIO PARA ENGENHARIA QUÍMICA Cada alíquota deverá ser retirada com uma pipeta de 25 mL de escoamento rápido, anotando o tempo de reação. Imediatamente a seguir, transferi-la para um dos erlemeyers contendo 10 mL de HCl 0,095 M - ATENÇÃO - Esta operação deve ser a mais rápida possível. Titular as amostras acidificadas com soda padronizada 0,02 M usando fenolftaleína como indicador e anotar os resultados; Desligar o TIC-02 e drenar o sistema. À segunda temperatura superior à ambiente: Fechar as saídas do reator, ligar a bomba B-1 e alimentar 750 mL da solução de verde de malaquita (reagente A); Após atingir a marca de 750 mL no reator, desligar B-01, ligar o TIC-02 e ajustar o set point do CSTR para 20ºC acima da temperatura ambiente (considerar como ambiente, a temperatura utilizada no procedimento à temperatura ambiente); Após atingir a igualdade entre a temperatura medida e a do set point, ligar a B-2 para alimentar 750 mL do NaOH (reagente B); Imediatamente após o enchimento completo do reator com os dois reagentes, realizar os seguintes procedimentos: desligar a B-2, acionar o cronômetro, acionar o agitador do CSTR e retirar a primeira alíquota de 25 mL a ser considerada a do instante inicial da reação (t = 0) e transferi-la para um dos erlemeyers contendo 10 mL de HCl 0,095 M e fenolftaleína para titulação; ajustar a temperatura do set point do CSTR para a mesma temperatura indicada no momento inicial da reação e manter toda aproximadamente àquela lida no instante inicial da reação (lembre-se de anotar a temperatura da reação lida no TIC-02); Com agitação constante, continuar a retirar alíquotas de 25 mL nos tempos posteriores de 5, 10, 15, 20 e 25 min (serão 6 pontos no total) e as titulações deverão ser realizadas em duplicata; Cada alíquota deverá ser retirada com uma pipeta de 25 mL de escoamento rápido, anotando o tempo de reação. Imediatamente a seguir, transferi-la para um dos erlemeyers contendo 10 mL de HCl 0,095 M - ATENÇÃO - Esta operação deve ser a mais rápida possível. Titular as amostras acidificadas com soda padronizada 0,02 M usando fenolftaleína como indicador e anotar os resultados. Departamento de Engenharia Química LABORATÓRIO PARA ENGENHARIA QUÍMICA QUESTIONÁRIO 1) Usando as referências bibliográficas, apresentar (à mão) o mecanismo da reação do verde de malaquita, e deduzir (à mão) a equação da taxa de reação. 2) Deduzir (à mão) a equação da concentração do verde de malaquita em função das concentrações de HCl (buffer) e NaOH (titulante); 3) Montar uma tabela especificando para cada temperatura de reação, em cada tempo, os volumes obtidos na titulação e a concentração do verde de metila (especificar os fatores de correção do NaOH e HCl utilizados); 4) Determinar os parâmetros cinéticos (velocidade específica e ordem da reação) para cada temperatura e a respectiva equação de taxa pelo método integral; 5) Determinar os parâmetros cinéticos (velocidade específica e ordem da reação) para cada temperatura e a respectiva equação de taxa por outro método a escolha do grupo; 6) Comparar e discutir os valores obtidos nos itens 4 e 5. 7) Determinar a energia de ativação e o fator de frequência de forma analítica e gráfica para cada método utilizado nos itens 4 e 5. BIBLIOGRAFIA FOGLER, H. S. Elementos de Engenharia das Reações Químicas, 4° Ed., editora LTC, 2009. LEVENSPIEL, O. Engenharia das Reações Químicas. 1ª. Ed., Edgard Blücher, 2000. ROBERTS, G. W.; Reações Químicas e Reatores Químicos. 1ª. Ed., Editora LTC, 2010.
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